Vinho&Cia Ano 4 - Número 29 - R$ 7,00 O Seu Melhor Programa com Vinho ConVisão Adega do restaurante Friccó, na Vila Mariana em São Paulo P. Verger, em São Paulo Onde Beber em Moema e Vila Mariana Rio 40 Graus: Oscar Daudt, em estréia, mostra o clima dos enoeventos Massas & Vinhos O que combina & Festival no Rosmarino O Que Beber Tintos, brancos e espumantes para rechear a sua adega Vinhos que provamos antes para você beber melhor Brasil, América do Sul, Velho Mundo... & Muito mais! FESTIVAL VINHO&CIA MASSAS, VINHO&CIA APRECIE A PREÇOS ESPECIAIS NO ROSMARINO OS VINHOS QUE RECEBERAM A MEDALHA CIA. DE OURO DO VINHO&CIA COM 3 TIPOS DE MASSAS MEZZALUNA DE BRIE E AMÊNDOAS AO SAUTÉE DE TOMATE TAGLIOLINE ORECCHIETTE AOS COGUMELOS MISTOS AO RAGÚ PUGLIESE Luiz Argenta Gran Reserva Merlot Sanjo Núbio Rosé Cabernet Wine Premium Caliterra Tribute Chardonnay Don Laurindo Reserva Ancellotta Luiz Argenta Gran Reserva Merlot Magna Emiliana Syrah Don Laurindo Reserva Malbec Wine Premium Trivento Golden Reserve Malbec R$70 R$35 R$55 R$50 R$70 R$23 R$56 R$78 APRECIE COM MODERAÇÃO ATÉ 15 DE MAIO DE 2008 SOMENTE NO ROSMARINO, NA R. HENRIQUE MONTEIRO, 44, PINHEIROS, (11) 3819-3897, SÃO PAULO OS PREÇOS PODERÃO SER ALTERADOS CASO HAJA ALTERAÇÕES POR RAZÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 2 Vinho&Cia - No. 29 Aprecie com moderação. Liba Propaganda !./3$%%8#%,´.#)! %0)/.%)2)3-/%-!$%'!3 %#,)-!4):!£À%3 CONSULTE-NOS ANTES DE COMPRAR UMA ADEGA. O MELHOR SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO DO BRASIL, DESENVOLVIDO EXCLUSIVAMENTE PARA O NOSSO CLIMA. s'AVETASCORREDI ASs4ERMOSTATODIGITALs3ISTEMAANTITREPIDA ÎO sDEECONOMIANAENERGIAELÏTRICAs-AISDEMODELOSDEADEGASECLIMATIZA ÜES DEAMBIENTESQUECOMBINAMCOMASUACASAsANOSDEGARANTIAPARATODALINHA-ETAL VISITE NOSSA LOJA VIRTUAL: www.maisondescaves.com.br Vinho & Cia - No. 29 SHOW ROOM FÁBRICA: 11 5525-2400 São Paulo: www.artdescaves.com.br 3 Aperitivo Para aproveitar o outono com vinho Vinho&Cia Ano 4 - Número 29 Editor Regis Gehlen Oliveira Publicação C hegamos ao início do outono com algumas novidades para você aproveitar melhor o Vinho&Cia. No caderno Vinho em SP estão concentradas agora as informações relativas ao ambiente paulistano. É o início do projeto de cadernos regionais, que terá sequência nas próximas edições com outros mercados. Nesta edição indicamos Onde Beber Melhor nos bairros de Moema e Vila Mariana e promovemos o Circuito Vinho&Cia em restaurantes selecionados da região para você apreciar pratos harmonizados com vinhos selecionados pela nossa equipe. O clima carioca dos enoeventos, com gente e vinhos, está refletido na coluna de Oscar Daudt, que estréia no Vinho&Cia direto do Rio de Janeiro. Nesta edição você pode conhecer bons vinhos para combinar com três tipos de massas e, melhor ainda, pode vivenciar a experiência no restaurante Rosmarino, em São Paulo, onde promovemos um festival com essas massas e os vinhos que degustamos às cegas e premiamos como as melhores harmonizações. E mais, você pode aproveitar nas várias páginas do Vinho&Cia as estórias, as dicas, o humor e o conhecimento da maior equipe de colunistas especializados em vinho do país. Bom... Tim-Tim! Vinho & Saúde Enquanto isso... É verdade que... o vinho tem várias propriedade que podem beneficiar as mulheres? S im. Todos os efeitos do vinho para os homens são também aplicáveis às mulheres. Mas Bacco, com seu divino saber, reservou mais para elas. Estudos mostram que as mulheres que bebem vinho regular e moderadamente junto Jairo Monson com as refeições têm atenuadas Médico e escritor as manifestações do climatério e [email protected] menopausa, 50% menos câncer de ovário, menos derrame cerebral, são mais férteis, têm uma pele mais jovial e outros efeitos que favorecem o emagrecimento. O vinho é de fato um alimento que foi concebido pelos deuses para enaltecer a saúde, a beleza e o espírito da mulher. 4 ConVisão Al. Araguaia, 933, 8o. and. Alphaville 06455-000, Barueri, SP Colaboradores Adriana Bonilha Beto Acherboim Carla Maicá Cesar Adames Custódio (cartum) Denise Cavalcante Didú Russo Estevam Norio Ito (fotos) Euclides Penedo Borges Fernando Quartim Jaqueline Barroso Jairo Monson Jorge Monti José Ivan Santos Luciane Manzini Oscar Daudt Sérgio Inglez de Souza Walter Tommasi Assinaturas e Propaganda (11) 4192-2120 [email protected] Vinho & Cia é uma publicação da ConVisão relativa ao segmento de vinhos e suas companhias naturais, como gastronomia, restaurantes, prazer, conhecimento, viagens e outras. Circula principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, nos principais restaurantes e lojas especializadas. Pode ser adquirido por assinaturas ou em bancas selecionadas. Os artigos e comentários assinados não refletem necessariamente a opinião da editoria. A menção de qualquer nome neste veículo não significa relação trabalhista ou vínculo contratual remunerado. Vinho&Cia - No. 29 Da Altitude, o Diferencial! Vinhos Sanjo, produzidos na Altitude da Serra Catarinense Vendas: Av. Irineu Bornhausen, 677 www.sanjo.com.br Fone: (49) 3233-0012 e-mail: [email protected] São Joaquim - Santa Catarina - Brasil Vinho & Cia - No. 29 5 O Que Comprar Recheie Dicas de vinhos a sua adega Aqui estão indicações do Vinho&Cia para se ter em casa um bom conjunto de vinhos com ótimo custo-benefício, para as diversas ocasiões e para acompanhar variados pratos. Siga o sentido da seta para a melhor escolha pratos mais leves pratos mais consistentes Vinhos tintos (temperatura de serviço preferencialmente entre 14oC a 200C) Mais adequados a carnes, queijos consistentes e massas mais condimentadas Miolo Gamay 2008 (R$ 20) Miolo: (0800) 970-4165 Valmarino Cabernet Franc 2005 (R$ 23) Valmarino: (54) 3452-2135 Cousiño-Macul Antiguas Reservas Merlot 2005 (R$ 42) Tilia Alamos Malbec 2006 (R$ 26) Santar: (11) 3227-7355 Casillero del Diablo Res Privada Cabernet-Syrah 2005 (R$ 90) Pernod Ricard: (0800) 014-2011 Vinci: (11) 6097-0000 Don Laurindo Reserva Tannat 2005 (R$ 50) Don Laurindo: (0800) 510-1600 Vinhos brancos e rosés (temperatura de serviço preferencialmente entre 8 a 140C) Mais adequados a peixes, frango, porco, queijos delicados e massas mais leves Lautaro Sauvignon Blanc 2003 (R$ 22) Global Commerce: (11) 5539-5604 Salton Volpi Chardonnay 2005 (R$ 27) Núbio Rosé Cabernet 2006 (R$ 35) Salton: (11) 6959-3144 Sanjo: (49) 3233-0012 Vinhos doces (temperatura de serviço preferencialmente entre 5oC a 80C) Mais adequados a sobremesas, queijos azuis e foie gras Monte Fasenara i Castei Recioto della Valpolicella 2001 (R$ 190) Decanter: (11) 3074-5454 Quinta de Ventozelo Porto Ruby Reserva (R$ 58) Casa Aragão: (11) 6168-3438 QSM Portento Tinto Fortificado 2005 (R$ 52) Quinta Santa Maria: (49) 3233-3677 Vinhos espumantes (temperatura de serviço preferencialmente entre 5oC a 80C) Mais adequados a aperitivos (os do tipo brut) e a sobremesas (os dos tipos demi-séc e Moscatel) Dica de conservação Na hora do consumo você pode estar com o vinho quase na temperatura adequada se guardar corretamente as garrafas em adega climatizada. Os tintos devem ficar nas prateleiras superiores, onde é mais fresco, e os brancos, doces e espumantes nas inferiores, onde é mais frio. 6 Estrelas do Brasil Prosecco (R$ 28) Estrelas do Brasil: (54) 3452-5111 Champagne Pommery Brut Rosé (R$ 250) La Vigne: (0800) 643-0700 Oremus Espumante Moscatel (R$ 15) Fante: (54) 3292-3000 Vinho&Cia - No. 29 O Que Beber Provamos antes para você beber melhor Entre os inúmeros lançamentos no mercado, aqui estão rótulos selecionados considerando ótimo benefício dentro de cada categoria de preço. Champagne? Da Galícia Mais espanhol Em breve, por incrível que pareça, teremos know-how brasileiro na região dos melhores espumantes do mundo. O enólogo Mario Geisse, da Cave de Amadeu, foi convidado por Philippe Dumont, produtor de Premier Crus e Grand Crus, a elaborar seu espumante Cave Geisse lá em Champagne, nos Chateaux da família Dumont. Daqui mesmo, prove o espumante (ou Champagne?) Brut. R$39. Cave de Amadeu: (54) 3455-7461 Os vinhos espanhóis ainda têm no Brasil participação pequena, cerca de 2% do total, mas a qualidade da maioria dos rótulos que chegam por aqui é indiscutível. É o caso do ótimo Pazo Pondal Leira 06, da Galícia, região onde os vinhos brancos imperam: bem aromático, redondo e gostoso, oriundo de vinhas velhas, que vale muito os 60 reais que custa. Wine Premium: (11) 3040-3414 As opções de rótulos espanhóis no país estão em crescimento. A importadora Barrinhas traz agora duas linhas, uma da vinícola Sonsierra, que produz vinhos mais modernos, e outra da Tamaral, um pouco mais tradicionais, elaborados com uvas de vinhedos velhos. O tinto Tamaral Crianza 03 é muito bom, equilibrado, e pode agradar bastante. R$80. Barrinhas: (21) 3325-2311 Rosé do Chile Os vinhos rosés sofrem muito com o preconceito. Boa parte foi realmente ruim durante bastante tempo, mas agora há opções bem interessantes. Um que vale a pena ser conhecido é o da chilena Kankura Wines, elaborado com Syrah e Cabernet, agradável no todo. Ótimo, por exemplo, para acompanhar um prato leve de camarão. R$29. Grand Cru: (11) 3062-6388 Da Alsácia Os britânicos e os norte-americanos consomem hoje mais vinhos brancos do que tintos. Os brasileiro apreciam muito pouco, embora tenhamos ótimos produtos. Um bom exemplo na linha vem da Alsácia francesa com o agradabilíssimo, mineral e leve Riesling 2005, de André Kientzler, que tem produção limitada a menos de 100 mil garrafas por ano, com ótimo padrão de qualidade. R$89. Grand Cru: (11) 3062-6388 Vinho&Cia - No. 29 Novo Mundo na França O colunista Beto Acherboim destaca o ótimo custo-benefício do Mas des Aveylans Syrah 2005, produzido pelo Château des Aveylans. Ele enfatiza: “um vinho fácil de beber e gostar, típico Syrah do Novo Mundo feito na França!”