UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA POTENCIAL DE LIXIVIAÇÃO DOS HERBICIDAS DIURON E [DIURON+HEXAZINONE+SULFOMETURON] EM SOLOS COM TEXTURAS CONTRASTANTES Ana Cássia Silva Possamai AQUIDAUANA – MS JANEIRO DE 2012 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA POTENCIAL DE LIXIVIAÇÃO DOS HERBICIDAS DIURON E [DIURON+HEXAZINONE+SULFOMETURON] EM SOLOS COM TEXTURAS CONTRASTANTES Acadêmica: Ana Cássia Silva Possamai Orientadora: Dra. Cristiane Gonçalves de Mendonça “Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia (Produção Vegetal)”. AQUIDAUANA – MS JANEIRO DE 2012 FICHA CATOLOGRÁFICA P889p Possamai, Ana Cássia Silva Potencial de lixiviação dos herbicidas diuron e [diuron+hexazinone+sulfometuron] em solos com texturas contrastantes / Ana Cássia Silva Possamai. Aquidauana, MS: UEMS, 2012. 38p. 30cm. Dissertação (Mestrado) – Agronomia – Universidade do Estado de Mato Grosso do Sul, 2012. Orientadora: Profa Drª. Cristiane Gonçalves de Mendonça. 1. Cana-de-açúcar 2. Herbicidas 3. Lixiviação I. Título. CDD 20.ed. 633.61 iii "Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não apenas planejar, mas também acreditar." (Anatole France) iv Aos meus pais: Eugenio Mario Possamai e Ana Maria Silva Possamai que, com um sim, fez com que tudo começasse em minha vida. Chegaram a renunciar seus sonhos em favor dos meus, conduziram me ao melhor caminho e a viver com dignidade, deixando claro meus limites. A vocês que nunca se cansaram de me ensinar e de me mostrar o verdadeiro sentido da vida, do amor, da humildade. Acima de tudo me ofereceram confiança para decidir sobre minha vida, mesmo longe de casa dedico minha lealdade, pois o agradecimento é muito pouco diante de minha grande conquista. Aos meus irmãos Ana Paula e Guido Francisco, Dedico. v AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por ter me permitido completar mais esta etapa de minha vida e enfrentar a caminhada do dia-a-dia com paz e perseverança. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Nível Superior (CAPES), pelo apoio financeiro. À professora Dra. Miriam Hiroko Inoue, da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, pela amizade, pela credibilidade, pela oportunidade e pelos ensinamentos indispensáveis à minha formação profissional e pessoal. À professora Dra. Cristiane Gonçalves de Mendonça, pela orientação, paciência amizade e ensinamentos transmitidos durante a realização deste trabalho. Aos amigos Kassio Mendes, Ana Karollyna, Barbara Goulart e Monise Camila, pela dedicação e apoio na condução dos experimentos, tornando-se parte integrante de uma grande equipe que realizou este trabalho. Aos colegas de curso de Pós-Graduação, pela convivência e amizade, em especial minha amiga Ellem Cristina, pelos conselhos que ajudaram na minha formação profissional e particular, que para mim sempre serão exemplo de determinação, força e amizade. À UNEMAT, Campus de Tangará da Serra-MT, pelo espaço cedido para a realização dos experimentos. vi Em especial, ao Edson de Alcino, pelo amor, confiança e principalmente pela paciência, por saber me ouvir nos momentos mais difíceis mesmo pelo telefone. Enfim, a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a execução deste trabalho. Muito Obrigada. vii SUMÁRIO PÁGINA RESUMO .................................................................................................................... ix ABSTRACT ................................................................................................................. x CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ......................................................... 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1 1. A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR ................................................................ 3 2. INTERFERÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA DE-AÇÚCAR .............................................................................................................. 4 3. PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS HERBICIDAS .............................. 6 3.1 Pressão de vapor (PV) ........................................................................................ 6 3.2 Solubilidade em água (S) .................................................................................... 7 3.3. Coeficiente de partição octanol-água (Kow) ...................................................... 7 3.4 Constante de equilíbrio de ionização do ácido ou da base (pKa) ..................... 8 3.5 Meia-vida no solo (T ½) ..................................................................................... 9 4. COMPORTAMENTO DE HERBICIDAS NO SOLO .......................................... 9 4.1 Transformação ................................................................................................. 10 4.2 Retenção............................................................................................................ 11 4.3 Transporte ........................................................................................................ 12 4.3.1 Escorrimento superficial – “Runoff” ........................................................ 12 4.3.2 Volatilização ............................................................................................... 13 4.3.3 Movimento vertical no perfil do solo - Lixiviação .................................... 14 5. HERBICIDA DIURON ......................................................................................... 16 6. HERBICIDA [DIURON+HEXAZINONE+SULFOMETURON-METHYL]..... 16 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 18 CAPÍTULO 2 - POTENCIAL DE LIXIVIAÇÃO DOS HERBICIDAS DIURON E [DIURON+HEXAZINONE+SULFOMETURON] EM SOLOS COM TEXTURAS CONTRASTANTES.................................................................................................. 23 RESUMO ................................................................................................................... 23 ABSTRACT ............................................................................................................... 24 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 25 viii 2. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 26 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 28 4. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 35 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 36 ix RESUMO Os herbicidas se destacam por ser uma medida eficaz e economicamente viável. Entretanto, com o aumento no uso desses produtos, aliado ao emprego inadequado dessas moléculas, aumentou também as preocupações com os riscos de contaminação ambiental, bem como com seus efeitos sobre os seres humanos e animais. A lixiviação de herbicidas no solo é um fator determinante tanto na persistência destas substâncias quanto no seu potencial como contaminante de manaciais aquáticos subsuperficiais. Dentro deste contexto, o trabalho objetivou avaliar o potencial de lixiviação de herbicidas aplicados em pré-emergência na cultura de cana-de-açúcar, em amostras de solos contrastantes, oriundos dos municípios de Tangará da Serra - MT e Barra do Bugres – MT. Os herbicidas diuron e [diuron+hexazinone+sulfometuron] foram aplicados no topo das colunas de solo. Em seguida, foram aplicadas lâminas de água de 0, 20, 40, 60, 80 e 100 mm nas colunas. Após a simulação, as colunas foram cortadas longitudinalmente para a semeadura do bioindicador Cucumis sativus ao longo do perfil das colunas. As avaliações de injúria do bioindicador foram realizadas 21 dias após a semeadura. Os resultados indicaram que no solo de textura argilosa, o diuron apresentou baixo potencial de lixiviação, provocando injúrias perceptíveis nas plantas do bioindicador semeadas até a profundidade de 10-15 cm apenas quando lâminas de ≥ 80 mm foram aplicadas. No solo arenoso, as injúrias no bioindicador foram perceptíveis até a camada de 15-20 cm após a aplicação de lâminas > 60 mm. Em relação à mistura formulada, verificou-se que no solo argiloso houve injúrias no bioindicador até 25-30 cm de profundidade nas lâminas de 80 e 100 mm. No solo arenoso, também observouse lixiviação ao longo de toda a extensão das colunas, com lâminas > 60 mm. Concluiuse que houve maior lixiviação para [diuron+hexazinone+sulfometuron] em relação à aplicação isolada de diuron. Para ambos os herbicidas, houve maior lixiviação no solo arenoso do que no solo argiloso. PALAVRAS-CHAVE: bioensaio, mobilidade, contaminação, lâminas. x ABSTRACT Herbicides are noted for being an effective and economically viable. However, with the increased use of these products, coupled with inadequate use of these molecules, also increased concerns about the risks of environmental contamination and its effects on humans and animals. Leaching of herbicides in soil is a determining factor in both the persistence of these substances and their potential as a contaminant in the subsurface water fountains. Within this context, the study aimed to evaluate the leaching potential of herbicides applied pre-emergence in the culture of cane sugar, in contrasting soil samples, from the municipalities of Tangara da Serra - MT Bugres and Bar - MT. The herbicides diuron and [diuron + hexazinone + sulfometuron] were applied on top of the soil columns. Were then applied water depths of 0, 20, 40, 60, 80 and 100 mm columns. After the simulation, the columns were cut longitudinally to sow the bioindicator Cucumis sativus along the profile of the columns. Bioindicator injuries were evaluated 21 days after sowing. Diuron had limited leaching in clay soil and injuries in bioindicator were found up to 10-15 cm depth layer when depths ≥ 80 mm were applied. In sandy soil, injuries in bioindicator were evident up to 15-20 cm depth layer after application of water depths > 60 mm. In relation to the formulated mixture [diuron+hexazinone+sulfometuron], bioindicator injuries were found up to 25-30 cm depth layer with water depths of 80 and 100 mm. In Sandy soil, leaching was also evident along the entire length of soil column water application of water depths > 60 mm. The evidences lead to the conclusion that leaching was more intense for [diuron+hexazinone+sulfometuron] as compared to diuron alone. For both herbicides, leaching was more intense in Sandy soil, as compared to clay soil. KEYWORDS: bioassay, mobility, control, layers. 