Meta e Compromisso da Autogestão Promoção da Saúde Meta e Compromisso da Autogestão São Paulo - Brasil - 2007 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão Publicação da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde – Unidas Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2.608 – bloco B – 2º andar 01402-000 – Jardim Paulista – São Paulo / SP Telefone: (11) 3289-0855 / e-mail: [email protected] / site: www.unidas.org.br DIRETORIA UNIDAS – GESTÃO 2005/2007 Presidente: Vice-presidente: Diretor Administrativo-financeiro: Diretora de Comunicação: Diretor de Integração: Diretor Técnico: Diretor de Treinamento e Desenvolvimento: Marilia Ehl Barbosa Regina Ribeiro Parizi Carvalho Sebastião Rabelo Generoso Iolanda Ramos Aníbal de Oliveira Valença Walter Lyrio do Valle Christian Vieira Castro CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: José Antonio Diniz de Oliveira Carlos Magno Ramos, Danielita Pinto de Morais, Eduardo Paula Rodrigues, José Pereira da Costa Filho, José Prado de Souza, Maria Beatriz Coacci Silva, Marialva Guimarães Motta, Maurício Mauro Martins e Roberto Kupski CONSELHO FISCAL Presidente: Hugo Avelino dos Anjos Lima Octacílio de Albuquerque Neto e José Lanhas Schmid AGRADECIMENTO Às filiadas da Unidas que contribuíram com informações e material fotográfico: ABET, AFRERJ, AGROS, AMMP, ASSEFAZ, CABERGS, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, CAMED, CAMEP (filiada GREMES/UNIDAS), CAPESESP, CASF, CASSI, CESAN, ECT, FASSINCRA, FORLUZ, FUNASA-SAÚDE, FUNDAÇÃO CESP, FUNDAÇÃO PAMPULHA, GEAP, INB, IPREF/ IPFPMG, METRUS, PASA, PERDIGÃO, SABESPREV, SAM-BEMAT, SERPRO, SPA e SPTRANS Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Promoção da saúde : meta e compromisso da autogestão / [coordenador Mário Scheffer ; editor Fernando Fulanetti] . – São Paulo : UNIDAS - União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, 2007. Bibliografia. 1. Controle de qualidade 2. Saúde – Promoção 3. Serviços de saúde – Administração – Brasil I. Scheffer, Mário. II. Fulanetti, Fernando. 07-2377 CDD-362.10680981 Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Autogestão de saúde : Programas : Administração 362.10680981 2. Brasil : Saúde : Programação de autogestão : Administração 362.10680981 apresentação UMA FORMA DIFERENTE DE CUIDAR “Objetivo supremo da medicina, desgraçadamente nem sequer projetado: tornar contagiosa a saúde.” Walter Benevides (1908-1980), in “Visitas de Médico” A publicação deste livro representa mais uma contribuição da Unidas no esforço de mostrar experiências que possam aprimorar o sistema de saúde do país. Antes de mais nada, é uma homenagem a todas as suas instituições filiadas que, por meio de ações de promoção da saúde e prevenção da doença, demonstram que vale a pena despender energia para cuidar da saúde e não apenas pagar para tratar a doença, prática mais comum dos chamados planos de saúde no Brasil. Somos convictos em afirmar que, na saúde suplementar, o modelo de autogestão é o que apresenta a melhor relação custo/cobertura. Mas também não nos acomodamos diante dessa constatação. Preocupa-nos o desafio econômicofinanceiro do sistema, aliás um dilema mundial. Mas conseguir direcionar recursos para programas de promoção e prevenção tornou-se um compromisso prioritário das entidades de autogestão. As experiências aqui relatadas vão mostrar a determinação de, primeiro, buscar cuidar das pessoas antes que elas fiquem doentes. Depois, por meio de ações primárias, secundárias e terciárias de prevenção das doenças, tomar iniciativas que evitem agravar a condição das pessoas já acometidas por alguma patologia. O mundo moderno se caracteriza, inegavelmente, por grandes avanços tecnológicos voltados para o diagnóstico e para o tratamento das doenças. Mas todo esse progresso não substitui algumas ações e práticas, muitas vezes simples e pouco onerosas, que produzem resultados impressionantes, em especial na satisfação dos pacientes e na melhoria da sua condição de vida. Vincular as pessoas acometidas por um agravo à saúde a protocolos que acompanhem a sua condição de viver, por exemplo, pode fazer muita diferença. E esta publicação é rica em experiências que buscam demonstrar esse fenômeno. Podemos citar algumas ações realizadas pelas filiadas da Unidas, como o gerenciamento de doentes com problemas crônicos de saúde. Temos vários exemplos de programas com o objetivo de oferecer educação em saúde, criando e mantendo um vínculo com os beneficiários, para que possam ser orientados em questões como alimentação adequada, atividades físicas e prevenção de riscos. Estima-se que aproximadamente 70% das doenças que geram despesas são passíveis de prevenção. Uma das medidas que tem se mostrado promissora na contenção das despesas assistenciais, decorrentes da maior demanda de serviços de saúde pelos pacientes crônicos, é o gerenciamento de benefícios farmacêuticos e, por isso, também apresentamos ações das nossas filiadas nesse sentido. Em uma delas, o resultado de uma pesquisa de satisfação com os beneficiários demonstrou que 91% afirmaram que houve melhora da saúde e da qualidade de vida, quando ministrado o tratamento adequado. Poderemos ainda ter uma idéia, com a leitura deste livro, das ações planejadas pelas filiadas para os próximos anos, em que a maior preocupação continua sendo a de conscientizar o beneficiário para cuidar melhor da sua saúde. Atenta a isso, a Unidas reforçará o seu propósito de recolher as experiências bem-sucedidas e disseminar o saber acumulado. Talvez coubesse comentar que as autogestões não querem fazer um autoelogio, mas é difícil não dizer, como demonstra essa publicação, que somos diferentes. Temos a preocupação com a economia do setor, não há dúvida, mas buscamos proporcionar uma assistência centrada na condição de saúde das pessoas assistidas que, menos doentes, vão onerar menos o sistema. E que, mais saudáveis, serão mais felizes e viverão a vida mais intensamente. Queremos que este livro alcance o objetivo de conciliar o melhor dos dois mundos: aprimorar a qualidade da assistência a um custo compatível com a capacidade de pagamento dos financiadores do sistema – os trabalhadores e suas empresas e instituições. Acreditamos, enfim, que é possível lutar por condições melhores, para cada um de nossos beneficiários e para a coletividade que assistimos. Marilia Ehl Barbosa Presidente da Unidas sumário A promoção da saúde e a prevenção de doenças Mudanças na expectativa e no estilo de vida da população, associadas aos principais fatores de risco e causas de morbi-mortalidade, trazem novos desafios para a assistência à saúde, com a valorização das ações 8 de promoção da saúde e prevenção de doenças. Autogestão em saúde: estrutura e diferenciais Buscar a excelência na gestão da saúde, oferecendo melhores serviços e qualidade de vida aos beneficiários, é um dos pilares das instituições de autogestão no Brasil que, em conjunto, são responsáveis pela assistência à saúde de mais de 5,4 milhões de vidas em todo o país. 15 Modalidades de gestão da promoção da saúde Com diferentes estruturas organizacionais e de gerenciamento, e muitas vezes apoiadas em parcerias, as autogestões filiadas à Unidas são pioneiras e referência em termos de iniciativas e programas de promoção da saúde e prevenção de doenças para seus beneficiários. 26 Perfil dos programas e intervenções Realização de campanhas, distribuição de material educativo, gerenciamento de risco, programas para doentes crônicos, assistência farmacêutica e internação domiciliar são estratégias utilizadas nos 34 programas e intervenções da maioria das autogestões. Áreas temáticas e programas específicos Saúde da mulher e materno-infantil, saúde do idoso, saúde mental, dependência química, saúde bucal e qualidade de vida são as áreas temáticas que reúnem os principais exemplos de iniciativas bemsucedidas implantadas pelas autogestões filiadas à Unidas. 62 Expectativas e planos futuros das autogestões Continuar oferecendo as melhores respostas às demandas de assistência à saúde dos seus beneficiários move as autogestões de todo o país em busca do constante aprimoramento e inovação na oferta de benefícios e atividades que promovam a saúde e previnam as doenças. 94 CAPÍTULO 1 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS A promoção da saúde e a prevenção de doenças 8 A promoção da saúde, que atualmente integra a agenda da autogestão e dos demais segmentos que compõem a saúde suplementar no Brasil, é um conceito bastante difundido, desde a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, no Canadá, em 1986. Antes disso, a Declaração de Alma-Ata para os Cuidados Primários em Saúde, assim como o documento “Saúde Para Todos”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), já apontavam para a importância da promoção da saúde, que pode ser definida como o processo de capacitação de determinada população para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e de saúde. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar suas necessidades e modificar favoravelmente o ambiente em que vivem. Assim, a saúde é um conceito positivo que vai além de um estilo de vida saudável, pois enfatiza não só as capacidades físicas, mas também os recursos sociais e pessoais. A saúde é construída e sentida pelas pessoas naquilo que fazem no seu dia-adia: onde elas vivem, aprendem, trabalham, divertem-se, mantêm relações sexuais e afetivas. É determinada pelo cuidado de cada um consigo mesmo e com os outros, pela capacidade de tomar decisões, de ter controle sobre as circunstâncias da sua própria vida, pela vontade dos governantes e pelos esforços da sociedade no sentido de oferecer condições que permitam a obtenção da saúde para todos os seus membros. Durante muito tempo, em diversos países, inclusive no Brasil, as políticas e UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças foram consideradas tarefas governamentais, responsabilidade única e exclusiva do setor público. O setor privado abdicou dessa função, apesar de sempre ter atuado na prestação da assistência, em maior ou menor grau, dependendo do sistema de saúde adotado pelos países. A partir da 4ª. Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde realizada em Jacarta, Indonésia, em 1997, a OMS passou a difundir a necessidade de mobilização de novos recursos para maximizar as ações e estratégias de promoção da saúde, o que previa a participação mais ativa do setor privado. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado em 1988 com a obrigação constitucional de atuar na formulação, implementação e concretização de políticas de promoção, proteção e recuperação da saúde. A mesma Constituição Federal definiu que é livre a atuação da iniciativa privada na saúde. A promoção da saúde passou a ser mais incorporada pela saúde suplementar principalmente após o marco regulatório do setor, a Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656, de 1998) e a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS (Lei 9.961, de 2000). Dentre as finalidades institucionais da ANS estão promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regular a atuação das operadoras, suas relações com os prestadores e usuários, e contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no país. Também é de sua competência a fixação de normas para a constituição, a organização, o funcionamento e a fiscalização das operadoras, incluindo os conteúdos e os modelos assistenciais. Embora ainda prevaleçam iniciativas isoladas de algumas operadoras, sem vínculo ou articulação com uma política nacional de promoção da saúde, percebe-se um crescente esforço da ANS e dos planos de saúde em construir um modelo de atenção à saúde que consiga ir além do simples tratamento de doenças. Muitas empresas, especialmente de autogestão, passaram a priorizar ações de melhoria da qualidade de vida e de promoção da saúde. Dentre os motivadores destacam-se a busca do bem-estar da população assistida, a resposta às novas recomendações e exigências do órgão regulador e a possível economia de recursos assistenciais propiciada pela prevenção de doenças, agravos e incapacidades. O SUS já obteve inúmeros êxitos no controle de doenças e problemas de saúde que, se não fossem alvo de ações preventivas, iriam impor muito mais adoecimento, sofrimento e mortes à população, além de consumir muito mais recursos públicos com assistência ambulatorial e hospitalar. Com isso, o Brasil tem 9 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 10 conhecimento acumulado a partir de experiências que demonstram a efetividade de estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças em muitas áreas como o combate a doenças infecciosas e sexualmente transmissíveis, o controle de doenças previníveis com imunizações e de doenças crônicas não-transmissíveis, programas de saúde da mulher, saúde bucal, dentre outras. As intervenções mais bem-sucedidas de promoção da saúde no âmbito do SUS combinam destinação suficiente de recursos, vigilância epidemiológica, compreensão e abordagem dos fatores de risco e de vulnerabilidade da população afetada, diagnóstico precoce, difusão de informações, campanhas de massa e dirigidas que incentivam medidas e hábitos de vida conducentes à prevenção. Também é fundamental o compromisso compartilhado dos três níveis de governo (União, estados e municípios) e a participação da sociedade civil na implementação das ações. No sentido de iniciar a transformação do modelo assistencial vigente na saúde suplementar no país, nos últimos anos a ANS passou a incentivar as operadoras de planos de saúde a implementarem ações de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças. O SIP – Sistema de Informações de Produtos, da ANS – coleta dados dos programas de promoção da saúde, que passaram a integrar os indicadores que compõem os índices de desempenho e de qualificação das operadoras. Além disso, em 2005, a ANS estabeleceu critérios a serem observados pelos planos de saúde que mantêm linhas de cuidado e prevenção para os seus beneficiários. Desde 2004 são realizados anualmente seminários nacionais de promoção da saúde e prevenção de doenças, com destaque para a apresentação de casos selecionados entre as operadoras de planos de saúde. Segundo avaliação da Agência, o modelo de atenção dos planos de saúde ainda está centrado na visão de saúde como simples ausência de doenças e no conceito de doença apenas como lesão ou alteração biológica do corpo. Ao desconsiderar outros determinantes do processo saúde-doença as operadoras permaneceram focadas na produção de procedimentos curativos, na fragmentação do cuidado, no atendimento da demanda espontânea com ênfase no atendimento médico especializado e na atenção hospitalar. Além disso, na área da saúde suplementar, são incorporadas novas tecnologias de forma descontrolada e há consumo excessivo de procedimentos de alto custo, sem nenhuma avaliação sistemática de resultados. São muito pouco difundidas as análises sobre racionalidade, custo-benefício e custo-efetividade da incorporação de tecnologias e suas conseqüências econômicas UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão sobre o sistema de saúde. Nem mesmo são levados em conta, com freqüência, os consensos terapêuticos, diretrizes clínicas ou guidelines. Contribuem para agravar a situação, as dificuldades na relação entre operadoras e prestadores de serviços e o comportamento dos beneficiários na condição de “consumidores” de saúde e não de usuários com consciência sanitária. É neste contexto que a ANS passou a divulgar a importância da promoção de saúde, a compartilhar experiências de programas bem-sucedidos executados pelas operadoras, e a promover pesquisas sobre o impacto econômico-financeiro das ações de promoção e prevenção. As operadoras têm sido orientadas a organizar programas segundo linhas de cuidado: saúde da criança e do adolescente, saúde da mulher, saúde do adulto e do idoso, saúde bucal, prevenção da obesidade, tabagismo, sedentarismo e fatores de risco de inúmeras doenças. Os programas de promoção devem buscar a melhoria do acesso e a humanização do acolhimento; o resgate da boa relação médico-paciente; a atuação de equipe multidisciplinar; as intervenções sobre fatores de risco seguidas de ações educativas, que estimulem mudanças no estilo de vida; a prevenção secundária para evitar complicações de doenças já instaladas, como diabetes e hipertensão; a correta adesão ao tratamento medicamentoso, dentre outras metas viáveis. Voltados a diversos públicos e situações de saúde, os programas podem incluir a prevenção primária (hábitos saudáveis de vida, nutrição, lazer, condições adequadas de trabalho, imunizações etc.); a prevenção secundária (diagnóstico e tratamento precoce que visam prevenir ou diminuir as conseqüências das doenças, incentivo à adesão aos tratamentos, melhoria da qualidade de vida das pessoas acometidas por alguma patologia ou agravo) e a prevenção terciária (práticas assistenciais alternativas, reabilitação, terapia ocupacional, atenção domiciliar etc.) No caso dos planos de autogestão, alguns programas de promoção, dirigidos aos trabalhadores dos setores público e privado, podem ser desenvolvidos no próprio ambiente de trabalho, com ênfase na saúde ocupacional. Quanto aos temas mais abordados pela saúde suplementar, em um universo de 419 programas de promoção analisados pela ANS, implementados por 158 operadoras de todos os segmentos da saúde suplementar, as linhas de cuidado mais comuns eram dirigidas a problemas cardiovasculares (37%), materno-neonatal (22%), neoplasias (16%), saúde bucal (3%) e outros (22%). A expectativa é de que as operadoras de planos de saúde se aproximem cada 11 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 12 vez mais das metas da política nacional de promoção da saúde conduzida pelo Ministério da Saúde, que tem dado destaque às imunizações, à promoção da atividade física, aos hábitos saudáveis de alimentação e vida, ao controle do tabagismo, ao controle do uso abusivo de bebida alcoólica, aos cuidados especiais voltados ao aumento da expectativa de vida, e à prevenção das DSTs e Aids, dentre outros programas prioritários. As políticas de promoção da saúde, tanto dos planos privados quanto do poder público, devem considerar que as duas últimas décadas foram marcadas por mudanças que passaram a moldar os valores, os estilos e as condições de vida da população. As novas tendências demográficas, a urbanização acelerada, o aumento da expectativa de vida, as mudanças nos hábitos alimentares, a prevalência de doenças crônicas, o comportamento sedentário, a resistência a antibióticos e a outros medicamentos, o uso abusivo de drogas (incluindo álcool e cigarro), a violência civil e doméstica, a degradação ambiental, as doenças infecciosas novas e reemergentes e os problemas de saúde mental, ameaçam cada vez mais a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas. Essas e outras situações que passaram a liderar as causas de adoecimento e morte exigem providências urgentes na área de promoção da saúde. Assim, para definir o perfil e as características dos programas de promoção e prevenção, devem ser considerados os estudos e dados de indicadores de saúde, morbidade e mortalidade. É o caso do Suplemento de Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2003), do IBGE, que visitou mais de 133 mil residências, entrevistou 384,8 mil pessoas e constatou que as doenças crônicas atingem hoje quase um terço da população brasileira. Diabetes, hipertensão, câncer, problemas de coluna e reumatismo estão entre as enfermidades crônicas, diagnosticadas por profissionais de saúde, que acometiam 52,6 milhões de brasileiros – ou 29,9% da população –, em 2003, dos quais 22,1 milhões eram homens e 30,5 milhões, mulheres. No total, 9,7 milhões de pessoas tinham três ou mais doenças crônicas. A pesquisa também investigou como os brasileiros avaliam seu estado de saúde – sendo que 78,6% o consideravam muito bom e bom – e constatou, ainda, que 62,8% da população havia consultado um médico nos 12 meses anteriores à realização do estudo. Mas em relação à prevenção o estudo do IBGE trouxe alguma preocupações, ao investigar a realização de três exames preventivos: clínico de mamas, de câncer UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão de colo de útero e mamografia. Constatou-se que 34,4% das mulheres com mais de 40 anos nunca haviam se submetido a um exame clínico de mamas e praticamente a metade das brasileiras de 50 anos ou mais nunca havia se submetido a uma mamografia. São números que dão a dimensão da pouca atenção dada à prevenção e ao diagnóstico precoce no país. Outro dado, este da ANS, revelou que as taxas de cesariana praticadas pelos planos de saúde brasileiros são as mais elevadas do mundo – 79,7%, índice quatro vezes acima do recomendado pela OMS. Apesar do risco acrescido, a cesárea é preferida por médicos e gestantes, por ser um procedimento mais rápido e menos doloroso do que o parto normal, em que pese ter custo semelhante. Portanto, deviam existir programas patrocinados pelas operadoras voltados a incentivar o parto normal e a reduzir a taxa de cesáreas, que passa pela conscientização das parturientes e pela adesão dos médicos. Um estudo também revelador foi apresentado na publicação “Saúde Brasil 2006 – uma análise da desigualdade em saúde”, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, pois mostrou que há diferenças no perfil da mortalidade entre beneficiários de planos de saúde e a população brasileira em geral. De caráter exploratório, o levantamento utilizou dados do Sistema de Informações de Beneficiários – SIB, da ANS, e do Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, do Ministério da Saúde. Chegou-se à conclusão de que as doenças do aparelho circulatório e as neoplasias são as causas de morte que têm mais impacto entre os beneficiários de planos de saúde, o que difere um pouco da imensa maioria da população brasileira, que depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde – SUS. Além disso, beneficiários de planos morrem proporcionalmente mais tarde. Ou seja, é um perfil de mortalidade próximo do verificado nos países desenvolvidos, onde predominam as doenças crônico-degenerativas, sobretudo em população com idade mais avançada. Mas não é apenas o fato de ter acesso a plano de saúde que diferencia o perfil de adoecimento e morte na população brasileira, mas principalmente as condições de renda, condições de vida, escolaridade, inserção no mercado de trabalho, acesso à moradia e à atenção sanitária, dentre outros fatores. Por isso, a proporção de óbitos por grupos de causas varia entre as regiões e os estados, entre as faixas etárias e de acordo com os indicadores socioeconômicos individuais e municipais. 