Ecos no Porão
Volume 2
• Considerado um dos grandes contistas
brasileiros, o catarinense Silveira de Souza integrante do grupo sul, criado em 1948 e que
levou o movimento modernista para Santa
Catarina - selecionou aqui alguns de seus
textos publicados desde 1985, entre eles o
que da titulo a obra...
• "E poderia repetir em silêncio para consigo de maneira
prosaica os versos de Eliot, como um lembrete dirigido
a sua ilusória individualidade: “Quem é o outro que
sempre anda a teu lado? Quando faço a soma, somos
apenas dois, lado a lado, mas se ergo os olhos e diviso
a branca estrada, há sempre um outro que a teu lado
vaga, a esgueirar-se envolto sob um manto escuro,
encapuzado. Não sei se de homem ou de mulher se
trata, mas quem é esse que te segue do outro lado?”
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Sinopse
Em Ecos no Porão 2, Florianópolis é o cenário para uma legião de homenzinhos bizarros fazendo
cooper com calções esdrúxulos, velhinhos trovadores, desempregados, avozinhas, solteironas,
aposentados, enfim, habitantes da vizinhança da Ilha onde pulsa um coração decrépito, murchando
para a vida, que pode ser acordado de súbito por um pequeno incidente, a fuga de um canário ou
uma rajada de vento. Mas Florianópolis não é mero pretexto para o quase octogenário escritor
Silveira de Souza descrever o local onde nasceu e viveu. Mais do que isso, a Ilha é o "mundinho"
onde se constituem essas "figurinhas ridículas" e apaixonantes do grotesco que vão ganhar
dramaticidade e lirismo no segundo volume da antologia de contos de Silveira.
Esses habitantes ao mesmo tempo ordinários e excêntricos dos porões da ficção de Silveira, que
podem estar no café, na Beira-Mar, na Praça XV, no Calçadão ou em quarto de hotel, carregam um
traço em comum: todos experimentam o vazio da existência. Mas ao longo das 137 páginas são
surpreendidos no automatismo banal do seu dia a dia urbano por sutis acontecimentos que
anunciam possibilidades de conhecerem uma dimensão mais sublime da vida. E o que produz esse
acesso ao "mundão"? Uma sinfonia de Bethoven, um sonho ou um pesadelo, uma emoção
inesperada, uma cena da memória, um abalroamento de carro, enfim, interferências mais ou
menos perceptíveis que alteram o estado de coisas e, como em um poema hai kai, sugerem uma
revelação.
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Ecos no Porão Volume 2