Vinho&Cia
Ano 4 - Número 29 - R$ 7,00
O Seu Melhor
Programa com Vinho
ConVisão
Adega do restaurante
Friccó, na Vila Mariana
em São Paulo
P. Verger,
em São Paulo
Onde Beber
em Moema e Vila Mariana
Rio 40 Graus: Oscar Daudt, em estréia,
mostra o clima dos enoeventos
Massas
& Vinhos
O que combina &
Festival no Rosmarino
O Que Beber
Tintos, brancos e espumantes para rechear a sua adega
Vinhos que provamos antes para você beber melhor
Brasil, América do Sul, Velho Mundo...
& Muito mais!
FESTIVAL
VINHO&CIA
MASSAS, VINHO&CIA
APRECIE A PREÇOS ESPECIAIS NO ROSMARINO OS VINHOS QUE RECEBERAM
A MEDALHA CIA. DE OURO DO VINHO&CIA COM 3 TIPOS DE MASSAS
MEZZALUNA DE BRIE E AMÊNDOAS
AO SAUTÉE DE TOMATE
TAGLIOLINE
ORECCHIETTE
AOS COGUMELOS MISTOS
AO RAGÚ PUGLIESE
Luiz Argenta
Gran Reserva
Merlot
Sanjo
Núbio Rosé
Cabernet
Wine Premium
Caliterra Tribute
Chardonnay
Don Laurindo
Reserva
Ancellotta
Luiz Argenta
Gran Reserva
Merlot
Magna
Emiliana
Syrah
Don Laurindo
Reserva
Malbec
Wine Premium
Trivento Golden
Reserve Malbec
R$70
R$35
R$55
R$50
R$70
R$23
R$56
R$78
APRECIE COM MODERAÇÃO
ATÉ 15 DE MAIO DE 2008
SOMENTE NO ROSMARINO, NA R. HENRIQUE MONTEIRO, 44, PINHEIROS, (11) 3819-3897, SÃO PAULO
OS PREÇOS PODERÃO SER ALTERADOS CASO HAJA ALTERAÇÕES POR RAZÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
2
Vinho&Cia - No. 29
Aprecie com moderação.
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Vinho & Cia - No. 29
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3
Aperitivo
Para aproveitar
o outono com vinho
Vinho&Cia
Ano 4 - Número 29
Editor
Regis Gehlen Oliveira
Publicação
C
hegamos ao início do outono com algumas novidades para você aproveitar melhor o Vinho&Cia.
No caderno Vinho em SP estão concentradas agora as informações relativas ao ambiente paulistano. É o início do projeto de cadernos regionais, que terá sequência nas próximas edições com outros mercados. Nesta edição indicamos Onde Beber Melhor nos
bairros de Moema e Vila Mariana e promovemos o Circuito Vinho&Cia em restaurantes selecionados da região para você apreciar pratos
harmonizados com vinhos selecionados pela nossa equipe.
O clima carioca dos enoeventos, com gente e vinhos, está refletido na coluna de Oscar Daudt, que estréia no Vinho&Cia direto do Rio
de Janeiro.
Nesta edição você pode conhecer bons vinhos para combinar com três tipos de massas e, melhor ainda, pode vivenciar a experiência no
restaurante Rosmarino, em São Paulo, onde promovemos um festival com essas massas e os vinhos que degustamos às cegas e premiamos
como as melhores harmonizações.
E mais, você pode aproveitar nas várias páginas do Vinho&Cia as estórias, as dicas, o humor e o conhecimento da maior equipe de
colunistas especializados em vinho do país.
Bom... Tim-Tim!
Vinho & Saúde
Enquanto isso...
É verdade
que...
o vinho tem várias propriedade que
podem beneficiar as mulheres?
S
im. Todos os efeitos do vinho para os homens são também aplicáveis às mulheres. Mas Bacco, com seu divino
saber, reservou mais para elas. Estudos mostram que
as mulheres que bebem vinho
regular e moderadamente junto
Jairo Monson
com as refeições têm atenuadas
Médico e escritor
as manifestações do climatério e
[email protected]
menopausa, 50% menos câncer
de ovário, menos derrame cerebral, são mais férteis, têm uma pele mais jovial e outros efeitos
que favorecem o emagrecimento. O vinho é de fato um alimento
que foi concebido pelos deuses para enaltecer a saúde, a beleza
e o espírito da mulher.
4
ConVisão
Al. Araguaia, 933, 8o. and.
Alphaville
06455-000, Barueri, SP
Colaboradores
Adriana Bonilha
Beto Acherboim
Carla Maicá
Cesar Adames
Custódio (cartum)
Denise Cavalcante
Didú Russo
Estevam Norio Ito (fotos)
Euclides Penedo Borges
Fernando Quartim
Jaqueline Barroso
Jairo Monson
Jorge Monti
José Ivan Santos
Luciane Manzini
Oscar Daudt
Sérgio Inglez de Souza
Walter Tommasi
Assinaturas e
Propaganda
(11) 4192-2120
[email protected]
Vinho & Cia é uma publicação da
ConVisão relativa ao segmento de
vinhos e suas companhias naturais,
como gastronomia, restaurantes,
prazer, conhecimento, viagens e outras. Circula principalmente em São
Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande
do Sul, nos principais restaurantes e
lojas especializadas. Pode ser adquirido por assinaturas ou em bancas
selecionadas.
Os artigos e comentários assinados não refletem
necessariamente a opinião da editoria.
A menção de qualquer nome neste veículo não
significa relação trabalhista ou vínculo contratual
remunerado.
Vinho&Cia - No. 29
Da Altitude, o Diferencial!
Vinhos Sanjo, produzidos na
Altitude da Serra Catarinense
Vendas:
Av. Irineu Bornhausen, 677
www.sanjo.com.br
Fone: (49) 3233-0012
e-mail: [email protected]
São Joaquim - Santa Catarina - Brasil
Vinho & Cia - No. 29
5
O Que Comprar
Recheie
Dicas de vinhos
a sua adega
Aqui estão indicações do Vinho&Cia para se ter em casa
um bom conjunto de vinhos com ótimo custo-benefício,
para as diversas ocasiões e para acompanhar variados pratos.
Siga o sentido da seta para a melhor escolha
pratos mais leves
pratos mais consistentes
Vinhos tintos (temperatura de serviço preferencialmente entre 14oC a 200C)
Mais adequados a carnes, queijos consistentes e massas mais condimentadas
Miolo
Gamay 2008 (R$ 20)
Miolo: (0800) 970-4165
Valmarino
Cabernet Franc 2005 (R$ 23)
Valmarino: (54) 3452-2135
Cousiño-Macul Antiguas
Reservas Merlot 2005 (R$ 42)
Tilia Alamos
Malbec 2006 (R$ 26)
Santar: (11) 3227-7355
Casillero del Diablo Res Privada
Cabernet-Syrah 2005 (R$ 90)
Pernod Ricard: (0800) 014-2011
Vinci: (11) 6097-0000
Don Laurindo Reserva
Tannat 2005 (R$ 50)
Don Laurindo: (0800) 510-1600
Vinhos brancos e rosés (temperatura de serviço preferencialmente entre 8 a 140C)
Mais adequados a peixes, frango, porco, queijos delicados e massas mais leves
Lautaro
Sauvignon Blanc 2003 (R$ 22)
Global Commerce: (11) 5539-5604
Salton Volpi
Chardonnay 2005 (R$ 27)
Núbio Rosé
Cabernet 2006 (R$ 35)
Salton: (11) 6959-3144
Sanjo: (49) 3233-0012
Vinhos doces (temperatura de serviço preferencialmente entre 5oC a 80C)
Mais adequados a sobremesas, queijos azuis e foie gras
Monte Fasenara i Castei Recioto
della Valpolicella 2001 (R$ 190)
Decanter: (11) 3074-5454
Quinta de Ventozelo
Porto Ruby Reserva (R$ 58)
Casa Aragão: (11) 6168-3438
QSM Portento
Tinto Fortificado 2005 (R$ 52)
Quinta Santa Maria: (49) 3233-3677
Vinhos espumantes (temperatura de serviço preferencialmente entre 5oC a 80C)
Mais adequados a aperitivos (os do tipo brut) e a sobremesas (os dos tipos demi-séc e Moscatel)
Dica de conservação
Na hora do consumo você pode estar com o vinho quase na
temperatura adequada se guardar corretamente as garrafas em
adega climatizada. Os tintos devem ficar nas prateleiras superiores, onde é mais fresco, e os brancos, doces e espumantes nas
inferiores, onde é mais frio.
6
Estrelas do Brasil
Prosecco (R$ 28)
Estrelas do Brasil: (54) 3452-5111
Champagne Pommery
Brut Rosé (R$ 250)
La Vigne: (0800) 643-0700
Oremus Espumante
Moscatel (R$ 15)
Fante: (54) 3292-3000
Vinho&Cia - No. 29
O Que Beber
Provamos antes
para você beber melhor
Entre os inúmeros lançamentos no mercado, aqui estão rótulos selecionados
considerando ótimo benefício dentro de cada categoria de preço.
Champagne?
Da Galícia
Mais espanhol
Em breve, por incrível que pareça, teremos
know-how brasileiro na região dos melhores
espumantes do mundo. O enólogo Mario
Geisse, da Cave de Amadeu, foi convidado
por Philippe Dumont, produtor de Premier
Crus e Grand Crus, a elaborar seu espumante
Cave Geisse lá em Champagne, nos Chateaux
da família Dumont. Daqui mesmo, prove o
espumante (ou Champagne?) Brut. R$39.
Cave de Amadeu: (54) 3455-7461
Os vinhos espanhóis ainda têm
no Brasil participação pequena,
cerca de 2% do
total, mas a qualidade da maioria
dos rótulos que
chegam por aqui
é indiscutível. É
o caso do ótimo
Pazo Pondal Leira 06, da Galícia,
região onde os vinhos brancos
imperam: bem aromático, redondo e gostoso, oriundo de
vinhas velhas, que vale muito os
60 reais que custa.
Wine Premium:
(11) 3040-3414
As opções de rótulos espanhóis no país estão
em crescimento. A importadora Barrinhas traz
agora duas linhas, uma da vinícola Sonsierra,
que produz vinhos mais modernos, e outra da
Tamaral, um pouco mais tradicionais, elaborados com uvas de vinhedos velhos. O tinto
Tamaral Crianza 03 é muito bom, equilibrado,
e pode agradar bastante. R$80.
Barrinhas: (21) 3325-2311
Rosé do Chile
Os vinhos rosés sofrem muito com o
preconceito. Boa parte foi realmente
ruim durante bastante tempo, mas
agora há opções bem interessantes. Um
que vale a pena ser conhecido é o da
chilena Kankura Wines, elaborado com
Syrah e Cabernet, agradável no todo.
Ótimo, por exemplo, para acompanhar
um prato leve de camarão. R$29.
