96
Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147
Ferramentas
antivibratórias
no torneamento
interno: garantindo
mais qualidade
Produtos
eletrônicos e a
logística reversa
Engenharia FEI, uma
referência nacional
edição 96
Índice
12/2013
AB Sandvik Coromant
18 Educação e Tecnologia I
AB Sandvik Coromant
4 Soluções de Usinagem
12 Produtividade
CoroCut QD
24 Negócios da Indústria
AB Sandvik Coromant
4
Soluções de Usinagem
Ferramentas Antivibratórias: soluções para o acabamento
superficial de qualidade na operação de torneamento interno
12Produtividade
Revisão do conceito: Lean Seis Sigma (LSS) ou Lean Sigma (LS)
18 Educação e Tecnologia I
Pluralidade e excelência tornam a FEI referência
na formação de engenheiros
24 Negócios da Indústria
Logística reversa: estamos preparados para o PNRS?
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30 Conhecendo um Pouco Mais
Bibliotecas Virtuais: vantagens da atualidade
32 Educação e Tecnologia II
Graduação e especialização on-line: uma nova realidade
36 Nossa Parcela de Responsabilidade
Praticando a Liderança
EXPEDIENTE: O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação
de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados.
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Projeto gráfico e Editoração Eletrônica: Débora Nascimento; Impressão: Promograf
As afirmações e dados contidos em matérias assinadas são de responsabilidade integral de seus autores.
soluções
dede
usinagem
soluções
usinagem
Ferramentas
antivibratórias:
AB Sandvik Coromant
soluções para o acabamento superficial de
qualidade na operação de torneamento interno
Muitos são os
fatores que
influenciam as
operações
de usinagem
podendo
comprometer
a qualidade
da peça e no
torneamento
isso não é
diferente
Ferramenta Silent Tools
em torneamento interno
Para se obter um acabamento de
ração. Já no torneamento interno, a
Os resultados apresentados nesse
qualidade é necessário analisar e
escolha da ferramenta é mais restri-
artigo são fruto da operação de aca-
considerar os fatores que podem in-
ta devido ao diâmetro e ao compri-
bamento superficial em um corpo de
fluenciar positiva ou negativamente
mento do furo da peça, uma vez que
prova de aço pelo processo de tor-
cada processo e assim escolher fer-
a profundidade determina o balan-
neamento interno, com três tipos de
ramentas e estratégias mais adequa-
ço. Por conta dessa restrição, podem
barras - antivibratórias, metal duro
das. No torneamento externo, por
surgir combinações entre compri-
e aço - e diversas combinações en-
exemplo, o balanço da ferramenta
mento e diâmetro em que o corpo da
tre avanços e comprimentos de fer-
não deve ser afetado pelo compri-
ferramenta pode ficar frágil, gerando
ramentas. Nosso principal objetivo
mento da peça e o tamanho do porta-
assim instabilidade na usinagem. Pa-
foi comparar o comportamento das
-ferramenta deve ser escolhido para
ra evitar essa instabilidade existem
barras, conforme avanços determina-
suportar as forças e as tensões que
opções de ferramentas com o corpo
dos previamente para saber em quais
normalmente surgem durante a ope-
de aço, metal duro e antivibratórias.
comprimentos as vibrações ocorrem.
4
o mundo da usinagem
dezembro.2013/96
Alguns conceitos sobre
vibrações na usinagem
O conjunto máquina-ferramen-
sendo estudado há mais de cem
causadas pelo contato periódico da
ta-peça apresenta características de
anos em suas três formas básicas: a
ferramenta de corte com a superfí-
rigidez, amortecimento e vibrações
vibração livre, a vibração forçada e
cie da peça. Já a vibração autoexci-
que são essenciais para a qualidade
a vibração autoexcitada.
tada, também conhecida por chatter,
da operação de usinagem. Vibrações
A vibração livre é causada por
normalmente traduzido por trepi-
podem causar desgaste prematuro
choque, a forçada é geralmente cau-
dação, é causada pelas interações
da ferramenta de corte, interferên-
sada por forças periódicas presen-
do processo de remoção de cavaco
cia na qualidade superficial, perda
tes na máquina, como forças prove-
com a estrutura da máquina. Sabe-
de precisão dimensional, danos em
nientes de engrenagens ou da ins-
mos que o chatter ocorre quando o
componentes da máquina operatriz,
tabilidade de componentes da má-
deslocamento relativo ferramenta-
além de ruídos indesejáveis e preju-
quina além de desalinhamentos de
-peça é tal que o corte é repentina-
diciais ao ambiente de produção.
motores ou de bombas. Além dis-
mente interrompido (Siddhpura e
so, as vibrações forçadas podem ser
Paurobally, 2012).
Esse fenômeno complexo vem
Fatores que influenciam a vibração – Ferramenta
da peça enquanto que a força tan-
ta e a parede do furo, indicados na
de torneamento interno podem
gencial o faz para baixo e, o que
figura 1. Conforme observação de
ser decompostas em força de cor-
também reduz, por consequência,
Dimla (2004), a existência das de-
te tangencial (Ft), força de corte ra-
o ângulo de folga da ferramenta.
flexões radial e axial na ferramenta
dial (Fr) e força de corte axial (Fa).
Com isso, o ângulo de folga da pas-
implica em uma profundidade de
A reação para a força radial é a de-
tilha tem que ser suficiente a fim de
corte reduzida, o que pode induzir
flexão da ferramenta para o centro
evitar o contato entre a ferramen-
vibrações.
AB Sandvik Coromant
As forças de corte na operação
a
a
Figura 1: Decomposição de forças
para torneamento interno
dezembro.2013/96
o mundo da usinagem
5
soluções de usinagem
Figura 2: Algumas características de ferramenta que minimizam ou
aumentam a tendência ao surgimento de vibrações e quanto mais
à direita do diagrama, mais deve ser evitada aquela característica
Tendência à vibração
Ângulo de posição/
ataque e ângulo de saída
Raio de ponta e ângulo
de ponta, mm (polegadas)
Macrogeometria
AB Sandvik Coromant
Microgeometria
Profundidade de corte em
função do raio de ponta
Devido a inúmeros perfis de pe-
a operação, já que a força é direcio-
forças de corte. Geralmente, pastilhas
ças, modelos, acabamentos, raios e
nada ao longo da barra de tornear.
sem cobertura possuem menor arre-
materiais a serem usinados, existe
Com isso, deve-se aplicar um ângu-
dondamento de aresta do que as com
uma gama variada de pastilhas e
lo de posição o maior possível.
cobertura (GC) e isso deve ser levado
suportes para escolha. O ângulo de
Menores raios de ponta da ferra-
em consideração, especialmente com
posição da ferramenta afeta a dire-
menta representam pouco esforço
grandes balanços de ferramentas e
ção e a magnitude das forças axial
de corte, pois quanto maior o raio,
furos pequenos. O desgaste de flanco
e radial e das deflexões resultantes.
maior será o contato, aumentando
excessivo (VB) na pastilha modifica
Quanto maior o ângulo de posição
as forças de corte radial e tangencial.
a folga entre a ferramenta e a parede
maior será a força de corte axial,
O arredondamento da aresta (ER)
do furo e isso também pode afetar a
que não causa grande efeito sobre
da pastilha também pode afetar as
6
o mundo da usinagem
ação de corte do processo.
dezembro.2013/96
AB Sandvik Coromant
Figura 3: O tipo da pastilha influencia a vibração,
pois quanto maior a área de contato maiores
serão os esforços de corte
Round
90º
80º
80º
60º
55º
35º
R
S
C
W
T
D
V
Tendência da
alta vibração
Tendência de
baixa vibração
Outro fator não menos importan-
Por fim vale frisar que a fixação
diâmetro, do balanço, do grau das
te é o desgaste da pastilha, que pre-
da barra de maneira correta é uma
forças de corte radial e tangencial e
tendemos abordar oportunamente,
das questões mais importantes na
do suporte da barra na máquina. O
nos limitando agora ao estudo das
usinagem com longos balanços. A
menor movimento na extremidade
diferenças entre os modelos das bar-
deflexão da barra de mandrilar de-
fixada da barra de mandrilar provo-
ras de torneamento interno.
pende do material da barra, de seu
cará deflexão da ferramenta.
dezembro.2013/96
o mundo da usinagem
7
soluções de usinagem
Acabamento da superfície usinada
O acabamento não está especifica-
valores absolutos das ordenadas dos
rugosidade, em relação à linha média,
mente ligado à textura ou padrão ca-
afastamentos dos pontos do perfil de
dentro do percurso de medição lm.