. R$49. Casa Flora: (11) 3327-5199 Especiaria Não-somente as grandes importadoras garimpam vinhos de alta qualidade. É bom prestar também atenção em vinhos das menores. A Joar traz da região de San Juan na Argentina o excelente Cassius Syrah, com aromas e sabores de especiarias, por um excelente preço. R$28. Joar: (11) 3326-0529 Malbec francês Falando em Novo Mundo, Malbec comum por aqui é da Argentina, mas a origem da casta é francesa, de onde vem o Chateau Beauvillain-Monpezat 1998, da região de Cahors. Mesmo com dez anos, não apresenta sinais da idade, ao contrário, mostra bom frescor. O colunista Fernando Quartim afirma: “vale a pena comparar com os argentinos!”. R$68. Vitis Vinífera: (21) 2235-3968 7 O Que Acompanhar Massas A cozinha italiana é a mais presente hoje no Brasil. Seus pratos de massas encantam à maioria principalmente em razão da variedade e dos sabores deliciosos, sejam em preparações simples, ou com toques de alta cozinha. & Vinhos A ressalva para alguns é que “massas engordam”, embora esteja hoje comprovado que o que engorda é comer em excesso e não um prato de massa em si. Pelo contrário, massas podem ser muito leves e ajudarem a emagrecer, se seguirmos um programa alimentar equilibrado. Massas podem ser ótimas companhias para vinhos, e Vinho&Cia resolveu descobrir boas combinações para três pratos diferentes e, além disso, para não ficar apenas na teoria, decidiu proporcionar a todos a possibilidade de provar as massas e os vinhos na prática, em um festival num restaurante. O escolhido foi o Rosmarino, em São Paulo, e as massas foram variadas: uma recheada, uma fresca em formato de macarrão e outra seca com molho de carne. Uma equipe de degustadores do Vinho&Cia provou às cegas (sem conhecimento do rótulo) 27 amostras, enviadas por vinícolas, importadoras e distribuidoras, apresentadas na tabela ao lado. Os melhores rótulos em combinação com cada massa receberam a medalha Cia. de Ouro e estão em destaque. As massas A massa recheada é “Mezzaluna de brie e amêndoas ao sautée de tomate” (recheio de queijo brie e amêndoas, com molho de tomates frescos temperado levemente com laranja). Como acontece com todas as massas, o que determina a sua harmonização com vinhos é o molho, e nesse caso a acidez e o sabor do tomate é que dão o tom. É um prato bem leve. O “macarrão” é um “Taglioline aos cogumelos mis- 8 tos” (massa fina com cogumelos paris, shitake e shimeji, vinho branco e azeite). É um prato delicioso, instigante, com os cogumelos tomando a atenção. A massa seca é “Orecchiette ao ragú pugliese” (massa italiana com picados de carne bovina, cordeiro, panceta e calabresa, tomate e peperoncino). Pode-se dizer que é um molho “bolonhesa” mais incrementado e picante, altamente saboroso, preparado de forma bem equilibrada, sem nenhum excesso de gordura. as taças são boas, a variedade é grande e os sobrepreços são muito bons, abaixo da maioria dos restaurantes. Possui três ambientes distintos: um salão climatizado na entrada com decoração mais “clean”, um charmoso e romântico espaço ajardinado na parte central e uma sala mais reservada para eventos ao fundo. Stella Krempel e Ângela Amado, irmãs e sócias, comandam a casa. Rosmarino: R. Henrique Monteiro, 44, Pinheiros (11) 3819-3897. Fecha sábado no almoço, e domingo e segunda-feira no jantar. O restaurante Rosmarino Aprecie os vinhos e as massas O Rosmarino, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, está em grande ascensão. Oferece durante o almoço um bufê executivo de ótimo nível e à noite pratos italianos com grande cuidado na preparação. O serviço de vinhos é de ótimo nível, e recebeu a cotação 4 estrelas (num total de 5) do Vinho&Cia na sua edição de fevereiro, publicada na reportagem Onde Beber Melhor em Pinheiros e na Zona Oeste de São Paulo. Os vinhos ficam climatizados, Você pode vivenciar também a experiência. As 3 massas e os vinhos escolhidos pelo Vinho&Cia poderão ser apreciados no Rosmarino até 15 de maio. Se você pedir uma das massas poderá pedir um dos vinhos ao preço especial publicado nesta edição. A promoção é possível por meio de parceria entre o Vinho&Cia, o restaurante e os fornecedores. Vinho&Cia - No. 29 O Que Acompanhar Os melhores com as massas Vinho&Cia provou 9 vinhos com cada massa e elegeu os melhores para cada prato. Cabernet (Sanjo Núbio Rosé, brasileiro, de São Joaquim) e um branco de Chardonnay (Caliterra Tribute). O mesmo Luiz Argenta Gran Reserva Merlot também caiu muito bem com essa massa. A degustação provou que a mezzaluna com molho de tomates é uma massa que pode ir bem com vários tipos de vinhos, mas, por outro lado, não é um prato fácil de harmonizar. Pede vinhos mais leves, porém com presença. Os melhores foram um tinto de Merlot (Luiz Argenta Gran Reserva, brasileiro, de Flores da Cunha), um rosé de O Taglioline com cogumelos é mais difícil ainda de combinar, e também vai melhor com vinhos mais leves e que compatibilizem com o sabor marcante dos funghi. Harmonizou muito bem o Don Laurindo Reserva Ancellotta (brasileiro, do Vale dos Vinhedos), com essa uva que a muitos agrada e a outros causa estranheza. O Orecchiette ao ragú é prato cheio para os tintos. Combina bem com quase tudo com alguma “consistência”, mais corpo e um leve toque mais doce. Assim é natural que os melhores fossem um Syrah, Emiliana (chileno, de Colchagua), e dois Malbec, Don Laurindo Reserva e Trivento Golden Reserve (argentino, de Mendoza). 1 2 3 A B a b c Vinhos que recebem a medalha Cia. de Ouro com Mezzaluna com molho de tomates ord. fornecedor fone produtor origem região vinho tipo uva safra R$ 1 Casa Flora (11) 3327-5199 Luiz Argenta Brasil Flores da Cunha Luiz Argenta Gran Reserva Merlot Tinto Merlot 2005 70 2 Sanjo (49) 3233-0012 Sanjo Brasil São Joaquim, SC Núbio Rosé Rosé Cabernet Sauvignon 2006 35 3 Wine Premium (11) 3040-3414 Caliterra Chile Casablanca Caliterra Tribute Chardonnay Branco Chardonnay 2006 55 Vinhos que recebem a medalha Cia. de Ouro com Taglioline com cogumelos ord. fornecedor fone produtor origem região vinho tipo uva safra R$ A Don Laurindo (0800) 510-1600 Don Laurindo Brasil Vale dos Vinhedos Don Laurindo Reserva Ancellotta Tinto Ancellotta 2005 50 B Casa Flora (11) 3327-5199 Luiz Argenta Brasil Flores da Cunha Luiz Argenta Gran Reserva Merlot Tinto Merlot 2005 70 Vinhos que recebem a medalha Cia. de Ouro com Orecchiette ao ragú ord. fornecedor fone produtor origem região vinho tipo uva safra R$ a Magna (11) 2113-0999 Emiliana Chile Colchagua Emiliana Syrah Tinto Syrah 2007 23 b Don Laurindo (0800) 510-1600 Don Laurindo Brasil Vale dos Vinhedos Don Laurindo Reserva Malbec Tinto Malbec 2005 58 c Wine Premium (11) 3040-3414 Trivento Argentina Mendoza Trivento Golden Reserve Malbec Tinto Malbec 2004 78 Participaram também da degustação vinhos da Domínio Cassis (11) 5183-2584, Massimex (11) 3562-8206, Santar (11) 3227-7355 e Sulvin (11) 3073-1330, no total de 27 amostras Vinho&Cia - No. 29 9 Vinhos do Mundo Homenagem ao dr. Onofre Pimentel Sérgio Inglez de Souza resolver sérios problemas presentes nos vinhedos brasileiros. Escritor e consultor [email protected] O s mais novos talvez não tenham noção da importância do engenheiro agrônomo Onofre Pimentel para a vitivinicultura brasileira, figura de maior relevo que perdemos na última semana de janeiro de 2008. Graduado em 1951, iniciou seus trabalhos respondendo pelos históricos vinhedos da emblemática Granja União, em Flores da Cunha, nas terras da Companhia Vinícola Riograndense, que desde 1932 abrigava as mais destacadas variedades viníferas da época, constituindo os primeiros grandes parreirais brasileiros de castas finas. Este aplicado pesquisador, conferencista e mestre, de visão muito avançada para aqueles tempos, ampliou a coleção de variedades daqueles vinhedos, completando para mais de uma centena de variedades viníferas. Uma vez aclimatadas, eram distribuídas para outros viticultores, que recebiam treinamento, de modo a garantir o sucesso de seus parreirais. Na década de 1960, cumpriu um alongado período de estudos na Universidade de Bordeaux, na Escola Superior de Agronomia de Montpellier e em outros santuários da vitivinicultura mundial, colhendo informações atualizadas e trazendo novas soluções para 10 De volta ao país, foi o pioneiro na implantação de técnicas revolucionárias para identificar e quantificar vírus presentes nas videiras, possibilitando a classificação e o aproveitamento das mudas sadias, ao mesmo tempo em que determinava com precisão as plantas atacadas para que fossem eliminadas. No início dos anos 1970, o governo gaúcho coordenou o primeiro grande levantamento em todo o estado para classificar as áreas com condições adequadas ao plantio de videiras viníferas. O resultado final foi consolidado em um mapa que indicava as regiões numa escala de 1 a 4, sendo que a com melhor condição foi a área da Serra do Sudeste, balizada pelas cidades de