1 CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS INTRODUÇÃO A cultura da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) tem exercido importante papel na economia brasileira, principalmente por conseqüência da grande produção alcançada nos últimos anos. Os elevados valores obtidos colocam o Brasil como líder mundial nas agroindústrias de açúcar e álcool. Nos últimos anos, a área produtiva, bem como a produtividade total, tem aumentado continuamente, devida, principalmente, às boas perspectivas do mercado futuro (CHISTOFFOLETI et al., 2011). A produtividade de colmos de um canavial pode estar intimamente influenciada por alguns fatores como: os clones cultivados, tipo de solo, o clima e a interferência gerada pela presença de plantas daninhas (PROCÓPIO et al., 2004). O mecanismo fotossintético desta cultura é eficiente, mas apresenta um desenvolvimento inicial lento, as plantas daninhas se estabelecem na área rapidamente competindo por água, luz, nutrientes e CO2, além de hospedar pragas e doenças que causam danos a cultura (PROCÓPIO et al., 2003). Os principais efeitos acarretados pela convivência com as plantas daninhas são à diminuição na produção de colmos bem como a produção de sacarose, consequentemente ocorre à redução do rendimento da colheita e do número de cortes. Atualmente há uma ampla gama de produtos registrados para o controle das plantas daninhas, sendo estes utilizados em pré-emergência e em pós-emergência, promovendo o controle das plantas daninhas em cana planta, como a soqueira seca ou úmida. O controle de plantas daninhas utilizando herbicidas tem sido o método mais empregado pelos produtores, devido ao cultivo da cana-de-açúcar em áreas muito extensas, facilidade de aplicação, economia e maior eficácia. Devido à descoberta de moléculas que permite um controle seletivo, diminuindo possíveis riscos a cultura e ao ambiente (KUVA et al., 2000; KUVA et al., 2008; ROSSI, 2004). Segundo o SINDAG (2011), depois da soja, a cana-de-açúcar é a principal cultura no mercado de herbicidas no Brasil. A intensa utilização de herbicidas nessa cultura deve-se a expansão das áreas cultivadas e ao fato da cana-de-açúcar ser uma das culturas mais suscetíveis à interferência imposta pelas plantas daninhas. Assim, os 2 herbicidas utilizados nessa cultura precisam ser eficazes no controle das plantas daninhas, proporcionando efeito residual suficiente para suprimir estas plantas até o “fechamento” do canavial. A utilização inadequada desses herbicidas para a cultura da cana-de-açúcar vem causando sérios problemas para o ambiente e gera de certa forma maior custo para a produção, devido às dosagens utilizadas de forma incorreta. Sabe-se ainda que a maioria dos herbicidas destinados para essa cultura tem um efeito residual prolongado, proporcionando normalmente maior potencial de lixiviação e permanência dessas moléculas no solo. Neste sentido o solo é, normalmente, o destino final dos herbicidas aplicados nas culturas de interesse agrícola. A persistência destes compostos depende das características físico-químicas específicas, embora seja fortemente influenciada por fatores relacionados ao ambiente, ao manejo do solo e à dose inicial do produto (INOUE et al., 2000). Particularmente até o momento no Estado do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, pouco se sabe sobre o comportamento de herbicidas no solo e sequer é possível encontrar essas Regiões dados concretos referentes à dinâmica de pesticidas nos solos. Neste sentido, objetivou-se no trabalho avaliar o potencial de lixiviação de diuron e [diuron+hexazinone+sulfometuron] visando compreender o comportamento destas moléculas em solos com texturas contrastantes. 3 1. A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR A cana-de-açúcar é originária da Nova-Guiné e foi levada para o sul da Ásia. Posteriormente, as Árabes introduziram no norte da África e sul da Europa. Os chineses a levaram para Java e Filipinas. Na Europa o cultivo da cana não teve sucesso, pois a cana é uma cultura típica de climas tropicais e subtropicais. Daí os portugueses levaram a cana para ilhas da Madeira e os espanhóis para as ilhas Canárias. Contudo foi na América que a cana encontrou excelentes condições para o seu desenvolvimento. Os portugueses trouxeram a cana para o Brasil no fim do século XVI, onde foi cultivada inicialmente nos estados de Pernambuco e na Bahia. Depois de 1615 a cana atingiu o planalto paulista (MOZAMBANI et al., 2006). Pertencente à classe das Monocotiledônias, família das Gramíneas, gênero Saccharum, e das espécies, Saccharum officinarum, Saccharum barberi e Saccharum spontaneum, a cana-de-açúcar é uma planta tropical de fotoperíodo curto, onde as áreas cultivadas se distribuem até 35º de latitude para ambos os lados da linha do Equador. De acordo com Coleti (1987) a cultura se desenvolve e produz nos climas subtropicais, onde exige para o seu completo desenvolvimento uma temperatura média anual superior a 20ºC de precipitação pluviométrica mínima de 1.200 mm anuais. A maioria das variedades industriais vegeta nos climas quentes, com temperatura compreendida entre 24º a 30ºC. Durante o seu ciclo vegetativo, necessita de um período quente e úmido para o seu desenvolvimento e outro frio e seco para a sua maturação. Atualmente, o maior produtor mundial de cana-de-açúcar é o Brasil, com uma área colhida na safra de 2011/2012 estimada em 8.434 mil hectares, distribuídas em todos os Estados produtores e a maior concentração está em: São Paulo – 4.463 mil ha; Goiás – 672,4 mil ha; Mato Grosso do Sul – 480,9 mil ha; Mato Grosso – 219 mil ha. O Brasil lidera a tecnologia de produção do etanol e produziu em torno de 588,9 milhões de toneladas de cana, na safra 2011/2012 (CONAB, 2011). O processo de produção de cana, açúcar e álcool no Brasil têm diferença importante em relação ao de outros países: do plantio até a comercialização do produto final tudo acontece sem intervenção ou subsídios do governo, o que é ainda mais significativo ao se considerar a complexidade da cadeia produtiva do setor. A matéria-prima permite a fabricação de energia natural, limpa e renovável, com vantagens ambientais, sociais e econômicas. Permite ainda, menores custos de produção de açúcar e de álcool porque toda a energia consumida no processo é 4 produzida a partir dos seus próprios resíduos. Com um eficiente processo de queima do bagaço e da palha, as usinas produzem energia para todo o complexo industrial e ainda geram excedentes comercializáveis (RODRIGUES, 2004). A cana-de-açúcar pode ser considerada como uma fábrica de energia. Da energia potencial, 1/3 vem do seu caldo sob a forma de álcool, 1/3 vem das fibras dos colmos colhidos e 1/3 vem na forma das palhas (folhas) quando da colheita. Além de fabricar energia a cana é excelente na retirada de gás carbônico na atmosfera, ou seja, para cada unidade de energia que entra na planta, produz-se 9 a 11 a mais (RODRIGUES, 2004). Neste contexto, devido a sua importância estratégica, o setor agrícola da cadeia produtiva da cana-de-açúcar tende a utilizar-se mais de tecnologia de ponta para produzir em quantidade e qualidade (MELLIS et al., 2005). 2. INTERFERÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANADE-AÇÚCAR As plantas daninhas são um dos principais fatores bióticos presentes no agroecossistema da cana-de-açúcar que interferem no desenvolvimento e na produtividade desta cultura. A presença dessas plantas pode interferir no processo produtivo, competindo pelos recursos do meio, principalmente água, luz e nutrientes, liberando substâncias alelopáticas, atuando como hospedeiro de pragas e doenças comuns à cultura e interferindo nas práticas da colheita (PITELLI, 1995). A interferência das plantas daninhas nas áreas agrícolas chega a causar reduções na quantidade e qualidade da cana-de-açúcar colhida, além de diminuir o número de cortes e aumentar os custos de produção (LORENZI, 1995). Estima-se que cerca de 1.000 espécies de plantas daninhas habitam este agroecossistema, distribuídas nas distintas regiões produtoras do mundo (ARÉVALO, 1979). A flora infestante é bastante específica e característica da cultura da cana-deaçúcar, devido às condições climáticas e aos manejos predominantes bem como o uso contínuo do mesmo herbicida (LORENZI, 1982). Entre as principais plantas daninhas de ciclo anual encontram-se Digitaria horizontalis (capim colchão), Brachiaria plantaginea (capim marmelada), Panicum maximum (capim colonião), Brachiaria 5 decumbens (capim braquiária) e Portulaca oleracea (beldroega). Já as espécies perenes estão Cynodon dactylon (grama seda), Cyperus rotundus (tiririca) e Sorghum halepense (capim massambará) (PROCÓPIO et al., 2003). Apesar de a cana-de-açúcar ser altamente eficiente na utilização dos recursos disponíveis para o seu crescimento e de apresentar fisiologia do tipo C4, ela é muito afetada pela competição com as plantas daninhas, por apresentar, na maioria das situações, brotação e crescimento inicial lentos. Em conseqüência dessa característica, é necessário manter a lavoura de cana-de-açúcar livre de plantas daninhas no período inicial, que varia de 60 a 90 dias (PROCÓPIO et al., 2003). A competição das plantas daninhas resulta em redução da produção da cana e açúcar. O grau de interferência entre as plantas cultivadas e as plantas daninhas depende de fatores relacionados à comunidade infestante (composição específica, densidade e distribuição) e à própria cultura (gênero, espécie ou cultivar, espaçamento entre sulcos e densidade de semeadura). Depende também da duração do período de convivência, da época em que este período ocorre que é modificado pelas condições edáficas e climáticas, e pelos tratos culturais (PITELLI, 1985). Pesquisas realizadas por Blanco et al. (1979), Blanco et al. (1981) e Blanco et al. (1982) concluíram que podem ocorrer perdas de até 85% no peso dos colmos. Além disso, determinaram que o período crítico de interferência das plantas daninhas para a cana de ano, abrange o período do 15º dia a dois meses a contar da emergência da canade-açúcar. Quando o plantio foi para cana de ano e meio, as perdas máximas foram semelhantes, porém o período crítico de competição foi diferenciado, abrangendo desde o 30º dia a dois meses da emergência da cultura. Coleti et al. (1980) detectaram que a matocompetição acarretou perdas na produtividade da cana-de-açúcar da ordem de 23,33%, sendo o plantio da cultura efetuado no outono (cana de 18 meses). Graciano e Ramalho (1982) estudaram o efeito da matocompetição em diferentes períodos após plantio da cana-de-açúcar. Concluíram que a presença das plantas daninhas acarretou perdas, em relação à testemunha capinada da ordem de 83,1% em ton/ha e 83,6% em ton/ha na testemunha sem capina. De acordo com Lorenzi (1988) e Lorenzi (1995), dependendo da infestação, o controle das plantas daninhas pode chegar a até 30% do custo de produção em canasoca e de 15 a 25% em cana-planta. Portanto, um manejo adequado das plantas 6 daninhas é de fundamental importância para se ter lucratividade nesse segmento agrícola. 3. PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS HERBICIDAS As características físico-químicas dos herbicidas juntamente com as condições ambientais e as características físicas, químicas e biológicas do solo, ditam o seu comportamento e, conseqüentemente, seu destino final no ambiente. O conhecimento das principais propriedades físico-químicas das moléculas de herbicidas é muito utilizado no estudo do seu comportamento no ambiente, o que permite uso mais racional dos mesmos. As principais propriedades físico-químicas do herbicidas relacionadas com o seu comportamento são: solubilidade em água (S), pressão de vapor (P), coeficiente de partição octanol-água (Kow), constante de equilíbrio de ionização ácido (pKa) ou base (pKb), e meia-vida (t½) (LAVORENTI, 1996; PROCÓPIO et al., 2003). 3.1 Pressão de vapor (PV) A pressão de vapor (pv), expressa em mmHg a 25ºC, indica o grau de volatilização do herbicida no seu estado normal puro (sólido ou líquido), sendo função direta da temperatura. Em outras palavras, a tendência de o herbicida se perder na forma de gás na atmosfera. O grau de volatilização será maior à medida que aumenta a pressão de vapor (Quadro 1), que por sua vez aumenta com a temperatura (SILVA; FAY, 2004). Tabela 1: Grau de volatibilidade dos herbicidas Volatibilidade Log da pressão de vapor Muito elevada -3 Elevada -4 a -3 Moderada -5 a -4 Baixa -6 a -5 Muito baixa -7 a -6 Extremamente baixa -7 Fonte: (SILVA; FAY, 2004). 7 Sua importância é ressaltada na estimativa da distribuição ou transferência do herbicida no ambiente; é a principal propriedade da molécula a ser usada no cálculo para prever a volatilização dos herbicidas. Contudo, além do valor específico da pressão de vapor, a volatilização do herbicida depende também da intensidade e da velocidade de movimento até a superfície do solo onde ocorre o processo (OLIVEIRA; BRIGHENTI, 2011). 3.2 Solubilidade em água (S) A solubilidade de um herbicida em água pode ser definida como sendo a quantidade máxima de herbicida que se dissolve em água pura em uma determinada temperatura, ou seja, a quantidade que estará disponível na solução do solo, podendo ser absorvida por raízes e sementes em germinação. Quanto maior a quantidade de grupos hidrofílicos que possuía a substância (mais polar), maior será sua afinidade pela água, logo, maior sua solubilidade. Seu valor é expresso em miligramas do herbicida por litro de água (normalmente, a 25ºC) e a pH 5 e 7 (OLIVEIRA; BRIGHENTI, 2011). As moléculas muito solúveis possuem facilidade de se dissiparem no ambiente por fluxo de água e apresentam coeficientes de sorção relativamente baixos no solo. A solubilidade também pode se correlacionar diretamente com o grau de ionização das moléculas (KOGAN; PÉREZ, 2003). 3.3 Coeficiente de partição octanol-água (Kow) O coeficiente de partição octanol-água indica a afinidade que a molécula do herbicida tem em relação as duas fases, polar e apolar, representadas pela água e pelo octanol, respectivamente. Porém, os herbicidas possuem geralmente regiões polares e apolares em suas moléculas, sendo o seu comportamento determinado pela fase que predominar na molécula ou pela própria formulação comercial. A polaridade é muito importante para penetração das moléculas dos herbicidas pela cutícula das folhas e também interfere nos processos sortivos com o solo (SOUZA et al., 2008). A hidrofilicidade e lipofilicidade são características importantes para a penetração do herbicida pela cutícula da folha, para o transporte no ambiente e a 8 acumulação dos herbicidas em organismos vivos influencia também os processos de sorção dos herbicidas às partículas coloidais do solo. Geralmente os herbicidas apolares ou lipofílicos (Kow >10.000) possuem maior potencial de se adsorver à fração orgânica dos colóides do solo e uma absorção foliar mais rápida e eficiente. Para os herbicidas polares ou hidrofílicos (Kow <10), sua afinidade é maior em relação à fração mineral do solo. Também, para a maioria dos herbicidas, este valor tem uma correlação direta com a persistência, isto é, quanto maiores os valores de kow, maior será a persistência do produto. 3.4 Constante de equilíbrio de ionização do ácido ou da base (pKa) A capacidade de dissociação eletrolítica (pKa) é uma característica intrínseca do composto químico. Corresponde com a possibilidade de ionização das moléculas em soluções com diferentes valores de pH. Por meio dos valores de pKa, os herbicidas podem ser agrupados em três classes: herbicidas ácidos fracos, herbicidas bases fracas e os não iônicos. Essa classificação torna-se importante sob o ponto de vista da compreensão da dinâmica dos herbicidas no solo em função do pH do meio. a) Herbicidas derivados de ácidos fracos: Esses herbicidas possuem a capacidade de doar prótons e formar íons carregados negativamente. Assim quanto maior o pKa do herbicida menor será seu caráter ácido. Quando o pH do solo for inferior ao seu pKa maior será a tendência do herbicida continuar na sua forma não dissociada e maior sua adsorção. Por outro lado quando o pH do solo for superior ao pKa maior será a tendência de dissociação do herbicida e menor sua adsorção (OLIVEIRA; BRIGHENTI, 2011). b) Herbicidas de bases fracas: Possuem a capacidade de receber prótons e formar íons carregados positivamente. Para esses herbicidas quando o pH do solo for inferior ao seu pKa maior será a tendência desses herbicidas de receber esses prótons e maior será a adsorcão. Entretanto quando o pH do solo for superior ao seu pKa maior será a tendência desses herbicidas permanecerem na sua forma neutra e menor sua adsorção (KOGAN; PÉREZ, 2003) 9 c) Herbicidas não-íonicos: esses herbicidas possuem carga líquida neutra e não trocam prótons com a solução do solo, muito embora os não-iônicos podem ser polares, e em virtude dessa condição, ser afetados em menor intensidade pelo pH do solo, ficando retidos aos argilominerais e ao material orgânico (OLIVEIRA; BRIGHENTI, 2011). 