racterístico da superfície técnica, nem
a valores específicos de rugosidade.
produzir um acabamento específico depende de muitos fatores: ferracorte e meio lubri-refrigerante.
dade Média - é a média aritmética dos
m
AB Sandvik Coromant
Ra como uma das avaliações da rugosidade em microns (μm). Ra - Rugosi-
x
y2
menta, peça, processo, parâmetros de
A ABNT recomenda o parâmetro
n
+
-
Ra
de uma operação de usinagem em
yn
de e vice-versa. Assim, a habilidade
y3
y (µm)
plica em baixos valores de rugosida-
y1
A Ra pode ser calculada pela equação:
Contudo, um “bom” acabamento im-
Ra =
y1 + y2 + ...yn
n
= (µm)
Metodologia e materiais
Com o objetivo de comparar o
máxima: fn=0,05 mm/min (mínima),
a) Barra em aço: A12M-STFPR 09-R
acabamento realizado pelos três ti-
fn=0,20 mm/min (máxima) e fn=0,30
(Fabricante Sandvik Coromant).
pos de modelos de barras de torne-
mm/min (superior à máxima).
b) Barra em metal duro com refrige-
amento interno (antivibratória, me-
A velocidade de corte e o sobre-
tal duro e aço), adotamos, na escolha
metal serão os mesmos para todos
das pastilhas, condições que menos
os testes. Adotou-se a faixa inter-
c) Barra com sitema antivibratório:
influenciam na vibração de acordo
mediária indicada pelo fabrican-
Silent Tools F12Q-STFPR 09-R
com a figura 2: menor raio da pasti-
te: Vc=250m/min e sobremetal de
(Fabricante Sandvik Coromant).
lha, maior ângulo de folga e ângulo
0,3mm (Sandvik Coromant, 2011).
Para os três casos foi utiliza-
ração interna: E12Q-STFPR 09-R
(Fabricante Sandvik Coromant).
de ataque. A usinagem foi realizada
Para o experimento foram reali-
da a pastilha de metal duro: TPMT
no torno CNC Okuma, Captain-L370
zados, para cada barra, balanços de
090204 PF 4225 (Fabricante Sandvik
com potência instalada de 20CV.
3xd, 4xd, 5xd, 6xd e 10xd, ou até ha-
Coromant) cujas características, con-
ver a vibração.
forme classificação da norma ISO
De modo a não considerar a influência do desgaste da pastilha nos
O material utilizado foi um aço
são: área P25 e cobertura de CVD
ensaios, foi usada uma aresta nova
comercial SAE 1045 de média dure-
(Chemical Vapour Deposition) com ca-
para cada uma das combinações. Pa-
za, com escoamento: 310 Mpa, ten-
madas de TiCN (carbonitreto de ti-
ra o avanço escolhemos: o mínimo e
são máxima: 565 Mpa e alongamen-
tânio), Al2O3 (óxido de alumínio) e
o máximo indicado pelo fabricante e
to: 16%. As barras utilizadas nes-
TiN (nitreto de titânio) totalizando
determinamos um avanço superior à
tes testes foram:
5,5 μm de espessura.
8
o mundo da usinagem
dezembro.2013/96
soluções de usinagem
Procedimento Experimental
A preparação do corpo de pro-
barra, para que não ocorresse va-
va foi feito com uma broca de di-
mento de 25 mm de profundidade.
riação no sobremetal.
Para cada ensaio foram realiza-
âmetro de 19,70 mm na mesma fi-
Determinamos para a usinagem
xação já usada antes da entrada da
um diâmetro de 20 mm e um compri-
média dos resultados para análise.
menta usados nos ensaios.
duro só foi superior à barra de aço na
das cinco amostras e calculada uma
Resultados Obtidos
Observa-se, na tabela 1, para cada
balanço e avanço, a média dos resul-
Nota-se que a barra antivibrató-
posição de 4xd para todos os avanços.
tados da rugosidade (Ra) e em ver-
ria teve uma estabilidade em todos
Foi realizado um experimento adi-
melho os que vibraram. O gráfico da
os avanços, porém para o avanço de
cional ao planejado para comparar a
rugosidade (Ra) vs o comprimento do
0,05 mm/min não houve quebra do ca-
estabilidade da barra de aço com um
balanço para cada tipo de ferramenta
vaco para balanço de 10xd e a rugosi-
pequeno comprimento ao limite indi-
também se fez necessário para com-
dade foi superior aos demais balanços.
cado de 4xd, que se refere a 4xd-2mm,
paração entre os modelos de ferra-
O comportamento da barra de metal
onde a estabilidade retornou.
Tabela com resultados do Ra x Balanço
fn=0,05 mm/volta
fn=0,20 mm/volta
fn=0,30 mm/volta
Balanço
Aço
MD
Antivibratória
Aço
MD
Antivibratória
Aço
MD
Antivibratória
3xd
0,291
0,2053
0,3065
3,0935
3,2923
3,2395
7,342
6,8274
7,1355
4xd -2mm
0,4392
0,2053
0,3377
2,9845
3,3385
3,3576
7,3071
7,6811
7,3614
4xd
10,0806
0,3718
0,3372
3,4755
3,4013
3,344
7,6621
7,8274
7,3986
5xd
7,9856
0,3572
6,6392
3,3487
8,5581
7,4355
6xd
8,359
0,5084
6,279
3,4355
7,6811
7,5916
10xd
2,1486
3,104
7,4986
Tabela 1: Resultados dos testes
Conclusões
Com base nos resultados dos ex-
aço SAE 1045 e para os dados de
4xd, porém com dois milímetros
perimentos em usinagem com bar-
corte indicados no item 3, conclui-
menor de balanço sua estabilidade
ras de mandrilar internas com cor-
mos que:
retorna e a rugosidade fica muito
po de aço, metal duro e antivibra-
• A estabilidade da barra de aço
tória utilizando corpo de prova de
é comprometida com o balanço de
10
o mundo da usinagem
próxima dos demais balanços.
• Para a barra de metal duro não
dezembro.2013/96
Gráfico 1: Comparação
dos resultados
12
10
8
6
Ra
4
2
0
AB Sandvik Coromant
3xd
4xd-2mm
4xd
5xd
10xd
Aço (fn=0,05mm/volta)
MD (fn=0,05mm/volta)
Antivibratória (fn=0,05mm/volta)
Aço (fn=0,20mm/volta)
MD (fn=0,2mm/volta)
Antivibratória (fn=0,2mm/volta)
Aço (fn=0,30mm/volta)
MD (fn=0,30mm/volta)
Antivibratória (fn=0,30mm/volta)
houve estabilidade acima de 4xd,
Podemos assim afirmar que as
sendo que sua indicação é até 6xd.
barras antivibratórias são a melhor
Neste caso acima de 4xd existe a ne-
solução para uma estabilidade no
cessidade de utilização do sistema
acabamento superficial no processo
antivibratório.
de torneamento interno para compri-
• A barra antivibratória obteve
mentos com balanços acima de 4xd.
estabilidade melhor para todos os
Os resultados obtidos ainda nos
balanços e avanços, em especial pa-
encaminham para um subsequente
ra altos avanços. Para avanços bai-
momento da pesquisa, quando ana-
xos não houve sucesso da quebra
lisaremos a influência do desgaste da
de cavaco.
pastilha na estabilidade das barras.
Engº. Fernando Morelo
Vendedor Técnico da Sandvik Coromant do Brasil
Prof.Dr.Paulo André de Camargo Beltrão
FEM - Universidade Tecnológica Federal do Paraná
dezembro.2013/96
6xd
Referências Bibliográficas
Dimla, D. E., 2004, “The Impact
of Cutting Conditions on Cutting
Forces and Vibration Signals
in Turning with Plane Face
Geometry Inserts”, Journal of
Materials Processing Technology, V.
155-156, pp. 1708-1715.
SANDVIK COROMANT,
“Manual Técnico de Usinagem”,
AB Sandvik Coromant,
Sandviken, Sweeden 2005.
