45 ANOS ACOMPANHANDO O EDUCADOR
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ANO 45 . Nº 389
AGOSTO . 2012
AMAE educando - 389 . Agosto . 2012
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Editorial
por Cristina Ministerio
Chegamos ao 2º semestre com a impressão de que o tempo
continua correndo e que, logo, logo estaremos envolvidos nos preparativos do final do ano, com as preocupações típicas dessa época. A
sensação do dever cumprido é a que todos nós almejamos, por isso,
a revista AMAE Educando continua firme na convicção de ajudar os
professores a melhor desempenhar seu trabalho. Esta edição é um
poderoso auxiliar nesse processo, porque aborda temas de que as
Índice
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@MAE ON LINE
fixo
A Fundação AMAE e a revista AMAE
Educando na web
escolas não podem prescindir.
Valorizar as nossas tradições e costumes, não deixando que
eles se percam, é uma delas. Dois artigos abordam o folclore e privilegiam um personagem que vive no imaginário popular brasileiro – o
saci-pererê. Como as modernas tecnologias, felizmente, não impedem a proliferação dos mitos e lendas, nossas crianças convivem
bem com os seres que atendem à necessidade infantil de dar vazão
às suas fantasias. Os textos publicados despertam a criatividade,
oportunizando que as crianças vivenciem os contos folclóricos que
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ENCARTE
BOLETIM DE NOTAS
Notas sobre educação e cultura
Conte um conto
Mistério da estrada de ferro
elas leem ou ouvem. E, se pegar um saci “de carne e osso” é difícil
(p.18), o mesmo não se pode dizer de costurá-lo com agulha e linha
(p.15).
A ecologia é outro tema que não pode deixar de ser trabalhado no ambiente escolar. Do Paraná, nos chega o texto de dois
pesquisadores da Unipar, aliando a reciclagem à arte-educação para
a produção de fantoches de animais da nossa fauna (p.31). Claro
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PONTO FINAL
A indispensável literatura na aquisição
das habilidades de leitura e escrita
que a sua utilização é recurso importante para a educação ambiental
e, seguindo os passos para a sua confecção, todos nós nos transformamos em habilidosos defensores do meio ambiente. Na seção
Opinião (p.39), temos acesso à defesa de outra coisa que não pode
faltar na escola – brinquedos e brincadeiras. A autora
nos questiona: “Será mesmo que as crianças
não brincam mais como antes?”
Educação Infantil aos anos finais do Ensino Fundamental, os projetos revelam atividades estimulantes,
lúdicas e variadas. Desafiados, os alunos produzem e
os professores cumprem seu dever. E nós nos alegramos com isso.
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Paulo
temas são explorados, com diferentes olhares. Da
gio São
são tão pertinentes? Às páginas 8, 43 e 46, estes
o Colé
ler e escrever num ambiente onde essas coisas
Arquiv
E como deixar de falar de livros, literatura,
Semana literária oportuniza contatos dos pequenos alunos com o mundo das letras
revelado pelos livros
Arquivo pessoal
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COMEMORAÇÕES
Para lembrar que o folclore deve ser
trabalhado todos os dias
COMEMORAÇÕES
Uma caçada que foge do fantástico em busca de um saci real
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ESPECIAL
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REPORTAGEM
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TEMAS TRANSVERSAIS/MEIO AMBIENTE
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TEMAS TRANSVERSAIS/
PLURALIDADE CULTURAL
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OPINIÃO
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LITERATURA
Sugestão de como trabalhar com alunos a
autonomia
ilva
Carla S
De como o Memória de Elefante saiu do
campo das ideias e chegou às escolas com
uma proposta inovadora de pesquisa escolar
pessoal
Sucatas viram fantoches que ajudam na
conscientização dos problemas que afetam a
ecologia
Arquivo
Nesta edição
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EDUCAÇÃO INFANTIL
Atividades interdisciplinares privilegiam a África e
suas contribuições para a cultura brasileira
Sugestões de brincadeiras para que as crianças continuem a fazer o que é uma tarefa
natural da infância: brincar
Quando as palavras viajam de um texto para outro, de uma época
para outra, de um autor para outro
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Educação
Infantil
Semana Literária
– conquista coletiva –
Colégio da capital mineira promove uma semana literária,
oportunizando, aos alunos que se iniciam no mundo das letras, o
contato lúdico com os livros.