Encruzilhada do Sul, Pinheiro Machado e Pedras Altas. como o pioneiro desbravador da atual região vinícola da Serra do Sudeste, que atualmente abriga vinícolas da categoria da Chandon, Casa Valduga, Lidio Carraro e Angheben. Essa grande figura foi um dos primeiros a bater firme na tecla de ensinar aos vitivinicultores que o vinho está definitivamente determinado na baga da uva: vinho bom só se obtém com uva de qualidade. Com esta filosofia na cabeça, fez peregrinações pelas mais distintas áreas do país, sempre buscando identificar novos terroirs e dar incentivo ao plantio de videiras viníferas e à produção de uvas de qualidade. Muitos outros relevantes serviços prestados à vitivinicultura brasileira levam a assinatura do Dr. Onofre Pimentel, cujo falecimento deixa um vazio na vitivinicultura brasileira e uma grande tristeza no setor. Descanse em paz, grande mestre. Suas lições estão consolidadas e serão sempre lembradas! De posse desse mapa, o Dr. Onofre Pimentel partiu para a Serra do Sudeste, lá percorrendo estradas, trilhas e pastos, conhecendo-a com a palma de sua mão, e procurando selecionar áreas de microclima e terroir mais vantajosos. Depois de 20 dias sacolejando em um jipe selecionou propriedades, entre as quais uma área em Pinheiro Machado que foi adquirida pela Cia Vinícola Riograndense, na qual foram formados os famosos vinhedos São Felício, em 1976. Assim, Dr. Onofre Pimentel marcava mais uma façanha Vinho&Cia - No. 29 América do Sul A influência estrangeira no Rio Negro Euclides Penedo Borges Presidente da ABS-Rio [email protected] P or volta de 1900, técnicos ingleses implantaram um sistema de irrigação na parte alta do Rio Negro, na Patagônia. A idéia era criar uma frente de cultivo de frutas de clima temperado nessa região de poucas chuvas. As uvas não tinham importância no projeto. Entretanto, o terroir às margens do Rio Negro, entre Neuquén e General Roca, mostrouse adequado para variedades viníferas e, assim, já em 1913, surgia a primeira vinícola na região, por iniciativa pioneira de Humberto Canale. A evolução da produção regional foi desprezível ao longo do século vinte. Ela despertou de sua letargia nos anos 1990 e firmou-se nos últimos dez anos. Hoje a região do Rio Negro, cortada pelo paralelo 39 sul, conta com uma dezena de vinícolas e disputa com o sul da Nova Zelândia a condição de região vinífera mais austral do mundo. Os investidores tiveram que enfrentar tecnologicamente o grande problema da região, as geadas. Fora das épocas de geadas a região tem dias quentes e noites frias, garantindo longo período de amadurecimento para as uvas, o que é excelente para brancos refrescantes e tintos frutados. Clima árido, precipitação de apenas 180mm e nível baixo de umidade garante a sanidade das vinhas. A luminosidade intensa, devido à atmosfera limpa, favorece a fotossíntese e a formação de açúcar. Elaboram-se brancos aromáticos de Chardonnay, Sauvignon Blanc, Semillon e Viognier e tintos de Pinot Noir, Merlot, Malbec e Cabernet Sauvignon. Vinho&Cia - No. 29 Durante décadas, a Bodega de Humberto Canale foi apenas um empreendimento familiar. Nos últimos trinta anos sob a condução de Guilherme Barzi Canale e seu filho Guillo, a empresa evoluiu e cresceu significativamente. Eles trataram de assegurar a presença de seus vinhos na Europa através de convênio com o comerciante britânico Henry Wright e com o suporte técnico do enólogo dinamarquês Hans Vinding-Diers. As bodegas As Bodegas Chacra foram iniciativa do italiano Piero Incisa della Rochetta, da nova geração da Tenuta San Guido, da Toscana. Empregando colheita manual e cultivo biodinâmico, os tintos Chacra procuram refletir o terroir patagão em seus Pinot Noir, de estilo europeu, mas com sabor local. A Bodega Noemía também tem inspiração toscana. A Tenuta Argiano, produtora de Brunello, em associação com o mesmo Hans Vinding-Diers, investiu na Patagônia criando esse empreendimento cujo nome homenageia a condessa Noemi Marone Cinzano. Com o auxílio do onipresente Vinding-Diers, ela descobriu na região vinhas de Malbec em pé franco com mais de sessenta anos, em plena forma. Sem pretender esgotar o tema neste espaço, citemos as gigantescas Bodegas del Fin del Mundo, implantadas em San Patricio del Chañar pelo empresário argentino Julio Viola. O cultivo, em seus mais de 500 hectares, apóia-se em inovadora tecnologia de Israel para as condições locais incomuns. Assim, a região do Rio Negro deve sua posição atual no mundo do vinho, tanto ao pioneirismo dos argentinos quanto à influência empresarial e tecnológica estrangeira. 11 Velho Mundo Portugal, a tradição e os nomes exóticos incluiu o Quinta do Vale do Meão em sua lista de 100 melhores. Walter Tommasi Enófilo [email protected] Agora, cá entre nós, cada nome exótico, não? Vejamos! Começamos com o ícone Barca Velha, com o histórico Pera Manca (tão antigo que diz a historia ter sido o vinho favorito de Pedro Alvares Cabral), o famoso Mouchão, e um recém chegado Cabeça de Burro, produzido pela Vitivinícola de Peso da Régua. E mais: Monte do Pintor, Quinta do Cotto, Cem Reis, Quinta do Coquinho, Poeira, Diga?, Rol de Coisas Antigas, Quinta da Bacalhoa, Malhadinho, Quinta do Cachão Grande, Contra a Corrente, Esboço, Terroso, Amo-te, Três Bagos, Cova da Ursa, Boa Memória, Má Partilha e os recém lançados Sombra e Luz, do “enfant-terrible” do mundo do vinho português e criador dos deliciosos Redomas, Dirk Niepoort. Será que “Sombra” é o vinho tinto e “Luz” é o branco? Nunca se sabe, né? P ortugal é certamente uma origem a ser observada entre os atuais produtores de vinhos de qualidade do mundo. Este país, que até pouco tempo atrás só era reconhecido no mundo pelos seus maravilhosos vinhos fortificados (porto e madeira), tem-se tornado agora um rotineiro fornecedor de grandes vinhos de mesa. Por que no passado o mundo não conhecia seus vinhos finos? Porque nossos ancestrais literalmente consumiam toda a sua produção! Algumas ex-colônias, entre elas o Brasil, ainda recebiam alguns exemplares mais populares e de alta produção – lembrem-se dos famosos Matheus Rosé ou do Lancers. Recentemente, porém, o mundo começou a conhecer o que de melhor existe por lá. E o que mudou? Muito! A abertura de novas áreas aumentou o volume de produção. O crescimento econômico de Portugal advindo da entrada na Comunidade Européia fez muitos de seus consumidores locais partirem para experiências internacionais. Assim, a globalização diminuiu o consumo de vinhos portugueses pelos portugueses, mas aumentou o consumo mundial pelos vinhos de Portugal. Para desencadear ainda mais este processo de globalização vieram as novas tecnologias de produção aplicadas nas antigas cepas lá dominantes, que resultaram em agradáveis surpresas. Particularmente considero Portugal um dos países que mais evoluiu em termos de qualidade nos últimos anos, e tenho a impressão que poderá se tornar um grande destaque mundial num futuro próximo, porque suas castas são diferentes e podem muito bem se tornar as novas coqueluches, 12 substituindo as hoje reinantes, já que o mundo globalizado exige novidades o tempo todo. Nas regiões do Douro e Dão ainda sentimos mais fortemente a tradição vinícola da terrinha, mas o Alentejo vai capitaneando os “New Kids on the Block”, e os resultados são empolgantes. Vamos aguardar e ver se estas profecias quase “nostradamicas” se concretizam. Mas, deixando as brincadeiras de lado, se os vinhos tiverem esta qualidade toda com que estamos nos acostumando, quem liga para o nome?! Saúde! No ano passado a Wine & Spirits colocou 4 portugueses entre seus 100 melhores. O Quinta do Crasto, já reconhecido pela sua qualidade aqui no Brasil, foi um deles. A Wine Expectator também Vinho&Cia - No. 29 VinhoemSP Onde beber melhor em Moema e Vila Mariana M oema em São Paulo, a pouco tempo tímida em termos de bons restaurantes, agora está em fase de grande ebulição. Ao lado, a Vila Mariana começa a revelar casas interessantes. Vinho&Cia fez uma ampla e rigorosa pesquisa na região formada por esses dois bairros e selecionou endereços como indicações de locais Onde Beber vinho. A equipe do jornal pesquisou restaurantes nos limites da seguinte área: à oeste da avenida dos Bandeirantes, ao sul da av. Domingos de Morais, a leste da av. 23 de Maio e Hélio Pelegrino, e ao norte da av. Santo Amaro. Dos inúmeros restaurantes nessa abrangência, foram levantadas as informações dos mais representativos, visitados muitos e selecionados os 26 melhores para beber. De cada restaurante foi levantada a carta de vinhos, com atenção para a variedade de rótulos, os tipos (se diferenciados, especiais) e a sua organização (inclusive se fornece orientações). Foi pesquisada armazenagem, se é usada adega climatizada ou especial, e o serviço com taças adequadas. Foi observado se o restaurante tem sommelier para auxiliar os consumidores e administrar a adega, e o nível desse profissional. Atenção especial foi dada aos preços praticados, com cálculo da margem de venda sobre a compra direta das importadoras ou vinícolas. Vinho&Cia - No. 29 Adega climatizada subterrânea do Friccó, na Vila Mariana Quem oferece variedade de vinhos baratos, com preços até 30 reais, também foi apontado. A pesquisa envolve inclusive o nível do ambiente e a qualidade da cozinha oferecida. Considerando todas as informações, Vinho&Cia classifica o nível geral do