Grand Cru: (11) 3062-6388
Da Alsácia
Os britânicos e os norte-americanos consomem hoje mais vinhos brancos do que tintos.
Os brasileiro apreciam muito pouco, embora
tenhamos ótimos produtos. Um bom exemplo
na linha vem da Alsácia francesa com o agradabilíssimo, mineral e leve Riesling 2005, de
André Kientzler, que tem produção limitada a
menos de 100 mil garrafas por ano, com ótimo
padrão de qualidade. R$89.
Grand Cru: (11) 3062-6388
Vinho&Cia - No. 29
Novo Mundo na França
O colunista Beto Acherboim
destaca o ótimo custo-benefício do Mas des Aveylans Syrah
2005, produzido pelo Château
des Aveylans. Ele enfatiza: “um
vinho fácil de beber e gostar, típico Syrah do Novo Mundo feito
na França!”. R$49.
Casa Flora: (11) 3327-5199
Especiaria
Não-somente as
grandes importadoras garimpam
vinhos de alta qualidade. É bom prestar também atenção
em vinhos das menores. A Joar traz
da região de San
Juan na Argentina
o excelente Cassius
Syrah, com aromas
e sabores de especiarias, por um
excelente preço. R$28.
Joar: (11) 3326-0529
Malbec francês
Falando em Novo Mundo, Malbec
comum por aqui é da Argentina, mas
a origem da casta é francesa, de onde
vem o Chateau Beauvillain-Monpezat
1998, da região de Cahors. Mesmo
com dez anos, não apresenta sinais
da idade, ao contrário, mostra bom
frescor. O colunista Fernando Quartim
afirma: “vale a pena comparar com os
argentinos!”. R$68.
Vitis Vinífera: (21) 2235-3968
7
O Que Acompanhar
Massas
A
cozinha italiana é a mais presente hoje no Brasil.
Seus pratos de massas encantam à maioria principalmente em razão da variedade e dos sabores
deliciosos, sejam em preparações simples, ou com toques
de alta cozinha.
& Vinhos
A ressalva para alguns é que “massas engordam”, embora esteja hoje comprovado que o que engorda é comer
em excesso e não um prato de massa em si. Pelo contrário,
massas podem ser muito leves e ajudarem a emagrecer,
se seguirmos um programa alimentar equilibrado.
Massas podem ser ótimas companhias para vinhos,
e Vinho&Cia resolveu descobrir boas combinações para
três pratos diferentes e, além disso, para não ficar apenas
na teoria, decidiu proporcionar a todos a possibilidade de
provar as massas e os vinhos na prática, em um festival num
restaurante. O escolhido foi o Rosmarino, em São Paulo,
e as massas foram variadas: uma recheada, uma fresca em
formato de macarrão e outra seca com molho de carne.
Uma equipe de degustadores do Vinho&Cia provou
às cegas (sem conhecimento do rótulo) 27 amostras,
enviadas por vinícolas, importadoras e distribuidoras,
apresentadas na tabela ao lado. Os melhores rótulos em
combinação com cada massa receberam a medalha Cia.
de Ouro e estão em destaque.
As massas
A massa recheada é “Mezzaluna de brie e amêndoas
ao sautée de tomate” (recheio de queijo brie e amêndoas,
com molho de tomates frescos temperado levemente com
laranja). Como acontece com todas as massas, o que
determina a sua harmonização com vinhos é o molho, e
nesse caso a acidez e o sabor do tomate é que dão o tom.
É um prato bem leve.
O “macarrão” é um “Taglioline aos cogumelos mis-
8
tos” (massa fina com cogumelos paris, shitake e shimeji,
vinho branco e azeite). É um prato delicioso, instigante,
com os cogumelos tomando a atenção.
A massa seca é “Orecchiette ao ragú pugliese” (massa
italiana com picados de carne bovina, cordeiro, panceta
e calabresa, tomate e peperoncino). Pode-se dizer que
é um molho “bolonhesa” mais incrementado e picante,
altamente saboroso, preparado de forma bem equilibrada,
sem nenhum excesso de gordura.
as taças são boas, a variedade é grande e os sobrepreços
são muito bons, abaixo da maioria dos restaurantes.
Possui três ambientes distintos: um salão climatizado
na entrada com decoração mais “clean”, um charmoso e
romântico espaço ajardinado na parte central e uma sala
mais reservada para eventos ao fundo. Stella Krempel e
Ângela Amado, irmãs e sócias, comandam a casa.
Rosmarino: R. Henrique Monteiro, 44, Pinheiros
(11) 3819-3897. Fecha sábado no almoço, e domingo e
segunda-feira no jantar.
O restaurante Rosmarino
Aprecie os vinhos e as massas
O Rosmarino, no bairro de Pinheiros, em São Paulo,
está em grande ascensão. Oferece durante o almoço um
bufê executivo de ótimo nível e à noite pratos italianos
com grande cuidado na preparação. O serviço de vinhos
é de ótimo nível, e recebeu a cotação 4 estrelas (num total
de 5) do Vinho&Cia na sua edição de fevereiro, publicada
na reportagem Onde Beber Melhor em Pinheiros e na
Zona Oeste de São Paulo. Os vinhos ficam climatizados,
Você pode vivenciar também a experiência. As 3 massas e os vinhos escolhidos pelo Vinho&Cia poderão ser
apreciados no Rosmarino até 15 de maio. Se você pedir
uma das massas poderá pedir um dos vinhos ao preço
especial publicado nesta edição. A promoção é possível
por meio de parceria entre o Vinho&Cia, o restaurante
e os fornecedores.
Vinho&Cia - No. 29
O Que Acompanhar
Os melhores
com as massas
Vinho&Cia provou 9 vinhos com cada massa e elegeu
os melhores para cada prato.
Cabernet (Sanjo Núbio Rosé, brasileiro, de São Joaquim)
e um branco de Chardonnay (Caliterra Tribute).
O mesmo Luiz Argenta Gran Reserva Merlot também
caiu muito bem com essa massa.
A degustação provou que a mezzaluna com molho de
tomates é uma massa que pode ir bem com vários tipos
de vinhos, mas, por outro lado, não é um prato fácil de
harmonizar. Pede vinhos mais leves, porém com presença.
Os melhores foram um tinto de Merlot (Luiz Argenta
Gran Reserva, brasileiro, de Flores da Cunha), um rosé de
O Taglioline com cogumelos é mais difícil ainda de
combinar, e também vai melhor com vinhos mais leves
e que compatibilizem com o sabor marcante dos funghi.
Harmonizou muito bem o Don Laurindo Reserva Ancellotta (brasileiro, do Vale dos Vinhedos), com essa uva
que a muitos agrada e a outros causa estranheza.
O Orecchiette ao ragú é prato cheio para os tintos.
Combina bem com quase tudo com alguma “consistência”, mais corpo e um leve toque mais doce. Assim é natural que os melhores fossem um Syrah, Emiliana (chileno,
de Colchagua), e dois Malbec, Don Laurindo Reserva e
Trivento Golden Reserve (argentino, de Mendoza).
1
2
3
A
B
a
b
c
Vinhos que recebem a medalha Cia. de Ouro com Mezzaluna com molho de tomates
ord.
fornecedor
fone
produtor
origem
região
vinho
tipo
uva
safra
R$
1
Casa Flora
(11) 3327-5199
Luiz Argenta
Brasil
Flores da Cunha
Luiz Argenta Gran Reserva Merlot
Tinto
Merlot
2005
70
2
Sanjo
(49) 3233-0012
Sanjo
Brasil
São Joaquim, SC
Núbio Rosé
Rosé
Cabernet Sauvignon
2006
35
3
Wine Premium
(11) 3040-3414
Caliterra
Chile
Casablanca
Caliterra Tribute Chardonnay
Branco
Chardonnay
2006
55
Vinhos que recebem a medalha Cia. de Ouro com Taglioline com cogumelos
ord.
fornecedor
fone
produtor
origem
região
vinho
tipo
uva
safra
R$
A
Don Laurindo
(0800) 510-1600
Don Laurindo
Brasil
Vale dos Vinhedos
Don Laurindo Reserva Ancellotta
Tinto
Ancellotta
2005
50
B
Casa Flora
(11) 3327-5199
Luiz Argenta
Brasil
Flores da Cunha
Luiz Argenta Gran Reserva Merlot
Tinto
Merlot
2005
70
Vinhos que recebem a medalha Cia. de Ouro com Orecchiette ao ragú
ord.
fornecedor
fone
produtor
origem
região
vinho
tipo
uva
safra
R$
a
Magna
(11) 2113-0999
Emiliana
Chile
Colchagua
Emiliana Syrah
Tinto
Syrah
2007
23
b
Don Laurindo
(0800) 510-1600
Don Laurindo
Brasil
Vale dos Vinhedos
Don Laurindo Reserva Malbec
Tinto
Malbec
2005
58
c
Wine Premium
(11) 3040-3414
Trivento
Argentina
Mendoza
Trivento Golden Reserve Malbec
Tinto
Malbec
2004
78
Participaram também da degustação vinhos da Domínio Cassis (11) 5183-2584, Massimex (11) 3562-8206, Santar (11) 3227-7355 e Sulvin (11) 3073-1330,
no total de 27 amostras
Vinho&Cia - No. 29
9
Vinhos do Mundo
Homenagem
ao dr. Onofre Pimentel
Sérgio Inglez de Souza
resolver sérios problemas presentes
nos vinhedos brasileiros.
Escritor e consultor
[email protected]
O
s mais novos talvez não tenham noção da importância
do engenheiro agrônomo
Onofre Pimentel para a vitivinicultura
brasileira, figura de maior relevo que
perdemos na última semana de janeiro
de 2008.
Graduado em 1951, iniciou seus
trabalhos respondendo pelos históricos vinhedos da emblemática Granja
União, em Flores da Cunha, nas terras
da Companhia Vinícola Riograndense,
que desde 1932 abrigava as mais destacadas variedades viníferas da época,
constituindo os primeiros grandes parreirais brasileiros de castas finas.
Este aplicado pesquisador, conferencista e mestre, de visão muito
avançada para aqueles tempos, ampliou a coleção de variedades daqueles
vinhedos, completando para mais de
uma centena de variedades viníferas.
Uma vez aclimatadas, eram distribuídas para outros viticultores, que recebiam treinamento, de modo a garantir
o sucesso de seus parreirais.
Na década de 1960, cumpriu um
alongado período de estudos na Universidade de Bordeaux, na Escola Superior de Agronomia de Montpellier e
em outros santuários da vitivinicultura
mundial, colhendo informações atualizadas e trazendo novas soluções para
10
De volta ao país, foi o pioneiro na
implantação de técnicas revolucionárias para identificar e quantificar vírus
presentes nas videiras, possibilitando
a classificação e o aproveitamento
das mudas sadias, ao mesmo tempo
em que determinava com precisão
as plantas atacadas para que fossem
eliminadas.