Cristiane Torres Ragone é coordenadora da Educação Infantil e do 1º ano do
Ensino Fundamental I do Colégio São Paulo (Belo Horizonte – MG).
Konvyt
Nossa crença ao desenvolver
este projeto é que a educação é um
processo de formação, pois o sujeito,
em interação com o mundo, constrói
e amplia o seu universo cultural e
social. O processo ensino/aprendiza-
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gem não pode ser considerado apenas
como atividade intelectual, uma vez
que se aprende participando, vivendo
sentimentos, tomando atitudes diante
de fatos, escolhendo procedimentos
para atingir determinados fins.
A literatura é um aspecto bastante valorizado em nosso contexto
sociocultural, já que a conquista do
mundo letrado é uma questão de sobrevivência, de cidadania, de humanização.
Sabemos que as crianças,
estando em contato com a literatura
desde muito cedo, desenvolvem não
só o gosto pela leitura e pela escrita,
mas também adquirem melhor competência linguística. Ao promover um
ambiente que as envolva com a arte
de ler, ouvir e contar histórias e a ter
contato com variados modelos textuais, estaremos, também, contribuindo
para a construção de seu discurso escrito e falado.
Com a intenção de proporcionar aos nossos alunos maior envolvimento com o mundo letrado,
incentivando as novas descobertas e
observações, estimulando a criatividade, possibilitando o contato com
bons textos, a descoberta de novas
palavras, a musicalidade e sonoridade
das histórias, desenvolvemos na escola o projeto “Semana Literária.”
Programação
Maternais: exposição de tra-
balhos de arte desenvolvidos a partir
de livros de literatura escolhidos pelas
turmas.
1º período: reconto da história
“A Dona Baratinha”.
2º período: dramatização da
história “Maria vai com as outras”.
Objetivos
•Despertar o interesse pela literatura.
•Proporcionar contato com os
livros e variados modelos textuais.
•Conhecer autores.
•Oportunizar momentos de
leitura e reconto.
Cada professor da Educação
Infantil elegeu, juntamente com seus
alunos, um autor, coleção ou obra literária para trabalhar durante o período
que antecede à Semana Literária. Para
isso, foi de suma importância que o
professor fizesse uma pesquisa prévia
sobre o interesse das crianças, bem
como uma consulta a livrarias, bibliotecas, editoras, sites especializados a
respeito de lançamentos e modelos
textuais adequados à faixa etária de
sua turma.
A partir desta escolha, o trabalho foi desenvolvido com cada sala
de aula, atendendo os objetivos citados, a fim de serem apresentados em
algum tipo de empreendimento (cantigas, poesia, varal de trabalho de artes, biografia de autores), na Semana
Literária. As apresentações foram expostas em varais, recitais, instalações
e ilustrações.
Nesta semana houve feira de
livros, contação de histórias, visita de
autor e muito mais...
As turmas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio também
participaram da Semana Literária,
entretanto, neste artigo, priorizamos
as atividades realizadas pelos alunos
da Educação Infantil, narradas pelas
professoras das turmas, apresentadas
a seguir.
Em clima de suspense
Maternal II
Sumaya Magalhães Kayali Ferraz é pós-graduada em Educação Infantil e Docência do Ensino Superior
Resolvi trabalhar com o livro
Bumburlei, de autoria de Tatiana Belinsky da editora Formato, pois achei
que estava de acordo com o interesse
da turma e ser de fácil entendimento.
Fiz a apresentação do livro na roda,
trabalhando a observação e a concentração das crianças. Contei a história
por partes, para criar o clima de sus-
pense que o livro proporciona.
Conversamos sobre a história,
dando ênfase às adivinhas. Pude perceber que a curiosidade tomou conta
da nossa roda. Fiz o reconto da história várias vezes, deixando que as
crianças manuseassem e compartilhassem o livro. Cada criança pôde recontar também a história do seu jeito.
