Sociologia das Organizações A Teoria das Relações Humanas Rui Carvalho / Pedro Silveira A Teoria das Relações Humanas George Elton Mayo – cientista social australiano chefiou uma experiência numa fábrica da Western Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne. Foi um movimento de resposta contrária à Abordagem Clássica da Gestão, considerada pelos trabalhadores e sindicatos como uma forma elegante de explorar o trabalho dos operários para benefício do patronato. Essa alta necessidade de se humanizar e democratizar a gestão nas frentes de trabalho das indústrias aliado ao desenvolvimento das ciências humanas – psicologia e sociologia, entre outros – e as conclusões da Experiência de Hawthorne fez nascer a Teoria das Relações Humanas 2 Rui Carvalho / Pedro Silveira A Teoria das Relações Humanas As principais origens da Teoria das Relações Humanas são as seguintes: 1. A necessidade de se humanizar e democratizar a Gestão, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. 2. O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psicologia e a sociologia, bem como a sua crescente influência intelectual e suas primeiras tentativas de aplicação à organização industrial. Realmente, as ciências humanas, gradativamente, vieram demonstrar a inadequação dos princípios da Teoria Clássica. 3. As ideias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram capitais para o humanismo na Gestão. Elton Mayo é considerado o fundador da escola. 4. As conclusões da Experiência de Dewey, indirectamente, e Lewin, mais directamente, também contribuíram Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e enormemente para a sua concepção. 1932, sob a coordenação de Elton Mayo, pondo em xeque os principais postulados da Teoria Clássica da Gestão. 3 Rui Carvalho / Pedro Silveira A EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE 1. Primeira Fase da Experiência de Hawthorne 2. Segunda Fase da Experiência de 3. Terceira Fase da Experiência de Hawthorne (Programa de Entrevistas) Hawthorne (Sala de Experiência de Montagem de Relés) 4. Quarta Fase da Experiência de Hawthorne (Sala de Observações de Montagem de Terminais) 4 Rui Carvalho / Pedro Silveira A Teoria das Relações Humanas A EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE Conclusões da Experiência: a) Nível de Produção é Resultante da Integração b) Comportamento c) As Social Social dos Empregados Recompensas e Sanções Sociais d) Grupos Informais e) As Relações Humanas f) A Importância do Conteúdo do Cargo g) Ênfase nos aspectos Emocionais 5 Rui Carvalho / Pedro Silveira A Teoria das Relações Humanas Nível de produção é resultante de Integração Social: é a capacidade social do trabalhador que nível de competência e eficiência; no grupo de trabalho, tanto maior será a disposição de produzir estabelece o seu quanto mais integrado socialmente Comportamento Social dos empregados: verifica-se que o comportamento do indivíduo apoia –se grupo. Os trabalhadores não agem ou reagem individualmente, mas como membros de um grupo. Amizade e agrupamento social devem ser considerados aspectos relevantes para a gestão totalmente no Recompensas e Sanções sociais: são simbólicas e não materiais, porém influenciam decisivamente a motivação e a felicidade do trabalhador. As pessoas são motivadas pela necessidade de “reconhecimento”, de “aprovação social” e “participação”. A motivação económica é secundária na determinação da produção do empregado Grupos Informais: definem as regras de comportamento, sanções sociais, punições, objectivos, participante vai assimilando comportamentos e escala de valores sociais, integrando as formas de recompensa ou as crenças e expectativas, que cada nas suas atitudes6 e Rui Carvalho / Pedro Silveira A Teoria das Relações Humanas As Relações Humanas: são as acções e atitudes desenvolvidas pelos contactos entre as pessoas e o grupo, permitindo uma atmosfera onde cada pessoa é encorajada a exprimir-se livre e sadiamente. Cada pessoa procurar se ajustar às demais pessoas do grupo para que seja compreendida e tenha participação activa, a fim de atender seus interesses e aspirações; A Importância do Conteúdo do Cargo: o conteúdo e a natureza do trabalho têm enorme influência sobre o moral do trabalhador, tornando-o produtivo ou desmotivado. trabalhos repetitivos tendem a se tornar monótonos afectando negativamente as atitudes do trabalhador e reduzindo sua eficiência; Ênfase nos aspectos emocionais: é a preocupação com as emoções e sentimentos dos funcionários. Elementos emocionais, não planeados e até mesmo irracionais do comportamento humano devem ser considerados dentro da organização. 