Siddhpura,M., Paurobally, R.,
2012, “A review of chatter vibration
research in turning”, International
Journal of Machine Tools &
Manufacture, V. 61, pp. 27-47.
o mundo da usinagem
11
produtividade
Revisão do
conceito:
Lean Seis Sigma (LSS)
ou Lean Sigma (LS)
Com a concorrência cada vez mais
Pode-se afirmar que as medidas de
acirrada no mercado nacional e inter-
desempenho entram para o coti-
nacional, as indústrias estão procu-
diano das empresas e, frequente-
rando alternativas de produção en-
mente, é difícil equacionar os ob-
xuta que eliminem seus desperdícios
jetivos estratégicos, os projetos de
e produzam com qualidade, aten-
melhoria e a estrutura dos sistemas
dendo às necessidades do cliente no
de medição de desempenho.
tempo certo, quantidade certa e evi-
O Seis Sigma, ou SS, é um mé-
tando: estoque, transporte, processo,
todo que foi criado na década de
excesso de produção e movimenta-
1980 pela Motorola e, ao longo da
ção, além de espera e defeitos.
década de 1990, empresas como a
O preço, antes fator determi-
Allied Signal e a General Electric
nante, passa a compor com confia-
(GE) contribuíram para tornar o SS
bilidade, prazos e inovação como
o método de melhoria de qualida-
um dos fatores críticos de sucesso.
de mais popular da história da moderna administração empresarial.
O conceito Lean considera a redução do tempo entre o pedido do
cliente até a produção e entrega.
Trata-se de um processo complexo,
dirigido por um conjunto sistêmico de princípios e melhores práticas voltadas para a melhoria contínua. O conceito envolve a empresa
como um todo, desde a produção
até os mais altos níveis de executivos, incluindo fornecedor e clientes, além de requisitar a eliminação
do que não agrega valor.
12
o mundo da usinagem
dezembro.2013/96
Seis Sigma
A abordagem do Seis Sigma nos
dias de hoje atrai a atenção de mui-
forma de se medir a capacidade do
processo de trabalhar sem falhas.
tas organizações, por conta de sua
Ainda segundo os especialistas, o
sistemática em alcançar a redução da
processo Seis Sigma representa uma
variabilidade e dos desperdícios nos
redução na variação no resultado de
processos, por meio de métodos esta-
entrega aos clientes numa taxa de 3,4
tísticos e dos conceitos da qualidade.
defeitos por milhão, ou 99.99966%.
É notória a inserção do Seis Sigma
A metodologia Seis Sigma tem ên-
em assuntos ligados à gestão estraté-
fase, portanto, no controle estatístico
gica dos negócios. Segundo os espe-
da qualidade que envolve a definição
cialistas, Seis Sigma é um processo de
de padrões de excelência nos proces-
negócio que permite às organizações
sos, que não devem ultrapassar 3,4
potencializar seus lucros por meio do
defeitos em um milhão de oportu-
aprimoramento das operações, me-
nidades. A metodologia em questão
lhoria da qualidade e eliminação de
tem por finalidade o caráter preventi-
defeitos, falhas e erros. Os estudos da
vo e abordagem para a melhoria con-
última década consolidaram a defini-
tínua, firmando níveis de referência
ção do termo Seis Sigma como a ma-
competitivos mundialmente. A figu-
neira de se mensurar o número de de-
ra 1 apresenta o nível Sigma mundial
feitos no processo estudado, ou seja,
para os diversos tipos de processos.
Figura 1: Nível
Sigma Mundial.
Indicação do
número de
defeitos por
milhão de peças
(dpm) na faixa
inferior, indica a
correspondência
na classificação
correspondente
do Seis Sigma
dezembro.2013/96
o mundo da usinagem
13
produtividade
Surgimento do Seis Sigma
A metodologia Seis Sigma do programa de qualidade da Motorola em 1987 visava fabricar seus
produtos com zero defeito.
Integrantes da Equipe
Seis Sigma e suas
responsabilidades
Mikel Harry, engenheiro estatístico da Mo-
Os aplicadores do método enfatizam que o pri-
torola, estudou o conceito de Deming a respei-
meiro passo do Seis Sigma refere-se à definição do
to da variação dos processos (desvio padrão da
estatuto da equipe, das necessidades e exigências
média representado pela letra grega σ). Em se-
dos clientes e a geração de um mapa do processo a
guida, estimulado pelo presidente da Motoro-
ser aperfeiçoado.
la, Bob Galvin, superou o desafio em obter um
• Green Belt – centra-se no DMAIC, é um membro do
processo Seis Sigma, alcançando no máximo
time em tempo parcial;
de 3,4 defeitos a cada milhão de oportunida-
• Black Belt – deve desenvolver a atividade de tempo
des. Em 1996, o presidente da General Electric,
integral, gerenciando 3 a 6 DMAICs e os Sistemas
Jack Welch, adotou a metodologia Seis Sigma
de Controle do Processo;
com o objetivo de atingir o nível de Seis Sig-
• Master Black Belt - mentor dos Black Belts e facilita-
ma nos seus processos, obtendo resultados ex-
dor de todo o processo. Pode dar suporte a 6-8 Bla-
pressivos para os negócios. Tal experiência foi
ck Belts e 12-20 DMAICs.
de grande importância não só para a GE como
• Sponsor – é o responsável pelo processo (Process
também para o futuro do Seis Sigma no âmbi-
Owner). Dá suporte aos Black Belts em sua área,
to empresarial, por ter sido, entre os iniciais, o
remove as barreiras aos times de DMAIC.
caso mais bem sucedido e famoso dessa meto-
• Champion – é o responsável por múltiplos proces-
dologia, considerado até hoje o padrão a ser se-
sos, é líder de um grupo de Sponsors e provê a liga-
guido por muitas empresas.
ção com o negócio, a nível executivo.
Metodologia Seis Sigma
melhorar
analisar
Com base em recentes estudos, constatou-se
que, a metodologia Seis Sigmas possui duas vertentes, a DMAIC (Define, Measure, Analyse, Improve e Control), voltada para a qualidade de processos e a DFSS (Design for Six Sigma), voltada para a
qualidade de projetos de produtos/serviços.
A metodologia DMAIC fundamenta-se na ISO
medir
controlar
9000 e no TQM (Total Quality Management), baseando-se no uso de ferramental estatístico, integrando diversas ferramentas tradicionais de controle da qualidade.
14
o mundo da usinagem
definir
dezembro.2013/96
produtividade
CONCEITO DE LEAN
SIX SIGMA (LSS) OU
LEAN SIGMA (LS)
A abordagem desses dois métodos gerenciais — filosofia Lean e Seis Sigma — sugere
uma estratégia empresarial de mudança para
obtenção de resultados rápidos.
O Lean e o Seis Sigma não apresentam conflitos diretos, mas buscam ferramentas e for-
Le
n Gestão do local de trabalho
Porquês
A prova de erros (Poka-Yoke)
Diagrama de
causa e efeito
Análise de valor de
tempo e ciclo
Just-in-time
Fluxo de produção balanceada
fortes de cada uma das metodologias. As sinergias entre as duas metodologias são apresentadas na figura 2:
S
Controle estatístico do processo
Diagrama de Pareto
Ferramentas de
gestão de mudanças
Histogramas
Gráficos de controle
Análise de
correlação
Análise de capacidade do processo
Análises do sitema de mensuração
Desenho de experimentos (DOE)
a
igm
Mapeamento do processo
ção do LM e SS é empregar os pontos mais
Redução da variabilidade
Redução do tempo do Set-up
Gestão visual
tínua. A forma mais adequada para a integra-
DMAIC
Manutenção produtiva total
5S
mas diferentes para promover a melhoria con-
sS
ei
a
Na última década, os gestores de
produtividade buscam associar o Seis Sigma
ao Lean Manufacturing, aproveitamento
ocidental do toyotismo surgido no Japão
nas décadas de 1930-1940
Desenho robusto
QFC (casa de qualidade)
FMEA - Análise de falhas e efeitos
Gestão de projetos
Regressão
Kaizen
Análise de média e variância
Manufatura celular
Teste de hipóteses
Figura 2: Sinergia entre
filosofias Lean e Seis Sigma
Para saber mais:
ECKES, G. A Revolução Seis Sigma: o método que
levou a GE e outras empresas a transformar processos
em lucro. São Paulo: Campus, 2001.
16
o mundo da usinagem
LIKER, J. K., MEIER, D. O Modelo Toyota: Manual de
Aplicação. Porto Alegre, SC: Bookman, 2007.
dezembro.2013/96
Lean e Seis Sigma: Métodos
que se complementam
O que é melhor para uma
empresa?