restaurante para beber vinho com cotações que variam de 1 a 5. Perde pontos quem só trabalha com rótulos caros e pratica margens elevadas de preços de vinhos. Para incentivar, o jornal premia os melhores restaurantes em diversas categorias. Confira a seguir as cotações, os premiados e todos os restaurantes no guia Onde Beber. Os 6 melhores restaurantes para vinho na região Friccó, Vila Mariana, cozinha italiana Fogo de Chão, Moema, churrascaria rodízio Café Journal, Moema, bar e cozinha contemporânea Villa Alvear, Moema, cozinha argentina P. Verger, Vila Mariana, cozinha francesa Lilló, Vila Clementino, pizzas e cozinha variada As cotações variam entre o mínimo de ao máximo de SP-1 Onde Beber Melhor Os melhores por categoria em Moema e Vila Mariana Vinho & Alta Gastronomia Vinho & Cozinha Informal Variedade de Vinhos Preços de Vinhos Vinhos Baratos P. VERGER FOGO DE CHÃO CAFÉ JOURNAL FRICCÓ INNOMINATO A ambientação é um show. As fotos de Pierre Verger nas paredes, as taças e as mesas coloridas atraem. A cozinha francesa comandada pelo chef Patrick Ferry é de alto nível. O sommelier é um dos melhores da região. A carta de vinhos é variada e selecionada a dedo. Por tudo isso, é a escolha natural na categoria. Há anos é sinônimo de que rodízio de carnes pode ser considerado cozinha de alta qualidade. O serviço de vinhos é primoroso, com belíssima adega, variedade, grandes rótulos, ótimas taças, bom atendimento e prestígio internacional. Juntando tudo, é o melhor para beber vinho em companhia de cozinha informal. A cada dia a bela adega do Café Journal armazena mais rótulos. São vinhos de diversos países, selecionados com bastante critério, para compor uma carta que é muito mais do que complemento do buffet variado do almoço ou do serviço a la carte da noite: já é o ponto principal de atração do bar e restaurante. É o melhor Onde Beber na região e o único a receber a cotação 5 estrelas pelo serviço de vinhos. Contribuem para isso a grande variedade, a bela adega climatizada e o alto nível da cozinha italiana. Mas um dos grandes pontos também é a margem de preços praticada, em nível que estimula o consumo. A pequena e simpática cantina tem boa variedade de vinhos bem-selecionados pelo próprio dono, Paulo Zan. O grande destaque, em linha diferente da maioria dos restaurantes, é que oferece várias opções de bons vinhos baratos, na faixa até 30 reais, que atraem para a apreciação do vinho no dia-a-dia. Adega Atrativa Carta Orientativa Inovação em Vinho Revelação em Vinho Vinho & Descontração VILLA ALVEAR LA PASTA GIALLA FRICCÓ BELLOSGUARDO D’LOON Quem chega no amplo restaurante argentino, esperando por uma cozinha de grelhados corretos, não tem idéia de que ao fundo, em um local subterrâneo, está uma belíssima adega climatizada, em madeira e tijolos. O ambiente é um convite para conhecer os mais de 400 rótulos da carta. A casa do famoso chef Sérgio Arno é conhecida por oferecer uma cozinha italiana correta a preços contidos. E o melhor ainda é que a carta de vinhos brilha. Na região é a que traz mais orientações práticas para harmonizar com a comida, com indicações de pesos (leve, médio, encorpado) de cada rótulo. Sauro Scarabotta, proprietário do Friccó, além de ter paixão pelo assunto, inova em vários itens no serviço de vinhos: apresenta enorme variedade de rótulos italianos, tem vasto número de meia-garrafa (inclusive de grandes vinhos como Barolo) e oferece ampla diversidade de vinhos de sobremesa. A casa tem 25 anos de tradição no bairro de Moema com pratos de cantina italiana. O serviço de vinhos era um pouco tímido, mas agora está em processo de revelação. Antes só tinha italianos, hoje está com diversidade maior, com rótulos de outros países, armazenados em adega climatizada. O D’Loon prova que apreciar um bom vinho não precisa ser em ambiente formal. Pode ser num local descontraído, com ares de bar mas cardápio de restaurante, com um belo sushi bar na entrada, com uma passagem por uma ponte de vidro ao lado de uma cascata e com um agradável pátio arborizado ao fundo. SP-2 Vinho&Cia - No. 29 Vinho&Cia - No. 29 SP-3 Circuito Vinho & Cia Restaurantes oferecem vinhos harmonizados a preços especiais A té 15 de maio há uma ótima oportunidade para apreciar vinhos a preços especiais e harmonizados em restaurantes de Moema e da Vila Mariana em São Paulo: acontece o Circuito Vinho&Cia, promovido pelo jornal com o objetivo de incentivar o consumo de vinhos na região. Restaurantes do Circuito Vinho&Cia BELLOSGUARDO COZINHA ITALIANA Al. dos Arapanés, 1344, Moema (11) 5533-3489 D’LOON Participam da ação promocional vários restaurantes relacionados no guia Onde Beber. Em cada local estão em oferta pratos atraentes com sugestões de harmonização com vinhos escolhidos pela equipe do Vinho&Cia e dos fornecedores convidados pelo jornal. COZINHA CONTEMPORÂNEA R. Canário, 544, Moema (11) 5052-6554 Carré de cordeiro harmonizado no P. Verger Fr iccó COZINHA ITALIANA R. Cubatão, 837, Vila Mariana (11) 5084-0480 É bom conferir os restaurantes, os pratos, os fornecedores e os vinhos, e aproveitar o Circuito Vinho&Cia para tornar o outono ainda mais prazeroso. P. Ver ger COZINHA FRANCESA R. Sena Madureira, 1355, Vila Mariana (11) 3201-0800 Vinhos da Cantu Vinhos da Cordilheira de Santana Vinhos da D’Olivino Vinhos da Sanjo A Cantu importa marcas respeitadas no mundo. Uma das mais conhecidas é a chilena Ventisquero, que produz grandes vinhos, como o Queulat Pinot Noir, que está no Circuito Vinho&Cia. Da Argentina traz rótulos da renomada enóloga Suzana Balbo, da sua vinícola Domínio del Plata. Trabalha também com produtos do Velho Mundo, como da italiana I Giusti & Zanza. Paixão pelo vinho é o que move os sócios da gaúcha Cordilheira de Santana, de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, uma vinícola-boutique. Gladistão e Rosana são enólogos experientes, que produzem rótulos em pequena quantidade com grande qualidade. Os brancos são magníficos, tanto o Chardonnay como o aromático Gewürztraminer. Os tintos são feitos de Cabernet, Merlot e Tannat. A importadora nasceu em 2005 com a filosofia de difundir as bebidas e os alimentos da “Dieta Mediterrânea”. Hoje tem em catálogo mais de 100 opções de azeites e vinhos de 40 produtores de diversos países, incluindo a América do Sul. Traz para o Circuito Vinho&Cia rótulos como o português do Douro Quinta do Farfão, com ótimo custo-benefício, e o francês Fifty Five, com garrafa de design. O Núbio Rosé coleciona premiações e comentários positivos. É um dos rótulos da catarinense Sanjo presente no Circuito Vinho&Cia. Em degustação com pizza foi um dos medalhados. Com massa no Rosmarino também foi premiado. No projeto Harmonizando o Terroir foi um dos mais comentados. É feito com Cabernet Sauvignon, assim como o Maestrale, tinto top da vinícola. SP-4 Vinho&Cia - No. 29 Vinho&Cia - No. 29 SP-5 Guia Onde Beber Região de Moema: restaurantes pelo serviço de vinhos Moema Fogo do Chão Bellosguardo Bráz Santa Pizza La Gloria Um dos melhores rodízios do país com carnes de primeira, ótimo serviço e carta de vinhos espetacular. Cerca de 310 rótulos guardados numa bela adega bem à vista. Os preços variam 48 a 3.800 reais. Todos os garçons possuem o curso de sommelier. Cozinha italiana num local de bom gosto, que se divide em vários ambientes. O mezanino é mais aconchegante e apropriado para um bom vinho. Sua carta tem 50 rótulos, com ênfase em italianos, que variam de 21 a 290 reais. Está em ascensão, com rótulos de outros países. Uma das melhores pizzas de São Paulo e delicioso pão de calabresa. A adega climatizada conta com 48 rótulos, com preços que variam de 36 a 362 reais, a maioria na faixa entre 50 a 70. Ambiente agradável, que convida à apreciação de um bom vinho. Pizzaria e antiquário. A casa herdou dos proprietários – os mesmos do Santa Gula – criatividade e inovação, tanto no cardápio quanto na decoração, rústica e inusitada. Boa carta com 43 rótulos que variam de 28 a 105 reais, a maioria na faixa dos 40 reais. Serviço especial para crianças. Casa com cinco ambientes em estilos diferentes, de um jardim marroquino até um lounge em estilo nova-iorquino. O Pratos e pizzas que podem ser acompanhados por um dos 64 rótulos da carta. Preços de 33 a 280 reais, a maioria na faixa situada entre 40 a 60 reais. Av. M o r e i r a G u i m a r ã e s , 9 6 4 , (11) 5056-1795 Não fecha. Al. Dos Alapanés, 1344 (11) 5533-3489. Fecha dom/jan e 2a. R. Graúna, 125, (11) 5561-1736. Fecha almoço. R. Min. Gabriel de Resende Bastos, 319, (11) 5054-1199. Fecha/alm. Av. Macuco, 685, (11) 5051-5329 Fecha almoço. Café Journal Giardino Speranza Vila Conte Forneria de Napoli O bar-restaurante, com adega envidraçada à vista no salão principal, armazena cerca de 700 rótulos de 17 países. 