10/03/2014 André Perfeito Sumário Executivo: Alimentos em escalada climática; O mercado é insensível à choques de oferta; Coeteris Paribis sai, Alea jacta est entra; Juros longos devem subir. Economista-chefe [email protected] 55 11 3074-1257 Mais um choque na inflação. Mas e daí? Alimentos em escalada climática; O mercado é insensível à choques de oferta; Coeteris Paribis sai, Alea jacta est entra; Juros longos devem subir. Quem lê este Comentário Econômico sabe que sempre elogiamos as ações do nosso Banco Central, entre outros motivos, porque nossa Autoridade Monetária está conduzindo o Sistema de Metas de Inflação brasileiro (um sistema ainda imperfeito onde a alta indexação obstrui o canal dos juros juntamente com preços administrados) e porque os Bancos Centrais das economias maduras mandaram às favas os bons modos monetaristas e estão imprimindo dinheiro como se não houvesse amanha, ou, melhor dizendo, no limite que sua confiança permite em fidúcia. O BCB fez um esforço grande desde o início do governo Dilma para forçar o mercado à um novo entendimento sobre as principais variáveis macroeconômicas (chegando a criar novos índices como o IBC-Br, o IC-Br e até o IBGE aprimorou em parte seu conjunto analítico criando o IPP – Índice de Preços ao Produtor), mas principalmente o BCB tentou reorientar algumas “verdades” do mercado como o PIB potencial e o uso de outros instrumentos que não apenas a taxa SELIC e tentou fazer isso através de consultas aos economistas de mercado organizados em torno do Relatório FOCUS. Todas essas mudanças visavam aprimorar um Sistema de Metas que foi criado num estado de emergência e fazê-lo migrar para algo mais normal. O BCB fez isso by the book, sem contrariar nenhuma das premissas teóricas neo-clássicas que orientam o Sistema de metas, mas o mercado simplesmente ignorou tal esforço e olhou com desconfiança aguda qualquer medida nesse sentido. O motivo para tal indiferença é, no nosso entendimento, o que convencionamos chamar de Revolução Monetária, revolução esta que está morrendo antes mesmo de atingir seus objetivos. Uma das provas que o mercado simplesmente desdenha o BCB, e por isso mesmo que o COPOM deveria ter subido em 50 pontos base a SELIC em sua última reunião, é que houve nos últimos anos diversos choques nos preços de alimentos com desastrosas consequências para o IPCA e o mercado “focado” deu de ombros para este fato. A tragédia se repete agora e podemos ver isso no IGP-10 de março que apresentou a maior variação mensal para o período desde2004 puxado pelo IPA que pesa 60% de um índice que foi criado para condições econômicas que não existem mais, mas segue o barco. GRADUAL INVESTIMENTOS Av. Juscelino Kubitschek, 50 – 6º Andar – Itaim Bibi – 04543-000 – São Paulo – SP Tel: (55 11) 3372-8300 – www.gradualinvestimentos.com.br 10/03/2014 A tendência é de continuar a pressão sobre os preços ao consumidor e evidência disso podemos ver de diversas formas. Trouxemos à baila a variação do preço da arroba do boi em Araraquara e vemos um salto de 27% em um ano com aceleração nos últimos meses. Isto é um choque para você que não conhece, mas já lhe adianto que o mercado vai seguir como se fosse permanente e assim cobrar mais juros de um BCB que equilibra de um lado da mão as contradições do mundo financeiro pós-2008 GRADUAL INVESTIMENTOS Av. Juscelino Kubitschek, 50 – 6º Andar – Itaim Bibi – 04543-000 – São Paulo – SP Tel: (55 11) 3372-8300 – www.gradualinvestimentos.com.br 10/03/2014 e do outro um governo que se perdeu num projeto incompleto de nação e força ladeira acima em ano eleitoral a despeito das contradições e limitações evidentes (olhemos o Balanço de Pagamentos, é sempre ali que a onça mora). No meio disso a Autoridade Monetária faz malabarismo com as expectativas do mercado e acende uma vela para a deusa da Fortuna e outra par o deus da Chuva. Ceteris Paribus está fora de moda, agora o provérbio na boca do BCB é Alea jacta est. O BCB vai fazer homeopatia monetária e subir de 25 em 25 até achar que não tem mais o que fazer. Uma situação difícil e que deve ser agravada pela decisão do FOMC nesta quarta-feira próxima em cortar US$ 10 bilhões do seu QEn o que trará efeitos mais claros na parte longa da curva-pré aqui no Brasil. Alea jacta est... 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