Trabalhamos com a representação gráfica, usando o desenho do
Bumburlei no papel craft, no chão
da sala, com a contribuição artística
de todos. Fizemos a pintura no TNT
com tinta guache e confeccionamos
os monstrinhos Bumburlei, um para
cada criança e outro bem grande para
a turma. Aproveitei para trabalhar o
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Arquivo Colégio São Paulo
Monstrinho Bumburlei posa para foto da turma do maternal II
conceito de grande/pequeno, comparando os monstrinhos. Trabalhando a
coordenação motora e a percepção tátil, enchemos o Bumburlei com jornal
amassado pelas crianças e com manta
acrílica.
Fizemos, no papel craft, outras
gravuras do livro, usando giz de cera,
prevalecendo a rabiscação.
Nosso empreendimento foi a
exposição do Bumburlei na escola,
aberta ao público escolar e familiar.
As crianças levaram para casa um
Bumburlei pequeno, no pau de picolé,
com o nome da história para informar
à família sobre o tema trabalhado.
Foi um trabalho muito prazeroso e gratificante, pois manteve o
interesse e o envolvimento da turma
durante todo o seu desenvolvimento.
Consegui alcançar o meu objetivo, de
despertar o interesse pela literatura e
prender a atenção das crianças, estimulando a sua imaginação e criatividade.
“O ato de ouvir uma história não fica somente na audição das
palavras, mas é fixado na mente da
criança, fazendo com que ela possa interpretar o mundo social onde
está inserida, transformando-se num
sujeito ativo e participativo.” Louis
Paswels
Uma história de pirata
Maternal III
Ede Carolina Marques é pós-graduada em Educação Infantil e Alfabetização
A escolha do livro O pirata
Nhac de autoria de Jonny Duddle, da
editora Brinque Book, justifica- se por
essa temática estar sempre presente
nas brincadeiras, histórias, filmes e
fantasias das crianças. A utilização de
recursos e técnicas variadas de narração de histórias proporcionou momentos de atividades diferenciadas e
enriquecedoras, integrando diversas
áreas do conhecimento, além de esti-
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mular o hábito pela leitura, a criatividade e o faz de conta, contemplando
as várias formas de expressão.
Sendo todo o texto do livro em
rimas, durante a leitura procuramos
palavras que também rimavam com
os nomes dos alunos, da professora e
outros, possibilitando a ampliação do
vocabulário dos pequenos.
Ao observar as ilustrações do
livro, as crianças se entusiasmaram
com a caracterização dos piratas e,
então, confeccionamos acessórios
como: tapa-olho, chapéu, bandana e
luneta, além do grande barco e um
mapa do tesouro, estimulando a brincadeira simbólica.
O tema da Campanha da Fraternidade 2012 -Saúde- não ficou de
fora. Explorando os aspectos da embarcação, as crianças ilustraram cartas
sugerindo hábitos de uma boa higiene
Arquivo Colégio São Paulo
para toda a tripulação de piratas que
seguiam viagem.
Idealizamos uma Caça ao tesouro, para envolver mais as crianças
com os piratas e sua forma de vida.
Em vários momentos fomos
embalados por uma melodia feita
especialmente para o nosso projeto,
composta pela professora de Música,
que também nos acompanhou durante
a tão esperada Caça ao tesouro. Com
o barco e os mapas prontos, fomos em
busca ao tesouro escondido. Exploramos conceitos como: dentro, fora, perto, longe e outros, bem como noções
de lateralidade, localização e espaço,
tendo como referência a observação
do pátio, distribuição e a localização
dos ambientes nas dependências de
toda a escola.
Ao encontrar o tesouro, o suspense continuou pois, junto dele, havia uma carta deixada pelo capitão do
navio, dizendo que seria necessário
conhecer as “palavrinhas mágicas”
para abrir o tal baú. Logo começamos
a escutar: “obrigado”, “vamos dividir
com o coleguinha”, “com licença”,
“temos que fazer carinho” e, assim,
Alunos consultam o mapa do tesouro: são vários piratas e um só mapa
a caixa se abriu. O que encontramos
dentro do baú do tesouro do pirata?
Ah! Moedas de chocolate e os medalhões da amizade que encaixavam as
metades com a de um amigo, reforçando o companheirismo, boas maneiras, abordando valores e reforçando a afetividade.