42 deles são servidos também em taça. Rótulos de todas as faixas de preços, de 39 a 8.490 reais. Carta orientativa por país, região, uva e corpo. Um quintal agradável, coberto por teto retrátil, faz as vezes do salão principal da casa. Traz cardápio enxuto e uma carta com legenda, que fala das uvas e das suas regiões. Contempla 83 rótulos de diversos países, com preços que variam de 27 a 520 reais. Comemorando 50 anos de existência com muita categoria, com serviço de buffet no almoço. Traz consigo a receita da pizza napolitana, que é feita até hoje. Adega climatizada com 63 rótulos. Tem como vinho mais barato, a 30 reais, o da própria casa, o Speranza, feito pela Salton. Instalado no térreo de um flat, o restaurante tem vida própria e ambiente charmoso. A qualquer hora, a cozinha prepara receitas italianas comandadas pelo chef Allan para ser acompanhadas por um dos seus 81 vinhos que variam de 28 a 333 reais, a maioria na faixa entre 40 e 60. Restaurante e pizzaria da rede Don Pepe di Napoli. Segue a mesma linha das outras unidades comandadas pelo chef Allan, que se espalhou por Moema. A casa tem adega climatizada e carta simples contendo 68 rótulos que variam na faixa de 24 a 74 reais. Al. dos Anapurus, 1121 (11) 5055-9454 Não fecha. Av. Lavandisca, 437 (11) 5051-0918. Não fecha. Av. Sabiá, 786, (11) 5051-1229 Não fecha. Av. Macuco, 559, (11) 5054-0166 Não fecha. Al. Dos Arapanés, 945 (11) 5055.2883. Não fecha. Villa Alvear La Pasta Gialla Tabu Don Pepe di Napoli Pepitto Pizza e Pasta Cardápio tipicamente argentino, com destaque para os grelhados, em ambiente amplo e atraente. Bela e atrativa adega subterrânea climatizada com mais de 400 rótulos, aberta também a encontros enogastronômicos. Suas garrafas variam de 40 a 895 reais. Casa italiana comandada pelo chef Sergio Arno. Tem como grande atração as bruschettas. Cardápio possui legendas harmonizando com seus vinhos. Melhor carta explicativa da região com 70 rótulos que variam de 39 a 256 reais. Adeguinha e taças selecionadas. Restaurante ítalo-asiático instalado no térreo do Hotel Sonesta num ambiente agradável e moderno. O cardápio possui apresentações que valorizam os “tabus” gastronômicos. Adega climatizada e carta com 38 rótulos, que variam de 40 a 252 reais, a maioria na faixa entre 60 e 80 . Tradicional rede de comida italiana comandada pelo simpático e talentoso chef Allan Villa Espejo. Carta simples com vinhos tradicionais, armazenados em adega climatizada. São 74 opções de rótulos de diversos países com preços que variam de 28 a 89 reais. Casa italiana da rede Don Pepe di Napoli. Pratos mais simples da cozinha cantineira para serem acompanhados por um dos 74 rótulos da sua carta de vinhos, que variam de 24 a 94 reais. Possui taças razoáveis e as garrafas são acondicionados em adega climatizada. R. Canário, 408, (11) 5051-1628 Não fecha. Al. dos Arapanés, 1004 (11) 5051-9292. Fecha dom/jantar. Av. Ibirapuera, 2534 (11) 2164-6000. Não fecha. Al. Dos Arapanés, 955 (11) 5056-0007. Não fecha. Al. Dos Arapanés, 1307 (11) 5535-8333. Não fecha. Dell´ Arte D’Loon Windhuk Al Mare Sala Vip Ambiente charmoso e acolhedor. A cozinha busca inspiração em receitas do norte e do centro da Itália. Selecionada carta de, com 133 rótulos entre 32 a 860 reais, armazenados numa bonita adega no salão do fundo. Variedade de vinhos espumantes e de sobremesa. Ambiente agradável e descontraído, com cascata e opção de comida contemporânea ou japonesa, num sushi bar na entrada. Carta de vinho com 85 rótulos com preços que variam de 34 a 310 reais, a maioria na faixa situada entre 45 a 80. Adeguinha e taças selecionadas. Instalado em um enorme chalé estilo alpino, o restaurante foi fundado em 1948 por um ex-tripulante do navio alemão que leva o nome da casa. Tradicional culinária alemã que pode ser degustada com um dos 31 rótulos da sua carta de vinhos, que variam de 23 a 90 reais. Versão marinha da rede de cantinas Don Pepe di Napoli, do mesmo chef Allan. Carta de vinhos bem simples, com marcas mais conhecidas do público, com 48 rótulos que variam na faixa entre 35 a 363 reais, a maioria na faixa entre 40 a 50 reais, armazenados em adega. Ambiente simples com pizzas de massa média para fina que devem ser acompanhadas com um dos 41 rótulos da sua carta de vinhos. Possui taças razoáveis e o armazenamento é em adega climatizada. Os preços variam de 30 a 200 reais, a maioria da faixa dos 40 reais. Av. dos Jamaris, 100 (11) 5054-0046. Fecha dom/jantar. R. Canário, 544, (11) 5052-6554 Fecha almoço e domingo. Al. Dos Arapanés, 1400, (11) 50442040. Fecha almoço de 2a. a 6a. Av. Pavão, 109, (11) 5041-7179. Não fecha Av. Jurema,601, (11) 5055-9911 Fecha almoço e segunda-feira. SP-6 Vinho&Cia - No. 29 Guia Onde Beber Vila Mariana e Vila Clementino Vila Mariana Vila Clementino Friccó Lilló Tradicional italiano comandado pelo chef Sauro Scarabotta. A adega subterrânea climatizada abriga cerca de 470 rótulos, italianos na maioria. Tem grande seleção de meias garrafas, vinhos de sobremesa de diversos países e várias séries de vinhos verticais. Preços entre 30 a 1400 reais. Restaurante e pizzaria que é um verdadeiro jardim coberto, com clima agradável e descontraído. Lembra uma vila italiana onde se pode saborear um variado cardápio com um dos 187 rótulos da variada e selecionada carta de vinhos. Os preços vão de 29 a 450 reais. R. Cubatão, 837, (11) 5084-0480 Fecha 2a. e dom/terça e 4a. jantar. R. Borges Lagoa, 1312 (11) 5572-3177. Não fecha. P. Verger Lilló Flat Francês com 25 fotografias tiradas por Pierre Verger, mesas grandes e belo destaque para taças maravilhosas. Cardápio do chef Patrick Ferry e carta bem montada e harmonizada pelo sommelier Alan Dias, com 140 rótulos de 45 a 2.970 reais. Bom serviço de vinho em taça. Versão mais simples do Lilló instalado no Green Place Flat. Carta mais simples do que a do ambiente matriz, com 48 rótulos de variados países. Mantém os preços em conta, que variam entre 29 a 220 reais, a maioria na faixa de 35 a 55 reais. Vinhos climatizados e taças adequadas. R. Sena Madureira, 1355 (Hotel Sofitel), (11) 3201-0800. Fecha dom. R.Dr. Diogo de Farias, 1201 (11) 5539-7414. Não fecha. Cotações Excepcional local onde beber Muito bom local onde beber Bom local onde beber Local com atrativo para beber Local onde beber Serviço de vinhos a Innominato Osteria Pequena e simpática cantina com nome inspirado em personagem do romance italiano Os Noivos. Porções generosas da culinária artesanal da casa e boa variedade de vinhos, com 222 rótulos, a maioria degustado e aprovado pelo proprietário Paulo Zan. Preços de 18 a 402 reais. R. Joinville, 561, (11) 5571-9839 Fecha dom/jantar e 2a. Diferenças de cotações Por que alguns restaurantes que têm grande variedade de vinhos recebem cotações inferiores às de outros? Porque Vinho&Cia considera o conjunto para beber, que abrange as taças, a adega, os sommeliers, o ambiente, a cozinha, a oferta de rótulos de preços diferentes e os sobrepreços praticados. variedade vinhos baratos rótulos especiais taças e adega climatizada orientado por sommelier carta orientativa a sobrepreço Faixas excepcional variedade grande variedade variedade razoável ótimo sobrepreço bom sobrepreço margem intermediária margem superior Quintal do Bráz O ambiente encanta. Com pé-direito duplo, seu salão abre-se para um belo jardim e quintal repleto de árvores. Tradicional pizza que pede acompanhamento de um dos 47 rótulos da carta, que variam de 36 a 362 reais, a maioria em torno de 50 reais. Adega e taças adequadas. Rua Gandavo, 447, (11) 5082-3800 Fecha no almoço. Vinho&Cia - No. 29 Vinhos caros Preços e sobrepreços Muitos restaurantes planejam hoje as suas cartas sem prever vinhos baratos, na faixa até 30 reais. Vinho&Cia entende que a prática desestimula o consumo do vinho no almoço e no diaa-dia, considerando que para a maioria das pessoas os rótulos mais caros ficam inacessíveis. O símbolo indica a faixa de sobrepreço praticada (diferença entre o valor em loja e o da carta), e não o preço. Um restaurante que tenha vinhos “caros”, de R$300 reais, por exemplo, pode ter um ótimo sobrepreço. Restaurantes que têm na carta vinhos “baratos” ganham o símbolo SP-7 Pratos harmonizados com vinhos nos melhores restaurantes onde beber D’LOON COZINHA CONTEMPORÂNEA R. Canário, 544, Moema (11) 5052-6554 BELLOSGUARDO COZINHA ITALIANA Al. dos Arapanés, 1344, Moema (11) 5533-3489 Circuito Vinho &Cia em Moema e Vila Mariana FRICCÓ COZINHA ITALIANA R. Cubatão, 837, Vila Mariana (11) 5084-0480 P. VERGER COZINHA FRANCESA R. Sena Madureira, 1355, Vila Mariana (11) 3201-0800 CONSULTE OS PREÇOS DOS PRATOS E DOS VINHOS NOS RESTAURANTES APRECIE COM MODERAÇÃO ATÉ 15 DE MAIO DE 2008 APOIO Vinho&Cia - No. 29 SP-8 Circuito do Vinho No circuito ...e na Estrada Real! Fernando Quartim Diretor da SBAV-SP [email protected] D e Ouro Preto a Paraty, é o Caminho Velho; daquela mesma cidade ao Rio de Janeiro, é o Caminho Novo; e, ainda, dela a Diamantina, é a Rota dos Diamantes! Todos estes três caminhos, juntos, constituem a Estrada Real. Era por ela que nos idos de 1700 escoava o ouro brasileiro com destino a Portugal e a outros lugares...! A Estrada Real guarda encantos mil e muita, mas muita história! Percorri seu trecho paulista, que liga Guaratinguetá a Paraty, passando pela encantadora Cunha, com toda sua cultura ceramista. Descendo a serra, passa-se por um Parque Nacional, que, em um trecho de 9km em terra, quase em sua forma original, se constituiu em emocionante desafio em função das chuvas. Mas, ao final das peripécias, chega-se à histórica e maravilhosa Paraty, com lindos casarios coloniais, inúmeras igrejas, destinadas cada uma a um contingente da população, de acordo com a tonalidade de suas peles, brancos, mulatos ou pretos... (hoje não é mais assim!) Do ponto de vista enogastronômico, que é minha tônica, Paraty também é uma maravilha. Reúne grande número de restaurantes para atender a uma clientela muito especial de moradores e de turistas