3.5 Meia-vida no solo (T ½) A meia-vida no solo é definida como o período de tempo, em dias, necessário para que ocorra a dissipação de 50% da concentração inicial presente do herbicida seja degradada. A persistência do herbicida no ambiente é dependente, fundamentalmente, de quatros fatores: solo (teor de matéria orgânica, pH, textura, etc.), população de microrganismos (atividade e densidade), ambiente (radiação, temperatura e precipitação) e práticas culturais (sistemas de semeadura e manejo). Para Guimarães (1992) a persistência de um herbicida no solo é definida como a habilidade que um composto tem de reter a integridade de sua molécula e, conseqüentemente, suas características físicas, químicas e funcionais no ambiente. O conceito de meia-vida não está ligado diretamente à eficácia agronômica ou período de eficiência do herbicida no solo, mas sim à sua degradação que pode ser biológica, química ou fotoquímica. A degradação microbiana ou biológica é a maior responsável pela decomposição da maioria dos herbicidas comerciais. Dessa forma, os herbicidas que se acumulam em maiores profundidades do solo tendem a terem maior persistência em decorrência da menor quantidade e atividade dos microorganismos nestas camadas (SOUZA et al., 2008). 4. COMPORTAMENTO DE HERBICIDAS NO SOLO O solo é constituído de 3 fases: Sólida, Líquida e Gasosa. A fase sólida é constituída por uma fração mineral ou inorgânica representada pelos minerais e uma fração orgânica representada por resíduos vegetais, pela biomassa microbiana, pelas raízes e pelo húmus; a fase líquida é representada pela solução do solo e seus constituintes sendo substâncias minerais e orgânicas e gases dissolvidos; a fase gasosa é representada pelos gases que ocupam o espaço poroso do solo. Entre essas fases 10 ocorrem inúmeras interações de elevada complexidade que por sua vez irão influenciar o comportamento dos herbicidas no solo (LAVORENTI, 1996). O comportamento destes compostos químicos no solo é influenciado por processos físicos, químicos e biológicos e dentre os fatores que influenciam esses processos podemos citar: características físico-químicas dos herbicidas, propriedades físicas e químicas dos solos, práticas de manejo do solo, assim como condições ambientais como a temperatura e precipitação pluviométrica (BAILEY; WHITE, 1970). Atualmente os estudos de comportamento de herbicidas no solo tem sido descritos como a transformação, o transporte e a retenção que os herbicidas podem sofrer no solo. 4.1 Transformação Os processos de transformação são conhecidos como degradação, promovem mudanças na estrutura química das moléculas do herbicida, ou seja, desdobram a estrutura molecular do herbicida em componentes menores ou mais simples por meios bióticos ou abióticos. Estes subprodutos resultantes tendem a diminuir a toxicidade da molécula, embora, em alguns casos, podem resultar em componentes mais tóxicos do que a molécula original (LAVORENTI, 1996). Lavorenti (1996) define que a degradação por meio abiótico é dada pela fotodegradação ou fotólise que consiste no efeito da radiação nas ligações químicas internas de uma molécula herbicida. A permanência de um produto químico na superfície do solo durante longo período pode provocar sua perda por fotólise, principalmente se após a aplicação não ocorrer chuva. Outra forma de degradação abiótica é a química, que corresponde a um mecanismo primário de quebra de alguns herbicidas, no qual envolve reações de hidrólise, oxidação e redução. A ocorrência e a taxa destas reações dependem do tipo de solo e das condições climáticas. Assim, temperatura, umidade, pH e adsorção, além das propriedades físicas e químicas dos herbicidas determinam que tipo e a intensidade da reação química (FERRI; RIZZARDI, 2001) Em se tratando de componentes bióticos, a degradação microbiana é um dos principais meios de dissipação dos herbicidas no solo. Em geral, os herbicidas são utilizados pelos microorganismos como fonte de energia. Fatores ambientais como a 11 matéria orgânica, temperatura, pH, umidade, adsorção aos colóides do solo influência na degradação microbiana e disponibilidade de moléculas ao seu ataque no solo (LOUX; REESE, 1992). Ela envolve, entre outras, reações de oxidação, hidroxilação, redução e ruptura dos anéis aromáticos e também varia com a estrutura química das moléculas dos herbicidas, presença de microorganismo com sistema enzimático capaz de romper estas moléculas e atividade e estado fisiológico dos organismos (WALKER, 1987). Assim, a degradação exerce efeito direto na persistência dos herbicidas no ambiente e conseqüente atividade residual para o controle de plantas daninhas e potencial de contaminação ambiental. 4.2 Retenção A retenção é um dos processos que apresenta habilidade de reter uma molécula orgânica do solo, evitando que ela se mova tanto para dentro como para fora da matriz do solo. A retenção se constitui primariamente no processo de adsorção, mas também inclui a absorção pela matriz do solo, plantas e degradação pelos microrganismos. O processo controla e é controlado por transformações químicas e biológicas, influenciando o transporte de moléculas orgânicas para a atmosfera, águas subterrâneas e superficiais. Desta forma, a retenção é o fator que determina a eficiência dos agroquímicos aplicados no solo (KOSKINEN; HARPER, 1990). O termo absorção é empregado quando o herbicida é absorvido pelo sistema radicular, por partes subterrâneas (bulbos, rizomas e tubérculos) e pelas sementes. No solo os herbicidas podem entrar em contato com as plantas através da interceptação radicular, difusão e Fluxo de massa, tendo esse último mais importância para herbicidas não voláteis. De forma geral a raiz é o local principal de absorção dos herbicidas no solo. Os herbicidas também podem ser absorvidos pelo solo. A absorção é um fenômeno puramente físico que consiste na penetração de moléculas do pesticida nos espaços microscópios do solo (PARAÍBA; LUIZ; PÉREZ, 2005). A adsorção é o resultado da atração das moléculas dos herbicidas pelas partículas coloidais do solo. Essa atração é decorrente das características físicas e químicas dos herbicidas e do solo. Assim dependendo dessas características o herbicida poderá sofrer atração favorecendo a adsorção, ou repulsão, o que poderá implicar em 12 maior quantidade do produto em solução favorecendo a lixiviação. Pesticidas adsorvidos as partículas de solo podem, entretanto, ser removidos do local de aplicação juntamente com sedimentos de erosão (KOSKINEN; HARPER, 1990). De forma geral a adsorção de herbicidas leva a diminuição do material disponível para interagir com a microbiota, redução na toxicidade do composto e na imobilização do composto, reduzindo deste modo seu transporte e conseqüentemente sua lixiviação. Entretanto como na prática, a adsorção é determinada apenas através do desaparecimento da substância química da solução do solo, por isso, o termo adsorção e normalmente substituído por outro mais geral, denominado de sorção (KOSKINEN; HARPER, 1990). 4.3 Transporte O transporte de herbicidas representa a movimentação destes dentro e fora da matriz do solo, assim como a maneira pela qual os herbicidas atingem as águas subsuperficais e a atmosfera. Como formas de transporte de herbicidas podemos citar o escorrimento superficial (Runoff) representado pelo movimento em superfície dos herbicidas; a volatilização como a perda na forma de vapor; e movimento vertical no perfil do solo, conhecido como lixiviação. 4.3.1 Escorrimento superficial – “Runoff” A movimentação do herbicida ao longo da superfície do solo, juntamente com o escorrimento da água da chuva ou até mesmo pelo vento, até a superfície das águas dos rios, lagos e terrenos de menor declividade, é conhecido como escorrimento superficial ou “runoff”. Este processo afeta com grande intensidade os herbicidas aplicados diretamente no solo, mesmo porque esses são, geralmente, aplicados ao solo exposto diretamente às intempéries, antes ou logo após o plantio da cultura (PIRES et al., 1995). O herbicida removido pode estar na solução ou adsorvido às partículas do solo. Portanto, fatores que favorecem a erosão, como, por exemplo, a utilização incorreta do manejo do solo, ocasionam perdas dos herbicidas por escoamento superficial. Além 13 destes fatores, a natureza e a dose das aplicações podem afetar a quantidade do produto removido (OLIVEIRA; BRIGHENTI, 2011). A conservação dos recursos naturais solo e água está relacionado com a proteção da superfície do solo. A cobertura do solo com plantas (cobertura viva) ou com resíduos (cobertura morta) atua como o principal fator de proteção do solo contra o impacto das gotas das chuvas. O aumento da porcentagem de cobertura da superfície do solo reduz o tempo para a formação e a velocidade da enxurrada (CARVALHO et al., 1990) e consequentemente, a erosão, avaliada pelas perdas de solo e de água (AMADO et al., 1989). O plantio direto é a prática cultural de maior importância na redução dos escorrimento superficial. Os estudos de Triplett et al. (1978) mostraram a redução do transporte de atrazina e simazina devido ao “runoff”, em áreas sob este sistema de cultivo, o que mais tarde foi comprovado nos trabalhos de Sadeghi e Isensee (1997) para o alaclor. 