Assim, trabalhado de forma
prazerosa e divertida, a leitura do livro trouxe momentos de ludicidade
no trabalho com as crianças do maternal, possibilitando o acesso ao mundo
da imaginação e da fantasia, da pureza
e do sonho, tão essenciais para o pleno desenvolvimento infantil.
Uma nova versão para
D. Baratinha
1º período
Renata de Oliveira Bréscia é pós-graduada em Educação Infantil e Alfabetização
Uma das intenções do projeto
foi desenvolver nas crianças o gosto
pela história, o prazer pela dramatiza-
ção. Escutar histórias, conhecer novas
palavras e seus significados, recontar histórias é de grande importância
para o desenvolvimento da linguagem
oral e escrita. Por meio das histórias,
a criança conhece lugares diferentes,
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Arquivo Colégio São Paulo
Dramatização faz crianças vivenciarem o mundo fantástico da literatura
pessoas que se expressam de diversas maneiras. Contar história é uma
atividade que desenvolvemos, diariamente, na sala de aula, e o encantamento das crianças acontece sempre,
mesmo que já tenham ouvido algumas
vezes a mesma versão. Foi após perceber o envolvimento da turma com
a história da Dona Baratinha, um
texto que apresenta frases repetitivas
que ajudam as crianças a memorizar
com maior facilidade, que resolvemos
apresentá-la na Semana Literária em
forma de reconto e dramatização.
Trabalhamos com três versões
da história: Dona Baratinha, recontada por Ana Maria Machado, editora
FTD, Emengarda, a Barata, de Pierre
André, da editora Aletria e A história
da Baratinha, recontada por João de
Barro (Braguinha) da editora Moderna. Após conhecermos as três versões,
escolhemos a do Braguinha, para o reconto e a dramatização pois esta traz
uma melodia, com a qual todos se
envolviam. Quando a baratinha cantava para o bicho que passava, “Burrinho que vai passando quer comigo
se casar...” os olhinhos das crianças
brilhavam. Sendo assim, começamos
a escrever nosso livro e todos os dias
registrávamos um pouco. Depois, foi
a hora de ilustrar. Esta etapa aconteceu em dezessete dias, uma página
a cada dia. Junto com as ilustrações,
tivemos os momentos de brincadeiras de faz de conta, para escolhermos
qual personagem cada criança iria representar. No momento em que decidimos a história que iríamos representar, começamos a produzir o cenário.
Enfim, foi um trabalho recompensador tanto para as crianças, quanto para professoras. O envolvimento
da turma na produção do livro e apresentação do teatro foi fundamental
para o sucesso do projeto, demonstrando que estes são elementos especiais que devem sempre orientar nossa ação pedagógica para o letramento.
Um livro de valores
2º período
Luciana da Mata Barros é pós-graduada em Psicopedagogia
Um dia partimos. Partimos juntos. Fizemos uma viagem inesquecível! Não estávamos partindo somente
para um mundo de imaginação, mas
por meio da história tínhamos um
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conhecimento a ser explorado e enriquecido. E assim fizemos! Pegamos
carona com Sylvia Orthof na história
Maria vai com as outras (editora Ática, Coleção Lagarta).
A história leva a criança ao
encantamento e divertimento, estimulando a inteligência, promovendo
a socialização, enriquecendo o vocabulário, linguagem, imaginação, me-
mória e atenção. E, ao mesmo tempo
em que leva ao interesse pelos livros,
também abre portas para um mundo
mágico e repleto de suspense.
A escolha pela história Maria vai com as outras deveu-se a sua
contextualização que favorece o desenvolvimento de estratégias com
maneiras variadas de resolver conflitos, utilizando diálogo e argumentos
críticos, evitando, assim, reprodução
de atitudes de outro colega de forma
insegura e imatura.
Definindo a partida
Arquivo Colégio São Paulo
A semana literária estava se
aproximando. A empolgação era geral! Os alunos começaram a sugerir
vários personagens, livros, temas.