No início dos anos 1970, o governo
gaúcho coordenou o primeiro grande
levantamento em todo o estado para
classificar as áreas com condições
adequadas ao plantio de videiras viníferas. O resultado final foi consolidado
em um mapa que indicava as regiões
numa escala de 1 a 4, sendo que a com
melhor condição foi a área da Serra do
Sudeste, balizada pelas cidades de Encruzilhada do Sul, Pinheiro Machado
e Pedras Altas.
como o pioneiro desbravador da atual
região vinícola da Serra do Sudeste,
que atualmente abriga vinícolas da
categoria da Chandon, Casa Valduga,
Lidio Carraro e Angheben.
Essa grande figura foi um dos primeiros a bater firme na tecla de ensinar
aos vitivinicultores que o vinho está
definitivamente determinado na baga
da uva: vinho bom só se obtém com
uva de qualidade. Com esta filosofia
na cabeça, fez peregrinações pelas
mais distintas áreas do país, sempre
buscando identificar novos terroirs e
dar incentivo ao plantio de videiras
viníferas e à produção de uvas de
qualidade.
Muitos outros relevantes serviços
prestados à vitivinicultura brasileira
levam a assinatura do Dr. Onofre
Pimentel, cujo falecimento deixa um
vazio na vitivinicultura brasileira e
uma grande tristeza no setor.
Descanse em paz, grande mestre.
Suas lições estão consolidadas e serão
sempre lembradas!
De posse desse mapa, o Dr. Onofre
Pimentel partiu para a Serra do Sudeste, lá percorrendo estradas, trilhas
e pastos, conhecendo-a com a palma
de sua mão, e procurando selecionar
áreas de microclima e terroir mais
vantajosos.
Depois de 20 dias sacolejando
em um jipe selecionou propriedades,
entre as quais uma área em Pinheiro
Machado que foi adquirida pela Cia
Vinícola Riograndense, na qual foram
formados os famosos vinhedos São
Felício, em 1976. Assim, Dr. Onofre
Pimentel marcava mais uma façanha
Vinho&Cia - No. 29
América do Sul
A influência
estrangeira no Rio Negro
Euclides Penedo Borges
Presidente da ABS-Rio
[email protected]
P
or volta de 1900, técnicos ingleses
implantaram um sistema de irrigação na parte alta do Rio Negro, na
Patagônia. A idéia era criar uma frente
de cultivo de frutas de clima temperado
nessa região de poucas chuvas. As uvas
não tinham importância no projeto. Entretanto, o terroir às margens do Rio Negro,
entre Neuquén e General Roca, mostrouse adequado para variedades viníferas
e, assim, já em 1913, surgia a primeira
vinícola na região, por iniciativa pioneira
de Humberto Canale.
A evolução da produção regional foi
desprezível ao longo do século vinte. Ela
despertou de sua letargia nos anos 1990
e firmou-se nos últimos dez anos. Hoje a
região do Rio Negro, cortada pelo paralelo
39 sul, conta com uma dezena de vinícolas
e disputa com o sul da Nova Zelândia a
condição de região vinífera mais austral
do mundo.
Os investidores tiveram que enfrentar
tecnologicamente o grande problema da
região, as geadas. Fora das épocas de
geadas a região tem dias quentes e noites
frias, garantindo longo período de amadurecimento para as uvas, o que é excelente
para brancos refrescantes e tintos frutados. Clima árido, precipitação de apenas
180mm e nível baixo de umidade garante
a sanidade das vinhas. A luminosidade
intensa, devido à atmosfera limpa, favorece a fotossíntese e a formação de açúcar. Elaboram-se brancos aromáticos de
Chardonnay, Sauvignon Blanc, Semillon
e Viognier e tintos de Pinot Noir, Merlot,
Malbec e Cabernet Sauvignon.
Vinho&Cia - No. 29
Durante décadas, a Bodega de Humberto Canale foi apenas um empreendimento familiar. Nos últimos trinta anos
sob a condução de Guilherme Barzi Canale e seu filho Guillo, a empresa evoluiu e
cresceu significativamente. Eles trataram
de assegurar a presença de seus vinhos
na Europa através de convênio com o comerciante britânico Henry Wright e com o
suporte técnico do enólogo dinamarquês
Hans Vinding-Diers.
As bodegas
As Bodegas Chacra foram iniciativa
do italiano Piero Incisa della Rochetta,
da nova geração da Tenuta San Guido,
da Toscana. Empregando colheita manual
e cultivo biodinâmico, os tintos Chacra
procuram refletir o terroir patagão em
seus Pinot Noir, de estilo europeu, mas
com sabor local.
A Bodega Noemía também tem inspiração toscana. A Tenuta Argiano, produtora de Brunello, em associação com o
mesmo Hans Vinding-Diers, investiu na
Patagônia criando esse empreendimento
cujo nome homenageia a condessa Noemi
Marone Cinzano. Com o auxílio do onipresente Vinding-Diers, ela descobriu na
região vinhas de Malbec em pé franco com
mais de sessenta anos, em plena forma.
Sem pretender esgotar o tema neste
espaço, citemos as gigantescas Bodegas
del Fin del Mundo, implantadas em San
Patricio del Chañar pelo empresário argentino Julio Viola. O cultivo, em seus
mais de 500 hectares, apóia-se em inovadora tecnologia de Israel para as condições
locais incomuns.
Assim, a região do Rio Negro deve sua
posição atual no mundo do vinho, tanto
ao pioneirismo dos argentinos quanto
à influência empresarial e tecnológica
estrangeira.
11
Velho Mundo
Portugal, a tradição
e os nomes exóticos
incluiu o Quinta do Vale do Meão em sua
lista de 100 melhores.
Walter Tommasi
Enófilo
[email protected]
Agora, cá entre nós, cada nome exótico, não? Vejamos! Começamos com o
ícone Barca Velha, com o histórico Pera
Manca (tão antigo que diz a historia ter
sido o vinho favorito de Pedro Alvares
Cabral), o famoso Mouchão, e um recém
chegado Cabeça de Burro, produzido
pela Vitivinícola de Peso da Régua. E
mais: Monte do Pintor, Quinta do Cotto,
Cem Reis, Quinta do Coquinho, Poeira,
Diga?, Rol de Coisas Antigas, Quinta
da Bacalhoa, Malhadinho, Quinta do
Cachão Grande, Contra a Corrente,
Esboço, Terroso, Amo-te, Três Bagos,
Cova da Ursa, Boa Memória, Má Partilha e os recém lançados Sombra e Luz,
do “enfant-terrible” do mundo do vinho
português e criador dos deliciosos Redomas, Dirk Niepoort. Será que “Sombra” é
o vinho tinto e “Luz” é o branco? Nunca
se sabe, né?
P
ortugal é certamente uma origem a
ser observada entre os atuais produtores de vinhos de qualidade do
mundo. Este país, que até pouco tempo
atrás só era reconhecido no mundo pelos
seus maravilhosos vinhos fortificados
(porto e madeira), tem-se tornado agora
um rotineiro fornecedor de grandes vinhos
de mesa.
Por que no passado o mundo não conhecia seus vinhos finos? Porque nossos
ancestrais literalmente consumiam toda a
sua produção! Algumas ex-colônias, entre
elas o Brasil, ainda recebiam alguns exemplares mais populares e de alta produção
– lembrem-se dos famosos Matheus Rosé
ou do Lancers.
Recentemente, porém, o mundo começou a conhecer o que de melhor existe por
lá. E o que mudou? Muito! A abertura de
novas áreas aumentou o volume de produção. O crescimento econômico de Portugal advindo da entrada na Comunidade
Européia fez muitos de seus consumidores
locais partirem para experiências internacionais. Assim, a globalização diminuiu
o consumo de vinhos portugueses pelos
portugueses, mas aumentou o consumo
mundial pelos vinhos de Portugal. Para
desencadear ainda mais este processo de
globalização vieram as novas tecnologias
de produção aplicadas nas antigas cepas lá
dominantes, que resultaram em agradáveis
surpresas.
Particularmente considero Portugal
um dos países que mais evoluiu em termos
de qualidade nos últimos anos, e tenho a
impressão que poderá se tornar um grande
destaque mundial num futuro próximo,
porque suas castas são diferentes e podem
muito bem se tornar as novas coqueluches,
12
substituindo as hoje reinantes, já que o
mundo globalizado exige novidades o
tempo todo. Nas regiões do Douro e Dão
ainda sentimos mais fortemente a tradição
vinícola da terrinha, mas o Alentejo vai capitaneando os “New Kids on the Block”,
e os resultados são empolgantes. Vamos
aguardar e ver se estas profecias quase
“nostradamicas”
se concretizam.
Mas, deixando as brincadeiras de lado,
se os vinhos tiverem esta qualidade toda
com que estamos nos acostumando, quem
liga para o nome?!
Saúde!
No ano passado a Wine &
Spirits colocou 4
portugueses entre
seus 100 melhores. O Quinta do
Crasto, já reconhecido pela sua
qualidade aqui
no Brasil, foi um
deles. A Wine Expectator também
Vinho&Cia - No. 29
VinhoemSP
Onde beber melhor
em Moema e Vila Mariana
M
oema em São Paulo,
a pouco tempo tímida
em termos de bons
restaurantes, agora está em fase
de grande ebulição. Ao lado, a
Vila Mariana começa a revelar
casas interessantes. Vinho&Cia
fez uma ampla e rigorosa pesquisa na região formada por
esses dois bairros e selecionou
endereços como indicações de
locais Onde Beber vinho.
A equipe do jornal pesquisou restaurantes nos limites da
seguinte área: à oeste da avenida
dos Bandeirantes, ao sul da av.
Domingos de Morais, a leste da
av. 23 de Maio e Hélio Pelegrino,
e ao norte da av. Santo Amaro.
Dos inúmeros restaurantes nessa
abrangência, foram levantadas
as informações dos mais representativos, visitados muitos
e selecionados os 26 melhores
para beber.
De cada restaurante foi levantada a carta de vinhos, com
atenção para a variedade de rótulos, os tipos (se diferenciados,
especiais) e a sua organização
(inclusive se fornece orientações). Foi pesquisada armazenagem, se é usada adega climatizada ou especial, e o serviço com
taças adequadas. Foi observado
se o restaurante tem sommelier
para auxiliar os consumidores
e administrar a adega, e o nível
desse profissional. Atenção especial foi dada aos preços praticados, com cálculo da margem
de venda sobre a compra direta
das importadoras ou vinícolas.
Vinho&Cia - No. 29
Adega climatizada
subterrânea do Friccó,
na Vila Mariana
Quem oferece variedade de
vinhos baratos, com preços até
30 reais, também foi apontado.
A pesquisa envolve inclusive o
nível do ambiente e a qualidade
da cozinha oferecida.
