LINGUAGEM E
COMUNICAÇÃO
Profª: Élcia Liana
GÊNEROS TEXTUAIS
• Refletem as atividades comunicativas de
uma sociedade.
• Os textos (orais ou escritos)
constituem gêneros cuja especificidade
depende da interação verbal, do
momento em que ela ocorre e das
relações que a envolvem.
• São normalmente agrupados por domínio
discursivo (ex.: jornalístico, didático,
científico, religioso, jurídico, etc.)
GÊNEROS TEXTUAIS
X
TIPO DE TEXTO
• TIPO DE TEXTO: característica de natureza linguística
– narração
– descrição
– dissertação
• GÊNEROS TEXTUAIS: situações sociocomunicativas
– carta
– e-mail
– telefonema
– notícia
– editorial
– entrevista
– crônica
– conto
– poema
OS ELEMENTOS DA
COMUNICAÇÃO VERBAL
(referente)
(emissor)
(canal)
(receptor)
ELEMENTOS DA
COMUNICAÇÃO
Emissor: o que emite a mensagem;
Receptor: o que recebe a mensagem;
Mensagem: o conjunto de informações transmitidas;
Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma
mensagem. A comunicação só se concretizará, se o receptor
souber decodificar a mensagem;
Canal de Comunicação: por onde a mensagem é transmitida: TV,
rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar...;
Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também
chamado de referente;
FUNÇÕES DA
LINGUAGEM
(referente)
referencial
poética
emotiva
(emissor)
(canal)
fática
conativa
(receptor)
metalingüística
TEXTO 1
“É mais fácil suportar dores crônicas do que a fome.
Trinta e cinco anos de clínica me ensinaram que
geralmente somos patifes para dores agudas de forte
intensidade; vi doentes rolarem no chão e suplicarem
a Deus que se lembrasse deles no auge de uma cólica
renal, de uma crise de vesícula ou de uma cefaléia
excruciante. Em compensação, muita gente convive
com dores crônicas na coluna, cólicas abdominais,
episódios repetitivos de enxaquecas, estoicamente,
sem lamentar a sorte. (...)
Já com a fome não é assim. Quando ela aperta, o
prazer de estar vivo desaparece. A paisagem mais
encantadora, a mulher amada, o prêmio da loteria,
nada traz ao faminto alegria que se compare a um
prato de comida.”
Dráuzio Varella
FUNÇÃO EMOTIVA
(Quem: emissor)
• Traduz opiniões e sentimentos do
emissor da mensagem.
• Nas cartas pessoais, nos poemas
confessionais, nas canções
sentimentais, nos artigos de opiniões,
nos diários, há predomínio dessa
função.
TEXTO 2
Colabore com a campanha Natal sem Fome.
Ação contra a Fome e pela Cidadania.
FUNÇÃO CONATIVA
(Para quem: receptor)
• Influi no comportamento do receptor da
mensagem por meio de um apelo, ordem, súplica,
sugestão etc.
• Entre os gêneros em que há predomínio dessa
função estão os anúncios publicitários, os
discursos políticos, as previsões (horóscopos) e
outros.
TEXTO 3
Funai mantém alimentos estocados onde
índios passam fome
Um mutirão foi formado ontem por
determinação da Presidência da República para
que as cerca de 27 toneladas de alimentos
estocadas há 19 dias na sede da Funai em
Dourados (MS), sejam embaladas e distribuídas
aos índios. Desde janeiro, 21 indiozinhos
morreram de desnutrição. A Funai alegava não
dispor de pessoal ou material para embalar os
alimentos entregues pela Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab). O governo federal
desconhecia o fato de que os alimentos estavam
estocados enquanto os índios passam fome na
região.
O Globo, 11 mai 05.
FUNÇÃO REFERENCIAL
(O quê: referente)
• Traduz objetivamente a realidade,
privilegiando o referente da mensagem,
isto é, o assunto de que se fala.
• É a função que predomina nos gêneros de
caráter científico, didático e jornalístico.
TEXTO 4
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão.
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira
FUNÇÃO POÉTICA
(Como: mensagem)
• Enfatiza a elaboração da mensagem de
modo a ressaltar o significado e produzir
um efeito artístico.