Pode-se afirmar que a consolidação de métodos de
Nota-se que a integração do Lean e do Seis Sigma apre-
melhoria Seis Sigma e Lean Manufacturing são funda-
senta grandes vantagens para empresas que a adotarem,
mentais, visto que:
pois une as vantagens e os pontos fortes das duas.
• O LM não consegue obter um processo sob controle
estatístico;
• O SS por si só não é capaz aperfeiçoar a velocidade
do processo.
As metodologias se complementam, pois o Seis
Existe uma vantagem na união das duas ferramentas em que uma complementa a outra. O papel dos gestores de produtividade é, justamente, o de escolher o
que mais se adapta às necessidades de cada empresa.
Além disso, é vital ter total conhecimento da cultu-
Sigma:
ra da empresa, pois a maioria das dificuldades enfren-
• Analisa as oportunidades e concentra-se na elimi-
tadas na implantação dos conceitos é cultural. A mu-
nação dos defeitos;
dança depende do envolvimento de toda a instituição,
• Dedica-se à redução da variação;
principalmente da alta administração. É preciso saber
• Utiliza-se de forma eficaz uma estrutura na resolu-
exatamente onde se quer chegar e conhecer profunda-
ção de problemas.
mente seu negócio para aplicar uma ferramenta que
Enquanto o Lean Manufacturing:
atue na estrutura e nos processos.
• Tem por objetivo o aperfeiçoamento da velocidade
do processo;
• Utiliza-se de ferramentas específicas para analisar
fluxos e tempos nos processos;
• Aplica conceitos de atividades que agregam valor
Sendo assim, é importante que cada empresa conheça sua própria situação para que direcione a implementação de projetos de melhoria que se adequem
à sua situação, para que então eles tragam resultados
positivos e esperados, principalmente na aplicação de
ou não;
uma ferramenta como o Lean Seis Sigma, que trabalha
As organizações que empregarem as metodologias
profundamente os problemas, a fim de identificá-los e
Lean Manufacturing e Seis Sigma de forma integrada
melhorá-los usando as vantagens da integração de du-
possibilitam atingir grandes melhorias. Unificar as
as ferramentas completas e complementares, mas com
duas estratégias, possibilita uma abordagem híbrida
um objetivo único que é atendimento ao cliente com
poderosa e efetiva.
alto índice de qualidade, agilidade e flexibilidade.
Ricardo Nunes, Andréa L.P. Navarro, Evaldo F. Pereira,
Felipe G. Ferreira da Silva, Hugo T. Gadroli
Pós Graduação em Gestão de Qualidade e Produtividade –
Universidade Paulista, UNIP.
SHINGO, Shigeo. Sistema de troca rápida de
ferramenta: uma revolução nos sistemas produtivos.
Porto Alegre: Bookman, 2000.
dezembro.2013/96
WOMACK, J. P.; JONES, D. T. Soluções enxutas: como
empresas e clientes conseguem juntos criar valor e
riqueza. Rio de Janeiro: Campus, 2006.
o mundo da usinagem
17
educação e tecnologia I
Pluralidade
e excelência
tornam a FEI referência na
formação de engenheiros
Figurando entre as
melhores escolas de
engenharia do País, a
Fundação Educacional
Inaciana (FEI) contribui
significativamente para
o desenvolvimento da
alta qualificação de
nossos engenheiros
A FEI – Faculdade de Engenha-
tência a FEI formou mais de 50 mil
ria Industrial , fundada em 1941 pe-
engenheiros, não é o volume de
la grande visão do jesuíta Pe. Ro-
alunos que conta. O investimento
berto Saboia de Medeiros (1905-
pedagógico em seus diversos cur-
1955), fez jus ao empreendedorismo
sos somado à pluralidade de recur-
de seu fundador. Ao longo das úl-
sos extracurriculares e a orientação
timas sete décadas, a FEI acompa-
dada aos alunos sedimentam uma
nhou as necessidades da formação
base conceitual e prática que é seu
de profissionais para a sociedade,
grande fator de distinção.
tornando-se Centro Universitário
Entre o campus de São Bernar-
FEI desde 2002, hoje com cerca de
do, com uma área de 233 mil m², e
8.400 alunos, embora continue sen-
o de São Paulo, com 8.600 m², estão
do chamado, simplesmente, FEI.
à disposição dos alunos 82 labora-
Com um campus em São Paulo
tórios didáticos de engenharia, 27
e outro em São Bernardo do Cam-
centros de informática (com mais
po-SP, a FEI oferece cursos de gra-
de 700 computadores) e salas de
duação em Administração, Ciên-
aula com recursos multimídia.
cias da Computação e Engenharias
A qualificação dos professores é
Civil, de Produção, de Automação
um dos patamares da qualidade da
e Controle, Elétrica, Mecânica, de
FEI. Os professores são contratados
Materiais, Química e Têxtil.
preferencialmente já com o título
Mas se em sete décadas de exis18
o mundo da usinagem
de doutor e para contrato no regidezembro.2013/96
me de dedicação integral (40 horas
semanais) exige-se fluência em inglês, produção científica e tecnológica relevante. Professores aulistas
os professores en-
ou com regime de dedicação parcial
volvidos com pes-
devem ser mestres e estar cursan-
quisa são incentivados a
do o doutorado. A qualificação nos
participarem de congressos
programas da própria FEI pode ser
em suas áreas de atuação.
obtida com bolsa integral, uma das
O ponto de partida básico da
maneiras de a instituição fomentar
FEI, não abandonado desde seu iní-
a capacitação do corpo docente. Pa-
cio, é a maneira de alinhar a forma-
ra tal fim, a semestral “Semana da
ção teórica e prática de seus futuros
Qualidade no Ensino, Pesquisa e
engenheiros à visão ética, social e hu-
Extensão” desenvolve temas rele-
mana, alicerces de um profissional
vantes para a comunidade acadê-
crítico, criativo e empreendedor, co-
mica sobre atualização tecnológica,
mo explicou o engenheiro Alexandre
políticas públicas de desenvolvimento técnico-científico, ou temas
Laboratório de
Engenharia Mecânica
Arqu
ivo F
E
I
voltados à educação. Além disso,
dezembro.2013/96
o mundo da usinagem
19
educação e tecnologia I
Augusto Massote, coordenador do
curso de Engenharia de Produção.
o mundo da usinagem
títulos de todas as áreas e 400 perió-
A capacidade para “estudar, pes-
dicos impressos, a biblioteca da FEI
quisar, projetar e intervir em proces-
visa dar suporte ao ensino e à pes-
sos produtivos e de gestão deve ter
quisa. A base de dados on-line permi-
no professor um facilitador desses
te acesso irrestrito a portais científi-
processos, um intermediário entre a
cos, fundamentais para o aprendiza-
aprendizagem teórica, os laborató-
do e a pesquisa. A biblioteca disponi-
rios de alta tecnologia e seu uso no
biliza também materiais técnicos em
desenvolvimento de atividades cur-
VHS, CDs e DVDs e um local especí-
riculares e extracurriculares”, expõe
fico para que os alunos tenham aces-
o professor Massote. A FEI busca
so a esses veículos digitais.
formar engenheiros para o mercado
O Setor de Estágios e Empregos
e, ao mesmo tempo, oferecer-lhes a
da FEI mantém parceria com mais
necessária visão caso queiram conti-
de oito mil empresas, no chama-
nuar no universo da pesquisa.
do SESEM (Setor de Estágios e Em-
Os laboratórios estão subdividi-
pregos), que intermedia anualmen-
dos em Centro de Laboratórios Elé-
te mais de dois mil contratos. Além
tricos (CLE), Centro de Laboratórios
disso, a Júnior FEI, constituída e ad-
Mecânicos (CLM) e Centro de La-
ministrada pelos próprios alunos,
boratórios Químicos (CLQ). Os três
presta serviços de consultoria e re-
centros ocupam uma área total de
aliza projetos nas áreas de Admi-
aproximadamente 20 mil m . O CLE
nistração, Engenharia e Ciência da
possui 38 laboratórios e capacidade
Computação. Combinando a vivên-
para atender até 769 alunos ao mes-
cia acadêmica com a vivência em-
mo tempo; o CLM administra 26 la-
presarial, a empresa Júnior contri-
boratórios e pode atender 942 alunos
bui para o crescimento pessoal, aca-
simultaneamente, e o CLQ tem 18 la-
dêmico e profissional de cada estu-
boratórios e capacidade de atender
dante, além de oferecer projetos com
432 alunos ao mesmo tempo.
preços menores que os de mercado.