Considerando todas as informações, Vinho&Cia classifica o
nível geral do restaurante para
beber vinho com cotações que
variam de 1 a 5. Perde pontos
quem só trabalha com rótulos
caros e pratica margens elevadas
de preços de vinhos. Para incentivar, o jornal premia os melhores
restaurantes em diversas categorias. Confira a seguir as cotações,
os premiados e todos os restaurantes no guia Onde Beber.
Os
6
melhores
restaurantes para vinho na região
Friccó, Vila Mariana, cozinha italiana
Fogo de Chão, Moema, churrascaria rodízio
Café Journal, Moema, bar e cozinha contemporânea
Villa Alvear, Moema, cozinha argentina
P. Verger, Vila Mariana, cozinha francesa
Lilló, Vila Clementino, pizzas e cozinha variada
As cotações variam entre o mínimo de
ao máximo de
SP-1
Onde Beber Melhor
Os melhores por categoria
em Moema e Vila Mariana
Vinho & Alta Gastronomia
Vinho & Cozinha Informal
Variedade de Vinhos
Preços de Vinhos
Vinhos Baratos
P. VERGER
FOGO DE CHÃO
CAFÉ JOURNAL
FRICCÓ
INNOMINATO
A ambientação é um show. As
fotos de Pierre Verger nas paredes, as taças e as mesas coloridas
atraem. A cozinha francesa comandada pelo chef Patrick Ferry
é de alto nível. O sommelier é um
dos melhores da região. A carta
de vinhos é variada e selecionada
a dedo. Por tudo isso, é a escolha
natural na categoria.
Há anos é sinônimo de que rodízio de carnes pode ser considerado cozinha de alta qualidade. O
serviço de vinhos é primoroso,
com belíssima adega, variedade,
grandes rótulos, ótimas taças,
bom atendimento e prestígio
internacional. Juntando tudo, é
o melhor para beber vinho em
companhia de cozinha informal.
A cada dia a bela adega do Café
Journal armazena mais rótulos.
São vinhos de diversos países,
selecionados com bastante critério, para compor uma carta que é
muito mais do que complemento
do buffet variado do almoço ou
do serviço a la carte da noite: já
é o ponto principal de atração do
bar e restaurante.
É o melhor Onde Beber na região
e o único a receber a cotação 5
estrelas pelo serviço de vinhos.
Contribuem para isso a grande
variedade, a bela adega climatizada e o alto nível da cozinha
italiana. Mas um dos grandes
pontos também é a margem de
preços praticada, em nível que
estimula o consumo.
A pequena e simpática cantina
tem boa variedade de vinhos
bem-selecionados pelo próprio
dono, Paulo Zan. O grande
destaque, em linha diferente da
maioria dos restaurantes, é que
oferece várias opções de bons
vinhos baratos, na faixa até 30
reais, que atraem para a apreciação do vinho no dia-a-dia.
Adega Atrativa
Carta Orientativa
Inovação em Vinho
Revelação em Vinho
Vinho & Descontração
VILLA ALVEAR
LA PASTA GIALLA
FRICCÓ
BELLOSGUARDO
D’LOON
Quem chega no amplo restaurante argentino, esperando por
uma cozinha de grelhados corretos, não tem idéia de que ao
fundo, em um local subterrâneo,
está uma belíssima adega climatizada, em madeira e tijolos.
O ambiente é um convite para
conhecer os mais de 400 rótulos
da carta.
A casa do famoso chef Sérgio
Arno é conhecida por oferecer
uma cozinha italiana correta a
preços contidos. E o melhor
ainda é que a carta de vinhos
brilha. Na região é a que traz
mais orientações práticas para
harmonizar com a comida, com
indicações de pesos (leve, médio,
encorpado) de cada rótulo.
Sauro Scarabotta, proprietário do
Friccó, além de ter paixão pelo
assunto, inova em vários itens
no serviço de vinhos: apresenta
enorme variedade de rótulos
italianos, tem vasto número
de meia-garrafa (inclusive de
grandes vinhos como Barolo)
e oferece ampla diversidade de
vinhos de sobremesa.
A casa tem 25 anos de tradição
no bairro de Moema com pratos
de cantina italiana. O serviço
de vinhos era um pouco tímido,
mas agora está em processo de
revelação. Antes só tinha italianos, hoje está com diversidade
maior, com rótulos de outros
países, armazenados em adega
climatizada.
O D’Loon prova que apreciar um
bom vinho não precisa ser em
ambiente formal. Pode ser num
local descontraído, com ares de
bar mas cardápio de restaurante,
com um belo sushi bar na entrada,
com uma passagem por uma
ponte de vidro ao lado de uma
cascata e com um agradável pátio
arborizado ao fundo.
SP-2
Vinho&Cia - No. 29
Vinho&Cia - No. 29
SP-3
Circuito Vinho & Cia
Restaurantes oferecem
vinhos harmonizados a preços especiais
A
té 15 de maio há uma ótima oportunidade para apreciar vinhos a
preços especiais e harmonizados
em restaurantes de Moema e da Vila Mariana em São Paulo: acontece o Circuito
Vinho&Cia, promovido pelo jornal com
o objetivo de incentivar o consumo de
vinhos na região.
Restaurantes do
Circuito Vinho&Cia
BELLOSGUARDO
COZINHA ITALIANA
Al. dos Arapanés, 1344, Moema
(11) 5533-3489
D’LOON
Participam da ação promocional
vários restaurantes relacionados no guia
Onde Beber. Em cada local estão em
oferta pratos atraentes com sugestões de
harmonização com vinhos escolhidos pela
equipe do Vinho&Cia e dos fornecedores
convidados pelo jornal.
COZINHA CONTEMPORÂNEA
R. Canário, 544, Moema
(11) 5052-6554
Carré de cordeiro
harmonizado no
P. Verger
Fr iccó
COZINHA ITALIANA
R. Cubatão, 837, Vila Mariana
(11) 5084-0480
É bom conferir os restaurantes, os
pratos, os fornecedores e os vinhos, e
aproveitar o Circuito Vinho&Cia para
tornar o outono ainda mais prazeroso.
P. Ver ger
COZINHA FRANCESA
R. Sena Madureira, 1355, Vila Mariana
(11) 3201-0800
Vinhos da
Cantu
Vinhos da
Cordilheira de Santana
Vinhos da
D’Olivino
Vinhos da
Sanjo
A Cantu importa marcas respeitadas
no mundo. Uma das mais conhecidas
é a chilena Ventisquero, que produz
grandes vinhos, como o Queulat
Pinot Noir, que está no Circuito
Vinho&Cia. Da Argentina traz rótulos da renomada enóloga Suzana
Balbo, da sua vinícola Domínio
del Plata. Trabalha também com
produtos do Velho Mundo, como da
italiana I Giusti & Zanza.
Paixão pelo vinho é o que move os
sócios da gaúcha Cordilheira de Santana, de Santana do Livramento, no
Rio Grande do Sul, uma vinícola-boutique. Gladistão e Rosana são enólogos
experientes, que produzem rótulos
em pequena quantidade com grande
qualidade. Os brancos são magníficos,
tanto o Chardonnay como o aromático
Gewürztraminer. Os tintos são feitos de
Cabernet, Merlot e Tannat.
A importadora nasceu em 2005 com
a filosofia de difundir as bebidas e os
alimentos da “Dieta Mediterrânea”.
Hoje tem em catálogo mais de 100
opções de azeites e vinhos de 40
produtores de diversos países, incluindo a América do Sul. Traz para o
Circuito Vinho&Cia rótulos como o
português do Douro Quinta do Farfão,
com ótimo custo-benefício, e o francês
Fifty Five, com garrafa de design.
O Núbio Rosé coleciona premiações
e comentários positivos. É um dos
rótulos da catarinense Sanjo presente no Circuito Vinho&Cia. Em
degustação com pizza foi um dos
medalhados. Com massa no Rosmarino também foi premiado. No projeto Harmonizando o Terroir foi um
dos mais comentados. É feito com
Cabernet Sauvignon, assim como o
Maestrale, tinto top da vinícola.
SP-4
Vinho&Cia - No. 29
Vinho&Cia - No. 29
SP-5
Guia Onde Beber
Região de Moema:
restaurantes pelo serviço de vinhos
Moema
Fogo do Chão
Bellosguardo
Bráz
Santa Pizza
La Gloria
Um dos melhores rodízios do país
com carnes de primeira, ótimo serviço e carta de vinhos espetacular.
Cerca de 310 rótulos guardados
numa bela adega bem à vista. Os
preços variam 48 a 3.800 reais.
Todos os garçons possuem o curso
de sommelier.
Cozinha italiana num local de bom
gosto, que se divide em vários ambientes. O mezanino é mais aconchegante e apropriado para um bom
vinho. Sua carta tem 50 rótulos, com
ênfase em italianos, que variam de
21 a 290 reais. Está em ascensão,
com rótulos de outros países.
Uma das melhores pizzas de São
Paulo e delicioso pão de calabresa.
A adega climatizada conta com 48
rótulos, com preços que variam de
36 a 362 reais, a maioria na faixa
entre 50 a 70. Ambiente agradável,
que convida à apreciação de um
bom vinho.
Pizzaria e antiquário. A casa herdou
dos proprietários – os mesmos do
Santa Gula – criatividade e inovação,
tanto no cardápio quanto na decoração, rústica e inusitada. Boa carta com
43 rótulos que variam de 28 a 105
reais, a maioria na faixa dos 40 reais.
Serviço especial para crianças.
Casa com cinco ambientes em
estilos diferentes, de um jardim
marroquino até um lounge em estilo
nova-iorquino. O Pratos e pizzas
que podem ser acompanhados por
um dos 64 rótulos da carta. Preços
de 33 a 280 reais, a maioria na faixa
situada entre 40 a 60 reais.
Av. M o r e i r a G u i m a r ã e s , 9 6 4 ,
(11) 5056-1795 Não fecha.
Al. Dos Alapanés, 1344
(11) 5533-3489. Fecha dom/jan e 2a.
R. Graúna, 125, (11) 5561-1736.
Fecha almoço.
R. Min. Gabriel de Resende Bastos,
319, (11) 5054-1199. Fecha/alm.
Av. Macuco, 685, (11) 5051-5329
Fecha almoço.
Café Journal
Giardino
Speranza
Vila Conte
Forneria de Napoli
O bar-restaurante, com adega envidraçada à vista no salão principal,
armazena cerca de 700 rótulos de
17 países. 42 deles são servidos
também em taça. Rótulos de todas
as faixas de preços, de 39 a 8.490
reais. Carta orientativa por país,
região, uva e corpo.
Um quintal agradável, coberto por
teto retrátil, faz as vezes do salão
principal da casa. Traz cardápio
enxuto e uma carta com legenda,
que fala das uvas e das suas regiões.
Contempla 83 rótulos de diversos
países, com preços que variam de
27 a 520 reais.
