café – cultura global Preparar. Saborear. Adorar. a business magazine from sandvikcoromant coromant uma revistaand de technology negócios e tecnologia da sandvik n.º2 2009 Vasili Dubrovski, chefe do departamento de ferramentas e equipamentos industriais da Fábrica de Tratores de Minsk. grandes desafios, soluções CERTEIRAS mais velocidade na produção de caRros preparando-se para o boom do petróleo no Brasil o crescimento dos tratores da Bielo-Rússia mudança é só o começo editorial O jeito certo de reduzir custos Acho que não é exagero afirmar que estamos passando por uma retração econômica mundial. Direta ou indiretamente, a crise financeira provocou e acelerou a situação que enfrentamos atualmente nos negócios. No momento, todos nós estamos ocupados em reduzir custos. Porém, além de continuar tocando os negócios, precisamos avaliar a situação a longo prazo e agir adequadamente para gerar futuras oportunidades. samir soudah Eu gostaria de salientar que, ao mesmo tempo em que tomamos essas medidas, é importante olharmos para além da redução de custos. Ninguém pode prever a duração da retração, mas algum dia os mercados voltarão a crescer. Por isso é importante continuar a investir em produtividade. Mesmo que os negócios estejam difíceis no momento, ainda há muitas oportunidades. Como podemos racionalizar nossos custos hoje, ao mesmo tempo em que investimos no PS 1: A indústria automobilística está lutando para lançar novos modelos a intervalos cada vez mais curtos. Ao examinar a fabricação das matrizes de estampar para as peças da carroceria, exclusivas de cada modelo, é possível economizar muito tempo. Leia mais às páginas 6 e 38! 2 metalworking world amanhã e continuamos a melhorar nossa competitividade? Qualquer empresa que possa fortalecer sua posição de mercado durante uma recessão terá boas chances de conseguir duas coisas: conquistar uma fatia do mercado e sair mais forte quando a recessão terminar, preparada para a retomada. econômica significa que, exceto pela redução de custos, todos precisam procurar novas maneiras de aumentar o faturamento. A marca de tratores Belarus, com sua unidade de montagem em Minsk, na Bielo- Uma retração “É importante continuar a investir em produtividade.” Rússia, está dominando o mercado russo. Desde sua criação logo após a Segunda Guerra Mundial, a empresa precisou aprender como se adaptar às mudanças do ambiente de negócios. Hoje ela está se preparando para volumes ainda maiores do que os milhares de itens que produz todos os anos. Leia essa história na íntegra à página 14. A empresa norte-americana Weatherford International tem uma fábrica em São Leopoldo, no Brasil. A fábrica passou os últimos anos investindo em soluções de usinagem mais eficientes. Agora que pode perder parte de seu mercado de exportação (como todo mundo), ela está pronta para fornecer peças à florescente indústria do petróleo no Brasil. Leia à página 8. Kenneth V Sundh Presidente da Sandvik Coromant PS 2: Como seria a nossa rotina de trabalho sem aquela primeira xícara de café? Será que conseguiríamos fazer alguma coisa sem a mágica bebida negra? Muitos de nós no mundo todo não conseguem nem imaginar isso. Leia mais sobre o café no artigo da página 32! Eduardo gil índice metalworking world N.º 2 2009 Tecnologia 6 reduzir para acelerar Usinagem mais rápida, menor tempo de máquinas paradas e menos manuseio aceleram o ritmo de fabricação de matrizes de estampar. 12 mais robusta, forte e tenaz 8 20 a produtividade alça vôo 4 7 A CoroMill 360 cria ótimas possibilidades de aprimoramento do faceamento ultrapesado na maioria dos materiais. Ao otimizar as ferramentas e a programação da usinagem de discos de turbinas, foi possível reduzir os tempos de ciclo para menos da metade. 30 É bom ficar frio Sistema de refrigeração sob alta pressão CoroTurn HP, lançado em outubro de 2007, tem ampliado continuamente as operações internas e externas. 38 Acelerando a produção de carros A fabricação de matrizes de estampar para as peças da carroceria de novos modelos de carro é um processo que consome muito tempo. Aqui estão as ferramentas que tornam a tarefa mais rápida. Sibele Tolentino e os outros trabalhadores da unidade da Weatherford International em São Leopoldo estão prontos para suprir a florescente indústria do petróleo no Brasil. NOTÍCIAS DE USINAGEM 20 Ele transforma pensamentos em ações 8 14 Abrindo novos caminhos 22 Suecos em uma parceria poderosa 26 o trabalho duro que compensa 32 O café mantém o mundo alerta 36 panorama da usinagem A força da Bielo-Rússia está nos tratores 32 7 Metalworking World é uma revista de negócios e tecnologia da AB Sandvik Coromant, 811 81 Sandviken, Suécia. Telefone: +46 (26) 26 60 00. A Metalworking World é publicada três vezes por ano em alemão, chinês, coreano, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, inglês americano, inglês britânico, italiano, japonês, polonês, português do Brasil, russo, sueco, tailandês e tcheco. A distribuição é gratuita para clientes da Sandvik Coromant mundialmente. Publicada pela Spoon Publishing em Estocolmo, Suécia. ISSN 1652-5825. pontus höök Editora-chefe e responsável legal na Suécia: Pernilla Eriksson. Executiva de conta: Christina Hoffmann. Gerente editorial: Johan Andersson. Diretor de arte: Erik Westin. Editor de imagens: Christer Jansson. Editor técnico: Christer Richt. Subeditora: Valerie Mindel. Coordenadora: Beate Tjernström. Coordenação de idiomas: Sergio Tenconi. Editora de português: Miriam Moraes Bengtsson. Tradutor: Carlos Teixeira. Layout: Nina Körnung. Pré-impressão: Markus Dahlstedt. Foto da capa: Jeremy Nicholl. Favor observar que não aceitamos originais não-solicitados. O conteúdo desta publicação só poderá ser reproduzido com permissão, que deve ser solicitada ao gerente editorial da Metalworking World. As matérias e opiniões expressas na Metalworking World não refletem necessariamente os pontos de vista da Sandvik Coromant ou da editora. Correspondências e pedidos de informação sobre a revista são bem-vindos. Contato: Metalworking World, Spoon Publishing AB, Kungstensgatan 21B, 113 57 Estocolmo, Suécia. Telefone: +46 (8) 442 96 20. E-mail: [email protected]. Informações sobre distribuição: Beate Tjernström, Sandvik Coromant. Telefone: +46 (26) 26 67 35. E-mail: [email protected] Impressa na Suécia por Sandvikens Tryckeri, em papel MultiArt Matt 115 gramas e MultiArt Gloss 200 gramas da Papyrus AB, com certificação ISO 14001 e registro EMAS. Coromant Capto, CoroMill, CoroCut, CoroPlex, CoroTurn, CoroThread, CoroDrill, CoroBore, CoroGrip, AutoTAS, GC e iLock são marcas registradas da Sandvik Coromant. Peça seu exemplar gratuito da Metalworking World enviando seu endereço para [email protected] A Metalworking World é publicada com objetivo meramente informativo. As informações fornecidas são de natureza genérica e não devem ser tratadas como recomendação ou como base para tomadas de decisão em casos específicos. Qualquer uso dessas informações é de total responsabilidade do usuário. A Sandvik Coromant não se responsabiliza por qualquer dano direto, acidental, conseqüencial ou indireto, resultante do uso das informações disponíveis na Metalworking World. metalworking world 3 notícias cinco perguntas para: Lars Hallberg, gerente de projeto global, Conceito de Reciclagem Sandvik Coromant Meio ambiente. Há dez anos a Sandvik Coromant recicla pastilhas de metal duro usadas por fabricantes do mundo todo. Hoje, ela recebe de volta cerca de 40% das pastilhas de metal duro vendidas. “Gastávamos muitas ferramentas e muito tempo. Estávamos sem saída.” Phillip Canipe, do distribuidor de ferramentas BC Tool and Carbide. Leia mais à página 26. … SABIA QUE os no setor estiment 12 … os inv o da Índia até 20 energétic vem atingir de e dólares d s e õ h il 150 bFonte: Confederaçãnoa.da India Indústria 4 metalworking world Na Sandvik Coromant, criamos um conceito que funciona no mundo todo e obedece as normas e os regulamentos de cada país.” Lars Hallberg samir soudah 1. Isso significa que quase uma em cada duas pastilhas vendidas pela Sandvik Coromant é reciclada? “Estatisticamente, sim, mas há enormes diferenças entre os países. Na Suécia, por exemplo, estamos reciclando mais pastilhas do que vendemos, pois reciclamos qualquer pastilha, independentemente da marca. Na Alemanha, o aumento também tem sido grande. Em outros mercados, como a China, a Índia e a Rússia, ainda há muito a fazer.” 2. Quais são os ganhos ambientais? “O consumo de energia é reduzido em cerca de 75%, em comparação com a extração de novos minérios. A poluição por CO2 é reduzida em cerca de 40%.” 3. Como podemos aumentar a quantidade de pastilhas recicladas? “Precisamos informar os usuários e o nosso próprio pessoal sobre as vantagens ambientais e a simplicidade do conceito. Também estamos melhorando os processos, desde a aparência das embalagens até as rotinas de transporte entre as nossas estações de consolidação e a usina de reciclagem. “A legislação varia muito conforme o país. A União Européia, por exemplo, é extremamente exigente. 4. Como funciona esse conceito? “Os clientes encomendam caixas ou baldes junto ao escritório local da Sandvik Coromant. Quando esse recipiente estiver cheio, o cliente o devolve à Sandvik Coromant. Nós o esvaziamos e o devolvemos ao cliente. Em seguida, as pastilhas são levadas, por uma empresa de transporte certificada e por meio de um porto de consolidação, até a usina de reciclagem na Índia.” 5. E como uma empresa pode participar do programa? “Em cada mercado em que estamos presentes, a Sandvik Coromant tem um especialista responsável por todas as questões de reciclagem. Assim, os fabricantes têm uma pessoa para ajudá-los sempre que precisarem.” Refrigeração aumenta a produtividade P&D. A câmara de combustão de um motor de avião é feita de materiais exóticos, tais como ligas à base de titânio e níquel. Devido ao tamanho – até 2 metros de comprimento por 1 metro de altura – os fabricantes precisam usar balanços longos. Para obter melhores resultados ao produzir essas peças, Pietro Carnaghi, fabricante de máquinas-ferramenta da Itália, criou uma solução para seus tornos verticais, usando refrigeração de alta precisão, com aspersão sob pressão de até 500 bar. O resultado: aumento de produtividade de 30 a 50%. “Essa conquista é resultado de diversos fatores, além da pressão. O mais importante é que a aspersão do refrigerante é feita no ponto exato em que a pastilha encosta no material”, explica Mario Ottolenghi, gerente de área da Pietro Carnaghi. Ele aponta que o uso correto da refrigeração pode melhorar os dados de corte de muitas peças de difícil Esta peça, em Inconel 718 e titânio, pode ser fabricada de forma mais eficiente. fabricação dentro da indústria aeroespacial. “A forte rigidez estática, combinada com a alta capacidade de amortecimento da guia hidrostática, permite reduzir o tempo de corte, mesmo em situações em que o pistão hidráulico tem um balanço longo.” Leia mais sobre o uso de refrigeração à página 30. getty images Um novo Centro de Produtividade da Sandvik Coromant ajudará os fabricantes a tirarem o máximo de suas máquinas neste momento difícil da economia. a hora dos relógios ecológicos mecânica de precisão. A Sandvik Materials Technology desenvolveu uma nova liga equivalente ao aço-carbono com liga de chumbo. Essa nova liga permitirá eliminar o controvertido metal de itens tais como os relógios de pulso, já que oferece os mesmos benefícios do chumbo em termos de facilidade de corte e torneamento. “Na realidade, ela ainda tem uma faixa de endurecimento mais larga, reduzindo o risco de que as peças acabadas sejam destruídas no procedimento de endurecimento. Além disso, claro, Um novo material permite eliminar dos relógios de pulso o controvertido aço-carbono com liga de chumbo. dando a volta por cima Sandvik Coromant já havia ajudado a P&D. Para superar a crise econômica Ballco a melhorar os avanços e as dos Estados Unidos, será necessário que os fabricantes tirem o máximo de- velocidades de sua linha. O Centro de Produtividade de Schaumburg irá sempenho de suas máquinas e que os além, oferecendo cursos para os opeoperadores sejam ases em seus ofíradores e um amcios. A Ballco Manubiente de testes facturing, que propara se encontrar a duz válvulas esférimelhor ferramenta cas para a indústria para determinada de gás e petróleo peça, permitindo há mais de 40 anos, que os clientes está se preparando possam trabalhar para isso. de forma mais No final de 2008, eficaz. O centro um novo Centro de mantém um parProdutividade Kenneth V Sundh, presidente da que de máquinas Sandvik Coromant