01/08/2014 André Perfeito Sumário Executivo: Economista-chefe [email protected] 55 11 3074-1257 Parceiro estratégico; Comprando barato; Brasil não pode ignorar seu papel; O mercado não iria entender. Fernanda Dall´Antonia estagiária [email protected] Comprando a Argentina, simples assim. Nesta sexta-feira resolvi escrever um texto que está muito mais para uma provocação intelectual do que propriamente um comentário econômico. Levando em conta o ocaso da Argentina que mais uma vez se vê desprovida de crédito na praça internacional, mas dessa vez por conta de uma decisão – em minha opinião – extemporânea de um juiz em Nova York, abre espaço para pensarmos um pouco mais sobre o Brasil e nossa vocação no Cone Sul. A Argentina é importante demais para deixarmos nas mãos dos argentinos, por assim dizer. A diplomacia brasileira tem na tradição do Itamaraty uma postura economicamente muito acanhada, mas que obedece fielmente os ditames da nossa cordialidade; se quisermos nos tornar um país de “primeiro mundo” teremos que necessariamente fazer que as outras economias ao redor também “funcionem”. Nos EUA eles construíram um muro no Rio Grande e nem isso funcionou, no caso do Brasil tal solução seria absolutamente inviável. O Brasil é infinitamente maior que os vizinhos em diversos quistos. Para evidenciar tal gigantismo nosso basta lembrar que nosso mercado de capitais, apesar de tudo, é o dobro do mexicano e dezenas de vezes maior que o argentino. GRADUAL INVESTIMENTOS Av. Juscelino Kubitschek, 50 – 6º Andar – Itaim Bibi – 04543-000 – São Paulo – SP Tel: (55 11) 3372-8300 – www.gradualinvestimentos.com.br 01/08/2014 Temos que reconhecer que estamos em outro patamar na região e o momento é propício; com o enfraquecimento relativo dos EUA há um espaço mais livre para se negociar isso com os vizinhos. Minha proposta é simples: compremos a dívida Argentina e transformamos o passivo em crédito para exportação daquele país para nós mesmo. É exatamente isso que a China está fazendo no continente, ofereceu algo parecido para a Argentina e Venezuela em sua última visita de Estado. A Argentina está barata. Depois do calote de 2001 92% da sua dívida de US$ 95 bilhões foi negociada a 30% de face, ou seja, está hoje entorno de US$ 29 bilhões. Isso é menos de 8% das reservas Internacionais brasileiras que hoje beiram US$ 373 bilhões. A Argentina é nosso terceiro maior destino de exportações, mas como podemos observar no gráfico abaixo este perdendo força o que é um desastre para o Brasil. Podemos observar este descolamento em relação ao Brasil sob diversas formas, mas trago aqui a variação do câmbio oficial deles contra o Real brasileiro. GRADUAL INVESTIMENTOS Av. Juscelino Kubitschek, 50 – 6º Andar – Itaim Bibi – 04543-000 – São Paulo – SP Tel: (55 11) 3372-8300 – www.gradualinvestimentos.com.br 01/08/2014 A economia Argentina se recontorce com suas contradições e politicamente vive um momento de tensão. “Comprar” a Argentina não é favorecer o atual ocupante da Casa Rosada, pelo contrário, seria enquadrar as possibilidades populistas daquele país em função do pagamento da dívida. Neste sentido o Brasil possui instituições financeiras de peso que poderia intermediar isso de maneira adequada e fazer do limão uma limonada por assim dizer. A consolidação regional é fundamental e a Argentina precisa ser ajudada pelo Brasil a sair da crise. Fazer isso é um gesto de inteligência e sensibilidade que deve ser conduzido com sangue frio, sem dar espaço para ruídos ideológicos. Muitos no mercado criticam os investimentos em Cuba, só que se esquecem que os investimentos forma na verdade um financiamento para pagar uma empresa brasileira para construir um porto por lá. Ganhamos no financiamento e na construção e podemos ainda ganhar, e muito, com a aproximação de um país que tende a abandonar o socialismo em breve. É estratégico se aproximar desses ativos. O caso da Argentina é análogo, mas o faço aqui com um tom mais de provocação. O Brasil tem que assumir seu papel hegemônico na região, não há mais espaço para cordialidades. Os próprios sulamericanos esperam que façamos isso. Isso ficou claro na Copa do Mundo no Brasil: os nossos vizinhos reconhecem nossa superioridade. O PT não pode se deixar perder por ideologias e deve pensar de maneira pragmática, caso contrário iria passar mais uma impressão errada. Mas isso é discussão pra depois da eleição, como não há nada 100% definido na disputa fica a sugestão para todos os candidatos. Disclaimer Este relatório 23/08/10 foi preparado pela Gradual InvestimentosGRADUAL e é distribuído gratuitamente, com a finalidade única de prestar informações INVESTIMENTOS 23/08/10 ao mercado em geral. Não possuindo a Gradual Investimentos qualquer vínculo pessoas– que atuem–no Av. Juscelino Kubitschek, 50 – 6º Andar – Itaim Bibi –com 04543-000 São Paulo SPâmbito das companhias analisadas, assim como a empresa não serviços prestados ou apresenta relações comerciais com as Tel:recebe (55 11)remuneração 3372-8300 – por www.gradualinvestimentos.com.br companhias analisadas. 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