Comemorando 50 anos de existência
com muita categoria, com serviço
de buffet no almoço. Traz consigo
a receita da pizza napolitana, que
é feita até hoje. Adega climatizada
com 63 rótulos. Tem como vinho mais
barato, a 30 reais, o da própria casa,
o Speranza, feito pela Salton.
Instalado no térreo de um flat, o
restaurante tem vida própria e ambiente charmoso. A qualquer hora,
a cozinha prepara receitas italianas
comandadas pelo chef Allan para ser
acompanhadas por um dos seus 81
vinhos que variam de 28 a 333 reais,
a maioria na faixa entre 40 e 60.
Restaurante e pizzaria da rede Don
Pepe di Napoli. Segue a mesma linha
das outras unidades comandadas
pelo chef Allan, que se espalhou
por Moema. A casa tem adega climatizada e carta simples contendo
68 rótulos que variam na faixa de 24
a 74 reais.
Al. dos Anapurus, 1121
(11) 5055-9454 Não fecha.
Av. Lavandisca, 437
(11) 5051-0918. Não fecha.
Av. Sabiá, 786, (11) 5051-1229
Não fecha.
Av. Macuco, 559, (11) 5054-0166
Não fecha.
Al. Dos Arapanés, 945
(11) 5055.2883. Não fecha.
Villa Alvear
La Pasta Gialla
Tabu
Don Pepe di Napoli
Pepitto Pizza e Pasta
Cardápio tipicamente argentino,
com destaque para os grelhados,
em ambiente amplo e atraente.
Bela e atrativa adega subterrânea
climatizada com mais de 400 rótulos,
aberta também a encontros enogastronômicos. Suas garrafas variam de
40 a 895 reais.
Casa italiana comandada pelo chef
Sergio Arno. Tem como grande atração as bruschettas. Cardápio possui
legendas harmonizando com seus
vinhos. Melhor carta explicativa da
região com 70 rótulos que variam de
39 a 256 reais. Adeguinha e taças
selecionadas.
Restaurante ítalo-asiático instalado
no térreo do Hotel Sonesta num
ambiente agradável e moderno. O
cardápio possui apresentações que
valorizam os “tabus” gastronômicos.
Adega climatizada e carta com 38 rótulos, que variam de 40 a 252 reais, a
maioria na faixa entre 60 e 80 .
Tradicional rede de comida italiana
comandada pelo simpático e talentoso chef Allan Villa Espejo. Carta
simples com vinhos tradicionais,
armazenados em adega climatizada.
São 74 opções de rótulos de diversos
países com preços que variam de 28
a 89 reais.
Casa italiana da rede Don Pepe
di Napoli. Pratos mais simples da
cozinha cantineira para serem acompanhados por um dos 74 rótulos da
sua carta de vinhos, que variam de
24 a 94 reais. Possui taças razoáveis
e as garrafas são acondicionados em
adega climatizada.
R. Canário, 408, (11) 5051-1628
Não fecha.
Al. dos Arapanés, 1004
(11) 5051-9292. Fecha dom/jantar.
Av. Ibirapuera, 2534
(11) 2164-6000. Não fecha.
Al. Dos Arapanés, 955
(11) 5056-0007. Não fecha.
Al. Dos Arapanés, 1307
(11) 5535-8333. Não fecha.
Dell´ Arte
D’Loon
Windhuk
Al Mare
Sala Vip
Ambiente charmoso e acolhedor. A
cozinha busca inspiração em receitas
do norte e do centro da Itália. Selecionada carta de, com 133 rótulos entre
32 a 860 reais, armazenados numa
bonita adega no salão do fundo.
Variedade de vinhos espumantes e
de sobremesa.
Ambiente agradável e descontraído,
com cascata e opção de comida contemporânea ou japonesa, num sushi
bar na entrada. Carta de vinho com
85 rótulos com preços que variam
de 34 a 310 reais, a maioria na faixa
situada entre 45 a 80. Adeguinha e
taças selecionadas.
Instalado em um enorme chalé estilo
alpino, o restaurante foi fundado em
1948 por um ex-tripulante do navio
alemão que leva o nome da casa.
Tradicional culinária alemã que pode
ser degustada com um dos 31 rótulos
da sua carta de vinhos, que variam
de 23 a 90 reais.
Versão marinha da rede de cantinas
Don Pepe di Napoli, do mesmo chef
Allan. Carta de vinhos bem simples,
com marcas mais conhecidas do
público, com 48 rótulos que variam
na faixa entre 35 a 363 reais, a
maioria na faixa entre 40 a 50 reais,
armazenados em adega.
Ambiente simples com pizzas de
massa média para fina que devem
ser acompanhadas com um dos
41 rótulos da sua carta de vinhos.
Possui taças razoáveis e o armazenamento é em adega climatizada. Os
preços variam de 30 a 200 reais, a
maioria da faixa dos 40 reais.
Av. dos Jamaris, 100
(11) 5054-0046. Fecha dom/jantar.
R. Canário, 544, (11) 5052-6554
Fecha almoço e domingo.
Al. Dos Arapanés, 1400, (11) 50442040. Fecha almoço de 2a. a 6a.
Av. Pavão, 109, (11) 5041-7179.
Não fecha
Av. Jurema,601, (11) 5055-9911
Fecha almoço e segunda-feira.
SP-6
Vinho&Cia - No. 29
Guia Onde Beber
Vila Mariana
e Vila Clementino
Vila Mariana
Vila Clementino
Friccó
Lilló
Tradicional italiano comandado pelo
chef Sauro Scarabotta. A adega subterrânea climatizada abriga cerca de
470 rótulos, italianos na maioria. Tem
grande seleção de meias garrafas,
vinhos de sobremesa de diversos
países e várias séries de vinhos verticais. Preços entre 30 a 1400 reais.
Restaurante e pizzaria que é um
verdadeiro jardim coberto, com
clima agradável e descontraído.
Lembra uma vila italiana onde se
pode saborear um variado cardápio
com um dos 187 rótulos da variada
e selecionada carta de vinhos. Os
preços vão de 29 a 450 reais.
R. Cubatão, 837, (11) 5084-0480
Fecha 2a. e dom/terça e 4a. jantar.
R. Borges Lagoa, 1312
(11) 5572-3177. Não fecha.
P. Verger
Lilló Flat
Francês com 25 fotografias tiradas
por Pierre Verger, mesas grandes e
belo destaque para taças maravilhosas. Cardápio do chef Patrick Ferry
e carta bem montada e harmonizada
pelo sommelier Alan Dias, com 140
rótulos de 45 a 2.970 reais. Bom
serviço de vinho em taça.
Versão mais simples do Lilló instalado no Green Place Flat. Carta mais
simples do que a do ambiente matriz,
com 48 rótulos de variados países.
Mantém os preços em conta, que
variam entre 29 a 220 reais, a maioria na faixa de 35 a 55 reais. Vinhos
climatizados e taças adequadas.
R. Sena Madureira, 1355 (Hotel Sofitel), (11) 3201-0800. Fecha dom.
R.Dr. Diogo de Farias, 1201
(11) 5539-7414. Não fecha.
Cotações
Excepcional local onde beber
Muito bom local onde beber
Bom local onde beber
Local com atrativo para beber
Local onde beber
Serviço de vinhos
a
Innominato Osteria
Pequena e simpática cantina com
nome inspirado em personagem do
romance italiano Os Noivos. Porções
generosas da culinária artesanal da
casa e boa variedade de vinhos, com
222 rótulos, a maioria degustado
e aprovado pelo proprietário Paulo
Zan. Preços de 18 a 402 reais.
R. Joinville, 561, (11) 5571-9839
Fecha dom/jantar e 2a.
Diferenças de cotações
Por que alguns restaurantes que
têm grande variedade de vinhos
recebem cotações inferiores às
de outros? Porque Vinho&Cia
considera o conjunto para beber,
que abrange as taças, a adega,
os sommeliers, o ambiente,
a cozinha, a oferta de rótulos
de preços diferentes e os sobrepreços praticados.
variedade
vinhos baratos
rótulos especiais
taças e adega climatizada
orientado por sommelier
carta orientativa
a
sobrepreço
Faixas
excepcional variedade
grande variedade
variedade razoável
ótimo sobrepreço
bom sobrepreço
margem intermediária
margem superior
Quintal do Bráz
O ambiente encanta. Com pé-direito duplo, seu salão abre-se para
um belo jardim e quintal repleto de
árvores. Tradicional pizza que pede
acompanhamento de um dos 47 rótulos da carta, que variam de 36 a 362
reais, a maioria em torno de 50 reais.
Adega e taças adequadas.
Rua Gandavo, 447, (11) 5082-3800
Fecha no almoço.
Vinho&Cia - No. 29
Vinhos caros
Preços e sobrepreços
Muitos restaurantes planejam
hoje as suas cartas sem prever
vinhos baratos, na faixa até 30
reais. Vinho&Cia entende que a
prática desestimula o consumo
do vinho no almoço e no diaa-dia, considerando que para a
maioria das pessoas os rótulos
mais caros ficam inacessíveis.
O símbolo indica a faixa de sobrepreço praticada (diferença entre o valor em loja e o da carta), e
não o preço. Um restaurante que
tenha vinhos “caros”, de R$300
reais, por exemplo, pode ter um
ótimo sobrepreço. Restaurantes
que têm na carta vinhos “baratos”
ganham o símbolo
SP-7
Pratos harmonizados com vinhos
nos melhores restaurantes onde beber
D’LOON
COZINHA CONTEMPORÂNEA
R. Canário, 544, Moema
(11) 5052-6554
BELLOSGUARDO
COZINHA ITALIANA
Al. dos Arapanés, 1344, Moema
(11) 5533-3489
Circuito Vinho &Cia
em Moema e Vila Mariana
FRICCÓ
COZINHA ITALIANA
R. Cubatão, 837, Vila Mariana
(11) 5084-0480
P. VERGER
COZINHA FRANCESA
R. Sena Madureira, 1355, Vila Mariana
(11) 3201-0800
CONSULTE OS PREÇOS DOS PRATOS E DOS VINHOS NOS RESTAURANTES
APRECIE COM MODERAÇÃO ATÉ 15 DE MAIO DE 2008
APOIO
Vinho&Cia - No. 29
SP-8
Circuito do Vinho
No circuito
...e na Estrada Real!
Fernando Quartim
Diretor da SBAV-SP
[email protected]
D
e Ouro Preto a Paraty, é o Caminho Velho; daquela mesma
cidade ao Rio de Janeiro, é o Caminho Novo; e, ainda, dela a Diamantina,
é a Rota dos Diamantes! Todos estes três
caminhos, juntos, constituem a Estrada
Real. Era por ela que nos idos de 1700
escoava o ouro brasileiro com destino a
Portugal e a outros lugares...!