Sandvik Coromant (esq.), e Ozzie foi inaugurado em Van Gelderen, presidente da Ballco. para fins de treinamento e testes. Schaumburg, Cada máquina é equipada com uma Illinois, perto da matriz da Ballco, que câmera de vídeo instalada do lado de fica a 48 km de Chicago – importante dentro, para que os operadores centro da indústria manufatureira dos possam ver o que está acontecendo. EUA e sede de muitas empresas que Ozzie Van Gelderen, proprietário e atendem os setores automotivo e presidente da Ballco, planeja tirar o energético. máximo proveito da nova unidade. “O O novo centro será o local ideal centro oferece um enfoque educaciopara fabricantes como a Ballco nal amplo e também pode ajudar a testarem novas ferramentas e resolver quaisquer situações que postécnicas, sem drenar recursos de sam surgir. Confiamos bastante na suas linhas de produção ativas nem Sandvik Coromant quando precisacolocá-las em risco. mos da orientação correta para No passado, o Programa de fabricar um produto”, declara. Incremento da Produtividade (PIP) da Um novo material permitirá ela não prejudica o meio eliminar dos relógios de ambiente”, completa pulso o aço-carbonoAndreas com Furucrona, gerente de produtos liga de chumbo. para mecânica de precisão da Sandvik Materials Technology. Os primeiros fios do material serão entregues a relojoeiros suíços no primeiro trimestre de 2009. O material é usado em peças com tamanhos entre 1 e 3 mm, mas Furucrona enxerga possibilidades para uso em peças maiores. “Provavelmente ele servirá também para certas aplicações da indústria de telefones celulares e para válvulas especiais dos freios ABS dos carros”. HTEC chega à Europa educação. Ele já é um sucesso nos Estados Unidos e no Canadá. Agora, o fabricante norte-americano de máquinas-ferramenta Haas Automation está trazendo seu programa HTEC para a Europa. O HTEC, Centro de Formação Técnica da Haas, pretende criar parcerias com escolas técnicas, universidades e outras instituições de aprendizagem tecnológica e industrial. A meta é compensar a escassez mundial de operadores de máquinas CNC, programadores e engenheiros de aplicação capacitados. Nos EUA e no Canadá, já existem 700 HTECs, com mais de 1,6 mil máquinas instaladas. Desde o início de 2008, a Haas Automation Europe começou a implementar o programa nos mesmos moldes na Europa. metalworking world 5 Tecnologia por christer richt O tempo de fabricação das matrizes de estampar pode ser facilmente reduzido. ritmo acelerado Desafio: Tornar-se mais competitivo enquanto fornecedor de matrizes de estampar. Solução: BUSCAR MAIOR redução do tempo de usinagem dESSAS MATRIZES. para produção de chapas metálicas representam grande parte da produção de moldes e matrizes, em sua maioria destinadas à indústria automobilística. O aumento da pressão sobre os fabricantes de automóveis e de matrizes está criando uma demanda por maior eficiência no fluxo de produção das matrizes de estampar. E como essas matrizes requerem usinagem intensiva, é aí que reside o potencial de melhora. Matrizes de estampar são ferramentas de prensar complexas. Muitas peças exigem materiais resistentes e duráveis, que precisam de ferramentas de corte e processos corretos para serem usinados de maneira eficiente. Apesar disso, a maioria das operações de usinagem relacionadas à produção de uma matriz de estampar envolve usinagem geral de materiais básicos. As demais envolvem perfilamento tridimensional mais complexo em As matrizes de estampar 6 metalworking world aço-ferramenta e ferro fundido nodular. Embora os dois tipos de usinagem ofereçam possibilidades de aumento do ritmo de produção na fabricação das matrizes de estampar, a usinagem geral costuma ser negligenciada. Os últimos anos trouxeram avanços notáveis na capacidade e no desempenho da usinagem, com a redução pela metade dos tempos e custos de usinagem em muitas matrizarias. Porém, mesmo nos casos em que foram introduzidas melhorias recentes na produção, as operações ainda podem ser melhoradas – em até 20%. O sucesso de um fornecedor de matrizes de estampar automotivas depende de uma estratégia de longo prazo, com enfoque no tempo que as peças passam nas máquinas e também no tipo de máquina utilizado. Porém, há inúmeras estratégias de curto prazo que podem ter um efeito imediato em máquinas-ferramenta antigas e novas. Elas podem ser encontradas em todos os tipos de processo de usinagem, sendo que algumas influenciam também as operações seguintes, como polimento e montagem das matrizes. Leia mais sobre a produção eficaz de matrizes de estampar às páginas 38–39. resumo Por meio da redução do tempo de usinagem por operação, do tempo de máquinas paradas e do manuseio de ferramentas, é possível acelerar a taxa de produção das matrizes de estampar. A segurança dos métodos de usinagem CNC modernos, juntamente com as ferramentas de corte mais recentes, praticamente elimina qualquer erro. O fator decisivo deve ser o espaço de tempo aceitável como tempo de produção de uma matriz de estampar. jogo rápido POR: Eric Mika Foto: Pontus Höök Leitor de pensamentos O laboratório do Dr. John Donoghue transforma pensamentos em ações. Mesmo após uma ruptura na medula espinhal ou a perda de um membro, os neurônios que orquestravam os movimentos ainda têm muito a dizer. O cientista norte-americano John Donoghue e sua equipe da Universidade Brown, em Providence, Rhode Island, prestam atenção neles. A equipe encontrou uma forma de ler esses pensamentos e transformá-los novamente em ação, seja na tela de um computador, seja por meio de próteses motorizadas. A solução conecta-se literalmente ao cérebro. Uma matriz de cem minúsculos eletrodos, cada um mais fino que um fio de cabelo, é implantada em uma região responsável pelos movimentos. Os eletrodos captam campos elétricos resultantes dos disparos dos neurônios e enviam os sinais a computadores programados para traduzi-los na intenção do pensador. “Parte do problema é transformar uma visão nebulosa do cérebro em algo que seja confiável, em um processo contínuo. Precisamos de um computador que consiga se adaptar à pessoa”, explica Donoghue. No laboratório do pesquisador, pacientes tetraplégicos conseguem mover o cursor do mouse pela tela do computador apenas com o pensamento, e fazem isso com a mesma precisão dos usuários de mouses tradicionais, operados com as mãos. Atualmente, o sistema exige uma conexão externa entre os eletrodos implantados no cérebro e o computador que está processando os sinais. “O próximo grande passo será p roduzir um sensor eletrônico implantável. Inserir dispositivos no organismo é algo que já se faz hoje, como no caso dos marca-passos, mas isto será muito mais complexo, por envolver uma largura de banda muito maior”, destaca Donoghue. Ele indica que, quando o sistema estiver totalmente operacional, os sinais poderão ser usados para movimentar próteses de braços, mãos e pernas. Isso poderá colocar a interface cérebro-computador na corrente dominante da medicina e melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas vítimas de paralisia. longa experiência. O Dr. John Donoghue faz pesquisas de ponta sobre a interface cérebrocomputador há mais de 20 anos. Ele e sua equipe trabalham na Universidade Brown, em Providence, Rhode Island, cidade histórica na costa leste dos Estados Unidos. Prontos para crescer São Leopoldo, Brasil. A unidade de produção da Weatherford International em São Leopoldo passou os últimos anos preparando-se para as novas demandas que devem surgir com o boom da indústria brasileira do petróleo. Agora ela está pronta. é uma pequena cidade industrial do Rio Grande do Sul, localizada aos pés da Serra Gaúcha, numa linda região de montanhas e vales, não muito longe de Porto Alegre. Fundada em 1824, a cidade foi a primeira e mais importante colônia alemã estabelecida na região sul do país. A influência dos imigrantes alemães e, posteriormente, italianos pode ser notada ainda hoje na arquitetura, na gastronomia e nos trajes da comunidade local. “Temos a nossa própria versão dos Alpes aqui no sul”, declara Tadmor Fontoura, diretor da Neopaq, distribuidor local de ferramentas Sandvik Coromant. A unidade local da multinacional Weatherford International fabrica bombas e equipamentos de perfuração para a indústria de gás e petróleo e bombas para esgoto industrial, água e para transferência de outros fluidos. A maior parte da sua produção envolve a fabricação de estatores, rotores e cabeças de transmissão. Cerca de 80% da produção da unidade da empresa em São Leopoldo é destinada à exportação, sobretudo para os EUA, Canadá, Colômbia, Venezuela, Argentina e Chile. O Eduardo Gil São Leopoldo Tadmor Fontoura, diretor da Neopaq, distribuidor local de ferramentas da Sandvik Coromant. 8 metalworking world restante vai para empresas nacionais, como a gigante Petrobras, fábricas de sucos cítricos e usinas de cana-de-açúcar, onde os produtos Weatherford contribuem para a produção de álcool combustível e álcool para bebidas. A crise econômica internacional afeta a maioria das empresas ao redor do mundo. Já para a Weatherford, o enorme crescimento esperado na indústria local de hidrocarbonetos deve representar aumento de produção. O Brasil descobriu duas das maiores bacias petrolíferas do mundo nos últimos dois anos, o que incentivou novos projetos de exploração e perfuração tanto na plataforma continental como em terra firme. desta década, uma nova administração foi instalada na unidade da Weatherford em São Leopoldo, que precisava melhorar muito sua produtividade e eficiência. Para impulsionar a produção, reduzir custos e tornar-se mais eficiente, a fábrica precisava ser reorientada e otimizada, com maior integração de suas operações. Para dar início às mudanças necessárias, a ❯❯ Nos primeiros anos AGÊNCIA PETROBRAS de noticias Duas das maiores bacias petrolíferas do mundo foram descobertas no litoral brasileiro. ❯❯ Eduardo Gil A Weatherford já se preparou para o boom previsto para o setor petrolífero no Brasil. Eduardo Gil Weatherford A Weatherford International (NYSE: WFT) é uma empresa multinacional que ajuda a criar soluções mecânicas, aplicações tecnológicas e serviços inovadores para todas as fases do desenvolvimento do setor de gás e petróleo. Opera em mais de 100 países e emprega mais de 55 mil pessoas ao redor do mundo. Além da unidade de São Leopoldo, a presença da Weatherford no Brasil inclui duas fábricas no Rio de Janeiro e outras em Natal, Bahia, Sergipe, Vitória e Caxias do Sul. Agora, a empresa está bem posicionada para o boom do setor petrolífero esperado para os próximos anos no Brasil, tanto no mar como em terra firme. Eduardo Gil Há poucos anos, a Weatherford passou a aumentar a produção para reduzir custos e tornar-se mais eficiente. ❯❯ unidade comprou novas máquinas de grande Caroline Santana trabalha no departamento de instrumentação. No final de 2005, a Weatherford comprou uma máquina multitarefas Mazak Integrex e500-H, para a qual a Sandvik Coromant forneceu ferramentas, além de cursos de treinamento para muitos dos 200 trabalhadores da unidade. Com o novo setup, foi possível realizar 80 procedimentos no mesmo local, o que resultou imediatamente em redução de custos e aumento de produtividade. Jucilmar Neumann “Conseguimos recuperar o investimento inicial na máquina Mazak e500-H em 18 meses, graças ao enorme aumento de produção da linha. Além disso, ela agilizou toda a nossa operação do ponto de vista físico e espacial, contribuindo para melhorar o desempenho em termos de produtividade dos trabalhadores e, ainda mais importante, de segurança da fábrica”, destaca Jucilmar Neumann, gerente da unidade da Weatherford em São Leopoldo. “Antes da mudança, usávamos de três a quatro máquinas. Agora conseguimos usar apenas uma máquina, a Integrex, para as mesmas operações”, acrescenta Neumann. Para Daniel Pereira, supervisor da fábrica, a cooperação com a Sandvik Coromant e a Neopaq foi crucial. “Os principais segredos do sucesso desse processo foram o treinamento, o Eduardo Gil porte. A Sandvik Coromant, por meio de seu distribuidor Neopaq, trabalhou junto à Weatherford para fornecer a maioria das ferramentas e peças para essa transformação. ferramental e a reorganização interna. A Sandvik Coromant forneceu a maior parte das ferramentas, cuja alta velocidade de operação proporcionou uma redução do custo por peça Daniel Pereira em geral. Juntamente com a Sandvik Coromant e a Neopaq, fizemos adaptações onde foi necessário. A Neopaq também esteve presente na organização dos cursos de treinamento e em muitos outros aspectos, como a codificação em cores usada na sala de