2
20
Com um acervo de mais de 57 mil
dezembro.2013/96
vo F
Arqui
EI
A formação extracurricular na graduação
Mas a atenção da FEI pela for-
e realiza, entre outros, experimentos
muns na grade curricular, como ae-
mação do aluno é fortemente im-
de gravidade reduzida. Já o AeroDe-
rodinâmica e compósitos (fibra de
pressa desde a graduação. Parale-
sign permite projeto e construção de
carbono, kevlar). Isso tudo, é claro,
lamente às atividades curriculares,
aeronaves radiocontroladas, sendo
trabalhando com algo que interes-
a FEI oferece programas específicos
a FEI a única instituição com a per-
sa a maioria dos engenheiros: pro-
complementares à formação da gra-
missão de fabricar a própria hélice e
jetar, construir e testar carros de al-
duação, por meio do incentivo ao
a única em âmbito nacional a desen-
to desempenho.
desenvolvimento de atividades de
volver um sistema que reduz a ro-
Já a FEI Baja estimula os estudan-
pesquisa e extensão.
tação do motor, possibilitando um
tes, exclusivamente de graduação, a
O professor Alexandre Massote
aumento no torque e a utilização de
fazer uso de conhecimentos práticos
deixa clara a importância dos pro-
uma hélice maior, com maior tração.
sobre projeto, construção, montagem
gramas e atividades extracurricula-
No terreno automotivo, a Fór-
e manutenção de máquinas. O resul-
res na formação dos alunos de en-
mula SAE é a competição entre ve-
tado desse trabalho é um veículo off-
genharia por eles serem uma fonte
ículos do tipo fórmula, projetados e
-road chamado Baja SAE.
prática de vivência profissional pa-
construídos por alunos de engenha-
As competições de Baja — re-
ra apropriação da teoria aprendida.
ria. Na competição são avaliados di-
ferência à sua realização inicial na
Alguns projetos são básicos pa-
versos fatores, desde projeto até de-
Baja California — foram criadas pe-
ra todas as especialidades, como a
sempenho em pista. A competição,
la Society of Automotive Engineers
Maratona de Programação, promo-
em vigor há mais de vinte anos nos
(SAE) em 1976 e introduzidas em
vida pela Sociedade Brasileira de
EUA, chegou ao Brasil em 2004 e a
nosso País em 1995 pela SAE Brasil.
Computação. Outros, como o proje-
FEI toma parte desde então.
A FEI foi uma das primeiras facul-
to Microgravidade e o AeroDesign
Nessa competição os alunos de-
dades do país a ter uma equipe de
são voltados ao desenvolvimento do
senvolvem habilidades básicas para
mini baja para participar das com-
estudante de engenharia no ramo
qualquer engenheiro (CAD, CAE,
petições nacionais e internacionais
aeronáutico, o primeiro em colabo-
análise por método de elementos fi-
realizadas anualmente pela SAE.
ração com o Centro Técnico Aeroes-
nitos, por exemplo), como também
A equipe FEI Baja é hexacampeã
pacial de São José dos Campos (SP),
pesquisam sobre áreas pouco co-
na competição SAE Brasil, vencedo-
dezembro.2013/96
o mundo da usinagem
21
educação e tecnologia I
ra nos anos de 2001, 2002, 2005, 2007, 2009 e
2011 e tricampeã mundial em 2004, 2007 e
2008. Em 2004 os estudantes da Equipe FEI
Mini Baja conquistaram o título SAE Midwest Mini Baja em Wisconsin/EUA, entre
120 equipes de dez países. Em 2007 a Equipe FEI Baja SAE conquistou o título geral do
Baja SAE Rochester World Challenge, disputado em Rochester, New York, EUA, entre 126 equipes de nove países e em 2008, novamente, a Equipe FEI Baja SAE conquistou
o título Baja SAE Montreal World Challenge, disputado em Montreal, Canadá, envolvendo 123 equipes de seis países. Em julho
de 2013, os 24 estudantes da equipe FEI Baja
foram campeões da Etapa FIAT da competição Baja SAE Brasil, realizando a prova em
2’58’’, sem parar para abastecer.
A robótica também é parte da formação
na FEI, que em 2003 participou do projeto
“Competições Robóticas”, para montar um
time de futebol de robôs que participaria da
II IEEE Student Latin-American Robot Competition, em Bauru, durante o 6º SBAI (Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente).
Desde então, cresceu o projeto Robô FEI,
que vai muito além do time de futebol de robôs. Sua intenção é contribuir para o avanço científico e tecnológico dos alunos de graduação e pós-graduação da FEI, que ao lon-
o FEI
Arquiv
go desses sete anos desenvolveram mais de
22
o mundo da usinagem
dezembro.2013/96
uma dezena de projetos de Iniciação
Científica, dois Trabalhos de Conclusão de Curso e duas Dissertações
de Mestrado relacionados ao futebol
de robôs. Em competições, a equipe
da FEI obteve sempre bons resultados e se firmou na vanguarda das
instituições brasileiras. Participou
de cinco campeonatos nacionais, sagrando-se campeã duas vezes, vice-
de conquistar diversos outros prêmios em outras competições.
Estágios no
exterior e dupla
diplomação
Arqu
locada em outra oportunidade, além
I
ivo FE
-campeã outras duas, e terceira co-
quecida como a dupla diplomação
inovação, contribuindo assim com
amplia os horizontes profissionais
o desenvolvimento econômico, so-
dos diplomados nos EUA e na Eu-
cial e tecnológico.
ropa, fator de vital importância no
Bastante respeitado entre os
mundo globalizado. “Nosso objeti-
institutos de pesquisas do Bra-
vo não é apenas o de formar enge-
sil, o IPEI se destaca pela sua in-
nheiros competentes mas profissio-
fraestrutura, com laboratórios de
O processo de internacionaliza-
nais aptos a fazerem escolhas vol-
pesquisa e centros especializa-
ção dos cursos de engenharia da FEI
tadas para a sociedade ao longo e
dos, além da competência de seus
está em processo de expansão. Os
suas carreiras”, explica o professor
pesquisadores em diversas áreas
alunos da FEI podem realizar está-
Massote, coordenador da Engenha-
do conhecimento. O IPEI contri-
gios de estudos em escolas de enge-
ria de Produção. E essas escolhas
bui para o fomento do processo
nharia do exterior, tanto nas diversas
estão cada vez mais implicando em
de inovação e empreendedoris-
instituições do programa Ciências
contatos de trabalho com empresas
mo dentro da instituição e, para
sem Fronteiras, do governo federal,
brasileiras no exterior.
tanto, procura articular todos os
setores (ensino, pesquisa e exten-
como a partir de parcerias próprias
da instituição, na Espanha (Universidade de Alicante), na Alemanha
(Instituto de Tecnologia de Karlsruhe) e nos Estados Unidos (New
York Institute of Technology - NYIT).
IPEI - Instituto
de Pesquisas e
Estudos Industriais
são) em seus projetos.
Com sólido alicerce de sete décadas e com seriedade e comprometimento didático-pedagógico a
servirem de base para novos ho-
A dupla diplomação já é possí-
O IPEI, criado em 1975, é o elo
rizontes, a FEI se consolida como
vel, estando em curso convênios para
da universidade com o setor pro-
uma das instituições de excelência
algumas especialidades com o Insti-
dutivo, promovendo a cooperação
na engenharia do país.
tut Catholique des Arts et Métiers
tecnológica entre empresas, pes-
(ICAM), na França, e com o New
quisadores e entes públicos, além
York Institute of Technology (NYIT).
de prestar serviços em calibrações,
Não apenas a formação é enri-
ensaios e análises ou pesquisa e
dezembro.2013/96
João Manoel S. Bezerra de Meneses
Gestor Ambiental/Jornalista
o mundo da usinagem
23
negócios da indústria
Logística
estamos
reversa: preparados
para o PNRS?