A Estrada Real guarda encantos
mil e muita, mas muita história! Percorri seu trecho paulista, que liga Guaratinguetá a Paraty, passando pela encantadora Cunha, com toda sua cultura
ceramista. Descendo a serra, passa-se
por um Parque Nacional, que, em um
trecho de 9km em terra, quase em
sua forma original, se constituiu em
emocionante desafio em função das
chuvas. Mas, ao final das peripécias,
chega-se à histórica e maravilhosa
Paraty, com lindos casarios coloniais,
inúmeras igrejas, destinadas cada uma
a um contingente da população, de
acordo com a tonalidade de suas peles,
brancos, mulatos ou pretos... (hoje não
é mais assim!)
Do ponto de vista enogastronômico, que é minha tônica, Paraty também é uma maravilha. Reúne grande
número de restaurantes para atender
a uma clientela muito especial de
moradores e de turistas brasileiros e
estrangeiros dos mais diversos níveis
de exigências.
No Centro Histórico, todos os bons
restaurantes têm carta de vinhos bem
diversificada para atender pedidos do
dia-a-dia e mais sofisticados, além de
satisfazer a curiosidade dos estrangeiros em relação ao vinho brasileiro.
Têm também adegas climatizadas para
preservar a qualidade dos vinhos e
oferecem bons serviços.
Há cinco anos, uma encantadora
chef de cozinha tem-se responsabilizado por um belo evento chamado Folia
Gastronômica, um festival com quatro
dias de duração, reunindo dezenas de
restaurantes e bares da cidade que se
preparam para servir pratos especialmente criados para a festa.
Esta chef de quem falo é a Ana
Bueno, dona do restaurante Banana da
Terra, com proposta de comida brasileira, estudando e resgatando toda brasilidade de nossa culinária, desde os
pratos inspirados em comida indígena,
caiçara, e principalmente, utilizando-
se de ingredientes brasileiros.
Ana nos oferece, além do cardápio
variado, uma carta de vinhos com
aproximadamente 105 rótulos, todos
eles repousando em adega climatizada
com capacidade para 1000 garrafas!
Fui atendido pelo Raoni que prestou
boa assessoria na escolha do vinho
para uma interessante harmonização.
O restaurante é descontraído, com
clima aconchegante, charmoso e com
interessante serviço de vinhos de grande variedade e bons sobrepreços.
O Banana da Terra pode integrar o
Circuito do Vinho, onde encontramos um
ótimo serviço em ambiente bastante agradável, em que o vinho, sempre presente,
faz um final feliz!
(PS: Jaqueline Barroso, minha colega de
redação neste jornal, desculpe-me pela invasão territorial, mas Paraty é muito linda!)
Banana da Terra: Rua Doutor Samuel Costa, 198, Centro Histórico, (24) 3371-1725, Paraty, RJ
Vinho&Cia - No. 29
13
Nas Ondas do Rio
O que acontece
na cidade maravilhosa
Jaqueline Barroso
Enófila
[email protected]
Grupo carioca
de profissionais do vinho
Foi fundado por mim e Jeanne Marioton o Grupo Carioca de Profissionais do
Vinho. O objetivo é cada vez mais divulgar
a cultura do vinho, e levar informação ao
consumidor sobre bons vinhos com bons
preços, tudo com muita transparência, lim-
pidez e brilho.
Profissionais de altíssima gama fazem
parte do grupo, como Alexandre Lalas
(jornalista e colunista de vinhos da revista
Programa do Jornal do Brasil), Hirã Salsa
(sommelier), Walmir Pereira (sommelier
e sócio do D’Amici), Roberto Rodrigues
(conselheiro ABS-Rio), Luiz Antonio
Rodrigues (sócio do Brasserie Rosário),
Mike Taylor (consultor enogastronômico),
Jean Pierre (sommelier Le Pré Catelan),
André Luiz Nascimento (sommelier Senac
Bistrô), Pedro Castro Neves (chef e sócio
Rosita Café), João Pedro (sommelier Gar-
14
cia e Rodrigues), Ana Maria Gazola (monitora ABS-Rio), Danusia Bárbara (jornalista
de gastronomia) e Ruan Rodrigues (enólogo
Miolo Group).
Nossa degustação é sempre realizada
às cegas. A última aconteceu no Le Pré
Catelan (Salon Rouge). O tema foi vinhos
brancos entre R$25 e R$45. Foram 12
amostras. O melhor foi o Pinot Grigio
Delle Venezie Lenotti 2006 (Itália) R$33,
da Pasta Itália – (21) 3888-2664.
Calendário da
Miolo no Rio
Borbulhas customizadas em alta!
Além de comemorar o aumento do
consumo de seus
espumantes, a Dal
Pizzol aposta em
novos serviços,
como a customização de rótulos, sucesso entre clientes
de grande porte. Foi
o caso do espumante rosé desenhado
especialmente para
o lançamento das
salas de cinema Estação Vivo do Shopping da Gávea,
quando mil convidados puderam
saborear a delícia
exclusiva – e com a cara do dono!
Temporada de
harmonizações Torninha
“A tradição Portuguesa Revisitada” foi
o tema do primeiro jantar harmonizado
de 2008 no Ristorante Torninha, sob
supervisão do professor da ABS Célio
Alzer. O Torninha completa 8 anos de
jantares harmonizados, um projeto pioneiro na cidade. Os jantares costumam
ser bimestrais. Rua Nóbrega, 199, (21) 26116208 / 2714-2750, Niterói. Fecha 2a feira.
Le vin: a cara do Rio
Criado em 2000 por Francisco Barroso
e Nancy Barroso, o bistrô francês Le Vin,
com três casas em São Paulo, chega ao
Rio. Traz o tradicional costume parisiense
de sentar em uma mesa na calçada e ver a
vida passar. Aliás, vamos combinar, este
costume é muitíssimo carioca também, né?
No menu, clássicos da culinária francesa.
O grande destaque da casa é a ótima carta
com 180 rótulos e 27 opções em taça entre
espumantes, vinhos e champanhes.
R. Barão da Torre, 400, Ipanema
(21) 3502-1002.
Sobreiro sob nova direção
A Regional do Miolo Wine Group montou
o calendário de cursos de degustação para
2008, com o objetivo
de difundir o hábito e o
prazer de degustar um
bom vinho e desvendar
suas complexidades.
Excelente oportunidade, estarei lá, com certeza. O primeiro curso é
ministrado por Ruan Rodrigues, enólogo da
Miolo, formado pelo CEFET.
Av. das Américas, 3.434, bloco 4, loja
103 C, Centro Empresarial Mário Henrique
Simonsen, Barra da Tijuca
(21) 3077-0150
Rio Bom de Mesa
e a Família Real
Os 200 anos da chegada de Dom João VI ao
Rio de Janeiro foi o tema da quinta edição do
Rio Bom de Mesa, promovido pela Associação
de Restaurantes da Boa Lembrança. Nos menus,
pratos elaborados a partir da releitura de receitas
do livro “Arte de Cozinha”, escrito em 1794 por
Domingos Rodrigues, cozinheiro de Dom João
VI. Foram 14 restaurantes recebendo chefs de
diferentes lugares do país.
O sommelier Efraim Moraes assumiu a direção do Sobreiro juntamente
com o maitre Paulo César e o cozinheiro
Irinaldo. É um restaurante deliciosamente
idílico. Fica no Haras Horse Shoe, e pede, sem
dúvida, que se passe o dia entre a enogastronomia e as atividades campestres (que amo
de paixão). A cozinha é brasileira e a carta é
exclusiva da Porto Leblon, com opções de
várias nacionalidades e bons preços. Funciona de 5a à noite a domingo.
Estrada do Sacarão, 498, Vargem Grande
(21) 2428-6898.
Vinho&Cia - No. 29
Rio 40 Graus
Sofisticação
Acompanhada de Luizanita Albuquerque,
Ana Marques (à esquerda), proprietária da
Ana Import, importadora de vinhos de Salvador, promoveu um dos almoços mais concorridos dos últimos tempos, no sofisticado
restaurante Mr. Lam, na Lagoa. Apresentou
alguns dos melhores vinhos chilenos de sua
carteira. O destaque foi o Lagar de Bezana
Limited Edition 2003, um corte de 5 clones
de Syrah. Para beber de garfo!
Encanto
No clima
A suave Claire Plouzennec, diretora de exportação da Vinovalie, do
Sudoeste da França, encantou os
associados da ABS com alguns dos
vinhos da sua cooperativa, inclusive
um inusitado varietal da casta Loin de
L’Oeil, o Astrolabe 2004. Raramente
se vê tal unanimidade no aplauso à
qualidade dos vinhos degustados!
dos enoeventos
Prestígio
A jornalista Danúsia Bárbara
prestigiou o lançamento dos
novos vinhos espanhóis da
Importadora Barrinhas, em
um grande almoço realizado
na Churrascaria Porcão
Rio’s, no Aterro do Flamengo. Não percam o Tamaral
Reserva Vendimia Seleccionada 1999!
Biodinâmico
Notável
José Luis Doldán, do Consulado do Uruguai, reuniu um seleto grupo de enófilos
para a degustação de alguns rótulos da
Bodega Gimenez Mendez, da região de
Canelones, que pretende se lançar no mercado brasileiro neste ano. Foram servidos
notáveis Tannat que agradaram em cheio
ao paladar carioca.
Vinho&Cia - No. 29
Lionel Lavail, proprietário
dos Domaines Cazes, a maior
vinícola totalmente biodinâmica da França, localizada no
Languedoc-Roussilon, trouxe
seus principais vinhos para um
jantar harmonizado promovido
pela Expand do Castelo. Como
eu gostei do complexo Marie
Gabrielle 2003, AOC Côtes de
Roussillon!
Leia mais no site:
www.enoeventos.com.br
Oscar Daudt
Enófilo
[email protected]
15
Vinho & Conceitos
Beber vinho não é
um exercício de comparações
José Ivan Santos
Escritor e palestrante
[email protected]
O
aumento do interesse geral pelos
vinhos e a quase obrigatoriedade
de fazer algum comentário sobre
o assunto em ocasiões sociais originaram
o surgimento de uma nova categoria: os
“enochatos”. Trata-se de um sujeito que
fez um cursinho básico sobre vinhos, leu a
respeito em algumas revistas e, assim preparado, aproveita todas as oportunidades
para discorrer sobre uma taça de vinho,
com pose de expert.
Nada mais afasta o brasileiro do vinho
do que essa bobagem de comparar aromas.
A pessoa pode perfeitamente apreciar o
bouquê do vinho sem ter que ficar tentando descobrir se lembra isso ou aquilo.
A busca de metáforas para o vinho é
antiga e não é necessariamente pedante.
Nos anos 50 o vinho era descrito por
características ou masculinas – “duro” e
“afirmativo” ou femininas – “sedutor” ou
“gracioso”. A partir dos anos 70 passou a
ser definido por classes: os bons eram “refinados”, tinham “estirpe e distinção”, os
maus eram “grosseiros” e “ásperos”. Em
seguida, a partir dos anos 90, começou a
era de comparações com frutas e vegetais.
