TEORIAS DO
ENVELHECIMENTO
Dra Silvana de Araújo
Médica Geriatra
Mestranda CLM
- UFMG
Particularidades do
envelhecimento

Variável nos diversos indivíduos

Variável entre os sistemas de um
mesmo indivíduo
Condições fundamentais nas
mudanças do envelhecimento
Devem ser deletérias: reduzir a
funcionalidade
- Devem ser progressivas: estabelecer
gradualmente
- Devem ser intrínsecas: o ambiente tem forte
influência sobre o aparecimento e velocidade
dessas mudanças, apesar de não ser a sua
causa
- Devem ser universais: dentro de uma mesma
espécie
-
BIOLOGIA DO
ENVELHECIMENTO





Poucos estudos
Poucos autores
Estudos muito recentes
Grande variedade de abordagens
Organismos vivos são sistemas
complexos, hierárquicos e não lineares
Dificuldades do estudo



Envelhecimento = sem definição clara
e de aceitação geral
Testagem das teorias demanda alto
custo e técnicas sofisticadas
O envelhecimento é um aspecto
complexo, mutifatorial
Classificação de Arking (1998)

Teorias intracelulares X intercelulares

Teorias estocásticas X sistêmicas
Teorias estocásticas
Os efeitos postulados por cada uma
das teorias (intracelulares e
intercelulares) ocorrem acidentalmente,
de forma aleatória
 Baseada na idéia de que danos
moleculares que ocorrem ao acaso
provocariam a deterioração encontrada
no envelhecimento

Teorias sistêmicas
Resultado das cascatas de
retroalimentação hierárquicas
 Eventos sequenciais e coordenados
que constituem o desenvolvimento dos
organismos
 Envolve participação genética e
ambiental

Princípio básico:


Nenhuma das teorias explica tudo
sobre o envelhecimento e
nenhuma delas pode ser rigorosamente
descartada
TEORIAS
ESTOCÁSTICAS
Tipos:








Teorias de Uso e Desgaste
Proteínas Alteradas
Mutações Somáticas
Erro Catastrófico
Desdiferenciação
Dano Oxidativo e Radicais Livres
Lipofuccina e o Acúmulo de Detritos
Mudanças Pós-tradução em Proteínas
Teoria de Uso e Desgaste
o acúmulo de agressões ambientais no
dia-a-dia levaria ao decréscimo gradual
da eficiência do organismo e, por fim, à
morte
 Críticas: teoria defasada, desatualizada.

Proteínas Alteradas

Modificações nas moléculas proteínas após
tradução ,dependentes do tempo, provocam :
 alterações conformacionais reversíveis ou
irreversíveis
 alterações na atividade enzimática
(ex: proteínas da hemácia e do cristalino)
 Modificações oxidativas
 Acúmulo de proteínas alteradas com a idade
Mutações Somáticas






Alteração da informação genética
Redução da eficiência da célula
Taxas de danos aleatórios que poderiam
tornar cromossomos inativos
Cromossomos de humanos idosos mais
frágeis que de jovens
Afeta genes da reparação de DNA e do ciclo
celular e a inativação gênica
Crítica: pouco suporte experimental
Erro catastrófico
-
Processos incorretos de transcrição e/ou
tradução de ac. Nucléicos reduziriam a
eficência celular
- Erro incide sobre outras moléculas que não o
DNA
- Críticas: resultados inconclusivos com
cobaias; preservação da transcrição e
translação com a idade; constância da
seqüência de aminoácidos de proteínas
fisiologicamente importantes
Desdiferenciação
Mecanismos errôneos de ativação e
repressão gênica fariam a célula
sintetizar proteínas desnecessárias,
reduzindo a eficiência celular.
 Crítica : ausência de comprovação
experimental

Dano Oxidativo e radicais livres
Danos intracelulares produzidos pelos
radicais livres (O2 maior fonte de
radicais livres)
 Produção incontrolada poderia dar
origem a lesão celular
  longevidade com antioxidantes

Dano Oxidativo e radicais livres
Crítica : Oxidação X Antioxidantes X
Envelhecimento : Sem comprovação
definitiva
“Há necessidade de evidências mais
diretas para se afirmar que os radicais
livres possam exercer papel central
como causa de envelhecimento.”

Lipofuccina e o acúmulo de
detritos
Lipofuccina: pigmento catanhoamarelado que se acumula nos
neurônios e cels. cardíacas
 Acúmulo intracelular de produtos do
metabolismo que não podem ser
destruídos ou eliminados
 Crítica : falta de evidência

Mudanças pós-tradução em
proteínas
Mudanças em macromoléculas
importantes (colágeno e elastina)
comprometeriam as funções dos
tecidos e reduziriam a eficiência celular
 Repercussões importantes em
praticamente todos os aspectos
morfológicos e fisiológicos do
organismo

Mudanças pós-tradução em
proteínas

Subgrupo desta teoria : Ligações cruzadas
entre moléculas de DNA e deste com
proteínas.
Ex: reação não enzimática de proteínas
(colágeno) com a glicose (glicosilação)
formando produtos que aumentam com a
idade
Ex: Hemoglobina + glicose
TEORIAS
SISTÊMICAS
Tipos:

1.
2.





Teorias metabólicas
Teoria da taxa de vida
Teoria do dano mitocondrial
Teorias genéticas
Apoptose
Fagocitose
Teorias neuroendócrinas
Teorias imunológicas
Teorias metabólicas
Taxa metabólica inversamente
proporcional ao peso do corpo
 Alterações da taxa metabólica
induzidas por temperatura ou dieta
produziriam mudanças correspondentes
na longevidade
 Taxa metabólica declina com a idade

Teoria da taxa de vida:

Relação inversa entre quantidade de
calorias consumidas e duração máxima de
vida.
Metabolismo consumo calorias
longevidade
Crítica : potencial metabólico difere entre
espécies e entre populações diferentes da
mesma espécie
Teorias do dano mitocondrial:
Danos cumulativos do oxigênio sobre a
mitocôndria levariam ao declínio no
desempenho fisiológico das células
 A produção de energia seria
comprometida devido à lesão das
estruturas da membrana mitocondrial
pelo dano oxidativo

Teorias Genéticas


Mudanças na expressão gênica
causariam modificações senescentes
nas células
Mecanismos básicos: enzimas de defesa
antioxidante, sistemas de controle da síntese
proteica e mudanças na expressão gênica
induzidas pela restrição calórica
 Avaliação experimental complexa
Apoptose
Morte celular programada induzida por
sinais extracelulares
 Os sinais parecem dirigir-se a um gene
ou conjunto de genes
 A falha em reprimir ou em induzir
apoptose parece ser responsável por
diversas doenças

Fagocitose

Células senescentes apresentariam
proteínas de membrana típicas, que as
identificariam e as marcariam como
alvo, para destruição por outras células
como os macrófagos
Teorias neuroendócrinas



A falência progressiva de células com
funções integradoras específicas
levaria ao colapso da homeostasia
corporal, à senescência e à morte
Eixo hipotalâmico-hipofisário e
sistema límbico
Regulação genética
Teorias Imunológicas

Redução quantitativa e qualitativa de
linfócitos (resposta imune) pode ser devida á
involução e envelhecimento do timo
 Timo: involução durante os primeiros 50 anos
de vida. Perda de 95% de sua massa
 maior incidência de doenças infecciosas e
neoplásicas associadas às alterações da
imunidade
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