Ações da Companhia de Habitação do
Paraná
Dignidade e cidadania para a população ,
proteção dos mananciais de água ,
urbanização contra o crime
Favelas
O nome “favela” revela o
cotidiano de milhares de
brasileiros condenados à subhabitação em áreas de risco,
sejam elas as encostas de
morros e pedreiras ou fundos de
vale, banhados, alagados e
grotões das periferias das
cidades.
O grande Afonso Arinos de Mello Franco disse
que “as favelas estão para as cidades brasileiras
assim como as senzalas estavam para as casas
grandes...”
Favela
Origens
O que poucos sabem é a
origem desta palavra.
“Favela” é uma árvore da
caatinga, semelhante à
seringueira, da família botânica
das “euforbiáceas”.
As pegadas dos espinhos da
favela provocam inflamações
dolorosas na pele, podendo até
aleijar o membro afetado.
Esta extrema virulência deve-se
ao latéx encontrado na planta,
mas os sertanejos dela extraem
farinha e azeite.
Favelas
A origem da aplicação do nome
“Favela” às ocupações irregulares
remonta ao Rio de Janeiro de
1897, quando lá chegaram,
sofridos e empobrecidos, os
soldados sobreviventes da guerra
dos Canudos.
Abandonados à própria sorte,
sem dinheiro e sem teto, cansados de esperar pela
burocracia federal - que lhes
havia prometido casas de morada
– os soldados sobreviventes de
Canudos invadiram o Morro da
Providência, construindo
barracos. E batizaram o local de
“Morro da Favela” pela
quantidade de árvores que lá
havia.
O cronista Everaldo Backhauser, já em 1906, refere:
“...ali no morro da Favela não moram apenas os desordeiros e os fascínoras,
ali também moram operários laboriosos,
que a falta ou carestia de cômodos os atira para esses lugares, onde se goza de uma
barateza relativa e de uma suave viração, que sopra continuamente desde o mar,
dulcificando a dureza da habitação...”
Favelas
A falta de planejamento urbano, somada ao acelerado
crescimento urbano do Brasil, e aos altos preços dos
aluguéis, deu ao Rio de Janeiro as suas centenas de
favelas atuais ,e o fenômeno repete-se em todo o país
e no nosso continente inteiro, tendo sido celebrizado na
literatura com a saga de “Macondo”, no romance do
escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez,
“Cien Años de Soledad”, vencedor do prêmio Nobel.
Já em 1930, os jornais de SP, falavam da “gravidade da
crise habitacional”, constatada inclusive pelos intelectuais
paulistanos mentores da “política de industrialização do
Brasil”. Com lucidez observavam:
“... problemas de solução difícil por simples iniciativa
privada, porque em um país ,como o Brasil, onde o capital
é escasso e caro, e o poder aquisitivo médio é tão baixo,
não se pode esperar que a iniciativa privada venha em
escala suficiente ao encontro das necessidades da grande
massa, proporcionando-lhe moradias econômicas...”
“ O problema das moradias populares nas grandes cidades
passa a ser questão de urbanismo, subordinada às
necessidades de ordem individual, social, técnica ,
demográfica e econômica. Para sua integral solução tornase indispensável a intervenção decisiva do Estado...”
Favelas
O documento paulistano de 1930 conclui: “ O problema das moradias
populares nas grandes cidades passa a ser questão de urbanismo,
subordinada às necessidades de ordem individual, social, técnica, demográfica
e econômica.Para sua integral solução torna-se indispensávela intervenção
decisiva do Estado Brasileiro...”
Foi o presidente Getúlio Vargas, já em 1937, o primeiro a fazer uma
intervenção estatal no setor habitacional, com a regulamentação das carteiras
prediais , financiamentos feitos através da Caixa Econômica, com o viés
paternalista e concentrador daquele momento histórico do “Estado Novo”.
Favelas
O primeiro programa
de “erradicação de
favelas” deu-se na
Prefeitura do Rio de
Janeiro em 1940.
Houve , na sequência
histórica, na década
de 1960 , a criação do
BNH, e a definição de
que “ os recursos
aplicados nos
financiamentos
habitacionais viriam
dos depósitos por
fundo de garantia por
tempo de serviço”.
Segundo livro “Caixa, uma história brasileira”, de Eduardo Bueno, “de 1995 a 1998 , os
recursos para habitação atingiram R$ 9,53 bilhões, permitindo o financiamento de 913
mil unidades, beneficiando 3,55 milhões de brasileiros”. Mas muito ainda há por fazer...
