INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MAGISTRADOS ANO XXI • NÚMERO 212 • JULHO DE 2012 Justiça cada vez mais próxima da sociedade Exemplos de Caraguatatuba, Tatuí, Tietê e Sorocaba mostram como os Magistrados de São Paulo estão construindo novos alicerces entre o cidadão e o Judiciário. página 12 para sempre magistrados • Os 80 Juízes aprovados no 182º Concurso de Ingresso na Magistratura foram vitaliciados Os novos membros vitalícios do Poder Judiciário de São Paulo participaram de sessão solene no Tribunal de Justiça de São Paulo que teve a presença de diversas autoridades como o Presidente da APAMAGIS Roque Mesquita e o Presidente da AMB Nelson Calandra. página 7 •Guarujá sedia o VI FOJESP para debater gestão e estruturação pág. 6 editorial IX Encontro de Coordenadores Regionais em Ribeirão Preto Mais um passo em prol do plano de interiorização das atividades associativas e institucionais da APAMAGIS Fernando Figueiredo Bartoletti 1º Vice-Presidente [email protected] ayrespp.com.br A APAMAGIS realiza agora em agosto o IX Encontro de Coordenadores, evento associativo que se tornou essencial para uma gestão eficiente na maior e mais representativa entidade de Magistrados estaduais do Brasil. Poder-se-ia discorrer sobre todos os avanços que decorreram direta ou indiretamente dos encontros anteriores, mas não haveria espaço hábil neste editorial. Assim, deve ser ressaltada a mudança de mais um paradigma deste IX Encontro de Coordenadores: o efetivo deslocamento geográfico, com a Diretoria saindo da capital e indo para o interior, o que é preciso destacar como mais uma etapa daquele movimento que se iniciou, há mais de seis anos, com o colega Amorim e prosseguiu com os incansáveis Calandra e Paulo Dimas e, agora, se sedimenta com o abnegado Roque. Essa nova etapa é muito importante para os associados e, por via transversa, também para a sociedade. A Diretoria da APAMAGIS estará no interior do estado, na sede de uma de suas Diretorias Regionais, durante mais um final de semana, reunindo os mais de 70 Juízes Coordenadores de circunscrições e dos Fóruns da capital para ouvi-los atentamente em seus reclamos, em suas sugestões e, principalmente, nas reivindicações dos que respondem diuturnamente pela Justiça frente à sociedade. Deslocar o Encontro de Coordenadores para o interior também é mais uma prova inequívoca de sintonia com seus associados e da união de seus integrantes na defesa daqueles que estão sendo vítimas de ataques despropositados, alguns de natureza violenta, outros de forma orquestrada para tentar fragilizar a Magistratura, melindrar o exercício da Jurisdição ou tentar restringir a autonomia do Poder Judiciário. Todas essas questões e outras tantas devem ser enfrentadas com firmeza e transparência. E qual o fórum mais adequado para debater tais temas? Os Coordenadores regionais captam os an- seios, agruras, expectativas e reivindicações dos Magistrados. A seguir, cada um desses pontos é tratado num grupo de trabalho, observando assuntos convergentes. Todos os temas são avaliados de forma multifacetada e possíveis soluções são apontadas. A seguir, os problemas e as correlatas soluções são levadas à votação. Aprovadas, tornam-se as diretrizes de atuação da Diretoria da APAMAGIS junto ao Tribunal de Justiça e demais Poderes constituídos do Estado. Apenas quem age uníssono com a verdade pode manter a altivez. Assim, a APAMAGIS deve condensar essas vozes, tornando-as um brado único de reivindicação de uma Justiça mais eficaz, ágil e moderna. A Justiça definitivamente deixou de ser mais um dos Poderes constituídos da Nação para se tornar protagonista de uma sociedade democrática e socialmente justa. O cidadão está cada vez mais consciente de que seus direitos devem ser garantidos e respeitados, exigindo, cada vez mais, da estrutura do Judiciário. De outro lado, convive-se com restrições orçamentárias que obstam a implementação da estrutura mínima necessária ao Magistrado para atender tais anseios em tempo razoável. O fato de o Encontro ser deslocado para o interior traz emblema significativo. Mostra que a entidade de classe se movimenta em direção ao seu associado e não se limita apenas a reagir. Ao contrário, essa proatividade muitas vezes evita que problemas sequer surjam. E quando surgirem, terão mínimos impactos ao associado ou à Magistratura. Dá para combater a corrupção de maneira eficiente com instrumentos do século passado? Os juízes de SP e a APAmAgiS também acham que não! A corrupção, um dos grandes problemas no Brasil, ocorre porque infelizmente ainda há impunidade, muitas vezes decorrentes da demora no julgamento dos processos, ainda que os juízes de SP estejam entre os mais produtivos* do mundo. E isso mesmo diante de enormes obstáculos como falta de estrutura, ameaças e atentados contra suas vidas e de familiares. Bem, São Paulo pode – e deve – mudar essa história triste. Um bom começo é fazer com que as pessoas, em especial os membros do Legislativo e Executivo, compreendam que a Justiça de SP precisa de investimento para se tornar rápida e eficiente. Faça valer os seus direitos e ajude a dar um basta à impunidade e à corrupção. Acesse www.pormaisjustica.com.br e veja como os juízes de SP estão trabalhando por uma Justiça melhor. *Números que impressionam: Você sabia que nos últimos 3 anos mais de 15 milhões de processos foram julgados, 5 milhões de audiências realizadas e quase 6 milhões de recursos foram apreciados? Fonte: Anuário da Justiça de São Paulo - Conjur 2011. POR Mais Justiça www.pormaisjustica.com.br 2 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados Associação Paulista de Magistrados, há mais de 58 anos defendendo a Justiça de São Paulo. editorial Um brado pela liberdade A colega Barbara Carola Hinderberger Cardoso de Almeida lançou um grito em defesa de um dos direitos mais elementares do ser humano: o da liberdade. Roque Antonio Mesquita de Oliveira Presidente da APAMAGIS [email protected] Na edição anterior, ocupei esse espaço para discorrer sobre a importância de conferir segurança aos Magistrados no exercício de suas funções. Para os que desconhecem a realidade experimentada, poderia parecer exagero. Pois bem, canal a cabo traz numa série de programas em horário nobre, quadro sobre os Juízes ameaçados. E, ainda mais próximo de nossa realidade, a colega Barbara Carola Hinderberger Cardoso de Almeida lançou um grito em defesa de um dos direitos mais elementares do ser humano: o da liberdade. Peço vênia para o adotar como nosso editorial nesse mês! Eu quero minha liberdade de volta Sou juíza e estou ameaçada de morte. Comecei na magistratura há 20 anos e estou há 18 deles aqui em Embu das Artes. Em todos esses anos e por todos os Fóruns que já passei, nunca tive minha vida ameaçada. Nem mesmo quando julguei grandes processos criminais envolvendo o crime organizado. Há pouco mais de um mês, ordenei a desocupação imediata de uma APA (Área de Proteção Ambiental), pertencente à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que havia sido invadida por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Atendi o que manda a legis- Tribuna da Magistratura Publicação da Associação Paulista de Magistrados Ano XXI - nº 212 lação ambiental brasileira, uma decisão que favorece a comunidade como um todo, no presente e no futuro. A partir daí, recebi ameaças de morte, inclusive registradas pela Polícia Militar, por conta de minha sentença favorável à manutenção da APA. Fiquei sinceramente espantada. Nunca imaginei que alguém pudesse tentar me coagir por defender o meio ambiente. Como o desembargador Roque Mesquita disse em um artigo: “Ser magistrado no Brasil se tornou uma profissão de risco”. Fato. Lamentavelmente isso está se tornando comum. Você sempre está sujeito a sofrer algum tipo de perseguição ou tentativa de coação, nesse caso traduzida em ameaça de morte. Quando prestei concurso para a Magistratura nunca me passou pela cabeça que um dia alguém, por causa de uma decisão minha, ficaria tão contrariado a ponto de ameaçar tirar minha vida. Foi muito ruim ouvir uma voz ao telefone ameaçando me matar. Claro que sinto medo. Sou humana. É normal. Passei a dispor de escolta policial 24 horas por dia. Nesse período, não podia ir ao shopping sozinha, não podia ir ao mercado, nem encontrar os amigos sem ter um segurança por perto. O medo é um sentimento tão ruim, tão destruidor, que não contei nem para minha própria mãe o que estava acontecendo. Mas o fato se tornou público e ela leu nos jornais que sua filha estava sob ameaça de morte. Nesse período, curiosamente o que mais eu sentia além de medo era constrangimento! Me senti constrangida em tirar Noel Thomas policiais das ruas, que estavam trabalhando em prol da segurança da população, para servir a segurança de uma única pessoa: eu. Quanto mais eu convivia com o medo, mais eu tinha a certeza de que não podia parar. Eu não podia e não posso ceder. Não podia deixar que a Justiça fosse derrotada. A Justiça e eu. Afinal, é o meu dever que a segurança e a ordem social sejam garantidas. Não trabalho para mim, trabalho para todos. Há 15 dias dispensei a escolta armada que me protegia. Viver se sentindo como um refém é horrível. É pior do que muitas sentenças que já dei nesses anos de magistratura. Você não fica mais totalmente relaxada. O medo passa a ser sua companhia. E passou a me acompanhar em todos os lugares. Mas para ser magistrada, você tem que ser forte. Ser forte e ter caráter para não ceder às pressões. Sim, pressões, pois durante os anos de trabalho, você é pressionada de Imprensa [email protected] Diretora Departamento de Secretaria Luciana Almeida Prado Bresciani Jornalista Responsável Adriana Brunelli (MTB 33.183) Convênios [email protected] Diretor Adjunto de Secretaria Domingos de Siqueira Frascino Coordenação Geral Luciano Ayres Informática [email protected] Diretora Departamento Financeiro Zelia Maria Antunes Alves Redação Jessamy Kisberi Tiragem: 3.600 exemplares Site www.apamagis.com.br Diretor Adjunto Financeiro Edison Aparecido Brandão APAMAGIS DIRETORIA EXECUTIVA COMUNICAÇÃO Edição, Revisão, Projeto Gráfico e Diagramação AyresPP Comunicação e Marketing Estratégico Tel: (19) 3232.6823 [email protected] Presidente Roque Antonio Mesquita de Oliveira Roque Antonio Mesquita de Oliveira Fernando Figueiredo Bartoletti Fotos AyresPP 1º Vice-Presidente Fernando Figueiredo Bartoletti IMPRENSA R. Tabatinguera, 140 - sobreloja CEP: 01020-901 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3292-2200 Fax: (11) 3292-2209 Presidência [email protected] Secretaria [email protected] 2º Vice-Presidente Irineu Jorge Fava todas as partes e de todas as formas. Eu amo a minha profissão. Sou uma juíza considerada linha dura. Faço com que as ordens judiciais sejam cumpridas. E no Brasil é preciso que isso aconteça para que o Estado Democrático de Direito não seja abalado. É isso o que defendo. Ser juiz é não ter dúvida que a Justiça será feita. Ser juiz é ter coragem. É desejar que a Justiça prevaleça sempre, não importando o sexo, a classe social ou a escolaridade de quem quer que sejam as partes. Mas não é por eu estar sendo ameaçada que irei parar de trabalhar ou pensar duas vezes antes de tomar uma decisão. Na verdade, minha decisão já está tomada: eu não vou desistir e isso não vai afetar o meu trabalho. Assim como o medo é uma característica humana, a capacidade de ter certeza também. E eu estou segura de ter tomado a decisão certa em favor da sociedade. A comunidade para qual trabalho reconhece minha luta e minha força. Percebo que estão do meu lado. Recebi apoio desde o frentista do posto de gasolina até o presidente da Câmara de Vereadores de Embu das Artes. Me senti amparada e querida, o que me deu forças. São ações como essas que me fazem perceber que estou no caminho certo, que estou exercendo minha função honestamente. Agora, o que eu mais quero é minha liberdade de volta. Barbara Carola Hinderberger Cardoso De Almeida, 49, é juíza em Embu das Artes (SP) CONSELHO EDITORIAL Aloísio de Toledo César Ana Paula Sampaio de Queiroz Bandeira Lins Antonio Ernesto de Bittencourt Rodrigues Irineu Jorge Fava Fernando Figueiredo Bartoletti José Carlos Ferreira Alves Colaboradores Todos os artigos assinados neste jornal são de responsabilidade exclusiva de