ferramentas”, destaca. Porém, para que o êxito fosse completo, também foi necessário comprar e colocar em operação duas outras máquinas de grande porte da Mazak: um centro de usinagem horizontal Nexus série HCN 6800-II e um torno Nexus série QTN 350II-MY. Em um setor como o energético, que exige constante inovação e modernização para se obter vantagem competitiva, mais uma vez a Weatherford São Leopoldo é um importante protagonista. Em parte, graças a investimentos inteligentes. joe goldman Sem MARGEM para erros Mundialmente, a Sandvik Coromant tem equipado muitos centros de usinagem Mazak, de fabricação japonesa. Porém, cada instalação é diferente. No caso da Weatherford International, a Sandvik Coromant precisou atender as necessidades específicas da unidade de São Leopoldo. “Era uma unidade onde havia nitidamente muito potencial de melhoria. Sabíamos que não tínhamos muita margem para erros, por isso levamos quase quatro meses preparando a mudança”, conta Tadmor Fontoura, da Neopaq. Dentre as ferramentas escolhidas durante esse processo estavam a CoroDrill 880, o CoroBore 820 e CoroBore 825, a broca inteiriça de metal duro R842, a minitorre Coromant Capto, fresas para cantos a 90°, como a R390, e outras ferramentas de fresamento, como a R365 (usada somente na máquina instalada mais recentemente). Os resultados foram imediatos. A CoroDrill 880 apresentou uma vida útil mais longa, mesmo operando em velocidades mais altas para concluir as operações de furação. O CoroBore proporcionou mais flexibilidade para realizar várias operações ao mesmo tempo, evitando o processo de interpolação e gerando maior produtividade. A melhoria da qualidade da matéria-prima, aliada à otimização do processo de usinagem e à utilização de ferramentas de alto desempenho, gerou uma economia de tempo de 40%, enquanto outros procedimentos conseguiram reduzir o tempo de processamento pela metade. A codificação em cores usada na sala de ferramentas contribuiu para a organização geral da fábrica, pois liberou mais espaço para o trabalho e para armazenamento, com redução da quantidade de ferramentas perdidas ou danificadas. Além disso, incutiu um espírito de organização e segurança na fábrica. metalworking world 11 Tecnologia POr christer richt CoroMill 360: tenacidade à prova Desafio: melhorar a produtividade de operações pesadas de faceamento. Solução: empregar um novo conceito de ferramenta, capaz de remover grandes volumes de metal de maneira eficiente. As operações de faceamento em desbaste podem ser divididas em diferentes categorias. Normalmente, uma fresa geral com ângulo de posição a 45° ou até uma fresa com pastilha redonda dá conta do recado. Porém, uma determinada categoria de fresamento, que geralmente envolve superfícies grandes e, muitas vezes, irregulares, exige uma fresa muito robusta para que a usinagem seja eficiente e segura. A nova fresa de facear CoroMill 360 é baseada no ângulo de posição clássico a 60° para fresamento pesado. Assim, permite grandes profundidades de corte, capacidade para altos avanços, acabamento superficial satisfatório e forças de corte balanceadas. As pastilhas ficam apoiadas em cassetes, que são fixados em assentos serrilhados na fresa, agilizando e facilitando a indexação na máquina. O ajuste da fresa é desnecessário e os cassetes substituíveis isolam o corpo da fresa contra desgaste ou dano. A capacidade PARA grandes profundidades axiais de corte é vital para a produtividade, pois permite remover uma grande massa de metal, às vezes irregular, em apenas um passe. O efeito de afinamento dos cavacos proporcionado pelo ângulo de 60° possibilita altas faixas de avanço e, conseqüentemente, menores tempos de usinagem. O uso de um ângulo de posição relativamente grande tem a vantagem de permitir também o uso de fases paralelas bastante grandes nas pastilhas, com comprometimento mínimo da profundida- 12 metalworking world A CoroMill 360 é uma fresa de facear robusta, capaz de aumentar o desempenho nos cortes mais exigentes. de de corte. Tais fases permitem gerar um bom acabamento superficial sem incluir uma pastilha Wiper na fresa. A distribuição das forças de corte nas direções radial e axial é outra vantagem do ângulo a posição a 60°, conferindo estabilidade e segurança a essa categoria de usinagem pesada. Tanto o corpo como as pastilhas da fresa CoroMill 360 foram desenvolvidas para oferecer grande capacidade de remoção de metal e baixo consumo de potência, além de flexibilidade e boas características de manuseio. Ela funciona com dois tipos de pastilhas, uma para profundidades de corte de até 13 mm e outra para 18 mm. resumo A CoroMill 360 proporciona ótimas possibilidades de aprimoramento do faceamento ultrapesado na maioria dos materiais. Uma das suas principais vantagens é a taxa de remoção alta e confiável, que exige apenas um passe para qualquer operação, ao invés de dois. Outras características são o baixo consumo de potência e a capacidade para altos avanços, que acelera a produção. A simplicidade e a rapidez do manuseio da ferramenta sob as condições mais exigentes, sem necessidade de ajustes, reduzem o tempo de máquinas paradas. Atualmente, Jan Clint faz manutenção nas fresas de facear durante paradas programadas, não mais durante as quebras. Johan Eklund O aço-ferramenta tem quase a mesma dureza das pastilhas de metal duro. UDDEHOLM TOOLING Número de funcionários: 3,5 mil no Johan Eklund mundo todo, mil deles na fábrica de aço-ferramenta em Hagfors, Suécia. Faturamento: 269 milhões de euros. Proprietário: Voestalpine, grupo siderúrgico austríaco. Jan Clint, gerente de produto, fábrica de usinagem, Uddeholm Tooling, Suécia: o problema: “Antes de entregar nosso aço-ferramenta, A Uddeholm Tooling é um dos líderes mundiais na produção de aço-ferramenta, usado sobretudo em matrizes de estampar para produtos em aço. Cerca de 90% dos produtos da Uddeholm Tooling são destinados à exportação e a necessidade de aumentar a produtividade é constante. O aço-ferramenta tem quase a mesma dureza que as pastilhas de metal duro, algo necessário quando se trata de conformar outros metais. Ele vem em placas forjadas de 5 a 20 toneladas, chamadas de lingotes. Antes da entrega, esses lingotes precisam ser desbastados para se remover a superfície irregular. “É um processo difícil e demorado, que usa uma grande quantidade de pastilhas, e há um risco constante de quebras”, explica Jan Clint. Em 2002, a Sandvik Coromant foi cha- mada para avaliar o processo de fresamento em desbaste e reduzir o índice de quebras. Na época, a Uddeholm Tooling tinha cerca de 110 quebras por ano, que causavam paradas de três horas cada uma. a solução “Introduzimos imediatamente o conceito de fresamento pesado CoroMill 360, com uma extensão de 315 a 400 mm e capacidade de rotação em sentido horário e antihorário”, conta Fredrik Andersson, engenheiro de vendas da Sandvik Coromant responsável pela Uddeholm Tooling. “Como o maior problema eram as quebras, desenvolvemos em conjunto com o cliente um suporte para cassete que permitia ao operador mudar cada cassete por conta própria no caso de quebra, em vez Johan Eklund precisamos desbastar sua superfície. Por ser um processo muito difícil, a ferramenta de corte costuma quebrar, causando paradas onerosas. Precisávamos de um processo mais confiável.” de mandar a fresa inteira para o conserto. “Foi um desafio implementar os cassetes em uma ferramenta exposta a forças tão grandes, mas graças à cooperação dos operadores de máquinas, finalmente, encontramos uma solução. Testamos também vários metais duros diferentes até encontrar uma classe mais resistente ao calor extremo. o resultado “Com o novo conceito, a Uddeholm Tooling praticamente não teve nenhuma quebra, o que resultou em um aumento de produtividade de 20% no processo”, afirma Andersson. “Além disso, as Fredrik Andersson, gerente novas pastilhas de vendas da Sandvik produziram cortes Coromant responsável pela Uddeholm Tooling. mais profundos, conseguindo dar acabamento a cada lingote em um único passe, ao invés de dois. Mas a mudança mais importante foi o aumento da confiabilidade. Podemos fazer manutenção nas fresas durante as paradas programadas, em vez de ter que fazê-lo durante as quebras”. johan andersson metalworking world 13 Jeremy nicholl Vasili Dubrovski, chefe do departamento de ferramentas e equipamentos industriais, trabalha na MTZ há mais de 20 anos. Sobreviventes Minsk, Bielo-Rússia. Durante mais de 40 anos, a Fábrica de Tratores de Minsk foi o principal fornecedor de tratores para a União Soviética. Hoje, é um dos principais fabricantes de tratores do mundo. Esse crescimento trouxe uma necessidade premente de aumentar o volume e a eficiência da produção. 14 metalworking world A MTZ foi fundada logo após a Segunda Guerra Mundial, para abastecer a União Soviética com tratores. Sobre a Fábrica de Tratores de Minsk das pessoas pensa em uma república pós-soviética situada em algum lugar entre a Europa e a Ásia. Poucos sabem que o país, que já foi um centro de produção de diversos equipamentos para toda a União Soviética, ainda funciona como enorme celeiro de conhecimento sobre produção de máquinas. Ali é possível encontrar caminhões de médio Jeremy Nicholl porte fabricados sob a marca MAZ, caminhões enormes da BelAZ para a indústria de mineração, caminhões pesados da VOLAT e uma fábrica de aço, a Usina Siderúrgica da Bielo-Rússia. Porém, antes de tudo, a Bielo-Rússia está associada aos tratores. “Belarus”, outro nome como o país é conhecido, é também a marca de tratores produzidos na Fábrica de Tratores de Minsk (MTZ), situada nos arredores da capital bielo-russa, Minsk. Desde sua fundação em 1946, a MTZ teve um crescimento contínuo, mesmo com o colapso da União Soviética no final da década de 1980 e o ambiente econômico difícil que se seguiu. E continuou crescendo e enfrentando a crescente concorrência internacional no início do século XXI, quando o dinâmico mercado russo tornou-se um alvo preferencial para a maioria das corporações multinacionais. A maioria delas eram fabricantes de tratores procurando novas oportunidades. Com 68 mil O gerente de compras Jury Leschinski iniciou um projeto para reduzir a variedade de pastilhas usadas na fábrica. Jeremy Nicholl Quando se fala em Bielo-Rússia, a maioria A associação produtiva Fábrica de Tratores de Minsk (MTZ) desenvolve, fabrica e exporta tratores com rodas e peças de reposição para todos os tipos de condições climáticas e operacionais. Além de tratores, ela fornece uma ampla variedade de veículos especiais para extração de madeira, operações de assistência e serviços municipais, além de carregadeiras e máquinas para a indústria de mineração. A MTZ foi fundada em 1946 e cresceu até se tornar um dos maiores fabricantes mundiais de equipamentos agrícolas, com mais de 24 mil funcionários. Atualmente, é uma enorme associação produtiva que abrange dez empresas bielo-russas e seus fornecedores terceirizados. Desde sua fundação, já produziu mais de 3 milhões de tratores, dos quais mais de 500 mil foram exportados para mais de 120 países. tratores (2008) vendidos a 126 países, a MTZ tornou-se um dos oito principais fabricantes de tratores do mundo. Atualmente, os principais mercados da MTZ são a Bielo-Rússia e a Rússia, que respondem por mais de 60% de seu faturamento. Mas a empresa tem atividades operacionais em mais de 60 países, como Cazaquistão, Ucrânia e os outros países da Comunidade de Estados Independentes (organização regional das antigas repúblicas soviéticas), além da China, União Européia e América Latina. A maior parte de seu sucesso é fruto do conhecimento e da experiência compartilhados pelos cerca de 24 mil trabalhadores da enorme fábrica de Minsk (que ocupa 4 km²) e pelas 6 mil pessoas empregadas nas outras 10 fábricas da empresa situadas ao redor da Bielo-Rússia. ❯❯ metalworking world 15 parte do nosso trabalho cotidiano, mas em 2003 decidimos reavaliar nossos processos de produção do começo ao fim. Percebemos que uma forma de nos tornarmos mais eficientes era usar menos tipos de pastilhas, para reduzir custos e melhorar a produção das máquinas”, destaca Dubrovski. Nessa época, Jury Leschinski foi nomeado chefe adjunto do departamento de ferramentas e equipamentos industriais. Hoje ele é gerente de compras, mas naquela época uma de suas funções era reduzir a variedade de ferramentas de corte usadas nos processos de usinagem. Juntamente com seus especialistas internos, ele obteve a ajuda de Leonid Kurch, então professor adjunto da Universidade Técnica Na- “Precisamos produzir mais e com maior rapidez.” Vitali Pileko, técnico responsável e chefe