Favela do Canal da Anhaia
mangue da baía de Paranagua
Foto de Carlos Ruggi / 2007
E aqui chegamos nós, depois da extinção do BNH em 1986, ainda todos envolvidos
com a Caixa – nossa parceira prioritária – no momento auspicioso do anúncio do Plano
de Aceleração do Crescimento do Governo Lula, anunciado no Paraná em agosto de
2007, na cidade de Piraquara, no futuro empreendimento Cohapar/Caixa que será o
Bairro Novo de Guarituba, local da preservação dos mananciais de água de Curitiba.
Neste final de outubro, estamos reunidos, na cidade Foz do
Iguaçú, no Paraná, por convocação do Ministério das Cidades
para elaborar sugestões ao Plano Nacional de Habitação de
Interesse Social, no âmbito dos três estados do sul do Brasil.
Mãos à obra!
Algumas idéias para o Plano Nacional
de Habitação de Interesse Social
1
•Estabelecer a meta de no mínimo
1% do ICMS estadual para
contrapartida das políticas de
habitação do Governo Federal,
dentro da proposta de que “ fazer
habitação digna e fazer cidades
urbanizadas”.
2
•Priorizar investimentos em bolsões
de exclusão social e regiões dos
estados que tenham os menores
“IDHs”, ou índices de
desenvolvimento humano.
Morro da Favela, quadro de Tarsila do Amaral.
1924. Coleção particular. - SP.
3
•Elaborar Planos Estaduais de
Desenvolvimento Humano que
contemplem moradias dignas ,
nas cidades e nos campos, e
sejam instrumentos de
estímulo à revitalização de
áreas de risco – através da
urbanização social. Sejam
ainda incentivo ao
empreendedorismo, à pequena
propriedade e à agricultura
familiar.
Morro da Favela, quadro de Tarsila do Amaral.
1924. Coleção particular. - SP.
O urbanisma Luiz Armando Garcez, fundador do IPPUC, e filho do ex-prefeito de
Curitiba Moreira Garcez refere:
Curitiba e o sul do Brasil “ (...) ainda conservam antigas colônias agrícolas – polonesas,
italianas, ucranianas, quilombolas – cujo traçado ainda persiste, ajuda a decifrar o
passado e evocar a história do processo do desenvolvimento urbano.
Um movimento nascido nos Estados Unidos, chamado de “Novo Urbanismo” proclama
sua diretriz fundamental: “ O que era velho volta a ser novo”. As nossas velhas colônias
, de mais de um século, são um exemplo bem sucedido de um modelo policêntrico, e
multiracial, e que, talvez, quem sabe, um dia voltem a ser novas...”
Colônia de Thomaz Coelho, nos idos de
1880, Araucária - Grande Curitiba
4
A Cohapar defende a idéia de reassumirmos a colonização das várzeas
dos rios metropolitanos – nas periferias das grandes cidades – com o
estímulo a chamadas “Novas Colônias”, capazes de contemplar a
preservação ambiental dos fundos de vale e evitar a ocupação de risco de
áreas degradáveis.
5
•É dever do Sistema Nacional de Habitação através de seus
membros pesquisar a chamada “Casa Ecologicamente
Correta” ou com consumo mínimo de carbono, ou ainda a
casa auto-sustentável, ou Casa Verde.
6
•O processo prolongado de exclusão social não seja pretexto para
construções precárias ou de má qualidade. O povo mais humilde merece
o melhor. Só assim dar-se-á o justo resgate social dos brasileiros
herdeiros da tradição das “senzalas e favelas”.
“ O mais belo é o mais justo”.
Rafael Greca de Macedo
Engenheiro presidente da Cohapar.
Onde Eliana viveu
“A minha maior alegria vai ser tomar um banho quente”, afirma Eliana R. dos Santos
Onde Eliana foi morar
Eliana, seu marido Manoel e seus 7 filhos ,de Arapoti,estão de casa nova Cohapar
Onde Carmelinda viveu
“Não vejo a hora de mudar. Meu bebê vai nascer numa casa de verdade”
Carmelinda Mendonça Góes, 20 anos, grávida de 6 meses.
Onde Carmelinda foi morar
Carmelinda e seu marido vivem no Residencial Araxá,em Renascença.
Onde José viveu
“Viu como meu barraco é apertadinho? Vamos mudar amanhã mesmo”, afirma
José Aparecido Pereira.