Aproveitei, então, o momento para
lançar a minha idéia de trabalhar com
a história Maria vai com as outras,
uma vez que seu enredo ia ao encontro com a nossa realidade diária. Era
um bom momento de trabalhar o pro-
blema de forma lúdica e prazerosa.
Apresentei o livro em uma caixa surpresa. Com ar de suspense utilizei pistas como:
“É uma história super bacana
que ensina uma coisa que a gente não
pode esquecer nunca mais...”
“Não tem príncipes nem princesas... mas tem uma personagem
muita esperta que aprendeu uma grande lição.”
“O que a história ensina deixa
as pessoas superpoderosas.”
“Essa personagem queria nos
fazer uma visita para nos ensinar o
que ela aprendeu.”
A história é um veículo extremamente atraente, pois as crianças de
cinco anos se encontram na fase da
fantasia e do faz de conta. São muito
ativas e estão sempre prontas a adquirir novos conhecimentos e experiências. Daí a importância de desenvolver um projeto literário que aborde
de forma crítica a maneira de se rela-
cionar com o outro. Acredito que se a
criança vivenciar experiências significativas, os conhecimentos adquiridos
terão efeitos duradouros.
Novidade à vista
A turma demonstrou muito interesse pela história escolhida, participando com pesquisas sobre a vida e
obras da autora Sylvia Orthof, o que
trouxe ricas descobertas a cada dia.
Nessa atividade de pesquisa,
cada criança compartilhava, o que
descobriu sobre a autora, em rodas diárias. E foi em uma dessas discussões
que descobrimos que a autora também
gostava muito de poesias e que tinha
um livro somente de poesias para
crianças. A partir dessa informação
começaram a chegar pesquisas de textos poéticos da autora e, como o interesse era notório, decidimos explorar
juntamente com a história Maria vai
com as outras a poesia “A pulga”, escolhida e trazida pelos alunos.
Iniciamos o trabalho com a poesia, procurando entender o significado de algumas expressões ou que tipo
de sentimento aquele jogo de palavras
despertava. A cada dia era proposto
um tipo de atividade: ilustração, ditado, declamação e assim, naturalmente, os alunos se apropriaram do texto,
fazendo sua memorização.
da
O interesse pela literatura favorece atividades de expressão corporal: empolgação vai
além das letras
Começamos a caminha-
Nem preciso dizer que a essas
alturas a turma estava superempolgada com o projeto e com a autora. Então, começamos a trabalhar a história,
realizando atividades diversas como:
artes, interpretação oral e escrita, dramatização, expressão corporal, música, ampliação do vocabulário.
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forma de expressar todo o conhecimento adquirido e decidimos montar
uma peça teatral sobre a história Maria vai com as outras e um recital da
poesia “A pulga”.
A turma apresentou o teatro e
a poesia de forma segura e com muita alegria, o que pôde ser observado
em cada gesto, fala e sorriso. E, ainda,
confeccionamos um tapete literário,
juntamente com a sacola em forma de
ovelha para a criança guardá-lo após
seu uso. O tapete literário despertou
o interesse dos alunos, pois o manuseio das peças favoreceu a criação e a
imaginação.
Avaliação
Na estante, livros são estrelas da Semana Literária
Durante todo esse trabalho, o
mais interessante foi observar a mudança de comportamento dos alunos
em relação à tomada de decisões, pois
alguns já demonstravam maior segurança e autonomia em suas escolhas,
ou seja, como “Maria” estavam caminhando com suas próprias pernas.
A partir daí, foram, também,
intensificados trabalhos com clássicos
infantis, uma vez que o interesse por
histórias era muito grande.
Reorganizando a caminhada
Estava tudo indo muito bem.
Pesquisas, dramatizações, artes, declamações, histórias, interpretação,
música, expressão corporal. Sendo
assim, começamos a pensar em uma
Só a mudança de atitude do
grupo, já seria o suficiente para justificar esse projeto. Mas foi além... as
crianças fizeram descobertas enriquecedoras sobre uma escritora brasileira,
o que favoreceu o gosto por novas leituras e ainda, possibilitou o trabalho
de escrita, artes, expressão corporal e
dramatização. A turma cresceu não só
no aspecto cognitivo, mas, principalmente, culturalmente.
Valeu muito a pena!
Konvyt
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