INFLUÊNCIA DA INCORPORAÇÃO DE NANOCARGAS MONTIMORILONITA E CARBONATO DE CÁLCIO NAS PROPRIEDADES TÉRMICAS E MECÂNICAS DO POLIPROPILENO Gabriela Antonioli, Janaína Junges, Leandro S. de Lima, Laura B. Gonella, Ademir J. Zattera. Sigla do Projeto: PPNano Introdução O polipropileno é um polímero de grande interesse comercial. Juntamente com o avanço tecnológico surge o interesse em desenvolver novos métodos de processamento e novas estruturas de produto. Paralelamente, ao crescimento do polipropileno, ocorre um avanço exponencial de pesquisas envolvendo nanocompósitos de polipropileno, utilizando nanocargas como montimorilonita e carbonatos[1,2]. As nanocargas atuam de maneira diferenciada se comparadas às cargas convencionais. Estas são adicionadas em menor porcentagem mássica do que as cargas convencionais além do que, aceleram o processo de cristalização, atuando como agentes nucleantes, reduzindo o tamanho dos cristais formados e controlando as propriedades do polímero[3]. De acordo com a literatura, o aumento das propriedades mecânicas se deve à formação predominante da morfologia intercalada ou pela formação de aglomerados[4]. Pode ser observado um aumento na temperatura inicial de degradação em todas as amostras sendo considerado seu início com 5% de perda de massa[5]. A amostra PP/MMT-15A obteve aumento de 38,47°C na temperatura inicial de degradação em comparação ao PP puro, sugerindo que houve uma melhor dispersão da nanocarga na matriz (Figura 3). Metodologia MMT-Na+ MMT-15A MMT-30B Polipropileno CaCO3 CaCO3+AE Nanocargas Foram preparados os nanocompósitos de polipropileno (PP) com 5 % em massa de montmorilonita sódica (MMT-Na+), MMT15A, MMT-30B, carbonato de cálcio natural (CaCO3) e carbonato de cálcio tratado com ácido esteárico (CaCO3+AE) Secagem Extrusão 70°C por 6 horas 115°C a 185°C , 400rpm Figura 3. Gráfico da análise termogravimétrica (TGA) dos nanocompósitos. Na Figura 4 são apresentados os gráficos de cristalização das amostras, nos quais podem ser observados os resultados de temperatura de cristalização (Tc) do PP e dos nanocompósitos. Observa-se que o valor de Tc do PP foi de 120,82ºC. Para todos os nanocompósitos, a Tc foi na faixa de 118,32ºC a 120,6ºC, indicando que não houve alteração desta propriedade. Injeção Ensaios Realizados Mecânicos Tração DSC Flexão TGA Resultados e Discussão Os ensaios de tração mostraram resultados similares entre as amostras para a propriedade de resistência à tração na força máxima (Figura 1). Já os resultados dos ensaios de flexão mostraram que os nanocompósitos possuem valores similares ao do PP puro para a propriedade de resistência à flexão, com exceção do PP/MMT-Na+ que obteve aumento significativo nesta propriedade (Figura 2). Figura 4. Gráfico das anáçises de calorimetria diferencial de varredura (DSC) dos nanocompósitos. Considerações Finais A baixa dispersão das nanocargas na matriz polimérica de polipropileno propiciou a formação de aglomerados de nanocargas e formação de morfologia intercalada. Com isso, observaram-se melhores resultados nos ensaios mecânicos do PP/MMT-Na+, sendo que o mesmo apresenta baixa compatibilidade com o polímero em questão e tem tendência de aglomerar. A amostra PP/MMT-15A apresentou os resultados mais próximos aos encontrados na literatura, demonstrando que a argila MMT-15A possui melhor interação com o PP propiciando melhor dispersão. Referências: [1]. M. Modesti, A. Lorenzetti, D. Bon, S. Besco. Effect of processing conditions on morphology and mechanical properties of compatibilized polypropylene nanocomposites. Polymer, v. 46, 10237–10245, 2005. [2]. P. Svoboda , K. Trivedi, D. Svobodova, K. Kolomaznik, T. Inoue. Influence of supercritical CO2 and initial melting temperature on crystallization of polypropylene/organoclay nanocompósito. Polymer Testing, v.31, p. 444-454, 2012. [3]. Rousseaux D.J., Sallem-Idrissi N., Baudouin A., Devaux J., Godard P., Marchand-Brynaert J., Sclavons M.. Water-assisted extrusion of polypropylene/clay nanocomposites: A comprehensive study. Polymer, v. 52, p. 443-451, 2011. [4]. M. Diagnea, M. Gueyea, L. Vidalb, A. Tidjani. Thermal stability and fire retardant performance of photo-oxidized nanocomposites of polypropylene-graft-maleic anhydride/Clay. Polymer Degradation and Stability, v. 89, p. 418-426, 2005. [5]. M. Avella, S. Cosco, M.L. Di Lorenzo, E. Di Pace, M.E. Errico, G. Gentile. Nucleation activity of nanosized CaCO3 on crystallization of isotactic polypropylene, in dependence on crystal modification, particle shape, and coating. European Polymer Journal, v. 42, p. 1548–1557, 2006. Figura 1. Gráfico da resistência máxima à tração dos nanocompósitos. Figura 2. Gráfico da resistência à flexão dos nanocompósitos. Agradecimentos: