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AMOSTRAGEM DE BTEX EM ÁGUA SUBTERRÂNEA:
COMPARAÇÃO DE RESULTADOS E O GERENCIAMENTO DE
ÁREAS CONTAMINADAS
Marlon Pontonico Lima - Engenheiro Ambiental pelo Centro Universitário UniSEB;
Engenheiro na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM;
[email protected]; Giovanni Chaves Penner -Professor Doutor no Centro
Universitário UniSEB e Consultor Ambiental. [email protected]
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi verificar a influência dos tipos de amostragens para água
subterrânea chamadas baixa vazão (bombas de bexiga e peristáltica), amostragem passiva
(Diffusion Bag) e o amostrador descartável Bailer na coleta de amostras em áreas
contaminadas por hidrocarbonetos de petróleo. Nesse estudo foram selecionados dois poços
de monitoramento, sendo um com baixas e outro com altas concentrações de hidrocarbonetos,
comprovadamente contaminada por BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e Xilenos). Foram
tomadas amostras nos dois poços de monitoramento através das técnicas citadas e comparadas
entre si. Através da comparação dos dados apresentados neste trabalho, observou-se que no
poço com altas concentrações de hidrocarbonetos, o método utilizado para amostragem pouco
influenciou nos resultados, de forma que os valores obtidos para todas as técnicas estudadas
tem a mesma representatividade. Em relação ao poço com baixas concentrações dos
compostos BTEX, os resultados do método Bailer não se mostrou correlato com os resultados
obtidos pelas metodologias Diffusion Bag, baixa vazão por bombas de bexiga e peristáltica,
de forma que estes métodos quando comparados entre si mostraram valores representativos.
Estes resultados são indicativos de que quando a amostragem é feita com critérios, pouco
influencia nos resultados apresentados.
Palavras-chaves: áreas contaminadas, amostragem de água subterrânea, Bailer, baixa vazão,
amostragem passiva.
1
Introdução
A utilização de normas técnicas, procedimentos e o emprego da técnica correta na
amostragem de águas subterrâneas, em áreas que estão sob investigação ambiental, são de
fundamental importância para que os estudos hidrogeoquímicos sejam considerados
consistentes.
A qualidade dos resultados analíticos encontrados a partir de uma amostra de água
subterrânea depende diretamente das características construtivas do poço de monitoramento,
da técnica de amostragem adotada, do comportamento do contaminante em subsuperfície e do
critério técnico do profissional em campo.
LIMA, M.P.; PENNER, G.C. Amostragem De Btex Em Água Subterrânea: Comparação De Resultados E O Gerenciamento
De Áreas Contaminadas. Revista Científica Eletrônica Uniseb. N. 3. Ano 2. Ribeirão Preto, janeiro-julho, 2014. p. 247258.
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Com o passar dos anos, foram desenvolvidas diversas tecnologias para a atividade de
amostragem de água subterrânea; atualmente as mais utilizadas são as técnicas chamadas
baixa vazão (bombas de bexiga e peristáltica), amostragem passiva (Diffusion Bag) e o
amostrador descartável, Bailer. O objetivo destas tecnologias é proporcionar a obtenção de
resultados precisos e representativos do local em estudo.
Dada à importância dessa etapa no diagnóstico de uma área contaminada, realizou-se
um estudo comparativo entre os métodos de amostragem de água subterrânea mais utilizados,
Bailer, Diffusion Bag, baixa vazão através de bomba peristáltica e bomba de bexiga. Com o
intuito de apontar a representatividade das técnicas citadas, na amostragem de água
subterrânea contaminada por hidrocarbonetos de petróleo, quando comparados os resultados
destas entre si.
A área selecionada trata-se de um posto de abastecimento de combustíveis, localizado
na cidade de São Paulo-SP. O local passou por um evento de vazamento em um de seus
tanques de armazenamento de gasolina, ocasionando a contaminação do solo e da água
subterrânea. Para a amostragem foram utilizadas as técnicas citadas acima. Optou-se por
selecionar dois poços de monitoramento, um com maiores e outro com menores
concentrações dos compostos de interesse, sendo eles, Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e
Xilenos (BTEX).