Como gerir as 900 mil toneladas de li-
gística reversa de produtos de descarte
xo eletrônico que o Brasil produz anual-
complexo, de geladeiras e televisores às
mente é um desafio de grande porte.
pequenas, porém muito poluidoras, pi-
Embora a imagem mais recorrente em
24
o mundo da usinagem
lhas e baterias.
termos de descarte de resíduos seja a de
Os especialistas em direito ambiental
pneus entupindo rios e riachos, o uni-
têm acompanhado a situação com cui-
verso do descarte dos chamados “inser-
dado e, embora o caminho correto a ser
víveis” é bem mais complexo. O chama-
seguido seja conhecido, ainda há muito
do lixo eletrônico, por exemplo, é uma
chão e muita conversa até que um plano
das maiores preocupações dos ambien-
operacional possa ser aplicado. Os fabri-
talistas. Um fator complicador é que os
cantes já possuem experiência de outros
brasileiros, de maneira geral, em vez de
países onde o descarte é bem regulamen-
descartarem os componentes eletrônicos,
tado e começam a montar as estratégias,
preferem guardá-los em casa. De fato,
inclusive de marketing, para que a cada
curiosamente, um sem número de brasi-
venda de um equipamento novo existam
leiros ainda tem o seu primeiro celular,
mecanismos para a coleta do velho. Al-
“tijolinho” que pesava quase meio quilo
guns países do hemisfério norte, como
quando foi lançado no Brasil, em 1990.
Noruega, Dinamarca e Holanda, bus-
Obviamente, não se combate saudo-
cando retirar de circulação geladeiras e
sismo com leis, mas a guarda doméstica
aparelhos de ar condicionado que ain-
se deve também, em grande parte, à ine-
da usavam o gás CFC (clorofluorcarbo-
xistência de princípios e regras claras pa-
no — nocivo à atmosfera), incentivaram
ra o setor. Assim é que o PNRS — Plano
um sistema de trocas economicamente
Nacional de Resíduos Sólidos — deverá
conveniente para o comprador, gerador
ser implantado no País em aproximada-
de vendas para o fabricante e importante
mente doze meses. Dele faz parte a lo-
para a sociedade.
dezembro.2013/96
Linha branca:
Linha azul:
aspiradores de pó,
batedeiras, ferros elétricos,
liquidificadores, espremedores
de fruta, cafeteiras,
furadeiras, ferros
elétricos, secadores
de cabelo.
fogões,
geladeiras,
congeladores,
condicionadores
de ar,
aquecedores,
lavadoras
de roupa,
secadoras,
lavadoras
de louça.
Linha
marrom:
televisores e
monitores de
tubo, plasma,
LED e LCD,
aparelhos de
VHS e DVD,
equipamentos
de áudio e som,
filmadoras.
Linha verde: telefones celulares,
computadores desktops e notebooks,
tablets, acessórios de informática.
dezembro.2013/96
o mundo da usinagem
25
negócios da indústria
o relacionamento entre poder público e cooperativas dedicadas à reciclagem. Os Ecopontos da cidade de São
Paulo são iniciativa da Prefeitura, mas
Brasil afora as iniciativas pontuais demandam maior uniformização, tanto
de procedimentos quanto da própria
divulgação na sociedade.
Recentemente, divulgou-se pesquisa da Universidade de Illinois,
nos Estados Unidos, com objetivo de
criar tecnologia transitória, que seria
dissolvida em água no final de sua vida útil, como o chip de seda, um dos
26
“
“
No entanto,
apenas celulares
e computadores
oferecem algum
retorno econômico
quando reciclados.
Os celulares possuem
metais preciosos,
como ouro, alumínio
e outros, na faixa
de 20% de sua
composição, além de
20% de cobre.
o mundo da usinagem
Entre nós, a meta da Política Na-
primeiros componentes sendo testa-
cional de Resíduos Sólidos é que fa-
dos. Mas enquanto isso não ocorre, o
bricantes, distribuidores, importa-
encaminhamento correto do lixo ele-
dores e comerciantes se responsabi-
trônico é uma questão premente.
lizem em recolher 17% dos produtos
A melhor conscientização é, sem
que o mercado consumidor compra
dúvida, o caminho mais sério a ser tri-
anualmente, nas quatro linhas de ele-
lhado. Basta ver o subaproveitamen-
trônicos existentes.
to dos recursos da COOPERMITI,
A Eletros — Associação Nacional
cooperativa para reciclagem e vários
de Fabricantes de Produtos Eletrôni-
outros projetos ambientais existentes
cos — vem participando ativamente
no centro de São Paulo, processando
da discussão, indicando a necessidade
menos da metade de sua capacidade
de melhor conscientização sobre o des-
mensal: cerca de 40 mil toneladas re-
carte e propondo medidas de logística
cebidas, sendo que poderia processar
reversa. As autoridades públicas, por
até 100 mil toneladas.
sua vez, devem aumentar os cerca de
É bastante clara a necessidade de
60 Ecopontos da cidade de São Paulo,
intervenção urgente no setor, já que
difundi-los pelo interior e normatizar
megalópoles como Rio de Janeiro e
São Paulo produzem mais de cinco
mil toneladas de lixo eletrônico por
ano, segundo organismos ambientais
da ONU. No entanto, apenas celulares e computadores oferecem algum
retorno econômico quando reciclados.
Os celulares possuem metais preciosos, como ouro, alumínio e outros, na
faixa de 20% de sua composição, além
de 20% de cobre. O Japão é o principal
dezembro.2013/96
negócios da indústria
“
“
A logística reversa,
contudo, é fundamental
no caso de baterias,
que podem contaminar
solo, águas e,
consequentemente, a
alimentação humana
devido à presença de
metais pesados, como
chumbo, lítio, cádmio,
mercúrio, zinco, cobalto e
níquel, que não se diluem
com a ação do tempo.
comprador dos metais reciclados de
to dedica-se à logística reversa, com
eletrônicos.
várias iniciativas individuais ser-
O correto encaminhamento dos
vindo de modelo para a prática.
chamados, por muitos, de “inserví-
Assim sendo, sua obrigatoriedade
veis”, na realidade dá novas serven-
— o caminho do produto usado de
tias a esse precioso material e não
volta para o fabricante — determi-
apenas protege o ambiente como ge-
nada pela Lei nº 12.305/10, instau-
ra lucros. Os telefones celulares, por
radora do Plano Nacional de Re-
exemplo, podem gerar 250 gramas
síduos Sólidos, não pegou o setor
de plástico e 650 gramas de metal a
desprevenido. De fato, mais de 60
cada quilograma de material mani-
sindicatos empresariais assinaram
pulado convenientemente.
o termo de compromisso de iniciati-
A logística reversa, contudo, é
va da FIESP em 2012. Um bom indí-
fundamental no caso de baterias,
cio é que FIESP, Secretaria do Meio
que podem contaminar solo, águas
Ambiente do Estado de São Paulo
e, consequentemente, a alimenta-
e sindicatos buscam, conjuntamen-
ção humana devido à presença de
te, um programa ao qual a indús-
metais pesados, como chumbo, lí-
tria possa rapidamente se adaptar e
tio, cádmio, mercúrio, zinco, cobal-
cumprir. Desde 2010, muitas são as
to e níquel, que não se diluem com
indústrias multadas pelo não cum-
a ação do tempo.
primento da lei e, nesse sentido, a
Estudo de engenharia ambien-
FIESP sugere que aquelas que assi-
tal da Universidade de Brasília re-
naram o termo de compromisso po-
velou que, em 2011, apenas 25%
derão ter interlocutores que as auxi-
das lojas da área de amostragem
liem caso sejam questionadas antes
da pesquisa possuía recepção de
da total aderência à lei.
descartes e apenas 15% delas efe-
No setor privado, contudo, a
tivamente recebiam descartes. A
educação ambiental será o fator
mesma pesquisa revelou que, do
preponderante para que, na próxi-
universo entrevistado na pesqui-
ma década, também a população
sa, 46% guardam em casa seu apa-
tome consciência da necessidade de
relho sem uso; 18% o vendem; 15%
cumprir sua parte na responsabili-
o jogam no lixo comum, 16% dão
dade para com o futuro.
fins “outros” e apenas 5% os devolvem às empresas fabricantes.
O setor metalmecânico há mui-
Teorema Imagem e Texto
Saiba Mais:
Ecopontos: www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/servicos/amlurb/ecopontos
Coopermiti: www.coopermiti.com.br
Pesquisa da UnB: http://www.resol.com.br/textos/celular_10082011.pdf
28
o mundo da usinagem
dezembro.2013/96
conhecendo um pouco mais
Bibliotecas
Virtuais:
vantagens da atualidade
Um dos grandes benefícios da moderna informática
é a possibilidade de acesso a material impresso, muitas
tas de leitura e quase 2 bilhões de hits (1.827.670. 175)
vezes único, em sua mesa de trabalho, ou em sua casa,
até janeiro de 2011. Fazem parte do lote livros de lite-
enquanto o original se encontra em uma biblioteca a
ratura infantil e traduções de grandes clássicos, como
milhares de quilômetros de distância.