13 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 14 Atualmente, as doenças não-transmissíveis representam mais de 60% dos óbitos na população brasileira como um todo, e são mais prevalentes entre as faixas etárias mais elevadas, nas pessoas com maior escolaridade, nos indivíduos brancos e nos municípios maiores e mais desenvolvidos economicamente. Em 2004, as principais causas de morte no país, em todas as regiões e para ambos os sexos, foram as doenças do aparelho circulatório. Em seguida, vieram as causas externas (acidentes e violências), na região Centro-Oeste e as neoplasias no Sul e no Sudeste. As causas mal-definidas (que têm vinculação com a qualidade da notificação) ficaram em primeiro lugar nas regiões Norte e Nordeste. O risco de morte por causas externas é a segunda causa para os homens na maioria das regiões; enquanto o câncer é a segunda causa de morte entre as mulheres em todo o país. Além disso, os homens morrem mais precocemente que as mulheres. Já em relação à idade, a partir dos 50 anos, as doenças do aparelho circulatório são as principais causas de morte dos brasileiros, seguidas das neoplasias e depois das causas externas. O fato é que os principais problemas de saúde que afetam a população podem ser dimensionados e, na maioria das vezes, podem ser prevenidos. Por isso devem ser cada vez mais incentivados e implementados programas, projetos, campanhas e iniciativas de promoção da saúde, por parte do setor da saúde suplementar. Tratase de relevante contribuição capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas e de evitar ou diminuir procedimentos, internações, mortes e incapacidades por problemas de saúde que hoje representam alto custo social e geram grande impacto econômico nos planos de saúde. CAPÍTULO 2 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão A Autogestão é o modelo em que a própria organização administra o programa de assistência à saúde dos seus empregados ou associados – nas categorias de ativos, aposentados e pensionistas – e de seus dependentes. O objetivo é proteger e promover a saúde dos beneficiários, com recursos e serviços credenciados, mediante contratos ou por meio do sistema de livre escolha, com o reembolso de algumas despesas efetuadas pelos usuários. Vários estudos identificam a autogestão como a modalidade de assistência à saúde que oferece melhor qualidade e maior abrangência, com menores custos. Englobam o universo da autogestão desde empresas privadas e organizações públicas, até fundações, cooperativas de usuários e entidades associativas, beneficentes, assistenciais, previdenciárias ou sindicais, entre outras. Com um total de 257 operadoras de planos de saúde ativas, o segmento responde pelo atendimento a 5.405.152 beneficiários em todo o país, segundo dados da ANS de setembro de 2006. A região Sudeste concentra cerca de 53% dos planos de autogestão, com 164 organizações instaladas na região, seguida da região Sul, onde estão 18% das autogestoras, num total de 56 instituições. De acordo com os dados da ANS, 57,7% dos planos de assistência à saúde de autogestão – totalizando 179 organizações – atendem a um universo de até 10 mil beneficiários. São 59 as autogestões que têm população assistida na faixa entre 10 mil e 50 mil beneficiários. Já as operadoras que atendem acima de 100 mil beneficiários em suas carteiras totalizam 12 instituições em todo o país, sendo que duas organizações ultrapassam os 500 mil usuários. UNIDAS Autogestão em saúde: estrutura e diferenciais 15 Distribuição das autogestões por região do país* (*) Inclui 53 autogestões sem beneficiários. Fonte: Caderno de Informação da Saúde Suplementar (ANS, 2006) Número de beneficiários por autogestões PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Faixa de beneficiários 16 Nº de Autogestoras % Sem beneficiários (inativas) 53 17,09% De 1 a 1.000 48 15,48% De 1.001 a 10.000 131 42,25% De 10.001 a 50.000 59 19,03% De 50.001 a 100.000 07 2,25% Acima de 100.000 12 3,87% Fonte: Caderno de Informação da Saúde Suplementar (ANS, 2006) A Unidas e a organização do segmento A criação da Unidas, em novembro de 2002, a partir da fusão entre a Abraspe (Associação Brasileira das Autogestões em Saúde Patrocinadas pelas Empresas) e o Ciefas (Comitê de Integração de Entidades Fechadas de Assistência à Saúde), fortaleceu e aumentou a representatividade do segmento da autogestão no país. A nova instituição nasceu com a missão de “promover o fortalecimento do segmento de autogestão em todo o território nacional, fomentando a excelência em gestão de saúde e a democratização do acesso a uma melhor qualidade de vida, contribuindo para o aperfeiçoamento do sistema de saúde do país”. Os valores que UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão pautam a atuação da Unidas são a Ética, a Unidade, o Profissionalismo, a Responsabilidade Social e a Efetividade. Entre os objetivos primordiais da instituição estão o aprimoramento da política de autogestão, com ênfase em ações de caráter preventivo; a expansão, fortalecimento e aperfeiçoamento dos programas de saúde de suas entidades filiadas, bem como a defesa dos interesses dessas organizações nas diferentes instâncias de relacionamento. São prioridades da Unidas, ainda, a construção de relações justas com os prestadores de serviço de saúde e a colaboração com o governo e entidades ligadas à saúde, principalmente em relação à regulamentação do setor. A atuação da Unidas procura despertar na Agência Nacional de Saúde Suplementar, na sociedade, entre os beneficiários de suas filiadas, nas instituições mantenedoras e patrocinadoras, e entre os prestadores de serviços, a consciência quanto às vantagens do modelo de autogestão: a administração de planos corporativos de saúde, sem fins lucrativos, com características próprias e benefícios reais em comparação às demais modalidades de planos existentes na saúde suplementar. Em termos de estrutura organizacional, a Unidas conta com o suporte dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, que orientam, apóiam e fiscalizam a atuação da Diretoria Nacional, composta pela Presidência e Vice-presidência, além de cinco diretorias: Administrativo-financeira, de Integração, Técnica, de Treinamento e Desenvolvimento e de Comunicação. Com abrangência nacional, tem representação nos 26 estados e no Distrito Federal, por meio das Superintendências Estaduais. O suporte para a plena atuação das organizações filiadas está entre os objetivos fundamentais que orientam as atividades da instituição. A relação com as autogestoras ocorre, entre outras maneiras, por meio das seguintes ações: ▲ Coletar, organizar e divulgar informações que interessem às entidades filiadas; ▲ Realizar estudos, análises, pesquisas, cursos, congressos, simpósios e outros eventos que possam esclarecer ainda mais o sistema de autogestão em saúde; ▲ Contribuir para o bom gerenciamento dos custos dos programas próprios de assistência à saúde das filiadas; ▲ Promover o contato entre as filiadas, mediante assessoria técnica e operacional. Entre os serviços oferecidos, merecem destaque: informativos eletrônicos; assessoria parlamentar; assessoria jurídica; assessoria técnica (área médico-hospitalar); calendário de datas e prazos junto à ANS; clipping diário de notícias sobre o mercado de saúde; jornal institucional; pesquisas de mercado; programas de treinamento e desenvolvimento; realização de eventos de atualização. 17 Perfil das autogestões filiadas Em todo o Brasil, cerca de 150 autogestões de planos de saúde filiadas à Unidas oferecem cobertura para aproximadamente 5 milhões de beneficiários, entre titulares ativos e aposentados, e seus dependentes, além dos que compõem a categoria de agregados. Com o intuito de conhecer melhor o perfil dessa população e o uso dos principais benefícios concedidos pelos planos de autogestão, a Unidas realiza periodicamente uma pesquisa junto às operadoras de todas as regiões do país. O estudo mais recente promovido pela instituição – denominado Pesquisa Nacional 2005 – foi realizado pelo Datafolha Instituto de Pesquisas, no período de agosto a outubro de 2006 e os resultados foram divulgados em novembro. Os dados e informações coletados nessa pesquisa referem-se ao exercício de 2005. Participaram do levantamento autogestões que respondem juntas por mais de 2,4 milhões de beneficiários, universo que representa quase a metade do número de vidas assistidas pelas filiadas da Unidas no país. Ainda com relação à população de beneficiários das filiadas que compuseram a amostra da pesquisa, houve uma predominância dos beneficiários ativos, que correspoderam a 55% da população assistida, conforme revela o gráfico abaixo. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS População abrangida pela Pesquisa Nacional 2005 18 Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005 Em termos da distribuição geográfica da população assistida, a representação da amostra teve predominância das autogestões com cobertura nacional, conforme demonstra o gráfico na página a seguir. Distribuição da população por amplitude geográfica da cobertura Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005 A pesquisa revelou ainda os tipos de planos de saúde predominantes, demonstrando ser maior a população atendida por planos médico-hospitalares, em todas as categorias de beneficiários. Também é maior a população atendida por planos de saúde coletivos por adesão. CATEGORA DE BENEFICIÁRIO TIPO DE PLANO Ativos Aposentados* Agregados** Médico-hospitalar 65% 60% 60% Médico-hospitalar e odontológico 35% 25% 25% Forma de adesão por categoria de beneficiário CATEGORA DE BENEFICIÁRIO TIPO DE ADESÃO Ativos Aposentados* Agregados** Coletivo empresarial 40% 20% 5% Coletivo por adesão 55% 60% 75% Ambos 5% 5% 5% (*) Não oferecem plano para aposentados: 15% Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005 (**) Não oferecem plano para agregados: 15% PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Tipo de plano por categoria de beneficiário 19 Nos planos de autogestão, a assistência à saúde pode ser prestada por meio de rede credenciada de profissionais e instituições de saúde, que atendem mediante tabela de preços definida previamente; ou por meio de serviços próprios de atendimento mantidos pela organização. Uma terceira forma é o mecanismo de livre escolha, quando o beneficiário utiliza serviços de profissionais ou instituições de saúde disponíveis no mercado, com o posterior reembolso de parte dos gastos pelo plano. Algumas autogestões operam com estas três formas combinadas. Quanto às formas de custeio dos planos de saúde, algumas das autogestões chegam a financiar totalmente a assistência médica oferecida aos seus beneficiários. É bastante comum, no entanto, que o custeio dos planos seja dividido entre a organização patrocinadora e a população de usuários. Esse rateio pode ocorrer de diferentes formas: com base em valor pré-fixado, em percentual do salário, em função da faixa etária do participante ou mesmo do número de dependentes. A autogestão também disciplina o uso do plano pelos beneficiários com a cobrança de um percentual sobre a utilização dos procedimentos. É um processo denominado de co-participação. A pesquisa revela que, em geral, as organizações apresentam uma maior participação no custeio dos planos de ativos. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Forma de custeio por categoria dos planos 20 CATEGORA DE BENEFICIÁRIO FORMA DE CUSTEIO Ativos Aposentados Agregados Empresa 58% 65% 65% Beneficiário 42% 35% 35% Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005 Principais indicadores de utilização Quanto à utilização dos planos de saúde, a freqüência foi alta entre todas as categorias de beneficiários, com uma média geral de 87% da população assistida fazendo uso no período analisado. Entre os beneficiários ativos, a média foi de 84%, inferior ao uso dos aposentados (94%) e agregados (98%). A média de consultas médicas realizadas ficou em 5,87 por beneficiário/ano. Já a média de exames por consulta foi de 2,07 e a de exames por beneficiário, ao longo de 12 meses, atingiu 12,15. O tempo médio de permanência em internação hospitalar foi de 3,81 dias. A tabela a seguir demonstra o percentual de ocorrências ambulatoriais por evento e categoria de beneficiários. Ocorrências por categoria de beneficiário CATEGORA DE BENEFICIÁRIO OCORRÊNCIA Ativos Aposentados Agregados Consulta 30% 09% 36% Exames e terapias 70% 91% 64% PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão Apesar do alto número de exames realizados pelos beneficiários dos planos analisados pela pesquisa, os exames voltados para a prevenção de determinadas patologias, tidas como de maior risco, mostraram uma prevalência inferior: ▲ 60% das mulheres entre 19 e 59 anos fizeram o exame Papanicolau, que auxilia no diagnóstico precoce do câncer de cólo do útero; ▲ 35% das mulheres entre 30 e 59 anos realizaram mamografia, que auxilia no diagnóstico precoce do câncer de mama; ▲ 43% dos homens com 40 anos ou mais fizeram o exame PSA, que auxilia no diagnóstico precoce do câncer de próstata; ▲ 26% dos homens com 40 anos ou mais realizaram ultra-som de próstata, que auxilia no diagnóstico precoce do câncer de próstata; ▲ 17% dos homens e mulheres com 18 anos ou mais fizeram o exame de sangue oculto nas fezes, que auxilia no diagnóstico precoce do câncer de intestino grosso (cólon). A Pesquisa Nacional 2005 apresentou também uma comparação entre os tipos de parto mais freqüentemente realizados pelos planos de saúde, com 85% ocorrendo sob a forma de cesárea, percentual que é cinco vezes superior à realização do parto normal e muito acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde – OMS. O estudo verificou ainda como ocorreu a distribuição dos recursos despendidos em serviços médico-hospitalares. Os resultados demonstraram um perfil adequado dos gastos realizados conforme a categoria dos beneficiários assistidos. A média dos dispêndios ambulatoriais foi maior nos planos dos beneficiários ativos e agregados, enquanto que as despesas com serviços hospitalares foram maiores nos planos que atendem os aposentados. Os percentuais UNIDAS Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005 21 referentes aos dispêndios por modalidade de atendimento, para cada categoria de beneficiário, estão demonstrados na tabela a seguir. Custos por tipo de atendimento e categoria de beneficiário CATEGORA DE BENEFICIÁRIO ATENDIMENTO Ativos Aposentados Agregados Ambulatorial 53% 48% 52% Internação hospitalar 46% 51% 47% Internação domiciliar 1% 1% 1% Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005 Já o gasto per capita médio apurado para a população de beneficiários em geral ficou em R$ 1.302,56 por usuário/ano, correspondendo a um valor mensal da ordem de R$ 108,55. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS 2.1 – DIFERENCIAIS DA AUTOGESTÃO 22 A autogestão em saúde constitui-se em um sistema que favorece, de maneira equânime, os beneficiários, os profissionais e instituições de saúde e as próprias organizações patrocinadoras. Além de não ter fins lucrativos, este segmento prima pela transparência de suas ações e pela gestão responsável dos recursos disponíveis. Na autogestão, a abrangência da assistência à saúde tem sido maior, a qualidade dos serviços prestados, melhor, e geralmente com custos menores que os praticados pelos demais segmentos da saúde supletiva. Entre as vantagens observadas nos planos de saúde das autogestoras estão a eliminação de intermediários entre o beneficiário e o prestador de serviços de saúde; maior ou plena cobertura das patologias e respectivos tratamentos; ações voltadas à implementação de programas de promoção da saúde e prevenção de doenças; a gestão conjunta da assistência à saúde e da medicina ocupacional. O sistema de autogestão demonstra ser um dos modelos mais adequados e eficazes para as organizações preocupadas com a qualidade de vida dos seus colaboradores. A gestão da assistência à saúde dos colaboradores de uma empresa e seus dependentes se traduz em uma importante ferramenta de Recursos Humanos: permite a definição de programas de promoção da saúde e prevenção de doenças UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão voltados às características e necessidades da população assistida, servindo também de instrumento de motivação e de melhoria do clima organizacional. A flexibilidade no gerenciamento dos recursos é uma das principais vantagens da autogestão, possibilitando uma melhor relação custo/qualidade dos serviços contratados e o adequado controle dos gastos. Trata-se de um sistema que prioriza os beneficiários em todas as suas decisões, até porque participam da gestão da instituição, com atenção integral e preventiva à saúde, o que contribui de forma decisiva para o bom atendimento ao usuário e para a significativa redução de custos. A implementação de um sistema de autogestão em saúde numa organização deve ser precedida de estudos que permitam melhor definir as suas características, o modelo de participação e os sistemas de controle das ações implementadas, entre outros aspectos. Os sistemas de autogestão compreendem, geralmente, um maior número de serviços, principalmente pela sua abrangência e atuação geográfica, e atendem doenças e procedimentos que muitas vezes não têm cobertura pelos demais planos de saúde que atuam no mercado. As organizações podem, ainda, desenvolver parcerias com os prestadores de serviços, possibilitando que os beneficiários sejam vistos pelos médicos e instituições de saúde como um usuário preferencial. Observa-se entre as autogestões a cobertura de transplantes que não são obrigatórios pela legislação, que só prevê os transplantes de rins e córnea . É significativo o número de instituições que assumem a cobertura desses procedimentos, que possuem peso significativo no contexto geral das despesas. Há ainda uma importante parcela que disponibiliza serviços como atendimentos domiciliares de urgência e pós-internação. Boa parte dos planos também oferece coberturas específicas – mesmo não regulamentadas –, como o atendimento de acupuntura, homeopatia, psicoterapia e assistência farmacêutica. O mapeamento de riscos e a definição de programas de promoção da saúde e prevenção de doenças são ações que permitem, de maneira efetiva, envolver os colaboradores e dependentes na defesa da instituição. Além disso, são as ferramentas mais adequadas de suporte ao gerenciamento da saúde, visando à redução da incidência de doenças e, conseqüentemente, dos gastos com assistência. A atenção à saúde relacionada a grupos de beneficiários em condições de risco ou a portadores de patologias específicas é uma das preocupações presentes na assistência prestada pelas autogestões. As ações mais freqüentes são voltadas a 23 portadores de doenças crônicas não-degenerativas. Por vezes, são complementadas pela distribuição de medicamentos. Outra vantagem significativa é a integração da medicina assistencial com a ocupacional, pois muitas vezes os beneficiários apresentam quadros clínicos vinculados a sua atuação profissional. Com o adequado gerenciamento de informações, na autogestão torna-se possível trabalhar ações dirigidas às necessidades do público assistido, definindo políticas de saúde integradas que incentivem a prevenção, ao mesmo tempo em que se asseguram benefícios amplos. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Promoção da saúde na autogestão 24 A prática da promoção da saúde integrada à prevenção de doenças busca a diminuição dos fatores de risco que contribuem para a manifestação das patologias ou a ocorrência de acidentes. Por meio de diagnósticos precoces, é possível conhecer o estado de saúde da população assistida e estabelecer as prioridades e ações mais adequadas para o público avaliado, uma das vantagens da abordagem preventiva. Entre medidas efetivas para aprimorar a administração dos planos de assistência estão o gerenciamento da demanda, a hierarquização do acesso, o controle de autorizações prévias, a adequada orientação ao beneficiário e a eficaz gestão da informação. Modelos alternativos de atenção à saúde como os médicos de família, o atendimento pré-hospitalar e as internações domiciliares (home care) são também opções para a melhoria dos serviços prestados, com resultados positivos tanto para a saúde dos beneficiários quanto para o desempenho das autogestões. O acompanhamento das patologias de maior risco de agravo à saúde tem sido uma estratégia cada vez mais considerada pelos planos de autogestão. Um dos fatores que influenciam nessa direção é o aumento da expectativa de vida da população brasileira, que colabora para a maior incidência das doenças crônicas. Diante desse cenário, as autogestões compreenderam a importância de investimentos em ações preventivas dirigidas a usuários com mais de 60 anos ou à terceira idade, que se tornaram mais evidentes nos últimos anos. Com a autogestão, as organizações têm condições efetivas de desenvolver ações próprias voltadas à melhoria da qualidade de vida dos seus beneficiários. Esse sistema permite à área de Recursos Humanos das organizações a gestão conjunta da assistência à saúde e da medicina ocupacional. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Essa integração permite que os beneficiários que apresentam quadros clínicos relacionados à sua atuação profissional possam receber o atendimento correto. Muitas vezes, o tratamento de um efeito clínico, sem eliminar ou minimizar a causa, pode não obter o sucesso desejado e ainda agravar a situação de saúde do funcionário. Muitas autogestões têm investido em estudos sobre o perfil de cada grupo assistido (doenças prevalentes, serviços especializados, exames e procedimentos mais freqüentes etc.) que permitem, por exemplo, mapear a situação de saúde e as causas ou fatores responsáveis pelas doenças. Esses estudos tornaram-se um importante instrumento de gestão da assistência à saúde, que possibilita priorizar os investimentos. Nos capítulos seguintes, estão relacionadas as principais iniciativas e programas desenvolvidos pelas instituições filiadas à Unidas, ilustrando com ações reais os diferenciais e benefícios que o sistema de autogestão traz para a população de beneficiários em termos de promoção da saúde e de prevenção de doenças. 25 CAPÍTULO 3 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Modalidades de gestão da promoção da saúde 26 O levantamento realizado para a elaboração da presente publicação ocorreu entre os meses de dezembro de 2006 e janeiro de 2007, mediante a distribuição de um questionário para as cerca de 150 instituições vinculadas à Unidas. Obtevese um retorno das principais autogestões que mantêm ações e programas de promoção da saúde e prevenção de doenças, que, em conjunto, respondem por aproximadamente 60% da população assistida pelos planos de saúde das filiadas da Unidas, em todas as regiões do país. O instrumento de coleta de informações buscou levantar dados sobre o perfil das operadoras, tais como área de abrangência, número de beneficiários, setor da economia, forma de custeio e tipo de organização. A consulta mais específica, relacionada ao tema deste livro, procurou mapear as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças realizadas pelas autogestões. Para a caracterização das iniciativas nessa área, foi solicitada uma descrição dos principais programas, com dados como data de início, estruturação, abrangência, população assistida, principais resultados e opinião dos beneficiários. Outro campo de interesse foi o impacto dos programas de promoção na gestão da assistência à saúde. Foram mapeados, sempre que disponíveis, os indicadores tais como a redução do número de consultas, do uso de serviços de urgência e emergência, das internações hospitalares, dos custos de tratamento e dispensação de medicamentos e do absenteísmo ao trabalho. Também foi solicitada a descrição da estrutura que as autogestões dispõem para a gestão dos programas, se essas atividades estão integradas às ações de RH/ Gestão de Pessoas ou à área de medicina ocupacional, o número de colaboradores UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão envolvidos, a contratação de serviços de terceiros e as parcerias realizadas. Por fim, buscou-se conhecer as expectativas dos dirigentes das instituições para os próximos anos quanto à ampliação ou criação de novos programas. O levantamento teve como amostra 30 autogestões filiadas à Unidas, que conjuntamente, atendem 2.977.935 beneficiários, entre ativos, aposentados, pensionistas, dependentes e agregados, universo próximo a 2/3 da população assistida pelas filiadas da Unidas. Esse conjunto de instituições responde por 55% do total de beneficiários dos planos de saúde da modalidade de autogestão do país, segundo dados da ANS de setembro de 2006. Entre as filiadas que responderam ao levantamento, nove dispõem de planos de saúde que atendem até 10 mil beneficiários, nove estão na faixa de 10 mil a 50 mil assistidos e seis compreendem de 50 mil a 100 mil vidas. São quatro as operadoras de planos de saúde que atendem de 100 mil a 500 mil beneficiários. Na amostra, duas filiadas da Unidas têm população assistida com mais de 500 mil pessoas. Com relação à abrangência, 18 das filiadas têm uma atuação mais regionalizada e dispõem de planos para atender beneficiários que se encontram em até 10 estados do país. Duas filiadas estão presentes entre 11 e 15 estados e dez das autogestoras têm população assistida em todo o território nacional. Em relação ao tempo de existência, entre as filiadas que responderam à pesquisa, 14 foram constituídas há mais de 20 anos, 13 estão em operação entre dez e 20 anos e apenas três têm menos de dez anos de atuação. Na amostra, há uma significativa predominância das autogestões que atuam no setor privado, com 19 filiadas; seis estão inseridas no setor público e cinco atuam em regime de economia mista. Com relação à forma de custeio, entre os planos de saúde voltados para os beneficiários ativos há predominância do pré-pagamento (14), seguida do póspagamento (7), sendo que em outras três o custeio é assumido integralmente pelo beneficiário e em uma filiada, o custeio integral é de responsabilidade da patrocinadora. Cinco autogestoras dispõem de outras formas de custeio para os planos que atendem os beneficiários ativos, sendo que uma delas utiliza um sistema misto de co-participação com pré e pós-pagamento. Nos planos que atendem aposentados e pensionistas, a forma de custeio predominante também é o pré-pagamento (12), seguida do custeio integral pelo beneficiário (7) e pelo pós-pagamento (5). Entre os agregados, o pagamento integral pelos usuários é a principal forma de custeio, com 12 planos que atuam dessa forma, seguida da participação no custeio por pré-pagamento (7) e pós-pagamento (2). 27 Com relação ao tipo de organização das autogestões, sete atuam como Caixa de Assistência e igual número tem a configuração de Departamento de Benefício/ RH. Seis estão organizadas como Associação, quatro atuam como Entidades Fechadas de Previdência Complementar, três adotam o modelo de Fundação e uma delas é uma Autarquia Municipal. Duas filiadas declararam dispor de uma estrutura híbrida, que funde o modelo de Fundação ao de Entidade Fechada de Previdência Complementar. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Inserção institucional 28 A maior parte das operadoras de autogestão que responderam ao levantamento conta com uma área específica que cuida da gestão dos programas de promoção da saúde e prevenção de doenças, com diferentes conformações em termos de estrutura organizacional e inserção no organograma da instituição. A Fundação de Seguridade Social (GEAP), que atende aproximadamente 650 mil beneficiários em todo o país, dispõe de área específica denominada Coordenadoria de Promoção da Saúde, que está vinculada à Diretoria de Serviços a Clientes, da Diretoria Executiva da instituição. Dos cerca de 1,3 mil funcionários da GEAP, 80 estão diretamente alocados na gestão das atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças oferecidas às patrocinadoras dos planos de saúde gerenciados pela instituição. Para o seu próprio quadro de pessoal, a GEAP dispõe de um consultório médico em sua sede para a realização de exames admissionais e periódicos, onde também são disponibilizados serviços de clínica médica, buscando atender a eventuais intercorrências. São realizadas, ainda, duas sessões diárias de ginástica laboral, no início de cada expediente. Essas iniciativas objetivam a promoção da medicina preventiva e a valorização da auto-estima, com vistas à melhoria contínua da qualidade de vida dos colaboradores da instituição. Outro exemplo é a autogestão da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) que tem abrangência nacional e atende a uma população de 358 mil beneficiários, entre ativos, aposentados, pensionistas e seus dependentes. A empresa possui em sua Administração Central dois departamentos responsáveis pelas ações de saúde e qualidade de vida para os empregados e seus dependentes. Eles fazem parte da estrutura da Diretoria de Recursos Humanos da ECT e possuem representação nas 27 Diretorias Regionais da empresa, em todos os estados do país e no Distrito Federal. UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão O Departamento de Saúde é responsável pela gestão dos benefícios relacionados à assistência à saúde (CorreiosSaúde) e pela gestão das ações e programas de promoção da saúde, que envolvem todas as atividades legais de segurança, ergonomia e saúde ocupacional além de outras atividades relacionadas à saúde integral do quadro de pessoal próprio. Já o Departamento de Integração, Serviço Social e Benefícios é responsável pela gestão dos programas de prevenção e tratamento de DST/Aids, dependência química e educação alimentar. A empresa possui, no seu Plano Estratégico, políticas, objetivos, indicadores e metas relativas à saúde e qualidade de vida dos empregados e dependentes. Existe total integração com as ações de medicina ocupacional, uma vez que essa área também é coordenada pelo Departamento de Saúde da ECT. A administração da área de saúde da empresa está informatizada, com prontuário eletrônico, o que facilita a gestão das informações. No Departamento de Saúde – responsável pela gestão nacional do CorreiosSaúde – 15 colaboradores estão envolvidos com a administração do benefício. Além desses, mais cinco funcionários e dois estagiários estão alocados nas atividades de promoção da saúde desenvolvidas pela área. Em todo o país, são mais de 500 profissionais trabalhando nas áreas de saúde e de serviço social, entre médicos, dentistas, psicólogos, assistentes sociais, administradores, auxiliares de enfermagem, engenheiros de segurança do trabalho e médicos do trabalho. Já a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) atende 686 mil beneficiários em todo o país, entre ativos, aposentados, pensionistas e dependentes. A instituição, criada em 1944, também dispõe de uma área específica para a gestão dos vários programas de promoção da saúde e prevenção de doenças criados ao longo dos últimos anos. No entanto, essas atividades não estão integradas às ações de gestão de pessoas nem às de medicina ocupacional da instituição patrocinadora, o Banco do Brasil. A estimativa é que cerca de 40% do quadro de funcionários da Cassi atue, de alguma forma, nas atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças. Na Caixa Econômica Federal, a gestão de programas de prevenção de doenças e promoção da saúde está vinculada à Vice-presidência de Logística e Gestão de Pessoas, que atua com foco na melhoria da saúde, qualidade de vida, condições adequadas de trabalho e bem-estar dos colaboradores da instituição. A Caixa possui a Gerência Nacional de Saúde e Ambiência Corporativa (Gesad) que administra o plano de assistência Saúde Caixa e as ações de promoção e prevenção, que 29 estão integradas às ações de gestão de pessoas e de medicina ocupacional da instituição. São 257 colaboradores envolvidos na gestão e operacionalização do Saúde Caixa e 164 alocados nas ações de promoção da saúde e segurança no trabalho. A população assistida, em todo o território nacional, atinge 231,5 mil beneficiários, entre ativos, aposentados, pensionistas e dependentes. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Descentralização 30 Várias autogestões optaram por descentralizar para unidades estaduais e regionais a gestão dos programas de promoção da saúde e prevenção de doenças. É o caso do “Programa Serpro da Qualidade de Vida” – PSQV, cuja coordenação está vinculada à Unidade de Alinhamento Estratégico, órgão de assessoria da Presidência da empresa. A autogestão do Serpro atende cerca de 24,6 mil beneficiários em todo o país e está organizada como Departamento de Benefício/RH. Na gestão do Plano de Assistência à Saúde da instituição estão envolvidas 15 pessoas; já no Módulo de Promoção da Saúde, que integra o PSQV, são 12 os colaboradores alocados. Na implantação do PSQV, a Superintendência de Gestão de Pessoas criou uma gerência para a coordenação executiva do programa, que atua como interface com as comissões regionais nas unidades dos estados. Essa dinâmica visa respeitar a cultura e os valores locais, dando autonomia para a análise das situações específicas e a busca de soluções que possam ser viabilizadas regionalmente. As atividades propostas pelo PSQV contam também com a colaboração da Divisão de Benefícios da instituição. A descentralização na execução dos programas também é a marca da autogestão da Perdigão Agroindustrial S/A, que atende uma população de aproximadamente 91 mil beneficiários. As iniciativas estão integradas às ações do RH e contam com o envolvimento da área de medicina ocupacional da empresa. A extensa programação de campanhas ocorre sob a coordenação do RH Corporativo, mas a execução nas unidades, distribuídas em 11 estados brasileiros, está a cargo do RH local, responsável também pelos ambulatórios de assistência à saúde, social e pelas atividades de medicina ocupacional e ações voltadas à melhoria do clima organizacional da empresa. Há estruturas mais flexíveis e matriciais, como é o caso da Fundação Pampulha, que atende aproximadamente 94 mil beneficiários em cerca de 25 estados do país. Nesta operadora, a gestão de programas de promoção da saúde e prevenção de doenças acontece a partir de uma interação entre diversas áreas, tais como serviço social, auditoria médica, apoio administrativo, credenciamento e até Terceirização e parcerias Há instituições que contratam serviços de terceiros para a execução dos programas e das ações. A GEAP, por exemplo, terceiriza as áreas de assistência médica, enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional e odontologia. São profissionais contratados como pessoas físicas, que atuam nos programas oferecendo mão-de-obra especializada. Com relação a empresas, são UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão mesmo entre as diretorias da instituição, para o planejamento e execução dos programas. As atividades estão integradas às ações de gestão de pessoas e de medicina ocupacional. A gestão do plano de assistência à saúde envolve 75 colaboradores, sendo que 15 profissionais estão alocados diretamente nas ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Com o objetivo de instituir ações de promoção da saúde dentro dos princípios de qualidade, integralidade e resolubilidade, o Instituto UFV de Seguridade Social (Agros) propôs em janeiro de 2004 a implementação do Plano de Ações Integradas em Saúde (Pró-Saúde). Ele destina-se à população assistida pelo Plano de Assistência à Saúde dos Participantes do Agros (PAS-UFV) e prestadores de serviço da rede credenciada. Entre participantes ativos, aposentados, pensionistas e dependentes são atendidos cerca de 14 mil beneficiários. As estratégias do Pró-Saúde buscam colocar em prática o discurso de responsabilidade social em relação aos seus colaboradores, parceiros, clientes e usuários. Seu objetivo é aumentar o “lucro social” e reduzir desperdícios de recursos, compatibilizando o tratamento humanitário com o uso racional do plano de saúde. A gestão do programa está alocada na Gerência de Assistência à Saúde, com coordenação específica, e atua em conjunto com o Serviço Social da instituição. Tem apoio da Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa (DSA/UFV) e da rede credenciada do PAS-UFV. O Pró-Saúde possui caráter dinâmico e se desenvolve sob duas vertentes: a primeira de natureza continuada, proporciona cuidado permanente por meio dos programas e projetos de acompanhamento de grupos específicos e a segunda, de natureza pontual, configura-se sob a forma de campanhas preventivas e educativas. As ações de cada programa, projeto ou campanha são dimensionadas e organizadas de forma a atender as demandas dos beneficiários e priorizar a parceria com os seus colaboradores (DSA/UFV e rede credenciada), associando a otimização de recursos a uma boa qualidade de atendimento. 31 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 32 contratados prestadores de serviços que fornecem insumos para oxigenoterapia, por exemplo. Os programas de promoção da saúde desenvolvidos pela GEAP têm incentivado parcerias. Para as ações desenvolvidas com aos beneficiários idosos, a autogestão dispõe de parcerias com o Ministério da Saúde, o Instituto de Traumato-Ortopedia (INTO) e a Universidade Aberta à Terceira Idade (UnATI). Também com o Ministério, há uma parceria que contempla o projeto destinado à redução de parto cesáreo, dentro da “Política de Incentivo ao Parto Normal” da Fundação. A possibilidade de implantação de novos projetos, maior eficiência nas estratégias adotadas, avaliação mais acurada das necessidades, desenvolvimento técnicoprofissional dos envolvidos, racionalização de esforços e otimização dos programas disponíveis são alguns dos benefícios gerados pelas parcerias realizadas, segundo avaliação da GEAP. Já na Cassi, a contratação de serviços de terceiros visa à execução dos programas e das ações realizadas nas áreas de atenção domiciliar (empresas/serviços de home care) e saúde mental (serviços que atuam como porta de entrada). A autogestora também desenvolve parcerias com prestadores de serviços e aponta, como os principais benefícios dessas iniciativas, o tratamento diferenciado oferecido à população assistida, a qualidade da assistência, a organização da demanda de serviços em função das necessidades de saúde e a integração dos prestadores de serviços com as ações e programas realizados. Na ECT, são terceirizadas ações como palestras, oficinas, exames preventivos, massagens, as atividades para o programa de ginástica laboral e para as Feiras de Qualidade de Vida. Entre as parcerias, a empresa conta com o apoio da Universidade Federal de São Carlos, na execução dos projetos de ergonomia, além de apoio dos prestadores de serviços para a realização de exames preventivos de glicemia, colesterol, hipertensão arterial e osteoporose, que ajudam na identificação de riscos potenciais da população assistida, para posterior tratamento e acompanhamento. Palestras educativas e de orientação em diferentes níveis de prevenção de doenças e a realização de exames preventivos no âmbito dos programas “Em Dia com a Saúde” e “Viver com Saúde” são exemplos de ações para as quais a Fundação Pampulha estabelece parcerias com prestadores de serviços. A autogestora também conta com apoio para a realização de oficinas de yoga, coral, dança de salão, informática, cinema comentado, ginástica laboral e cerebral e fisiodança. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS A contratação de serviços de terceiros na Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) destina-se à execução de iniciativas como o “Programa de Educação e Acompanhamento do Doente Crônico” e a “Campanha de Vacinação contra Gripe”, além de atividades como terapia ocupacional, ginástica laboral, sessões de massoterapia e coral, dentre outras ações. São desenvolvidas parcerias com médicos de diversas especialidades para a realização de palestras; com clínicas e laboratórios para realização de procedimentos e exames; com representantes de produtos ligados à promoção da saúde (saúde bucal, podologia, limpeza de pele e produtos alimentares) e com instituições para obtenção de patrocínios. A autogestão da Assefaz tem abrangência nacional e cobertura para cerca de 93,5 mil beneficiários, entre participantes ativos, aposentados, pensionistas e dependentes. 33 CAPÍTULO 4 Perfil dos programas e intervenções PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS 4.1 – PREVENÇÃO DE DOENÇAS 34 A prática da prevenção integrada à promoção da saúde busca a diminuição dos fatores de risco que contribuem para a manifestação das doenças. A prevenção primária é uma das estratégias mais presentes nas operadoras de autogestão, com destaque para ações como palestras, campanhas, produção e distribuição de material educativo. Muitas vezes, algumas dessas ações estão integradas à realização de exames diagnósticos preliminares com o público-alvo de uma determinada iniciativa, o que possibilita conhecer a situação de saúde da população assistida e estabelecer prioridades e ações subseqüentes mais adequadas ao público avaliado. Uma das autogestões com inúmeras iniciativas no campo da prevenção primária, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) dispõe de ações que datam mais de dez anos, tendo conquistado excelentes resultados. A empresa realiza sistematicamente, desde 2000, campanhas de prevenção de doenças e promoção da saúde, com a definição de um calendário anual para a realização de campanhas educativas, tratando temas relacionados à saúde física e mental. Com abrangência nacional, essas campanhas são extensivas à totalidade da população assistida formada por funcionários e dependentes. Dentre as temáticas abordadas, destaque para os seguintes assuntos: saúde da mulher, saúde ocular, saúde bucal, saúde do coração (hipertensão e diabetes), alimentação saudável/obesidade, prevenção das doenças de inverno (com vacinação antigripe), combate ao câncer e ao tabagismo, prevenção da dengue, combate à hanseníase e à tuberculose. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão A ECT dispõe também de um programa de abrangência nacional voltado aos beneficiários, seus dependentes e demais colaboradores externos, batizado de “Educação para uma Vida Saudável”. Trata-se de uma ação que tem como objetivo a mudança de atitudes e hábitos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida pessoal e do ambiente de trabalho. Entre 2004 e 2005, o público desse programa cresceu 29,3%, passando de 118,9 mil para 153,6 mil pessoas. O programa compreende ainda ações educativas com foco na educação alimentar, ações de prevenção à infecção pelo HIV/Aids, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e à dependência de substâncias psico-ativas. Também faz parte dessa ação a realização da “Feira de Qualidade de Vida” e a “Jornada de Saúde”, cujo intuito é promover a reflexão sobre estilo de vida saudável. Nessas ocasiões são desenvolvidas atividades que promovam a saúde integral, alimentação saudável, gestão da renda familiar, cidadania e apresentações culturais e artísticas valorizando os talentos internos da instituição. Em paralelo, a ECT desenvolve outros programas em áreas específicas que também têm caráter de prevenção primária: o “Programa Médico de Troca – Troque o Fumo por Mais Saúde”, focado na prevenção ao tabagismo; o programa “Preveniu, Sorriu”, destinado à área de saúde bucal e o programa “Ergonomia na ECT”, com projetos voltados à busca de soluções ergonômicas para demandas específicas em diversas áreas da empresa. Só em 2006 a instituição realizou 23 Feiras/Jornadas, em todo o país, beneficiando aproximadamente 47 mil pessoas. Para a execução dos programas de promoção da saúde e prevenção de doenças a Fundação de Seguridade Social (GEAP) utiliza-se de estratégias de comunicação a partir da produção e distribuição sistemática de material educativo, direcionado ao grupo de beneficiários. São cartilhas e folhetos com caráter informativo e preventivo, abordando diversas morbidades. Anualmente essa fundação realiza duas campanhas educativas: a primeira destinada ao grupo total de beneficiários que ela possui; a segunda, dirigida apenas aos beneficiários pertencentes à terceira idade. Neste caso, a campanha trabalha com temas específicos para essa faixa etária. “Viver com Saúde” foi o nome dado pela Fundação Pampulha para um de seus programas, criado em 2000, e que tem como público-alvo os assistidos pelos Planos de Saúde oriundos das Fundações de Saúde do Banco Itaú S.A. e seus respectivos dependentes. Dentre as prioridades propostas pelo “Viver com Saúde”, destaque para a disseminação de informações de caráter educativo, o oferecimento de prevenção UNIDAS Mudança de hábitos para uma vida saudável 35 e tratamento dos beneficiários, o incentivo à adoção de hábitos saudáveis, o estreitamento do relacionamento com a rede credenciada e as medidas que enfatizam a preocupação da instituição com a saúde dos assistidos. A partir da adoção de hábitos saudáveis e da prática de exames regulares para detecção precoce de doenças, a Fundação Pampulha espera promover uma melhoria da qualidade de vida dos participantes, assim como otimizar a utilização dos recursos. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Gripe, diabetes e hipertensão 36 Duas campanhas com abrangência nacional, voltadas à prevenção de doenças e conseqüente promoção da saúde, têm beneficiado os usuários dos Planos de Saúde atendidos pela Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz). A “Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe” é a primeira delas e também a mais antiga: foi iniciada em 2001. Em sua quinta edição, permitiu vacinar 23.474 pessoas, sem nenhum custo para os beneficiários. Há uma parceria com as Secretarias de Saúde para vacinação dos idosos, no mesmo período que ocorre a campanha nacional promovida pelo Ministério da Saúde. Aqueles que não são imunizados nessa ocasião, têm a vacina disponibilizada pela Assefaz. A vacina é aplicada nos postos de vacinação que são instalados em locais de maior concentração de beneficiários, com melhor localização e acessibilidade, de forma a atender satisfatoriamente o público-alvo. Algumas gerências da instituição aproveitam a ocasião para promover outras ações de prevenção primária e de caráter social, como controle da pressão arterial, teste de glicemia, arrecadação de alimentos e agasalhos para doação às instituições que trabalham com populações carentes. A “Campanha Nacional de Prevenção, Detecção e Orientação sobre Diabetes e Hipertensão” é o outro programa de prevenção primária desenvolvido pela Assefaz. Foi iniciado em 2006 e conta com parcerias firmadas com laboratórios, clínicas, hospitais, universidades, que disponibilizam palestras, folhetos informativos, material e aparelhos para a realização dos exames, além de pessoal especializado. Nas gerências regionais que não firmaram parcerias, as despesas com divulgação e a realização da campanha são custeadas pela Fundação. Em 2006, foram examinadas 6.731 pessoas, sendo 3.549 beneficiários (52,7%) ligados diretamente à Assefaz. Entre eles, 17,5% receberam diagnóstico com suspeita de diabetes mellitus e 25,8%, com suspeita de hipertensão arterial. Nesses casos, os assistidos foram encaminhados a profissionais especializados para que pudessem receber melhor avaliação e orientação dos passos a serem seguidos em cada um dos casos. Divulgação Fundação Pampulha DIA DO CORAÇÃO Após realização de exames, beneficiários da Cabergs que requerem maiores cuidados têm acompanhamento especializado UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão Divulgação Cabergs VIVER COM SAÚDE Com foco na prevenção primária, campanha da Fundação Pampulha oferece exames regulares para diagnóstico precoce de doenças 37 A divulgação das duas campanhas da instituição envolve a distribuição de cartazes, panfletos e folhetos informativos, nos locais de trabalho dos beneficiários (Ministério da Fazenda e órgãos conveniados) e nas agências de atendimento, por meio de correspondência enviada pelos correios e ligações telefônicas. Também foram disponibilizados vídeos, mensagens transmitidas por e-mail e publicação de notícias no site da Fundação. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Cuidando do ser integral 38 Já as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças desenvolvidas pela Perdigão Agroindustrial S/A fazem parte de um calendário anual de eventos organizados pela instituição. Nestas circunstâncias são realizadas campanhas de sensibilização e valorização do funcionário. Há ainda uma série de programas, como por exemplo, a “Prevenção à DST/Aids”, “A Hora da Mulher”, “Programa de Vacinação e Prevenção a Gripe”, “Antitabagismo” e “Novo Ser”. Para cada uma dessas campanhas, o departamento de RH Corporativo da empresa produz material específico sobre o tema e os distribui em todas a unidades da Perdigão. São confeccionados cartazes, folhetos e informativos que visam despertar a atenção dos funcionários. Nas unidades também são realizadas palestras, com profissionais que pertencem à comunidade local aonde esses eventos não ocorrem. Em geral, as diversas campanhas coincidem com uma data comemorativa. Em 2006, a programação abrangeu: ▲ Carnaval – ações múltiplas destinadas à conscientização sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis DST/Aids, antes e durante o período de carnaval. A ocasião também serviu para que a empresa realizasse um trabalho de conscientização e prevenção ao uso de drogas e ao abuso de bebidas alcoólicas; ▲ Dia Internacional da Mulher (8 de março) – atividades educativas e de apoio à saúde da mulher com o intuito de valorizar a força feminina existente na empresa; ▲ Dia Mundial da Saúde (7 de abril) – promoção de campanhas educativas e de prevenção de doenças, especialmente aquelas relacionadas ao trato respiratório; ▲ Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio) – ações de reforço ao “Programa de Combate ao Tabagismo”, incentivando o abandono do vício de fumar; ▲ Dia Nacional da Saúde (5 de junho) – ações direcionadas ao combate e prevenção do diabetes mellitus e da hipertensão arterial, com realização de palestras, UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão teste de glicemia e verificação da pressão arterial. Trata-se de uma atividade direcionada a todos os funcionários da empresa, nas diversas unidades; ▲ Dia Nacional de Prevenção ao HIV e Aids no Local de Trabalho (8 de outubro) – ações de conscientização e prevenção do HIV/Aids no local de trabalho, com distribuição gratuita e incentivo à utilização de preservativos nas relações sexuais; ▲ Campanha de Combate e Prevenção à Dengue (20 a 25 de novembro) – trabalhando com o slogan “Sua atitude é o mellhor remédio para evitar a Dengue”, a campanha foi direcionada, principalmente, à região Centro-Oeste e teve o objetivo de promover a compreensão e sensibilização dos funcionários para a adoção de hábitos e atitudes voltados ao combate à dengue. Há anos a Caixa de Assistência dos Empregados do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Cabergs) tem investido na realização de ações em prol da saúde de seus beneficiários. Caso, por exemplo, da implantação do “Dia do Coração”, em 2003. A campanha foi idealizada com o objetivo de informar e conscientizar os beneficiários sobre os principais fatores de risco para as doenças cardíacas, bem como proporcionar avaliações destes fatores cardíacos por meio do desenvolvimento dos módulos de hipertensão, dislipidemia, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, obesidade e sobrepeso. Com duração de um dia, o evento compreende a verificação de pressão arterial, peso, altura, circunferência da cintura e coleta de material para os testes de glicose e colesterol. Os participantes recebem orientações clínicas e nutricionais, o resultado da avaliação e, conforme o caso, recomendações médicas. Participam das atividades médicos, nutricionistas, estudantes da Escola Técnica de Nutrição e Enfermagem do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Entre 2003 e 2005, a instituição realizou seis eventos do gênero que atenderam 960 pessoas. A instituição também investe na produção de material educativo – cartilha, folhetos, cartazes – desde 2003. Essa iniciativa tem o intuito de informar os beneficiários sobre ações de promoção da saúde. Já foram abordados os seguintes temas: prevenção da dengue; colesterol, triglicerídeos e glicose; dermatoses de verão; hipertensão arterial sistêmica; depressão e ciclo de vida; doenças venosas – varizes nos membros inferiores; câncer de mama; uso de drogas na adolescência; saúde bucal; gripe; climatério; coluna saudável; próstata; hepatites e vacinas; intoxicações alimentares; catarata; tabagismo e tratamento ortodôntico. 39 Divulgação Cabergs PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Divulgação SPTrans EDUCAÇÃO ALIMENTAR Orientação quanto à alimentação saudável, realizada por nutricionistas, estão entre ações de prevenção da Cabergs 40 GINÁSTICA LABORAL Prática tem se tornado realidade freqüente em muitas das autogestões, como na campanha “Agita SPTrans” em São Paulo PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) é outro exemplo de autogestora preocupada com a prevenção primária de doenças e a promoção da saúde de seus beneficiários. Já investiu na produção de material educativo com orientações sobre prevenção ao câncer e, em novembro de 2006, realizou o Dia Nacional de Combate ao Câncer, trabalhando o slogan “A Prevenção ainda é o Melhor Remédio!”. Outro tema enfocado foi a doação voluntária de sangue, sendo que no mesmo mês de novembro, promoveu o Dia Internacional do Doador Voluntário de Sangue, com ênfase no slogan “Quem tem sangue nas veias, doa!”. No Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro) foram distribuídos folders para todos os beneficiários da CASF, com o intuito de divulgar a idéia principal da campanha “Ser diabético não significa perder a doçura da vida!”. Também fez parte desta ação a realização de uma palestra destinada aos beneficiários/ empregados do Banco da Amazônia. A atividade foi transmitida através da TV Digital, que é veiculada em todas as unidades da instituição localizadas no país. Durante esta ação, os eventos presenciais contaram com cerca de 130 pessoas que puderam medir a pressão arterial e a taxa de glicose. Os participantes ganharam um lanche “demonstrativo” com produtos adequados à alimentação de pessoas portadoras de diabetes. Já os ex-empregados de outra instituição bancária, também são beneficiados com programas de prevenção de doenças. Trata-se da Caixa de Assistência Médica dos ex-Empregados do Banco do Estado de Mato Grosso (Sam-Bemat), que além de programas de prevenção de doenças e promoção da saúde também investe no monitoramento dos seus associados que são portadores de doenças crônicas. Tanto o programa de “Promoção à Saúde” quanto o de “Prevenção de Doenças” foram implantados em janeiro de 2004. Nos dois casos, há participação de profissionais ligados às áreas médica, de serviço social, além de psicólogos, fisioterapeutas e equipe de apoio composta por estagiários de serviço social. Uma das atividades desse programa compreende a realização de palestras que abordam temas variados, entre eles, vida saudável, prevenção de diabetes e hipertensão, dependências químicas, atividades físicas, prevenção de câncer e obesidade. A exemplo das demais instituições de autogestão, a Sam-Bemat também faz uso de materiais educativos – folhetos e cartilhas – para atingir seu público-alvo. Conta ainda com um espaço no site destinado à divulgação de suas práticas de prevenção primária. E, apesar de as ações abrangerem todos os associados da UNIDAS Prevenir é o melhor remédio 41 Divulgação SPTrans PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Divulgação Cabergs PALESTRAS São uma das principais estratégias de prevenção primária utilizadas pelas autogestões, atingindo grande número de beneficiários 42 DIABETES Exame de glicemia para detecção precoce do diabetes representa importante ação de prevenção, pois evita agravos decorrentes da doença O Gerenciamento de Riscos é uma das mais importantes estratégias de apoio às iniciativas direcionadas à promoção da saúde e prevenção de doenças que as operadoras de planos de saúde podem utilizar. Trata-se de um instrumento que, a partir do conhecimento do perfil epidemiológico dos beneficiários, permite traçar ações voltadas à assistência preventiva, monitoramento e atenção continuada à saúde e qualidade de vida da população assistida. Ao conhecer melhor as condições de saúde dos beneficiários, torna-se possível priorizar e planejar as ações a serem empreendidas, racionalizando o uso dos recursos investidos. O inquérito epidemiológico é uma das maneiras empregadas para o levantamento da situação de saúde, dos fatores de risco e da morbidade dos beneficiários. Ele poderá se utilizar de diferentes metodologias e, se for bemexecutado, irá fornecer um perfil da população assistida facilitando a definição de estratégias. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 4.2 – GERENCIAMENTO DE RISCOS E PERFIL DOS BENEFICIÁRIOS UNIDAS instituição, há algumas que são direcionadas especialmente ao público formado por pessoas idosas, com idade superior a 60 anos. Os resultados obtidos com essas atividades são significativos: em 2006 houve uma redução de 15% nas internações e 20% de aumento nas consultas preventivas. As campanhas educativas também fazem parte da estratégia da São Paulo Transporte S/A (SPTrans) nas ações que dizem respeito à prevenção primária. Entre os temas já debatidos destaque para saúde da mulher, saúde do homem, qualidade de vida, drogas, álcool, Aids, saúde bucal e nutrição. Em 2006 a instituição realizou o evento “Agita SPTrans”, com enfoque em atividades físicas (caminhada, alongamento, relaxamento, orientação sobre os benefícios da atividade física), cuja programação contou com a participação de 769 pessoas. Estruturado em módulos de atuação conforme o número de beneficiários vinculados aos planos de saúde do Sistema Paulista de Assistência (SPA), essa instituição iniciou seu programa de promoção da saúde e prevenção de doenças em julho de 2005. O objetivo é atingir 100% dos associados, com incentivo à adesão espontânea. Entre as linhas de cuidado escolhidas estão contempladas a “Saúde Materno-Infantil” e “Pacientes com risco ou portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabete Mellitus”. 43 O gerenciamento de risco possibilita também a definição de ações de prevenção primária, como a realização de campanhas e a elaboração de material educativo, com o objetivo de orientar os beneficiários quanto à importância do autocuidado na preservação da saúde. Por meio de iniciativas dessa natureza, pode-se monitorar a situação de saúde dos assistidos e se antecipar à ocorrência de agravos que comprometam a saúde e qualidade de vida desses beneficiários. No que tange a prevenção secundária, o gerenciamento de risco permite acompanhar, de forma pró-ativa, os possíveis riscos de agravamento de patologias como diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemias, cardiopatias, insuficiência renal, doenças ocupacionais, entre outras. Nesse sentido, possibilita definir ações voltadas ao acompanhamento dos portadores de doenças crônicas, dando suporte às demandas geradas por essa população. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Raio-X detalhado da população assistida 44 Recentemente, a Caixa de Pecúlios, Assistência e Previdência dos Servidores da Fundação Serviços de Saúde Pública (Capesesp) realizou um inquérito epidemiológico sobre os fatores de risco e morbidade da população assistida pelo Capesaúde, seu plano de assistência médico-hospitalar. A pesquisa foi feita mediante a aplicação de um questionário individual distribuído por meio postal para todos os associados com idade igual ou superior a 18 anos. O questionário, encaminhado para cerca de 122,5 mil participantes, entre beneficiários titulares e dependentes, representava 75% do total da população assistida pelo plano, de 160,5 mil beneficiários. A abrangência da amostra contempla todo o território nacional e o retorno obtido pelo levantamento equivale a 46,4 mil respostas (37,8%). A população foi analisada segundo variáveis como sexo, idade, peso, altura, uso de bebida alcoólica e tabaco, prática de atividade física, exposição ao sol, acréscimo de sal na alimentação, cuidados com a saúde, sinais e sintomas de doenças, morbidade referida e história patológica familiar pregressa, além das despesas e utilização dos serviços e procedimentos médico-hospitalares no período dos últimos 12 meses. Os dados primários obtidos foram inseridos em um sistema informatizado próprio e processados utilizando uma ferramenta de análise de banco de dados, sendo avaliados primeiramente fatores relativos às distribuições e proporções, bem como o cálculo das prevalências das doenças referidas; segundo, as variáveis UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão especificadas. O estudo de fatores de risco, isolados ou combinados, permitiu estabelecer relações de causa-efeito entre eles e determinados tipos de doenças, merecendo destaque as chamadas doenças crônicas não-transmissíveis. Entre os principais resultados relacionados aos fatores de risco, sinais e sintomas declarados, o levantamento detectou que 47,8% da amostra tem uma vida sedentária e 29% dos entrevistados são tabagistas. Foram 21,8% os respondentes que mencionaram sofrer de hipercolesterolemia, enquanto 14% foram identificados como obesos. Cerca de 49% da amostra queixou-se de ter dor de cabeça; igual número mencionou ter dificuldade para enxergar. Com relação aos hábitos de vida e cuidados com a saúde, merecem destaque o consumo de bebida alcoólica, item mencionado por 29,8% da amostra; o acréscimo de sal na alimentação, informado por 10% dos respondentes, e a exposição ao sol de forma prolongada, apontada por 23% das pessoas. A realização de exames preventivos de ginecologia e o auto-exame de mama, no último ano, foi mencionada por 70,3% e 63,4% das mulheres, respectivamente. Já entre os homens, 48,7% informaram ter realizado exame clínico (toque retal) de próstata, no último ano. O trabalho procurou avaliar também referências quanto à presença de doenças em familiares diretos, pais ou irmãos, que têm sido apontadas como fator predisponente em diversos levantamentos epidemiológicos e na opinião de especialistas, como uma hipótese de exposição dos componentes da família a uma causa comum. Entre a população entrevistada, 58,3% disseram ter casos de hipertensão arterial entre os familiares diretos; 27,1% mencionaram a ocorrência de diabetes mellitus; 20% fizeram referência a problemas como asma, bronquite e enfisema; 19,8% apontaram casos de derrame e acidente vascular cerebral (AVC), enquanto 18,9% indicaram agravos como angina e infarto agudo do miocárdio. Os entrevistados relataram, por meio de pergunta direta, serem portadores das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT), entre as quais: hipertensão arterial sistêmica (27,1%); diabetes mellitus (7,9%); asma, bronquite e enfisema (5,9%) e insuficiência cardíaca (5,1%). A maior parte dos pesquisados (24,1%) informou ser portadora de forma isolada de uma dessas doenças; enquanto 7,8% referiram a combinação de duas patologias, 2,4% mencionaram a ocorrência de três delas e cerca de 1% relatou ser portador de quatro ou mais condições mórbidas. 45 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Uso do plano e despesas assistenciais 46 O estudo realizado pela Capesesp permitiu levantar ainda dados gerais relativos a despesas médico-hospitalares e à utilização do plano de saúde nos últimos 12 meses pelos 46,4 mil associados que responderam à pesquisa. Eles foram analisados procurando estabelecer uma correlação com a prevalência dos fatores de risco e doenças crônicas não-transmissíveis referidas pelos assistidos. A utilização do plano de saúde e o custo per capita variaram de acordo com a idade, a presença ou ausência de doenças crônicas e os fatores de risco envolvidos. A busca por serviços médico-hospitalares cresceu com a evolução da idade dos beneficiários. Além disso, verificou-se que os maiores custos ocorreram entre os que informaram possuir uma ou mais patologias de caráter crônico. A despesa média per capita mensal do grupo pesquisado foi de R$ 75,14 (masculino = R$ 70,70; feminino = R$ 78,88), aumentando de forma progressiva em função da idade. Em comparação com a despesa média geral mensal per capita da operadora no mesmo período – que foi de R$ 69,96 – o grupo entrevistado registrou uma despesa aproximadamente 7,4% superior ao gasto médio de toda a população assistida pelo plano. Os dados referentes ao custo per capita de quem informou ser portador de alguma DCNT ou de fatores de risco foram avaliados isoladamente. Quando comparado o custo médio per capita de DCNT referida versus custo médio geral, observou-se uma diferença global de 61,65%. Quando estes associados foram avaliados por tipo de doença, o custo da utilização dos serviços superou de forma considerável aquele verificado em associados que não têm esses problemas de saúde. Isso realça a importância da identificação dessas patologias e o seu tratamento imediato, para uma melhor gestão financeira da instituição. O estudo procura destacar que essa avaliação refere-se apenas aos chamados custos diretos, ou seja, aqueles decorrentes da produção de serviços médico-hospitalares, não sendo avaliados os intangíveis ou indiretos. Conclui-se que os indivíduos portadores de DCNT, devido à sua condição de saúde, utilizam mais os serviços médico-hospitalares do que o grupo como um todo, resultando em despesas também mais elevadas. Os agravos à saúde proporcionados pelas doenças crônicas não-transmissíveis, além de estarem entre as principais causas de morte no Brasil, representam, atualmente, para o plano de saúde da Capesesp, as maiores despesas em tratamento ambulatorial, internações hospitalares e reabilitação. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão A Associação dos Fiscais de Rendas do Estado do Rio de Janeiro (AFRERJ) desenvolveu o “Projeto de Prevenção em Saúde”, implantado em março de 2005 para os beneficiários do plano de saúde AMAFRERJ. Mesmo em se tratando de uma instituição com uma carteira de apenas 1.250 associados, as vantagens obtidas com ações de prevenção primária e secundária motivaram a adoção do projeto, que procurou estratificar a população assistida mediante os níveis de risco. Os principais objetivos definidos na concepção do programa foram: identificar populações de alto risco de morbi-mortalidade para patologias definidas pelo programa; otimizar a qualidade de vida, com acompanhamento especializado feito por profissionais médicos sob supervisão do projeto; criar a cultura de prevenção nos usuários do programa; minimizar custos com internações evitáveis; e otimizar o monitoramento de pacientes com patologias definidas. Os pacientes elegíveis para o programa da AMAFRERJ são os que se enquadram em três “grupos” de patologias: diabetes mellitus e dislipidemias; hipertensão arterial sistêmica; e os pacientes com câncer, com atenção especial para os casos de pulmão, próstata, mama, colo de útero e cólon-renal. São analisados e acompanhados pacientes com idade superior a 30 anos, domiciliados na cidade do Rio de Janeiro e que concordem com o acompanhamento pela equipe multidisciplinar do projeto. A equipe reúne dois médicos responsáveis pela supervisão e reavaliação do programa; um médico oncologista responsável pela visita domiciliar programada e pelo monitoramento dos pacientes; uma nutricionista; uma assistente social responsável pelo monitoramento dos casos acompanhados no programa, avaliação dos casos de insatisfação e agendamentos, funcionando como um elemento pró-ativo na adesão dos associados ao programa; uma psicóloga e um fisioterapeuta responsável pelo controle domiciliar de pacientes elegíveis para esse tipo de acompanhamento. Os 1.079 pacientes em acompanhamento são estratificados em grupos por gravidade da(s) patologia(s) de que são portadores. No grupo de nível vermelho, que apresentam alto risco em virtude de doença avançada ou descompensada, encontram-se 7,3% dos assistidos. Desses, 95% têm idade superior a 60 anos. No nível amarelo, com médio risco, estão 13,4% dos pacientes. Dentre eles, 3,4% têm idade inferior a 40 anos, 27,5% estão na faixa entre 40 e 60 anos, e 68,9% têm mais de 60 anos. No nível verde, que reúne os pacientes com baixo risco, estão 79,2% dos assistidos. UNIDAS Carteira de assistidos estratificada 47 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Projeto piloto 48 Em 2006, a Fundação CESP passou a desenvolver o “Programa de Gerenciamento de Riscos” que envolve ações voltadas ao gerenciamento de doenças e de casos. Trata-se de um projeto piloto realizado em parceria com as empresas patrocinadoras da instituição, a partir do estudo da base de dados dos beneficiários para caracterização da situação de saúde da população assistida pelo programa. O projeto se fundamenta na realização de uma visita domiciliar por profissional de saúde e, quando necessário, por uma equipe multiprofissional para o aprofundamento do diagnóstico e orientação pertinente para a redução dos fatores de risco, especialmente nos casos das doenças mais prevalentes ou incapacitantes, como os agravos cérebro-vasculares, cardiopatias, neoplasias, entre outras. As ações são oferecidas de acordo com a complexidade dos casos, focadas na prevenção primária e secundária. Os assistidos são contemplados também com atendimento contínuo por uma central de orientação médica e pela assistência pré-hospitalar. A avaliação das ações que integram o projeto piloto já está desenhada e irá contemplar aspectos econômico-financeiros, impacto no nível de exposição aos fatores de risco e, nos casos mais complexos, a otimização do aproveitamento dos recursos disponibilizados e a melhoria na percepção da qualidade de vida. Após essa avaliação, serão definidas as estratégias de continuidade das ações e a implantação em caráter definitivo. Redução de custos A Fundação Sabesp de Seguridade Social (Sabesprev) dispõe de um programa de gerenciamento de doentes crônicos desde 2001, beneficiando mais de 500 assistidos portadores de doenças crônicas, de diversos tipos. Nos anos de 2004 e 2005, a operadora realizou um mapeamento de risco e uma análise da carteira de assistidos que serviram de base para identificar oportunidades de melhoria em termos de prevenção, além de apontar pacientes para os programas de gerenciamento de crônicos. O acompanhamento das informações do programa tem demonstrado resultados muito satisfatórios: houve redução de 47% dos custos assistenciais na população assistida pelo programa, além da diminuição em 20,4% das consultas realizadas por esses pacientes, queda de 60,5% nas internações hospitalares e de 69,2% nos atendimentos de urgência e emergência realizados em pronto-socorros. A Fundação de Seguridade Social (GEAP) implantou, no segundo semestre UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão de 2006, o “Programa de Promoção da Saúde e Gerenciamento de Riscos” – PPGR, que se destina aos beneficiários dos Estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe, Rondônia e do Distrito Federal. O programa objetiva oferecer assistência preventiva, monitoramento e manutenção da atenção à saúde destinada aos portadores de doenças crônicas nãotransmissíveis (diabetes mellitus tipo I e II, hipertensão arterial, obesidade e sobrepeso) e, ainda, aos tabagistas e portadores de doenças renais de caráter crônico mas não-agudas (não exigem diálise) e de doenças infecto-parasitárias, e idosos com idade igual ou superior a 60 anos. Os beneficiários inseridos no PPGR são acompanhados por um médico, denominado Médico Vinculador Assistencial (MVA), que é o médico responsável pelo monitoramento contínuo e integral da saúde do beneficiário. Conforme a necessidade, o assistido é encaminhado ao atendimento especializado. Todos os procedimentos realizados pelo MVA são registrados em um sistema informatizado, que corresponde ao prontuário do paciente. Os médicos especialistas e os laboratórios credenciados, que fazem parte da equipe do MVA, sinalizam, por meio do mesmo sistema, qual o procedimento realizado nos pacientes encaminhados. Nesse sentido, o sistema de referência e contra-referência é garantido, o que possibilita um maior controle das ações. Embora se trate de um programa recém-implantado, a meta estabelecida pela autogestão prevê uma redução de 3% dos casos de obesidade/sobrepeso, diabetes mellitus e hipertensão arterial. Em termos dos serviços e assistência prestados, a redução prevista é de 3% nas internações hospitalares, na realização de exames, nos atendimentos ambulatoriais e de urgência dos assistidos idosos, diabéticos, hipertensos e portadores de obesidade/sobrepeso. A economia estimada para os casos de doente crônico e assistido idoso também está na faixa de 3% ao ano. Outro programa da GEAP, denominado “Programa de Gerenciamento de Casos” – PGC, teve início em 2002 com o objetivo de monitorar, no próprio domicílio, os beneficiários que não estão deambulando e portam doenças específicas. Ele é executado por equipes multidisciplinares que atuam como reabilitadoras, educadoras e orientadoras de cuidados. O programa tem a finalidade de proporcionar melhor adaptação às condições geradas pela doença e contribuir para a reinserção do beneficiário no meio familiar e social. Só nos períodos entre agosto e novembro de 2006 o programa foi responsável pela redução de 1,4% das internações dos beneficiários integrantes. 49 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Cuidados específicos 50 A Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) conta com o “Programa de Gerenciamento de Cuidados de Pacientes com Patologias Crônicas” que são identificados por: a) intercorrências seguidas de internações hospitalares no mês ou a cada mês, b) permanência hospitalar prolongada, c) sinalização da família e d) pacientes de alto custo. O gerenciamento de cuidados realizado pela instituição é composto por visitas periódicas (semanal, quinzenal, mensal e intercorrente), dependendo do caso; tratamentos terapêuticos domiciliares (fisioterapia, fonoaudiologia e psicoterapia), aplicação de medicamentos, realização de curativos complexos e orientação familiar. Esse gerenciamento permite traçar o perfil dos beneficiários e mapear todas as atividades realizadas. Numa segunda etapa, é possível propor melhorias dos serviços prestados e, conseqüentemente, mudanças do nível de satisfação das pessoas atendidas. Para tanto, a CASF conta equipe multiprofissional: clínica médica, geriatria, assistência social, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia e enfermagem. O “Programa Vida com Qualidade” foi idealizado em 2002 pela Fundação Pampulha de Assistência à Saúde com o propósito de sensibilizar os beneficiários sobre a importância do autocuidado; buscar maior qualidade de vida dos assistidos, estimular a maior participação do paciente no tratamento; treinar e integrar a família/cuidador em todo o processo. Serve ainda para prevenir as complicações das patologias crônicas, evitar internações freqüentes; valorizar a parceria médico-paciente; estabelecer o plano terapêutico; prevenir as complicações das patologias crônicas e buscar possível redução de custos para o beneficiário e para o Saúde Bemge. O programa, destinado aos usuários do Plano de Saúde Itaú, portadores de patologias crônicas (inicialmente residentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte) tem promovido, entre outras ações: a organização dos cuidados de atenção integral à saúde com enfoque preventivo e curativo; maior integração entre o paciente/família/cuidador e com os profissionais de saúde; melhor entendimento do paciente/família/cuidador sobre a doença e suas limitações. Essas iniciativas têm resultado em maior adesão aos cuidados e tratamentos definidos; melhor qualidade de vida para o paciente e sua família; maior tranqüilidade e segurança para o paciente/família/cuidador, levando-os a se sentirem acolhidos e assistidos; além de resultar na utilização mais adequada dos recursos disponíveis. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão O Plano de Assistência à Saúde do Aposentado (PASA) da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) investe, desde 2002, no gerenciamento de doentes com problemas crônicos de saúde. O plano foi criado com o objetivo de oferecer educação em saúde; melhorar a qualidade de vida dos beneficiários; prevenir doenças e agravos à saúde. Pretende ainda criar e manter vínculo com os beneficiários do PASA e sua família; gerenciar os custos do plano de saúde e preservar o conceito de saúde de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde. São 2.113 pessoas atendidas pelo “Programa PASA Saúde” que trabalha em prol da prevenção de doenças e da promoção da saúde de forma personalizada oferecendo um acompanhamento sistemático. As ações e atividades são desenvolvidas por cinco equipes interdisciplinares distribuídas nas cidades de Belo Horizonte, Itabira, Governador Valadares, Rio de Janeiro e Vitória. Os profissionais estão alocados em uma equipe básica, composta por médico, enfermeiro e assistente social, e outra equipe de apoio, que reúne nutricionista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo. As atividades envolvidas no PASA são diversas: contato telefônico, evolução em prontuário, plano de acompanhamento, plano de tratamento, reunião de equipe, visita domiciliar, grupos operativos, palestras, reuniões, passeios, caminhadas, festas e culinária. Os beneficiários da Caixa de Assistência Médica dos ex-Empregados do Banco do Estado do Mato Grosso (Sam-Bemat) também contam com um “Programa de Monitorização” destinado aos associados portadores de doenças crônicas. Iniciado em 2005 e contando com 20 assistidos, residentes em Cuiabá, o monitoramento é realizado mensalmente por meio de visitas domiciliares e contatos telefônicos feitos por uma assistente social e uma estagiária de serviço social. Durante as visitas, os beneficiários atendidos por esse programa respondem a um questionário, denominado Boletim de Visita Domiciliar, sobre seu histórico clínico. As respostas fornecidas servirão para que os profissionais da Sam-Bemat possam orientá-los, por exemplo, nas questões relacionadas à alimentação adequada, exercícios físicos, prevenção de doenças e de riscos. A Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) é outro exemplo de instituição que investe em programas de acompanhamento dos beneficiários portadores de doenças crônicas. Denominado “Programa de Educação e Acompanhamento do Doente Crônico” – PEADC, ele teve início em 2006 UNIDAS Monitoramento de doenças crônicas 51 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 52 e está estruturado com forte conteúdo educativo, que consiste na avaliação domiciliar por múltiplos profissionais, os quais devem equacionar os problemas e indicar as condutas viáveis. Com este programa, a Assefaz objetiva manter um relacionamento diferenciado com portadores de doenças crônicas e degenerativas, proporcionando atenção integrada ao paciente em seu próprio domicílio. A autogestora também utiliza as atividades desse programa como instrumento de trabalho à orientação e monitoramento, e promove o envolvimento da família e/ou cuidador. Atualmente o programa beneficia 97 usuários nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco, além do Distrito Federal. A instituição espera poder ampliar geograficamente esse tipo de atendimento, estendendo para todo o país. Melhoria na qualidade de vida dos beneficiários/usuários; redução de 28,57% dos gastos com atendimento médico, internações, pronto-socorros e reembolsos; e redução de 37,14% das internações, são os resultados que já foram contabilizados pelo projeto. Desde 2004, os beneficiários da Associação Beneficente dos Empregados em Telecomunicações (ABET) contam com o “Programa de Gerenciamento de Crônicos”, que atualmente atende cerca de 200 inscritos, sendo que um novo grupo com aproximadamente 300 pessoas está em fase de avaliação para ingresso no programa. Após a aplicação de ferramentas de mapeamento do risco populacional e, de acordo com os resultados, são indicados os novos casos de portadores de doenças crônicas – entre elas hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemias, obesidade, doenças respiratórias – com identificação dos diferentes níveis de evolução dos agravos. Os pacientes que ingressam no programa são acompanhados por enfermeiras que monitoram suas condições de saúde. Nos casos dos doentes crônicos acamados, além do monitoramento feito por enfermeiras, há também o acompanhamento médico. Os principais objetivos do programa são a melhoria da condição de saúde e da qualidade de vida dos beneficiários assistidos, por meio da regressão de quadros clínicos incipientes, ou estabilização de quadros mais avançados, visando a redução dos agravos e intercorrências. Como resultados, a ABET contabiliza uma redução do uso dos serviços de urgência e emergência, estimada em 18% no primeiro ano de programa. Já nas internações hospitalares, a redução foi de cerca de 70% no mesmo período. A autogestora estima em 32% a redução de custos na gestão da assistência à saúde decorrente do programa, também em seu primeiro ano. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão Os custos da assistência médica supletiva têm aumentado de forma progressiva nos últimos anos. As causas apontadas são multifatoriais e, em geral, bastante conhecidas pelos gestores de saúde. Dentre esses fatores, destaca-se a dificuldade na adoção de ações de promoção, prevenção e educação em saúde. Estima-se que aproximadamente 70% das doenças que acometem as pessoas e geram despesas são passíveis de prevenção. A necessidade de aumentar os investimentos em medidas preventivas tornouse mais premente a partir do aumento da expectativa de vida do brasileiro, e conseqüente crescimento do número de idosos, população com maior possibilidade de acometimento de patologias crônicas, que tipicamente requerem dietas, exercícios e utilização de medicamentos. Uma das medidas que tem se mostrado promissora na contenção do aumento das despesas assistenciais, decorrentes da maior demanda de serviços de saúde pelos pacientes crônicos, é o gerenciamento de benefícios farmacêuticos, principalmente quando associado a programas de gerenciamento de doenças. Visando melhor atender seus beneficiados, a Caixa de Pecúlios, Assistência e Previdência dos Servidores da Fundação Serviços de Saúde Pública (Capesesp) criou o “Programa de Assistência Farmacêutica” para portadores de doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) associado ao monitoramento médico à distância para beneficiários do plano de assistência. Numa primeira etapa, que antecedeu a implantação do projeto, foram realizados estudos sobre o perfil da morbidade e mortalidade da população assistida, a fim de definir o foco do programa. A partir dessas informações, efetuou-se uma pesquisa direta com os beneficiários da Capesesp sobre despesas com medicamentos para o tratamento das DCNT. Uma empresa especializada em gerenciamento de benefícios farmacêuticos foi contratada para negociar melhores condições de preço diretamente com fabricantes, distribuidores e farmácias. O uso de medicamentos genéricos, quando existentes, não só é incentivado, como é compulsória. A substituição dos produtos de marca fica sob a supervisão de um farmacêutico. Porém, não há troca por medicamentos similares, sendo respeitada a prescrição médica. Toda a população assistida pela instituição pode usufruir do benefício, independentemente do tipo de vínculo e modalidade de plano que possui, desde que portadores de determinadas doenças crônicas não-transmissíveis identificadas como de maior prevalência por meio de estudo de morbi-mortalidade. Caso das doenças UNIDAS 4.3 – ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 53 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS coronarianas; asma brônquica; insuficiência cardíaca congestiva; acidente vascular cerebral; diabetes mellitus; enfisema pulmonar (DPOC); hipertensão arterial sistêmica. Os critérios e parâmetros utilizados na avaliação do benefício referem-se aos dados sobre produtos farmacêuticos prescritos, acompanhamento da utilização do plano de saúde antes e após a implantação do programa, que é realizada periodicamente por intermédio de ferramentas de gerenciamento de informações (datawarehouse) assim como pesquisa de satisfação e de qualidade de vida. Os resultados de uma análise retrospectiva da utilização do plano de saúde por 5.025 beneficiários do Capesaúde, antes e depois do ingresso dos mesmos no programa, ilustram o sucesso alcançado pela instituição. O estudo analisou o período de 24 meses antes (1997 e 1998) e até 72 meses após a admissão no programa (1999 a 2005). A média de idade do grupo é de 62 anos, sendo 54% do sexo feminino. Mais da metade dos participantes deste levantamento era portadora de uma ou mais patologias que acometem um mesmo aparelho, segundo a classificação do CID (10ª. revisão), destacando-se as doenças cardiovasculares. Em cerca de um terço dos assistidos, houve duplo comprometimento, principalmente do aparelho cardiovascular (hipertensão) e do metabolismo endócrino (diabetes). 54 Pesquisa de satisfação A mensuração da qualidade de vida proporcionada por programas dessa natureza constitui tarefa das mais complexas. Nesse sentido, foi realizada pela Capesesp um outro levantamento com os participantes do programa de assistência farmacêutica, onde procurou-se avaliar, mediante a aplicação de questionários, os seguintes critérios: capacidade laborativa, estabilidade clínica, freqüência de episódios dos sintomas, satisfação terapêutica, percepção pessoal sobre a doença. Os resultados observados na amostra de 1.345 beneficiários encontram-se sintetizados a seguir: ▲ Com o tratamento adequado, mais de 90% dos pesquisados informaram que a doença pouco ou nada interferiu nas atividades que exigem menores esforços; ▲ 80% responderam que têm se sentido felizes e satisfeitos com relação à sua vida pessoal; ▲ Os sintomas relacionados à doença não ocorreram ou foram pouco freqüentes em grande parte dos associados (78%); UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão ▲ Os participantes do programa sentem-se bem esclarecidos sobre o seu problema de saúde e satisfeitos com o tratamento que vêm recebendo dos seus médicos (98%); ▲ Em 82% dos casos, as medicações não causaram efeitos colaterais significantes; ▲ Antes do programa, 65% das pessoas não conseguiam comprar a medicação da forma adequada, devido à dificuldade em arcar com as despesas; ▲ 79% responderam que utilizaram menos o plano após receberem a medicação; ▲ 99% afirmaram que o programa de medicamento de uso contínuo é muito importante; ▲ 91% afirmaram que houve melhora da saúde e da qualidade de vida com o tratamento adequado. Desde 2002, foi incorporado ao programa, o monitoramento médico por telefone, voltado para um grupo selecionado que registra um maior consumo de recursos assistenciais, o que aprimora ainda mais o benefício e os resultados. Para estes beneficiários são fornecidas orientações sobre o curso natural da doença e informações quanto à necessidade de intervenções oportunas, como medida eficaz de redução da morbidade e da mortalidade. Em determinados casos, é oferecido atendimento de forma personalizada e presencial. O número de adesões ao benefício é progressivo, sendo que atualmente existem cerca de 8 mil pessoas vinculadas, recebendo tratamento medicamentoso adequado por intermédio do programa. O reconhecimento dos associados à iniciativa do plano de saúde ficou demonstrado na última pesquisa de satisfação feita pela Capesesp: a nota obtida para o benefício farmacêutico foi nove (numa escala de 0 a 10), sendo 78% de conceito ótimo e 13% bom. À medida em que consiga maior disponibilidade de recursos financeiros, a Capesesp pretende ampliar o leque de coberturas para outras patologias. Além do benefício farmacêutico para doenças crônicas, a instituição também oferece aos seus beneficiários o sistema de reembolso de medicamento, desconto em farmácias credenciadas e um programa de acesso a medicamentos para tratamento do câncer. Os estudos preliminares sinalizam que o programa, além de importante do ponto de vista da melhoria da qualidade de vida e da saúde dos associados, também proporciona vantagens para o adequado gerenciamento dos custos, principalmente em médio e longo prazos. 55 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Facilitadores na aquisição de medicamentos 56 Desde 1992, a Caixa de Assistência dos Empregados do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Cabergs) conta com o “Programa de Assistência Farmacêutica” – Profarm. Dirigido aos titulares dos planos de saúde e seus respectivos cônjuges, o programa foi idealizado para permitir a aquisição de produtos comercializados pelas farmácias e drogarias, a preços mais acessíveis e com melhor prazo para pagamento. A instituição possui uma rede de farmácias conveniadas que disponibiliza medicamentos e outros produtos aos beneficiários de seus planos de saúde. Além de desconto, os usuários contam também com um prazo médio de pagamento de 40 dias e desconto em folha de pagamento. Até o momento, cerca de 20,5 mil pessoas já se beneficiaram do programa. Há ainda na Cabergs o “Programa de Auxílio-Medicamento”, também conhecido como Promed, disponibilizado em data anterior ao Plano de Saúde, mas que foi reformulado em 1998. Nesse caso, o programa subsidia 50% dos medicamentos prescritos. Em determinadas situações, o beneficiário poderá solicitar reembolso da quantia equivalente a este percentual. Trata-se de um programa destinado aos titulares dos planos de saúde gerenciados pela Cabergs. Até o momento, cerca de 12,5 mil pessoas já usufruíram deste benefício. A Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) e a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) são dois outros exemplos de autogestoras que dispõem de programas voltados à assistência farmacêutica. Atualmente, nos ambulatórios da CASF são oferecidos, de forma gratuita, medicamentos padronizados de acordo com a prescrição médica. E está em fase de implantação o “Programa Farmácia CASF”, que irá disponibilizar outros remédios a preços diferenciados e parcelados. A Cesan, por sua vez, oferece desconto entre 20% e 25% em uma lista de medicamentos, além de possibilitar que o valor gasto seja descontado diretamente na folha de pagamento do beneficiário. Há duas outras autogestoras que, apesar de não possuírem programas específicos para a promoção de assistência farmacêutica, firmaram parcerias que permitem o oferecimento de descontos aos beneficiários de seus planos de saúde para a aquisição de remédios com prescrição médica. Uma delas é a Fundação CESP, que subsidia em 40% as despesas com a aquisição de medicamentos. Sempre que necessário, ela também cuida da entrega do que for adquirido por seus beneficiários. A outra instituição é a Fundação Forluminas de Seguridade Social (Forluz). Nesse caso as despesas com medicamentos são reembolsadas em até 80% do valor gasto pelo beneficiário, limitado a um teto anual. Os usuários portadores de determinadas patologias têm direito a um teto anual adicional, para reembolso (equivalente a 80%) das despesas com medicamentos destinados ao tratamento de suas doenças. Entre as patologias previstas para esse benefício estão a doença mental incapacitante, a cardiopatia, a doença de Parkinson em estágios avançados, a nefropatia grave, entre outras. A Perdigão Agroindustrial também mantém convênio farmácia, que permite à empresa oferecer esta facilidade a todos os seus funcionários e dependentes. Os valores dos remédios adquiridos são descontados integralmente na folha de pagamento do beneficiário. A empresa ainda disponibiliza, de forma gratuita, medicamentos para as patologias mais freqüentes, por meio dos ambulatórios existentes em suas unidades, localizadas em vários estados. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão O trabalho de atendimento domiciliar requer, na maioria das vezes, uma equipe multidisciplinar que possa oferecer apoio ao tratamento de pacientes que receberam alta de internação ou que são portadores de doenças crônicas, agudas ou degenerativas. A prática possibilita prevenir o agravamento do quadro clínico desses pacientes ou mesmo contribuir para a promoção da saúde por meio de cuidados realizados no domicílio. Como benefícios da adoção dessa prática, destacam-se a redução dos prazos de internação hospitalar, a queda do índice de novas internações, a redução da exposição a complicações e a diminuição dos custos dos tratamentos, além de uma melhor qualidade de vida para os beneficiários no tocante à convivência familiar humanizada, à integração e à responsabilidade compartilhada. É o que acontece, por exemplo com o “Programa Saúde em Casa” da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (Camed), iniciado no final da década de 90 (abril de 1999). Podem ser beneficiar do programa todas as pessoas inscritas nos planos de saúde da instituição, desde que sejam identificados pela Camed com base nos seus critérios de elegibilidade para o serviço domiciliar, cuja meta é atingir 3% dos 103,4 mil beneficiários. Os objetivos do Saúde em Casa são os de melhorar a qualidade de vida dos seus beneficiários; facilitar o acesso dos familiares aos seus pacientes, permitindo UNIDAS 4.4 – INTERNAÇÃO DOMICILIAR 57 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 58 assim um maior entendimento do seu quadro clínico versus meio em que vivem; humanizar o tratamento; permitir assistência integral ao paciente, por intermédio de uma equipe multiprofissional; minimizar os riscos de infecção; reduzir o estresse do paciente e seus familiares. O programa visa ainda oferecer um tratamento preventivo evitando assim possíveis agravamentos e internações hospitalares desnecessárias; otimizar os recursos disponíveis; acelerar o processo de recuperação dos pacientes; orientar e preparar o paciente – ensino do autocuidado; treinar o cuidador e a família para a atenção necessária ao paciente; permitir segurança na assistência domiciliar e personalizar o tratamento. A inclusão no programa é feita a partir da solicitação de um médico assistente, por parte do próprio paciente, dos familiares ou responsáveis ou por busca ativa do plano de saúde, subordinado à avaliação da instituição. Quanto ao local de desenvolvimento do Saúde em Casa, ele pode se estender a todas as cidades do Brasil, sendo intensificado nas cidades onde a Cameb têm um maior número de fornecedores de serviços domiciliares, como: Fortaleza, Recife, Salvador, Feira de Santana, Natal, Maceió, João Pessoa e Aracaju. Esse programa é realizado por rede credenciada terceirizada. As atividades desenvolvidas/previstas pelo programa consistem em assistir o beneficiário em seu domicílio em vários tipos de serviços dependendo das suas necessidades clínicas do momento. Dentre elas, destacam-se internação; curativos; visita médica; fisioterapia respiratória e/ou motora; fonoterapia; terapia ocupacional; psicologia; visita de enfermeira; visita de assistente social; nutrição (enteral e parenteral); aparelhos e objetos com finalidade médica; medicação venosa móvel fora da internação. A periodicidade de cada atividade é executada seguindo o plano terapêutico traçado pelo médico responsável de cada paciente. A alta domiciliar e a suspensão dos serviços ocorrem somente quando as condições do paciente permitem. A permanência é vinculada à necessidade clínica do beneficiário e, mesmo após a alta ou descontinuidade do serviço, o paciente continuará a ser monitorado pela equipe da Camed envolvida no programa. Equipes multidisciplinares e tratamento humanizado A Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) também oferece internação domiciliar aos beneficiários do seu plano de saúde. A UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão concessão do benefício é avaliada de acordo com cada caso, e é oferecido principalmente aos pacientes com patologias crônicas e doenças terminais. A operadora distribui os casos de acordo com sua complexidade. O serviço envolve a permanência de um auxiliar técnico de enfermagem; visita médica semanal, quinzenal e mensal. Quando houver a finalização da internação domiciliar, o paciente será visitado antes da alta hospitalar para não interromper o tratamento no domicílio, podendo haver, se necessário, uma continuidade do tratamento e redefinição do período de internação domiciliar. Para garantir o êxito desse tipo de serviço, a família dos pacientes recebe orientação sobre os cuidados envolvidos em cada tratamento. Ela deve assumir responsabilidades e interagir com a equipe multidisciplinar, composta de médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicoterapeutas, assistente social, entre outros. A permanência dos profissionais durante a internação domiciliar ocorre de acordo com a complexidade do caso do beneficiário, estando prevista a assistência de um auxiliar técnico de enfermagem por seis horas para os casos de baixa complexidade, de 12 horas para os de média complexidade e de até 24 horas nas situações de alta complexidade. Para cuidar do gerenciamento de cuidados e também da modalidade do programa home care, a CASF conta com o trabalho de um clínico médico, um geriatra, dois assistentes sociais, um psicólogo, um fisioterapeuta, 11 técnicos de enfermagem e uma equipe de fonoaudiólogos. O “Programa de Assistência Domiciliar” da Fundação Forluminas de Seguridade Social (Forluz) foi regulamentado em abril de 2006 e nesse período já atendeu 119 beneficiários. O programa compreende duas modalidades: atendimento e internação domiciliar. Há uma ampla cobertura de assistência médica, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicólogos, nutricionista. O plano engloba ainda o fornecimento dos medicamentos utilizados no tratamento da patologia que originou a assistência domiciliar, dos equipamentos necessários, suporte nutricional industrial e auxílio de um cuidador, de acordo com os critérios estabelecidos pela autogestora. Quanto ao prazo de cobertura do atendimento, ele gira em torno de 30 a 90 dias. Já o benefício de internação domiciliar oferecido pela Fundação Sabesp de Seguridade Social (Sabesprev) envolve as modalidades de home care, aids care, baby care, patologias crônicas e/ou degenerativas. O tratamento home care, por exemplo, é oferecido desde 1997 e tem beneficiado mais de 140 pacientes/ano. 59 Divulgação Sabesprev PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS EM CASA Cuidados na residência dos beneficiários estão entre os serviços oferecidos em prol da melhoria da qualidade de vida dos pacientes assistidos 60 A instituição tem ainda o “Programa de Curativos Domiciliar”, iniciado em 2004, e que conta com uma equipe de enfermagem especializada em estomaterapia, profissionais que atendem especificamente aos portadores de feridas complexas com dificuldade de locomoção. O “Programa de Oxigenoterapia Domiciliar”, outra modalidade oferecida pela Sabesprev, fornece gratuitamente, desde 2000, oxigênio e aparelhos de assistência ventilatória aos pacientes portadores de doenças pulmonares e neurológicas. A Fundação de Seguridade Social (GEAP) também disponibiliza para os seus associados um serviço de atendimento home care, cujo objetivo consiste na garantia de mais qualidade de vida aos beneficiários, além de proporcionar vantagens como o atendimento personalizado e humanizado, com a participação dos familiares, o que diminui o tempo do tratamento, evita complicações do quadro clínico do paciente e ainda acelera a recuperação. O “Programa de Assistência Domiciliar” – PAD, oferecido desde 1989 aos beneficiários da Associação Beneficente dos Empregados em Telecomunicações (ABET), atende cerca de 70 usuários/mês. Ele prevê atenção aos pacientes acamados, convalescentes, traumatizados ou com qualquer outra condição que caracterize a PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS necessidade de assistência especializada e que possa ser prestada no próprio domicílio, por tempo determinado. Estão indicados os casos de pós-operatórios recentes, acidente vascular cerebral, politraumatizados, pacientes portadores de doenças respiratórias ou aqueles que tenham indicação para realização de curativos, uso de sondas, medicações endovenosas ou atividades de reabilitação. Segundo avaliação da ABET, as principais vantagens são as desospitalizações mais precoces, com conseqüente redução dos riscos de infecção hospitalar e diminuição nos custos assistenciais, associadas ao conforto do paciente que recebe os cuidados necessários em sua própria residência. 61 CAPÍTULO 5 Áreas temáticas e programas específicos PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS 5.1 – SAÚDE DA MULHER E MATERNO-INFANTIL 62 A preocupação com a saúde da mulher, principalmente nos períodos de gestação e no climatério – fases da vida que requerem maior atenção e cuidados específicos – tem sido o foco de muitos dos programas oferecidos atualmente pelas instituições de autogestão em saúde. Os investimentos destinados a esse tipo de programa não visam apenas minimizar as incertezas e os riscos aos quais as mulheres estão expostas. Também contribuem para a prevenção de muitas doenças e conseqüente melhoria na qualidade de vida das assistidas e de suas famílias. O plano Funasa-Saúde, que pertence à Caixa de Assistência dos Empregados da Saelpa, por exemplo, desde setembro de 2006 disponibiliza o “Programa Mulher de Corpo e Alma”. Trata-se de um projeto criado como parte de um modelo de atenção à saúde, integrando ações de promoção, prevenção e assistência integral à saúde de seu público-alvo: mulheres desde a adolescência até a maturidade, incluindo assistência à maternidade saudável. Os trabalhos desse programa são realizados sob os cuidados de uma equipe multiprofissional das áreas de educação física, nutrição, medicina, serviço social, fisioterapia e psicologia, em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por intermédio de programas de extensão, coordenados por professores com titulação de mestre e de doutor. Um dos destaques do Programa é o módulo denominado “Dinâmicas do Climatério”. De caráter educativo-terapêutico, visa abordar as modificações desencadeadas no processo da menopausa, de forma a estimular a adoção de hábitos UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão saudáveis, prevenir, retardar e também minimizar os efeitos decorrentes dessa fase da vida. Oferece ainda dinâmicas de grupo para maior integração interpessoal desenvolvimento de autopercepção positiva, sociabilidade e ações que estimulam a independência físico-emocional das participantes. O módulo prevê a participação das mulheres em palestras interativas que discutem questões específicas do climatério, como síndrome do ninho vazio, sexualidade, depressão, timidez, perdas e relacionamentos familiares, afetivos e sociais. Há, ainda, a prática de exercícios físicos e respiratórios para uma melhor consciência corporal, fortalecimento do assoalho pélvico; melhoria da postura e da resistência física. Técnicas de relaxamento, visando favorecer o equilíbrio emocional, e terapia de grupo para trabalhar emoções, conflitos, motivações, resgate da autoestima, auto-imagem e autoconceito, também são empregadas. Faz parte desse módulo atividades de atenção permanente destinadas a grupos de até 15 mulheres, durante três meses consecutivos, com duas reuniões semanais. Nos três meses seguintes, as reuniões de acompanhamento ocorrem a cada 15 dias e, depois desse período, passam a ser mensais, quando vários grupos se reúnem num mesmo encontro. As mulheres que se enquadram nos grupos de risco – diabetes, doenças cardíacas, problemas psicológicos e obesidade – são acompanhadas de forma particular. Durante todo o ano a Perdigão também promove outras ações educativas e de apoio à saúde da mulher, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar de suas funcionárias. Essas atividades fazem parte do programa “A Hora da Mulher”, cujas ações estão relacionadas diretamente à saúde das participantes. Em março de 2006, a instituição aproveitou a comemoração do Dia Internacional da Mulher para destacar a importância da presença feminina, cada vez mais evidenciada, nos seus negócios. A atividade envolveu todas as unidades da instituição, sendo que cada uma delas teve autonomia para realizar a sua própria programação. Foram promovidas diversas ações valorizando a mulher, entre elas, palestras de motivação ou relacionadas à saúde feminina (câncer de colo e de mama); mensagens alusivas à data (divulgadas por e-mail, nos painéis eletrônicos da empresa, na intranet ou entregues pessoalmente), além da distribuição de banners, faixas e folhetos educativos nas várias unidades. Também foram servidos cafés da manhã, almoços e jantares comemorativos alguns deles com apresentações musicais. As comemorações incluíram ainda a entrega de brindes, exibição de filmes e realização de atividades sobre cuidados pessoais e 63 Divulgação Funasa-Saúde PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Divulgação Perdigão DE CORPO E ALMA Programa da Funasa-Saúde, na Paraíba, integra ações de promoção, prevenção e assistência integral à saúde da mulher 64 VALORIZAÇÃO Em 2006, unidades da Perdigão em todo o país homenagearam as suas colaboradoras no Dia Internacional da Mulher de beleza, além de homenagens especiais às funcionárias mais antigas. Estima-se que as ações da campanha tenham atingido diretamente 17 mil funcionárias da empresa. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão Também pensando numa das mais importantes etapas da vida de uma mulher, a Fundação Pampulha de Assistência à Saúde promove o “Programa Materno Infantil”, criado em 1990 para proporcionar às participantes informações, orientações e assistência social durante a gestação, o parto e o puerpério. O programa atua de forma preventiva para promover a saúde e prevenir problemas e doenças que possam surgir na gravidez, no parto, no pós-parto ou durante o aleitamento materno. Permite também o esclarecimento de dúvidas e oferece orientação para a organização das etapas envolvidas na vida da gestante, do casal e da família. Serve ainda para diminuir a ansiedade causada pelas mudanças ocasionadas pela gestação, de forma a permitir que a futura mamãe vivencie esse momento da forma mais saudável possível, utilizando os recursos disponíveis do plano de saúde de acordo com as necessidades que surjam. Participa do programa uma equipe multiprofissional especializada e capacitada a orientar sobre os temas relacionados à gestação, parto, pós-parto, aleitamento materno. Também é oferecida assistência psicossocial em grupo e/ou individual, quando necessário. O programa ajuda a evitar licenças médicas durante a fase gestacional; procura diminuir o absenteísmo e oferece orientação sobre os benefícios previdenciários e aqueles prestados pela entidade de autogestão. Em quase 20 anos de existência do programa, a Fundação Pampulha tem contabilizado resultados muito positivos: amadurecimento emocional; melhoria da auto-estima; melhoria do relacionamento familiar e social; maior segurança quanto ao parto, aleitamento e cuidados com o recém-nascido; diminuição da ansiedade quanto à nova etapa de vida; ampliação dos conhecimentos de autocuidados e atenção à saúde física e mental das participantes. Em 1990, a Caixa de Assistência dos Empregados do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Cabergs) também criou o “Programa de Orientação à Gestante” – POG, voltado para a orientação das mulheres grávidas sobre o desenvolvimento da gestação, o parto e os cuidados com o recém-nascido. O programa é extensivo também aos cônjuges e companheiros. O POG reúne grupos de gestantes em oito encontros semanais. Nessas reuniões são abordados os seguintes temas: a nova constituição familiar; aspectos UNIDAS Enquanto a cegonha não vem 65 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Divulgação Cabergs psicológicos do parto e puerpério; nutrição da gestante; aleitamento materno e técnicas de amamentação; cuidados com o recém-nascido; parto normal e cesariana; orientação postural; vacinas; teste do pezinho; visita à maternidade; odontologia; além de orientações sobre o plano de assistência à saúde da Cabergs. A equipe envolvida nesses encontros é composta por assistente social, educadora física, enfermeira, médico, nutricionista, odontopediatra e psicóloga. Desde a implantação até dezembro de 2006 passaram pelo programa 563 gestantes beneficiárias da Fundação Pampulha. Outra experiência bastante promissora que tem como foco a saúde da mulher ocorre na Perdigão Agroindustrial. Pensando nas mudanças ocorridas na vida da mulher durante a fase em que ela está gerando um filho a empresa criou o “Programa Novo Ser - Super Mãe em Ação”. Ele está estruturado em oito encontros mensais com discussões de temas específicos em cada encontro. A começar pelo convite, tudo é pensado para que as participantes se motivem a acompanhar as reuniões mensais, enquanto aguardam a chegada de seus bebês. Em 2006 participaram do programa 805 gestantes funcionárias da instituição. Esta iniciativa compreende as seguintes ações e atividades: 66 MATERNIDADE Beneficiários da Cabergs têm programa de orientação sobre desenvolvimento da gravidez, parto e cuidados com o recém-nascido 5.2 – SAÚDE DO IDOSO Existente desde 2003, o “Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso – Plena Idade” tem beneficiado um universo que corresponde a 12,45% da população de 686 mil assistidos pelos planos de saúde da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), autogestão com atuação nacional. A implantação do Plena Idade se deu a partir de estudos que apontaram a população idosa como responsável por 43% do gasto com internação e 36% da despesa básica total da instituição. Com relação ao perfil epidemiológico, o estudo realizado em 2002 a partir das senhas concedidas para internação, revelou que os UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão ▲ Convite: impresso em uma fralda com um texto que chama a gestante para participar do programa; ▲ Certificado, bolsa e cartão Super Mãe em Ação: no término do 8º encontro é realizado um evento de confraternização com entrega do certificado, do cartão e da bolsa mais um kit composto de termômetro, sabão de glicerina, pomada para assaduras e folder explicativo; ▲ Cartão acompanhamento: o cartão é entregue à gestante no início do programa para que ela possa anotar a data e horário dos encontros; ▲ Folha de freqüência: usado para controle interno; ▲ Faixas de porta: o kit contém oito folhas, sendo uma para cada reunião; ▲ Móbile: colocado nas salas reservadas para os encontros; ▲ Porta-retrato: a empresa faz visita à família e entrega o porta-retrato; ▲ Folder: material explicativo com informações sobre os cuidados com o recém-nascido. Já o Sistema Paulista de Assistência (SPA) tem em seu programa de promoção da saúde e prevenção de doenças um módulo específico para tratar a saúde da mulher, dentro do SPA-Saúde que teve seu início em julho de 2005 e foi estruturado em módulos de atuação, conforme o número de beneficiários que aderem aos planos de assistência. O objetivo é alcançar 100% dos associados, porém, com adesão espontânea. As linhas de cuidado escolhidas são “Saúde Materno-Infantil”, “Pacientes com Risco ou Portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabete Mellitus”. Por se tratar de um programa abrangente e com grande número de adesões, a instituição ainda não dispõe dos resultados alcançados pela iniciativa. 67 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 68 cinco principais agravos que causavam hospitalização, em ordem decrescente, eram: doenças do aparelho circulatório – com destaque para a insuficiência coronariana (infarto e angina) e acidente vascular cerebral (AVC) – neoplasias, doenças do olho/anexos, doenças do aparelho digestivo e genito-urinário. Quando considerados os dados consolidados de senhas de internações somados às prorrogações de internações, verificou-se que as patologias que apresentavam maior prevalência e tempo de permanência nos hospitais eram praticamente as mesmas, acrescendo-se ainda as doenças do aparelho respiratório. Na avaliação da Cassi, esses dados sinalizavam a necessidade de uma atenção integral à saúde do idoso com base em ações de promoção, prevenção e reabilitação, ampliando assim o foco da atenção à demanda espontânea para a oferta organizada de tecnologias e recursos com base nas necessidades de saúde dessa população. Com base nesses dados, a Cassi estruturou o programa para atender pessoas com mais de 60 anos de idade. A abordagem dessa população leva em conta o perfil resultante das dimensões demográfica, social e de saúde, buscando conhecer a distribuição dos beneficiários por sexo, faixa etária, localização geográfica, inserção social, condição econômica, problemas de saúde e consumo de serviços. A Cassi fechou o ano de 2006 acompanhando 13.053 participantes do Plena Idade, o que corresponde a mais de 18% da população de idosos da instituição. O propósito central do programa é elevar a qualidade de vida da população idosa, a partir da manutenção da máxima capacidade funcional, pelo maior tempo possível. A operacionalização do Programa é efetuada nos serviços próprios da Cassi pelas equipes de saúde da família, composta por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas. Estratégia Saúde da Família A Estratégia Saúde da Família (ESF) foi a alternativa encontrada pela Cassi para a gestão da saúde dos participantes do programa Plena Idade. Oferece atenção centrada no indivíduo e na família, com foco na atenção primária. Diferencia-se pelo estabelecimento de vínculos, a criação de laços de compromisso e de responsabilidade entre os profissionais e os beneficiários. A família é considerada o objeto de atenção, entendida a partir do ambiente onde vive. Esse enfoque permite uma compreensão ampliada do processo saúde/doença, com necessidade de intervenções de caráter interdisciplinar. Objetivos específicos do programa Plena Idade estão focados nas seguintes UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão premissas: atender a população de forma integral, com coordenação de cuidados; identificar os principais problemas de saúde da população com mais de 60 anos; desenvolver atividades de prevenção, promoção e educação em saúde; buscar integração em consonância com as políticas públicas de saúde; evitar a institucionalização e promover a desinstitucionalização; articular recursos da rede social de apoio; e desenvolver habilidades da família para o cuidado do idoso. A estratégia de intervenção dirigida à população idosa atendida pela Cassi prevê a realização de ações de prevenção de agravos, promoção e assistência à saúde, tendo como pressuposto a abordagem dos principais problemas de saúde da população atendida e a coordenação dos cuidados. Dessa forma, foi desenvolvido um protocolo mínimo de atenção a essa população, devendo ser ampliado sempre que necessário. O protocolo contempla as seguintes atividades: ▲ Um atendimento para Avaliação de Saúde e Qualidade de Vida (ASQV). Trata-se de instrumento aplicado em toda a população com idade igual ou superior a 60 anos e cujo objetivo é colher informações sobre as necessidades individuais para hierarquização, priorização do atendimento e coordenação de cuidados; ▲ Uma consulta médica por ano; ▲ Uma participação no Dia da Saúde, após o cadastramento. Trata-se de uma atividade coletiva que incentiva o vínculo do participante ao serviço de saúde da entidade; ▲ Uma participação, por ano, em atividade de prevenção de doenças e promoção da saúde, denominada Grupo de Vida Saudável (GVS). É também uma atividade coletiva que busca reflexão sobre o processo saúde/doença com alternativas para adoção de um projeto de vida saudável. E para a população acima de 70 anos, acrescenta-se: ▲ Uma consulta/ano com a enfermeira do Saúde da Família; ▲ Uma visita ao local de moradia do participante para avaliação de risco de quedas. As ações de promoção da saúde desenvolvidas pela Cassi estão voltadas para a conscientização do indivíduo e seus familiares sobre seu processo de envelhecimento e das repercussões em sua saúde, além de promover a co-responsabilidade do paciente em seu bem-estar físico, social e mental. O Grupo de Vida Saudável (GVS) é uma dessas ações, em que é explorada uma diversidade de temas: mitos e realidades na alimentação, autocuidado, mudança e construção de um projeto de vida com caráter participativo, que permite 69 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Divulgação Cassi a reflexão do indivíduo sobre a sua condição de saúde. O “Dia da Saúde” é a atividade realizada imediatamente após o cadastramento do idoso, visando a apresentação da Estratégia Saúde da Família e do programa Plena Idade. Entre as ações de prevenção de agravos e promoção da saúde que norteiam o programa incluem-se: ações de comunicação em saúde, com a produção e distribuição de material informativo como folhetos, cartazes, cartilhas etc.; o envolvimento da família nas ações de cuidado ao idoso, incluindo o desenvolvimento de habilidades para o cuidado domiciliar e orientação às famílias; identificação de rede social de apoio ao idoso (família e amigos); ações de imunização em parceria com o Ministério da Saúde; avaliação de moradia para prevenção de risco de queda; realização de atividades coletivas organizadas a partir das necessidades de saúde da população idosa, visando a educação em saúde e a socialização do indivíduo. Em 2006, foram realizadas 304 atividades coletivas com foco na prevenção de doenças e promoção da saúde, para 6.043 participantes do programa Plena Idade, nos diferentes estados do país atendidos pela Cassi. No Paraná, a realização da “Tarde do Talento” teve como objetivo divulgar a Estratégia Saúde da Família e o programa Plena Idade; comemorar o “Dia do Idoso”; divulgar ações de lazer e cultura para o público da “Melhor Idade”; fortalecer o vínculo da Cassi com a população cadastrada. 70 PLENA IDADE A ação Grupo de Vida Saudável permite a assistidos da Cassi a reflexão sobre o processo de saúde/doença e a melhoria da qualidade de vida Já no Estado de Pernambuco, o “Encontro do Plena Idade” discutiu o tema “Sexualidade na Terceira Idade”, visando contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos participantes cadastrados no programa. Em Rondônia, o “Grupo Alegria de Viver” teve por objetivo promover a confraternização e a elaboração da agenda de atividades para 2007 com os participantes do programa. No Rio Grande do Norte, o “Encontro Plena Idade” buscou orientar os participantes em relação aos cuidados com a saúde e prevenção de enfermidades. Ainda como ação de prevenção de agravos, destaca-se o conhecimento da condição de moradia que visa avaliar os riscos físicos e psicossociais aos quais o idoso, com idade igual ou acima de 70 anos, está exposto. A realização crescente dessa avaliação permite a efetivação da gestão do cuidado dessa população. Em 2006, foram realizadas 701 visitas domiciliares a esses participantes. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão A redução de custos na gestão da assistência à saúde decorrente dos resultados do programa Plena Idade, nos itens promoção da saúde e prevenção de doenças ainda não foi estimada pela Cassi. A operadora espera que em 2007 seja possível realizar uma análise quantitativa desse quesito. Outra intenção é realizar uma pesquisa de satisfação dirigida aos participantes do programa. Embora não disponha de dados concretos, a Cassi estima ter ocorrido uma diminuição de consultas na rede credenciada após o início do programa. Tal fato pode estar relacionado à utilização racional da rede, uma vez estabelecida a coordenação de cuidados para esses participantes. As cinco especialidades mais consultadas em ordem decrescente foram: clínica geral, cardiologia, oftalmologia, ortopedia e dermatologia. Em relação à dependência dos serviços de urgência e emergência, a Cassi ainda não realizou pesquisa para mensurar os resultados do programa. Quanto às internações hospitalares, a operadora realiza estudos para mensurar se houve diminuição, por meio de indicadores de desempenho. O acompanhamento dado aos idosos hospitalizados tem o objetivo de garantir a qualidade da assistência nas internações, bem como verificar a possibilidade de assistência domiciliar, conforme definição do “Programa de Atenção Domiciliar” – PAD. O acompanhamento sistemático das hospitalizações prevê, inclusive, visitas, sendo a redução de internações esperada como conseqüência das ações desse programa. UNIDAS Retorno e ganhos auferidos 71 Centro de vivência PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Divulgação Funasa-Saúde A Caixa de Assistência dos Empregados da Saelpa, por meio do Plano FunasaSaúde, é responsável pelo Centro de Vivência da Melhor Idade (CVMI) que há sete anos tem privilegiado a atenção integral à saúde, visando o cuidado humanizado de um grupo formado por beneficiários acima de 60 anos de idade. O espaço físico especialmente preparado para as dinâmicas do grupo proporciona condições para conversas, exposição de idéias, liberação de emoções e sentimentos. O programa é composto por atividades multidisciplinares, diversificadas e organizadas por profissionais das áreas de medicina, educação física, música, nutrição, serviço social, fisioterapia, psicologia e outras. Entre os propósitos estabelecidos pelo programa estão: ▲ Oferecer condições para um convívio sadio; aperfeiçoar e atualizar o nível cultural; social, espiritual e intelectual; melhorar as condições físicas e emocionais dos participantes; ▲ Desenvolver a compreensão do processo de envelhecimento, sem medo e com boas perspectivas de qualidade de vida; ▲ Trabalhar as questões do envelhecimento de forma global, favorecendo a percepção e o equilíbrio entre corpo e mente; 72 MELHOR IDADE Além de integração, centro de vivência promove atividades como palestras, trabalhos manuais, educação postural, ginástica, entre outras ▲ Promover saúde e melhor qualidade de vida, inicialmente, por meio de um programa de conscientização para desenvolvimento de atividades físicas e intelectuais, manutenção de inter-relacionamentos, prática de cuidados básicos com saúde e higiene. O CVMI inclui os assistidos com até 85 anos de idade; fazem parte das atividades realizadas pelos grupos participantes trabalhos manuais, palestras médicas, estudo bíblico, educação postural, ginástica, danças, teatro, jogos, robótica, coral, dinâmicas, terapias em grupo, comemoração de datas festivas e passeios. Esse programa apresenta comprovada redução das despesas médicas, com minimização do número de atendimentos na rede credenciada, principalmente devido à atenção por meio dos seus serviços próprios, após identificação dos participantes que compõem os grupos de risco das doenças crônicas. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão Com o “Programa Maturidade Saudável”, a Fundação Pampulha tem promovido a valorização da experiência e do conhecimento adquirido pelas pessoas que se encontram na terceira idade e que fazem parte do grupo que participa desse programa. O projeto, criado em 1998, espera diminuir preconceitos com relação a essa etapa da vida; atender às necessidades físicas, psíquicas, emocionais e sociais dos aposentados e pensionistas; propiciar ao grupo atendido independência, incentivando os participantes a se posicionarem como sujeitos de suas próprias histórias de vida. Graças ao convívio proporcionado pela iniciativa, há no grupo reintegração e troca de experiências de vida; resgate da auto-estima; valorização do ser humano como parte integrante e imprescindível da sociedade. Os participantes desenvolvem potencialidades e talentos, bem como o interesse pela continuidade da produtividade, como forma de possibilitar a estabilidade socioeconômica e emocional. Os resultados alcançados pelo grupo se estendem desde a descoberta de talentos da maturidade; maior integração entre os aposentados participantes; melhor enfrentamento dos problemas sócio-familiares e das perdas decorrentes do envelhecimento, até a melhoria dos cuidados com a saúde, da qualidade de vida e dos conhecimentos sobre a prevenção de doenças. A Fundação de Seguridade Social (GEAP) também tem seu programa direcionado à população idosa. Igualmente denominado “Programa de Maturidade Saudável”, compreende ações destinadas aos beneficiários com idade igual ou superior a 60 anos. O programa tem como objetivo a promoção da saúde e a UNIDAS Valorização da vida 73 socialização do referido grupo, por meio do desenvolvimento de atividades culturais, esportivas, recreativas/lazer, além de projetos que possibilitam a participação da pessoa idosa nas atividades voltadas à qualidade de vida, doação, solidariedade, visita a asilos e creches, arte, meio ambiente, cultura, cidadania e capacitação. Esta última, tem como propósito a reinserção no mercado de trabalho da população que atingiu a terceira idade. Com o mesmo nome dos anteriores, o “Programa Maturidade Saudável” oferecido pela Fundação Sabesp de Seguridade Social (Sabesprev) foi desenvolvido em 2002 e destina-se às pessoas maiores de 50 anos de idade. É composto por um sistema de ambulatórios médico referenciados e o beneficiário, além de possuir isenção de co-participação, também recebe um atendimento diferenciado focado na prevenção. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS 5.3 – SAÚDE MENTAL 74 Propiciar atendimento especializado aos usuários dos planos de saúde que sofrem com problemas mentais – quer sejam eles leves, moderados ou graves – faz parte das prioridades de algumas instituições de autogestão. Caso por exemplo da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) e do Instituto UFV de Seguridade Social (Agros). A política de saúde mental da Cassi foi definida em 1995. A idéia partiu da necessidade de se reestruturar o sistema de atenção vigente nessa área, mediante a construção de um modelo assistencial diferenciado não só na lógica, em conceitos, valores e estrutura da rede de atenção, como também na forma concreta de lidar com as pessoas que apresentam transtornos mentais, a partir de seus direitos de cidadania. Para a operacionalização dessa política foi desenvolvido o “Programa de Saúde Mental”, atualmente em fase de reestruturação, cuja nova orientação preconiza o desenvolvimento de ações em nível primário, tendo os serviços próprios da Cassi como porta de entrada para o sistema e a rede referenciada como suporte para assistência nos demais níveis de atenção. A reestruturação do programa visa melhorar as condições de saúde mental dos participantes mediante a construção de um modelo assistencial de atenção em conformidade com os princípios e diretrizes da Organização Mundial de Saúde – OMS. Em decorrência dessa reestruturação, os serviços próprios da Cassi passarão a se constituir como primeiro canal para onde os beneficiários deverão dirigir suas Reintegração social As ações de promoção e prevenção na área da saúde mental promovidas pela Cassi visam reduzir a incidência de transtornos mentais, por intermédio do incentivo ao desenvolvimento de estilos de vida saudáveis e da redução de fatores de risco de transtornos mentais e comportamentais. Para atender a esses objetivos, os serviços próprios da autogestora, por meio das equipes de Saúde da Família, oferecem atividades individuais e coletivas, como grupos operativos, visitas domiciliares, grupos de orientação, abordagem familiar e individual. As atividades coletivas desenvolvidas pelas equipes de técnicos da Estratégia de Saúde da Família nos serviços próprios são organizadas com base nos princípios da educação em saúde e na socialização do indivíduo, orientadas por protocolos de atenção. Em 2006, a Cassi acompanhou 6.984 beneficiários pelo “Programa de Saúde Mental”. UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão demandas de saúde. Eles têm a função de interpretar e direcionar os atendimentos das necessidades, segundo critérios técnicos pré-estabelecidos, considerando a disponibilidade e a complexidade dos serviços e recursos oferecidos pelo sistema de saúde da autogestora. O programa visa prestar atenção integral aos beneficiários que necessitam de assistência na área de saúde mental, por meio de ações de promoção, prevenção, proteção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação, no âmbito da atenção primária, tendo a Estratégia da Saúde da Família como o meio estruturante da assistência. Fazem parte dos objetivos secundários desse programa: identificar perfil demográfico e de morbidade da população atendida; desospitalizar e ressocializar pacientes crônicos visando a reinserção social; reduzir o número de internações psiquiátricas; garantir aos participantes a cobertura de medicamentos necessários no tratamento; oferecer recursos assistenciais hospitalares e extra-hospitalares, em consonância com as necessidades de saúde da população assistida; e identificar prestadores com vistas a constituir uma rede referenciada para atendimento da população. No rol dos objetivos secundários ainda se incluem: desenvolver ações de educação em saúde articuladas e integradas com as ações dos vários segmentos do serviço, de acordo com o modelo de atenção integral; articular recursos da rede social de apoio; e estabelecer parceria com centros de excelência na área de saúde mental para o desenvolvimento profissional permanente da equipe técnica. 75 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Tratamento humanizado 76 Em janeiro de 2004, o Instituto UFV de Seguridade Social (Agros), visando implementar uma nova política de saúde mental, implantou em caráter experimental o “Projeto Piloto de Acompanhamento de Pacientes Psiquiátricos” pelo PAS-UFV - Plano de Assistência à Saúde dos Participantes do Agros, vinculados à Universidade Federal de Viçosa/MG. A Gerência de Assistência à Saúde da autogestão Agros vinha observando, desde 2001, um grupo de pacientes cujo atendimento convencional em clínicas psiquiátricas, com reincidência de internações e elevado custo financeiro, não representava alternativa eficiente para o tratamento dos mesmos e nem contribuía de maneira efetiva para a sua reintegração social. Esse diagnóstico apontou para a necessidade de se programar um atendimento ambulatorial e interdisciplinar que pudesse resultar na estabilidade do quadro clínico/psiquiátrico, no suporte familiar e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Os resultados do primeiro ano de funcionamento foram surpreendentes, tanto em termos de eficiência e humanização, como de otimização de recursos aplicados, o que levou a ampliação e implantação definitiva do projeto a partir de janeiro de 2005. No primeiro ano, o “Projeto Saúde Mental” foi dirigido a um grupo de 12 pacientes, com seus respectivos familiares, beneficiários do PAS-UFV. Posteriormente, o programa passou a atender a demanda de pessoas que se enquadravam nos critérios de elegibilidade do projeto. São assistidos, atualmente, 21 pacientes e seus familiares, num total de 34 pessoas, com possibilidade de adesão de novos casos. O projeto funciona na cidade de Viçosa, local onde se concentram mais de 90% dos beneficiários do plano. Ele está composto por uma equipe que reúne uma coordenadora, um médico psiquiatra, uma psicóloga e uma assistente social. Conta ainda com uma equipe de apoio formada por um agente de saúde e por estagiários de educação física e de economia doméstica/pedagogia. O Projeto foi implementado com a colaboração da Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV) que disponibiliza uma ala própria para os atendimentos ambulatoriais, realizadas durante três dias da semana, no período da manhã. Os pacientes são encaminhados a consultas, grupos psicoterapêuticos e terapêuticos, atividades de apoio – cognitivas lúdicas, motoras e psicossociais. Os atendimentos psiquiátricos têm freqüência variável, os grupos têm encontros semanais e as atividades de apoio são permanentes. Uma particularidade do serviço é o seu diagnóstico processual que fundamenta 5.4 – DEPENDÊNCIA QUÍMICA O uso, o abuso e a dependência causada pela ingestão de substâncias químicas – caso do álcool, do tabaco e das drogas psicoativas – não podem ser explicados somente como causa ou conseqüência de um fator específico. Isto ultrapassa os limites simplistas do senso comum e, na maioria das vezes, demandam ajuda externa e tratamento especializado. As conseqüências advindas desse comportamento, além de gerarem transtornos à vida do dependente e de sua família, também têm implicações sociais e econômicas que exigem reflexão e respostas concretas. Para auxiliar os beneficiários dos planos de saúde que enfrentam problemas dessa natureza, algumas autogestões investem em programas de prevenção, no tratamento e no acompanhamento dos casos de dependência química. UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão as diretrizes medicamentosas e psicoterapêuticas para cada indivíduo. A medicação é custeada pelo plano de saúde e seu uso monitorado pela agente de saúde, resultando numa boa e correta utilização desse recurso para o paciente. Além de não ocorrer nenhuma internação psiquiátrica dos pacientes acompanhados, constatou-se uma redução de 70% na relação custo/paciente/mês nesse novo modelo, reforçando a idéia de que o tratamento ambulatorial é tão mais eficaz em qualidade quanto mais viável economicamente em relação ao tratamento com internação hospitalar. Foi realizada uma avaliação, em março de 2006, para verificar se os assuntos abordados na terapêutica familiar atendiam às expectativas dos pacientes e familiares. Os resultados revelaram uma melhoria inter-relacional no âmbito familiar e social confirmados a partir da mudança de conduta dos participantes. Segundo o levantamento, 37,5% consideraram que houve um aumento da autoconfiança, enquanto 25% revelaram ter ampliado suas iniciativas para a vida concreta. O desenvolvimento de uma maior tolerância para com o outro foi manifestado por 25% dos assistidos do programa, enquanto que 12,5% afirmaram ter ampliado a compreensão dos transtornos psiquiátricos. A experiência do projeto da autogestora Agros demonstra que a mudança de paradigma no tratamento psiquiátrico, coloca o trabalho em equipe e a abordagem de grupo e familiar como fundamentais para a construção de novas práticas e novas representações sobre transtornos mentais. 