seus autores. Carolina N. Munhoz Rossi Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 3 político-institucional juizados especiais • VI FOJESP conta com a presença Magistrados reúnem-se na Colônia do Guarujá para debater “Estruturação e Gestão dos Juizados Especiais” No penúltimo final de semana de junho, nos dias 22 e 23, a Colônia de Férias da APAMAGIS no Guarujá foi sede da realização do VI FOJESP (Fórum de Juizados Especiais do Estado de São Paulo), evento que debate alternativas e propostas para aprimoramento dos Juizados Especiais. A última edição do Fórum teve cinco temas cruciais elencados pela Comissão do Fórum, composto pelos Juízes Daniela Nudeliman Guiguet Leal, Eliana da Camara Leite Ferreira, Marcos Alexandre Bronzatto Pagan e Paulo Roberto Cichitosi. São eles: a) Plano de ação (Pauta de 100 dias – Res. 7 do CNJ), Produtividade dos Juízes do sistema, Aproximação do Conselho Superior, Julgamento antecipado e auxílio-sentença; b) Centro de Conciliação e Mediação: interface com os Juizados Especiais; c) Dificuldades enfrentadas pelos Juizados Especiais da Fazenda Pública, com competência cumulativa; d) Colégio Recursal: possibilidade de unificação e criação de cargos; e) Outras sugestões para o aprimoramento do sistema. Com a nova configuração estrutural implantada pela Comissão, o evento – tradicionalmente realizado na sede da Escola Paulista da Magistratura (EPM) e dividido em comissões de debate dos temas propostos – foi transferido para a Colônia de Férias da APAMAGIS. VI FOJESP: 1º DIA No dia 22 de junho houve a abertura do FOJESP. O Presidente Roque Mesquita recebeu o Presidente do TJ/SP, Ivan Sartori, que prestigiou a solenidade ao lado do Diretor do COPEDEM, Antonio Rulli Junior; do Representante da AMB, Waldir Marinho; e do Diretor Adjunto do Fórum do Guarujá, Rodrigo Barbosa Salles. O Presidente da APAMAGIS disse que o colega Ivan Sartori está fazendo uma mudança radical no Tribunal e afirmou que a presença dele no Fórum tem um significado especial para a associação. “Os mais antigos sabem o quanto é difícil mudar costumes. Integrantes da mesa durante a abertura do VI FOJESP “Em termos de FOJESP, precisamos levar ao Conselho quais são as divergências e ferramentas oferecidas aos Juízes” Marcos Alexandre Bronzatto Pagan No entanto, a atual Presidência da Corte tem uma cabeça aberta para que essas mudanças possam ser realizadas”. Sobre a inovação de fazer o FOJESP numa Colônia da associação, Roque Mesquita afirmou que apoia que os próximos eventos sejam encampados também nos outros prédios da APAMAGIS, pois dessa forma é possível viabilizar a integração do trabalho e da convivência com as famílias. Para o integrante da Comissão Organizadora do VI FOJESP, Marcos Alexandre Bronzatto Pagan, o Juizado é uma vitrine para o Poder Judiciário e pode significar uma aproximação maior com a sociedade. “Estamos reunidos neste fim de semana para falar sobre a necessidade de melhor gerir o sistema de Juizados, aprimorando a estrutura para dar respostas efetivas à sociedade, uma vez que – apesar da avalanche de processos – falta estrutura”, declarou. A questão de estruturação da Justiça paulista tem sido levada a sério pelo TJ/SP. “Temos que uniformizar o processo eletrônico, já que várias linguagens são utilizadas. O que dificultou um pouco foi a unificação dos Tribunais. Temos que ampliar a informatização e dar melhores condições de trabalho para os Juízes”, disse Sartori. Segundo a constatação de muitos Magistrados, a aproximação da Corte não tem se dado apenas com a sociedade. O próprio Judiciário tem se surpreendido com os efeitos do contato estabelecido entre a APA- Mais de 50 Magistrados estiveram presentes na solenidade de abertura que teve discurso do Presidente Roque e jantar de confraternização 4 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados MAGIS e o Tribunal com a Magistratura de Primeira e Segunda Instâncias. Ivan Sartori relatou, na ocasião, as principais ações da Corte nos primeiros seis meses de gestão e assegurou o apoio da Presidência do Tribunal no que tange a providências que têm sido adotadas para a melhoria da estrutura física do TJ/SP em relação a funcionários e Magistrados; sobre mudanças de posturas; e ainda sobre alguns projetos em andamento que contribuirão para a melhoria da prestação jurisdicional. “Nós estamos recebendo todo apoio do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa”, salientou. A reunião de abertura foi seguida de um jantar de confraternização entre os presentes, estreitando ainda mais o relacionamento das Presidências da APAMAGIS e do TJ/ SP com os Magistrados do litoral e interior. VI FOJESP: 2º DIA No dia 23 de junho, cerca de 40 Magistrados estiveram presentes para participar dos debates do VI FOJESP. O Presidente Roque Mesquita disse, na abertura, que a APAMAGIS vai incentivar cada vez mais o FOJESP. “Vamos dar todo o apoio necessário: político, administrativo e estrutural”. A ideia do encontro é dar um pouco mais de destaque para os assuntos que podem virar enunciados, destacou Nudeliman. “Pensamos em estruturar o evento em um único grupo, ainda mais informal, para discutirmos questões que preocupam a maioria de vocês, de uma forma mais objetiva”, explicou, esclarecendo também os temas escolhidos para o direcionamento dos debates. Um dos organizadores do FOJESP, Marcos Alexandre Bronzatto Pagan, deu início aos debates ressaltando a importância da uniformização de entendimentos. Para tan- político-institucional do Presidente do TJ/SP Os documentos com os enunciados propostos e aprovados do I ao VI FOJESP, estão disponíveis na página inicial do site da APAMAGIS. Para visualizar o conteúdo, basta localizar a seção Pesquisas e selecionar Juizados Especiais Magistrados se reúnem para discutir temas essenciais à classe to, a sala de reuniões foi organizada em um único e grande grupo de discussão. PLANOS DE AÇÃO A Corregedoria do CNJ editou um provimento, em 7 de maio de 2010, com o objetivo de aprimorar e uniformizar o sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal em todo o país. A medida define medidas de aprimoramento relacionadas ao Sistema dos Juizados Especiais. O texto da Resolução determina aos Tribunais de Justiça que os recursos sejam julgados em menos de 100 dias pelas Turmas Recursais e que novas Turmas, temporárias ou não, sejam criadas quando for necessário. Para atender a definição, de acordo com Pagan, seria necessário um balanço minucioso. “Não temos um diagnóstico de todas as Comarcas” e disse ainda que o Conselho Supervisor passou a enviar ofícios aos Juízes sobre o plano de ação para ser colocada na pauta de 100 dias. “Em termos de FOJESP, precisamos levar ao Conselho quais são as divergências e ferramentas oferecidas aos Juízes”, alertou. Entre os principais alertas feitos pelos integrantes do Fórum, destacaram-se: a necessidade de haver estrutura aos Juízes para que as ferramentas disponíveis e solicitadas sejam utilizadas adequadamente; e uma maior aproximação dos Juízes junto ao Conselho Supervisor. Uma das propostas foi que as Comarcas monitoradas (pauta de 100 dias) tenham acesso facilitado ao Conselho Supervisor. A proposta é que cada colega faça um estudo de quantos auxílios sentenças necessitaria por mês para a proposta de antecipação de julgamentos. Para os participantes, o atendimento presencial é importante para a fluidez do trabalho. Após discussões, o primeiro tema trabalhou com duas vertentes detectadas em debate: casos emergenciais e estruturais. Na parte estrutural foi previsto fazer um diagnóstico estadual e estabelecer priorização, interface com os CEJUSCs e com o Colégio Recursal regional, fazendo as uniformizações – ligado ao julgamento padrão – elaborando enunciados direcionados e o julgamento padrão com base no plano de mapeamento das Comarcas. No que tange a parte emergencial ficou especificada a realização de audiência individual no Conselho Supervisor; manutenção dos Juízes auxiliares ou subsidiariamente do auxílio sentença; criação de força tarefa para casos específicos, entre outros. Para ambos os casos ficaram definidas comissões para colocar o plano em prática. CENTRO DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO – Interface com os Juizados Especiais Com a inserção do Poder Executivo no debate sobre a reforma do sistema de Justiça, desde 2003, um dos tópicos de destaque foi a disseminação do uso de mecanismos alternativos de soluções de conflitos. A fim de regrar a questão, o CNJ lançou, em 29 de novembro de 2010, a Resolução 125 que institui a Política Pública de Tratamento Adequado de Conflitos, destacando entre seus princípios informadores a qualidade dos serviços como garantia de acesso à ordem jurídica justa, estabelecendo, para tanto, em seu anexo I, conteúdo programá- O IV FOJESP focou em destacar os assuntos que podem virar enunciados e também em discutir questões que preocupam a maioria Daniela Nudeliman tico mínimo para cursos de capacitação de conciliadores e mediadores. Essa definição consta na página da internet do Conselho Nacional de Justiça que, além de links para cursos sobre mediação e conciliação, seminário de conciliação e mediação, oferece inclusive o manual de mediação judicial, que traz densos estudos a respeito do tema com 296 páginas, disponíveis online no endereço www.cnj.jus.br. Para que a Magistratura consiga acatar a Resolução, são necessários profissionais treinados para atender a demanda, o que ainda não acontece no estado, de acordo com os integrantes do FOJESP. O treinamento do voluntário para conciliação e mediação foi um dos tópicos que gerou intenso debate no Fórum, levantando ideias e detecção de problemas. Para sanar a questão foi cogitado “firmar convênio” com o PROCON, disponível em todas as Comarcas do estado, a fim de se tornar direcionador da demanda do Judiciário, auxiliando nesse processo de melhorias. Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 5 político-institucional JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA Para ilustrar o tema, representantes jurídicos do Banco Itaú, convidados pela Coordenação do FOJESP, trouxeram levantamentos para esclarecer o impacto dos processos da empresa na Justiça Paulista. De acordo com a expositora, só no mês de maio de 2011, havia 134.833 ações em estoque; e aproximadamente 50.382 encerradas, montante que acentua o volume de trabalho dos Magistrados. Segundo os representantes do Itaú, as ações se resumem a dois principais motivos: o cliente, antes de decidir entrar com ação, liga para o Banco cerca de quatro vezes para tentar reparar o problema e espera aproximadamente seis meses para entrar com ação; ou os escritórios responsáveis vão para as audiências sem qualquer flexibilidade, sem propostas de acordo, ou seja, adotam procedimentos inadequados que afogam ainda mais a Justiça. Os Magistrados resolveram oficializar tanto à Presidência quanto à Corregedoria a manifestação da preocupação para a implantação de um sistema antifraude. Os Magistrados resolveram oficializar tanto à Presidência quanto à Corregedoria a manifestação da preocupação para a implantação de um sistema antifraude. COLÉGIO RECURSAL A pedido de Pagan, o Conselheiro da APAMAGIS, Diretor de Interiorização e representante da AMB na ocasião, Flávio Fenóglio, falou sobre a proposta de Minuta de Resolução do Conselho Supervisor dos Juizados que está sendo elaborada a respeito dos Colégios Recursais. O documento frisa a necessidade de reorganização, aperfeiçoamento e especialização do Sistema de Juizados Especiais. Foi constituída uma proposta reestruturando o sistema de segundo grau dos Juizados Especiais reduzindo o número de colégios recursais para o equivalente ao de Regiões Administrativas Judiciárias, com sugestão de número de turmas, estrutura cartorária, minuta de Projeto de Lei Complementar criando cargos de Juízes de Colégios Recursais com dedicação exclusiva e uma minuta de Resolução para início de implementação destas diretrizes. “Temos 122 mil feitos aguardando julgamento; para julgar esse acervo, o estado dispõe de apenas 800 Juízes nos Colégios Recursais e não é suficiente”, ressaltou Fenóglio, antes de concluir que os Juízes que atuam nos Colégios devem se manifestar no Conselho Supervisor da Magistratura. O representante da AMB lembrou