do departamento de projetos e ferramentas da MTZ Com mais de 130 modelos diferentes, que podem ser entregues em cerca de 300 variações, a necessidade de flexibilidade na produção é enorme. Cada trator tem de 5 mil a 6 mil peças, todas fabricadas e montadas na fábrica de Minsk, portanto a produção é complexa. Em 2003, foi dado um grande passo para aumentar a produtividade a longo prazo. “É claro que a produtividade sempre fez cional da Bielo-Rússia e atual líder da equipe de produtividade da Sandvik Coromant no país. Eles formaram um grupo para reduzir a quantidade de diferentes pastilhas intercambiáveis de metal duro usadas na produção. “Usávamos cerca de 1,000 tipos diferentes de pastilhas intercambiáveis de metal duro. Isso tornava difícil supervisionar e encontrar rotinas gerais de usinagem e as melhores ❯❯ Jeremy nicholl Vasili Dubrovski, chefe do departamento de ferramentas e equipamentos industriais e funcionário da empresa há mais de 20 anos, acompanhou a evolução da MTZ ao longo do tempo. “A principal diferença hoje é que temos uma gama de produtos muito maior do que durante o período soviético. Além dos nossos vários modelos de tratores, agora também estamos desenvolvendo e produzindo acessórios e outros itens para os tratores e outras máquinas”, destaca. A MTZ planeja crescer substancialmente em termos de variedade e volume de produção de tratores até 2011. Para alcançar suas metas, precisa efetuar uma ampla modernização técnica de suas instalações atuais. Apesar do tamanho, a fábrica está chegando ao seu limite devido o aumento contínuo do volume de produção. Vitali Pileko comenta: “A produtividade é a nossa principal questão há vários anos. Precisamos produzir mais e com maior rapidez. Para nós, é uma questão de sobrevivência a longo prazo. “O nosso plano de aumento da eficiência a longo prazo inclui a modernização de equipamentos e novos métodos de produção”. Jeremy Nicholl “Os líderes soviéticos escolheram a Bielo-Rússia para sediar a produção de máquinas graças à grande quantidade de trabalhadores qualificados”, afirma Vitali Pileko, técnico responsável e chefe do departamento de projetos e ferramentas da MTZ. “Durante toda a era soviética, nós fornecemos máquinas, carros e tratores à Vitali Pileko União Soviética. O know-how que acumulamos durante esse período foi preservado mesmo com o colapso soviético e nos permitiu manter o sucesso.” ❯❯ metalworking world Minsk 16 Os tratores da MTZ são inteiramente produzidos na fábrica de Minsk. Um único trator contém de 5 mil a 6 mil peças. Fábrica de Tratores de Em 2008, foram produzidos 68 mil tratores na fábrica de Minsk. Jeremy nicholl O operador de máquina Dmitry Mylashkevich na linha de montagem. A MTZ emprega cerca de 24 mil pessoas. Cooperação produtiva A cooperação entre a Fábrica de Tratores de Minsk (MTZ), da Bielo-Rússia, e a Sandvik Coromant remonta a várias décadas. “Assim como a maior parte da força de trabalho da indústria de usinagem na Bielo-Rússia, os técnicos especialistas da MTZ são altamente capacitados em usinagem”, destaca Dmitry Bokhan, responsável pelas operações da Sandvik Coromant naquele país. “E como são bons para conceber novos processos, eles têm diversas habilidades específicas que os ajudam a aumentar a eficiência das tecnologias existentes. “Estamos trabalhando para aumentar ainda mais o nível de competência dos funcionários da MTZ. Foi por isso que convidamos a MTZ para o nosso Centro de Produtividade em Moscou – para trocar experiências e práticas com eles”, explica. A cooperação com a rendimento da produMTZ requer que a ção dessa peça”, exSandvik Coromant enplica Sergey Chigley, contre soluções inteliprincipal engenheiro gentes para problemas de projeto da MTZ. específicos de usinaA Sandvik gem, além de sugerir Coromant sugeriu melhorias. Vejamos três uma barra de exemplos: mandrilar antivibrató• Mais recentemenria CoroTurn SL, Silent te, a MTZ precisava Tools, com um adapmelhorar sua técnica de tador substituível e usinagem de um canal uma pastilha de metal Dmitry Bokhan (34 mm de diâmetro por duro específica. A 120 mm de comprimensolução encurtou o to), usinado dentro de um furo tempo de máquina para três minutos. passante profundo (28 mm de “Até onde eu saiba, essa é a única diâmetro) de um eixo para a caixa de solução que funciona”, afirma Leonid câmbio de um de seus modelos de Kurch, ex-professor adjunto da Unitrator. versidade Técnica Nacional da Bielo“A curta vida útil das ferramentas Rússia. Atualmente, Kurch trabalha de corte anteriores e a grande como líder da equipe de produtividaexigência de mão-de-obra limitavam o de da Sandvik Coromant no país. • Além disso, a operação de faceamento de uma caixa de câmbio precisava ser modernizada. A fresa antiga, com diâmetro de 550 mm, era usada há mais de 20 anos e estava causando muitos problemas, como redução da vida útil da ferramenta e qualidade superficial insatisfatória. A Sandvik Coromant e a MTZ implementaram uma solução com uma nova fresa de facear standard com diâmetro entre 400 e 550 mm. Esse tipo de fresa, com desenho “Cap”, de fácil utilização, demonstrou ser um dos mais confiáveis, eficientes e resistentes do mercado. • Depois de testar diversas soluções de furação, a MTZ passou a usar a CoroDrill 880 como sua primeira opção para produção de furos nos casos em que a aplicação de brocas com design modular seja economicamente justificável. metalworking world 17 Os tratores bielo-russos são vendidos em 126 países do mundo todo, mas os principais mercados da empresa ainda são a Rússia e a Bielo-Rússia. Minsk Jury Leschinski, gerente de compras. ❯❯ ferramentas para cada processo”, explica Leschinski. “Seguiu-se um extenso processo de testes e avaliações e, dois anos mais tarde, a quantidade de tipos de ferramentas usadas na produção tinha sido reduzida para cerca de 200. Hoje usamos as classes e os formatos de pastilha mais adequados para cada processo. Além disso, aprimoramos o conhecimento dos operadores de máquina sobre como usar as pastilhas da melhor forma possível”, diz Leschinski. O impacto dessa nova abordagem pode ser medido com dados concretos: em 2003, a empresa produziu 23 mil tratores; em 2008, chegou a 68 mil. “Antes do início do programa de mudança, usávamos uma média de 8 pastilhas 18 metalworking world por trator acabado. No final do programa, a utilização foi reduzida a 4,3 pastilhas por trator.” O aumento do volume de tratores fabricados nas mesmas instalações fala por si só. “Mesmo depois dessa otimização das ferramentas de corte, ainda estamos usando cerca de 10 mil ferramentas diferentes nas nossas fábricas, não apenas ferramentas de corte”, ressalta Vasili Dubrovski. Esse processo de constante mudança criou uma fábrica em que a mistura do confiável com o novo tem sido um caminho para o sucesso durante muito tempo, através de diferentes sistemas políticos e ambientes econômicos. johan andersson Fábrica de Tratores de Minsk O desafio A necessidade: Durante anos, a Fábrica de Tratores de Minsk, fabricante de tratores da Bielo-Rússia, teve um crescimento excepcional, que acabou fazendo com que ela atingisse seus limites. A solução: Foi criado um grupo de trabalho composto por administradores e especialistas da fábrica, além de especialistas da Sandvik Coromant. Esse grupo analisou os problemas e tomou decisões que permitiram reduzir de 1.000 para 200 o número de pastilhas intercambiáveis usadas na produção. O resultado: A média de ferramentas de corte utilizadas para produzir um trator diminuiu significativamente, gerando melhor produtividade e grande redução de custos. Fábrica de Tratores de “Usávamos cerca de 1.000 tipos diferentes de pastilhas de metal duro na produção. Isso tornava difícil supervisionar cada processo.” OPORTUNIDADE complexa Durante anos, o mercado russo foi considerado uma das áreas mais interessantes para investimento no mundo. Apesar da crise financeira, muitos fatores indicam que a Rússia vai manter sua atratividade na próxima década. evgenia pronina björn leijon Empresas estrangeiras terão cada vez mais oportunidades de negócios, acredita Sergei Guriev, professor adjunto e reitor da Nova Escola de Economia de Moscou. “O potencial é enorme. No futuro, as empresas russas precisarão do capital e do conhecimento de investidores estrangeiros. Quando a economia russa se deteriorar, tenho certeza de que os investidores e parceiros estrangeiros serão mais bem-vindos”, aponta. Com 11 fusos horários, a Rússia é o maior país do mundo em termos de território e o sétimo em termos de economia. A maioria da população e das empresas está localizada no triângulo entre as cidades de São Petersburgo, a oeste, Irkutsk, a leste, e Krasnodar, a sul. Porém, o petróleo, o gás e os minérios do país – seus recursos mais valiosos – estão localizados nas regiões central e nordeste. Assim como as outras antigas repúblicas soviéticas que fazem parte da CEI (Comunidade de Estados Independentes), a Rússia é um mercado ao mesmo tempo arriscado e promissor. “Agricultura, automóveis, aviões, ferrocrescendo. A Sukhoi, fabricante de aviões, lanvias… diversas áreas de negócios têm ótimo çou recentemente uma nova aeronave de paspotencial”, destaca Nikolay Ilyin, gerente da sageiros, o Sukhoi Superjet 100. Estima-se que Sandvik Coromant para a Rússia e demais a Rússia vá precisar de cerca de 900 novos países da CEI. Ele aponta também diversos aviões de passageiros nos próximos 20 anos. fatores que vão influenciar o mercado russo na Segundo Ilyin, a agricultura próxima década. é outra importante área de “Primeiramente, o governo crescimento. O aumento dos russo declarou que quer que a preços dos alimentos impulsioeconomia do país continue nou o desenvolvimento do setor crescendo até 2020 e tomou a frente em grandes áreas agrícolas, como de diversos projetos para apoiar o Cazaquistão, a Ucrânia e a esse desenvolvimento. Dentre eles, Rússia meridional e central. enormes projetos de infra-estrutura. “Além disso, a indústria Por exemplo, o sistema de ferrovias automotiva ainda tem muito da Rússia é o segundo maior do potencial. Hoje existem 188 mundo e com certeza exigirá mais carros por 1.000 habitantes. trens e trilhos”, aponta. Nikolay Ilyin, Sandvik Calcula-se que esse número deva O setor de aviação também está Coromant Rússia. Sobre a CEI Formada em 1991, a Comunidade de Estados Independentes (CEI) é uma organização de caráter econômico e militar que abrange 12 das antigas repúblicas soviéticas: Armênia, Azerbaijão, Geórgia (que pretende deixar a organização em agosto de 2009), Cazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão e Bielo-Rússia. (Fonte: NE.se) subir para 500 até 2020 ou 2025, o que corresponde aos níveis atuais na Europa Ocidental”, completa. johan andersson metalworking world 19 TecnologIA POR Elaine McClarence Para atender as demandas das operações em temperaturas mais altas, os projetistas de motores aeronáuticos estão recorrendo a materiais mais difíceis de usinar, como ligas de níquel. Desafio: Aumentar a produtividade da fabricação de motores aeronáuticos, que exigem especificações rigorosas e materiais difíceis. Solução: Procurar soluções COMPLETAS que englobem todos os aspectos da produção das peças. As peças dos motores aeronáuticos, com suas especificações rigorosas, exigências de altas temperaturas e formatos complexos, são algumas das mais difíceis de produzir. Para atender as demandas de operação em temperaturas mais altas, os projetistas A SOLUÇÃO O novo sistema de acoplamento modular CoroTurn SL70, com lâmina oval e travamento serrilhado. 