77 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 78 A experiência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) com essa temática começou em 1994, a partir da criação do “Programa Médico de Troca – Troque o Fumo por Mais Saúde”, idealizado para sensibilizar os empregados da instituição e seus dependentes sobre a gravidade do problema. O foco da campanha foi divulgar os ganhos à saúde que os participantes teriam se parassem de fumar. Dentre as ações realizadas pela instituição, destaque para atividades sobre os riscos do hábito de fumar; medição do nível de monóxido de carbono no organismo; realização de exames para os beneficiários inscritos no programa; distribuição/ divulgação de material informativo e educativo sobre o tema. A campanha tem caráter educativo e é desenvolvida em âmbito nacional, abrangendo todas as unidades da empresa instaladas em diferentes cidades brasileiras, nas Diretorias Regionais e na Administração Central da ECT, no Distrito Federal. A campanha de combate ao tabagismo é dirigida a toda população assistida pela ECT, de 358 mil beneficiários entre empregados e seus dependentes. Para que a empresa pudesse mensurar os ganhos alcançados com a iniciativa, foi realizada uma pesquisa sobre o percentual de fumantes existente na Administração Central da ECT, no período entre 1994 e 2004. O resultado foi surpreendente: redução de 23% para 5% no número de fumantes, durante o período analisado. O sucesso desse esforço rendeu à empresa o prêmio INCA de Combate ao Tabagismo, do Instituto Nacional do Câncer, do Ministério da Saúde. Além do fumo, a empresa também conta com ações destinadas ao combate do álcool e de outras drogas. Em todos os casos, a orientação dada aos gestores e demais profissionais da empresa, quanto à identificação precoce dos empregados com problemas decorrentes da dependência química, visa combater o preconceito e a discriminação. A identificação objetiva somente a atuação preventiva e o adequado acompanhamento ético dos casos possíveis de intervenção. Os casos identificados são acompanhados por equipe técnica, formada por profissionais do Serviço Social e da Saúde. A ECT possui convênios e credenciamento com clínicas especializadas para oferecer tratamento aos beneficiários que enfrentam o problema em todo o país. Dados referentes ao período entre janeiro de 2005 e junho de 2006 mostram o número de atendimentos destinados aos dependentes químicos: 1.193 beneficiários estavam em acompanhamento, sendo 1.063 empregados e 133 dependentes. Nesse período, foram 316 internações e 296 empregados em situação de abstinência. Divulgação Perdigão FUMAR É UM RISCO Na Perdigão, ações de prevenção e combate ao tabagismo integram programa voltado à reintegração dos dependentes PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão A Perdigão também conta com um programa específico de combate ao tabagismo voltado à reintegração dos dependentes. Trata-se de uma campanha de conscientização e prevenção dos funcionários sobre os malefícios do cigarro, cujo intuito é o de incentivá-los a parar de fumar. A última campanha ocorreu no período entre 29 de maio a 3 de junho de 2006 e trabalhou o slogan “Fumar é um risco”. A campanha integra ações de prevenção e combate ao tabagismo que compõem o “Programa Apagando o Cigarro Juntos”, iniciado na empresa em 1999. A empresa estima terem sido abordadas na campanha de 2006, de forma direta, 25 mil funcionários, equivalente ao número de folhetos distribuídos, e outras milhares de pessoas que foram atingidas indiretamente por alguma das ações desenvolvidas. Participaram desse evento 717 funcionários voluntários. A empresa contou ainda com o apoio de instituições como a Polícia Militar e as Secretarias de Saúde e de Educação nos diferentes municípios onde as atividades aconteceram. Todas as regionais tiveram autonomia para elaborar um programa local específico. A Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) e a Fundação Sabesp de Seguridade Social (Sabesprev), por sua vez, optaram por trabalhar com as dependências do álcool e das drogas psicoativas. A primeira oferece o “Programa de UNIDAS Reintegração dos dependentes 79 Dependência Química” – Prodeq, pelo qual disponibiliza, já há alguns anos, tratamento ambulatorial, hospital dia e internação em instituição especializada além de oferecer acompanhamento pós-tratamento para aqueles beneficiários que tenham problemas com alcoolismo e drogas. A operadora relata que, entre os resultados obtidos, está a redução do absenteísmo no trabalho. Já a Sabesprev tem um programa, em atividade desde 1993, voltado à recuperação e reintegração dos dependentes de drogas, tanto no trabalho como no meio social em que o beneficiário está inserido. O programa é desenvolvido em parceria com o serviço social da patrocinadora e prevê atendimento ambulatorial especializado, bem como internação para os assistidos. Para os casos de reincidência, a instituição desenvolveu um serviço de atendimento diferenciado. 5.5 – SAÚDE BUCAL PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Divulgação ECT As ações de promoção da saúde e prevenção de doenças também envolvem programas destinados os cuidados com a saúde bucal. Bastante sugestiva, a campanha “Preveniu, Sorriu” foi criada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) para promover seu programa corporativo voltado à saúde bucal. 80 PREVINIU, SORRIU ECT usa teatro para sensibilizar seus beneficiários a aderir ao programa que visa promover a saúde bucal dos participantes UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão A iniciativa não pretende apenas prevenir doenças, mas promover a saúde bucal dos beneficiários assistidos. Isso é feito por meio da realização de procedimentos curativos e preventivos, campanhas educativas sobre hábitos saudáveis de alimentação e de higiene. As ações são desenvolvidas nos 67 ambulatórios próprios da ECT e também pela rede credenciada, com periodicidade de atendimento que vigora pelo período de um ano. Durante a consulta, o público atendido pelo programa recebe orientações sobre os procedimentos adequados para a garantia de uma escovação correta. Recebe ainda um kit, acondicionado em um nécessaire, com escova, creme e fio dental. Com abrangência nacional, o projeto atinge todas as 27 Diretorias Regionais e a Administração Central da ECT, e destina-se a toda a população assistida, que corresponde a 358 mil beneficiários, entre empregados, aposentados e seus dependentes, compreendendo todas as faixas etárias, inclusive crianças e idosos e também gestantes. Só em 2005, ano em que foi implementado, o programa atendeu mais de 19 mil pessoas, sendo que 22% desse grupo apresentaram um perfil saudável, ou seja, ausência de cárie e doença periodontal. Outro projeto de destaque na área de saúde bucal foi idealizado pela Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (Camed): o “Programa de Prevenção Odontológica”. Desde 1984, quando foi criado, têm contribuído para a promoção da saúde, a prevenção de doenças bucais e a qualidade de vida dos beneficiários. Com esta ação a Camed, além de trabalhar na prevenção e redução da incidência de doenças bucais, procura manter o índice de cárie zero e os custos com assistência odontológica reduzidos. As atividades desenvolvidas, com periodicidade semestral, incluem a orientação individual, a fisioterapia oral; o exame oral com preenchimento do odontograma, a profilaxia e/ou remoção de tártaro e a aplicação tópica de flúor. O programa da Camed atingiu, em 2005, 17.831 pessoas, o que corresponde a 38% da população assistida pela autogestão. O local de desenvolvimento do programa inclui as seguintes cidades: Aracaju, no Estado de Sergipe; Campina Grande e João Pessoa, na Paraíba; Crato, Campina Grande, Fortaleza e Juazeiro do Norte, no Ceará; Feira de Santana, Jequié e Salvador, na Bahia; Maceió, em Alagoas; Montes Claros, em Minas Gerais; Natal, no Rio Grande do Norte; Olinda, Petrolina, Recife, em Pernambuco; São Luis, no Maranhão e Teresina, no Piauí. O projeto é desenvolvido em parceria com a rede credenciada. 81 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS 5.6 – QUALIDADE DE VIDA 82 O estresse é um dos maiores vilões da baixa qualidade de vida de muitas pessoas. Além de causar sofrimento físico e mental, ele ainda é responsável por crescentes prejuízos financeiros às empresas e ao sistema de previdência e seguridade social. Esta situação tem preocupado muitas empresas que atuam com planos de saúde e essa preocupação está sendo convertida em programas e ações voltadas à qualidade de vida do capital humano das organizações. O “Programa Serpro da Qualidade de Vida” – PSQV, oferecido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), foi criado em 2004 para oferecer aos empregados da instituição oportunidades de melhoria da qualidade de vida, com o conseqüente aprimoramento do bem-estar organizacional e o aumento do desempenho profissional. Nesse sentido, o programa tem por objetivos: ▲ Desenvolver ações contínuas que propiciem a melhoria das condições de vida das pessoas nas dimensões biológica, psicológica, social e organizacional; ▲ Estimular os empregados, por meio de orientações e práticas, à mudança de atitudes, passando a atuar como co-responsáveis pela busca contínua de hábitos saudáveis em suas vidas, dentro e fora da empresa; ▲ Desenvolver ações que favoreçam o alinhamento dos processos de Gestão de Pessoas de forma que suas ações estejam em sintonia com a melhoria da qualidade de vida na organização; ▲ Identificar e sistematizar as ações de qualidade de vida já existentes no Serpro, visando sua agregação ao Programa; ▲ Estabelecer ciclos de melhoria contínua do Programa por meio do diagnóstico das percepções e das expectativas dos empregados em relação aos fatores que limitam e aos que podem melhorar sua qualidade de vida no trabalho. O PSQV adotou como estratégia a implantação gradual de módulos, implantados de forma regionalizada: Módulo Sócio Cultural e Ambiental (MSCA); Módulo de Preparação para Aposentadoria (MPPA); Módulo de Promoção da Saúde (MPS, ainda em fase de projeto); e Módulo de Gerenciamento do Estresse (MGE). Alguns deles já foram implantados como programas pilotos. Este é o caso do MGE criado para identificar os possíveis fatores que causam o estresse dos funcionários no ambiente de trabalho, analisar as alterações somáticas, psicológicas e endócrinas, avaliar o impacto da adoção de técnicas específicas para prevenir ou minimizar o estresse. Um projeto piloto foi realizado na regional de Porto Alegre, em 2005, sob a coordenação de um médico do trabalho, uma assistente social e um educador Divulgação Serpro PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão físico. Teve ainda a participação da comissão regional do programa e uma parceria externa que cuidou da execução dos exames laboratoriais. Trata-se de um trabalho pioneiro nessa área empresarial e que foi idealizado a partir da utilização de três protocolos, aprovados e reconhecidos cientificamente, para verificar, de forma fidedigna, se existia ou não estresse no grupo avaliado: ▲ Inventário de Sintomas do Stress para Adultos – ISSL, de Marilda Lipp, avalia a condição do indivíduo, se está estressado ou não, se o estresse é físico ou psicológico, e em que fase este se encontra; ▲ Dosagem Salivar do Cortisol – A dosagem do principal hormônio liberado no organismo por ocasião do estresse é conseguida através da coleta salivar em três horários (manhã, tarde e noite). Por meio dessa análise consegue-se identificar qual a reação fisiológica do organismo em relação ao estresse submetido; ▲ Verificação da Freqüência Cardíaca de Repouso (FCR) que visa identificar a relação dos batimentos cardíacos com o estresse. Participaram deste projeto piloto 32 funcionários, com idade média de 45 anos, todos eles apresentando sintomas importantes de estresse. Destes, 16 funcionários foram selecionados aleatoriamente para formar o grupo que participaria da aplicação das técnicas anti-estresse e os outros para compor o grupo controle. UNIDAS ESTRESSE Programa piloto do Serpro oferecia atividades como ginástica ao ar livre aos participantes como estratégia para reduzir níveis de estresse. 83 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 84 Todos foram recrutados pelo Serviço Médico do Serpro e apresentaram altos índices de estresse recebendo a classificação cientificamente entre a fase de resistência e a de exaustão do estresse. Entre os beneficiários analisados. 84,4% (27) apresentaram sintomas físicos, 9,4% (3) sintomas psicológicos e 6,3% (2), os dois tipos de sintomas. Paralelamente, os funcionários apresentaram níveis aumentados de cortisol salivar à noite (p<0,05). Entre os principais fatores estressores relatados pelo grupo estão os problemas relacionados à família, a saúde e problemas financeiros. Dos estressores relacionados ao trabalho, destaque para o excesso de trabalho e o relacionamento com os colegas de trabalho. O grupo que foi submetido por 30 dias a atividades específicas para prevenir ou minimizar o estresse apresentou uma redução dos escores e sintomas de estresse, da freqüência cardíaca de repouso e dos níveis de cortisol à noite, associados à melhora da disposição, do humor e da recuperação do sono. No grupo controle, pelo contrário, foi observada uma tendência para o aumento dos indicadores e dos sintomas do estresse, bem como da manutenção dos níveis aumentados de cortisol à noite. Além da diminuição dos sintomas, foram coletados relatos e avaliações feitas pelos funcionários participantes das atividades de gerenciamento do estresse sobre a melhora na qualidade de vida, maior controle de suas emoções, sono mais confortável, menor irritabilidade, maior tranqüilidade e disposição para as atividades profissionais. Esse levantamento indica que as ações específicas dirigidas a trabalhadores estressados, baseadas em atividades físicas orientadas de forma regular e em associação com técnicas de relaxamento, podem diminuir de forma significativa os níveis de estresse psicológico. Também ajuda a atenuar e reverter o estresse fisiológico, contribuindo para a promoção da qualidade de vida do ser humano. Em função dos bons resultados do projeto piloto, e conforme planejado no “Programa Serpro de Qualidade de Vida”, a empresa deliberou pela sua implantação corporativa, devendo o MGE ser implantado em todas as unidades regionais até o final de 2007. A execução do projeto piloto do MGE foi desenvolvido com a participação dos próprios colaboradores da área de saúde do Serpro, tais como médicos, educador físico e serviço social. A empresa também buscou parcerias para a realização do projeto piloto com o Laboratório de Análises e Pesquisas Clinicas (LabVitrus), que auxiliou na análise laboratorial do cortisol salivar, e com a Proximus Tecnologia Importadora e Distribuidora de Tecnologia para Auxílio na Qualidade de Vida, que contribuiu com o empréstimo do monitor de freqüência cardíaca. Terapia ocupacional Para garantir que a qualidade de vida dos trabalhadores do Ministério da Fazenda seja preservada, a Assefaz dispõe de várias práticas. Duas dessas iniciativas são desenvolvidas pela autogestão desde 2003: os projetos “Terapia Ocupacional” e “Sexta Saúde”. No primeiro caso, os encontros ocorrem durante todos os dias da semana (com exceção da quinta-feira), no prédio do Ministério da Fazenda. Atualmente 60 pessoas são beneficiadas com esta ação. Os cinco terapeutas ocupacionais que coordenam as atividades trabalham para elevar a auto-estima e favorecer o equilíbrio emocional dos beneficiários participantes. Os profissionais buscam ainda resgatar valores por meio da troca de experiências e vivências nos grupos; favorecer o relacionamento interpessoal; descobrir PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão O “Programa Ergonomia na ECT”, como o próprio nome sugere, está diretamente ligado às estratégias adotadas pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos para a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários. Implantado em 2003, reúne projetos desenvolvidos por grupos de trabalho formado por profissionais de diversas áreas (saúde, engenharia, operacional, comercial, entre outras), além do suporte de consultorias externas. As ações são desenvolvidas a partir das demandas internas dos empregados ou das áreas gestoras, do índice de absenteísmo ou da implementação de novas tecnologias e atividades necessárias. A coordenação do programa fica a cargo do Departamento de Saúde da empresa que, ao final de cada projeto, indica quais as soluções ergonômicas para a atividade/cargo/área em estudo. O projeto tem abrangência nacional e, no momento, atende uma população formada por 108 mil empregados. Entre as ações propostas pelo programa destacam-se a criação, em caráter pioneiro, de um modelo de calçado ergonômico para os carteiros, e o desenvolvimento de mobiliário e equipamentos adaptados ergonomicamente para as atividades da área operacional e de atendimento, beneficiando carteiros, atendentes comerciais, operadores de triagem e transbordo em todo o país. Outras ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida no trabalho dos empregados da ECT incluem o fornecimento de protetor solar e óculos de sol, em todo o país, para 58 mil carteiros, e a adequação do uniforme destes profissionais, dos atendentes comerciais e dos motociclistas, que correspondem a cerca de 80% do efetivo da empresa. UNIDAS Ergonomia 85 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Divulgação Assefaz e desenvolver alternativas de lazer, ampliando a independência e a satisfação de suas necessidades e estimular a programação e organização do cotidiano. Essa atividade é oferecida, de forma exclusiva, no Estado do Maranhão e atende um grupo de aposentados e pensionistas beneficiários e dependentes vinculados à Assefaz, Unafisco Sindical, Unacom e SindReceita. O projeto “Sexta Saúde”, por sua vez, tem as suas atividades realizadas às sextas-feiras, no período da tarde. O programa contempla atividades como ginástica laboral, hidroginástica, caminhadas, jogos de quadra e de campo (vôlei e futebol), natação, dinâmicas de grupo, dança e ginástica rítmica. Esse projeto atende 50 beneficiários da Secretaria da Receita Federal no Estado de Rondônia. Pensando nas questões da qualidade de vida, a Assefaz promoveu em 2006 a “I Semana de Saúde e Qualidade de Vida”, com a participação de 8,5 mil pessoas. Durante o evento foram desenvolvidas atividades de caráter preventivo, abordando as complicações decorrentes do diabetes e outros riscos cardíacos, além de orientações quanto à prática de hábitos saudáveis, tais como atividade física, alimentação, prevenção do estresse, tabagismo, dependência química, prevenção das DSTs. A iniciativa teve a colaboração de parceiros externos – laboratórios, clínicas, hospitais, universidades – que disponibilizaram palestras, folhetos informativos, material e pessoal. 86 TERAPIA OCUPACIONAL Assefaz promove atividades com objetivo de elevar auto-estima e favorecer o equilíbrio emocional dos participantes Qualidade de Vida no Trabalho Combate à obesidade A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem um programa destinado especificamente à educação alimentar de seus beneficiários. As primeiras atividades educativas com esse foco ocorreram em 1994, exatamente no Dia Mundial da Alimentação. Com essa ação a instituição pretende sensibilizar o público interno quanto à importância da adoção de hábitos alimentares saudáveis como fator de prevenção de doenças, em especial, da obesidade e comorbidades associadas. O programa compreende a realização de cursos, palestras e oficinas, que contam a parceira do SESI. Desde 2005, a Diretoria Regional do Rio Grande do Sul desenvolve o “Projeto de Prevenção e Tratamento da Obesidade”. Suas ações visam conscientizar os empregados e dependentes da importância da recuperação e manutenção do peso saudável para a saúde e qualidade de vida, amenizando os PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 5.7 – OUTRAS INICIATIVAS RELEVANTES UNIDAS A Caixa Econômica Federal investe em ações e programas destinados à área da saúde e ambiência corporativa, que ocorre por meio do “Programa Qualidade de Vida Caixa”. O programa está estruturado em subprogramas e projetos eleitos, anualmente, como prioritários para os empregados. A atuação em cada subprograma ou projeto é definida com base em vários indicadores, tais como os resultados do “Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional” – PCMSO, o índice de utilização do Saúde Caixa por especialidades, os relatórios de concessão de licenças, a consolidação do Perfil de Saúde do Empregado da Caixa, entre outros. Dentre os subprogramas e campanhas implantados até 2006, destaque para a introdução do módulo de saúde nos cursos de formação Caixa, com informações sobre qualidade de vida, posturas, uso correto do mobiliário, dicas para evitar o estresse e doenças do trabalho; a realização de campanha de vacinação; orientações educativas via correio eletrônico; divulgação de matérias sobre saúde no jornal eletrônico da instituição; módulo de treinamento na Escola de Cidadania e Integração Corporativa, da Universidade Corporativa Caixa, sobre DORT/LER e Dicas para Viver Melhor; ginástica laboral; convênio com entidades promotoras de atividades físicas; a campanha “Ambiente Livre de Fumaça” e o “Programa de Educação e Orientação Nutricional”. 87 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 88 fatores de risco decorrentes da obesidade e reduzindo o número de cirurgias bariátricas. O projeto é executado por uma equipe multidisciplinar: médico clínico, psicólogo, assistente social, nutricionista e funcionário da área de benefícios, além do apoio de profissionais credenciados. São realizados, entre outras atividades, atendimentos individuais, visitas a instituições especializadas, avaliação e acompanhamento pré e pós-cirúrgico. Mensalmente essa equipe se reúne para socializar informações e definir ações. Em 2006, o projeto da regional gaúcha foi agraciado com o prêmio concedido pelo ISMA – BR Internacional Stress Management Association em reconhecimento às ações bem-sucedidas e voltadas à qualidade de vida e educação alimentar. Os resultados alcançados entre janeiro e setembro de daquele ano justificam o reconhecimento internacional recebido pelo projeto: ▲ Realização de cinco ações de prevenção com a participação de 7.000 empregados; ▲ Acompanhamento de 63 empregados e dependentes pela equipe do projeto; ▲ 90% dos participantes do projeto já obtiveram alguma perda de peso, bem como mudanças comportamentais e sociais proporcionando assim a melhoria da sua qualidade de vida; ▲ Entre os empregados participantes do grupo de carteiros, registrou-se 6% de redução de peso; ▲ 100% de melhora na produtividade e no relacionamento interpessoal dos empregados participantes. Desde o primeiro semestre de 2003, o Instituto de Seguridade Social Metrus, que atende aos empregados ativos da Companhia do Metropolitano de São Paulo, passou a oferecer aos beneficiários de seus planos de saúde o “Programa Saúde & Equilíbrio”. Trata-se de um programa que promove a busca do peso saudável e que está direcionado aos colaboradores nos quais se constatou um índice de massa corpórea (IMC) maior que 25, segundo pesquisa interna feita na instituição. O Metrô, em parceira com o Metrus, disponibiliza os recursos necessários para o tratamento, tais como: rede referenciada de nutricionistas; academias para a prática de atividade física; rede conveniada de clínicas especializadas para o tratamento da obesidade; rede referenciada de grupos de apoio e recursos internos, já existentes, como os consultórios dietoterápicos e os metroclubes. Os empregados que aderirem ao programa podem realizar gratuitamente os exames de colesterol, UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão triglicérides, hemograma, TSH, glicemia e hemoglobina glicosilada. Em junho de 2006, teve início o “Programa de Apoio ao Paciente Incentivado” – PAPI, destinado a todos os beneficiários dos planos administrados pelo Metrus (Metrus Saúde Integral - MSI, Metrus Saúde Especial - MSE e Metrus Saúde Básico - MSB). O público-alvo são os pacientes com indicação de cirurgia bariátrica, que apresentem IMC acima de 35, mas que não se enquadram integralmente na Resolução do Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM Nº 1.766, de julho/2005), que regulamenta a realização deste procedimento. A autogestora constatou que alguns requisitos exigidos pela resolução do CFM dificilmente são alcançados pelos beneficiários, tais como: obesidade estável há pelo menos cinco anos; ou dois anos de tratamento clínico contínuo e prévio, não eficaz (dietoterapêuticos, psicoterapêuticos, medicamentosos e por exercícios físicos). O programa, que conta com uma assistente social e um médico, procura atender a esses pacientes, a partir das seguintes estratégias: ▲ Acompanhamento nutricional: a primeira avaliação, no valor de R$ 25,00, é paga pelo paciente, que tem os demais atendimentos custeados pelo Metrus, durante 24 meses. O plano consiste em atendimentos quinzenais durante os seis primeiros meses; sessões mensais nos seis meses seguintes; e atendimento mensal ou bimestral pelos 12 meses restantes; ▲ Apoio psicoterápico: com a participação do paciente em 30% do valor; ▲ Atendimento médico de acordo com as normas do plano; ▲ Incentivo à prática de atividade física monitorada, com subsídio. A Fundação Sabesp de Seguridade Social (Sabesprev) também conta com programas de promoção da saúde em áreas específicas, entre elas, saúde cardíaca, prevenção do câncer, hipertensão arterial, diabetes, obesidade, dislipidemia, ergonomia, vacinação etc. Em muitos casos, os beneficiados sujeitos à coparticipação são isentos da cobrança para a realização de exames preventivos, tais como mamografia e papanicolau. No caso dos programas de vacinação, por exemplo, o plano cobre diversas vacinas que não fazem parte do calendário oficial, sem qualquer ônus para o beneficiário. Desde 2004, os pacientes candidatos à cirurgia de obesidade passam obrigatoriamente por uma entrevista médica para esclarecimento e para aferir se todos os critérios foram cumpridos para a realização da cirurgia bariátrica. Caso o paciente não cumpra os requisitos mínimos para o procedimento, ele é encaminhado a um programa especial para controle de peso. 89 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Vacinação 90 A Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) promove campanha nacional de vacinação contra a gripe, desde 2001, imunizando