ainda que vários estados têm Colégios Recursais a frente de São Paulo. “Vejo que estamos atrasados em relação a outros estados, inclusive do Nordeste”, afirmou. NOVO FORMATO O novo formato adotado, de existir um único grupo de discussão para debater os temas propostos, foi unanimemente aprovado pelos Magistrados após realização de enquete. Na ocasião, também foi votada a possibilidade de ser realizado apenas um FOJESP por ano ao invés de dois. A mudança alteraria o Estatuto do evento. O próximo FOJESP será realizado na primeira quinzena do mês de março de 2013. Os Juízes aclamados pelos presentes para compor a Comissão do VII FOJESP foram: Marcos Alexandre Pagan, Renata Vaitkevicius S. A. Vitagliano e Erika Fernandes Fontes – pela APAMAGIS; e, pela EPM, foram escolhidos Ulysses Augusto Pascolati Junior e Eliane da Camara Leite Ferreira. • ENTREVISTA MARCOS ALEXANDRE PAGAN Quais foram os benefícios de realizar o FOJESP na Colônia da APAMAGIS? A APAMAGIS tem sido mais que uma parceira do FOJESP: é ela quem, ao lado da EPM, viabiliza a realização do evento, oferecendo a estrutura necessária e disponibilizando a logística tanto na fase de preparação quanto na de execução. Neste ano, após consulta aos fojespianos, decidimos realizar o encontro na sede do Guarujá, o que contou com o pronto apoio da atual Diretoria. Estávamos um pouco apreensivos porque não sabíamos como seria a adesão dos colegas, ainda mais em época de inverno. Mas o resultado superou as expectativas: houve cerca de 50 Juízes inscritos. O grande benefício diz respeito à concentração dos colegas em um só local, oferecendo um apoio logístico com a qualidade dos serviços da APAMAGIS. Além de conferir maior agilidade e produtividade aos trabalhos, tais condições proporcionam ganhos associativos de suma importância: os colegas podem comparecer ao evento sem grande sacrifício do convívio familiar e estreitam os laços durante os intervalos, com frutífera troca de ideias; estimula-se o uso da Colônia, que nesta época costuma ficar ociosa. O interessante é que alguns colegas sequer conheciam a Colônia do Guarujá. E a opinião corrente foi a de que ela, além de bonita, está muito Marcos Alexandre Pagan bem aparelhada. Estou certo de que muitos voltarão. Quais foram os temas de maior importância debatidos no VI FOJESP? Por quê? O principal tema debatido refere-se à urgente necessidade de se oferecer a devida estrutura aos Juizados Especiais. Em São Paulo, principalmente no interior, a maioria das unidades judiciárias foi criada apressada e desordenadamente; e ainda hoje padece de uma estrutura incompatível com o grande volume de demandas a que o Sistema está submetido. Faltam funcionários, muitos são cedidos por outros órgãos, os locais nem sempre são adequados; e os Juízes não conseguem dar conta da imensa quantidade de processos que são distribuídos, ainda mais em um período em que a economia está tão aquecida. Não se ignoram os esforços empenhados pelo Tribunal de Justiça, mas o certo é que o Sistema ainda carece de um ideal planejamento. É preciso dar aos Juizados Especiais a devida atenção, tratá-los com mais carinho. Ainda persiste certo pre- 6 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados conceito contra os Juizados Especiais, embora devesse ser o contrário: somos a vitrine do Poder Judiciário e, mesmo com todas as dificuldades, contamos com o maior índice de aprovação da população. Portanto, este FOJESP tratou principalmente desta questão (estruturação e gestão), de tal forma a levar sugestões à administração do Tribunal de Justiça, com preferência àquelas que não geram grandes despesas. Isto é possível, tanto que o resultado dos debates foi extremamente proveitoso. Discutimos também a questão relativas aos Colégios Recursais Regionais, a aproximação dos órgãos envolvidos com o Sistema e métodos de racionalização e de otimização dos serviços. A sexta edição do evento teve muitas novidades. Quais foram os critérios para adoção de tais mudanças? Nesta edição achamos que já era hora de testar um novo formato: em vez de palestras de convidados ilustres, que poderão retornar no futuro, priorizou-se a efetiva participação dos presentes em uma grande roda de discussão. Impressionou bastante a atenção e a atuação dos colegas: os debates seguiram com objetividade e em um clima de mútuo respeito. Não poderia ser diferente: são Juízes com larga experiência, todos reunidos num fim de semana com o único interesse em melhorar a prestação jurisdicional. Todos, de alguma forma, colaboraram, demonstrando invejável engajamento. Os participantes puderam expor suas ideias com base em suas experiências individuais; e enriqueceram sua bagagem profissional ouvindo as dificuldades e as soluções dos colegas. Isto é fundamental: ouvir os Juízes. São eles que sofrem com os problemas da realidade judiciária. Logo, são eles os mais capacitados para indicar as soluções. Este formato, portanto, será renovado nas próximas edições. No entanto, ele só funciona com um grupo relativamente reduzido, com cerca de 50 Juízes. Nas próximas edições, pensamos em alternar este formato com o tradicional: ou fazendo um evento, nas colônias do interior, direcionado prioritariamente para um grupo de discussão, e outro, na EPM, com maior foco em exposições; ou criando um formato que mescle as duas coisas. Vamos discutir isto quando da preparação das próximas edições. político-institucional Ensino a Distância • Mês de julho oferece palestras do programa “Diálogo com a Corregedoria” Desde a primeira transmissão, em 2010, 80 palestrantes participaram da proposta de informatização da APAMAGIS Dos inúmeros predicados da APAMAGIS, definitivamente o setor de tecnologia é um dos mais importantes. Inserido na agenda cultural há dois anos pelo Diretor do Departamento de Informática Edison Brandão, a primeira aula magna foi transmitida no dia 7 de abril de 2010 com o tema Contratos Bancários. A ocasião teve a presença dos então 1º Vice-Presidente Roque Mesquita; Diretor do Departamento de Secretaria e Financeiro, Juiz Irineu Jorge Fava; e Diretora da ESMP, Eloisa Arruda. Levantamento realizado pelo Departamento de Informática mostra que a APAMAGIS realizou em torno de 80 palestras, prestigiadas por mais de 10.000 pessoas, online e presencialmente. Parceria realizada com o TJ/SP ensejou a prática das palestras que compõem o programa Diálogo com a Corregedoria. Em julho, houve a presença de mais dois grandes nomes da Magistratura: Maria de Fátima Pereira da Costa e Silva e Luciano Gonçalves Paes Leme. PATERNIDADE RESPONSÁVEL A quarta palestra do programa da Corregedoria aconteceu no dia 3 de julho e abordou o tema “Paternidade Responsável: Projetos de Prevenção na Área da Infância e da Juventude”, com a Juíza assessora da Corregedoria, Maria de Fátima Pereira da Costa e Silva. O tema foi abordado pela palestrante com uma posição humanitária, dada a sensibilização das genitoras sobre o reconhecimento paterno. “A mãe, muitas vezes, está magoada pelo abandono e não percebe a importância de declarar o nome do pai no registro e a presença da figura paterna na vida da criança. Além do processo de sensibilização ser lento, é grande a falta de informação e a dificuldade dos envolvidos em comparecer ao Cartório de Registro Civil”, disse. Pesquisas feitas pela Professora Doutora Marília Martins Vizzotto em sua dissertação de Mestrado pela PUC, de 1988, investigando a associação entre cuidados oferecidos pelo pai e o aproveitamento acadêmico do filho, revelam que aquelas que contam com o acompanhamento do pai em relação ao seu desempenho acadêmico têm mais motivação para ir à escola, estudam com maior frequência e mostram melhor aproveitamento acadêmico. De acordo com a Magistrada, os estudos também demonstram que a ausência da figura paterna, eleva a probabilidade do uso de drogas, evasão escolar, gravidez na adolescência, fuga do lar, suicídio, problemas emocionais e de comportamento. Aumenta ainda a chance de o adolescente entrar no sistema prisional. A figura paterna é aquela que impõe limites, que normatiza. “A mãe, Carreta / TJSP Palestra da Juíza Maria de Fátima Pereira da Costa e Silva, em 3 de julho nesse contexto, nem sempre consegue abarcar essa outra função que é do pai”, disse. A primeira fase do projeto Paternidade Responsável aconteceu entre os meses de maio e junho. Nesse ponto, as mães foram notificadas a comparecer nas escolas, nos Cartórios ou Fóruns para realizar a indicação do suposto pai. A palestrante observou que muitos casos foram resolvidos na hora, com o reconhecimento espontâneo da parte do pai. No bairro de São Miguel Paulista foi realizado um mutirão que promoveu 257 atendimentos, sendo que em 80 houve o reconhecimento espontâneo, sem a necessidade de realização do exame de DNA. Como de praxe, ao término da palestra, Maria de Fátima respondeu às perguntas do público e daqueles que acompanharam o evento pelo site da APAMAGIS, ao lado do Diretor-Adjunto do Departamento de Secretaria da APAMAGIS, Domingos de Siqueira Frascino; e do Juiz assessor-coordenador da Equipe de Divisão Judicial da Corregedoria, Durval Augusto de Rezende Filho. SERVENTIA EXTRAJUDICIAL A Corregedoria Geral da Justiça realizou no dia 24 de julho a palestra “Serventia Extrajudicial: Escreventes e Auxiliares em Regime Especial”, com o Juiz assessor da Corregedoria, Luciano Gonçalves Paes Leme, como parte do Programa Diálogo com a Corregedoria, na sede administrativa APAMAGIS. Foram totalizados mais de 300 participantes entre presenciais e por videoconferência. De acordo com o palestrante, a exposição seria baseada em parecer do Corregedor-Geral da Justiça, José Renato Nalini, nos autos nº 41.723/12 que determina aos notários e oficiais de registro do Estado a formalização da dispensa, perante a Corregedoria, de escreventes e auxiliares admitidos nas serventias extrajudiciais antes da Constituição Federal de 1988 e que não optaram pelo regi- Juiz Luciano Gonçalves Paes Leme em palestra no dia 24 de julho A APAMAGIS realizou em torno de 80 palestras, prestigiadas por mais de 7900 pessoas, online e presencialmente, desde seu lançamento. • O SISTEMA A APAMAGIS investiu em um sistema que mescla videoconferência e webcasting. A primeira ferramenta possibilita remeter e receber áudio e vídeo de mais três países, além da sede da entidade. Em outras palavras, é possível o diálogo simultâneo entre pessoas situadas em quatro países diferentes. Além disso, o auditório da APAMAGIS é vigiado por câmeras com um zoom ótico de 18 vezes que possibilita o ouvinte conversar diretamente com o palestrante. O webcasting permite que todo o conteúdo seja transmitido até três mil pontos de internet. Caso o porte do evento exija, pode-se ampliar o número de pontos receptores para até 15 mil por um custo muito baixo. Deve-se ressaltar que o sistema da APAMAGIS é versátil e permite que a transmissão seja feita apenas para os associados ou aberta para todos os internautas. me celetista de trabalho. Esse procedimento é necessário para que seja expedida certidão de contagem de tempo de serviço, sem a qual o servidor não poderá requerer, oportunamente, benefícios previdenciários. A situação desses serventuários, que permaneceram em regime especial ou estatutário, não foi recepcionada pelo novo ordenamento constitucional, sendo, por isso, chamados de “zumbis”. “Eles foram desencarnados das serventias extrajudiciais sem qualquer formalidade. Literalmente, fecharam-se as portas para eles”, afirmou Paes Leme. “Ficaram sem saber a quem reclamar, a quem recorrer, mormente para regularizar suas situações funcionais e perseguir benefícios ligados à Carteira de Previdência das Serventias Notariais e de Registro. Daí a necessidade de intervenção desta Corregedoria em questão de nítido âmbito social e humanitário e justificada, ademais, pelas próprias atribuições da CGJ, voltadas, também, à fiscalização dos serviços notariais e de registro, à sua regulação e à supervisão de sua regularidade e continuidade”, completou o Magistrado. Compuseram a mesa diretora o Presidente do Conselho Consultivo, Orientador e Fiscal da APAMAGIS, Álvaro Augusto dos Passos; e o Juiz assessor da CGJ Gustavo Henrique Bretas Marzagão. Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 7 político-institucional TJ/SP • 182º Concurso de Ingresso na Magistratura vitalicia 80 Magistrados Cerimônia contou com a presença dos Presidentes do TJ/SP, AMB, ALESP e APAMAGIS Juízes do 182º Concurso da Magistratura e seus familiares durante solenidade que vitaliciou 80 Magistrados Os Juízes aprovados no Concurso 182º tomaram posse no dia 31 de maio de 2010, no prédio de Gabinetes de Direito Público da Avenida Ipiranga. Em 25 de junho deste ano, foram vitaliciados 80 novos Magistrados que farão parte da força que integra a Magistratura paulista. A cerimônia foi realizada no Tribunal de Justiça de São Paulo e foi conduzida pelo Presidente Ivan Sartori. O Presidente Roque Mesquita representou a APAMAGIS na solenidade. Reconhecendo os esforços empreendidos pelo Presidente da Corte Paulista, o responsável pelo discurso da Comissão de Concurso, Desembargador Antonio Luiz Pires Neto, ressaltou que a banca foi integrada por nomes da mais alta expressão da Magistratura e do meio jurídico. “A aprovação representa o momento mais feliz de nossa carreira de Magistrado, porém não necessariamente a mais importante. Depois da posse, inicia-se o árduo exercício da função jurisdicional, tanto mais árduas quanto mais complexas sejam as questões objeto do processo”, afirmou. • Um concurso acirrado O edital anunciou 150 vagas para Juízes do Estado. Foram cerca de 11.600 candidatos inscritos, sendo que 9.135 fizeram a prova. O Presidente da Comissão do Concurso da Magistratura em 2009, Desembargador Paulo Travain, disse que com a nota de corte (a nota mínima exigida foi 78 em um total de 100) foi possível ultrapassar o dobro do número de vagas do concurso. O primeiro colocado fez 91 pontos e o segundo teve 90 acertos. Presidente da AMB, Nelson Calandra, compareceu ao evento 8 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados Foram vitaliciados 80 novos Magistrados que farão parte da força que integra a Magistratura paulista. De acordo com o Presidente do Tribunal, o exercício da Magistratura tem sido muito difícil nos últimos tempos. “Diante desse quadro, é importante valorizarmos nossos recursos humanos, Magistrados e servidores, que são verdadeiros heróis, por trabalharem com empenho e dedicação em meio às adversidades”, declarou o Presidente. “O Juiz não é um agente popular, porque sempre acabará desagradando alguém. Mas é importante que aja com respeito aos outros: Advogados, partes e servidores. Arrogância não é atestado de competência. Mesa diretora da cerimônia do TJ/SP Geralmente os arrogantes escondem sua incompetência por meio de seus atos”, finalizou Sartori. A mesa diretora foi composta pelo Secretário de Serviços do município de São Paulo, representando o Prefeito, Dráusio Lúcio Barreto; integrante da Comissão do Concurso, representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Manuel Alceu Affonso Ferreira; Procuradora de Justiça e Chefe de gabinete do Procurador-Geral de Justiça do Estado de São Paulo representando-o, Vânia Maria Ruffini Penteado Balera; o integrante da Comissão de Concurso, Desembargador Antonio Luiz Pires Neto; o Presidente da Comissão, Desembargador Carlos Paulo Travain; o Presidente da Seção de Direito Criminal do TJ/SP, Antonio Carlos Tristão Ribeiro; o Presidente da Seção de Direito Público, Samuel Alves de Melo Júnior; o Corregedor-Geral da Justiça do Estado de São Paulo, José Renato Nalini; o Vice-Presidente do TJ/SP, José Gaspar Gonzaga Franceschini; e o Presidente da ALESP, Deputado estadual Barros Munhoz. Presidente Roque Mesquita político-institucional Justiça Participativa • Em busca do bem comum Segurança pública e cidadania são temas de debates promovidos pelo Poder Judiciário em Caraguatatuba Ideias consistentes, discussões e iniciativas efetivas sobre segurança pública e cidadania. Caraguatatuba, cidade localizada a 178 km da capital paulista, tem sido palco de reuniões de Juízes com representantes do Ministério Público, Poder Executivo e Legislativo, Delegados, representantes civis, entre outros, visando a definir estratégias mais claras e objetivas para combater o aumento da criminalidade. O Juiz da 2ª Vara de Caraguatatuba, João Mário Estevam da Silva, enviou ao Presidente Roque Mesquita artigo que descreve a atuação dos Poderes para o bem estar comum social. O Juiz da 2ª Vara de Caraguatatuba, João Mário Estevam da Silva, enviou ao Presidente Roque Mesquita artigo que descreve a atuação dos Poderes para o bem estar comum social João Mário Estevam da Silva Juiz de Direito Titular da 2ª Vara Judicial de Caraguatatuba O aumento da criminalidade e o agravamento da violência são realidades que demandam intensos diálogos e reflexões entre os três Poderes, demais entidades civis e a sociedade, mormente para salvaguardar a ordem pública e o pleno exercício da cidadania, esta compreendida como a possibilidade de participação de todo cidadão na dinâmica social, tudo para que o ser humano seja visto sob a ótica da efetivação dos direitos. Estamos engajados e atentos à concepção de uma Justiça participativa, sendo-nos possível estabelecer o diálogo como o salutar eixo em torno do qual gravitará um ambiente marcado pelo comprometimento alimentado por ideias conscientes, sérias e objetivas, com a tônica no sentido de que não basta estar envolvido, mas sim comprometido com o restabelecimento da ordem jurídica, social, ética e moral. A união de esforços não significa macular a independência ou a autonomia de qualquer dos Poderes da República, pelo contrário, serve para evidenciar o plexo de seus deveres, direitos, responsabilidades e prerrogativas, conferindo-lhes ainda mais efetividade e controle. Há muito nutrimos a certeza de que a melhor resposta deriva do resultado do nosso trabalho, pois a sociedade como um todo precisa confiar naquilo que as autoridades legalmente constituídas podem concretizar em benefício de todos. Isso não significa que a sociedade deva resumir-se à mera contemplação. Não! Pois, cada um é corresponsável pela dinâmica social, pelo resgate dos valores mais essenciais da família, da solidariedade, do respeito, do bom senso, do razoável, da conciliação, da ética, da moral e da tolerância, dentre outros. A terceira reunião, realizada no dia 04 de maio de 2012, foi marcada pela presença dos Juízes de Direito, Promotores de Justiça, Prefeito Municipal, Procuradores Municipais, Secretários Municipais, Vereadores, Delegados de Polícia, Policiais Civis, Policiais Militares, Diretor do Deinter, e demais representantes de entidades civis e de tal oportunidade derivaram profícuos debates que redundaram na definição de 10 pontos, dos quais alguns já foram convertidos em medidas efetivas. Os demais pontos serão matéria das próximas reuniões, quando então pretendemos ampliar ainda mais os debates, contando, oportunamente, com a participação de outras autoridades, OAB, outras entidades civis, e membros do CONSEG. Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 9 político-institucional Cidadania • Judiciário Tatuí e Tietê cidadão alcança Comarcas de Palestras promovidas pelos Magistrados Marcelo Nalesso Salmaso e Renata Xavier da Silva Salmaso garantem conscientização de alunos de escolas públicas e privadas da região Fotos: Cristiano Rodrigues da Mota O Poder Judiciário tem passado por mudanças constantes, principalmente no que diz respeito ao intenso contato com o cidadão. O que antes parecia ser impossível, hoje já é uma realidade em muitas Comarcas do Estado. Inúmeras iniciativas têm sido publicadas pela APAMAGIS, que também demonstra sua preocupação com a educação e, primordialmente, a conscientização do cidadão sobre o trabalho exercido pelos Juízes e Desembargadores do Estado. Na última edição foram destacados os trabalhos realizados pelas Comarcas de São Carlos (pioneira em projetos sociais), Itapira e Ibaté. A população das Comarcas de Tietê e Tatuí conta também, há dois anos, com um projeto de disseminação da cultura jurídica e cidadania, idealizado pela Juíza de Direito “Neste semestre já recebemos mais de 600 crianças no Fórum” Crianças interagem com o Magistrado durante palestra sobre a Justiça brasileira Marcelo Salmaso da 1ª Vara da Comarca de Tietê, Renata Xavier da Silva Salmaso, e pelo Juiz de Direito da Vara do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Tatuí, Marcelo Nalesso Salmaso. As palestras ocorridas no Tribunal do Júri do Fórum da Comarca de Tatuí integram o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência – PROERD, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, realizados nos respectivos municípios. Desde 2010 no cronograma da cidade, os eventos acontecem praticamente uma vez por semana. “Neste semestre já recebemos mais de 600 crianças no Fórum”, disse o Magistrado Marcelo Salmaso. O sucesso da ação é usualmente atribuído à abordagem dos Magistrados a respeito de temas identificados pelos professores em sala de aula, como bullying e drogas, além de informar e orientar, as palestras aproximam os pequenos cidadãos do Judiciário. Mais uma ação para mostrar a que vem a nova geração da Justiça paulista. Visita às celas VELHO JUDICIÁRIO, NOVOS CIDADÃOS Parece simples, mas muitas pessoas até hoje não sabem ao certo o trabalho realizado pelos componentes do Poder Judiciário. “O brasileiro quer Justiça, mas não conhece 10 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados Juízes explicam conceitos jurídicos o Poder Judiciário”, ressaltou a Cientista Política Maria Tereza Sadek, Doutora em Ciência Política pela USP e Mestre pela PUC de São Paulo. Sadek é Professora no curso de Pós-Graduação do Departamento de Ciência Política na Universidade de São Paulo e Diretora Científica do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais (CEBEPEJ). A constatação da estudiosa dá vazão ao tema proposto para discussão: o que é o Judiciário? O início da palestra é dedicado especialmente a esclarecimento de questões relacionadas a esse Poder para que os Magistrados palestrantes possam continuar com a proposta. Os Juízes explicam às crianças, minuciosamente, sobre a toga, o que é ser Juiz, o que significa julgar, quando o Juiz é chamado a julgar e porque se faz necessária a figura do Juiz - tudo de forma didática e com linguagem adequada à idade das crianças. “Neste âmbito, é dito a eles resumidamente que julgar é decidir quem está certo ou errado de acordo com as leis de nosso país e que o Juiz irá assim proceder sempre que houver uma situação de conflito”, explica Salmaso. A explicação aproxima as crianças do Judiciário e faz com que se interessem pelo trabalho do Juiz. “É muito importante que elas não temam a figura do Juiz, mas temam a lei”, disse Marcelo. DIREITOS E DEVERES “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” Art.227 da Constituição federal. O Estatuto da Criança e do Adolescente - conhecido pela sociedade brasileira como ECA - e a Constituição Federal de 1988 são pontos cruciais para o andamento das palestras. Esse é o momento no qual os alunos passam a conhecer não só seus direitos como criança, mas também seus deveres como cidadão. Deveres como, por exemplo, respeito para com os mais velhos, com os colegas e a importância dos estudos para crescimento pessoal são destacados como prioritários. O bullying, termo que ganhou notoriedade nos últimos anos para definir um comportamento consciente, intencional, deliberado, hostil e repetido, de uma ou mais pessoas – essencialmente crianças – cuja intenção é ferir o outro, é explicado com uma frase proferida por Jesus Cristo. “não faça político-institucional aos outros aquilo que não quer que façam a você”. De acordo com Renata Xavier, as crianças passam a ter noção de que a prática do bullying é tida pela legislação como crime, encontrando tipicidade na injúria, na ameaça ou na lesão corporal. Outro tema que tem grande repercussão diz respeito às drogas. Renata Xavier e Marcelo Salmaso falam sobre o traficante e o que as drogas causam aos usuários. “Informamos os alunos de que o traficante não se trata de um monstro, mas, sim, de uma pessoa normal, como qualquer um de nós, inclusive um amigo ou o melhor amigo”. As crianças são então orientadas a procurar algum policial, professor e, sempre, os pais nesses casos. ENCENANDO A REALIDADE “Não vou me envolver nunca com drogas”, afirmou Geovana Martins Borges, de 11 anos, após participar da