Comunicado de Imprensa N.º15/38(P) PARA DIVULGAÇÃO IMEDIATA 06 de Fevereiro de 2015 Fundo Monetário Internacional Washington, D.C. 20431 USA Corpo técnico do FMI conclui Visita à República Democrática de São Tomé e Príncipe Os comunicados de imprensa divulgados no final das missões das equipas do FMI apresentam conclusões preliminares após uma visita a um país. As opiniões expressas no presente comunicado são inteira e exclusivamente as do corpo técnico do Fundo e não representam necessariamente as perspectivas do Conselho de Administração do FMI. Esta missão não resultará numa discussão a nível do Conselho. Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) visitou São Tomé e Príncipe de 30 de Janeiro a 06 de Fevereiro de 2015 para discutir a evolução económica recente do País e para apoiar na preparação do Orçamento de 2015 pelo Governo recentemente eleito. O programa económico a médio prazo de São Tomé e Príncipe é apoiado pelo FMI no âmbito do Instrumento de Crédito Alargado (ECF na sigla em inglês)1, um programa trienal no montante de DES 2,59 milhões (cerca de US$4 milhões). Este programa foi aprovado pelo Conselho de Administração do FMI em 20 de Julho de 2012 (consultar Comunicado de Imprensa N.º 12/272). A segunda avaliação do ECF foi concluída a 16 de Dezembro de 2013. A missão manteve encontros com o Ministro das Finanças e da Administração Pública, Dr. Américo Ramos, Governadora do Banco Central, Dra. Maria do Carmo Silveira, altos quadros do Governo, representantes da Assembleia Nacional e com a comunidade de doadores. Na conclusão da missão, Maxwell Opoku-Afari, Chefe da Missão do FMI para São Tomé e Príncipe, emitiu a seguinte declaração: “A actividade económica em 2014 continuou a bom ritmo. Prevê-se que o crescimento do PIB atinja os 4,5 porcento, sustentado por um Investimento Directo Estrangeiro (IDE) mais elevado, muito embora a implementação dos projectos de investimento público financiados 1 O Instrumento de Crédito Alargado (ECF) é o principal instrumento do FMI de apoio financeiro de médio prazo aos países de baixo rendimento. Este instrumento garante um maior nível de acesso ao financiamento, termos mais concessionais, maior flexibilidade na concepção do programa, e condicionalidade mais simplificada. Actualmente, o financiamento ao abrigo do ECF tem uma taxa de juro zero, um período de carência de 5 anos e meio, e um prazo de maturidade de 10 anos. 2 pelos doadores tenham sofrido uma desaceleração. A inflação continuou a descer reflectindo a adopção da paridade fixa com o Euro, em Janeiro de 2010, tendo atingido 6,4 porcento no final de 2014 (a taxa de final do ano mais baixa das duas últimas décadas). As reservas internacionais do Banco Central, estimadas em 4,7 meses de cobertura das importações, permaneceram a níveis confortáveis. Devido a algumas derrapagens orçamentais durante o primeiro semestre de 2014, o deficit primário interno atingiu 3,6 porcento do PIB e no final de 2014 foi mais elevado do que o estimado no âmbito do programa. O novo Governo está fortemente empenhado em restaurar a disciplina orçamental para assegurar a credibilidade do regime de taxa de câmbio fixo, e também em gerar poupanças orçamentais necessárias para apoiar o Programa de Investimento Público, que se reveste da maior importância para o País. Neste sentido, a missão apelou ao novo Governo para que, na preparação do Orçamento de 2015, tome medidas conducentes ao reforço da mobilização de receitas internas e ao restabelecimento do controlo das despesas (nomeadamente no reforço da gestão das finanças públicas) para corrigir as derrapagens orçamentais de 2014. A missão do FMI sublinhou mais uma vez a importância de continuar a contar com donativos e financiamentos em condições altamente concessionais para que o Governo consiga relançar o programa de investimento público – uma condição essencial para mitigar o elevado risco de sobre-endividamento de São Tomé e Príncipe. O novo Governo expressou o seu interesse em manter as relações com o FMI no âmbito de um programa. As discussões com as autoridades terão continuidade num futuro próximo.”