20 metalworking world Máquina: multitarefas Acoplamento: Coromant Capto C6 Ferramental: CoroTurn SL70 Desbaste: CC6060 cerâmica Pastilhas: CoroCut RO SO5F de motores estão recorrendo a materiais que sejam mais duros, mais fortes, mais tenazes, mais consistentes e mais resistentes à corrosão ou oxidação e que, ao mesmo tempo, possuam uma melhor relação resistência/peso. Isso tem levado à adoção de ligas de níquel resistentes, titânio de alta tensão, aço alta liga e compósitos. Embora propiciem que os motores trabalhem a altas temperaturas, as ligas de níquel são difíceis de usinar. Para atender as demandas de maior produtividade, não basta investir em máquinas-ferramenta mais novas e mais flexíveis. É necessário também reduzir o tempo improdutivo e otimizar o processo de corte. Conhecer o processo é tão corbis nas alturas importante para o aumento da produtividade quanto escolher a ferramenta certa, pois significa a possibilidade de desenvolver uma solução completa para uma peça específica, seja ela um disco de turbina, um carretel ou um eixo. A produtividade da usinagem pode ser melhorada por meio da utilização da combinação correta de ferramentas de corte, condições de corte e máquinas-ferramenta, para promover uma operação de alta velocidade, mantendo a integridade e a tolerância da peça do motor. Isso é essencial no caso de ligas (difíceis de usinar) para motores aeronáuticos, cujas propriedades costumam prejudicar a usinabilidade. A Sandvik Coromant desenvolveu uma gama de soluções de ferramentas e estratégias dedicadas à usinagem de peças de motores, a fim de maximizar os tempos de operação da máquina e atender as exigentes especificações associadas à produção de peças de motores aeronáuticos. Tratase de um pacote que engloba as melhores práticas, incluindo o conceito de “certo desde o início”, tão essencial para um setor que produz peças caras e complexas e exige a eliminação de refugos. A chave para o sucesso é usar soluções seguras e precisas desde o início. O pacote também inclui itens relacionados às interfaces das máquinas-ferramenta, como os acoplamentos, e uma estratégia de seleção de ferramentas feita sob medida para as exigências de corte do perfil da peça. Por exemplo, uma interface de pistão hidráulico, fuso e torre Coromant Capto permite a utilização de algumas soluções desenvolvidas para peças de motores aeronáuticos, como lâminas com sistema antivibratório para canais profundos, lâminas SL para bolsões restritos e o CoroTurn HP para torneamento de perfis. Trata-se de uma programação de corte combinada e otimizada, que permite escolher as classes e a geometria da pastilha que garantam a integridade e o acabamento superficial desejados. Ela inclui também a compreensão das exigências individuais de cada material em termos de usinabilidade, controle de cavacos e fornecimento de refrigeração, ao mesmo tempo em que atende a necessidade de minimizar refugos. O Coromant Capto acopla a máquina à lâmina SL e ao sistema de refrigeração CoroTurn HP (alta pressão). Estudo de caso: redução dos tempos de ciclo pela metade Ao otimizar as ferramentas e a programação da usinagem de partes de discos de turbinas, foi possível reduzir os tempos de ciclo para menos da metade. Além de serem feitas em ligas difíceis de usinar (geralmente Inconel 718, Waspalloy ou Udimet 720), as peças torneadas contêm ainda perfis repletos de exigências rigorosas quanto à folga da ferramenta. A Sandvik Coromant coloca seus especialistas à disposição para apoiar soluções de usinagem para novas peças. Além disso, a empresa trabalha em estreita colaboração com o Centro de Pesquisas em Fabricação Avançada (AMRC) do Reino Unido, uma das instalações de pesquisa mais avançadas do mundo para a indústria aeroespacial. Assim, ao passarem a usar máquinas mais flexíveis, as empresas do setor aeroespacial precisam levar em conta como usar essas máquinas em sua plena capacidade. É aí que entra a Sandvik Coromant, com seu conceito de solução total. Esse conceito se baseia na considerável capacidade de processamento da empresa para centros de usinagem, máquinas multitarefas e tornos. Além disso, aproveita as ferramentas standard da Sandvik Coromant, que foram desenvolvidas com uma real compreensão do setor aeroespacial, para encontrar soluções apropriadas. Para as operações de desbaste, foi utilizado o torneamento trocoidal, em vez da usinagem em rampa convencional. A quantidade de passes foi reduzida de 40 para 14, enquanto o número de trocas de pastilhas passou de 14 para 7. Isso garantiu um processo de alta qualidade, com maior segurança e o dobro da produtividade. resumo Os materiais avançados utilizados nas peças dos motores aeronáuticos trazem sérios desafios para a usinagem, devido à geração de altas temperaturas e grandes tensões. Com a necessidade enfrentada pela indústria aeroespacial de aumentar a produtividade para atender cronogramas de produção de aeronaves cada vez mais apertados, a Sandvik Coromant está oferecendo um pacote completo de soluções destinadas aos fabricantes de peças de motores. Ele parte do sólido conhecimento da empresa sobre a usinagem de peças aeroespaciais e passa por soluções baseadas em ferramentas e tecnologias que podem gerar processos seguros e estáveis, atendendo a rigorosas especificações para as peças. metalworking world 21 O bloco de motor da Hägglunds Drives pode ter até 80 câmaras de pistões. parceria AFINADA Örnsköldsvik, Suécia. Os motores hidráulicos da Hägglunds Drives já atingem 96% de eficiência. Para melhorar ainda mais, a empresa precisava estabelecer colaborações de desenvolvimento de longo prazo. “Nossos motores hidráulicos precisam trabalhar nas circunstâncias mais extremas”, diz Bengt Liljedahl, gerente de P&D da Hägglunds Drives. Os motores com transmissão hidráulica são a opção preferida para manobras com baixa rotação, mas torque alto. São os sistemas de transmissão hidráulica que movem as enormes conchas que retiram minério das barcas quando os navios chegam ao porto ou que alimentam as usinas que transformam carros compactados em metal utilizável. “Quando se precisa de um motor de alta potência funcionando a baixa rotação [0–400 rpm], a melhor opção é a hidráulica, especialmente quando se quer minimizar o risco de quebra”, explica Bengt Liljedahl, gerente de P&D da Hägglunds Drives. O Grupo Hägglunds Drives é lider de mercado em sistemas de transmissão hidráulica. A matriz da empresa está situada nos arredores de Örnsköldsvik, na costa leste da Suécia, cerca de 500 km ao norte de Estocolmo, mas o grupo tem subsidiárias em 16 países e funcionários em mais de 20, com cerca de 60 22 metalworking world escritórios de vendas e serviços. Além disso, possui distribuidores em cerca de 20 países. Liljedahl comenta: “Um motor a gasolina convencional tem uma taxa de eficiência de cerca de 35%; no caso do diesel, chega-se a 50% na melhor das hipóteses. O nosso motor Como líder do setor, a Hägglunds Drives hidráulico tem 96% de eficiência.” precisa estar sempre na vanguarda Em um motor hidráulico, o óleo da tecnologia. Para isso, a empresa hidráulico sob alta pressão move está sempre trabalhando em termos os pistões em suas câmeras e, ao de desenvolvimento, em particular mesmo tempo, lubrifica as peças. no equilíbrio entre desempenho e “É necessária uma fina película tamanho dos motores hidráulicos. de óleo entre as superfícies de conEm média, um motor de carro é tato para manter o motor funciofeito para durar 2 mil horas de openando bem. Estamos falando de ração, enquanto os motores hidráuuma camada com apenas um licos da Hägglunds Drives são familésimo de milímetro. Qualquer bricados para funcionar 40 mil Bengt Liljedahl pequena irregularidade aumenta o horas, explica Liljedahl. Isso corrisco de mau funcionamento, e responde a cinco anos de atividade cada medida que se tome para melhorar a constante. “Muitos duram ainda mais. Temos exemplos de motores perfeitamente funcionais tolerância aumenta a vida útil do motor”, ensina Liljedahl. depois de 10, até 20 anos”, destaca. Essa Embora o departamento de P&D da longevidade exige peças com altas tolerâncias. olle melkerhed Bengt Liljedahl (esq.), Hägglunds Drives, e Torbjörn Sjölander, Sandvik Coromant, examinando um bloco de motor. Hägglunds Drives tivesse tido como meta principal “melhorar as superfícies”, no início dos anos 2000 Liljedahl sentiu que o desenvolvimento estava estagnado. Para que as coisas avançassem, a empresa ingressou em um projeto da Universidade de Tecnologia de Luleå, na Suécia. No Centro de Excelência VINN para Inovação Funcional de Produtos do laboratório Faste da universidade, várias corporações industriais da Suécia uniram forças para solucionar problemas conjuntos e alcançar novos avanços em produtos. “A Sandvik Coromant era um dos outros integrantes. Juntos, decidimos olhar mais de perto o processo da nossa câmara de pistões. Conseguimos criar uma matriz sobre como os resultados deviam ser medidos, segundo diversas condições”, relembra Liljedahl. O desenvolvimento do processo da superfície da câmara de pistões passou das instala- “Acho que é possível conseguir muito quando temos a mente aberta e confiamos em nossas parcerias.” Bengt Liljedahl, gerente de P&D da Hägglunds Drives. ções da Hägglunds Drives para o Centro de Aplicação da Sandvik Coromant, situado junto à matriz da Sandvik Coromant, 350 km mais ao sul, em Sandviken. Inaugurado em 2005, o Centro de Aplicação de Sandviken foi o primeiro do gênero. Desde então, outros centros de aplicação foram inaugurados ao redor do mundo. Um centro de aplicação é basicamente um centro externo de P&D, onde os fabricantes e a Sandvik Coromant desenvolvem conjuntamente soluções otimizadas para problemas de usinagem específicos. “Os fabricantes precisam de cada vez mais ajuda com as aplicações”, aponta Bertil Isaksson, gerente sênior de desenvolvimento de aplicação do Centro de Aplicação da Sandvik Coromant em Sandviken. “Ao oferecer instalações de pesquisa totalmente equipadas e modernas, como é o caso dos nossos centros de aplicação, podemos ajudar a encontrar soluções para os problemas dos nossos clientes. Eles têm acesso à nossa experiência mundial e podemos trabalhar juntos em busca de uma solução mais otimizada.” Foi exatamente isso que agradou a Liljedahl e sua equipe da Hägglunds Drives. Porém, ao mesmo tempo, eles precisaram compartilhar seus próprios parâmetros exclusivos para a câmara de pistões. metalworking world 23 ❯❯ ❯❯ “Acredito no conhecimento compartilhado. Isso já está sendo usado na indústria automobilística. Eu queria ver se a Sandvik Coromant era capaz de usar o nosso conhecimento para contribuir ainda mais”, conta Liljedahl. Para a equipe de projeto da Sandvik Coromant, a parceria os levou a usar métodos comuns, alcançando resultados totalmente novos. “Certamente, foi um desafio. O motor não funciona da mesma maneira que um motor a combustão normal. Ele é muito mais sofisticado, para oferecer desempenho a baixa velocidade. A superfície interna da câmara precisa ser brunida. Isso significa que as tolerâncias são tão rígidas que geralmente é impossível furar e tornear o furo no tamanho certo usando um método convencional. Por isso, a peça a ser torneada era muito sensível e as quebras podiam ocorrer facilmente”, conta Kenneth Karlsson, chefe do projeto e gerente de engenharia de aplicação da Sandvik Coromant. Ele testou um método de interpolação circular, usando a nova ferramenta CoroMill 790. “Esse método não é novo, mas não tinha sido testado em aplicações com esses níveis de tolerância. O batimento radial precisava ser inferior a 0,005 mm enquanto a retilineidade precisava ser inferior a 0,002 mm”, ressalta. Agora, o projeto está a meio caminho andado e, de acordo com os testes realizados recentemente no Centro de Aplicação, o método parece estar à altura da tarefa. “Parece muito promissor. Acho que é possível conseguir muito quando temos a mente aberta e confiamos em nossas parcerias”, avalia Liljedahl. A fabricação de blocos de motores é um trabalho extremamente sensível. Ao terminar, o operador de máquina Per-Erik Granberg precisa aspirar para remover poeira ou pó de metal. Johan Andersson Sobre a Hägglunds A Hägglunds Drives é um dos líderes do mercado global de sistemas de transmissão hidráulica para aplicações de baixa velocidade e alto torque. O grupo tem um faturamento anual de cerca de 1,8 bilhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 204 milhões) e mais de 900 funcionários. Os sistemas de transmissão são usados em uma ampla gama de setores, como mineração, reciclagem, papel e celulose, borrachas e plásticos, offshore, pesca e construção. A empresa pertence à alemã Bosch Rexroth. 