7 Rui Carvalho / Pedro Silveira A Teoria das Relações Humanas A Civilização Industrializada e o Homem Preocupações “A Teoria das Relações Humanas preocupou-se intensamente com o esmagamento do homem pelo impetuoso desenvolvimento da civilização industrializada. Mayo salienta que, enquanto a eficiência material aumentou poderosamente capacidade humana nos últimos duzentos anos, a trabalho colectivo não manteve o mesmo ritmo de desenvolvimento. para o nova concepção das relações humanas no trabalho. Como resultado da O que deve haver é uma Experiência de Hawthorne, verificou-se que a colaboração na sociedade industrializada não pode ser entregue ao acaso, enquanto se cuida apenas dos aspectos materiais e tecnológicos do progresso humano. 8 Rui Carvalho / Pedro Silveira A Teoria das Relações Humanas A Civilização Industrializada e o Homem Preocupações eficiência, cooperação…surge o conflito “Os métodos de trabalho tendem todos para a nenhum para a social nessa sociedade industrial: a incompatibilidade entre os objectivos organizacionais da empresa e os objectivos pessoais dos empregados…As relações cooperação constituem conflito social.” conflito humanas a "O é uma chaga social, a bem-estar social.“ chave para e evitar o cooperação é o Elton Mayo 9 Rui Carvalho / Pedro Silveira A Teoria das Relações Humanas Depois da Experiência de Hawthorne, Elton Mayo defende: l. O trabalho é uma actividade tipicamente grupal 2. O operário não reage como individuo isolado mas como membro de um grupo social 3. A tarefa básica da Gestão é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar, dotada de chefes democráticos, persuasivos e simpáticos a todo o pessoal 4. A pessoa é motivada essencialmente pela necessidade de "estar junto", de "ser reconhecida", de receber adequada comunicação 5 . A civilização industrializada trata como consequência a desintegração dos grupos primários da sociedade, como a família, os grupos informais e a religião, enquanto a fábrica surgirá como uma nova unidade social que proporcionará um novo lar, um local de 10 compreensão e de segurança emocional para os indivíduos Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas FUNÇÕES BÁSICAS DA ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL Funções Económica: Produzir bens ou serviços Equilíbrio Externo Organização Industrial Função Social: Dar satisfação aos participantes Equilíbrio Interno 11 E Quadro - AS FUNÇÕES BÁSICAS DA ORGANIZAÇÃO SEGUNDO ROETHLISBERGER DICKSON Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo. Homo economicus homem social Homem social, nova concepção sobre a natureza do homem: Os trabalhadores são criaturas sociais completas, com desejos, sentimentos e temores. O comportamento no trabalho é consequência de muitos factores motivacionais. São motivados por necessidades e alcançam as suas satisfações primárias por meio dos grupos com os quais interagem O comportamento dos grupos pode ser manipulado por meio de um adequado estilo de liderança e supervisão As normas do grupo funcionam como mecanismos dos membros reguladores do comportamento Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo. Influencia da motivação humana O pagamento ou recompensa salarial, mesmo quando efectuado em bases justas e generosas, não é o único factor decisivo na satisfação do trabalhador dentro da situação de trabalho. O homem é motivado, não por estímulos económicos ou salariais (homo economicus) ,mas por recompensas sociais, simbólicas e não materiais. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Teoria de Campo de Lewin o comportamento humano é derivado da totalidade de factos coexistentes esses factos coexistentes têm um carácter de um campo dinâmico, no qual cada parte do campo depende de uma demais partes inter-relação com as Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Teoria de Campo de Lewin O comportamento humano não depende só do passado ou do futuro, mas do campo dinâmico actual e presente. Esse campo dinâmico é o “espaço contém a pessoa e o seu ambiente psicológico” de vida que C = f (P,M) Onde comportamento (C) é função (f) ou resultado da interacção entre a pessoa (P) e o meio ambiente (M) que a rodeia. O meio ambiente (psicológico/comportamental) é relacionado com as actuais necessidades do individuo. Alguns objectos, pessoas ou situações podem adquirir valências no ambiente psicológico, determinado um campo dinâmico de forças psicológicas. Estas valências podem ser positivas ou negativas. As necessidades criam um estado de tensão no indivíduo, uma predisposição à acção, sem nenhuma direcção específica. Contudo, quando o objecto é encontrado, adquire-se uma valência positiva, e um vector é despertado como meio de locomoção ao objecto. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano As necessidades humanas básicas Necessidades ou motivos forças conscientes ou inconscientes que levam um indivíduo a um determinado comportamento. No caso da motivação, é o comportamento que é causado por necessidades dentro do individuo e que é dirigido aos objectivos que podem satisfazer São essas necessidades. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano As necessidades humanas básicas Ao longo da vida o homem evolui por 3 níveis ou estágios do motivação: fisiológicas Necessidades – necessidades vitais ou vegetativas relacionadas com a sobrevivência do individuo, inatas e instintivas, comuns aos animais. Exigem satisfação periódica e cíclica. psicológicas Necessidades – exclusivas do homem, aprendidas e adquiridas no decorrer da vida. São raramente satisfeitas na sua plenitude e com o passar do tempo vão desenvolvendo-se e sofisticando-se (segurança intima, autoconfiança, afeição). auto realização Necessidades de – são produto da educação e da cultura. São a síntese de todas as outras necessidades, é o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, continuo auto-desenvolvimento no sentido mais elevado. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Ciclo motivacional Equilíbrio Estimulo ou Incentivo Satisfação Necessidades Tensão Comportamento Ou acção Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Frustração e compensação Equilíbrio A frustração pode levar a reacções generalizadas: Desorganização do comportamento, agressividade, reacções emocionais, alienação e apatia. Satisfação Estimulo ou Incentivo Necessidades Tensão Comportamento Ou acção Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Moral elevado Moral e atitude O moral é uma consequência do grau de Satisfação das necessidades individuais. É um conceito abstracto, porém perceptível. Uma atitude mental provocada pela satisfação ou não das necessidades dos indivíduos. Moral elevado Fanatismo Euforia Atitudes positivas Satisfação Optimismo cooperação Coesão Aceitação dos objectivos Boa vontade Identificação Atitudes negativas Insatisfação Pessimismo Oposição negação Rejeição dos objectivos Má vontade resistência Dispersão Agressão Moral baixo Moral baixo Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Liderança liderança é a influência interpessoal exercida numa situação, e dirigida através de processos da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objectivos específicos. É um fenómeno social. É considerada em função dos relacionamentos existentes entre pessoas numa determinada estrutura social. A Como relação funcional, a liderança é uma função das necessidades existentes numa determinada situação, um indivíduo um grupo que consiste numa relação entre (líder) e (liderados). È uma influência interpessoal (influência = força psicológica), na qual uma pessoa age de forma a modificar o comportamento de outra, de modo intencional.Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Teorias sobre a Liderança Teorias de Traços de personalidade São as mais antigas, os traços são características Distintivas de personalidade, sendo que o líder é aquele que possui traços específicos que o distingue dos restantes (traços físicos, intelectuais, sociais, relacionados com a tarefa). O que o líder é. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Teorias sobre a Liderança Teorias sobre estilos de Liderança Estudam os estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados, ou seja , orientação de conduta. O que o líder faz. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Teorias sobre estilos Autocrática Apenas o líder fixa as directrizes, sem qualquer participação do grupo. O líder determina as providencias e as técnicas para a execução das tarefas, uma da cada vez, á medida que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo. O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar. O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e criticas ao trabalho de cada membro. de Liderança Democrática As directrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. O grupo esboça as providencias e as técnicas para atingir o alvo, solicitando aconselhamento técnico ao líder se necessário, este sugere duas alternativas para o grupo escolher. A divisão das tarefas fica ao critério do grupo. O líder procura ser membro formal do grupo, em espírito, sem encarregar-se muito de tarefas. É objectivo e limita-se a factos nas suas criticas ou elogios. Liberal Há liberdade completa para as decisões do grupo ou individuais, com a participação mínima do líder. A sua participação no debate é limitada, apresentando materiais variados ao grupo, esclarecendo que pode fornecer mais informações, desde que sejam solicitadas. A divisão das tarefas fica a Cargo do grupo. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso dos acontecimentos. Faz comentários irregulares sobre as actividades quando lhe é perguntado. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Teorias sobre estilos Estilo autocrático Líder Subordinados Ênfase no Líder de Liderança Estilo democrático Líder Subordinados Ênfase no Líder e nos subordinados Estilo liberal Líder Subordinados Ênfase nos subordinados Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Teorias sobre a Liderança Teorias situacionais de Liderança Procuram explicar a liderança dentro de um contexto mais amplo. Partem do principio que não existe um único estilo ou características de liderança válida para todas e qualquer situação. Cada tipo de situação requer um tipo de liderança diferente. São mais atractivas para o gerente , uma vez que possibilitam a constante mudança da situação e a sua adequação a modelo, ou até mesmo á criação de novos modelos um de liderança. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Motivação no comportamento humano Teorias situacionais de Liderança Liderança centralizada nos subordinados Liderança centralizada no chefe Uso da autoridade pelo gestor Área de liberdade dos subordinados a O gestor toma a decisão e comunica b O gestor vende a sua decisão Rui Carvalho / Pedro Silveira c O gestor apresenta ideias e pede perguntas d O gestor apresenta a decisão, sujeita a modificação e O gestor apresenta o problema, recebe sugestões toma decisão f O gestor define limites pede ao grupo que tome uma decisão g O gestor permite que os subordinados funcionem dentro dos limites definidos por superiores Teoria das relações humanas Comunicações Neste sentido, o enfoque das relações humanas criou um efeito que foi conferir aos gestores: Assegurar a participação dos escalões inferiores na solução dos problemas da empresa; Incentivar maior franqueza e confiança entre os indivíduos e os grupos nas empresas. A comunicação é uma actividade administrativa que tem dois propósitos principais: Proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas possam conduzir as suas tarefas; Proporcionar atitudes necessárias que promovam a cooperação e satisfação motivação, nos cargos. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Comunicações Proporcionar informação e compreensão necessárias ao esforço das pessoas Habilidade de trabalhar + Proporcionar as atitudes necessárias para a motivação, cooperação e satisfação no cargo. Vontade de trabalhar = Melhor comunicação conduz a um melhor desempenho nos cargos Trabalho de equipa A comunicação é importante no relacionamento entre as posições. Os subordinados devem Receber continuamente dos superiores um fluxo de comunicação capaz de suprimir as suas Necessidades. Os superiores devem receber dos subordinados um fluxo de comunicações Capaz de lhes fornecer uma ideia adequada dos acontecimentos. O homem trabalha melhor, quando conhece os padrões do seu trabalho. A organização é mais eficiente quando um homem e a sua chefia têm um entendimento comum das suas responsabilidades e desempenhos que a empresa espera deles. Cada homem pode ser auxiliado a dar a máxima máximo das suas capacidades e habilidades. contribuição á empresa e a utilizar o Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Comunicações Redes de comunicações roda cadeia circulo Rapidez de influencia rápida rápida lenta Ênfase do líder Muito pronunciada marcada nenhuma Moral Muito pobre pobre Muito boa Flexibilidade para mudança no cargo lenta lenta Muito rápida características A forma mais eficaz de comunicar mensagens depende de factores situacionais. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Organização Informal Existem padrões de relações nas empresas que não aparecem no organigrama. Estes desenvolvem-se a partir da interacção imposta e determinada pela organização Formal, e são relações de uma grande variedade (de trabalho, amizade, identificação, Antagonismo…) e constituem a Organização Informal. Numa empresa os comportamentos dos grupos sociais está condicionado a dois tipos de organização: a formal ou racional, e a informal ou natural. Na sua origem encontram-se factores como: Os interesses comuns que se desenvolvem entre as pessoas e que as fazem relacionar mais intimamente. A interacção provocada pela própria organização formal, através dos contactos e de relações que se têm que estabelecer no ambiente formal de trabalho. A flutuação do pessoal dentro da empresa provoca a alteração dos grupos sociais informais. Os períodos de lazer permitem uma intensa interacção entre as pessoas permitindo vínculos Sociais. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Organização Informal A Organização Informal apresenta as seguintes características: Relações de coesão ou de antagonismo. Status. Colaboração espontânea. A possibilidade da oposição à organização Informal. Padrões de relações e atitudes. Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais. A organização informal transcende a organização Formal. Padrões de desempenho nos grupos formais. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Dinâmica de grupo Características dos grupos O que caracteriza um grupo humano, é o facto de os seus membros terem um alvo comum, objectivo comum e apresenta-se como: Uma finalidade, objectivo comum. Uma estrutura. Uma organização Uma coesão dinâmica. interna. A dinâmica de um grupo é a “soma de interesses”dos componentes do grupo, que é activada por estímulos e motivações, no sentido de maior harmonia e aumento do relacionamento. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Dinâmica de grupo Dinâmica de Grupo e Mudanças O comportamento, as atitudes, as crenças e os valores dos indivíduos baseiam-se nos grupos aos quais pertencem. Os grupos podem participar num processo de mudança em três perspectivas: instrumento de mudança, ou O grupo como seus membros. seja, como fonte de influência sobre os meta de mudança O grupo como , para mudar o comportamento dos indivíduos, pode tornar-se necessário mudar os padrões do grupo , estilo de liderança , padrões emotivos… agente de mudança O grupo como , de comportamentos que podem ser provocadas por meio de esforços de organização do grupo. A resistência á mudança é um fenómeno geral dos organismos sociais. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Dinâmica de grupo Características dos grupos “praticar relações humanas, significa estarmos condicionados nessas nossas relações por uma atitude, estado de espírito, ou maneira de ver as coisas, que nos permita compreender as outras pessoas, respeitando a sua personalidade, cuja estrutura é, sem duvida diferente da nossa”. Laerte Leite Cordeiro É no trabalho que se reúne um certo número de pessoas carentes de ajustamentos, de compreensão, de Orientação e de estímulo actuando em áreas, níveis e actividades heterogéneas. Um programa de relações humanas tem por objecto fomentar a cooperação entre todos os membros de uma comunidade de trabalho. Assim consegue-se, não só, uma maior satisfação das necessidades espirituais e materiais do homem, como um substancial aumento da produtividade. Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Criticas Empirismo radical Ambiente de pesquisa: fábrica (administração Cientifica), ficando de parte os ambientes como os bancos, hospitais, universidades… Manipulação Apresenta uma tendência de favorecer a Gestão em detrimento dos trabalhadores Investigou a indústria com a exclusão quase completa do seu background social. Enfatizou os aspectos informais da organização passando os aspectos formais para um nível bastante inferior. Ignora a teoria e exalta o empirismo, a observação e a descoberta de dados. Parcialidade nas conclusões Restringe-se á fábrica, deixando de lado as outras áreas da empresa. Rui Carvalho / Pedro Silveira Características Abordagem básica Teoria Clássica Engenharia Humana Adaptação do homem à máquina e Vice-versa Teoria das Relações Humanas Ciência social Aplicada Adaptação do homem à organização Modelo homem Económico-Racional Maximizador de vantagens financeiras Racional-emocional Motivado por sentimentos e critérios “não racionais” Comportamento organizacional do indivíduo Animal Isolado Atomismo Tayloriano Reage como um indivíduo Animal Social; Carente de apoio e de participação grupal; reage como membro grupal Comportamento funcional do indivíduo Padronizável The one best way para todos Não Padronizável Diferencias individuais justificaram métodos diferentes Motivação Financeira (Material) Maior remuneração com maior produção Psicológica Apoio; Elogio e consideração Fadiga Fisiológica Estudo de tempos, movimentos e pausas adequadas Psicológica Unidade de análise Cargo Tarefa, tempos e movimentos Avaliação de cargos e salários Grupo A equipa; avaliação da moral do grupo; enfase nas relações intercargos e enfâse nas relações entre pessoas no Trabalho Conceito de Organização Estrutura Formal Conjunto de órgãos, cargos e tarefas Sistema Social Conjunto de papéis Representação Gráfica Organograma e fluxograma Relações entre órgãos e funções Sociograma Relações percebidas, desejadas, rejeitadas e reais entre pessoas Rui Carvalho / Pedro Silveira Teoria das relações humanas Após o domínio da Teoria das Relações humanas por cerca de mais de uma década, ao final dos anos 50, entrou em declínio, passando a ser intensamente criticada, a tal ponto que suas concepções passaram a ser profundamente revistas e alteradas. Citamos a seguir as principais críticas à teoria: • Oposição cerrada à Teoria Clássica • Inadequada visualização dos problemas das relações industriais • Concepção ingénua e romântica do operário • Limitação do campo experimental • Parcialidade das conclusões • Ênfase nos grupos informais • Enfoque manipulativo das relações humanas 38 Rui Carvalho / Pedro Silveira