4.3.2 Volatilização Este processo é responsável pela distribuição do herbicida das superfícies do solo, planta ou água para a atmosfera. As moléculas dos herbicidas passam do estado líquido para a forma de vapor, podendo se perder na atmosfera. A tendência de uma molécula no estado líquido passar para o estado gasoso (ou volatilizar) é indicado por sua pressão de vapor (MONTGOMERY, 1997). Em geral, herbicidas com pressão de vapor maior que 10-4 mmHg podem estar sujeitos a perdas por volatilização (RODRIGUES; ALMEIDA, 1998). Esse processo pode ser intensificado ou reduzido em função, também, da temperatura ambiente, da intensidade dos ventos e do teor de água no solo. Devido às variações nos condições climáticas, é comum encontrar diferentes taxas de volatilização para um mesmo herbicida (OLIVEIRA; BRIGHENTI, 2011). Herbicidas mais voláteis tendem a persistir menos, apresentando, portanto, menor efeito residual no solo. Por outro lado, elevada volatilização significa escape mais fácil para a atmosfera e, possivelmente, sua transferência para outro meio. De qualquer modo, em geral, um herbicida com elevada pressão de vapor está menos 14 sujeito a causar contaminação no solo do que outro de menor pressão de vapor. (OLIVEIRA; BRIGHENTI, 2011). Portanto herbicidas muito voláteis requerem incorporação no solo, independente das condições de clima ou de solo. Os herbicidas do grupo dos tiocarbamatos, trifluralin e algumas dinitroanilinas, estão sujeitos a volatilização. Para esses herbicidas e para os de baixa solubilidade necessitam ser incorporados, para prolongar sua permanência no solo (DEUBER, 1992; OLIVEIRA; BRIGHENTI, 2011). 4.3.3 Movimento vertical no perfil do solo – Lixiviação A movimentação dos herbicidas na matriz do solo é denominada lixiviação, juntamente com a percolação da solução do solo. O processo de transporte das moléculas químicas que ocorre principalmente por fluxo de massa, em conjunto com a água. Ao determinar o grau de sorção do produto adsorvido pelos colóides, é possível verificar a sua mobilidade em relação à taxa de movimento da água (MANTOVANI, 2007). O processo de lixiviação depende das características do herbicida, das características e propriedades do solo e das condições climáticas. Ao que se referem ao solo suas partículas (argilas, ácidos fúlvicos e húmicos, aminoácidos, peptídeos, açúcares), assim como o teor de matéria orgânica, pH, saturação por base, teor de carbono orgânico são fatores que regulam a quantidade de pesticida que fica sorvida ou livre na solução. Em relação, ao clima da região a temperatura interfere na velocidade da degradação do produto, a pluviosidade e irrigação afetam a movimentação do pesticida no solo, que depende do fluxo de água (INOUE et al., 2003; MARCHESE, 2007). A ação em conjunto desses fatores afeta a ação dos herbicidas pré-emergentes, seja ele iônico (básico ou ácido) ou não-iônico (neutro). Assim como, a umidade superficial deste solo importante governa a absorção e adsorção da estrutura molecular aos colóides (matéria orgânica e argila). Portanto, o solo apresenta pouca umidade maior será a sorção do produto (BLANCO et al., 1997). O conhecimento dos processos que afetam o destino de herbicidas no ambiente é essencial para a avaliação do risco de impacto ambiental decorrentes da aplicação desses produtos químicos. Uma dessas formas de impacto é o transporte desses 15 compostos pela água da chuva e/ou irrigação ao longo do perfil do solo, podendo atingir o lençol freático. Este processo é conhecido como lixiviação (MANTOVANI, 2007). A adoção de práticas agrícola, como o plantio direto ou cultivo mínimo e a adição de qualquer tipo de material orgânico onde se faz uso de herbicidas, pode ocorrer mudanças no comportamento da molécula: aumentando na sua sorção, redução da movimentação e aumento na capacidade do armazenamento de água tornando-a indisponível, ou ainda ativa a microbiota do solo, sua degradação (MANTOVANI, 2007). Além disso, minimiza as perdas por lixiviação e escorrimento superficial decorrentes das primeiras chuvas após a aplicação, como é o caso do experimento conduzido com a aplicação do produto sobre a palhada por Toledo et al., (2009). O potencial de lixiviação dos pesticidas é maximizado, quando estes apresentam alta solubilidade e são aplicados em arenosos, com pouca matéria orgânica (MARCHESE, 2007). Deste modo havendo a necessidade de conhecer os processos que definem o destino deste produto no ambiente, possibilitando uma análise dos riscos de impacto ambiental deste processo, a fim de buscar o uso de doses menores e mais eficientes (MANTOVANI, 2007; INOUE et al., 2003). Muitos são os relatos de contaminação de poços e nascentes com resíduos de herbicidas em decorrência de sua lixiviação em solos. Em vista disso, simuladores da movimentação de herbicidas têm sido desenvolvidos para prever o destino destes compostos em condições práticas de uso. Esses simuladores possibilitam grande economia de tempo e de recursos financeiros, os quais seriam necessários em estudos sobre o destino dos diferentes tipos de compostos, nas diferentes condições de solo e clima (MANTOVANI, 2007). Para ser lixiviado, o herbicida deve estar na solução do solo ou adsorvido à pequenas partículas, como argilas, ácidos fúlvicos e húmicos de baixo peso molecular, aminoácidos, peptídeos e açúcares, entre outros (OLIVEIRA, 2001). Para aumentar a eficiência de controle de plantas daninhas é necessário que ocorra certa lixiviação nos primeiros centímetros do perfil do solo dos herbicidas aplicados em pré-emergicia (GELMINI, 1988). 16 5. HERBICIDA DIURON O diuron é um herbicida do grupo dos derivados da uréia. Seu mecanismo de ação age no Fotossistema II, prejudicando o processo de fotossíntese, pois suas moléculas se ligam ao sítio de ligação da quinona Qb, na proteína D1, localizada nas membranas lilacóides dos cloroplastos, bloqueando o transporte de elétrons da Qa à Qb. Ocorrendo a interrupção da fixação de CO2 e a produção de ATP e NADPH2, e a produção de peróxido de hidrogênio (água oxigenada H2O2). Esse composto provoca a peroxidação dos lipídeos em decorrência da formação de radicais lipídicos nos ácidos graxos, e posteriormente à oxidação das proteínas. Ambos componentes da membrana plasmática, levam ao extravasamento do conteúdo celular. A absorção e translocação dão-se principalmente via apoplástica pelo xilema, e razoável pelas folhas, atacando com maior severidade espécies perenes. O primeiro sintoma aparente é a clorose foliar, seguido de necrose e a morte da planta (OLIVEIRA JR; CONSTANTIN, 2001; DIAS et al., 2003). Em trabalhos realizados por Inoue et al. (2008), os resultados indicaram que o diuron apresentou alta estabilidade no solo argiloso, mesmo utilizando a dose máxima, mas não houve efeito residual diferenciado no solo arenoso. As lâminas de água superiores a 60 mm promoveram sua movimentação nas amostras de solo arenoso, entretanto para o de textura argilosa, independente da quantidade aplicada à movimentação do herbicida se restringiu à camada superficial (0-5 cm). Assim recomendando aplicações de doses elevadas para os solos argilosos ou ricos em matéria orgânica em pré-emergência, devido à maior sorção do produto. Dentro deste contexto, o diuron é um herbicida de pouca mobilidade no solo variando de baixo a moderado, dificilmente ultrapassando a camada de 0 a 5 cm de profundidade no solo, embora podendo variar de acordo com as características do solo e do composto. 6. HERBICIDA [DIURON+HEXAZINONE+SULFOMETURON-METHYL] Os herbicidas são comercializados sob a forma de produtos formulados distribuídos em diversos ingredientes ativos, inclusive em formulações com misturas prontas, como é o caso da junção do diuron, hexazinone e sulfometuron, pertencentes ao 17 grupo dos derivados da uréia, triazinonas e sulfoniluréias, respectivamente. É importante que sejam estudadas misturas de tanque com herbicidas de mecanismos de ação alternativos e que apresentem efeitos sinergísticos ou aditivos. Contudo, para que sejam registradas e sua venda autorizada, elas devem passar por testes rigorosos o que reduzem a possibilidade de incompatibilidade ou de misturas antagonistas (MONQUEIRO et al., 2001; OLIVEIRA JR et al., 2001). O herbicida hexazinone, pertence a classe das triazinonas sendo registrado para o controle de plantas daninhas em pré e pós-emergência inicial na cultura da cana-deaçúcar. É um herbicida de contato, absorvidos prontamente pelas folhas e pelas raízes (LORENZI, 2000). Uma vez no ambiente, pode sofrer decomposição pela luz solar e pela ação de microrganismos, sendo a primeira mais intensa na hexazinone, e a outra no diuron. O sintoma inicial causado pela mistura de diuron e hexazinone é caracterizado por uma leve descoloração amarela nas folhas, tornando-se mais intenso aos 15 DAA (dias após a aplicação) e aos 30 e 45 DAA (AZANIA et al., 2006). Após a aplicação de sulfometuron é possível notar os sintomas causados por este produto em cerca de 7 a 10 DAA, como a paralisação do crescimento, arroxeamento foliar ou clorose internerval. Nas espécies de folha larga o meristema apical necrosa e morrem antes das partes mais velhas, as folhas na fase final podem ter uma aparência manchada ou malformada. A meia-vida deste produto varia de 30 a 120 dias no solo, podendo ser degradados tanto por hidrólise química como degradação microbiana (OLIVEIRA JR; CONSTANTIN, 2001; MIRANDA FILHO; NOVO, 2006). Até pouco tempo o sulfometuron-methyl era utilizado apenas como maturador de cana-de-açúcar. Nos Estados Unidos, era usado em doses muito elevadas como herbicida em florestas (MIRANDA FILHO; NOVO, 2006). A presença de resíduos de sulfonilúreias no solo pode causar fitotoxidez em plantas suscetíveis de um ciclo para outro na área na qual este pesticida foi aplicado, com inibir o crescimento de raízes laterais. 