24 metalworking world Os motores da Hägglunds Drives são usados em várias áreas de aplicação. Por exemplo, nos guindastes de navios pesados (acima) ou em máquinas perfuratrizes móveis. O Caminho para a otimização de processos De 614 para 199 minutos. Economia anual de 230 mil libras esterlinas (US$ 330 mil). Esse é um exemplo de como o Centro de Aplicação da Sandvik Coromant em Halesowen ajudou uma empresa a otimizar a fabricação de uma complicada peça de titânio para a indústria aeroespacial. Em outros exemplos, o centro auxiliou empresas que produziram um novo produto mas encontraram limitações para programar as máquinas necessárias ou otimizar os processos, além de empresas que desenvolveram novos materiais mas não sabiam como usinálos da maneira mais eficiente. O Centro de Aplicação da Sandvik Coromant de Halesowen, no Reino Unido, vem atender a crescente demanda das empresas por know-how de processos e o aumento da concorrência global com ciclos de produção e inovação cada vez mais curtos. Ele ajuda os clientes a ganharem tempo para reagir aos novos desafios do mercado mundial. Agora a Sandvik Coromant tem quatro Centros de Aplicação – três na Europa e um na China. Três outros estão sendo implantados nos Estados Unidos, no Reino Unido e na França. A ênfase é na indústria aeroespacial, responsável por 60% das operações. “O setor aeroespacial usa materiais avançados e usinagem de última geração. Quando um novo material de titânio é desenvolvido, geralmente ele vem da indústria ae- roespacial. O conhecimento principal se espalha daí para outros setores”, explica Tomas Mainert, gerente de aplicação da Sandvik Coromant em Sandviken, Suécia. No Centro de Aplicação de Halesowen, há dois engenheiros, dois técnicos e um gerente. Dentre seus principais clientes estão Airbus, Rolls-Royce e British Aerospace. Mesmo o Centro de Aplicação da Suécia está muito envolvido com o setor aeroespacial. Outro centro de aplicação da Sandvik Coromant está localizado em Bietigheim-Bissingen, na região de Stuttgart, no sul da Alemanha. Seus clientes fazem parte da nata da indústria automobilística européia e incluem Daimler, Bosch, VW, Renault, PSA e Volvo Trucks. Na China, o Centro de Aplicação da Sandvik Coromant em Xangai está concentrado no setor de moldes e matrizes e atrai principalmente os fabricantes de bens de consumo e alimentos. Um exemplo é a empresa alemã Krones, que queria instalar uma linha de produção de garrafas plásticas na China, maior mercado mundial de cervejas e refrigerantes. Os centros de aplicação mais recentes estão sendo estabelecidos em Fair Lawn (NJ), nos EUA, e em Orleans, na França, ambos direcionados à indústria aeroespacial, em Nagoya, no Japão, com enfoque nas indústrias aeroespacial e automotiva, e em Cirencester, no Reino Unido (veja abaixo). Tomas Lundin Atuais centros de aplicação da Sandvik Coromant: Xangai , China Sandviken, Suécia Halesowen, Reino Unido Stuttgart, Alemanha Futuros centros de aplicação: Fair Lawn, Estados Unidos Orleans, França Nagoya, Japão Cirencester, Reino Unido Furos profundos – Sem problemas A britânica BTA Heller Drilling Systems oferece ferramentas intercambiáveis e soldadas para produção de furos profundos em peças e materiais complexos. Em janeiro de 2009, a BTA tornou-se parte da Sandvik Coromant e a unidade da BTA em Cirencester, no Reino Unido, foi transformada em um Centro de Aplicação da Sandvik Coromant para furação profunda, um local onde os fabricantes, em cooperação com a Sandvik Coromant e a BTA, poderão desenvolver soluções inovadoras para seus problemas de usinagem. Os clientes da BTA estão sobretudo nos setores aeroespacial (eixos e peças para trens de pouso), de energia (placas para trocadores de calor) e de metais primários (tarugos). metalworking world 25 trabalho duro Califórnia, EUA. O Airbus A380 é o maior avião de passageiros do mundo. Por trás desse gigante estão algumas tarefas muito exigentes. Basta perguntar ao pessoal da Hartwell. Foram eles que produziram as travas do motor, que contêm um novo eixo com mola que precisou ser feito com o material superduro Inconel 718. Axel Öberg A Hartwell Corporation está localizada na pequena cidade de Placentia, a sudeste de Los Angeles, Califórnia, EUA. 26 metalworking world Jon Finn, gerente de engenharia industrial da Hartwell, desenvolveu e aplicou um método de torneamento exclusivo. Axel Öberg A Hartwell Corporation, com sede na Califórnia, Estados Unidos, sabe como lidar com altas temperaturas. E não estamos falando apenas do sol californiano, mas também do calor liberado por um motor a jato, suficiente para amolecer a maioria dos metais existentes. Essas temperaturas pedem que se use o Inconel 718, material térmico à base de níquel. Composta também por cromo, essa liga é conhecida por sua extrema dureza e capacidade de permanecer inabalada na maioria das condições. Com a demanda por aeronaves mais leves, os protetores térmicos têm sido dispensados em favor do aumento da resistência térmica das próprias peças. Uma dessas peças é o eixo com mola que ajuda a prender a caixa do motor quando esta se fecha. na maioria dos sistemas de travas para a indústria aeroespacial. No caso do eixo com mola, porém, os engenheiros da Hartwell perceberam que a liga extremamente dura traria problemas. “Até então, só havíamos usinado alumínio, A Hartwell é especialista “Não há nada melhor do que discutir alguma coisa e depois vê-la acontecendo no mundo real.” KEN KOLOSKY, REPRESENTANTE DA SANDVIK COROMANT titânio ou aço”, conta Jon Finn, gerente de engenharia industrial da Hartwell. Finn conseguiu encontrar uma solução para fabricar a peça de Inconel ao realizar testes no fornecedor de máquinas da empresa, a Mori Seiki. Porém, o tempo de ciclo de cada peça ultrapassava quatro horas. Só o desbaste levava mais de duas horas. de ferramentas, BC Tool and Carbide Inc, foi alertado sobre o problema. “Como mantemos um contato diário, fiquei sabendo que aquele item precisava ser produzido com a liga térmica Inconel 718”, conta Phillip Canipe, da BC Tool and Carbide. Trabalhando juntos, Finn e Canipe conseguiram produzir os primeiros eixos com mola a tempo, mas o processo não era eficiente nem O distribuidor local em termos de tempo nem de custos. “Exigia muita intervenção do operador. Gastávamos muitas ferramentas e muito tempo. Estávamos sem saída”, relembra Canipe. Ele pediu mais ajuda à Sandvik Coromant e ao representante de vendas Dale Busser, que ligou para a matriz norte-americana da Sandvik Coromant em Fair Lawn, Nova Jersey. Ali, a missão de encontrar uma solução foi aceita. “Fomos convidados a Nova Jersey para participar de um seminário do setor aeroespacial que a Sandvik Coromant arranjou para nós. Nessa ocasião, fizemos muitos testes com diferentes métodos e também com ferramentas de cerâmica, que a Sandvik Coromant tinha acabado de introduzir”, relata Finn. Segundo Finn e Canipe, que também esteve lá, aquilo era exatamente o que eles precisametalworking world 27 ❯❯ O operador de máquina Pham Nguyen programando uma das máquinas CNC da Hartwell. Axel Öberg Axel Öberg A Hartwell fabrica muitas peças em Inconel, material de difícil usinagem. Na imagem: uma máquina NT 4250 DCG. a taxa de fabricação do A380 aumentar para 30 aeronaves, a Hartwell passará a entregar 120 peças dessas, o que irá representar uma economia de cerca de 250 horas de usinagem. “Como produzimos em pequenos volumes, não podemos investir muito tempo no refinamento de um Ao voltar à Califórnia, Finn processo sem prolongar o tempo de desenvolveu e aplicou um método retorno. Portanto, foi ótimo que a de torneamento exclusivo com base Ken Kolosky Sandvik Coromant tenha feito isso no que havia aprendido. Isso propara nós, usando o espaço e o tempo deles”, porcionou um ótimo controle e uma grande destaca Finn. redução no tempo de ciclo, além de ajudar a Hartwell a alcançar os custos de fabricação almejados. Economia de tempo, porém, não foi a única A solução reduziu o tempo total de ciclo vantagem gerada pelos processos e equipapela metade, para apenas duas horas. Quando mentos da Sandvik Coromant. Recentemente, ❯❯ vam. “Aprendemos sobre a “Reduzimos o tempo de desbaste de mais de duas horas para pouco mais de dez minutos.” Jon Finn, gerente de engenharia industrial da Hartwell. tecnologia e conseguimos encontrar uma possível solução, que nós dois acreditávamos que iria funcionar; tudo graças ao treinamento e às avaliações que havíamos feito juntos”, destaca Canipe. Há quem goste de calor Não é nenhum segredo que muitas companhias aéreas estão enfrentando dificuldades atualmente. O setor foi fortemente afetado pelo aumento global dos preços do petróleo. Em resposta, as empresas estão solicitando aos fabricantes aeronaves mais leves e mais eficientes no consumo de combustível. Para os fornecedores desses fabricantes, isso significa maior demanda por peças mais robustas, mesmo que em menor número. “Por exemplo, para reduzir peso, os protetores térmicos não são desejá- 28 metalworking world veis atualmente. “Peças que eram protegidas anteriormente e que costumávamos fabricar em aço agora precisam ser feitas de materiais térmicos, como o Inconel 718, que nunca tínhamos usinado antes”, explica Jon Finn, gerente de engenharia industrial da Hartwell. O eixo com mola é um exemplo. No novo Airbus A380, ele fica bem na parte quente na caixa do motor. Porém, a fabricação do eixo com mola em Inconel mostrou-se cara a princípio. “Fizemos alguns ensaios na Mori Seiki, testando diversos méto- dos, com diferentes ferramentas e processos de torno-fresamento. Mas o menor tempo de ciclo que conseguimos foi de quatro horas. Além disso, eram necessárias três trocas de ferramentas durante o processo, pois as fresas não agüentavam até o final da peça, o que tornava o processo muito caro”, relembra Finn. Foi então que a Sandvik Coromant deu algumas idéias sobre o processo de usinagem, além de novas ferramentas com pastilhas de cerâmica. “A principal solução foi uma usina- gem severa com velocidades médias, a utilização de uma classe específica de nitreto de silício e uma nova fresa”, observa Phillip Canipe, da BC Tool and Carbide Inc, distribuidor da Sandvik Coromant para a Hartwell. Finn e sua equipe, juntamente com Canipe, aproveitaram as idéias e as novas ferramentas e criaram um novo processo exclusivo, que envolveu uma combinação entre o material de corte e o corpo da fresa. “Com isso, reduzimos o tempo de desbaste em 90%,” relata Finn. Axel Öberg Axel Öberg Axel Öberg Hartwell Corporation Noemi Hernandez trabalha na montagem final das peças. ❯❯ a Hartwell realizou novos testes com a força do tirante de tração das máquinas, que é a força com a qual as ferramentas são presas no fuso. Quando uma máquina é instalada, essa força está em torno de 1.089 Kg a 1.180 kgs. A Hartwell descobriu que em certas máquinas, algumas com menos de três anos de idade, a força do tirante estava reduzida a algo entre 1.043 kgs e 272 kgs. Isso afeta diretamente o acabamento, assim como o desgaste do fuso e das ferramentas. “O que descobrimos ao testar nossas NTs (Mori Seiki NT 4200 com fuso Coromant Capto) foi que praticamente não houve desgaste desde quando elas foram entregues, em março de 2006, até quando nós as testamos, em outubro de 2008”, afirma Finn. “Elas estavam em operação há quase três anos e sua força era de 98% ou mais – graças à técnica adotada pela Sandvik Coromant no fuso Coromant Capto. Elas demonstraram ser muito mais robustas do que as que costumávamos usar.” Ken Kolosky, representante da Sandvik Coromant, vê o sucesso da Hartwell um bom exemplo das vantagens do trabalho em equipe. “Não há nada melhor do que discutir alguma coisa e depois vê-la acontecendo no mundo real”, declara Kolosky a respeito do seminário da Sandvik Coromant em Nova Jersey. Finn descreve também como a Sandvik Coromant lhes mostrou o que aconteceria se fizessem as coisas de forma errada. “Eles chegaram a quebrar ferramentas de propósito, algo que nós nunca teríamos feito”, conta, rindo. A Hartwell Corporation é a maior empresa do grupo McKechnie Aerospace e responde por cerca de 40% de seu faturamento anual. O objetivo principal da empresa é projetar, fabricar e fornecer sistemas de travas para aeronaves. A Hartwell fornece todas as soluções de travas para um avião, desde as portas da cabine dos pilotos e os compartimentos de bagagens de mão até as áreas de alta temperatura dentro dos motores. A empresa tem cerca de 40 mil peças em seu catálogo, inclusive para aeronaves que não são mais fabricadas mas que ainda precisem de novas peças. A empresa tem quatro unidades, três no sul da Califórnia e uma no Arizona. A Hartwell tem um faturamento de 100 milhões de dólares e conta com cerca de 300 funcionários, 200 deles na fábrica principal e na matriz em Placentia, na Califórnia. henrik ek metalworking world 29 TeCNOLOGIA POR Christer Richt Precisão sob pressão Desafio: Aumentar a produtividade ao usinar materiais cada vez mais exóticos. Solução: Combinar alta pressão com alta precisão. dutividade e maior vida útil da ferramenta. A refrigeração de precisão permite aproveitar a pastilha ainda mais, pois possibilita aumentar a velocidade em até 30% com ferramentas de alta pressão. Nas operações de desbaste em materiais difíceis de usinar, o aumento da vida útil da ferramenta pode ser de até 50% e as velocidades de corte também podem melhorar. Por vários anos, os fabricantes que buscavam ganhar produtividade por meio da refrigeração se concentravam no aumento da pressão. Porém, para obter todo o potencial da alta pressão, é necessário altíssima