brasileiros e estrangeiros dos mais diversos níveis de exigências. No Centro Histórico, todos os bons restaurantes têm carta de vinhos bem diversificada para atender pedidos do dia-a-dia e mais sofisticados, além de satisfazer a curiosidade dos estrangeiros em relação ao vinho brasileiro. Têm também adegas climatizadas para preservar a qualidade dos vinhos e oferecem bons serviços. Há cinco anos, uma encantadora chef de cozinha tem-se responsabilizado por um belo evento chamado Folia Gastronômica, um festival com quatro dias de duração, reunindo dezenas de restaurantes e bares da cidade que se preparam para servir pratos especialmente criados para a festa. Esta chef de quem falo é a Ana Bueno, dona do restaurante Banana da Terra, com proposta de comida brasileira, estudando e resgatando toda brasilidade de nossa culinária, desde os pratos inspirados em comida indígena, caiçara, e principalmente, utilizando- se de ingredientes brasileiros. Ana nos oferece, além do cardápio variado, uma carta de vinhos com aproximadamente 105 rótulos, todos eles repousando em adega climatizada com capacidade para 1000 garrafas! Fui atendido pelo Raoni que prestou boa assessoria na escolha do vinho para uma interessante harmonização. O restaurante é descontraído, com clima aconchegante, charmoso e com interessante serviço de vinhos de grande variedade e bons sobrepreços. O Banana da Terra pode integrar o Circuito do Vinho, onde encontramos um ótimo serviço em ambiente bastante agradável, em que o vinho, sempre presente, faz um final feliz! (PS: Jaqueline Barroso, minha colega de redação neste jornal, desculpe-me pela invasão territorial, mas Paraty é muito linda!) Banana da Terra: Rua Doutor Samuel Costa, 198, Centro Histórico, (24) 3371-1725, Paraty, RJ Vinho&Cia - No. 29 13 Nas Ondas do Rio O que acontece na cidade maravilhosa Jaqueline Barroso Enófila [email protected] Grupo carioca de profissionais do vinho Foi fundado por mim e Jeanne Marioton o Grupo Carioca de Profissionais do Vinho. O objetivo é cada vez mais divulgar a cultura do vinho, e levar informação ao consumidor sobre bons vinhos com bons preços, tudo com muita transparência, lim- pidez e brilho. Profissionais de altíssima gama fazem parte do grupo, como Alexandre Lalas (jornalista e colunista de vinhos da revista Programa do Jornal do Brasil), Hirã Salsa (sommelier), Walmir Pereira (sommelier e sócio do D’Amici), Roberto Rodrigues (conselheiro ABS-Rio), Luiz Antonio Rodrigues (sócio do Brasserie Rosário), Mike Taylor (consultor enogastronômico), Jean Pierre (sommelier Le Pré Catelan), André Luiz Nascimento (sommelier Senac Bistrô), Pedro Castro Neves (chef e sócio Rosita Café), João Pedro (sommelier Gar- 14 cia e Rodrigues), Ana Maria Gazola (monitora ABS-Rio), Danusia Bárbara (jornalista de gastronomia) e Ruan Rodrigues (enólogo Miolo Group). Nossa degustação é sempre realizada às cegas. A última aconteceu no Le Pré Catelan (Salon Rouge). O tema foi vinhos brancos entre R$25 e R$45. Foram 12 amostras. O melhor foi o Pinot Grigio Delle Venezie Lenotti 2006 (Itália) R$33, da Pasta Itália – (21) 3888-2664. Calendário da Miolo no Rio Borbulhas customizadas em alta! Além de comemorar o aumento do consumo de seus espumantes, a Dal Pizzol aposta em novos serviços, como a customização de rótulos, sucesso entre clientes de grande porte. Foi o caso do espumante rosé desenhado especialmente para o lançamento das salas de cinema Estação Vivo do Shopping da Gávea, quando mil convidados puderam saborear a delícia exclusiva – e com a cara do dono! Temporada de harmonizações Torninha “A tradição Portuguesa Revisitada” foi o tema do primeiro jantar harmonizado de 2008 no Ristorante Torninha, sob supervisão do professor da ABS Célio Alzer. O Torninha completa 8 anos de jantares harmonizados, um projeto pioneiro na cidade. Os jantares costumam ser bimestrais. Rua Nóbrega, 199, (21) 26116208 / 2714-2750, Niterói. Fecha 2a feira. Le vin: a cara do Rio Criado em 2000 por Francisco Barroso e Nancy Barroso, o bistrô francês Le Vin, com três casas em São Paulo, chega ao Rio. Traz o tradicional costume parisiense de sentar em uma mesa na calçada e ver a vida passar. Aliás, vamos combinar, este costume é muitíssimo carioca também, né? No menu, clássicos da culinária francesa. O grande destaque da casa é a ótima carta com 180 rótulos e 27 opções em taça entre espumantes, vinhos e champanhes. R. Barão da Torre, 400, Ipanema (21) 3502-1002. Sobreiro sob nova direção A Regional do Miolo Wine Group montou o calendário de cursos de degustação para 2008, com o objetivo de difundir o hábito e o prazer de degustar um bom vinho e desvendar suas complexidades. Excelente oportunidade, estarei lá, com certeza. O primeiro curso é ministrado por Ruan Rodrigues, enólogo da Miolo, formado pelo CEFET. Av. das Américas, 3.434, bloco 4, loja 103 C, Centro Empresarial Mário Henrique Simonsen, Barra da Tijuca (21) 3077-0150 Rio Bom de Mesa e a Família Real Os 200 anos da chegada de Dom João VI ao Rio de Janeiro foi o tema da quinta edição do Rio Bom de Mesa, promovido pela Associação de Restaurantes da Boa Lembrança. Nos menus, pratos elaborados a partir da releitura de receitas do livro “Arte de Cozinha”, escrito em 1794 por Domingos Rodrigues, cozinheiro de Dom João VI. Foram 14 restaurantes recebendo chefs de diferentes lugares do país. O sommelier Efraim Moraes assumiu a direção do Sobreiro juntamente com o maitre Paulo César e o cozinheiro Irinaldo. É um restaurante deliciosamente idílico. Fica no Haras Horse Shoe, e pede, sem dúvida, que se passe o dia entre a enogastronomia e as atividades campestres (que amo de paixão). A cozinha é brasileira e a carta é exclusiva da Porto Leblon, com opções de várias nacionalidades e bons preços. Funciona de 5a à noite a domingo. Estrada do Sacarão, 498, Vargem Grande (21) 2428-6898. Vinho&Cia - No. 29 Rio 40 Graus Sofisticação Acompanhada de Luizanita Albuquerque, Ana Marques (à esquerda), proprietária da Ana Import, importadora de vinhos de Salvador, promoveu um dos almoços mais concorridos dos últimos tempos, no sofisticado restaurante Mr. Lam, na Lagoa. Apresentou alguns dos melhores vinhos chilenos de sua carteira. O destaque foi o Lagar de Bezana Limited Edition 2003, um corte de 5 clones de Syrah. Para beber de garfo! Encanto No clima A suave Claire Plouzennec, diretora de exportação da Vinovalie, do Sudoeste da França, encantou os associados da ABS com alguns dos vinhos da sua cooperativa, inclusive um inusitado varietal da casta Loin de L’Oeil, o Astrolabe 2004. Raramente se vê tal unanimidade no aplauso à qualidade dos vinhos degustados! dos enoeventos Prestígio A jornalista Danúsia Bárbara prestigiou o lançamento dos novos vinhos espanhóis da Importadora Barrinhas, em um grande almoço realizado na Churrascaria Porcão Rio’s, no Aterro do Flamengo. Não percam o Tamaral Reserva Vendimia Seleccionada 1999! Biodinâmico Notável José Luis Doldán, do Consulado do Uruguai, reuniu um seleto grupo de enófilos para a degustação de alguns rótulos da Bodega Gimenez Mendez, da região de Canelones, que pretende se lançar no mercado brasileiro neste ano. Foram servidos notáveis Tannat que agradaram em cheio ao paladar carioca. Vinho&Cia - No. 29 Lionel Lavail, proprietário dos Domaines Cazes, a maior vinícola totalmente biodinâmica da França, localizada no Languedoc-Roussilon, trouxe seus principais vinhos para um jantar harmonizado promovido pela Expand do Castelo. Como eu gostei do complexo Marie Gabrielle 2003, AOC Côtes de Roussillon! Leia mais no site: www.enoeventos.com.br Oscar Daudt Enófilo [email protected] 15 Vinho & Conceitos Beber vinho não é um exercício de comparações José Ivan Santos Escritor e palestrante [email protected] O aumento do interesse geral pelos vinhos e a quase obrigatoriedade de fazer algum comentário sobre o assunto em ocasiões sociais originaram o surgimento de uma nova categoria: os “enochatos”. Trata-se de um sujeito que fez um cursinho básico sobre vinhos, leu a respeito em algumas revistas e, assim preparado, aproveita todas as oportunidades para discorrer sobre uma taça de vinho, com pose de expert. Nada mais afasta o brasileiro do vinho do que essa bobagem de comparar aromas. A pessoa pode perfeitamente apreciar o bouquê do vinho sem ter que ficar tentando descobrir se lembra isso ou aquilo. A busca de metáforas para o vinho é antiga e não é necessariamente pedante. Nos anos 50 o vinho era descrito por características ou masculinas – “duro” e “afirmativo” ou femininas – “sedutor” ou “gracioso”. A partir dos anos 70 passou a ser definido por classes: os bons eram “refinados”, tinham “estirpe e distinção”, os maus eram “grosseiros” e “ásperos”. Em seguida, a partir dos anos 90, começou a era de comparações com frutas e vegetais. De um lado facilitou, porque ninguém erra se disser que um tinto lembra frutas vermelhas. Ora, a uva é uma fruta vermelha e, portanto, todo tinto tem um pouco de gosto de fruta vermelha. Essa mudança de critério levou a um caminho perigoso de comparações, quando os vinhos passaram a “lembrar” grafite, iodo, tabaco, couro de sela, xixi de gato... Com isso, para se ava- 16 liar um vinho passou-se a um repertório que está se mostrando praticamente infindável: “lembra cassis picado”, “asfalto derretido”, “cereja crocante”... No que isso ajuda um pobre consumidor mediano a sentar-se