2
Metodologia
A realização deste trabalho distinguiu-se em três etapas: (1) levantamento histórico de
informações sobre a área escolhida e conhecimento do caso, para um planejamento inicial de
campo e definição da sequência de amostragem; (2) execução dos trabalhos de campo e a
coleta de amostras de água subterrânea em dois poços previamente estabelecidos; e, por
último, (3) análise estatística e comparação entre as quatro técnicas de amostragem
empregadas.
As metodologias e critérios de amostragem seguiram a norma ABNT NBR 15847
(2010) - Amostragem de água subterrânea em poços de monitoramento – métodos de purga e
o Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas (CETESB, 2001).
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2.1
Pré-campo
A área selecionada trata-se de um posto de distribuição de combustível
comprovadamente contaminado e em processo de gerenciamento de seu passivo ambiental.
Desta forma, para efeito comparativo, foram selecionados dois poços de monitoramento para
realização das amostragens, sendo um com maiores concentrações e outro de menores
concentrações. Esta seleção foi possível devido o conhecimento pretérito da área estudada.
De posse do histórico ambiental, informações e caracterização da área de estudo e com
base em literatura definiu-se a sequência dos trabalhos de campo e tomada das amostras de
água subterrânea como sendo primeiramente a amostragem por difusão (Diffusion Bag),
seguida das metodologias de baixa vazão por bomba de bexiga e peristáltica e por último com
o amostrador convencional (Bailer).
Inicialmente os dois poços selecionados foram desenvolvidos com o auxilio de uma
bomba modelo Super Twister fabricada com plástico de engenharia de alta resistência, capaz
de bombear a profundidade de 18 mca, conectada a uma bateria veicular de 12 volts.
O equipamento descontaminado foi inserido no poço desejado, utilizando-se
mangueiras de descarga de polietileno descartáveis e novas.
O desenvolvimento começou com a bomba instalada logo abaixo do nível estático e
sua descida conforme o rebaixamento do nível d’água. Quando atingido o fundo do poço, o
bombeamento continuou até que a água saísse limpa ou com mínima turbidez (menor que 10
NTU) e completamente isenta de sólidos.
2.2
Amostragens em campo
Sete dias após ter sido realizado o desenvolvimento dos dois poços, iniciou-se o
processo de amostragem por difusão. A metodologia consistiu no preenchimento do
amostrador Equilibrator Diffusion Bag com água deionizada certificada pelo laboratório
responsável pelas análises químicas. Com o auxilio de uma fita de 20 metros graduada a cada
cinco milímetros posicionou-se lentamente o amostrador de difusão exatamente na metade da
seção filtrante do poço de monitoramento, deixando-o exposto ao meio por 15 dias corridos
conforme orientação do fabricante para renovação natural da água e troca osmótica com o
meio.
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Como mencionado, após 15 dias corridos do início dos trabalhos em campo foi
realizada a coleta das amostras de água subterrânea na área estudada para todas as técnicas
estudadas.
Primeiramente retirou-se o amostrador Equilibrator Diffusion Bag do interior dos
poços selecionados e transferiu-se a água lentamente para os frascos de vidro próprio para
compostos voláteis fornecidos pelo laboratório responsável.
Na sequência teve início o procedimento de amostragem por baixa vazão com bomba
de bexiga, porém antes foram adotados os procedimentos de limpeza do equipamento com
água deionizada e detergente neutro, enxaguado com água em abundancia.
Para a coleta com este método de baixa vazão, a bomba do tipo bexiga, junto com as
mangueiras de bombeamento e de ar comprimido, novas e descartáveis, foram posicionadas
lentamente até atingir a metade da seção filtrante do poço de monitoramento, a qual
novamente precisou-se do auxilio de uma fita métrica graduada a cada 5 milímetros, para
realização deste procedimento.
Com as mangueiras devidamente acopladas no cilindro de ar comprimido e no painel
controlador da marca Geoesfera modelo ABV-02, ajustou-se a vazão e tempo de ciclo para
aproximadamente 100 mL/min.