• Tem seu lugar privilegiado nos gêneros
literários, mas podemos encontrá-la em
anúncios publicitários, canções etc.
TEXTO 5
fome
[Do lat. fame.]
S. f.
1.
Grande apetite; urgência de alimento.
2.
Subalimentação (1).
3.
Falta do necessário; penúria, miséria.
4.
Situação de míngua ou escassez de
víveres: a fome assolou a região.
5.
Fig. Avidez, sofreguidão.
Dicionário Aurélio
FUNÇÃO METALINGÜÍSTICA
(Com o quê: código)
• Utiliza o código como assunto ou como explicação
do próprio código.
• Os exemplos mais comuns em que há
predominância dessa função são as aulas, os livros
de gramática e os dicionários. Há também
metalinguagem em um poema que reflete sobre a
criação poética, um filme que tematiza o próprio
cinema etc.
FUNÇÃO FÁTICA
(Por onde: canal)
• Abre, prolonga, testa ou interrompe um
canal de contato entre emissor e
receptor.
• Em textos orais, por exemplo, essa função
se manifesta todas as vezes em que se
inicia e se termina um ato comunicativo.
O DIÁLOGO ENTRE AS
FUNÇÕES
• A maioria das mensagens se utiliza de várias
funções da linguagem estreitamente relacionadas.
"Se você gosta de viajar para bem longe nas férias,
uma dica: o Brasil tem 8.547.403,5 Km2."
(ANÚNCIO PUBLICITÁRIO DA VARIG)
IMPORTANTE
Seja para efeito de análise ou produção de um
exemplar de determinado gênero textual, devese definir sempre:
• o conteúdo da mensagem;
• a situação de comunicação;
• a atitude do emissor;
• o perfil do receptor;
• a escolha dos meios a serem usados e
• a utilização de uma ou outra função (os propósitos
comunicativos).
INTERTEXTUALIDADE
INTERTEXTUALIDADE
É uma interação entre textos, um “diálogo” que se dá entre
eles.
A intertextualidade está ligada ao “conhecimento de mundo”,
que deve ser comum ao produtor e ao receptor dos textos.
É preciso notar que há tipos de intertextualidade. Vejamos, a
seguir, algumas dessas variações:
INTERTEXTUALIDADE: VARIAÇÕES
EPÍGRAFE
Constitui uma escrita introdutória a uma outra escrita.
INTERTEXTUALIDADE: VARIAÇÕES
PARÁFRASE
É a reprodução de um texto com as palavras de quem o está
produzindo. Não se confunde com o plágio, pois este é a cópia
deliberada de uma obra.
INTERTEXTUALIDADE: VARIAÇÕES
PARÓDIA
É a reprodução “distorcida” de um texto com a intenção de
ironizar ou criticar.
INTERTEXTUALIDADE: OCORRÊNCIAS
A intertextualidade pode ocorrer em diversas áreas
conhecimento. Seguem-se algumas delas:
LITERATURA
PINTURA
PUBLICIDADE
do
INTERTEXTUALIDADE: LITERATURA
A TERCEIRA ONDA
[...]
Elas acreditam que o príncipe encantado está a caminho e
que um dia serão felizes para sempre. Mas, enquanto isso não
acontece, o negócio é viver cada experiência livre e sem
culpa. Suas avós eram consideradas mulheres de verdade:
cuidavam dos filhos e da casa, tal qual a Amélia da canção de
Mário Lago e Ataulfo Alves, de 1942. A geração seguinte
exorcizou a Amélia e deu passos largos na luta pela igualdade
de direitos entres os sexos, deixando para as filhas um campo
menos minado no trajeto para o sucesso profissional.
[...]
(OROSCO, Dolores; VILAS, Juliana. A terceira onda. Revista IstoÉ,
SP, nº 1820, p. 56-57, 25 ago. 2004)
AI, QUE SAUDADES DA AMÉLIA
Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não tem consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: “Meu filho, o que se há de
fazer!”
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
(Ataulfo Alves e Mário Lago)
INTERTEXTUALIDADE:
PINTURA E
PUBLICIDADE
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