à mesa de um restaurante, abrir o menu e fazer uma escolha correta? Em nada. Ao perder tempo com nomenclatura de aromas e gostos o consumidor deixa de lado conhecimentos mais relevantes, como as diferenças entre as uvas, as principais regiões produtoras, de que forma o clima e solo interferem no resultado final, como deve ser lido o rótulo e quais as melhores harmonizações do vinho com a comida. A degustação de vinhos tem uma injusta imagem de esnobismo junto ao brasileiro. Conhecer vinho é beber vinho. O ritual da bebida não pode ser confundido com afetação, um mal que faz com que só uma em cada dez garrafas devolvidas nos restaurantes estejam realmente estragadas. Devolver é um ato que só se justifica quando o vinho está bouchonné (com a rolha atacada por um fungo, que libera o cheiro de mofo) ou oxidado (com aroma desagradável de vinagre e alteração de cor, mais escura no branco e amarronzada no tinto). Não gostar de um vinho não significa que ele esteja estragado; significa que a pessoa fez a escolha errada. Em um restaurante cheirar a rolha e depois o vinho, e girar o copo pela haste são rituais necessários e consagrados para a boa apreciação da bebida. Se você cheira e gira porque todo mundo faz, é melhor pular esse ritual. Vinho&Cia - No. 29 Alta Gastronomia Bacalhau tropical Jorge Monti Presidente da Abaga [email protected] O consumo do bacalhau no Brasil é uma herança da colonização portuguesa, mas na época da Semana Santa intensifica-se de maneira notável. O bacalhau não é um peixe, é uma forma de manter um peixe salgado para que não se estrague. Existem quatro tipos de peixe que são utilizados como bacalhau: Cod, Saithe, Ling e Zarbo. São todos de origem das águas frias do mar do norte, Glacial e Atlântico. O Cod (Porto ou Imperial) é o mais alto, largo, suculento e saboroso. Ele apresenta uma cor clara e uniforme. O Saithe é mais escuro, tem sabor mais forte e desfia com mais facilidade. O Ling é o tipo mais estreito e com cor mais clara. O Zarbo é mais roliço do que o Ling e possui barbatana dorsal contínua. O bacalhau tem pouca gordura, alta concentração de sais minerais e proteínas, é rico em ômega 3 (gordura extraída de peixes de água fria e de vegetais) e ótimo para reduzir o nível de colesterol e controlar a pressão arterial. É muito versátil: uma vez dessalgado, se utiliza para preparações muito variadas. Combina bem com vinhos brancos do tipo Chardonnay, Sauvignon Blanc, Chenin Blanc e também com alguns espumantes. Para experimentar, segue uma receita: Carpaccio tropical de bacalhau Vinho&Cia - No. 29 Carpaccio tropical de bacalhau (Ingredientes 4 pessoas) Bacalhau 400g de bacalhau cru de salgado fatiados bem fino 100g de raiz forte em vinagre 100g de maionese 100ml de creme de leite Uma colher de sopa de açúcar 24 gomos de laranja 200g de pimentões verdes, amarelos e vermelhos cortados em tiras pequenas e passados por água quente 8 folhas de alface roxa 200g de palmitos pequenos 100g de cogumelos Shitake cru fatiados finos 100g de abacaxi maduro cortado em cubos pequenos 100g de tiras de tomate com peles cortadas finas 100 g de cubos pequenos de tomate sem pele Salsinha picada Páprica para enfeite 1 fôrma quadrada de 10cm de lado Molho 100ml de azeite de oliva extra virgem 100ml de suco de laranja Uma colher de café de curry Uma colher de chá de açúcar Uma colher de sopa de maionese Sal e pimenta do reino Modo de fazer Coloque numa vasilha a maionese, o creme, o açúcar e a raiz forte, mexa bem e leve ao refrigerador. Prepare o molho: coloque todos os ingredientes dentro de uma vasilha, mexa bem, leve ao refrigerador e reserve. Montagem Espalhe no centro de um prato de 30cm (foto) duas colheres de molho de raiz forte e coloque por cima, em direção dos ponteiros do relógio, 100g de bacalhau. Coloque no centro do prato uma forma quadrada de 10cm de lado e dentro duas folhas de alface roxa como base. Misture numa vasilha palmitos, abacaxi, cubos de tomate e metade dos pimentões, agregue metade do molho de laranja, tempere com sal e pimenta e recheie o centro da salada com o conteúdo. Espalhe por fora gomos de laranja, pimentões restantes e lascas de tomate. Finalize agregando mais molho e salsinha picada. Enfeite com páprica doce e retire delicadamente a fôrma do centro. 17 Lojas & Pontos Vencendo a timidez nas lojas de vinhos Denise Cavalcante Jornalista [email protected] M esmo com o expressivo crescimento no consumo de vinhos e o aumento do número de lojas especializadas, o fato é que muita gente ainda se sente inibida ao entrar em uma loja de vinhos e deixar transparecer pouco conhecimento técnico sobre o assunto. Para esses tímidos podemos dar uma boa noticia: as lojas especializadas adoram quando são procuradas, porque assim podem ajudar mais e até passar algumas dicas de como facilitar a escolha do vinho. Na Loja Bacco’s, localizada no prestigiado bairro de Higienópolis em São Paulo, um estoque de mais de 1800 rótulos nos aguarda. Uma grande equipe, em torno de 10 pessoas, está preparada para atender qualquer tipo de cliente. Para Luiza Bastos, gerente da loja, é imprescindível que a equipe conheça bem o produto sobre o qual vai falar. A loja teve o cuidado de contratar atendentes muito especializados para atender aqueles clientes que têm grande conhecimento sobre o assunto, considerados por muitas lojas os mais difíceis de atender. “Meus funcionários precisam gostar da arte de vender vinhos”, aponta Luiza. Na Bacco’s eles têm a preocupação de não “empurrar” vinhos caros. Segundo Luiza, eles querem vender o vinho de 30 reais que surpreenda o cliente e que o faça voltar atrás de outras novidades como essa. Ao oferecer um vinho, seus atendentes têm sempre em mente a boa relação custo-benefício, informa ela. A Bacco’s oferece vinhos de 19 reais até mais de 2 mil reais. Alguma coisa boa para você certamente vai achar nessa variedade. Apesar de muitas pessoas gostarem 18 de fazer compras sozinhas, sem a interferência do atendente, no caso do vinho essa ajuda muitas vezes é imprescindível. Na Bacco’s eles procuram não deixar o cliente sozinho e, ao conversar, buscam entender o motivo para o qual estão procurando o vinho. Assim, podem reduzir as dúvidas entre opções e oferecer algo especial bem no formato que a pessoa deseja. Uma dica é: se for comprar vinho para um jantar, por exemplo, saiba exatamente o que vai ser servido para que o atendente possa fazer a combinação. Se for presentear alguma pessoa, quanto mais detalhes souber a respeito de seus hábitos e gostos, melhor. Luiza comenta que até o sobrenome do presenteado ajuda, pois pode definir nacionalidade e origem. No Rio de Janeiro, a nova loja Safra Wine está experimentando essa aventura de vender vinhos há seis meses. Em uma aconchegante loja no Shopping Cassino Atlântico, em Copacabana, oferece em torno de 250 rótulos, privilegiando Argentina, Chile e França. Segundo Paulo Barcellos, atendente da loja, os vinhos mais procurados estão na faixa entre 30 e 80 reais. Como o shopping está localizado no mesmo prédio de um hotel, atende um grupo muito variado de clientes, inclusive estrangeiros, para os quais oferece interessantes opções nacionais. Para os clientes que não conhecem vinhos, oferece um “Malbec coringa” na faixa de R$38, da Argentina. A loja pertence a Numa Samiguel e a seu filho Carlos, colaboradores no atendimento junto com Paulo Barcellos, que está surpreso com o rápido crescimento da loja nesse curto período de atuação. A loja tem um pequeno espaço para cursos e aulas de degustação, em parcerias com nomes importantes no mundo do vinho da cidade. A vende de espumantes e Champagne é expressiva na loja, comenta Paulo. Segundo ele, a loja está habilitada a atender muito bem os clientes. Eles têm muito prazer em atender principalmente o que conhece menos vinho, com quem podem conversar e dar várias dicas, se esforçando para quebrar a timidez inicial. O cliente certamente fica “freguês” quando é bem recebido e tem suas necessidades atendidas. Bacco´s R. Sergipe, 568, Higienópolis, (11) 3661-7898, São Paulo Safra Wine Av. Atlântica, 4240, loja 126, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, (21) 2247-9154, Rio de Janeiro Vinho&Cia - No. 29 No Brasil há muitos supermercados espalhados pelos seus São mais de 8,5 milhões de km 2 20 mil. Uma parcela tem vinhos nas prateleiras Imagina que bom seria se a maioria ampliasse a oferta de vinhos... E saber que isso depende de nós... Juntos, falamos com o Brasil do vinho! Vinho&Cia Números estimativos a partir de dados do IBGE e da Associação Brasileira de Supermercados Charutos & Destilados Fumaça pouca é bobagem César Adames Consultor gastronômico [email protected] N o começo achei que era perseguição, recebi vários e-mails e telefonemas informando que uma nova lei fora criada e proibia o fumo de charutos, cachimbos e cigarrilhas em bares e restaurantes na cidade de São Paulo. Na realidade a lei é um complemento da lei 10.862 de 1990, que só agora ganhou este complemento. Coisas de Brasil, afinal aqui a gente faz as coisas pela metade e vai emendando e costurando aos poucos. Primeiro cigarros, depois charutos, cachimbos e cigarrilhas, só faltou o narguile e o cigarro de palha. Será que o nobre vereador José Farhat, autor da proposta, é consumidor destes produtos e por conta disto eles ficaram de fora da lei? Afinal os dois também são derivados