Durante a purga foi monitorado o rebaixamento do nível d’água com um medidor
eletrônico interface de água e óleo da marca Solinst modelo mini 122 de modo que não
excedesse 10 centímetros. Também foram monitorados os parâmetros físico-químicos
indicadores de qualidade com um medidor multiparâmetro da marca Hanna Instruments
modelo HI 9828. Os parâmetros monitorados foram temperatura (°C), condutividade elétrica
(C.E.), potencial hidrogeniônico (pH), potencial redox (Eh), oxigênio dissolvido (O.D) e
turbidez.
A estabilização dos parâmetros indicadores foi utilizada para determinar o momento
em que a água da formação foi acessada, eliminando a possibilidade de coleta de água
estagnada no poço e na região de pré-filtro.
Segundo ABNT (2010) a condutividade elétrica e o oxigênio dissolvido são os
parâmetros mais confiáveis para determinação da estabilização, por serem mais sensíveis a
possíveis interferências, por isso neste trabalho deu-se atenção especial a estes parâmetros.
O procedimento em campo para avaliação da estabilização dos parâmetros físicoquímicos foi calcular as variações de acordo com a primeira medição após a estabilização do
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nível d’água para os parâmetros condutividade elétrica e oxigênio dissolvido (três leituras
semelhantes). Os critérios utilizados em campo foram (ABNT, 2010):
(3)
Temperatura:± 0,50°C;
(4)
pH: ±0,20 unidades;
(5)
Condutividade: ±5,00% das leituras;
(6)
Oxigênio dissolvido: ±10,00% ou 0,20 mg/L (o que foi maior);
(7)
Potencial de redox: ±20,00 mV.
Para este trabalho foram adotadas leituras de 5 em 5 minutos, devido a célula de fluxo
ser de 500 mL e a vazão adotada de 100 mL/min, conforme determinação da norma ABNT
NBR 15847 (2010) Amostragem de água subterrânea em poços de monitoramento – métodos
de purga.
Após três leituras consecutivas com valores dentro dos critérios indicativos de
estabilização dos parâmetros, reduziu-se a vazão para coleta da amostra, em seguida foi
desconectada a mangueira da célula de fluxo e transferida a água subterrânea diretamente aos
frascos específicos para compostos voláteis. A amostra foi identificada e devidamente
acondicionada em gelo para posterior entrega ao laboratório.
Após este procedimento foi iniciado a coleta pelo método de baixa vazão com bomba
peristáltica. Este método consiste basicamente no mesmo princípio usado pelo método
anterior, através do auxílio de bombas succionadoras de vazão controlável, de maneira que
seja causado um rebaixamento mínimo na coluna d’água do poço amostrado.
Com a assistência de uma fita métrica colocou-se a bomba peristáltica da marca
Geotech Geopump modelo I e a mangueira de sucção na metade da seção filtrante, em seguida
ajustou-se a vazão para aproximadamente 100 mL/min e velocidade de rotação para 80 RPM.
Os critérios de estabilização dos parâmetros monitorados durante a amostragem foram
os mesmos utilizados na amostragem por baixa vazão com bomba de bexiga, descritos acima
e recomendados pela ABNT (2010).
A amostra também foi acondicionada em frasco específico para compostos voláteis
fornecido pelo laboratório responsável e identificada para seu rastreamento posterior no
laboratório e devidamente refrigerada com gelo em caixa térmica.
Por último realizou-se a amostragem pelo método de purga de volume determinado
com o amostrador descartável (Bailer).
Uma linha de polietileno de diâmetro aproximado de três milímetros foi amarrada à
alça na parte superior do amostrador convencional Bailer da marca Geoesfera. Então
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posicionou-se o amostrador lentamente dentro do poço até entrar em contato com a água
subterrânea. O próprio peso do amostrador fez com que ele se afundasse na água e, como a
pressão externa é maior que a pressão interna, a válvula inferior foi aberta e o preencheu com
a amostra.
Assim, quando o nível da água dentro do amostrador se equilibrou com o meio externo
a válvula foi fechada automaticamente impedindo a saída da amostra. Neste momento, o
amostrador foi retirado lentamente e com extremo cuidado do interior o poço.