precisão. Acertar o ponto exato reduz a temperatura na zona de contato afetada pelo calor entre a pastilha e o material. Isso faz com que os cavacos se quebrem mais facilmente, reduzindo o entupimento. Resultado: melhor controle de cavacos, melhor acabamento superficial, maior pro- O sistema de refrigeração CoroTurn HP (alta pressão), quando combinado com soluções de ferramentas Coromant Capto, garante que o refrigerante seja aplicado no lugar certo. Introduzido em 2007, o sistema ajuda a reduzir significativamente as temperaturas nas interfaces ferramenta/ peça e ferramenta/cavaco ao usinar com velocidades mais altas. O sistema de refrigeração de alta pressão foi concebido para vencer o desafio dos materiais difíceis de usinar, que geram altas temperaturas e grandes tensões durante a operação. Sua má condutividade térmica provoca a concentração de temperaturas mais altas nas interfaces ferramenta/peça e ferramenta/cavaco. Isso pode levar a um desgaste acelerado da ferramenta e a um aumento dos custos de fabricação. Com o CoroTurn HP, jatos precisos de refrigerante são aplicados por meio de um sistema de olhal fixo, refrigerando a zona de corte de uma maneira que promove elevada taxa de quebra e controle dos cavacos. Isso é obtido por meio da geração de jatos de refrigeração com fluxo laminar paralelo. Na aresta de corte da pastilha, Estudo de caso: Aumentos EXPRESSIVOS de produtividade 30 metalworking world getty images Um sistema de refrigeração de precisão oferece as melhores condições de corte para peças difíceis de usinar, como trens de pouso. Um fabricante da Ásia que produzia uma peça de 1Cr18Ni9Ti para trens de pouso de aeronaves procurou a Sandvik Coromant em busca de aumento de produtividade. A solução foi usar uma barra de mandrilar sem sistema antivibratório, juntamente com a nova cabeça de corte CoroTurn SL e refrigeração sob alta pressão (70 bar) em um centro de fresotornea- mento M40 a uma velocidade de corte de 150 m/min. O resultado foi um excelente controle dos cavacos e um processo de usinagem mais seguro. O tamanho dos cavacos foi reduzido para 15 a 45 mm, comparado com 200 a 300 mm sob pressão normal. Além disso, o cliente conseguiu usar dados de corte altos e aumentar a taxa de remoção de metal em 30%. Não é só uma questão de pressão. Para gerar o melhor resultado, o refrigerante precisa ser aplicado no lugar certo. esses jatos agem como uma cunha hidráulica entre a ferramenta e a peça, penetrando nas interfaces a uma velocidade que ultrapassa a exigida até mesmo para usinagem com altas velocidades, levantando o cavaco, reduzindo a temperatura e melhorando o controle de cavacos. TAL melhora PERMITE uma produção sem monitoramento – por exemplo, na produção de grandes volumes com troca automática de peças em centros de torneamento e em máquinas multitarefas, em que os cavacos que se acumulam ao redor da ferramenta costumam impedir a troca automática da ferramenta. Isso também elimina a necessidade de ajuste manual. A tendência de aumento da disponibili- dade de uma fonte de alta pressão nos novos centros de torneamento, tornos verticais e máquinas multitarefas gera maior oportunidade de aproveitamento das soluções CoroTurn HP, principalmente na usinagem de materiais tais como Inconel, alumínio e titânio. O sistema é bastante vantajoso na indústria aeroespacial. Mesmo com pressões relativamente baixas, é possível tirar vantagem desse sistema de precisão, o CoroTurn HP. O sistema de alta pressão já está melhorando o desempenho de operações tais como torneamento externo e interno, perfilamento e mandrilamento reverso, e não há dúvida de que seu uso continuará crescendo conforme a Sandvik Coromant for ampliando a gama de soluções de ferramentas. RESUMO Lançado no final de 2007, o sistema de refrigeração CoroTurn HP (alta pressão) tem ampliado continuamente tanto as operações internas como externas. A aplicação precisa de refrigerante a altas pressões, aliada a soluções de ferramental standard com o Coromant Capto, é o ponto-chave do sistema. A melhora do controle de cavacos possibilita não só uma produção sem monitoramento como também confere maior vida útil à ferramenta, melhor acabamento superficial à peça e maior produtividade. metalworking world 31 Café em alta Os escandinavos usam xícaras grandes e gostam de voltar a enchêlas. Os chineses e americanos preferem café com leite. Já no sul da Europa, a preferência é pelo espresso. O café não é apenas uma bebida, mas uma cultura – com alcance global. “O café, forte e abudante, é o que me desperta. O café me aquece, deixa-me alerta e me dá uma força incomum, além de uma dor que não vem sem grande prazer”, teria dito Napoleão Bonaparte, líder militar e imperador francês. A história da França poderia ter sido muito diferente se Napoleão não tivesse recebido sua dose diária de cafeína. Os poderes do café têm sido discutidos há séculos, e seus benefícios e riscos ainda são debatidos em revistas de medicina, jornais e, claro, diante de uma xícara de café. Não se pode negar que o café seja um estimulante, um energético matinal que dá uma “injeção de ânimo”. Para David Holfve, gerente de qualidade do café da Kraft Foods, gigante internacional do setor alimentício, o café também é um estimulante social. Social até demais, segundo algumas senhoras inglesas 32 metalworking world que, em 1674, fizeram um abaixo-assinado para que seus maridos deixassem de passar tanto tempo nos cafés londrinos. Um ano mais tarde, o rei Carlos II tentou fechar as casas de café, que ele chamava de “criadouros de revolucionários”, que “produziam efeitos muito maléficos e perigosos”. Mas o enorme clamor público fez com que a proclamação fosse rapidamente revogada. do café de agradar e atrair pessoas para casas de café tem aumentado nos últimos anos. Todos os dias, bilhões de pessoas bebem café, uma das commodities mais negociadas no mundo. Depois do petróleo, o café é o segundo maior item de importação dos Estados Unidos. Com um quinto do consumo mundial, os EUA são o maior mercado de café do Na realidade, o poder Tradições mundiais Norte da Europa: todos os tipos de café puro e com leite em xícaras grandes. Sul da Europa: xícaras pequenas de café espresso forte. África: café com grãos de alta qualidade. América do Norte: café para viagem e cafés aromatizados. América do Sul: café tradicional filtrado, sobretudo no Brasil. Ásia: no Japão, café em lata (quente ou frio) adquirido em máquinas de venda automática nas ruas; na Índia, café doce com leite, preparado a partir de um processo de fervura; na China, preferência arraigada pelo chá. Oriente Médio: café árabe tradicional servido à moda da região - fervido e em pequenas xícaras. As tradições relacionadas ao café são muito diferentes ao redor do mundo. Como você gosta mais? mundo. Em 2007, pela primeira vez, o café ultrapassou os refrigerantes como a bebida favorita do país. Mas quem visita os Estados Unidos pode se surpreender com o que eles chamam de café. “O café americano de antigamente não precisava ser gostoso, só precisava ser barato”, escreveu Bee Wilson no Sunday Times. A busca por um produto barato e rápido talvez explique por que o café dos EUA é tão ralo, assim como o uso de grãos de baixa qualidade e métodos de torrefação aquém do ideal. Mas agora, com uma pequena ajuda da Starbucks, enorme rede de casas de café, dentre outras, os americanos estão consumindo mais bebidas baseadas em espresso e cafés gourmet do que nunca. Mesmo assim, cada americano bebe uma quantidade mínima quando comparado com os ávidos bebedores de café dos países nórdicos. Segundo a Federação Européia do Café, os finlandeses são os que mais consomem a bebida (média de 9,7 kg por pessoa em 2007). Logo atrás vêm os noruegueses, suecos e dinamarqueses. Um dos motivos para esse consumo pesado é que o café de filtro ou coador, mais comum no norte da Europa, costuma ser servido em xícaras maiores do que as usadas em outros lugares. Porém, segundo Holfve, há outro motivo: “em geral, no norte da Europa temos uma forte cultura do café e estamos habituados a beber café de boa qualidade”. Existem dois tipos principais de grãos de café cultivados atualmente: arabica e robusta. Holfve explica que o robusta, como o nome indica, produz um café mais forte, mas é considerado tradicionalmente como uma bebida de ❯❯ metalworking world 33 ❯❯ pessoas mais pobres. “Ele é mais torrado e escuro que o arabica, com um sabor ligeiramente mais amargo”, compara. O robusta também contém de 40% a 50% mais cafeína que o arabica e é usado principalmente para cafés instantâneos e de filtro. Em geral, quanto mais alto o terreno, melhor o café, o que explica por que muitas regiões montanhosas são reconhecidas pela alta qualidade de seu café. O nome “café” originou-se da província de Kaffa, na Etiópia, considerada o berço dessa planta. O café ainda é cultivado na Etiópia, no Quênia e em muitos outros países “Nunca beba espresso sozinho. Peça sempre para dois. A qualidade fica melhor e você pode compartilhar a experiência!” Giuseppe Taccari, diretor mundial de exportação, illy, Itália africanos, mas atualmente os três principais produtores são o Brasil, a Colômbia e o Vietnã. Este último é relativamente novato entre os grandes países produtores, tendo intensificado sua produção do café robusta, mais barato, na década de 1990. Com a disseminação das redes globais de casas de café, as bebidas baseadas em espresso, tradicionalmente encontradas somente na Itália ou na Espanha, agora estão amplamente disponíveis, mesmo em países com tradição de consumo de chá, como a Inglaterra e a China. Martin Wattam, da Organização Internacional do Café, explica: “A participação do café no setor de bebidas do Reino Unido tem crescido continuamente há várias décadas e até ultrapassou o chá em termos de valor de mercado há alguns anos. Na China, houve um crescimento significativo da popularidade do café na última década, sobretudo nas cidades de Pequim e Xangai.” Porém, embora o potencial de mercado da China seja enorme e o consumo do café esteja aumentando, especialmente entre os chineses afluentes abaixo dos 40 anos de idade, a China ainda é um país onde se bebe eminentemente chá. No Relatório Internacional do Café, Donald Spence escreveu: “O espresso é considerado forte demais por muitos chineses, que preferem caffè latte ou cappuccino. Demorou 15 anos para que os chineses aceitassem o café instantâneo. A aceitação do espresso deve levar aproximadamente o mesmo tempo.” pelo chá não impediu que a illy, gigante italiana do setor de cafés, abrisse uma de suas escolas da Universidade do Café em Xangai. A illy também opera escolas em outras cidades ao redor do mundo, como Nova York, Londres, Bangalore e São Paulo, com o objetivo de difundir e desenvolver a cultura do café. Seus alunos vão desde cafeicultores até entusiastas da bebida. Para Giuseppe Taccari, diretor mundial de exportação da illy, baseado na Itália, a melhor forma de preparar o café é com uma máquina de espresso, pois ela extrai os melhores aromas dos grãos. “Para obter o melhor café, use uma combinação de grãos arabica de alta qualidade. A preparação do espresso demora 25 segundos, com a água a uma temperatura de 90°C e pressão de 9 bar”, explica. A preferência chinesa Dicas de preparo johnér randes Os três g fé r e s d e ca p ro d u to 1. Brasil 2. Vietnã 3. Colômbia 34 metalworking world Preparar a xícara de café perfeita é uma arte. David Holfve, da Kraft, dá algumas dicas: • O café deve permanecer na embalagem original para preservar o aroma. Assim que a embalagem é aberta, o oxigênio entra em contato com o café e seu gosto começa a desaparecer. • Guarde o café em um local escuro e fresco, para que dure mais. • Uma vez aberto, o pacote de café só mantém o frescor por duas semanas. Compre embalagens menores para ter um café mais fresco. • Não é preciso investir na máquina de café mais cara, mas também não compre a mais barata. A temperatura e a pressão da água são os fatores fundamentais de uma máquina de café. • Comece com água fria. Não pode ser morna nem quente. • Não ferva o café por muito tempo nem o deixe descansando na cafeteira ou bule. • Para ficar ainda mais fresco, o café deve ser moído na hora. getty images ❯❯ “Porém, o mais importante: nunca beba espresso sozinho. Peça sempre para dois. A qualidade fica melhor e você pode compartilhar a experiência!”, recomenda. Taccari acredita que a semelhança entre os sommeliers e os baristas está aumentando. Segundo ele, os baristas – e os consumidores de café em geral – estão ampliando cada vez mais seu conhecimento sobre os diferentes tipos de grãos