Plano Nacional de Educação 2011/2020 UMA POLÍTICA DE ESTADO EMILIANO JOSÉ Deputado Federal – PT/BA Membro da Comissão Especial do PNE na Câmara Federal • • O PNE foi construído a partir da 1ª Conferência Nacional de Educação e sintetiza a política educacional para o decênio 2011-2020, apresentando proposições concretas, tais como: Universalização e ampliação do atendimento escolar, desde a creche ao ensino superior; Melhoria da qualidade do ensino, contemplando todos os níveis, etapas e modalidades; • Valorização dos profissionais da educação: carreira, salário e formação; • Garante atenção às demandas específicas dos indígenas, quilombolas e outros; • Amplia o investimento em educação com o aumento do percentual do PIB. • Intenso processo de mobilização; • Participação de todos os segmentos sociais; • Garante a inclusão, a diversidade e a igualdade; • Aberto à incorporação de emendas advindas dos diversos setores da sociedade civil; • Amplia o diálogo entre governo e a sociedade. • Tramita num contexto de mudanças constitucionais relevantes: • 1) A DRU não incide mais sobre as receitas da educação – 20% que saía da educação; • 2) Inclui educação básica no Fundeb; • 3) Toda a educação básica tornou-se obrigatória (do infantil ao ensino médio – dos 4 aos 17 anos. É composto de 12 artigos; Contém 10 diretrizes, 20 metas e 170 estratégias; Institui o Fórum Nacional de Educação (constituído por dezenas de entidades ligadas à educação) e a CONAE (Conferência Nacional de Educação); Articula o Sistema Nacional de Educação, e o regime de colaboração entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios. (EC/59) I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - superação das desigualdades educacionais; IV - melhoria da qualidade do ensino; V - formação para o trabalho; VI - promoção da sustentabilidade sócioambiental; VII - promoção humanística, científica e tecnológica do País; VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto; IX - valorização dos profissionais da educação e; X - difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão democrática da educação. META 1: População de 4 e 5 anos – universalizar atendimento escolar, até 2016 e, ampliar para 50%, até 2020, atendimento da população de até 3 anos. Cenário atual: Estão matriculadas 74,8% da população de 4 a 5 anos e entre 18,4% a 21,6% da população de 0 a 3 anos. META 2: População de 6 a 14 anos universalizar o ensino fundamental de nove anos. Cenário atual: 31,7 milhões de matrículas, sendo: - 13 milhões (41%) no EF de 8 anos e - 18,7 milhões (59%) no EF de 9 anos. Taxa bruta de escolarização (todos os matriculados entre 6 e 14 anos): 97%; Taxa líquida de escolarização (crianças que estão matriculadas na idade correspondente): 91,1% META 3: População de 15 a 17 anos universalizar, até 2016, o atendimento escolar e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%. Cenário atual: • Taxa de atendimento escolar da população de 15 a 17 anos: 85,2%; • Taxa líquida de escolarização dessa população: 50,9% Meta 4: População de 4 a 17 anos universalizar o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino. Meta 5: Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de idade. Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica. ENSINO FUNDAMENTAL: 2,7 milhões de matrículas (9% do total de 31,7 milhões) em turno de 5 horas ou mais. ENSINO MÉDIO: 1,9 milhões de matrículas (23% do total de 8,3 milhões) em turno de 5 horas ou mais . ◦ Meta 7: Atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB, em 2021: ◦ Ensino Fundamental - anos iniciais( até o 5º ano do ensino fundamental) Cenário Atual: 2009 2005 4,6 3,8 Meta 7: Atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB, em 2021: Ensino Fundamental -anos finais (5ª a 9ª série): Cenário Atual: ◦ Meta 7: Atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB, em 2021: ◦ Ensino Médio: Cenário Atual: Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos de modo a alcançar mínimo de 12 anos de estudo para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vista à redução da desigualdade educacional. ◦ Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional. Cenário atual: • 9,7% da população com mais de 15 anos é analfabeta; • Dos analfabetos, 42,6% com mais de 60 anos e 35,5% entre 40 e 59 anos • Taxa de analfabetismo funcional (pessoas com 15 anos ou mais): 20,3% (IBGE); 34% (INAF -Indicador de Alfabetismo Funcional, em 2007) Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. Cenário Atual: Ensino Fundamental: 0,1% das matrículas (3,6 mil em 3,1 milhões) Ensino Médio: 1,2% das matrículas (20 mil em 1,6 milhões) • Meta 11: Duplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta. Cenário Atual Educação Profissional articulada com Ensino Médio: - 1.036.945 matrículas, sendo 175.831 integradas, 306.035 concomitantes e 555.079 subsequentes; Ensino Médio normal: 194.535 matrículas; • Esses dois grupos juntos representam 14% dos estudantes em nível médio. Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta. Meta 13: Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para 75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35% doutores. Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores. Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. Meta 16: Formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu e garantir a todos formação continuada em sua área de atuação. Meta 17: Valorizar o magistério público da educação básica a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente. Fonte: Portal IG 27/12/2010 e MEC Meta 18: Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino. Meta 19: Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a nomeação comissionada de diretores de escola vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar. Meta 20: Ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do produto interno bruto do país. Cenário Atual: PIB Brasil 2009 = 3,142 trilhões 5,7% do PIB 2009 = 179,2 bilhões Gasto per capita = 179,2 bilhões / 46.795.900 matrículas públicas = R$3.929,40 7% do PIB 2009 = 220 bilhões Gasto per capita = 220 bi / 58.449.494 matrículas públicas = R$3.763,93 Para manter o mesmo gasto per capita, seriam necessários 45,8 bilhões adicionais, isto é 1,5% do PIB, totalizando 7,2% do PIB. Não contempla o conjunto das deliberações da CONAE; Financiamento insuficiente; Inexistência de metas intermediárias; Ausência de diagnóstico; Falta de mecanismo de responsabilização dos entes federados (A PEC da Responsabilidade Educacional garantirá isso). - Garantir que a educação ultrapasse definitivamente o estágio de políticas de governo e se consolide como política de estado; - Definir as fontes de financiamento e qual o percentual do PIB será investido na área da educação como forma de permitir o cumprimento das metas estabelecidas; Reavaliar o Pacto Federativo, aprofundando o regime de cooperação e colaboração entre os entes federados; - - - - Construir mecanismos e eleger estratégias para concretizar a gestão democrática, com acompanhamento permanente e avaliação periódica; - Incluir segmentos historicamente excluídos da educação, respeitando a diversidade étnico-racial e as especificidades regionais; - Assegurar a qualidade na expansão da educação brasileira; - Não basta colocar o aluno na escola, tem que garantir a sua permanência com qualidade. • • A Comissão Especial realizou 8 audiência públicas e seminários estaduais; O PL recebeu 2006 emendas (processo de seleção das emendas). A formulação de substitutivo será concluído em setembro: receberá novas emendas, votação no senado, previsão para novembro; • Ampliar o financiamento de 7 para 10% do PIB; • Valorização profissional: aproximação x equiparação; • • • Universalização do ensino infantil: a) 0 a 3 anos (50%) e 4 a 5 anos (100%); b) 0 a 5 anos (100%). Formação docente: até 2020, 75% dos docentes da educação superior devem ser mestres e doutores,, sendo 35% doutores (público e privado); O Fórum Nacional de Educação selecionou algumas emendas para análise. • • • O PL 8035/2010 deverá contemplar: A constituição do Sistema Nacional de Educação, garantindo a gestão democrática em todas as instâncias e unidades educacionais; O financiamento pelo poder público que garanta a universalização da educação com qualidade em todos os níveis, etapas e modalidades; A formação e a valorização dos profissionais da educação, através de ingresso por concursos, planos de carreira, piso salarial profissional, condições de trabalho e garantia de oportunidade de formação inicial e continuada; A aprovação do novo Plano Nacional de Educação (2011/2020) deverá ser fruto de debate democrático e participativo, a fim de garantir avanços significativos para o setor educacional brasileiro; Envolver a sociedade na defesa da educação como direito de cidadania. Os sonhos devem ser ditos para começar a se realizarem. E como todo projeto, precisam de uma estratégia para serem alcançados. O adiamento destes sonhos desaparecerá com o primeiro movimento. (Paulo Freire) Emiliano José Deputado Federal – PT/BA Comissão Especial do Plano Nacional de Educação (PNE 2012/2020) [email protected]