A amostra foi transferida lentamente do amostrador, através de bicos especiais para
compostos voláteis, para os frascos fornecidos pelo laboratório responsável, identificada e
devidamente refrigerada em gelo.
Todos os procedimentos descritos acima foram repetidos para o poço de
monitoramento pré-definido com altas concentrações.
Imediatamente após as coletas, todos os fracos contendo as amostras já armazenadas
em caixas térmicas com gelo, visando sua preservação na temperatura de 4ºC (± 2ºC) de
acordo com o estabelecido pela CETESB (2001), foram entregues ao laboratório para análise
química de Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos (BTEX). Como forma de assegurar a
rastreabilidade das análises químicas, juntamente com as amostras foi encaminhada a Cadeia
de Custódia, contendo a identificação das amostras, matriz, data e hora das coletas.
2.3
Pós-campo – análise estatística e correlação dos dados
De posse dos resultados analíticos realizou-se uma análise estatística dos dados para
determinar o desvio padrão e a média das concentrações.
Para determinar a representatividade dos métodos de amostragem e correlação das
concentrações, esboçou-se um gráfico de dispersão onde no eixo horizontal colocou-se o
método que se deseja comparar e no eixo vertical o método comparado, também foi
adicionado à linha de tendência e R² (coeficiente de ajuste), onde quanto mais próximo de um
o coeficiente de ajuste melhor é a correlação das concentrações dos métodos comparados.
3
Resultados e Discussão
Nas Tabelas 1 e 2 são apresentadas as concentrações analíticas das amostras obtidas
pelas quatro metodologias empregadas neste trabalho.
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Com relação aos resultados analíticos das amostras de água subterrânea coletada no
poço de monitoramento pré-definido com altas concentrações pôde-se verificar que para o
composto Benzeno, a média e o desvio padrão dos dados foram, respectivamente, 1173,55
µg/L e 288,52 µg/L. Para o Tolueno pode-se observar a média de 1502,10 µg/L e o desvio
padrão de 421,76 µg/L. As concentrações do Etilbenzeno obtiveram média de 771,78 µg/L e
desvio padrão de 242,95 µg/L. Já para o composto m, p-Xilenos a média e o desvio padrão
dos dados foram, respectivamente, 1164,95 µg/L e 424,21 µg/L. Por último as concentrações
de o-Xilenos indicaram uma média de 1137,98 µg/L e desvio padrão de 333,83 µg/L.
Para o poço de monitoramento pré-definido com baixas concentrações verificou-se
que para o Benzeno a média de 313,83 µg/L e o desvio padrão de 106,83 µg/L. Para o
Tolueno pode-se observar a média de 19,45 µg/L e desvio padrão de 15,97 µg/L. As
concentrações do Etilbenzeno obtiveram média de 145,43 µg/L e desvio padrão de 146,49
µg/L. Já para o composto m, p-Xilenos a média e o desvio padrão foram, respectivamente,
166,28 µg/L e 217,20 µg/L. Por último as concentrações de o-Xilenos indicaram uma média
de 17,53 µg/L e o desvio padrão de 13,87 µg/L.
Para todos os compostos analisados, tanto para o poço com altas concentrações quanto
o poço com baixas concentrações dos compostos de interesse, os maiores valores encontrados
foram pela metodologia de com o amostrador Bailer e os menores valores foram pelo
Diffusion Bag.
Estes resultados são contrários ao conceito de que a amostragem para BTEX pelo
método convencional Bailer geram resultados imprecisos e menores quando comparados com
os outros métodos. A perda de voláteis pela inserção do amostrador no poço, quando feita
com critério e por profissional treinado mostrou-se mínima e indicam um cenário mais restrito
em função da segurança do ambiente e receptor exposto.
Tabela 1 - Resultados analíticos de BTEX para o poço com altas concentrações
Resultados Analíticos: BTEX
Poço com altas concentrações
Benzeno
µg/L
0,10
1,00
Diffusion
Bag
(DF-01)
808,20
Tolueno
µg/L
0,10
1,00
1022,40
1670,40
1321,10
1994,50
Etilbenzeno
µg/L
0,10
1,00
435,30
947,10
752,00
952,70
m, p-Xilenos
µg/L
0,10
1,00
639,70
1300,90
1068,30
1650,90
o-Xileno
µg/L
0,10
1,00
676,10
1268,70
1146,90
1460,20
Xilenos totais
µg/L
0,10
1,00
1315,80
2569,60
2215,20
3111,10
Parâmetros
Unidade
LD
LQ
B.