e sobre os países produtores de café. Os consumidores de café no mundo todo deixaram de pedir um simples “café” e passaram a pedir espresso, cappuccino, caffè latte e até café gelado. Porém, segundo David Holfve, em breve vamos escolher nosso café de acordo com outros fatores. “Acho que teremos uma maior percepção dos diferentes tipos de grãos. Em vez de pedirmos um espresso, pediremos um ‘queniano’ ou um ‘colombiano’. No futuro, passaremos a beber um café que combine com a refeição que acabamos de comer – por exemplo, um café mais encorpado e de torra escura após um prato de carne ou um de torra média para arrematar um prato de peixe”, sugere. Quaisquer que sejam os caminhos da evolução do café, o importante é que a variedade de opções continue sempre aumentando. Cari Simmons beberrões de café Jan-Erik Nordh, gerente geral da unidade de produção da Sandvik Coromant em Gimo, Suécia, sobre o hábito de se beber café na fábrica: Considerando-se que os escandinavos são os que mais bebem café no planeta, quanto vocês consomem na fábrica? “Não sei se eu deveria dizer, mas os nossos 1.750 funcionários e os nossos visitantes bebem mais de um milhão de xícaras de café por ano. Jan-Erik Nordh As nossas máquinas de café geram estatísticas, por isso sabemos.” Os visitantes estrangeiros percebem que vocês bebem tanto café? “Morei 22 anos nos EUA antes de me mudar para cá e sempre aviso aos meus colegas americanos que, em todos os lugares onde eles forem na Suécia, vão lhes oferecer café – é a primeira coisa que um sueco faz – e que o café aqui é muito mais forte do que eles estão acostumados.” Como se deve consumir o café em uma fábrica na Suécia? “De preferência, em uma caneca marrom de plástico. A pessoa pode levar seu café ou sentarse em uma das nossas salas de descanso. Todas as fábricas têm. Talvez seja porque bebemos tanto café e por causa dessas salas de descanso que somos um dos países mais produtivos do mundo!” metalworking world 35 PANORAMA Velocidade máxima Ferrovias. Um novo trem de alta velocidade criará uma conexão rápida entre Pequim e Xangai. Essa ligação, cuja conclusão está prevista para 2013, a um custo de 221 bilhões de renminbi (US$ 32 bilhões), será a maior linha de alta velocidade do mundo. Para financiar o projeto, uma nova empresa estatal de investimentos recorrerá a grandes bancos locais, ao fundo nacional de pensão e a investidores internacionais. 1,9 milhão de trabalhadores envolvidos. A nova linha terá 1.318 km de extensão. Com velocidade máxima de 350 km/h, o tempo de viagem entre Pequim e Xangai será de 5 horas, contra as 11 horas atuais. A bitola dos novos trilhos será de 1.435 mm. Via expressa para as informações certas software. Geralmente, uma solução de usinagem produtiva é conseqüência de uma série de decisões inteligentes, tomadas com base em informações relevantes. Entretanto, a coleta de informações costuma ser um processo lento, que exige a consulta a muitos catálogos e manuais. As variações de ordem terminológica entre os fornecedores tornam essa tarefa ainda mais complexa. Com a nova norma internacional 36 metalworking world ISO 13399, será muito mais fácil reunir informações sobre as ferramentas de corte, pois ela fornece uma supervia de informações diretamente para o ambiente de fabricação, onde as decisões importantes são tomadas. O objetivo é fornecer informações sobre as ferramentas de corte em um formato neutro, que seja independente de sistemas específicos ou da nomenclatura de determinada empresa. “Com essa norma, será possível importar informações diretamente para um sistema de gerenciamento de ferramentas ou simulação CNC, PLM, CAD, CAM”, explica Bengt Olsson, gerente de projetos de Product Lifecycle Management no Grupo Sandvik. “Isso agilizará o acesso do fabricante às informações necessárias sobre as ferramentas de corte, a fim de encontrar a solução de usinagem mais adequada e o ferramental mais eficiente, e agilizará também o processo de planejamento de uma nova tarefa”, acrescenta Olsson. O nome completo da norma é “ISO 13399, representação e compartilhamento de dados de ferramentas de corte”. Ela foi desenvolvida em conjunto pela Sandvik Coromant, pelo Instituto Real de Tecnologia de Estocolmo, pelo CETIM, França – centro técnico para engenheiros mecânicos, e outros pares do setor de usinagem. Outra norma abrangente, a ISO Turbinas eólicas PARA ÁREAS urbanas O projeto incluirá 21 novas estações. Kj e ll Er ss ik on Moinho de vento para uso urbano. Dois terços do novo trajeto serão construídos sobre terraplenagem. Do restante, grande parte será feita sobre pontes. O material rodante da nova linha terá uma carroceria de alumínio e um pára-brisa com vidro especialmente desenvolvido para suportar impactos contra aves. 10303, geralmente chamada de STEP (Standard for the Exchange of Product Model Data – Norma para intercâmbio de dados de modelos de produtos), visa descrever todo o processo de fabricação e de utilização de um produto. Nesse fórum, a Sandvik Coromant demonstrou como a norma para ferramentas de corte pode trazer informações vitais ao processo de fabricação e oferecer uma base para tomadas de decisões mais inteligentes. Duas novas demonstrações estão agendadas para maio. Para mais informações, visite www.steptools.com. Meio ambiente. As turbinas eólicas estão chegando às áreas urbanas. Novas tecnologias têm sido desenvolvidas para gerar energia a partir de turbinas de pequeno porte, concebidas para trabalhar em condições de maior turbulência, como as encontradas nas áreas com maior número de construções. Uma das pioneiras desse mercado é a britânica Quietrevolution, que desenvolveu uma turbina eólica com design helicoidal (torcido) e eixo vertical. A turbina consegue captar o vento de todas as direções e funciona bem nas condições típicas do entorno de edifícios, com mudanças bruscas de velocidade e direção. Graças à velocidade mais lenta da extremidade da pá, seu design é bem mais silencioso. O primeiro modelo foi lançado em 2007. Com 5 metros de altura e 3 metros de diâmetro, essa unidade pode ser montada tanto no chão como sobre um telhado, e gera de 6 mil a 10 mil quilowatts-hora por ano em um local com bastante vento. vento ganha do vinho na espanha Negócios. O setor de energia eólica espanhol está em franca expansão. Segundo a Associação de Energia Eólica (AEE) da Espanha, em 2007 o setor contribuiu em 3,3 bilhões de euros para o produto interno bruto do país, incluindo exportações no valor de € 2,6 bilhões, e empregou 38 mil pessoas. Isso o torna mais importante para a economia da Espanha do que sua famosa indústria do vinho. Vários fatores favoreceram essa enorme expansão na Espanha, como algumas regulamentações governamentais em apoio a “fontes ecológicas de energia” e o crescimento dos parques eólicos, o que tem impulsionado a demanda nacional de peças para moinhos de vento. Porém, segundo a AEE, a maior parte do crescimento para o fabricante médio vem de fora. Metade das peças para moinhos de vento produzidas na Espanha é exportada para outros grandes mercados de energia eólica, como a Alemanha, os EUA e a China. Novo Pallet economiza espaço inovação. A empresa sueca Crossborder Technologies está desafiando o mercado de pallets tradicionais, ao introduzir pallets feitos de aço e alumínio. Seus pallets Turbo são muito mais leves que os convencionais de madeira e podem ser empilhados quando vazios, ocupando apenas um terço do espaço. “O custo ao longo da vida útil dos nossos pallets é muito mais baixo que o dos pallets convencionais de madeira. Eles duram cinco vezes mais e custam três vezes menos para serem transportados de volta após a entrega da mercadoria. Além disso, atendem as exigências de higiene da indústria alimentícia”, afirma Lennart Nilsson, CEO da Crossborder. E o meio ambiente também sai ganhando. Pelos cálculos da Crossborder, como esses pallets pesam menos e têm menor volume, um caminhão totalmente carregado pode reduzir suas emissões anuais de CO2 em cerca de cinco toneladas. Além disso, os pallets são 100% recicláveis. A Crossborder foi a primeira empresa do mundo a fabricar pallets a partir de chapas de aço finas. Após receberem uma proteção anticorrosiva, as chapas são moldadas nos formatos desejados e unidas para criar estruturas delgadas, porém resistentes. Para reduzir o atrito e a corrosão, tiras de alumínio são rebitadas na base das pernas e nas superfícies onde os garfos das empilhadeiras exercem pressão nos pallets. metalworking world 37 a solução Carros rápidos Novos modelos de carros tornaram-se tão importantes para a indústria que seus fabricantes estão fazendo lançamentos a intervalos cada vez menores. A fabricação das matrizes de estampar necessárias para as peças exclusivas da carroceria de qualquer novo modelo é um processo demorado. A aceleração desse processo torna mais fácil para os fabricantes de carros introduzirem novos modelos rapidamente. ESCOLHA TRANQÜILA COROMILL 300 Quando a questão for realizar o perfilamento de matrizes de estampar em aço-ferramenta, a CoroMill 300 serve para condições duras e suaves. A fresa com pastilha redonda também dá conta do faceamento suave e abertura de bolsões em diversas operações, além de poder ser usada para desbaste 3D e semi-acabamento de punções e machos em ferro fundido nodular. O que é uma matriz de estampar? As matrizes de estampar dão forma aos itens da carroceria dos automóveis (portas, capôs, pára-lamas, etc) a partir de chapas metálicas. Cada matriz de estampar é única e exige ferramentas de corte que contribuam para uma produção eficiente com as mais altas tolerâncias. EFEITO MÁXIMO COROMILL 365 Para o faceamento da sapata da matriz, a nova CoroMill 365 costuma ser a opção mais produtiva. Ela é confiável para faceamento de desbaste a semi-acabamento em ferros fundidos e aços, pois apresenta taxas elevadas de remoção de metal e combina resultados de alta qualidade com segurança máxima do processo. 38 metalworking world ilustração: petter lönegård O PRÓXIMO PASSO CORODRILL 880 A usinagem de matrizes de estampar geralmente exige operações de furação. A CoroDrill 880 é indicada para todos os tipos de furação em ferros fundidos, aços e aços endurecidos. A pastilha central da broca tem um formato exclusivo e usa a “Step Technology”, que proporciona uma entrada suave na peça e forças de corte balanceadas. Isso, por sua vez, gera um aumento de produtividade de até 100% em comparação com as brocas com pastilhas intercambiáveis convencionais. Especialista em fresamento de cantos a 90° CoroMill 390 São necessárias muitas operações de fresamento de cantos a 90° para produzir uma matriz de estampar, mas a CoroMill 390 é perfeita para todas elas. Trata-se de uma fresa versátil para fresamento profundo ou raso de cantos a 90° na usinagem geral. Por exemplo, na usinagem de um assento de bucha-guia (usada para alinhar as metades da matriz de estampar), a fresa Long Edge oferece produtividade máxima. Essa fresa também é uma ótima opção para operações de desbaste com aresta transversal. FORTE E FLEXÍVEL COROMILL 316 É hora de reduzir o estoque de ferramentas de corte na sua matrizaria. A CoroMill 316 tem um novo sistema de fresamento com cabeças intercambiáveis que oferece resistência para aplicações de desbaste a acabamento. O sistema de cabeças intercambiáveis fornece grande flexibilidade com diferentes designs de cabeça de fresa e serve para várias aplicações relacionadas à fabricação de matrizes de estampar. ACELERADORA DE PRODUTIVIDADE CLASSE DE PASTILHAS GC1010 A nova classe de pastilhas GC1010 pode trabalhar com velocidades de corte mais altas na usinagem de aços endurecidos. Por isso, é perfeita em pastilhas para o difícil fresamento de matrizes de estampar em aço-ferramenta. A tenacidade superior de sua aresta de corte e maior resistência ao desgaste a tornam ideal para desbaste até acabamento. Com essa pastilha, seu aumento de produtividade está garantido. Leia mais sobre matrizes de estampar à página 6. metalworking world 39 Print Print n:o n:o C-5000:535 C-5000:531 POR/01 ENG/01 © © AB AB Sandvik Sandvik Coromant Coromant 2009:2 Nós não fabricamos máquinas. Mas deixamos elas melhores. Depois de anos trabalhando em parceria com nossos clientes, aprendemos a tornar uma máquina nova um sucesso ainda maior. Nossos técnicos podem oferecer pacotes personalizados de ferramentas e estar ao seu lado desde o início, da escolha do ferramental à peça pronta, a fim de garantir o melhor desempenho e o mais rápido possível. E o que é melhor: nossos serviços de consultoria são gratuitos! Por quê? 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