A Divina Comédia, de Dante Alighieri.
Tratam-se das bibliotecas virtuais, ou digitais, em
A maioria das grandes bibliotecas, contudo, já digita-
que as obras são copiadas e disponibilizadas, em for-
lizam seus acervos e os disponibilizam em for-
mato PDF - Portable Document Format, ou forma
ma de PDFs, para consulta on-line. A medida
de documento portátil - para leitura direta-
não apenas facilita a vida dos leitores como,
mente no monitor ou, na maior parte das ve-
também, torna menos cara a manutenção da
zes, impressão.
A Índia foi um os primeiros países a compreender o enorme alcance das bibliotecas virtu-
biblioteca, com menor número de funcionários para atender o público, menos problemas
de manutenção e reposição das obras.
ais, investindo maciçamente nelas, imediatamen-
Merecem menção, também, os bancos de
te após a descoberta de ferramentas que as torna-
dados como JSTOR, MUSE, SCIELO, PORTAL
vam possíveis, mais leves, mais rápidas.
Em 2003 o então presidente da Índia, Avul
Pakir Kalam dizia: “Uma biblioteca digital é onde o
passado encontra o presente e cria o futuro”.
O Brasil começou a perceber as vantagens de
tal filosofia em 2004, quando o Ministério da Educação criou o “Portal Domínio Público”, com um acervo
inicial de 500 obras.
Hoje o portal já possui mais de 180 mil textos, 12 mil
imagens, 2500 gravações sonoras e 1200 vídeos.
Todo esse material faz parte de títulos que entraram
para domínio público pela idade da publicação (como
a obra de Machado de Assis) ou que tiveram os direitos
CAPES, que reúnem revistas científicas de todos
os campos de conhecimento.
Consulte http://www.cg.org.br/gt/ gtbv/bibliotecas.htm e descubra todas as bibliotecas brasileiras com recursos on-line, classificadas por ordem alfabética, por categoria e por estado.
Neste mesmo site existe o link para bibliotecas virtuais ao redor do mundo: http://www.cg.org.br/gt/
gtbv/mundo. Ali você pode consultar desde uma das
mais especializadas bibliotecas do mundo, aquela da
NASA, até a mais completa e maior dentre todas as demais, que é a Biblioteca do Congresso americano.
Acrescente bibliotecas à sua vida. Sem sair de casa!
autorais cedidos pelos autores. O portal (http://www.
dominiopublico.gov.br) já recebeu 30 milhões de visi30
o mundo da usinagem
Teorema Imagem e Texto
dezembro.2013/96
negócios
educaçãoda
e tecnologia
indústria IIII
Graduação e
especialização
on-line:
uma nova realidade
Aprimorar o
currículo, completar
a formação estão
32
o mundo da usinagem
A formação universitária inegavelmente contribui para a formação profissional em todas as áreas do conhecimento. Embora ela ainda não tenha
conseguido – e seguramente jamais
entre as grandes
conseguirá – superar a velha e sólida
preocupações dos
minhos, hoje, são por ela abertos.
dias atuais
nificam um grande investimento de
experiência, a grande maioria dos caCursos universitários, contudo, sig-
dezembro.2013/96
que inscrito em uma universidade pú-
MBA on-line?
blica, o que o indivíduo deixa de ga-
Uma das grandes mudanças in-
nhar, retardando sua entrada no mer-
troduzidas pela Internet foi a trans-
cado de trabalho, não é desprezível.
formação dos “cursos por correspon-
Um enorme contingente consegue se
dência” em cursos on-line.
formar combinando trabalho e estu-
Os cursos por correspondência,
do noturno. Noites mal dormidas, au-
sobretudo técnicos e de secretariado,
las sustentadas por sanduíches e re-
auxiliaram na profissionalização de
frigerantes, finais de semana de pura
milhões de pessoas em todo o mun-
exaustão fazem parte da memória dos
do. No Brasil não foi diferente, embo-
que venceram o desafio e do cotidiano
ra os cursos presenciais fossem sem-
daqueles que ainda o enfrentam.
pre mais valorizados do que aqueles
Essa guerra, contudo, não terá si-
feitos “à distância”. Cunhou-se até a
do a última. Com a extrema veloci-
expressão de desdém: “O que é isso?
dade da atual produção de conheci-
Aprendeu por correspondência?”.
mentos, a defasagem é um fantasma
A mentalidade negativa é tanta
que ronda todas as profissões. É por
que alunos das universidades públi-
esse motivo, sobretudo, que os cur-
cas paulistas e grande parte de seus
sos de especialização pós-graduados
professores se opõem violentamente
são tão bem vistos pelos caçadores
à prática, pleiteando que apenas cur-
de talentos e até mesmo pelos chefes
sos presenciais conseguem efetiva-
aparentemente desatentos.
mente formar o aluno.
As empresas buscam garantir os
Se isso fosse verdade, a maioria
melhores talentos para seus quadros
das maiores e principais universida-
e a especialização atualizada é, sem
des do mundo estariam na contra-
dúvida, um dos indicadores mais visí-
mão da qualidade de formação, já
veis da excelência pretendida.
que oferecem sim cursos on-line e em
Mas... os tempos dos bancos esco-
quase todas as especialidades.
lares lá se foram! Embora muitas uni-
Um dos líderes da abertura dos
versidades ofereçam estruturas para
cursos on-line foi o MBA (Master of
mestrado e doutorado voltados espe-
Business Administration), uma espé-
cificamente para quem já trabalha em
cie de passaporte a todos os aspiran-
empresas, obrigações familiares e do
tes a CEO de multinacionais, embo-
próprio universo do trabalho inviabi-
ra muitíssimo procurados por aque-
lizam, na maior parte dos casos, a al-
les que chegaram ao posto sem terem
mejada especialização.
tido tempo livre, durante a carreira,
Será? Felizmente podemos colocar
o verbo no passado: inviabilizavam.
dezembro.2013/96
“
Os cursos por
correspondência,
sobretudo
técnicos e de
secretariado,
auxiliaram na
profissionalização
de milhões de
pessoas em todo
o mundo.
“
tempo e recursos financeiros. Mesmo
para se aperfeiçoarem.
No Brasil, esses cursos fazem paro mundo da usinagem
33
negócios
educaçãoda
e tecnologia
indústria IIII
te da chamada pós-graduação lato
parte da UNIVESP – Universida-
Technology, eleita recentemente a
sensu, isto é, no sentido amplo, sem
de Virtual do Estado de São Paulo,
universidade número 1 do mundo
produzirem mestrados e doutorados,
um programa do governo do esta-
pelo ranking do Times Educational
e são controlados pelo MEC, que per-
do que visa oferecer graduação à
Supplement, de Londres. Os cur-
mite a concessão do título de Especia-
distância. São hoje oferecidos cur-
sos on-line da plataforma edX asso-
lista da área. Tal controle, baseado na
sos de licenciatura em Ciências e
ciam também várias outras univer-
Resolução CNE/CES 01/07, garante a
especialização em Ética, Valores e
sidades importantes como Berkeley,
validade nacional do título.
Saúde na Escola. O objetivo, clara-
Cornell, McGill, Boston, Rice e as es-
Existem, no entanto, outros cur-
mente, é a capacitação de professo-
trangeiras estão também chegando:
sos on-line, que não MBAs, com
res para o ensino Elementar e Mé-
Seul, Tóquio, Mumbai, Queensland
exigências menores e que não for-
dio. Mas, pouco a pouco, outros
(Austrália), Karolinska (Suécia) en-
necem certificados de Especialista.
cursos são disponibilizados, como
tre as principais. Os cursos são ma-
Oferecem, contudo, certificados de
o de Gerenciamento e Execução de
joritariamente voltados para tecno-
conclusão, que podem representar
Projetos de Inovação em Empresas
logia e todos rigorosamente gratui-
pontos positivos na vida funcional
e o de Derivativos Agropecuários,
tos. De computação e programação
de quem os cursa.
ambos de 2013.
a circuitos elétricos, aerodinâmica,
Nada que se compare, ainda, à
engenharia, neurociências, genoma,
profusão de cursos oferecidos pelas
relatividade, ciências biológicas e
principais universidades do mundo,
médicas, sem se esquecer de poesia,
associadas na plataforma edX, fun-
literatura, história e filosofia, a es-
dada por Harvard e o MIT – Mas-
colha é ampla e os cursos ministra-
Além da qualidade, a gratuida-
sachussets Institute of Technology,
dos por professores das universida-
de é, sem dúvida, um dos fatores
que conta também com a presença
des associadas. A língua oficial é o
de atração. A USP, por exemplo, é
do CalTech – California Institute of
inglês, o que deve servir como fator
Cursos on-line
e gratuitos?