Bexiga
(BB-01)
1344,40
B.
Peristáltica
(BP-01)
1086,20
1455,40
Bailer
(BL-01)
LIMA, M.P.; PENNER, G.C. Amostragem De Btex Em Água Subterrânea: Comparação De Resultados E O Gerenciamento
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Tabela 2 - Resultados analíticos de BTEX para o poço com baixas concentrações
Resultados Analíticos: BTEX
Poço com altas concentrações
Parâmetros
Unidade
LD
LQ
Benzeno
µg/L
0,10
1,00
Diffusion
Bag
(DF-01)
180,20
304,40
B.
Peristáltica
(BP-01)
330,30
Tolueno
µg/L
0,10
1,00
6,80
12,90
15,30
42,80
Etilbenzeno
µg/L
0,10
1,00
22,10
71,30
134,20
354,10
m, p-Xilenos
µg/L
0,10
1,00
18,60
50,30
109,00
487,20
o-Xileno
µg/L
0,10
1,00
2,40
16,70
15,00
36,00
Xilenos totais
µg/L
0,10
1,00
21,00
67,00
124,00
523,20
B. Bexiga
(BB-01)
Bailer
(BL-01)
440,40
Para verificar a correlação dos métodos de amostragem foi esboçado um gráfico de
dispersão no qual se colocou no eixo horizontal o método que se deseja comparar e no eixo
vertical o método comparado, também foi adicionado à linha de tendência e R² (coeficiente de
ajuste), conforme apresentado na Figura 1. Dessa forma todos os métodos foram comparados
entre si e indicaram seus coeficientes de ajuste em relação ao tipo de metodologia empregado
para amostragem.
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Figura 1 – Gráficos de comparação das técnicas de amostragem e coeficiente de correlação.
COMPARAÇÂO DOS MÉTODOS COM DIFFUSION BAG
COMPARAÇÂO DOS MÉTODOS COM BOMBA DE BEXIGA
BTEX
BTEX
1800
1200
y = 0,8235x - 359,43
R² = 0,9511
1600
Bombna de Bexiga
1000
y = 1,155x + 478,95
R² = 0,9511
1400
1200
Diffusion Bag
800
1000
800
600
600
400
y = 1,6042x + 17,297
R² = 0,9897
400
y = 0,6169x - 10,195
R² = 0,9897
200
200
0
0
0
200
400
600
800
1000
1200
0
200
400
600
Diffusion Bag
BTEX Alta concentração
800
BTEX Alta concentração
BTEX
1400
1600
1800
1400
1200
1200
1000
800
600
y = 1,6191x + 46,247
R² = 0,8972
y = 0,769x + 70,381
R² = 0,9187
1600
1400
Bomba Peristáltica
Bombna de Peristáltica
1200
BTEX Baixa concentração
BTEX
y = 0,8736x + 449,12
R² = 0,8454
1600
400
1000
Bom ba de Bexiga
BTEX Baixa concentração
1000
800
600
y = 1,0307x + 26,839
R² = 0,9454
400
200
200
0
0
200
400
600
800
1000
0
1200
0
200
400
600
Diffusion Bag
BTEX Alta concentração
800
1000
1200
1400
1600
1800
Bom ba de Bexiga
BTEX Baixa concentração
BTEX Alta concentração
BTEX Baixa concentração
BTEX
BTEX
2500
2500
2000
2000
y = 1,4202x - 352,44
R² = 0,9353
y = 1,5436x + 397,01
R² = 0,7878
1500
Bailer
Bailer
1500
1000
1000
500
y = 1,0303x + 178,22
R² = 0,3314
500
y = 1,4939x + 203,35
R² = 0,268
0
0
0
200
400
600
800
1000
1200
0
200
400
Diffusion Bag
BTEX Alta concentração
600
800
BTEX Alta concentração
COMPARAÇÂO DOS MÉTODOS COM BOMBA PERISTÁLTICA
1400
1600
1800
BTEX Baixa concentração
BTEX
BTEX
1200
y = 0,9678x - 323,91
R² = 0,8454
1000
y = 0,5104x - 50,607
R² = 0,7878
1000
800
800
Diffusion Bag
Diffusion Bag
1200
COMPARAÇÂO DOS MÉTODOS COM BAILER
1200