De um lado facilitou, porque ninguém erra
se disser que um tinto lembra frutas vermelhas. Ora, a uva é uma fruta vermelha
e, portanto, todo tinto tem um pouco de
gosto de fruta vermelha. Essa mudança de
critério levou a um caminho perigoso de
comparações, quando os vinhos passaram
a “lembrar” grafite, iodo, tabaco, couro de
sela, xixi de gato... Com isso, para se ava-
16
liar um vinho passou-se a um repertório
que está se mostrando praticamente infindável: “lembra cassis picado”, “asfalto
derretido”, “cereja crocante”...
No que isso ajuda um pobre consumidor mediano a sentar-se à mesa de um
restaurante, abrir o menu e fazer uma escolha correta? Em nada. Ao perder tempo
com nomenclatura de aromas e gostos o
consumidor deixa de lado conhecimentos
mais relevantes, como as diferenças entre
as uvas, as principais regiões produtoras,
de que forma o clima e solo interferem
no resultado final, como deve ser lido o
rótulo e quais as melhores harmonizações
do vinho com a comida.
A degustação de vinhos tem uma
injusta imagem de esnobismo junto
ao brasileiro. Conhecer vinho é beber
vinho. O ritual da bebida não pode ser
confundido com afetação, um mal que
faz com que só uma em cada dez garrafas devolvidas nos restaurantes estejam
realmente estragadas. Devolver é um ato
que só se justifica quando o vinho está
bouchonné (com a rolha atacada por um
fungo, que libera o cheiro de mofo) ou
oxidado (com aroma desagradável de
vinagre e alteração de cor, mais escura
no branco e amarronzada no tinto). Não
gostar de um vinho não significa que ele
esteja estragado; significa que a pessoa
fez a escolha errada.
Em um restaurante cheirar a rolha e
depois o vinho, e girar o copo pela haste
são rituais necessários e consagrados para
a boa apreciação da bebida. Se você cheira
e gira porque todo mundo faz, é melhor
pular esse ritual.
Vinho&Cia - No. 29
Alta Gastronomia
Bacalhau
tropical
Jorge Monti
Presidente da Abaga
[email protected]
O
consumo do bacalhau no Brasil
é uma herança da colonização
portuguesa, mas na época da
Semana Santa intensifica-se de maneira
notável.
O bacalhau não é um peixe, é uma
forma de manter um peixe salgado para
que não se estrague. Existem quatro
tipos de peixe que são utilizados como
bacalhau: Cod, Saithe, Ling e Zarbo.
São todos de origem das águas frias do
mar do norte, Glacial e Atlântico.
O Cod (Porto ou Imperial) é o mais
alto, largo, suculento e saboroso. Ele
apresenta uma cor clara e uniforme.
O Saithe é mais escuro, tem sabor
mais forte e desfia com mais facilidade.
O Ling é o tipo mais estreito e com
cor mais clara.
O Zarbo é mais roliço do que o Ling
e possui barbatana dorsal contínua.
O bacalhau tem pouca gordura,
alta concentração de sais minerais e
proteínas, é rico em ômega 3 (gordura
extraída de peixes de água fria e de
vegetais) e ótimo para reduzir o nível
de colesterol e controlar a pressão
arterial.
É muito versátil: uma vez dessalgado, se utiliza para preparações muito
variadas. Combina bem com vinhos
brancos do tipo Chardonnay, Sauvignon Blanc, Chenin Blanc e também
com alguns espumantes.
Para experimentar, segue uma receita: Carpaccio tropical de bacalhau
Vinho&Cia - No. 29
Carpaccio tropical de bacalhau
(Ingredientes 4 pessoas)
Bacalhau
400g de bacalhau cru de salgado fatiados bem fino
100g de raiz forte em vinagre
100g de maionese
100ml de creme de leite
Uma colher de sopa de açúcar
24 gomos de laranja
200g de pimentões verdes, amarelos e
vermelhos cortados em tiras pequenas e
passados por água quente
8 folhas de alface roxa
200g de palmitos pequenos
100g de cogumelos Shitake cru fatiados
finos
100g de abacaxi maduro cortado em
cubos pequenos
100g de tiras de tomate com peles cortadas finas
100 g de cubos pequenos de tomate sem
pele
Salsinha picada
Páprica para enfeite
1 fôrma quadrada de 10cm de lado
Molho
100ml de azeite de oliva extra virgem
100ml de suco de laranja
Uma colher de café de curry
Uma colher de chá de açúcar
Uma colher de sopa de maionese
Sal e pimenta do reino
Modo de fazer
Coloque numa vasilha a maionese, o
creme, o açúcar e a raiz forte, mexa bem
e leve ao refrigerador.
Prepare o molho: coloque todos os ingredientes dentro de uma vasilha, mexa bem,
leve ao refrigerador e reserve.
Montagem
Espalhe no centro de um prato de
30cm (foto) duas colheres de molho
de raiz forte e coloque por cima, em
direção dos ponteiros do relógio, 100g
de bacalhau.
Coloque no centro do prato uma forma
quadrada de 10cm de lado e dentro duas
folhas de alface roxa como base.
Misture numa vasilha palmitos, abacaxi, cubos de tomate e metade dos
pimentões, agregue metade do molho
de laranja, tempere com sal e pimenta
e recheie o centro da salada com o
conteúdo.
Espalhe por fora gomos de laranja,
pimentões restantes e lascas de tomate. Finalize agregando mais molho e
salsinha picada. Enfeite com páprica
doce e retire delicadamente a fôrma
do centro.
17
Lojas & Pontos
Vencendo a timidez
nas lojas de vinhos
Denise Cavalcante
Jornalista
[email protected]
M
esmo com o expressivo crescimento no consumo de vinhos
e o aumento do número de
lojas especializadas, o fato é que muita
gente ainda se sente inibida ao entrar em
uma loja de vinhos e deixar transparecer
pouco conhecimento técnico sobre o
assunto. Para esses tímidos podemos dar
uma boa noticia: as lojas especializadas
adoram quando são procuradas, porque
assim podem ajudar mais e até passar
algumas dicas de como facilitar a escolha
do vinho.
Na Loja Bacco’s, localizada no prestigiado bairro de Higienópolis em São
Paulo, um estoque de mais de 1800 rótulos nos aguarda. Uma grande equipe,
em torno de 10 pessoas, está preparada
para atender qualquer tipo de cliente.
Para Luiza Bastos, gerente da loja, é imprescindível que a equipe conheça bem
o produto sobre o qual vai falar. A loja
teve o cuidado de contratar atendentes
muito especializados para atender aqueles
clientes que têm grande conhecimento
sobre o assunto, considerados por muitas
lojas os mais difíceis de atender. “Meus
funcionários precisam gostar da arte de
vender vinhos”, aponta Luiza. Na Bacco’s
eles têm a preocupação de não “empurrar”
vinhos caros. Segundo Luiza, eles querem
vender o vinho de 30 reais que surpreenda o cliente e que o faça voltar atrás de
outras novidades como essa. Ao oferecer
um vinho, seus atendentes têm sempre
em mente a boa relação custo-benefício,
informa ela. A Bacco’s oferece vinhos de
19 reais até mais de 2 mil reais. Alguma
coisa boa para você certamente vai achar
nessa variedade.
Apesar de muitas pessoas gostarem
18
de fazer compras sozinhas, sem a interferência do atendente, no caso do vinho
essa ajuda muitas vezes é imprescindível.
Na Bacco’s eles procuram não deixar o
cliente sozinho e, ao conversar, buscam
entender o motivo para o qual estão procurando o vinho. Assim, podem reduzir
as dúvidas entre opções e oferecer algo
especial bem no formato que a pessoa
deseja. Uma dica é: se for comprar vinho
para um jantar, por exemplo, saiba exatamente o que vai ser servido para que
o atendente possa fazer a combinação.
Se for presentear alguma pessoa, quanto
mais detalhes souber a respeito de seus
hábitos e gostos, melhor. Luiza comenta
que até o sobrenome do presenteado
ajuda, pois pode definir nacionalidade
e origem.
No Rio de Janeiro, a nova loja Safra
Wine está experimentando essa aventura
de vender vinhos há seis meses. Em uma
aconchegante loja no Shopping Cassino
Atlântico, em Copacabana, oferece em
torno de 250 rótulos, privilegiando Argentina, Chile e França. Segundo Paulo
Barcellos, atendente da loja, os vinhos
mais procurados estão na faixa entre 30 e
80 reais. Como o shopping está localizado
no mesmo prédio de um hotel, atende um
grupo muito variado de clientes, inclusive estrangeiros, para os quais oferece
interessantes opções nacionais. Para os
clientes que não conhecem vinhos, oferece
um “Malbec coringa” na faixa de R$38,
da Argentina.
A loja pertence a Numa Samiguel e a
seu filho Carlos, colaboradores no atendimento junto com Paulo Barcellos, que
está surpreso com o rápido crescimento
da loja nesse curto período de atuação. A
loja tem um pequeno espaço para cursos
e aulas de degustação, em parcerias com
nomes importantes no mundo do vinho
da cidade. A vende de espumantes e
Champagne é expressiva na loja, comenta
Paulo. Segundo ele, a loja está habilitada
a atender muito bem os clientes. Eles têm
muito prazer em atender principalmente
o que conhece menos vinho, com quem
podem conversar e dar várias dicas, se esforçando para quebrar a timidez inicial. O
cliente certamente fica “freguês” quando
é bem recebido e tem suas necessidades
atendidas.
Bacco´s
R. Sergipe, 568, Higienópolis,
(11) 3661-7898, São Paulo
Safra Wine
Av. Atlântica, 4240, loja 126, Shopping
Cassino Atlântico, Copacabana,
(21) 2247-9154, Rio de Janeiro
Vinho&Cia - No. 29
No Brasil há muitos supermercados espalhados pelos seus
São mais de
8,5 milhões de km
2
20 mil. Uma parcela tem vinhos nas prateleiras
Imagina que bom seria se a maioria ampliasse a oferta de vinhos... E saber que isso depende de nós...
Juntos, falamos com o Brasil do vinho!
Vinho&Cia
Números estimativos a partir de dados do IBGE e da Associação Brasileira de Supermercados
Charutos & Destilados
Fumaça
pouca é bobagem
César Adames
Consultor gastronômico
[email protected]
N
o começo achei que era perseguição, recebi vários e-mails e
telefonemas informando que uma
nova lei fora criada e proibia o fumo de
charutos, cachimbos e cigarrilhas em bares e restaurantes na cidade de São Paulo.
Na realidade a lei é um complemento da
lei 10.862 de 1990, que só agora ganhou
este complemento. Coisas de Brasil, afinal
aqui a gente faz as coisas pela metade e
vai emendando e costurando aos poucos.