34
o mundo da usinagem
dezembro.2013/96
de incentivo para dominarmos a língua
Profissionais e empresas só têm
internacional da ciência, da tecnologia e
a ganhar com o aprimoramento da
dos negócios.
capacitação técnica. Da graduação à
Mesmo os fatores limitadores, como
especialização, de sua própria casa,
a prática de laboratório, já podem ser
com disciplina e dedicação, um uni-
superados com a tecnologia on-line. En-
verso de possibilidades está disponí-
tre nós, com a facilidade da língua por-
vel, à espera. Basta escolher.
tuguesa, além da UNIVESP, a FGV, IBMEC, Gama Filho, PUC, UFSC, ESAB,
Teorema Imagem e Texto
UNIP, FIA, entre tantas, oferecem cursos
on-line, grande parte deles gratuitos, sobretudo em marketing e gestão empresarial, com forte enfoque em gestão de
negócios e vendas. O Instituto EAD Virtual, sediado em Goiânia- GO, é um bom
local para iniciar a busca pela especialização on-line de qualidade e gratuita.
Sites úteis:
http://www.eadvirtual.com.br
http://educacaoadistancia.blog.br
http://pos.eadvirtual.com.br
https://www.edx.org/course-list
Seu curso com validade
nacional: Resolução
CNE/CES 01/07
Resolução do Ministério da
Educação e Cultura – MEC –
garante a validade de títulos de
graduação on-line no território
nacional e informa
as características
a serem buscadas:
dezembro.2013/96
:: ele deve ser oferecido por instituição
credenciada pelo MEC
:: deve ter, pelo menos, 360 h de duração
:: pelo menos 50% dos docentes devem
ter título de mestre e/ou doutor.
Os demais devem ser especialistas
:: ter também avaliações presenciais,
além daquelas on-line
:: para conclusão do curso é necessária
a apresentação do TCC - Trabalho de
Conclusão de Curso - normalmente um
trabalho temático redigido pelo aluno
:: a defesa do TCC será presencial
o mundo da usinagem
35
Praticando a
Vivian Camargo
nossa parcela de responsabilidade
Liderança
Podemos definir liderança como autoridade, imposição, ou simplesmente o poder de persuadir.
Há quem use o critério da autoridade natural, induzida pelo exemplo.
Na administração contemporânea,
com a globalização impondo acirrada competitividade, há enorme
busca pelo líder ideal e esse deve
ter como rotina o desenvolvimento de pessoas, retenção de talentos,
geração Y, diversidade & inclusão,
gestão participativa, accountability,
feedback, coaching, MBTI, segurança, ética e valores organizacionais,
avaliação de desempenho, assessment 360 graus, etc., pois só assim
acredita-se que a companhia fará a
diferença no mercado, garantindo o
sucesso do seu negócio. Na verdade, quase que transformamos a organização em Academia.
De fato, o perfil desse profissional nas organizações combina essa
série de novos conceitos de gestão,
amplamente divulgados nas intranets e portais das companhias, em
workshops, treinamentos, dando-lhe
tal responsabilidade de absorção teórica, e em tempo recorde, que há
quem diga não ter tempo para praticá-los em decorrência de tudo que
se tem que estudar para manter-se
informado a qualquer preço.
O principal, contudo, ficou um
pouco esquecido: líderes precisam
gostar de gente, encantar-se pelas
36
o mundo da usinagem
complexas relações humanas. Ele
deve ter a magia de tornar simples o
que parece complexo, saber traduzir
com o coração, perceber a oportunidade de ser ouvido e de se expressar.
No fundo, o que as pessoas mais
precisam hoje, num mundo de comunicação eletrônica, é um pouco do calor do contato, do olhar, do expressar-se às vezes mesmo sem nada falar.
Era assim que as pessoas de gerações
anteriores faziam: conversavam, discutiam, ouviam. Sem temer cair no
saudosismo piegas, insisto em divagar: será então que a mistura do que
era tão sensato no passado com a tecnologia, a modernidade de recursos e
a teoria dos novos conceitos, não faria, isso sim, a grande diferença?
Resta saber por que muitos profissionais, diante de tantas alternativas de aprendizado, ainda têm dificuldade em se posicionar como um
verdadeiro líder: que cobra, mas
também respeita, que traz resultados, mas também cria oportunidades. A rotina maçante cria grandes
distâncias na equipe. Ou seja, entregar um resultado, ainda que não
ideal, é mais fácil do que dedicar algum tempo à prática real da liderança, estando disponível para o outro
e, muitas vezes, até mesmo para refletir sobre os próprios erros.
Os pilares que sustentam o verdadeiro conceito de liderança já existem
em nós: o amor, o respeito, o senso
de justiça, a transparência na fala, o
imenso desejo de ser entendido. Partindo daí, tudo o que nos apresentam
são ferramentas que podem auxiliar
a dar forma e corpo ao nosso estilo de
liderar, de maneira natural e prazerosa. Cria-se um ambiente de confiança
onde até os assuntos mais frágeis podem ser tratados com tranquilidade e
verdade: ninguém ofende ou se sente
ofendido, os melindres passam a não
existir, o diálogo acontece de forma
eficaz e clara, pois o respeito conduz
aquele momento.
Perceba-se enquanto líder e pergunte-se se está fazendo o que realmente lhe encanta. Pense que muitas
vezes nos questionamos sobre o motivo de seguirmos uma carreira ou continuarmos em uma vida profissional
insatisfatória. Talvez porque aquilo
não nos faça mais brilhar os olhos e aí
remamos contra a maré. Quando então falamos de pessoas, de liderança,
de liderar, imagine o quão importante é estarmos inteiros neste propósito,
para que possamos realmente fazer a
tão desejada diferença.
Sandra Pascuti
Controller & HRA
da Sandvik Coromant do Brasil
dezembro.2013/96
Anunciantes nesta edição
O Mundo da Usinagem 96
Sandvik Coromant
Distribuidores
ARWI Tel: 54 3026-8888
Caxias do Sul - RS
MAXVALE Tel: 12 3941-2902
São José dos Campos - SP
ATALANTA TOOLS Tel: 11 3837-9106
São Paulo - SP
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Novo Hamburgo - RS
COFAST Tel: 11 4997-1255
Santo André - SP
NIARTHEC Tel.: 92 3236-2057
Manaus - AM
COFECORT Tel: 16 3333-7700
Araraquara - SP
PÉRSICO Tel: 19 3421-2182
Piracicaba - SP
COMED Tel: 11 2442-7780
Guarulhos - SP
PRODUS Tel: 15 3225-3496
Sorocaba - SP
CONSULTEC Tel: 51 3321-6666
Porto Alegre - RS
PS Tel: 14 3312-3312
Bauru - SP
COROFERGS Tel: 51 3337-1515
Porto Alegre - RS
PS Tel: 44 3265-1600
Maringá - PR
CUTTING TOOLS Tel: 19 3243-0422
Campinas – SP
REPATRI Tel: 48 3433-4415
Criciúma - SC
DIRETHA Tel: 11 2063-0004
São Paulo - SP
SANDI Tel: 31 3295-5438
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FERRAMETAL Tel: 85 3226-5400
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TECNITOOLS Tel: 31 3295-2951
Belo Horizonte - MG
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Curitiba - PR
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HAILTOOLS Tel: 27 3320-6047
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TRIGONAL Tel: 21 2270-4835
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KAYMÃ Tel: 67 3321-3593
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Ergomat2a capa
Makino39
Mitutoyo31
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Romi15
Sandvik Coromant 4a capa
WM Tools
37
O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail:
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ou ligue: 0800 777 7500
MACHFER Tel: 21 3882-9600
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38
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Ricardo Nunes, Andréa L.P. Navarro, Evaldo F. Pereira, Felipe G. Ferreira da Silva,
Paulo André de Camargo Beltrão (UTFPR): [email protected]
Hugo T. Gadroli: (19) 9248-9706 ou (19) 8173-2329
Sandra Pascuti (Sandvik Coromant): (11) 5696-5571
o mundo da usinagem
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