600
600
400
400
y = 0,5541x - 20,894
R² = 0,8972
200
200
y = 0,1794x - 2,7857
R² = 0,268
0
0
0
200
400
600
800
1000
1200
0
1400
500
1000
1500
2000
2500
Bailer
Bom ba Peristáltica
BTEX Alta concentração
BTEX Alta concentração
BTEX Baixa concentração
BTEX Baixa concentração
BTEX
BTEX
1800
1800
y = 1,1947x + 22,07
R² = 0,9187
1600
1600
y = 0,6586x + 316,67
R² = 0,9353
1400
Bomba de Bexiga
1400
Bomba de bexiga
1000
Bom ba de Bexiga
BTEX Baixa concentração
1200
1000
800
600
y = 0,9172x - 19,641
R² = 0,9454
400
1200
1000
800
600
400
y = 0,3216x + 3,6011
R² = 0,3314
200
200
0
0
0
200
400
600
800
1000
1200
0
1400
500
1000
1500
2000
2500
Bailer
Bom ba Peristáltica
BTEX Alta concentração
BTEX Alta concentração
BTEX Baixa concentração
BTEX
BTEX Baixa concentração
BTEX
2500
1400
y = 1,7276x - 354,3
R² = 0,8908
1200
Bomba Peristáltica
2000
Bailer
1500
1000
y = 1,2474x + 121,47
R² = 0,5459
500
y = 0,5156x + 300,04
R² = 0,8908
1000
800
600
400
y = 0,4376x + 1,6831
R² = 0,5459
200
0
0
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0
500
1000
BTEX Alta concentração
BTEX Baixa concentração
1500
2000
Bailer
Bom ba Peristáltica
BTEX Alta concentração
BTEX Baixa concentração
LIMA, M.P.; PENNER, G.C. Amostragem De Btex Em Água Subterrânea: Comparação De Resultados E O Gerenciamento
FIGURA 1Eletrônica
- Gráficos de comparação
dos métodos
e coeficientes
de correlação.
De Áreas Contaminadas. Revista Científica
Uniseb.
N. utilizados
3. Ano
2. Ribeirão
Preto, janeiro-julho, 2014. p. 247258.
2500
256
Pela análise dos gráficos da Figura 1 pode-se verificar que a comparação do Diffusion
Bag com a amostragem por baixa vazão com bomba de bexiga apresentou correlação dos
dados para o poço com altas concentrações de 95% e para o poço com baixas concentrações
de 98%. Já quando comparado com a amostragem por baixa vazão com bomba peristáltica os
valores para altas e baixas concentrações foram, respectivamente, 84 e 89%. Para a
comparação com o Bailer estes valores caem para 78% e 26%, respectivamente, o que mostra
uma baixa correlação dos dados para o poço de baixas concentrações.
Através da comparação da amostragem por baixa vazão com bomba de bexiga com a
amostragem pela bomba peristáltica observou-se uma correlação de 91% para o poço com
altas concentrações e de 94% para o com baixas concentrações. Quando comparado com o
Bailer estes valores foram de 93 e 33%; Novamente observa-se uma baixa correlação dos
dados para o poço de baixas concentrações.
As concentrações da amostragem por baixa vazão com bomba peristáltica comparado
com as do Bailer indicaram uma correlação de 89% para o poço com altas concentrações e
54% para o com baixas concentrações.
As correlações descritas acima mostraram que para o poço com altas concentrações
independentemente do método escolhido, desde que feito com critérios e por um profissional
qualificado, os resultados tem a mesma representatividade e não há interferência nas
concentrações.