18 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMADO, T.J.C.; COGO, N.P.; LEVIEN, R. Eficácia relativa do manejo de resíduo cultural de soja na redução das perdas de solo por erosão hídrica. Revista Brasileira de Ciência de Solo, Viçosa-MG, v.13, n.1, p.151-157, 1989. ARÉVALO, R.A. Plantas daninhas PLANALSUCAR - CONESUL, 1979. 46p. da cana-de-açúcar. 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Reviews of Weed Science, Champaign-IL, v.3, n.2, p.1-17, 1987. 23 CAPÍTULO 2 - POTENCIAL DE LIXIVIAÇÃO DOS HERBICIDAS DIURON E [DIURON+HEXAZINONE+SULFOMETURON] EM SOLOS COM TEXTURAS CONTRASTANTES RESUMO A lixiviação de herbicidas no solo é um fator determinante tanto na persistência destas substâncias quanto no seu potencial como contaminante de mananciais aquáticos subsuperficiais. Objetivou-se neste trabalho avaliar o potencial de lixiviação de herbicidas aplicados em pré-emergência na cultura de cana-de-açúcar, em amostras de solos contrastantes, oriundos dos municípios de Tangará da Serra - MT (Latossolo Vermelho - LV, textura argilosa) e Barra do Bugres - MT (Neossolo Quartzarênico – NQ, textura arenosa), respectivamente. Os herbicidas diuron (LV - 3,0 kg ha-1 e NQ 2,0 kg ha-1) e [diuron+hexazinone+sulfometuron] (LV - 2,6 kg ha-1 e NQ - 1,8 kg ha-1) foram aplicados no topo das colunas de solo montadas em tubos de PVC com 30 cm de comprimento. Em seguida, foram aplicadas lâminas de água de 0, 20, 40, 60, 80 e 100 mm nas colunas. Após a simulação, as colunas foram cortadas longitudinalmente para semeadura do bioindicador Cucumis sativus ao longo do perfil das colunas. As avaliações de injúria do bioindicador foram realizadas 21 dias após a semeadura. Os resultados indicaram que no solo de textura argilosa, o diuron apresentou baixo potencial de lixiviação, provocando injúrias perceptíveis nas plantas do bioindicador semeadas até a profundidade de 10-15 cm apenas quando lâminas de ≥ 80mm foram aplicadas. No solo arenoso, as injúrias no bioindicador foram perceptíveis até a camada de 15-20 cm após a aplicação de lâminas > 60 mm. Em relação à mistura formulada, verificou-se que no solo argiloso houve injúrias no bioindicador até 25-30 cm de profundidade nas lâminas de 80 e 100 mm. No solo arenoso, também observou-se lixiviação ao longo de toda a extensão das colunas, com lâminas > 60 mm. Concluiu-se que houve maior lixiviação para [diuron+hexazinone+sulfometuron] em relação à aplicação isolada de diuron. Para ambos os herbicidas, houve maior lixiviação no solo arenoso do que no solo argiloso. PALAVRAS-CHAVE: bioensaio, mobilidade, contaminação, lâminas. 24 ABSTRACT Leaching Potential of the Herbicides Diuron and [Diuron+Hexazinone+Sulfometuron] in Soils with Contrasting Texture Leaching of herbicides in soil is a key factor to determine both persistence and potential of such chemicals to contaminate groundwater. This research was carried out to evaluate the leaching potential of two commonly sugarcane herbicides, applied to two soils of contrasting texture from Tangará da Serra - MT (Latossolo Vermelho - LV, clay texture) and Barra do Bugres - MT (Neossolo Quartzarênico – NQ, sandy texture), respectively. Herbicides diuron (LV – 3.0 kg ha-1 and NQ – 2.0 kg ha-1) and [diuron+hexazinone+sulfometuron] (LV – 2.6 kg ha-1 and NQ – 1.8 kg ha-1) were applied on top of 30 cm-soil columns. Simulated rainfall depths of 0, 20, 40, 60, 80 and 100 mm were applied after herbicide spraying. After simulated rainfall, columns were cut and separated longwise and a bioindicator (Cucumis sativus) was sown along the column profile. Bioindicator injuries were evaluated 21 days after sowing. Diuron had limited leaching in clay soil and injuries in bioindicator were found up to 10-15 cm depth layer when depths ≥ 80 mm were applied. In sandy soil, injuries in bioindicator were evident up to 15-20 cm depth layer after application of water depths > 60 mm. In relation to the formulated mixture [diuron+hexazinone+sulfometuron], bioindicator injuries were found up to 25-30 cm depth layer with water depths of 80 and 100 mm. In Sandy soil, leaching was also evident along the entire length of soil column water application of water depths > 60 mm. The evidences lead to the conclusion that leaching was more intense for [diuron+hexazinone+sulfometuron] as compared to diuron alone. For both herbicides, leaching was more intense in Sandy soil, as compared to clay soil. KEYWORDS: bioassay, mobility, control, layers. 25 1. INTRODUÇÃO O uso crescente e indiscriminado de agrotóxicos tem suscitado preocupações quanto à liberação inadequada desses compostos no ambiente. De modo particular, o uso intensivo de herbicidas visando o controle das plantas daninhas no cultivo de canade-açúcar tem contribuído para aumento dos relatos referentes à incorporação de resíduos destes compostos às águas superficiais e subterrâneas (DANTAS et al., 2009). Desta forma, o conhecimento dos fenômenos que governam o comportamento dos herbicidas é fundamental para a compreensão do seu destino no ambiente, especialmente em relação ao processo de lixiviação no solo (ANDRADE et al., 2010). Tal processo caracteriza-se como a principal forma de transporte dos herbicidas, pelo movimento descendente dos produtos na matriz do solo em fluxo em massa, juntamente com a água do solo (ZAPPAROLI, 2009). Segundo Bachega et al. (2009), a lixiviação é necessária para que o herbicida atinja as camadas superficiais do perfil do solo, em profundidades suficientes para atuar no banco de sementes de plantas daninhas. No entanto, lixiviação excessiva no perfil do solo pode contribuir para a retirada do herbicida da camada de interesse no solo e para sua migração para profundidades que podem contaminar mananciais subsuperficiais de água. A maioria dos herbicidas aplicados em pré-emergência utilizados em cana-deaçúcar apresenta alta mobilidade, podendo maximizar as chances de contaminação do lençol freático. O potencial de lixiviação é influenciado pelas características físico-químicas do herbicida, seja ele iônico (básico ou ácido) ou não-iônico (neutro). Por outro lado, as peculiaridades do solo e clima da região interferem na velocidade da degradação do herbicida no solo e na sua movimentação de acordo com o fluxo de água (INOUE et al., 2003). Os herbicidas diuron e [diuron+hexazinone+sulfometuron] são recomendados para o controle em pré-emergência de plantas daninhas na cultura de cana-de-açúcar. O diuron pertence ao grupo químico dos derivados da uréia e seu mecanismo de ação atua no Fotossistema II, interrompendo o processo de fotossíntese pela ligação de suas moléculas ao sítio de ligação da quinona Qb. Seu comportamento é dependente das 26 características dos solos, sendo pouco móvel quando adsorvido aos colóides e a matéria orgânica (DIAS et al., 2003; PIRES; OLIVEIRA, 2011). O hexazinone integra o grupo químico das triazinonas e, de modo semelhante ao diuron, paralisa a fotossíntese (PIRES; OLIVEIRA, 2011). Distingue-se pela sua alta mobilidade em decorrência de sua elevada solubilidade, apresentando lixiviação mesmo em solos com maior teor de argila e de matéria orgânica (CABRAL, 2002). O sulfometuron pertence ao grupo químico das sulfoniluréias, cujo mecanismo de ação é a inibição da acetolactato sintase (ALS ou AHAS). O bloqueio da atuação desta enzima leva à inibição da síntese de aminoácidos essenciais como valina, leucina e isoleucina. Por se tratar de um herbicida que se dissocia como um ácido fraco, a propriedade principal do solo que afeta a mobilidade do sulfometuron é o pH. Neste caso, em ambientes cujo pH seja inferior ao pKa (5,2 - SENSEMAN, 2007), predomina a forma não iônica (neutra). Sob condições de pH acima de 5,2, passa a predominar a forma dissociada (aniônica). Portanto, à medida que o pH se eleva, aumenta a possibilidade de lixiviação desta molécula, o que, associado à sua alta solubilidade em água (1627 mg L-1, pH 7,0) (SENSEMAN, 2007), pode representar uma condição predisponente à intensificação da lixiviação (MICHAEL, 2002; SONDHIA, 2009). Neste sentido, objetivou-se no trabalho avaliar o potencial de lixiviação de diuron e [diuron+hexazinone+sulfometuron] visando compreender o comportamento destas moléculas em solos com texturas contrastantes. 2. MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), no Campus de Tangará da Serra-MT, situada na rodovia MT 358, Km 07. Para tanto, foram utilizadas amostras de solos com texturas contrastantes provenientes dos municípios de Tangará da Serra – MT (textura argilosa) e de Barra do Bugres – MT (textura arenosa), sendo classificados respectivamente, como Latossolo Vermelho (LV) e Neossolo Quartzarênico (NQ) (EMBRAPA, 1999). As características físico-químicas de ambos os solos encontram-se na Tabela 1. As amostras foram coletadas a uma profundidade de 5-10 cm, removendo os resíduos presentes na superfície do solo, peneirando-o até obter a quantidade necessária para o preenchimento das colunas. 27 Tabela 1 – Características físico-químicas das amostras de solos utilizadas nos experimentos Al3+ Ph Solo H++Al3+ Ca 2++Mg 2+ ______________________ Ca2+ K+ cmolcdm-3 ________________________ CaCl2 H2O LV1/ 4,9 4,2 0,7 4,4 0,7 0,5 0,2 NQ2/ 5,7 5,0 0 1,5 1,1 0,7 0,39 P M.O. CTC V Areia Silte Argila mg dm-3 g dm-3 cmolc dm-3 % 1,2 18,7 5,1 14,7 329 117 554 11,1 5,00 2,7 44,5 829 33 138 g kg -1 1/ LV = Latossolo Vermelho (textura argilosa); 2/NQ = Neossolo Quartzarênico (textura arenosa). Fonte: Laboratório Agro Análise, Cuiabá, MT. As aplicações dos herbicidas [diuron+hexazinone+sulfometuron] foram diuron feitas e da mistura formulada com um pulverizador costal pressurizado por CO2, com bicos tipo leque XR110.02, mantidos à pressão de trabalho de 2 kgf cm-2, resultando em volume de calda de 200 L ha-1, com temperaturas inferiores à 35ºC e umidade relativa superior a 60%, seguindo as doses recomendadas para cada textura de solo, de acordo com Rodrigues e Almeida (2011), no caso do diuron e a mistura formulada de acordo com o fabricante do produto. Foram conduzidos simultaneamente quatro experimentos. Em cada experimento foi aplicado um herbicida (diuron ou [diuron+hexazinone+sulfometuron]) e um solo (argiloso ou arenoso). Para cada experimento, adotou-se um esquema fatorial 6x6, num delineamento em blocos casualizados com três repetições. Os fatores estudados foram os níveis de precipitação (0, 20, 40, 60, 80 e 100 mm) e as profundidades das colunas (0-5, 5-10, 10-15, 15-20, 20-25 e 25-30 cm). O potencial de lixiviação do diuron e da mistura formulada [diuron+ hexazinone+sulfometuron] foi avaliado por meio de colunas de solos. Colunas de PVC (30 cm de altura e 10 cm de diâmetro) foram parafinadas, a fim de garantir a sua impermeabilização, sendo a base de cada coluna vedada com sombrite, propendendo 28 reter solo. As amostras de solo provenientes de Barra do Bugres e Tangará da Serra – MT foram peneiradas, secas ao ar e devidamente acondicionadas nas colunas de PVC. Posteriormente, as colunas foram umedecidas por capilaridade durante 24 horas, quando o solo se apresentava saturado até o topo da coluna. A seguir, as colunas foram mantidas na bancada da casa-de-vegetação por mais 24 horas para drenagem do excesso de água. Os herbicidas diuron (LV 3,0 kg ha-1 e NQ 2,0 kg ha-1) e [diuron+hexazinone+sulfometuron] (LV 2,6 kg ha-1 e NQ 1,8 kg ha-1) foram aplicados no topo das colunas a uma distância de 50 cm entre a barra de aplicação e a borda superior das colunas. Após a aplicação dos herbicidas, foram simuladas precipitações de 20, 40, 60, 80 e 100 mm, além da testemunha (zero mm). Vinte e quatro horas após a aplicação, as colunas foram seccionadas longitudinalmente com o auxílio de uma serra-mármore, separando-as em duas partes. Em seguida, semeou-se ao longo do perfil de cada metade do tubo a espécie bioindicadora (Cucumis sativus), escolhida por apresentar maior sensibilidade aos herbicidas em ensaios preliminares. As colunas foram mantidas em condições favoráveis para o desenvolvimento das plantas mediante a aplicação de irrigações diárias. Decorridos 21 dias após a semeadura (DAS), foram efetuadas avaliações visuais de injúria de plântulas de C. sativus, nas diferentes camadas de profundidade das colunas (0-5, 5-10, 10-15, 15-20, 20-25 e 25-30 cm). Utilizou-se critérios qualitativos de controle, por meio de escala percentual de notas, em que 0 corresponde a nenhuma injúria na planta e 100% equivale à morte de todas as plantas (SBCPD, 1995). Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas utilizando o teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade (SAEG, 1997). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados visando avaliar o potencial de lixiviação do herbicida diuron em amostras de solo com texturas arenosa (NQ) e argilosa (LV) são apresentados respectivamente nas Tabelas 2 e 3. Nas amostras de solos de textura arenosa (NQ), observou-se que nas lâminas de 0 a 40 mm, a injúria do bioindicador promovida pelo diuron não ultrapassou a camada de 10-15 cm (Tabela 2). Entretanto, as lâminas d’água 29 iguais ou superiores a 60 mm, resultaram em maior movimentação ao longo do perfil do solo e fizeram com que o herbicida atingisse a camada de 15-20 cm de profundidade (Tabela 2). As plantas do bioindicador apresentaram menor injúria para a lâmina de 60 mm, sendo maiores na mesma camada para a lâmina de 100 mm (Tabela 2). Resultados semelhantes foram obtidos por Inoue et al. (2008), usando amostras de Latossolo Vermelho distrófico (textura franco-arenosa) e Latossolo Vermelho distroférrico (textura argilosa), com a aplicação de diuron (1,6 e 3,2 kg ha-1). Os autores concluíram que lâminas de água superiores a 60 mm promoveram a movimentação do herbicida nas amostras de solo arenoso. Entretanto, para o solo de textura argilosa, independente da lâmina aplicada, a movimentação do diuron se restringiu à camada superficial (0-5 cm). Tabela 2 – Grau de injúria das plantas de Cucumis sativus cultivadas nas colunas com amostras de solo com textura arenosa após a aplicação de diuron (2,0 kg ha-1) Lâmina aplicada (mm) Profundidade na coluna (cm) 0 0-5 100 Aa 5-10 20 10-15 3,3 Cb 20 100 40 Aa 100 60 80 100 100 Aa 100 Aa Aa 100 Aa Bc 23,3 Bc 26,6 Bc 70 Bb 76,6 Bb 93,3 Aa 6,6 Cb 10 Cb 13,3 Ca 16,6 Ca 20 Ba 15-20 0 Ca 0 Ca 0 Ca 3,3 Ca 6,6 Da 13,3 Ba 20-25 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Da 0 Ca 25-30 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Da 0 Ca As médias seguidas de uma mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. C.V. = 24,65% O Neossolo Quartzarênico (NQ) utilizado possui características que influenciam o comportamento do diuron, tais como baixo teor de argila (138 g kg-1) e de matéria orgânica (5 g dm-3). Segundo Liu et al. (2010), em solos com pouca palhada, como os arenosos, a percolação destas moléculas pode ocorrer, facilitando a sua disponibilização na solução do solo, tornando-o passível ao transporte e posterior infiltração no lençol freático. Estudos realizados por Pessoa et al. (2003) com diuron (2,5 kg ha-1) em Latossolo Vermelho Eutroférrico (LVef), Latossolo Vermelho Distrófico (LVd) e 30 Neossolo Quartzarênico, revelaram que o risco de contaminação das águas subterrâneas pelo diuron é baixo, uma vez que o produto esteve presente nas camadas mais próximas a superfície dos solos. Contudo, pelo fato do LVef apresentar maior teor de argila e matéria orgânica do que o encontrado no LVd, houve a maior retenção do herbicida e a lixiviação mais evidente no LVd. Assim, solos com altos teores de matéria orgânica e substâncias húmicas proporcionam maior interação hidrofóbica com as moléculas do herbicida, contribuindo para maior sorção e formação de resíduos ligados. Consequentemente, a movimentação vertical na matriz do solo é menor (PRATA; LAVORENTI, 2000). No solo com textura argilosa (LV), não houve evidência de arraste vertical das moléculas de diuron abaixo das camadas de 5-10 cm, para lâminas de até 60 mm (Tabela 3). Nas colunas que receberam lâminas de 80 e 100 mm, as plantas bioindicadoras apresentaram pouca fitointoxicação na camada de 10-15 cm de profundidade (Tabela 3). Tabela 3 – Grau de injúria das plantas de Cucumis sativus cultivadas nas colunas com amostras de solo com textura argilosa após a aplicação de diuron (3,0 kg ha-1) Lâmina aplicada (mm) Profundidade na coluna (cm) 0 0-5 100 Aa 5-10 20 100 40 Aa 100 60 80 100 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 10 Bb 13,3 Bb 16,6 Bb 20 Ba 23,3 Ba 26,6 Ba 10-15 0 Cb 0 Cb 0 Cb 0 Cb 3,3 Ca 6,6 Ca 15-20 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Da 20-25 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Da 25-30 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Ca 0 Da As médias seguidas de uma mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. C.V. = 19,86% Os resultados encontrados indicam que em solos de textura argilosa as moléculas de diuron ficam retidas principalmente na camada superficial (0-5 cm de profundidade). A menor movimentação do diuron no solo de textura argilosa deve-se, provavelmente, as suas propriedades físico-químicas, como alto teor de carbono 31 orgânico (18,7 g dm-3) e de argila (554 g kg-1), o que causou maior sorção do herbicida. Há indícios que a interação hidrofóbica entre o diuron e a matéria orgânica do solo seja um componente importante na sua sorção do solo (INOUE et al., 