Onde José foi morar
A família de José Aparecido mora no Residencial Arapoti desde 12/09/07
Onde Santina viveu
“Esta semana me senti dona da minha casa”,
diz com orgulho Santina Venâncio, 50 anos
Onde Santina foi morar
Dona Santina recebendo a chave da sua nova casa no Residencial Realeza PR
A triste realidade das favelas em volta de Curitiba está mudando
Vila Zumbi dos Palmares
Vila Zumbi dos Palmares
Novos Padrões Arquitetônicos
Projeto Casa Verde
A casa verde utiliza materiais ecologicamente corretos em sua construção,
dispõem de cisterna para captação de água da chuva e um aquecedor solar
confeccionado com materiais reciclados (garrafas pet e caixas tetra pak),
tornando-se uma residência ambientalmente sustentável.
Além da economia de energia elétrica, o sistema ecológico beneficia
diretamente o meio ambiente com uma reciclagem direta, sem qualquer
processo industrial nos descartáveis, proporcionando um destino útil a
embalagens que certamente acabariam nos aterros sanitários ou dentro
dos rios.
Bairro Guarituba
Acabam as ruas sem saída, junto ao rio.
Mil famílias estão sendo realocadas no mesmo bairro. As áreas vermelhas
indicam as ocupações de risco e as amarelas os locais das novas moradias. O
verde indica o parque de captação de água da cidade de Curitiba
Bairro Novo / Guarituba 2007
• Valorizar as ruas, a ortogonalidade do correto traçado urbano
• Criar uma Arquitetura e urbanismo contra o crime
• Reequilibrar a relação entre Homem X Ambiente
• Criar ruas verdes de convívio social
Clique na imagem para iniciar
Beira Rio
Parque linear Mané Garrincha
Ex – favela de Curitiba, urbanizada contra o crime em 1994.
Fotografias de 2007, 13 anos após a intervenção positiva
Beira Rio
Ocupar de forma ambientalmente correta a beira dos rios através da:
• Recuperação de áreas degradadas
• Preservação de áreas de manancial
• Implantação de parques lineares, ciclovias e quadras poli-esportivas
• Previsão de espaço para vazão das cheias
• Limitar a ocupação humana em áreas de preservação permanente
Solução
Proposta,
Urbanização
Contra o
crime
Residencial
Beira Rio
Favela
ou
Ocupação
irregular,
várias casas num
mesmo terreno,
ou local
de criminalidade
facilitada
Vazios Urbanos bem ocupados
• Minimizar os custos de infra-estrutura, pela ocupação correta
• Reduzir espaços ociosos, propícios à criminalidade e a insalubridade
• Inserir famílias de migrantes no contexto da cidade
• Diversificar a vizinhança, inclusive em relação à faixa de renda familiar
• Fazer habitação bem feita é fazer cidade contra o crime
PROGRAMA VAZIOS URBANOS
Bom Exemplo: 81
casas já estão em construção em vazios urbanos no
Norte do PR. Sendo 47 em Londrina, 17 casas em Porecatu, e 17 casas
em Guaraci.
As de Londrina são em lotes vagos dos bairros Cabo Frio (13 casas) e
Tibagi( 34 casas).
Moradias Dignas
Em todo o Estado do Paraná ( 399 cidades ) estamos trabalhando em um imenso
Território ordenado e urbanizado com moradias dignas:
• 12.853 novas casas em construção
• 60.140 novas casas serão construídas até 2010
• 145 bairros novos = 5515 casas novas entre outubro e Natal /2007
Residencial Arapongas - julho 2007
Amélia: do despejo à casa própria
“Vejam a dimensão
redentora e humanitária do nosso
trabalho, manifesta no
rosto desta Amélia - (mulher de
verdade) - sofredora, mãe e esposa,
que finalmente conquistou sua casa
própria em Arapoti.
Amélia havia sido despejada
não tinha para onde ir...
Agora mora em uma casa da Cohapar/ Caixa”.
Somos o bem que fazemos.
O que não se faz, não existe.
Rafael Greca, presidente da Cohapar
“O ótimo é inimigo do bom”,
Às vezes procuramos o melhor e semeamos o pior.
“ O mais belo é o mais justo”.
Receita de harmonia do oráculo de Delfos
As Cidades
melhoram quando a inovação
é forte não só no mercado,
mas no campo da justiça social.
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