Já para o poço com baixas concentrações o método convencional Bailer mostrou-se
não correlato com as metodologias Diffusion Bag, baixa vazão por bomba de bexiga e por
bomba peristáltica, no entanto, como mencionado anteriormente as concentrações de Tolueno
e o-Xilenos são muito baixas e qualquer tipo de reação gera grande sensibilidade.
4
Conclusões e Recomendações
Pelos resultados obtidos neste trabalho pode-se verificar que para o poço com altas
concentrações de hidrocarbonetos independentemente do método escolhido, desde que a
amostragem seja feita de forma criteriosa, os dados verificados são correlacionáveis.
Já para o poço com baixas concentrações o método com o amostrador Bailer mostrouse não correlato com as metodologias Diffusion Bag, baixa vazão por bomba de bexiga e por
bomba peristáltica. Os demais métodos quando comparados entre si mostraram valores
representativos.
LIMA, M.P.; PENNER, G.C. Amostragem De Btex Em Água Subterrânea: Comparação De Resultados E O Gerenciamento
De Áreas Contaminadas. Revista Científica Eletrônica Uniseb. N. 3. Ano 2. Ribeirão Preto, janeiro-julho, 2014. p. 247258.
257
Este trabalho mostrou que o método de amostragem com o amostrador convencional
Bailer, quando utilizado corretamente e com critérios, é uma ferramenta precisa, confiável e
tão representativa para amostragem de água subterrânea para poços com altas concentrações
quanto os demais métodos. Porém para poços com baixas concentrações (abaixo dos valores
orientadores estabelecidos pela CETESB, 2005) apresentaram baixas correlações quando
comparado com os outros métodos.
Vale ressaltar que os resultados observados ao longo deste trabalho devem ser
encarados como indicativos e não conclusivos devido a pouca quantidade de amostras e dados
analisados, no entanto serviu perfeitamente para nortear trabalhos acadêmicos ou técnicos
futuros, que discutem a representatividade das técnicas empregadas para amostragem de água
subterrânea.
Sugere-se que seja testado o comportamento para outros tipos de compostos, maior
tempo de monitoramento, levando em conta a sazonalidade do ciclo hidrológico, diferentes
concentrações e um número amostral maior.
Como os resultados do Diffusion Bag mostraram concentrações menores para todos os
compostos analisados, recomenda-se que sejam testados diferentes dias de exposição no meio
do amostrador.
Ainda sugere-se a verificação da manutenção dos resultados após a realização da
purga de volume determinado conforme recomendado na Norma ABNT NBR 15847 (2010)
Amostragem de água subterrânea em poços de monitoramento – métodos de purga, visto que
neste trabalho não foi adotado este procedimento.
5
Agradecimentos
Ao laboratório Analytical Solutions por acreditar e fornecer todas as análises químicas,
sem as quais não seria possível a realização deste trabalho.
À Geoesfera Ambiental, em especial ao Vitório Populin, pelas oportunas manifestações
de companheirismo e de encorajamento, revisões, ensinamentos e pelo fornecimento de todo
material necessário para realização deste trabalho.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
LIMA, M.P.; PENNER, G.C. Amostragem De Btex Em Água Subterrânea: Comparação De Resultados E O Gerenciamento
De Áreas Contaminadas. Revista Científica Eletrônica Uniseb. N. 3. Ano 2. Ribeirão Preto, janeiro-julho, 2014. p. 247258.
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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.487 – Amostragem de
água subterrânea em poços de monitoramento – métodos de purga, 2010.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Decisão de Diretoria
nº 103/2007/C/E - Procedimento para Gerenciamento de Áreas Contaminadas. São Paulo, SP,
2007.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Decisão de Diretoria
nº 195-2005-E. Anexo Único - Valores orientadores para solos e águas subterrâneas no
Estado de São Paulo. São Paulo, SP, 2005.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Manual de Gerenciamento
de Áreas Contaminadas. CETESB, São Paulo, SP, 2001.
LIMA, M.P.; PENNER, G.C. Amostragem De Btex Em Água Subterrânea: Comparação De Resultados E O Gerenciamento
De Áreas Contaminadas. Revista Científica Eletrônica Uniseb. N. 3. Ano 2. Ribeirão Preto, janeiro-julho, 2014. p. 247258.
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