2008). Em solos argilosos (Latossolo Vermelho, 560 g kg-1 de argila), Inoue et al. (2008) também constataram movimentação de diuron apenas na camada superficial, com lâminas entre 0 a 80 mm de água. Diversos estudos mostram que o comportamento sortivo do diuron apresenta correlação significativa com os teores de matéria orgânica e CTC do solo (GROVER, 1975; PECK et al., 1980; SPURLOCK; BIGGAR, 1994; ROCHA et al., 2006). Assim, solos com baixos teores de matéria orgânica apresentam maior potencial de lixiviação do herbicida. Neste sentido, a estimativa do potencial de lixiviação segundo o índice de GUS proposto por Gustafson (1989), classifica o diuron como de mobilidade intermediária, apresentando um GUS de 2,6. Diante deste contexto, o diuron não apresenta grandes riscos de contaminação ambiental uma vez que apresenta um potencial limitado de lixiviação no solo, mesmo sob elevada intensidade de precipitação simulada logo após a aplicação do herbicida. Nas Tabelas 4 e 5 são apresentados os resultados das avaliações de injúria de C. sativus após aplicação da mistura [diuron+hexazinone+sulfometuron] nos solos de textura arenosa (NQ) e argilosa (LV), evidenciando que houve lixiviação em ambos os solos. Nas amostras de solo de textura arenosa (NQ), observou-se movimentação descendente da mistura na lâmina de 0 mm até a camada de 10-15 cm de profundidade, havendo injúria aparente do bioindicador (Tabela 4). Entretanto, a aplicação da lâmina de 20 mm proporcionou arraste das moléculas de [diuron+hexazinone+sulfometuron] até a camada de 15-20 cm, enquanto que na lâmina de 40 mm ocorreu lixiviação aparente até a camada de 20-25 cm (Tabela 4). As evidências indicam que lâminas > 60 mm promoveram a lixiviação aparente da mistura por todos os 30 cm de comprimento das colunas, evidenciando maior injúria da planta bioindicadora na lâmina de 100 mm (Tabela 4). 32 Tabela 4 – Grau de injúria das plantas de Cucumis sativus cultivadas nas colunas com amostras de solo com textura arenosa após a aplicação da mistura de diuron+hexazinone+sulfometuron (1,8 kg ha-1) Lâmina aplicada (mm) Profundidade na coluna (cm) 0 0-5 96,6 Aa 20 40 60 80 100 100 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 5-10 30 Bb 100 Aa 100 Aa 100 Aa 10-15 10 Ce 30 Bd 40 Bc 90 Bb 96,6 Aa 100 Aa 15-20 0 Df 20 Ce 30 Cd 80 Cc 90 Bb 100 Aa 20-25 0 De 0 De 10 Dd 53,3 Dc 70 Cb 83,3 Ba 25-30 0 Dc 0 Dc 0 Ec 16,6 Eb 23,3 Db 70 Ca As médias seguidas de uma mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. C.V. = 8,10% As características do NQ como teor de areia (829 g kg-1), argila (138 g kg-1) e matéria orgânica (5 g dm-3) são aspectos que contribuem com a baixa sorção de hexazinone. Em 1979 nos EUA, análises de solo e água detectavam constantemente a presença de hexazinone no solo de florestas e bacias hidrográficas do Estado da Geórgia, restringido o seu uso no país (MAYACK et al., 1982). Consequentemente, a injúria do bioindicador pode ser observada em maiores profundidades no solo de textura arenosa, devido ao fato de que o sulfometuron comporta-se como um ácido fraco, e sua carga líquida varia com o pH do solo. Além disso, sua solubilidade em água também varia com o pH. Desta forma, ele é cerca de dez vezes mais solúvel em pH neutro do que em pH mais ácido (BLAIR; MARTIN, 1988). Deste modo, se pH do solo está acima de 5,2, sendo maior que o seu pKa, predomina sua forma aniônica, fazendo com que as moléculas sejam repelidas pelas cargas dos colóides minerais e orgânicos, tornando-o disponível a solução do solo (KOSKINEN, 1996). Assim, estando com o pH do solo próximo a alcalinidade, o herbicida tende a estar na forma dissociada (aniônica), condição que favorece o processo de lixiviação (GOMES et al., 2008; SILVA et al. 2011). Portanto, como no Neossolo Quartzarênico o pH é 5,7 houve uma contribuição para maior movimentação dos herbicidas no solo. 33 Lym e Swenson (1991) observaram que em solo franco-arenoso com pH 7,8 o sulfometuron demonstrou potencial de lixiviação até a 50 cm de profundidade, entretanto, em solo barro-pedregoso e franco-argiloso, com pH 6,8 e 6,1 respectivamente, o produto lixiviou até 35 cm de profundidade. A sorção do sulfometuron a seis solos do Brasil (Carbono orgânico variando entre 0,35 e 7,45 %, teor de argila de 6 a 75% e pH 4,5 a 6,3) foi considerada como a mais baixa entre três sulfoniluréias avaliadas (OLIVEIRA JR. et al., 2001). Neste trabalho também ficou evidente que a sorção deste herbicida em solos do Brasil é bastante baixa, e que os coeficientes de sorção do sulfometuron em solos típicos do Brasil eram consistentemente menores do que aquele observados para solos de clima temperado. No solo de textura argilosa (LV), a mistura [diuron+hexazinone+sulfometuron] apresentou mobilidade aparente até a camada de 10-15 cm para a lâmina de 0 mm (Tabela 5). Nas lâminas de 20 e 40 mm detectou-se lixiviação até a camada de 15-20 cm de profundidade, enquanto na lâmina de 60 mm, a mistura movimentou-se até a camada de 20-25 cm (Tabela 5). Por outro lado, sob lâminas de 80 e 100 mm, evidenciou-se arraste vertical da mistura ao longo de toda extensão das colunas (Tabela 5). Tal resultado indica que em amostras de solos com textura argilosa, Latossolo Vermelho (LV), a associação dos herbicidas demonstrou elevado potencial de lixiviação, com a aplicação de lâminas maiores. Acredita-se que a presença do diuron em sua composição não interferiu significativamente no comportamento da mistura, em função dos resultados obtidos para aplicação isolada do diuron. 34 Tabela 5 – Grau de injúria das plantas de Cucumis sativus cultivadas nas colunas com amostras de solo com textura argilosa após a aplicação da mistura de diuron+hexazinone+sulfometuron (2,6 kg ha-1) Lâmina aplicada (mm) Profundidade na coluna (cm) 0 0-5 96,6 Aa 20 100 40 60 80 100 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 5-10 20 Bc 96,6 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 10-15 6,6 Cc 30 Bb 30 Bb 30 Bb 100 Aa 100 Aa 15-20 0 Dd 10 Cc 20 Cb 20 Cb 100 Aa 100 Aa 20-25 0 Dd 0 Cd 0 Dd 10 Dc 20 Bb 30 Ba 25-30 0 Db 0 Cb 0 Db 0 Eb 10 Ca Ca 10 As médias seguidas de uma mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. C.V. = 2,81% O hexazinone é considerado uma molécula não iônica, isto é, não apresenta variação da carga líquida com variação do pH do meio. Desta forma, sua mobilidade no solo é controlada basicamente pelo complexo adsorvente composto pelo carbono orgânico e pela fração argila. O baixo coeficiente de adsorção do hexazinone pela argila e pela fração orgânica do solo, bem como sua alta solubilidade em água (33000 mg L-1 a 25ºC) influenciam no potencial de lixiviação. Isto permite que o herbicida permaneça em uma faixa mais profunda do perfil do solo e não apenas superficialmente (MELLO, 2008). Mesmo quando aplicado em solos com maior teor de argila e de matéria orgânica o herbicida hexazinone apresenta dessorção intensa em relação à sorção, pois este processo envolve mecanismos com menor quantidade de energia de ligação do que a sorção, sendo comum a presença deste produto na solução do solo, estando, portanto, passível à lixiviação (ARSEGO, 2009). Monquero et al. (2008) realizaram aplicações da mistura de -1 [diuron+hexazinone] (1,17 + 330 g ha ) em solos com textura argilosa e média e constataram que simulações de 80 mm proporcionaram até 60% de controle de Cucumis sativus na camada de 30 cm. Os autores relataram ainda que o alto potencial de lixiviação da mistura, aliada à utilização em solos com baixa capacidade de retenção, 35 levou ao favorecimento de uma situação de risco acentuado de contaminação de águas subterrâneas. 4. CONCLUSÃO Os resultados obtidos ressaltam a diferença no comportamento dos herbicidas em relação às características dos solos e lâminas aplicadas. Além disso, as propriedades químicas de cada herbicida interferiram no processo de lixiviação. O diuron apresentou mobilidade limitada, e mesmo em solo arenoso com baixo teor de matéria orgânica e argila, sua percolação não ultrapassou 20 cm profundidade, com a aplicação de lâminas de 80 e 100 mm. Entretanto, a mistura [diuron+hexazinone+sulfometuron] apresentou movimentação mais pronunciada ao longo das colunas para ambos os solos. Em amostras de solos de textura arenosa atingiu a profundidade de 30 cm após simulação de lâminas > 60 mm e em solos de textura argilosa com lâminas de água > 80 mm. 36 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, S.R.B.; SILVA, A.A.;QUEIROZ, M.E.L.R.; LIMA, C.F.; D’ANTONINO, L. Sorção e dessorção do ametryn em Argissolo Vermelho-Amarelo e Latossolo Vermelho-Amarelo com diferentes valores de pH. Planta Daninha, Viçosa-MG, v.28, n.1, p.177-184, 2010. ARSEGO, I.B. Sorção dos herbicidas diuron e hexazinone em solos de texturas contrastantes. 2009. 66p. Dissertação (Mestrado em Agronomia), Faculdade de Agronomia, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba-SP, 2009. BACHEGA, T.F.; PAVANI, M.CM.D.; ALVES, P.L.C.A.; SAES, L.P.; BOSCHIERO, M. Lixiviação de sulfentrazone e amicarbazone em colunas de solo com adição de óleo mineral. 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