palestra com aproximadamente três horas de duração sobre o que as drogas provocam no organismo do dependente. A fim de mostrar às crianças o que acontece do momento da prisão do traficante até seu julgamento, os Magistrados iniciam um teatro, no qual, por meio de sorteio, são escolhidas oito crianças para fazerem parte da encenação, quando também é explicada quais as funções atribu- ídas ao Promotor e ao Advogado, o porquê das diferentes cores dos cordões das vestes talares e da maior altura do tablado sobre o qual fica o Juiz. A interação foi destacada como positiva por muitos Professores, pois permite aos alunos ganharem mais conhecimento sobre o funcionamento do Judiciário, além de informações importantes para mantê-los longe do contato com as drogas, incentivando, assim, a cidadania. Após a encenação do julgamento, os alunos fazem a última atividade do dia: visitam as dependências das celas provisórias do Fórum, nas quais os acusados que aguardam julgamento permanecem. Alunos da rede pública e privada participam do projeto CIDADANIA COLABORATIVA Os Magistrados enfrentam um novo desafio: encontrar colegas que aceitem dobrar o turno para participar do projeto. Para ampliar o alcance da ação, o casal de Juízes formulou um prospecto com uma explicação do projeto para inscrevê-lo no Prêmio Innovare. “É claro que nesse momento que eu estou aqui com as crianças, acabo deixando de fazer uma audiência, de fazer alguma sentença, mas eu tento me esforçar mais, durante à noite, durante as madrugadas, na minha casa, para tirar o atraso desse tempo”, disse Salmaso. Julgamento simulado CCH • Comunicado aos associados O Centro Cirúrgico Hospitalar – CCH lamenta a perda do seu emérito Presidente, o Des. Jurandyr Nilsson. Nesta oportunidade, a nova Diretoria presta-lhe uma justíssima homenagem por tantos e tão prestimosos serviços, por sua direção em inúmeros biênios, com eficiente e cortês modo de atendimento aos Magistrados, demonstrando sempre entusiasmo e dedicação. Deixa uma lacuna insuperável. Com efeito, o Centro Cirúrgico Hospitalar da Caixa de Assistência Médica e Hospitalar dos Magistrados, de contribuição baixa, é um instrumento muito importante para os Magistrados associados e seus dependentes, pois representa um seguro complementar ao plano de saúde, a ampará-los no momento de maior vulnerabilidade e fragilidade em suas vidas. Por isso, deve ser impensável alguém sem razão encerrar a sua participação. Embora o CCH esteja ávido por amparar todos os Magistrados associados, tem-se verificado que campeia muita desinformação, seja com relação ao alcance dos benefícios, seja com relação aos prazos para requerimento e recursos, razão pela qual é indispensável a leitura integral do REGULAMENTO, agora disposto no site da APAMAGIS. Para facilitar, seguem alguns destaques: - o valor do benefício 1 (tratamentos médicos e/ou cirúrgico/internação hospitalar) é de até R$ 10.000,00; - o valor do benefício 2 (tratamentos médicos e/ou cirúrgico-ambulatorial) é de até R$ 5.000,00; - o valor do benefício 3 (auxílio funeral) é de até R$ 5.000,00; - o prazo para requerimento é de 90 (noventa) dias contados do fato gerador (data do procedimento); - o requerimento deve ser instruído com o relatório da empresa de saúde, contemplando valor apresentado, valor reembolsado e valor não reembolsado. Não se aceita simples prévia de reembolso. Se não houver reembolso, deve ser declarado no requerimento e instruído o pedido com recibos originais. Neste caso não se aceita recibos em cópia; - Se o requerimento for indeferido, cabe recurso para o Conselho Fiscal no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência do indeferimento, devidamente certificada; - os benefícios decorrentes de previsão regulamentar e práticas consuetudinárias são: cirurgias e procedimentos cobertos pelos planos de saúde, vasectomia, fertilização in vitro, colocação de DIU (dispositivo intrauterino), cirurgia de correção de miopia (refrativa), qualquer grau, redução de mama e cirurgia plástica reparadora. Não são ressarcíveis as despesas resultantes de acomodação superior à prevista nos planos de saúde, as quantias despendidas com consultas, exames médicos e laboratoriais, radiografias e de diagnóstico, aquisição de medicamentos, internações em casa de repouso ou para tratamento de dependentes de drogas ou outras substâncias, tratamentos fisioterápicos, psicoterápicos ou geriátricos, bem como despesas com cirurgias plásticas estéticas e tratamentos odontológicos, inclusive tratamento (cirurgia) periodôntico, cirurgias de ou para implante dentário ou capilar, ressalvadas as intervenções cirúrgicas bucomaxilofaciais ou ortodônticas (com participação médico-especializada), as de reabilitação oral e as de reparação da articulação temporomandibular e outras, a juízo da Diretoria. Finalmente, cumpre relatar que em resposta à crescente demanda por novas abrangências, estão sendo realizados estudos de impacto nas contas com vistas a abranger novas patologias e aumento do valor das coberturas. O CCH permanece à disposição para atendê-los. MORVAN MEIRELLES COSTA Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 11 político-institucional TJ/sp • “Sentença sem processo é mudança de paradigma” para José Elias Themer Implantação do CEJUSC do TJ/SP em Sorocaba é ampliada com atendimento nas Casas do Cidadão Um exemplo do cotidiano e que muitas vezes não faz parte da realidade de grande parcela das pessoas é elucidativo para descrever como Justiça é um conceito mais amplo do que se pode imaginar. O caso ocorreu na Comarca de Sorocaba, local que a equipe do Tribuna da Magistratura visitou e viu de perto o que o Magistrado José Elias Themer chama de “mudança de paradigma, agora podemos ter ‘sentença’ sem ter processo”. Era uma terça-feira chuvosa quando uma senhora entra no Centro de Conciliação e Mediação do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Ela seguramente tinha mais de 60 anos e soube da existência do Centro pelos vizinhos. Sentou-se e descreveu os fatos que a traziam ali. Comprara uma blusa no valor de R$ 20,00 numa loja perto de sua casa, na periferia da cidade. Algumas horas depois, em seu quarto, percebeu que a costura era defeituosa. Retornou à loja e tentou efetivar a troca da mercadoria ou receber o quanto despendeu. A comerciante ofereceu outros produtos que não a agradaram. Optou pela devolução do dinheiro, com o que a dona da loja não concordou. Saiu dali com um sentimento de injustiça na garganta, mas faltava recursos para fazer valer seu direito. Acreditava que ninguém aceitaria uma causa que versasse sobre quantia inexpressiva para muita gente, temia ser ridicularizada pelas pessoas, mas ponderava que aquele era seu dinheiro, ganho com trabalho honesto. Isso a levou ao CEJUSC do TJ/SP em Sorocaba e lá ouviu do conciliador palavras que preservavam sua integridade moral, afinal lutava pelos seus direitos. Saiu dali convencida de que o problema poderia ter solução, ainda que o valor não fosse expressivo. Assim, ela mesma se dispôs a entregar a carta-convite para a comerciante. Chegou a sexta-feira, menos de uma semana da data do fato, quando a comerciante compareceu, junto com a senhora, no CEJUSC-Sorocaba. errada. Ali mesmo, na frente do conciliador, devolveu à senhora os R$ 20,00 recebidos e recolheu a peça defeituosa. Justiça foi feita e as duas partes saíram satisfeitas. Justiça de SP cada vez mais perto do cidadão Magistrado José Elias Themer Os índices de obtenção de acordo revelam resultados promissores. Traduzem uma mudança de paradigma que parece estar chegando à sociedade - a cultura da pacificação O profissional que as atendeu explicou que o caso era relativamente simples, afinal a senhora tinha o direito de receber o dinheiro de volta. Com a técnica ensinada pelo curso de capacitação da Escola Paulista da Magistratura, ele explanou que a comerciante deveria ponderar sobre isso, para que não evoluísse para um litígio, ou seja, mais um processo em meio aos quase 20 milhões de processos que tramitam em primeiro grau no Estado de São Paulo. A comerciante refletiu e viu que estava Esse caso seguramente se repete em quase todas as Comarcas de São Paulo e do Brasil. Se há quase 20 milhões de processos em andamento em São Paulo, quantos litígios nem sequer foram levados ao Judiciário devido a dificuldades como falta de estrutura adequada, conscientização dos direitos e tantas outras questões que marginalizam expressiva fatia da sociedade? Em consonância com a Resolução 125 do CNJ, o Judiciário de Sorocaba aprofundou a aproximação com o cidadão. Por meio de intensa articulação, que envolveu os Poderes e a sociedade, houve descentralização dos serviços do CEJUSC, valendo-se de postos avançados que já prestavam atendimento à população, as chamadas Casas do Cidadão, uma espécie de Poupatempo municipal. Cada um desses postos passou a contar com um guichê e uma sala para receber os cidadãos que buscam seus direitos. O atendimento muitas vezes revela desconhecimento de princípios elementares de cidadania, noutras tantas impede que uma simples desavença se transforme em litígio. Os índices de obtenção de acordo revelam resultados promissores. Mais ainda, traduzem uma mudança de paradigma que parece estar chegando à sociedade - a cultura da pacificação. Desde a implantação do CEJUSC, os índices de acordo nas audiências pré-processuais é superior a 84,5% (cível) e 94% (família). Nos feitos ajuizados, o acordo ocorreu em 50% (cível) e 63% (família). Conheça um pouco mais dessa experiência de sucesso que mostra um Judiciário cada vez mais próximo do cidadão e sintonizado com a nova realidade no Brasil. Sorocaba coloca em ação a Resolução 125 do CNJ que aproxima o Judiciário com a sociedade e favorece o cidadão, facilitando suas vidas e a resolução de acordos por meio de conciliações 12 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados político-institucional Lições de Sorocaba para São Paulo e para o Brasil Em sintonia com a sociedade • • Nota 10 para o Judiciário “É claro que no futuro isso pode se refletir num descréscimo nos litígios, mas essa será uma boa herança para nossos filhos e nossos netos” O Magistrado José Elias Themer acredita que a cultura da pacificação é uma das condições que ajudarão a aumentar o verdadeiro acesso à Justiça. Em Sorocaba o exemplo é repleto de sucesso. Se contra números não há argumentos, vamos a eles: Entre 2008 e 2010, houve, apenas na área de Família, a designação de 6068 tentativas de conciliação, foram realizadas 4596, das quais 2807 resultaram em acordo. Ou seja, mais 60% de acordos nos atos efetivamente realizados. Bem mais que diminuição no volume de processos que seriam gerados, os números revelam uma mudança de mentalidade que, como bem lembrado por José Elias Themer, trazem um sentimento de paz social mais efetivo. Confira a entrevista com o Coordenador do CEJUSC do TJ/SP em Sorocaba, o Juiz de Direito José Elias Themer. Doutor Themer, como surgiu a ideia de descentralizar o acesso à Justiça para as Casas do Cidadão? Nós já tínhamos um projeto de criação de setor de conciliação pré-processual e com a chegada da Resolução 125 do CNJ, nós o adaptamos ao novo formato. Em reunião com o chefe do Executivo, indagamos “por que não colocar postos de Justiça das Casas do Cidadão que já estão posicionadas na periferia e atendem o cidadão em quase 30 serviços”. Unimos, então, esforços com o TJ/SP e o Executivo municipal e instalamos um ponto central e outros cinco nas Casas do Cidadão. E a repercussão perante a população? Excepcional. Pudemos verificar in loco a existência daquilo que o Professor Kazuo Watanabe define como “demanda reprimida”. O acesso à Justiça é garantido pela Constituição ao cidadão. Entretanto, muitas vezes essa garantia é apenas formal porque as pessoas, em algumas situações, sequer dispõem de recursos para se deslocar ao Fórum. E os números depois dessa implantação? Surpreendentes. Apenas no primeiro mês, nós tivemos 700 atendimentos. Veja, não podemos afirmar que seriam 700 novos processos. Entretanto, foram 700 pessoas que tiveram a oportunidade de receber pelo menos um atendimento diferenciado, que variou de um simples encaminhamento ao setor competente para atender sua solicitação até a efetiva sessão de conciliação. Isso vai reduzir o