Primeiro cigarros, depois charutos, cachimbos e cigarrilhas, só faltou o narguile
e o cigarro de palha. Será que o nobre
vereador José Farhat, autor da proposta,
é consumidor destes produtos e por conta
disto eles ficaram de fora da lei? Afinal
os dois também são derivados do tabaco
e fazem fumaça.
O argumento do vereador para a criação da lei é que o cheiro da fumaça do charuto contamina os ambientes e incomoda
quem está em volta. Concordo em gênero,
número e grau com ele, por conta disto
só aprecio meus charutos em casa ou em
locais preparados para receber este tipo de
fumaça e onde não irei incomodar. Afinal
o prazer de um charuto não combina com
cara feia na mesa do lado.
O grande problema é que em todas
categorias sempre existem os bons e os
maus e neste caso são os exibicionistas
de plantão, que fumam anilhas de Cohiba
e fazem todos apreciadores de charutos
parecerem monstros insensíveis, dispostos
a acabar com a tranqüilidade dos vizinhos,
soltando fumaça pela boca e nariz. Quem
aprecia um charuto com consciência sabe
20
que seu direito termina onde começa o
direito do outro, mas infelizmente, para
a grande maioria, quem fuma charuto é
banqueiro milionário, mafioso ou playboy.
A própria mídia ajuda a aumentar este preconceito colocando na capa de uma revista
de grande circulação nacional um rato
fumando charuto para mostrar a corrupção
que assola o país, ou então uma ex-diretora de agencia reguladora que aparece na
capa dos jornais fumando charuto em festa
na Bahia. Será que era a única foto que o
jornal tinha desta personagem?
Felizmente o charuto já ultrapassou
as imagens descritas acima e a cada
dia que passa ele ganha a condição de
complemento enogastronômico. Afinal,
depois de uma boa refeição, bom vinho,
boa companhia, nada melhor do que um
bom charuto em um local próprio para
seu consumo.
Por conta disto, no meu direito de
apreciador de charutos, peço somente a
correta interpretação da lei, se é para não
fumar ninguém pode fumar. Temos que
acabar com o conceito de dois pesos e
duas medidas que assola este país, nada de
permitir cigarros e vetar charutos: fumaça
é fumaça e ponto final.
Por hora enquanto não houver coerência e correta interpretação da lei estou
pensando em enviar meus charutos para o
interior de São Paulo onde eles serão cobertos com palha de milho. Afinal cigarro
de palha ainda é permitido, não é?
Vinho&Cia - No. 29
Comportamento
As taças
e o tempo
Didú Russo
Confraria dos Sommeliers
iniciais “R Y”, de Reisoli (ele) e Yonne
(ela), que já veio ao mundo com nome de
rio da Bourgogne…
[email protected]
A
diversidade de taças de vinho é
uma das coisas que chamam a
nossa atenção, não?
Os modismos e a época vão fazendo a
diferença. As que faziam jogo do enxoval
de casamento do papai vinham com as
Vinho&Cia - No. 29
As taças que mais chamam a atenção
são as de Champagne, tão rasas que
acredito que uma garrafa deva dar conta
de umas vinte pessoas servidas… Eram
abertas, bem abertas, e lembram as que
hoje conhecemos como próprias ao Dry
Martini. Diziam que foram moldadas
nos seios de Maria Antoineta… Outros
iam mais longe e diziam que os seios do
molde foram os da bela Helena de Tróia!...
Hoje são recomendadas apenas para os
Champagne do tipo “Doux”.
Outras taças que tenho também são as
de Murano, todas em cores e lapidadas,
fazem jogo de três modelos, nenhum
correto, mas belíssimos, e há de várias
cores: bordeaux, azul, verde, laranja,
vermelho, amarelo, uma mais linda que a
outra. A mesa posta na casa de vovô ficava
magnífica com essas taças. Lá jantaram
governadores, senadores, embaixadores e até o primeiro ministro português
Craveiro Lopes, que lhe deu o título de
Visconde de Lourosa… Eram corretas na
época, mas hoje estão apenas enfeitando
nossa cristaleira.
Dessas antigas taças, a única que
ainda uso costumeiramente é a de vinho
do Porto, na cor bordeaux, lapidada com
discrição e no formato perfeito. As de
Champagne do meu casamento – que já
faz 34 anos – eram tão estreitas que mais
parecem uma ampola. Agora, as flutes começam a ser criticadas, e todos procuram
pelo modelo usado em Champagne, mais
bojudo. E la nave vá... Saúde!
21
Crônica
Ted Bebedor
na estrada rumo ao Sul
Regis Gehlen Oliveira
Editor do Vinho&Cia
[email protected]
H
ora de arrumar a mala! Deixeme ver... Camisas, calças, meias,
outras peças de roupa, bota e
casaco detetive Columbo para resistir às
chuvas de Porto Alegre... Ah! Não posso
me esquecer de colocar na mala marrom
comprada na Daslu o crachá sete zero
zero, que dá licença para beber após a
viagem, o kit de emergência com uns vinhozinhos e um baralho... Acho que tudo
pronto! Só falta a chave do Uno Mille.
Então... Rumo ao Sul!
--Pego a rodovia Régis Bittencourt.
Coloco um MP3 no carro. Uma música
para curtir aos poucos: Oração ao Tempo,
do Caetano Veloso.
“És um senhor tão bonito / Quanto a
cara do meu filho / Tempo tempo tempo
tempo / Vou te fazer um pedido /Tempo
tempo tempo tempo... / Compositor de
destinos / Tambor de todos os rítmos /
Tempo tempo tempo tempo / Entro num
acordo contigo / Tempo tempo tempo
tempo...”
Trimmm... Trimmm... Trimmm...
Atendo o celular pelo viva-voz.
- Alô?
- Ted Bebedor? Como estás, tchê?
Vindo a Porto Alegre?
- Sim, caro leitor.
- Mas, bah, guri! Estás moderno, hein?
MP3 no carro? Tu que antes só ouvia LP
de vinil...
- Pois é, se até o colunista José Ivan
Santos trocou o retroprojetor das suas
apresentações por um data show...!
22
- Só que o teu celular tem toque antigo
ainda, né?
- Sim, é do tempo que telefone fazia
trimmm, e não era uma balada ambulante,
com rap, tecno, pop, reggae...
- Tri-legal, tchê! Mas... Como está a
estrada?
- Ah!... Estrada?... Que estrada?
- Tá com muito buraco, é?
- Imagina...
- Me contaram uma estória ontem,
Ted! Tu sabias que os nazistas estiveram
no Brasil na Segunda Guerra?
- É?!
- Sim! E por estratégia bombardearam
a Régis Bittencourt.
- Ah! Então tá explicado!
- E sabias também que os povos Vândalos estiveram por aqui na América em
época mais remota?
- Foram eles que roubaram a sinalização da estrada, caro leitor?
- Provavelmente!
- É... A estória faz sentido...
- Mas tem uma placa na estrada,
não?
- Tem. “Esta é uma obra do Governo
Federal”. Foi colocada nos primeiros 6
meses do Governo FHC.
- Bah! Tchê. E ainda não deu tempo
para consertar?
“Por seres tão inventivo / E pareceres
contínuo / Tempo tempo tempo tempo / És
um dos deuses mais lindos / Tempo tempo
tempo tempo... / Que sejas ainda mais vivo
/ No som do meu estribilho / Tempo tempo
tempo tempo / Ouve bem o que te digo /
Tempo tempo tempo tempo...”
---
Trimmm... Trimmm... Trimmm...
- Alô?
- Ted? Ainda na estrada?
- Sim, claro, pra quê?
- Pra apertar os parafusos do carro e
desamassar as rodas.
- Estou jogando baralho, Paciência,
caro leitor.
- Mas, bah! Capaz!... Relaxa, então,
enquanto esperas... Que vinho vamos
tomar quando chegares?
- Sério? Eu estou tomando um
mate...
- Ah! Acho que um espumante bem
cremoso!
- Sim, acidente aqui no trecho entre
Palhoça e Osório. O trânsito tá parado.
- E vamos no Beira-Rio, tchê? Que tal
vermos o Colorado meter uns golos nos
gremistas?
- Barbaridade! Estão duplicando a
estrada aí, guri?
- Dizem. Dividiram a obra em 50 lotes.
Mil desvios. Mil pontes inacabadas. Duas
ou três máquinas no trecho...
- Ihhhh...
- Mas, caro leitor, deixe-me perguntar uma coisa... Tem chave de fenda e
martelo aí?
- Boa pedida!
- E qual a tua previsão de chegares em
Porto Alegre?
- Vai depender do tempo...
“Peço-te o prazer legítimo / E o movimento preciso / Tempo tempo tempo
tempo / Quando o tempo for propício /
Tempo tempo tempo tempo...”
Vinho&Cia - No. 29
Experiência única
no Rio de Janeiro
Os vinhos provenientes de vinhedos de altitude de Santa Catarina, plantados em até 1300m acima do nível do mar,
representam um novo terroir, único no mundo e com potencial para figurar entre os melhores.
Sérgio Inglez de Souza, um dos maiores conhecedores do trabalho dos brasileiros, mostra os motivos,
apresenta 4 vinícolas do terroir e seleciona rótulos que valem a pena serem explorados num jantar harmonizado.
Pela Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro você pode vivenciar essa experiência. Única.
Aprecie com moderação
Vinhos de Altitude de Santa Catarina
23 de abril, quarta-feira, 20h30
Realização
Projeto
Harmonizando o terroir
Informações e reservas
Vinho&Cia
Realização
Associação Brasileira de Sommeliers
Rio de Janeiro
(21) 2285-0497, [email protected]
TERROIR E VINHOS
apresentados por
Sérgio Inglez de Souza
Vinho&Cia - No. 29
R$90 por pessoa
(R$75 para sócio da ABS-Rio)
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Experiência
única
em
S. Paulo
Vinhos diferenciados da Serra Gaúcha conquistam a cada dia maior reconhecimento da
crítica nacional e prêmios internacionais. Competem hoje muito bem com os importados.
Sérgio Inglez de Souza, um dos maiores conhecedores da produção nacional, apresenta 7 vinícolas do terroir,
mostra os motivos da sua evolução de qualidade e seleciona rótulos que valem a pena ser conhecidos.
Newton Figueiredo, chef em grande ascensão, cria pratos contemporâneos para harmonizar com os vinhos.
Numa noite na Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho você pode vivenciar essa experiência. Única.
Aprecie com moderação
Vinhos Diferenciados da Serra Gaúcha & Menu Contemporâneo
25 de abril, sexta-feira, 20h30
Projeto
Harmonizando o terroir
Local e reservas
Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586
Jardim Paulistano, São Paulo
(11) 3814-7905, [email protected]
TERROIR E VINHOS
apresentados por
Sérgio Inglez de Souza
MENU CONTEMPORÂNEO
elaborado pelo chef
Newton Figueiredo
R$90 por pessoa
(R$75 para sócio da SBAV-SP)
Realização
Realização
Vinho&Cia
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