do tabaco e fazem fumaça. O argumento do vereador para a criação da lei é que o cheiro da fumaça do charuto contamina os ambientes e incomoda quem está em volta. Concordo em gênero, número e grau com ele, por conta disto só aprecio meus charutos em casa ou em locais preparados para receber este tipo de fumaça e onde não irei incomodar. Afinal o prazer de um charuto não combina com cara feia na mesa do lado. O grande problema é que em todas categorias sempre existem os bons e os maus e neste caso são os exibicionistas de plantão, que fumam anilhas de Cohiba e fazem todos apreciadores de charutos parecerem monstros insensíveis, dispostos a acabar com a tranqüilidade dos vizinhos, soltando fumaça pela boca e nariz. Quem aprecia um charuto com consciência sabe 20 que seu direito termina onde começa o direito do outro, mas infelizmente, para a grande maioria, quem fuma charuto é banqueiro milionário, mafioso ou playboy. A própria mídia ajuda a aumentar este preconceito colocando na capa de uma revista de grande circulação nacional um rato fumando charuto para mostrar a corrupção que assola o país, ou então uma ex-diretora de agencia reguladora que aparece na capa dos jornais fumando charuto em festa na Bahia. Será que era a única foto que o jornal tinha desta personagem? Felizmente o charuto já ultrapassou as imagens descritas acima e a cada dia que passa ele ganha a condição de complemento enogastronômico. Afinal, depois de uma boa refeição, bom vinho, boa companhia, nada melhor do que um bom charuto em um local próprio para seu consumo. Por conta disto, no meu direito de apreciador de charutos, peço somente a correta interpretação da lei, se é para não fumar ninguém pode fumar. Temos que acabar com o conceito de dois pesos e duas medidas que assola este país, nada de permitir cigarros e vetar charutos: fumaça é fumaça e ponto final. Por hora enquanto não houver coerência e correta interpretação da lei estou pensando em enviar meus charutos para o interior de São Paulo onde eles serão cobertos com palha de milho. Afinal cigarro de palha ainda é permitido, não é? Vinho&Cia - No. 29 Comportamento As taças e o tempo Didú Russo Confraria dos Sommeliers iniciais “R Y”, de Reisoli (ele) e Yonne (ela), que já veio ao mundo com nome de rio da Bourgogne… [email protected] A diversidade de taças de vinho é uma das coisas que chamam a nossa atenção, não? Os modismos e a época vão fazendo a diferença. As que faziam jogo do enxoval de casamento do papai vinham com as Vinho&Cia - No. 29 As taças que mais chamam a atenção são as de Champagne, tão rasas que acredito que uma garrafa deva dar conta de umas vinte pessoas servidas… Eram abertas, bem abertas, e lembram as que hoje conhecemos como próprias ao Dry Martini. Diziam que foram moldadas nos seios de Maria Antoineta… Outros iam mais longe e diziam que os seios do molde foram os da bela Helena de Tróia!... Hoje são recomendadas apenas para os Champagne do tipo “Doux”. Outras taças que tenho também são as de Murano, todas em cores e lapidadas, fazem jogo de três modelos, nenhum correto, mas belíssimos, e há de várias cores: bordeaux, azul, verde, laranja, vermelho, amarelo, uma mais linda que a outra. A mesa posta na casa de vovô ficava magnífica com essas taças. Lá jantaram governadores, senadores, embaixadores e até o primeiro ministro português Craveiro Lopes, que lhe deu o título de Visconde de Lourosa… Eram corretas na época, mas hoje estão apenas enfeitando nossa cristaleira. Dessas antigas taças, a única que ainda uso costumeiramente é a de vinho do Porto, na cor bordeaux, lapidada com discrição e no formato perfeito. As de Champagne do meu casamento – que já faz 34 anos – eram tão estreitas que mais parecem uma ampola. Agora, as flutes começam a ser criticadas, e todos procuram pelo modelo usado em Champagne, mais bojudo. E la nave vá... Saúde! 21 Crônica Ted Bebedor na estrada rumo ao Sul Regis Gehlen Oliveira Editor do Vinho&Cia [email protected] H ora de arrumar a mala! Deixeme ver... Camisas, calças, meias, outras peças de roupa, bota e casaco detetive Columbo para resistir às chuvas de Porto Alegre... Ah! Não posso me esquecer de colocar na mala marrom comprada na Daslu o crachá sete zero zero, que dá licença para beber após a viagem, o kit de emergência com uns vinhozinhos e um baralho... Acho que tudo pronto! Só falta a chave do Uno Mille. Então... Rumo ao Sul! --Pego a rodovia Régis Bittencourt. Coloco um MP3 no carro. Uma música para curtir aos poucos: Oração ao Tempo, do Caetano Veloso. “És um senhor tão bonito / Quanto a cara do meu filho / Tempo tempo tempo tempo / Vou te fazer um pedido /Tempo tempo tempo tempo... / Compositor de destinos / Tambor de todos os rítmos / Tempo tempo tempo tempo / Entro num acordo contigo / Tempo tempo tempo tempo...” Trimmm... Trimmm... Trimmm... Atendo o celular pelo viva-voz. - Alô? - Ted Bebedor? Como estás, tchê? Vindo a Porto Alegre? - Sim, caro leitor. - Mas, bah, guri! Estás moderno, hein? MP3 no carro? Tu que antes só ouvia LP de vinil... - Pois é, se até o colunista José Ivan Santos trocou o retroprojetor das suas apresentações por um data show...! 22 - Só que o teu celular tem toque antigo ainda, né? - Sim, é do tempo que telefone fazia trimmm, e não era uma balada ambulante, com rap, tecno, pop, reggae... - Tri-legal, tchê! Mas... Como está a estrada? - Ah!... Estrada?... Que estrada? - Tá com muito buraco, é? - Imagina... - Me contaram uma estória ontem, Ted! Tu sabias que os nazistas estiveram no Brasil na Segunda Guerra? - É?! - Sim! E por estratégia bombardearam a Régis Bittencourt. - Ah! Então tá explicado! - E sabias também que os povos Vândalos estiveram por aqui na América em época mais remota? - Foram eles que roubaram a sinalização da estrada, caro leitor? - Provavelmente! - É... A estória faz sentido... - Mas tem uma placa na estrada, não? - Tem. “Esta é uma obra do Governo Federal”. Foi colocada nos primeiros 6 meses do Governo FHC. - Bah! Tchê. E ainda não deu tempo para consertar? “Por seres tão inventivo / E pareceres contínuo / Tempo tempo tempo tempo / És um dos deuses mais lindos / Tempo tempo tempo tempo... / Que sejas ainda mais vivo / No som do meu estribilho / Tempo tempo tempo tempo / Ouve bem o que te digo / Tempo tempo tempo tempo...” --- Trimmm... Trimmm... Trimmm... - Alô? - Ted? Ainda na estrada? - Sim, claro, pra quê? - Pra apertar os parafusos do carro e desamassar as rodas. - Estou jogando baralho, Paciência, caro leitor. - Mas, bah! Capaz!... Relaxa, então, enquanto esperas... Que vinho vamos tomar quando chegares? - Sério? Eu estou tomando um mate... - Ah! Acho que um espumante bem cremoso! - Sim, acidente aqui no trecho entre Palhoça e Osório. O trânsito tá parado. - E vamos no Beira-Rio, tchê? Que tal vermos o Colorado meter uns golos nos gremistas? - Barbaridade! Estão duplicando a estrada aí, guri? - Dizem. Dividiram a obra em 50 lotes. Mil desvios. Mil pontes inacabadas. Duas ou três máquinas no trecho... - Ihhhh... - Mas, caro leitor, deixe-me perguntar uma coisa... Tem chave de fenda e martelo aí? - Boa pedida! - E qual a tua previsão de chegares em Porto Alegre? - Vai depender do tempo... “Peço-te o prazer legítimo / E o movimento preciso / Tempo tempo tempo tempo / Quando o tempo for propício / Tempo tempo tempo tempo...” Vinho&Cia - No. 29 Experiência única no Rio de Janeiro Os vinhos provenientes de vinhedos de altitude de Santa Catarina, plantados em até 1300m acima do nível do mar, representam um novo terroir, único no mundo e com potencial para figurar entre os melhores. Sérgio Inglez de Souza, um dos maiores conhecedores do trabalho dos brasileiros, mostra os motivos, apresenta 4 vinícolas do terroir e seleciona rótulos que valem a pena serem explorados num jantar harmonizado. Pela Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro você pode vivenciar essa experiência. Única. Aprecie com moderação Vinhos de Altitude de Santa Catarina 23 de abril, quarta-feira, 20h30 Realização Projeto Harmonizando o terroir Informações e reservas Vinho&Cia Realização Associação Brasileira de Sommeliers Rio de Janeiro (21) 2285-0497, [email protected] TERROIR E VINHOS apresentados por Sérgio Inglez de Souza Vinho&Cia - No. 29 R$90 por pessoa (R$75 para sócio da ABS-Rio) 23 Experiência única em S. Paulo Vinhos diferenciados da Serra Gaúcha conquistam a cada dia maior reconhecimento da crítica nacional e prêmios internacionais. Competem hoje muito bem com os importados. Sérgio Inglez de Souza, um dos maiores conhecedores da produção nacional, apresenta 7 vinícolas do terroir, mostra os motivos da sua evolução de qualidade e seleciona rótulos que valem a pena ser conhecidos. Newton Figueiredo, chef em grande ascensão, cria pratos contemporâneos para harmonizar com os vinhos. Numa noite na Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho você pode vivenciar essa experiência. Única. Aprecie com moderação Vinhos Diferenciados da Serra Gaúcha & Menu Contemporâneo 25 de abril, sexta-feira, 20h30 Projeto Harmonizando o terroir Local e reservas Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586 Jardim Paulistano, São Paulo (11) 3814-7905, [email protected] TERROIR E VINHOS apresentados por Sérgio Inglez de Souza MENU CONTEMPORÂNEO elaborado pelo chef Newton Figueiredo R$90 por pessoa (R$75 para sócio da SBAV-SP) Realização Realização Vinho&Cia Apoio