volume de processos? Pode até reduzir, mas esse não deve ser o foco principal. Veja, com o deslocamento para a periferia, nós passamos a atender quem talvez nunca pudesse procurar a Justiça. Quando prestamos um bom serviço e conseguimos a conciliação, isso se traduz em satisfação plena. A ideia é que, no futuro, chegue realmente à Justiça aquela situação que realmente não pode ser resolvida por meio de conciliação. E aí, o Juiz e o Tribunal imponham às partes o Direito. O senhor diz que isso não vai diminuir a carga de trabalho. Ao contrário, é preciso vencer os processos existentes e ainda encontrar tempo para se dedicar à implantação dos CEJUSC. Afinal, o que o motiva a lutar por essa verdadeira capilarização do acesso à Justiça? Eu creio que a constatação de que o sistema vigente não será mais eficiente para atender as demandas da população. Não basta apenas aumentar o número de funcionários, de Juízes e Desembargadores. É preciso buscar novas alternativas para a pacificação social. Esse modelo que estamos implementanto tem o mérito de ir para mais próximo do cidadão, na periferia mesmo, facilitando o acesso e aumentando o nível de conscientização sobre direitos e deveres. É claro que no futuro isso pode se refletir num descréscimo dos litígios, mas essa será uma boa herança para nossos filhos e nossos netos. Adriano da Silva e Adriana Silva estão satisfeitos com o atendimento do CEJUSC Um casal. Uma filha. Uma separação de fato existente há vários anos. Assim era a vida de Adriana Ferreira de Oliveira Silva e Adriano Aparecido da Silva, duas pessoas que usaram o serviço do CEJUSC do TJ/SP, em Sorocaba, para resolver uma situação que talvez não regularizariam sem as facilidades oferecidas pelo novo serviço disciplinado pela Resolução 125/10 do Conselho Nacional de Justiça. A equipe do Tribuna da Magistratura entrevistou as duas partes, separamente, e ouviu praticamente as mesmas respostas às questões formuladas. Ainda mais alentador foi ouvir dos jurisdicionados a nota que atribuíam ao novo serviço disponibilizado, um uníssono “10”! Confira a entrevista: A visão de uma parte: Adriana, como você soube desse novo serviço disponibilizado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo? Eu fiquei sabendo pelo Adriano, o meu ex-marido. Antes eu ouvia das pessoas que iria demorar muito, que teríamos muitos custos e muitas dificuldades. Nós estamos tentando nos separar há mais ou menos quatro anos e tínhamos muita dificuldade. Aqui tudo foi muito rápido, inclusive tentaram marcar para amanhã (sexta-feira) e como eu não podia foi agendado para segunda. Eu fiquei realmente impressionada. E que nota você atribui, Adriana? Até agora? Claro que nota 10. Nós não tivemos fila, fomos bem atendidos e recebemos muita atenção. Tudo com muito respeito. O outro lado: Adriano, como ficou sabendo do CEJUSC? Por uma amiga que já usou o serviço daqui e me deu excelentes referências. No passado, a gente até se sentia desmotivado para pedir o divórcio. Existem alguns casais amigos que demoraram até quatro anos para se separar e isso assustava. Temos uma filhinha e estamos separados há um bom tempo, mas não conseguíamos resolver a nossa situação perante a Justiça. Foi tudo muito prático. Você foi alertado que vai ter responsabilidades com essa filha? Eu já fui bem conscientizado dos meus deveres e das minhas obrigações. Inclusive essa maneira de tratar a gente ajuda a diminuir as brigas. Nós nos entendemos bem e saímos daqui conscientes de que nossa filha vai precisar muito tanto do pai quanto da mãe. Adriano, repetindo uma pergunta feita para sua ex-mulher, que nota você dá ao serviço prestado pela Justiça? Sem nenhuma dúvida, a nota é 10. Fomos muito bem tratados e as coisas foram bem mais rápidas do que eu imaginava. Com certeza absoluta eu vou recomendar esse serviço aos meus amigos e familiares. Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 13 político-institucional TJ/SP • Quatro novos integrantes para o Órgão Especial Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, Luis Antonio Ganzerla, Itamar Gaino e Roberto Nussinkis Mac Cracken foram os eleitos para a gestão 2012/2013 Antônio Carreta/TJSP Os novos integrantes do Órgão Especial recebem os cumprimentos do Presidente do TJ/SP e do Corregedor-Geral de Justiça Formado por 25 Desembargadores (dos quais 12 são eleitos por votação direta e 13 por critério de antiguidade), o Órgão Especial paulista tem função administrativa e competência para processar e julgar autoridades, como Governador, Vice-Governador, Deputados estaduais, Secretários de Estado, Juízes estaduais e membros do Ministério Público, além de julgar processos contra atos do Governador e da Assembleia Legislativa. Para ocupar as cadeiras dos Desembargadores Guilherme Gonçalves Strenger, Ruy Coppola, Gastão Toledo de Campos Mello Filho e Roberto Nussinkis Mac Cracken – único reeleito para o cargo pela categoria de Advogado, com 221 votos – foram eleitos para a categoria Carreira os Desembargadores Paulo Dimas de Bellis Mascaretti (192 votos), Luis Antonio Ganzerla (151 votos) e Itamar Gaino (147 votos). A eleição dos quatro integrantes aconteceu em 26 de junho com a utilização de urna eletrônica. A apuração dos resultados foi conduzida pelo Presidente do Tribunal de Justiça, Ivan Sartori, que parabenizou os Magistrados envolvidos na eleição e cumprimentou os novos integrantes do Órgão Especial. “Esses nomes trazem muita tranquilidade para a Presidência, para o Órgão Especial e para a Administração do Tribunal”. Para Luis Antonio Ganzerla, a eleição foi amigável, apesar dos fortes nomes escolhidos para a votação. “O momento é muito importante porque foi uma eleição disputada com colegas de alto valor em um período que precisamos de união”. Já o ex-Presidente da APAMAGIS, Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, destacou o dever jurídico e a responsabilidade de ser um integrante do Órgão Especial. “Hoje esta- Inscreva-se para o V Prêmio APAMAGIS – Des. Manoel Thomaz Carvalhal Encerram-se no próximo dia 31 de agosto as inscrições para quinta edição do Prêmio APAMAGIS, DESEMBARGADOR MANOEL THOMAZ CARVALHAL Concurso 2012, que premiará o Magistrado Associado autor de obra na área do conhecimento jurídico (tese ou ensaio jurídico), avaliado por comissão julgadora. O prêmio concedido ao primeiro colocado, acompanhado de láurea, que traduz a relevância do Concurso, será em dinheiro, no valor de R$10.000,00 (dez mil reais) e o segundo e terceiro colocados receberão menção honrosa. Acesse o site apamagis.com.br e veja mais informações. Participe! 14 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados Esses nomes trazem muita tranquilidade para a Presidência, para o Órgão Especial e para a Administração do Tribunal Presidente TJ/SP Ivan Sartori mos aqui para iniciar uma missão e vamos fazer nosso trabalho com muita responsabilidade. Estou sempre disposto a arregaçar as mangas. Que Deus abençoe a todos nós”. “Minha candidatura se deve à vontade de fazer alguma coisa pela instituição. Acho que o Órgão Especial é a sede única que temos para debater problemas e apresentar propostas. Temos que, unidos, lutar pela instituição. Agradeço a todos os colegas e me comprometo a fazer o melhor possível, como sempre fiz em minha carreira”, disse Itamar Gaino sobre a honra em ter sido eleito pelos colegas. Reeleito para o cargo, Roberto Nussinkis Mac Cracken afirmou que é um grande orgulho pertencer ao TJ/SP, o mais honrado Tribunal do país. “Gostaria de, indistintamente, agradecer a todos. Eu somei muito desde que entrei nesse Tribunal, espero fazer o melhor”, concluiu. político-institucional Ouvidoria • Cláudia Fanucchi assume Departamento Ouvidoria passa a contar com atendimento pessoal e eletrônico A APAMAGIS, uma entidade já reconhecida com ISO 9001 pela eficiência, dá mais um salto de qualidade na prestação de serviços. Para compreender melhor os anseios dos associados, a Magistrada Cláudia Fanucchi assume o Departamento de Ouvidoria e dará atendimento pessoal na Sede Administrativa. A Presidência da APAMAGIS designou sala e determinou que a Ouvidoria fosse dotada de instrumentos aptos para empreender ações efetivas, que possam trazer melhora contínua de gestão e maior contato entre a entidade e seus associados. Por isso, dentre as ferramentas disponibilizadas, há, além do mencionado atendimento pessoal, também o canal on line, pelo e-mail [email protected] ou pelo FALE CONOSCO>OUVIDORIA, no site da APAMAGIS. Participe, com críticas, sugestões e elogios. É a APAMAGIS cada vez mais próxima de seus associados, familiares e colaboradores. Confira entrevista com a Magistrada Cláudia Fanucchi Doutora Cláudia, como deve ser a atuação da Ouvidoria numa entidade tão complexa como a APAMAGIS, que, além de prestar serviços ao associado, tem vínculos fortes com a Magistratura, Justiça e sociedade civil? Creio que a Ouvidoria deva se tornar um canal aberto entre Diretoria, funcionários, colaboradores e associados. Dessa constante sinergia é que se extraiu esse perfil multifacetado tão importante para nós, Juízes, Desembargadores e cidadãos de São Paulo, que temos na APAMAGIS importante referência no quesito Justiça. Na sua opinião, como estimular essa participação de elementos aparentemente tão díspares? A importância de uma Ou- Magistrada Cláudia Fanucchi é a nova responsável pela Ouvidoria É preciso, portanto, valorizar esses personagens e estou segura que o Presidente Roque compartilha dessa visão, a de colocar a Ouvidoria como elemento auxiliar para o obtenção de resultados ainda mais expressivos Estado de direito • APAMAGIS em São Paulo vidoria e seu papel em uma organização estão sendo gradativamente compreendidas. Na APAMAGIS, isso não é diferente. Trata-se de processo lento, gradual e que envolve aprendizado e compreensão, principalmente porque permanecem aspectos conflituosos, que dificultam o trabalho nesse setor. Não existe uma entidade que perpetue uma trajetória tão bem sucedida como a da APAMAGIS e que prescinda do valor de seus funcionários e colaboradores. É preciso, portanto, valorizar esses personagens e estou segura que o Presidente Roque compartilha dessa visão, a de colocar a Ouvidoria como elemento auxiliar para o obtenção de resultados ainda mais expressivos. Nesse sentido, qual será o papel da Ouvidoria da APAMAGIS na nova gestão? Receber críticas, sugestões e reclamações para que a APAMAGIS passe a atuar na defesa imparcial de seus associados e colaboradores. Veja, o foco é colaborar no aperfeiçoamento da entidade, por meio da composição de eventuais litígios, detecção de problemas e ajuda em eventuais soluções. Por que atendimento pessoal? Porque eu acredito que o contato com as pessoas pode ajudar muito. Às vezes, o simples ato de ouvir um problema já faz enorme diferença para a sua solução. É acreditar nisso que vamos criar um espaço para dar atendimento na Sede da APAMAGIS. e AMB condenam ataques Onda de crimes atribuídos a organização terrorista desencadeia repúdio conjunto de entidades Mais de três ônibus foram incendiados em São Paulo e, antes disso, nove pessoas foram mortas e dois ônibus foram queimados em pontos distintos da cidade. Os ataques aconteceram após o assassinato de sete Policiais Militares em São Paulo em menos de duas semanas. De acordo com os números da PM, desde o início do ano, 39 Policiais foram mortos. Diante dessa série de ataques à Polícia Militar de São Paulo entre o final de junho e o início de julho, o Presidente da APAMAGIS, Roque Mesquita, e o Presidente da AMB, Nelson Calandra, expressaram solidariedade ao Comando Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo e aos familiares, condenando os ataques criminosos contra os Policiais Militares. “Estamos convencidos de que as forças de segurança irão solucionar de maneira rápida e eficiente esses atentados a exemplo do que já fez e provou, em 2006, contra os ataques do crime organizado”, lembrou Calandra. O Presidente Roque Mesquita frisou que a Polícia que está sendo atacada é a mesma responsável por importantes parcerias e pela segurança da Magistratura, devendo, portanto, se manifestar em apoio à classe. “Essa corporação está sofrendo com a ação do crime organizado; é um episódio de retaliação. A APAMAGIS se solidariza com a Polícia Mi- litar do Estado”, afirmou o Presidente. Os Presidentes das associações estadual e nacional destacaram que os ataques também são uma afronta à sociedade e clamam por uma resolução. “Além da solidariedade e das manifestações de pesar, mantemos a defesa de urgente atualização dos Códigos Penal e de Processo Penal como instrumentos de pacificação social”, afirmou Calandra, em nota. Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 15 político-institucional Vaga • Francisco Falcão é novo Corregedor do CNJ Luiz Antonio SCOSTJ Na sabatina feita no início do mês na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, Francisco Falcão afirmou que o Conselho Nacional de Justiça era um divisor de águas do Judiciário ao lutar contra a morosidade e enfrentar problemas de administração dos Tribunais. O Ministro disse também que o CNJ deve ser duro contra desvios de conduta e ter “mão de ferro” na punição de Magistrados. PERFIL Novo Corregedor CNJ Francisco Falcão O Senado Federal aprovou, no dia 26 de junho, a indicação do Ministro Francisco Falcão para o cargo de Corregedor Nacional de Justiça, vaga até então ocupada pela Ministra Eliana Calmon. Foram 56 votos a favor e quatro contrários. Falcão ficará no cargo até 2014. O novo Corregedor, natural de Recife, foi nomeado ao Superior Tribunal de Justiça em 1999, tendo origem na Justiça Federal. De 2010 a 2011, foi Corregedor-Geral da Justiça Federal. De 1989 a 2004 foi Desembargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), e de 1997 a 1999 presidiu o Tribunal. Tem especialização em Direito Tributário. Eleição • Felix Fischer é o novo Presidente do STJ O Pleno do Superior Tribunal de Justiça elegeu, em 28 de junho, por unanimidade, o Ministro Felix Fischer para ocupar o cargo de Presidente da Corte e do Conselho da Justiça Federal, órgão encarregado da supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeira e segunda instâncias. O mandato é de dois anos e a posse ocorrerá no segundo semestre, em data ainda não marcada. PERFIL Natural de Hamburgo, na Alemanha, e naturalizado brasileiro, o Ministro Felix Fischer formou-se bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e em Direito pela Universidade do Estado da Guanabara (atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Em sua trajetória profissional ocupou, entre GFfotografia Fundação Fraternidade Judiciária comunica reajuste da mensalidade e envia relatório de atividades de 2011 Comunicado • Criada há 24 anos, a Fundação Fraternidade Judiciária (FFJ) contribui com o bem-estar dos servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo oferecendo serviços que colaboram no desenvolvimento de seu projeto de vida pessoal e profissional, resgatando a cidadania e a dignidade nas diversas frentes - social, jurídica e financeira, seja de forma educacional ou preventiva. Mantida pela contribuição voluntária dos Magistrados, a Fundação Fraternidade Judiciária conta com cerca de 500 contribuintes, tendo realizado em 2011, 2.290 atendimentos. Sua meta, entretanto, é o apoio da totalidade da Magistratura para que possa ampliar o seu campo de atividades. A grande maioria dos problemas que são apresentados à Fundação pelos assistidos tem relação direta com a sua situação financeira e decorre da defasagem salarial que enfrentam, além da frequente falta de planejamento do orçamento doméstico. Da constatação dessa realidade nasceu o Programa Quali Vida que realiza orientação e planejamento financeiro com os funcionários individualmente, bem como atendimento em Terapia Familiar e Terapia Infantil. Da mesma forma, outras modalidades O Programa Quali Vida realiza orientação e planejamento financeiro com os funcionários individualmente, bem como atendimento em Terapia Familiar e Infantil de atendimentos vêm sendo instaladas na medida em que as necessidades se apresentam e as possibilidades permitem. Dando cumprimento às metas estabelecidas para este ano pelo Conselho de Curadores, a Fundação arrecadou R$ 441.590,05 no exercício de 2011; despendeu R$ 116.739,56 com as atividades de seu Departamento Jurídico em atendimento a 230 famílias; R$ 14.357,85 com ajuda financeira a 66 famílias em razão de emergências médicas; R$ 3.030,00 com o pagamento de seis funerais; R$ 68.510,00 em pagamento de Bolsas de Estudo para 29 funcionários e R$ 47.820,00 com o Programa Quali Vida, que realizou 1.487 atendimentos. • REAJUSTE Novo Presidente do STJ Felix Fischer outras funções, a de Procurador de Justiça do Ministério Público do Paraná e também a de Ministro e Corregedor do Tribunal Superior Eleitoral. Foi ainda Diretor da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados e Presidente da Comissão de Jurisprudência do STJ. Mediante ofício nº28/2012, encaminhado pelo Juiz Presidente da Fundação Fraternidade Judiciária (FFJ), Dr. José Roberto de Vasconcellos, a APAMAGIS comunica que, após deliberação da Diretoria daquela entidade, foi aprovado o reajuste da mensalidade para 2012. De acordo com a FFJ, o novo valor será direcionado para melhor atender às necessidades sociais da Fundação. Os Juízes que pagavam R$ 35,00 (trinta e cinco reais) agora devem pagar R$ 40,00 (quarenta reais); já os Desembargadores passam a pagar R$ 65,00 (sessenta e cinco reais) ao invés de R$ 60,00 (sessenta reais), mensalidade anterior ao reajuste. Os novos valores entram em vigor a partir do dia 2 de julho de 2012. Homenagem • Livro de Direito Constitucional é lançado em tributo ao Vice-Presidente Michel Temer O Presidente Roque Mesquita participou, no dia 29 de junho, do lançamento do livro Direito Constitucional Contemporâneo, em homenagem ao Vice-Presidente da República, Michel Temer. A publicação foi organizada pelas professoras Mariana Barboza Baeta Neves e Samantha Meyer-Pflug, sob a coordenação do Presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Desembargador 16 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados federal Newton de Lucca. A obra é uma reunião de artigos escritos por 89 autores, entre eles os Professores Joaquim Gomes Canotilho (de Portugal) e Friederich Müller (da Alemanha), e aborda temas como a relação entre os poderes, governabilidade, efetividade dos direitos fundamentais e a internacionalização do direito. O evento teve a presença de Professores, Juristas e outras personalida- des da vida pública e privada brasileira. O Presidente do TJ/SP, Ivan Sartori; o Corregedor-Geral da Justiça, José Renato Nalini; o integrante da Comissão de Imprensa e Comunicação Social do TJ/SP, Marco Antonio Marques da Silva; o Diretor da EPM, Armando Sérgio Prado de Toledo; o Desembargador José Raul Gavião de Almeida e o Juiz Marco Fábio Morsello também compareceram ao lançamento. defesa de prerrogativas EM PROL DA Magistratura • CNJ lança campanha Juiz Valorizado, Justiça Completa Com apoio da AMB, Anamatra e Ajufe, iniciativa pretende elevar a imagem do Poder Judiciário Divulgação / CNJ Não é novidade que o Poder Judiciário nacional tem gerido ações para a população conhecer melhor o trabalho desenvolvido por seus integrantes. A fim de reforçar a proposta e efetivar a divulgação da atuação dos Magistrados do país, o Conselho Nacional de Justiça lançou em Florianópolis (SC), no dia 29 de junho, a campanha Valorização – Juiz Valorizado, Justiça Completa, com a coordenação da Comissão de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas do CNJ, com o apoio da AMB, Anamatra e Ajufe. Segundo o Conselheiro José Lucio Munhoz, a gestão de pessoas deve “motivar e comprometer Magistrados e servidores; Conselheiro do CNJ discursa no lançamento da Campanha realizada em Florianópolis realizar atividades que desenvolvam a identidade institucional e o comprometimento com a soluJuízes como “indivíduos, como pessoas, ção dos desafios e aperfeiçoar os programas não como máquinas de sentença”. O prode valorização dos recursos humanos”. grama tem o objetivo de subsidiar o CNJ Durante o lançamento do programa, e os demais órgãos do Poder Judiciário o integrante da Comissão Permanente na elaboração de políticas públicas volde Eficiência Operacional e Gestão de tadas ao reconhecimento da importância pessoas do CNJ, Conselheiro Jefferson do trabalho dos Magistrados para o bemKravchychyn, defendeu que as adminisJefferson Kravchychyn -estar da sociedade. trações dos Tribunais vejam e tratem os “Os Juízes devem ser tratados como indivíduos, como pessoas, não como máquinas de sentença” Iniciativa • Assembleia acesso à Justiça O Conselheiro observou que, em função das cobranças por produtividade e da falta de atenção aos aspectos pessoais dos Magistrados, muitos deles - desestabilizados emocionalmente - acabam cometendo faltas funcionais ou éticas. “Muitos Juízes que têm histórico de vida ilibada, homens respeitados, de repente, por problemas pessoais, por excesso de trabalho, por vários problemas, passam a cometer várias faltas, funcionais ou éticas. Nestes casos, o Juiz não deve ser punido, ele deve ser tratado”, afirmou Kravchychyn, lembrando que, com essa visão, o CNJ já reformou decisão de um Tribunal que puniu um Magistrado que necessitava de tratamento. O Programa Juiz Valorizado, Justiça Completa atende aos objetivos estratégicos firmados pelo CNJ na Resolução 70/2009, que trata do planejamento e da gestão estratégica no âmbito do Poder Judiciário. O primeiro encontro em Florianópolis teve a participação de Magistrados da região Sul, com Juízes e Desembargadores de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Posteriormente, o programa será lançado nas demais regiões do País. aprova projeto que facilita De autoria do Presidente Sartori, o PL 417/2012 traça novos panoramas para a Justiça paulista A Presidência do Tribunal de Justiça, conduzida pelo Desembargador Ivan Sartori, tem trazido à Magistratura bandeirante perspectivas de um Poder Judiciário mais prestigiado, tanto pelo jurisdicionado quanto pelos próprios componentes. A fim de ensejar essa transição, no dia 27 de junho, o Presidente Sartori encaminhou para a Assembleia Legislativa do estado de São Paulo o Projeto de Lei 417/2012. O PL tem como objetivo facilitar o acesso à Justiça por meio da alteração da lei estadual referente a taxas judiciárias incidentes sobre serviços públicos de natureza forense. A ALESP levou apenas 15 dias para comprovar a relevância do pleito abordado pela Corte Paulista. O documento, que dá nova redação ao inciso X e acrescenta os incisos XI e XII ao parágrafo único do artigo 2º da Lei 11.608/2003 foi aprovado pelo Governador Geraldo Alckmin. Agora o número da Lei passa a ser 14.838, de 23 de julho de 2012 Além da instituição da cobrança pelo serviço de desarquivamento de processos, o projeto prevê também uma taxa para impressão de informações provenientes da Secretaria da Receita Federal, de instituições bancárias e relativas ao cadastro de registro de veículos. No documento, o Presidente Ivan Sartori argumenta que “a sociedade atual exige maior eficiência dos serviços públicos, ao passo em que se prega o equilíbrio das contas públicas, frente à Lei de Responsabilidade Fiscal, a impor sérias restrições e limites draconianos aos gastos públicos”. Para ele, a única forma de conciliar a premente necessidade de aprimoramento e modernização do serviço judiciário no mesmo patamar em que se encontram outros setores “Como é de conhecimento de todos, recursos financeiros para os investimentos indispensáveis a fim de melhorar a produtividade do Judiciário e agregar aos seus serviços novos equipamentos e tecnologias avançadas são a única saída para atender à sua sempre crescente demanda” Ivan Sartori da atividade humana é incluir novas cobranças e valores que podem ser suportados pelas partes, destinatárias dos serviços públicos. “Como é de conhecimento de todos, recursos financeiros para os investimentos indispensáveis a fim de melhorar a produtividade do Judiciário e agregar aos seus serviços novos equipamentos e tecnologias avançadas são a única saída para atender à sua sempre crescente demanda”, conclui o Presidente Sartori em sua justificativa. A iniciativa do Presidente do TJ/SP se deu em consequência da declaração incidental de inconstitucionalidade – em decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça – do art. 1º da Portaria 6431/2003 do TJ/SP. A decisão estabeleceu que a taxa de desarquivamento não poderia ser implantada por meio de portaria, devendo obedecer ao princípio estrito da legalidade, ou seja, ser objeto de lei. Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 17 cultura e lazer Alerta da Receita Federal – fraude Com um modelo inovador, golpistas elaboram novas formas de enganar a população. O golpe surpreende, pois não vem por e-mail: o contribuinte recebe uma correspondência em sua residência, na qual consta um endereço eletrônico supostamente idôneo para regularizar a situação cadastral. CUIDADO: se receber algo igual ao modelo da foto (abaixo), não acesse o e-mail mencionado na carta. BALADA DO REI E O MENINO Esta informação foi repassada pelo Assessor Especial da Presidência, Dr. Marco Antonio Martins Ribeiro de Campos, como comentário de utilidade pública. As noites do rei estão repletas de mortos em valas fundas e coletivas no negro frio da noite, da floresta. Eu não, eu pássaro, eu menino. Pai-Nosso Por DR de Haro Vencida, exausta, já sem voz ou pranto, Ao chão pregada, se andar mais não posso, De joelhos caio e cambaleio, enquanto Murmuro, rouca, um último “Pai-Nosso”... - Se estás no céu, na terra, no infinito, Em dimensão que a mente não alcança, Por Tua vontade escuta, pois, o grito Que a força toda do meu ser Te lança: - Quero Teu Reino, sim, quero Teu pão, Perdoa todo o mal que ainda me reste E atende, enfim, ó Pai, nesta oração, O que te peço em fervoroso brado: - Liberta o “eu” gigante que me deste Do corpo anão que o traz acorrentado! Os dias do rei são de espertezas, traições, ciladas, facas traiçoeiras, de repente. O sangue ao sabor de simples vento. O sangue do homem vampiro escorrendo do pescoço da vítima desavisada. Eu não, eu pássaro, eu menino. Nas noites do rei não só o horror da morte mas da carnificina, povoam seus sonhos, sua consciência e não encontra vento nem ar, na densa floresta de abutres. Eu não, eu pássaro, eu menino. Mas o rei dorme feliz, porque ele é o rei, é a faca que sangra, o tiro certeiro na pureza de Maria, no seio de Maria, e nos filhos sem pais e sem Maria. Eu não, eu pássaro, eu menino. Deixe que o rei manche de sangue sua espada mate as criancinhas e as crianças e os meninos. Usurpe da coroa nem de prata mas de lata. Deixe que o rei deite em leito com seus fantasmas deixe que o rei durma com seus mortos pois morto, morto, um dia será o rei posto. Eu não, eu pássaro, eu menino. Antonio Ventura (Do livro O catador de palavras) 18 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados CULTURA E LAZER Livros novos em julho de 2012 Antonio Raphael Silva Salvador Desembargador e Professor Universitário Prescrição e Decadência Autor: Luiz Antonio Alves Torrano Editora Lemos e Cruz Com este estudo sobre prescrição e decadência, o culto Juiz Luiz Antonio Alves Torrano obteve o título de Mestre na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita, quando o autor enfrentou o discutido problema das diferenças entre a prescrição e a decadência em nosso direito civil, o que conseguiu após fazer acertado conceito de ambos os institutos, com exame de seus objetos e fundamentos. Partiu o eminente autor dos conceitos que os diferenciam, apresentando seus históricos, com exame da doutrina a respeito em solo pátrio e sua atual perspectiva. Fica evidente no livro que, para o culto autor, os dois institutos se diferenciam, fazendo aqui a definição de ambos e mostrando seus objetos e fundamentos. Nega sempre e terminantemente que sejam irrelevantes os estudos acerca da distinção entre prescrição e decadência, que o próprio Código Civil bem diferencia. Examina o autor a origem dos dois institutos, não deixando de trazer algumas questões que expõe e soluciona, como o objeto de cada um, a unicidade da interrupção da prescrição, a existência do termo a quo do prazo prescricional quando a pretensão tem por origem fato que deva ser apurado no juízo criminal, a interrupção ou não da prescrição por despacho que ordena citação, o direito intertemporal relativamente aos prazos de prescrição e às causas que a suspendem, a impedem e a interrompem. Muito mais ainda mostrado, discutido e solucionado no livro. Muito grande o valor deste livro, completo, corajoso e convincente. COLÔNIAS DE FÉRIAS História da Magistratura: O Pretor no Direito Romano Autor: Carlos Alexandre Bottcher LCTE Editora O culto Juiz de São Paulo, Dr. Carlos Alexandre Bottcher, nos brinda com um livro que nos encanta ao mostrar a história da Magistratura e o Pretor no Direito Romano. Com este livro o seu autor conseguiu o título de Mestre na Universidade de São Paulo, onde também busca o doutoramento. Desejando mais sobre o Direito Romano, cursa em Roma a alta formação em Direito Romano, na Universidade La Sapienza, para continuar os mesmos estudos na Universidade de Munique. Sobre este livro manifestou-se o eminente Professor Hélcio Maciel França Madeira, da Universidade de São Paulo, com merecidos elogios ao brilhante Juiz, tudo muito justo diante da beleza do estudo que nos encanta e nos transporta para a atividade dos pretores romanos, em livro de 230 páginas, lembrando sempre a preciosa atividade daqueles julgadores, com a importância da época, na qual o Magistrado solucionava os conflitos, elaborava as normas referentes à sua atividade, sendo um consulente da jurisprudência e não se negava a decidir com equidade. Isso nos mostra Carlos Bottcher ao se referir às atividades do pretor, na confluência dos diversos conceitos como os se auctoritas, potestas, imperium, aspecium e jurisdictio, como atividades reservadas ao pretor. Livro de leitura agradável, inclusive examinando os especiais requisitos do acesso à Magistratura Romana, através do seleto cursus honorum, com os justos e devidos poderes desses Magistrados, que deram o grande exemplo aos que desejam ser os Magistrados de hoje. Das Sociedades Anônimas Autor: José Waldecy Lucena Editora Renovar José Waldecy Licena, brilhante como sempre, nos brinda agora com o terceiro volume do seu estudo sobre a Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que todos conhecem como a Lei das Sociedades Anônimas. Temos aqui o estudo feito pelo brilhante autor, que tanto brilhou e honrou a Magistratura de São Paulo. Hoje morando no Rio de Janeiro, Lucena nos traz livros maravilhosos de sua autoria, mostrando que se perdemos para São Paulo bem cedo o grande Juiz, temos sua presença nos livros que tanto sucesso têm alcançado. Neste livro o autor analisa os arts. 189 a 300 da Lei das Sociedades Anônimas, num estudo de 1272 páginas, em trabalho demorado, completo e brilhante, não deixando dúvidas sobre os artigos agora comentados com clareza, como já fizera nos livros anteriores sobre o mesmo assunto. Lucena ainda é considerado o grande Juiz que judicou em Santos, quando o tive ao meu lado, bem moço mas bem brilhante, com sentenças que decidiam acertadamente os conflitos surgidos e que representavam verdadeiras aulas de Direito. Este mesmo brilhantismo trouxe para seus livros, em estudos completos, pois temos aqui o exemplo, com a Lei das Sociedades Anônimas vista e examinada, artigo por artigo, com grande profundidade e sabedoria. Para os que se interessam pelo assunto eu indico com orgulho estes livros de José Waldecy Lucena relativamente à Lei 6.404, de 1976. Noções de Constitucionalismo – Garantias, prisão processual e habeas corpus Autor: Romeu Abílio Edição Edifeo Este livro é de autoria do Juiz Romeu Abílio, aposentado da Magistratura, mas continuando uma nobre missão: a de ensinar em curso superior na UNIFIEO, onde se destaca e é querido por seus alunos, tanto que tem sido deles seu patrono. Apresentado o autor, diremos que o livro é importante, insistindo nos direitos resultantes do constitucionalismo e, dentro dele, a análise dos direitos e garantias individuais. Ressalta que aqui desejou insistir nos princípios que norteiam a esfera de atuação do indivíduo frente aos poderes do Estado, princípios que, no livro, vêm a ser um dos grandes objetivos desta obra. Vemos que, para o autor, o que não pode ser olvidado é a estreita relação do Processo Penal com a Constituição, para insistir e constatar que o Processo Penal é verdadeiramente o Direito Constitucional aplicado. Lembra que as Constituições irradiam para todo o sistema jurídico, o que se apoia nas Declarações de Direito, que nas Constituições encontram guarida, traduzindo-se em garantias e princípios que exigem uma persecução justa, uma prisão processual e ainda sua manutenção, se necessárias, tudo devidamente fundamentado. Gostamos da tese exposta neste livro, gostamos da exposição aqui feita e acreditamos nas teses aqui apresentadas. Divulgaremos sempre no Tribuna da Magistratura o calendário oficial de 2012 de inscrições e sorteios de vagas para as colônias da APAMAGIS em feriados e períodos de férias. FERIADOS/FÉRIAS Nossa Senhora Aparecida Finados Proclamação da República Ano Novo e Férias de janeiro 2013 INSCRIÇÕES 23/07/2012 até 03/09/2012 30/07/2012 até 24/09/2012 27/08/2012 até 01/10/2012 24/09/2012 até 05/11/2012 SORTEIO 05/09/2012 Quarta-feira 26/09/2012 Quarta-feira 03/10/2012 Quarta-feira 07/11/2012 Quarta-feira PERÍODO 12/10/2012 a 14/10/2012 02/11/2012 a 04/11/2012 15/11/2012 a 18/11/2012 Ano Novo e todo mês de janeiro de 2013 Associação Paulista de Magistrados • APAMAGIS • 19 turismo Uma joia única Chapada Diamantina revela beleza e encantos A Chapada Diamantina oferece paisagem estonteante e estilo colonial, herança do tempo histórico dos diamantes A Chapada Diamantina é um destino daqueles de tirar o fôlego, renovar a alma e sentir o quão magnífica é a natureza no Brasil. Escondida no meio do sertão, com um clima aparentemente inóspito, ela cativa em cada detalhe, esculpido pela ação do tempo em milhões de anos. O que lá vê é algo difícil de ser traduzido em palavras ou mesmo imagens estáticas. É um conjunto de elementos que instigam a visão, o tato e contato com terra, ar e, sobretudo, água. Sim, água! No meio do sertão, marcado pela aspereza do tempo, brotam veios de água tão cristalina quanto diamantes. E essa mesma água que foi a escultora de paisagens deslumbrantes é hoje também protagonista desse verdadeiro oásis. A Chapada, além das belezas, foi uma região rica em diamantes e de importância histórica inestimável, sendo palco de perseguição à Coluna Prestes e ao bando do lendário Lampião. Tudo isso se funde e confunde com a paisagem e com a cultura do povo, transformando o destino num passeio memorável pelo folclore brasileiro. A região, para o bem e para o mal, ainda não foi descoberta por grandes empreendimentos turísticos. Talvez isso decorra das rígidas regras de conservação impostas e que asseguram a continuidade do estado bruto dessa verdadeira joia brasileira. Como chegar Como não há voos diretos de SP para a Chapada, o jeito mais cômodo é pegar um 20 • APAMAGIS • Associação Paulista de Magistrados A Chapada, além das belezas, foi uma região rica em diamantes e de importância histórica inestimável, sendo palco de perseguição à Coluna Prestes e ao bando do lendário Lampião. Tudo isso se funde e confunde com a paisagem e com a cultura do povo, transformando o destino num passeio memorável pelo folclore brasileiro. avião em Salvador ou alugar um carro e fazer o trajeto de mais de 400 quilômetros pelo sertão baiano. Onde ficar Se não é uma típica região turística, com muitos resorts, a Chapada Diamantina reserva gratas surpresas. O Hotel de Lençois é o mais tradicional e existe ainda um outro que faz parte do roteiro de charme, o Hotel Canto das Águas! Onde comer É possível encontrar boas “pepitas” como o Roda D’água e o Cozinha Aberta, que tem uma chef que estudou em grandes centros culinários da Europa e escolheu a Chapada Diamantina para abrir um restaurante slow food! Atrações A Chapada Diamantina é um lugar para admirar... e caminhar! Os passeios são inúmeros e fascinantes. Podem ser destacados as Cachoeiras da Fumaça e do Buracão; as Grutas da Torrinha e da Lapa Doce; os Poços Azul, Encantado e do Diabo… Noutras palavras, a Chapada Diamantina é um encontro com o que a natureza pode proporcionar de mais belo! Saiba tudo sobre esse destino com o apoio do Setor de Turismo da APAMAGIS, que tem pacotes especiais para todos os tipos de turistas, dos mais aventureiros até aqueles que não abrem mão de conforto!