os beneficiários e seus dependentes, sem nenhum custo. Em paralelo a esta campanha, são realizadas parcerias com as Secretarias de Saúde para vacinação dos idosos, no mesmo período da campanha nacional desenvolvida pelo Ministério da Saúde. A divulgação dessa atividade ocorre mediante a distribuição de cartazes, panfletos e folders nos locais de trabalho dos beneficiários, nas agências de atendimento, pelo envio de e-mails informativos, por telefone, por vídeos ou por meio do site. A vacinação, que tem abrangência nacional, é disponibilizada em locais onde há maior concentração de beneficiários, melhor localização e acessibilidade. Na quinta edição do programa, foi possível vacinar 23.474 pessoas. Algumas gerências regionais aproveitam a ocasião para promoverem outras ações como a medição da pressão arterial, teste de glicemia e a arrecadação de alimentos e agasalhos para a doação a instituições que atendem populações carentes. Já a Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) iniciou, em dezembro de 2006, suas ações neste tipo de benefício, por intermédio do Núcleo de Vacinoterapia, em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do Pará. Durante uma semana o núcleo atendeu 382 beneficiários, disponibilizando as vacinas contra febre amarela, gripe, hepatite B, tétano e a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Essa ação terá continuidade, sendo realizada mensalmente. A Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) tem realizado campanhas de vacinação desde 1999 para os beneficiários ativos de seus planos de saúde, com taxas médias de 60% da população assistida sendo imunizada a cada ano. Habilitação e reabilitação A Associação Beneficente dos Empregados em Telecomunicações (ABET) criou, em 1986, o “Programa Especial de Habilitação e Reabilitação”, que atualmente conta com 56 inscritos, oferecendo atenção aos portadores de deficiências físicas, mentais, intelectuais, sensoriais e mistas, na infância e adolescência. São elegíveis os casos de paralisia cerebral, paraplegias, amputações, retardo no desenvolvimento neuropsicomotor, deficiências auditiva e visual, diversas síndromes e quadros mistos. Além das coberturas já previstas pelo plano de assistência à saúde da autogestora, o programa prevê coberturas diferenciadas para tratamentos de fonoaudiologia, psicoterapia e terapia ocupacional; assistência odontológica especial; próteses e órteses, mesmo as desvinculadas do ato cirúrgico; subsídio para escolas especiais e auxílio transporte para a realização das terapias. Todo o atendimento é feito na rede de prestadores credenciados, sob indicação e acompanhamento de profissionais especializados da ABET. Após acompanhamento e tratamento durante a infância e adolescência, fases de maior plasticidade orgânica para habilitação e reabilitação, uma vez atingida a evolução possível para o quadro que se apresenta, os pacientes são desligados do programa e prosseguem sua assistência por meio do plano de assistência à saúde disponível a todos os beneficiários. Prevenção a DSTs e Aids A Perdigão Agroindustrial possui um calendário anual de eventos onde consta todas as campanhas de sensibilização, prevenção e valorização do funcionário, que são desenvolvidas durante o período. Além das campanhas, possui ações específicas para tratar determinados temas, dentre eles, o “Programa de Prevenção à DST/Aids”. Por meio da “Campanha de Conscientização e Prevenção sobre HIV/Aids no Local de Trabalho”, a empresa incentiva os funcionários a refletirem sobre o tema, procurando motivá-los para a adoção de práticas de sexo seguro que protejam tanto a própria saúde como a da família. Um dos estímulos é o incentivo ao uso do preservativo, distribuído aos funcionários junto com material PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão Algumas instituições disponibilizam terapias alternativas para seus colaboradores e beneficiários dos planos de assistência à saúde. Entre elas está a Fundação Sabesp de Seguridade Social (Sabesprev) que oferece tratamentos de psicoterapia, acupuntura e homeopatia. Em 2006, a atividade de hidroterapia passou a ter cobertura no plano dos empregados ativos. Outro exemplo é a Perdigão Agroindustrial, que também oferece acupuntura para seus colaboradores em algumas de suas unidades, mas que já estuda a possibilidade de implantar esse tipo de tratamento alternativo em todos os ambulatórios da empresa. Os planos médicos-hospitalares da Caixa de Assistência dos Empregados do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Cabergs) cobrem as especialidades de homeopatia e acupuntura, além de sessões de psicoterapia realizadas por psiquiatras ou por psicólogos. Para os beneficiários da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), o tratamento de homeopatia é oferecido desde 2002. Mais recentemente, em 2005, foram introduzidas ainda a psicoterapia e a acupuntura. UNIDAS Terapias alternativas 91 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Divulgação Perdigão informativo. A campanha ocorre simultaneamente em todas as unidades da empresa espalhadas pelo país. Em 2006, as atividades ocorreram entre os dias 28 de setembro e 9 de outubro. O slogan escolhido para a campanha foi “Não leve o vírus HIV/Aids para casa. Previna-se” e teve a coordenação da área de Relações Humanas – Perdigão Saúde. A empresa estima ter atingido 25 mil pessoas de forma direta, sem contar aquelas que foram atingidas indiretamente por alguma ação desenvolvida no período. O tema da prevenção ao HIV/Aids está presente ainda nas campanhas educativas que a empresa realiza no período do carnaval, que incluem também a distribuição de preservativos. As primeiras iniciativas de prevenção ao HIV/Aids na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) datam de 1993, quando foi implantado o “Programa Nacional de Prevenção e Acompanhamento das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e da Aids”. O objetivo desta ação é informar e contribuir para a redução de possíveis focos de discriminação e preconceito relacionados ao HIV/Aids nos locais de trabalho e às diversas formas de transmissão das DSTs. A cada ano, em fevereiro e dezembro, também são realizadas campanhas educativas em sintonia com os temas das campanhas do Ministério da Saúde para o Carnaval e para o Dia Mundial de Combate a Aids. Em algumas regiões do país são realizadas atividades extensivas ao público externo, visando conscientizar a comunidade. 92 COMBATE À AIDS Perdigão realiza três campanhas por ano para promover conscientização em relação à prevenção da infecção pelo HIV/Aids PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão A Caixa Econômica Federal estruturou, no início de 2005, um “Programa de Voluntariado” com o objetivo de propiciar aos seus colaboradores iniciativas pelas quais eles podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. São ações de voluntariado e cidadania, estruturadas com foco na solidariedade e inclusão social, que integram a política de Responsabilidade Social da instituição. O programa prevê o apoio da Caixa à atividade voluntária dos seus colaboradores em projetos que a própria empresa desenvolve ou apóia. Atualmente, quatro projetos são realizados: ▲ “Programa Adolescente Aprendiz”: nesta iniciativa os voluntários atuam como instrutores dos adolescentes; ▲ “Alfabetização de Jovens e Adultos”: atualmente voltado para os empregados de empresas que prestam serviços à Caixa; ▲ “Coleta Seletiva de Lixo”: os colaboradores da Caixa, por adesão, selecionam o material descartado em suas unidades de trabalho, que é destinado a cooperativas de recicladores apoiadas pela empresa; ▲ “Solidários Contra o Câncer Infanto-Juvenil”: os funcionários se engajam em subprojetos específicos com o objetivo de beneficiar hospitais especializados, casas de apoio e as crianças portadoras da doença e suas famílias. O “Programa Adolescente Aprendiz” é desenvolvido em parceria com entidades sem fins lucrativos; trata-se de um programa de aprendizado voltado para população jovem com duração de até 21 meses. Os adolescentes têm acesso à Universidade Corporativa Caixa e o conteúdo teórico do programa é complementado pela execução de exercícios práticos sob a orientação de colaboradores da instituição, no próprio ambiente de trabalho. Eles têm também um contrato de trabalho, com carteira assinada, sob responsabilidade da entidade convenente, assegurados os direitos trabalhistas previstos na legislação vigente. A referida entidade é responsável pela aplicação de conteúdos pertinentes à informática, cidadania, matemática e língua portuguesa. Ao concluir o programa com o aproveitamento requerido, o adolescente recebe um certificado de conclusão assinado, em conjunto, pela Caixa e pela entidade parceira. UNIDAS Incentivo ao voluntariado 93 CAPÍTULO 6 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Expectativas e planos futuros das autogestões 94 Continuar oferecendo assistência suplementar à saúde coletiva com qualidade, competência e profissionalismo, sem perder de vista a relação custo-benefício. Estas são as premissas básicas do planejamento das instituições de autogestão para os próximos anos. Ações destinadas à prevenção primária da população assistida continuam presentes no escopo dos serviços previstos para 2007 e 2008. As autogestões que já dispõem de iniciativas na área, deverão aprimorar os programas oferecidos; aquelas que ainda não dispõem de benefícios nessa linha pretendem implementá-los. Também fazem parte da lista de serviços a serem oferecidos o acompanhamento de doenças crônicas, o gerenciamento de riscos, ações voltadas à prevenção secundária, assistência farmacêutica, internação domiciliar, cuidados com a saúde materno-infantil, da mulher e do idoso, dependência química, saúde bucal e mental. Há ainda programas de vacinação e terapias alternativas. Em comum, todas as ações previstas para os próximos anos buscam a preservação da qualidade de vida dos beneficiários. Prevenção em foco Com o propósito de estimular a mudança do modelo de atenção à saúde de seus associados por meio de programas de promoção da saúde, prevenção de riscos e doenças e monitorização de pacientes portadores de doenças crônicas, a Sam-Bemat planeja para 2007 um programa bastante abrangente que envolverá a realização de palestras de esclarecimento, conscientização e informação. A iniciativa faz parte das estratégias previstas na Política de Indução das Ações de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças no âmbito da Saúde Suplementar, desenvolvida pela ANS. UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão Com a iniciativa, a instituição pretende alcançar 47% do total de associados no programa de “Prevenção de Doenças” e no de “Promoção da Saúde” e 5% dos associados portadores de doenças crônicas. Os critérios de inclusão para participação nos programas serão: faixa etária, sexo e o fato de portar doenças crônicas nãotransmissíveis, os quais serão agrupados com base nos temas a serem abordados nas palestras, cujo público estimado é de 50 pessoas em cada encontro. Os temas das palestras foram extraídos dos questionários respondidos por beneficiários da Sam-Bemat, sobre o perfil de saúde, cuja coleta ocorreu no período de dezembro de 2006 e janeiro de 2007. Entre as iniciativas programadas para 2007, estão previstas as sessões de “Café da Manhã Saudável”, um ciclo de palestras com o objetivo de promover mudanças na forma como os associados dão atenção a sua saúde, nas quais serão abordados os seguintes temas: estilo de vida saudável, doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, saúde da mulher e saúde do homem. Serão incentivadas também as atividades físicas, por meio de aulas de exercícios que os participantes possam realizar, posteriormente, em suas próprias casas. Diminuir o índice de internações dos associados portadores de doenças crônicas, por meio de visitas regulares para orientar sobre os riscos de agravamento dos problemas de saúde que o assistido possua, também está nos planos da Sam-Bemat. Para os próximos anos, o planejamento estratégico da Sabesprev determina um forte investimento na área de prevenção, com estratégias bastante abrangentes. Entre elas, destaque para a criação de programas voltados à prevenção primária, tais como: ▲ Confecção de folhetos educativos sobre as principais doenças que atingem a população assistida; ▲ Realizar eventos educacionais associados a estações de saúde para o diagnóstico precoce de diversas patologias e aferição do risco cardiovascular; ▲ Ciclos de palestras para funcionários, incluindo estrutura de apoio para os temas abordados, em especial o tabagismo; ▲ Oficinas para gerenciamento do estresse e promoção da saúde; ▲ Criar calendário de prevenção para distribuição aos beneficiários; ▲ Reformular o portal na internet para permitir ao cliente o acesso a informações sobre prevenção em linguagem simples e acessível. Após o levantamento do perfil epidemiológico de sua população assistida, a Forluz deverá realizar várias ações de promoção da saúde. Entre os principais problemas de seus beneficiários, foram identificados: sedentarismo, obesidade, hipertensão arterial não tratada adequadamente, hábitos de alimentação inadequados, 95 UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão 96 índices elevados de alcoolismo. Essas ações estão sendo previstas para se iniciarem ainda no primeiro semestre de 2007, e serão realizadas na capital e região metropolitana de Minas Gerais, onde o número de participantes é maior. A Agros, por sua vez, dará continuidade às ações do “Programa Pró-Saúde”, incluindo a realização de campanhas temático-educativas e estratégias de sensibilização que priorizem a promoção da saúde e a prevenção de doenças. Campanhas educativas, palestras, feiras de saúde, semanas de prevenção de acidentes são algumas das ações pontuais com enfoque na promoção da saúde que a SPTrans reservou para este ano. Em 2006, a empresa constituiu uma Comissão de Saúde Corporativa para identificação das atividades prioritárias. Aumentar o número de oficinas realizadas e de participantes nessas atividades estão entre os planos da Fundação Pampulha. A instituição também deverá estender os programas já existentes para outras regiões do país e atuar na porta de entrada, interagindo com os beneficiários do plano de saúde, conhecendo o estilo de vida dos mesmos, a fim de definir políticas e estratégias para a elaboração de programas eficazes de promoção da saúde e prevenção de doenças. O Serpro pretende ampliar suas ações de promoção da saúde e prevenção de doenças com a expansão do Módulo de Gerenciamento de Estresse do “Programa Serpro de Qualidade de Vida” – PSQV. No final de 2006, todos os coordenadores dos módulos do PSQV participaram, junto com o corpo gerencial, do encontro para a elaboração do planejamento estratégico 2007 da Superintendência de Gestão de Pessoas. Até o final deste ano, o MGE deve ser implantado em todas as unidades regionais da instituição. O Módulo de Promoção da Saúde (MPS) deve estar aprovado ainda este ano, com previsão de implantação nacional até o final de 2008. Já a Cassi deve investir na sistematização dos processos de avaliação dos programas implantados para os seus beneficiários. O planejamento institucional deste ano prevê a realização de avaliação dos resultados alcançados (metodologia, cobertura, satisfação dos participantes etc.) e sua conseqüente reformulação, se necessário. Gerenciamento de doenças crônicas Em seu planejamento estratégico para os próximos anos, a Sabesprev também definiu algumas ações voltadas para a prevenção secundária, entre as quais destacam-se: ▲ Criar rede preferencial de atendimento para as principais doenças crônicas, remunerando por performance, a começar pela obesidade; UNIDAS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão ▲ Criação de programa de atendimento domiciliar para pacientes oncológicos em fase terminal; ▲ Criação de programa de apoio à alta hospitalar, visando educar paciente e familiares, aumentando a adesão ao tratamento e reduzindo as taxas de rehospitalização de doentes crônicos; ▲ Intensificar a atuação em prevenção terciária, estimulando a indicação de pacientes para os programas de gerenciamento de doenças e home care. Os programas e ações da área de saúde da ECT também foram revisados e reestruturados para 2007, tornando-os corporativos, ou seja, desenvolvidos por todas as diretorias regionais, de forma a abranger 100% do efetivo da empresa. Serão definidos indicadores e metas para todo o país. A instituição começa o ano com o “Programa de Acompanhamento de Pacientes Portadores de Doenças Crônicas”, com foco inicialmente em duas patologias: hipertensão e diabetes. Outra iniciativa prevista é o “Mapeamento do Perfil de Saúde dos Empregados da ECT”, que visa subsidiar todas as ações e programas de prevenção de doenças e promoção da saúde desenvolvidas pela instituição. A ECT também dará continuidade aos programas de exames médicos periódicos, ginástica laboral, combate e prevenção ao tabagismo (“Programa Médico de Troca – Troque o Fumo por Mais Saúde”) e projetos e ações de ergonomia. Faz parte dos planos da GEAP atuar na implementação de estratégias que atendam os portadores de cardiopatias crônicas não-agudizadas, portadores de doenças mentais, dependentes químicos (drogas e álcool) e também portadores de neoplasias malignas não-terminais. A Caixa Econômica Federal também prospectou para o período a implantação dos programas de “Gerenciamento de Estresse”; “Prevenção e Assistência ao Dependente Químico” e “Gerenciamento de Doenças Crônicas”. O plano Saúde Caixa contemplará em suas ações o gerenciamento de doenças crônicas, mapeamento e gerenciamento de riscos, entre outras atividades focadas no aperfeiçoamento da gestão e no uso racional dos recursos. A Cesan também elegeu os programas de gerenciamento de doentes crônicos para compor sua estratégia de serviços oferecidos em 2007. Para tanto, pretende trabalhar com relatórios de aquisição de medicamentos, relacionados a patologias do programa de farmácia, e com um software de gerenciamento do sistema. Otimizar o gerenciamento de doenças crônicas, assim como ampliar as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças são preceitos básicos que também 97 fazem parte do planejamento de trabalho para 2007 das autogestões Funasa-Saúde, Cabergs, IPREF e Metrus. Neste último caso, a instituição pretende atuar com grupos de risco formados por hipertensos e diabéticos. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Saúde de populações específicas 98 Em 2007, a GEAP implantará uma política de incentivo ao parto normal. A iniciativa, cuja abrangência é nacional, objetiva reduzir o número de cesarianas, buscando aumentar em pelo menos 3% o número de partos normais, no período de um ano. O profissional de saúde que mais realizar partos normais receberá uma menção honrosa de “Destaque Brasil”. Para a instituição de saúde que cumprir a meta estabelecida e apresentar percentual superior às demais, no âmbito de seu Estado, será oferecido pela GEAP um certificado de qualidade dos serviços prestados e uma placa comemorativa, chancelados pela Coordenação da Área Técnica de Saúde da Mulher/Ministério da Saúde. A preocupação com a saúde da mulher também está presente nos planos da Agros que realizará, dentro do “Programa Pró-Saúde”, um projeto de prevenção de câncer de colo de útero, proporcionando acompanhamento mais sistemático da população assistida com risco para o desenvolvimento dessas patologias. A Assefaz tem a intenção de ampliar as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças implantando o “Programa de Experiência de Vida”, direcionado a idosos. Pretende ainda aumentar o número de beneficiários atendidos com terapia ocupacional, coral, ginástica laboral; ampliar os programas de esporte e lazer; incentivar os beneficiários a serem doadores de sangue, além de estender os benefícios do “Programa de Educação e Acompanhamento ao Doente Crônico” para todo país. Saúde bucal Com a implementação do “Programa Odontológico”, a GEAP tenciona investir na promoção da saúde bucal de todos os seus beneficiários. Para tanto, a instituição contará com a atuação multilateral de odontólogos e médicos da Rede Assistencial Credenciada. As estratégias serão definidas de acordo com as necessidades inerentes a cada etapa da vida, por meio do monitoramento feito a partir da aplicação de um protocolo denominado Perfil Clínico-Epidemiológico. Com esse programa, a GEAP prevê a adoção de práticas preventivas em detrimento das curativas, e atuará com orientações que facilitem a maior compreensão, por parte dos beneficiários, das necessidades em saúde bucal. A instituição espera, ainda, permitir uma interação positiva no fluxo de referência e contra-referência que ocorrerá entre os odontólogos treinados para o programa, os outros profissionais da rede credenciada e os médicos, de tal forma que seja criada uma cultura coletiva em prol da melhoria da qualidade de vida por meio de uma boa saúde bucal. Internação domiciliar – Saúde mental Aprimorar o atendimento domiciliar será a principal preocupação da CASF durante 2007. Apesar de ações concretas da autogestora dependerem do resultado do Censo de Saúde, realizado para definir de forma mais coerente e eficaz as ações de promoção da saúde, o foco da instituição está direcionado para a medicina preventiva, que deve nortear todas as ações e programas. A CASF pretende ainda ampliar, sistematizar e regulamentar as ações voltadas para o atendimento domiciliar. A Agros propõe um projeto de cuidado domiciliar cujo propósito é disciplinar as demandas já existentes na instituição de pacientes em estado crônico. Também para este ano está prevista a implantação de um segundo projeto de saúde mental contemplando diferentes critérios de absorção e continuidade do atual “Programa de Saúde Mental”. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão Com a criação do AssisFarma, a GEAP pretende implantar assistência farmacêutica para participantes do “Programa de Prevenção de Gerenciamento de Risco” – PPGR. Para tanto, a instituição criou uma relação de medicamentos essenciais que estarão à disposição do Médico Vinculador Assistencial para distribuição ao grupo de beneficiários atendidos por esse profissional. O “Programa de Farmácia” instituído pela Cesan contará com o apoio de um software de gerenciamento do sistema. E apesar de não haver participação financeira da instituição na dedução do valor dos medicamentos, será concedido desconto entre 20 e 25% em lista de medicamentos com possibilidade de desconto em folha após 60 dias da aquisição. Todos os programas e ações relatados nesta publicação ganham uma dimensão e uma importância ainda maiores se for levado em consideração o fato de que o sistema de autogestão de planos de saúde continuará buscando, como o fez ao longo de sua trajetória, as melhores respostas aos desafios da assistência à saúde no Brasil. UNIDAS Assistência farmacêutica 99 Bibliografia PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Diretoria de Desenvolvimento Setorial. Caderno de Informação da Saúde Suplementar: beneficiários, operadoras e planos. Rio de Janeiro: ANS, dezembro de 2006. 100 p. 100 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Saúde Brasil 2006 : uma análise da situação de saúde no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 620 p. (Série G. Estatística e Informação em Saúde). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política nacional de promoção da saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 60 p. (Série B. Textos Básicos de Saúde). BRASIL. Ministério do Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: acesso e utilização de serviços de saúde 2003. Rio de Janeiro: IBGE; 2005. CAVALCANTE, Ana Paula. Programa de Estímulo à Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças da ANS – Experiências Bem Sucedidas. Apresentação no III Seminário Nacional de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças no Setor de Saúde Suplementar. Rio de Janeiro: ANS, 13 de dezembro de 2006. CZERESNIA, Dina. Ações de Promoção à Saúde e Prevenção de Doenças: o papel da ANS. Texto elaborado para o Fórum de Saúde Suplementar. Brasília: ANS, julho de 2003. JORGE, Alzira de Oliveira. Mudanças nos modelos assistenciais na suplementar – uma nova perspectiva regulatória. Apresentação no III Seminário Nacional de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças no Setor de Saúde Suplementar. Rio de Janeiro: ANS, 13 de dezembro de 2006. REIS, Afonso. Política de indução das ações de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças, no âmbito do Setor de Saúde Suplementar, visando à integralidade da Atenção à Saúde. Apresentação no III Seminário Nacional de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças no Setor de Saúde Suplementar. Rio de Janeiro: ANS, 13 de dezembro de 2006. UNIDAS. Autogestão em Saúde no Brasil 1980-2005: história da organização e consolidação do setor. São Paulo, abril de 2005, 96 p. UNIDAS. Relatório da Pesquisa Nacional Unidas 2005. São Paulo, novembro de 2006, 44 p. PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Declaração de Jacarta – Quarta Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Jacarta, Indonésia, 21 a 25 de julho de 1997. UNIDAS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Carta de Otawa – Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Ottawa, Canadá, novembro de 1986. 101 PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão UNIDAS Autogestões que colaboraram com esta publicação 102 ABET Associação Beneficente dos Empregados em Telecomunicações AFRERJ Associação dos Fiscais de Rendas do Estado do Rio de Janeiro AGROS Instituto UFV de Seguridade Social AMMP Associação Mineira do Ministério Público ASSEFAZ Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda CABERGS Caixa de Assistência dos Empregados do Banco do Estado do Rio Grande do Sul CAMED Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil CAMEP Caixa de Assistência dos Magistrados de Pernambuco (filiada Gremes/Unidas) CAPESESP Caixa de Pecúlios, Assistência e Previdência dos Servidores da Fundação Serviços de Saúde Pública CASF Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco da Amazônia S/A CASSI Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil CEF Caixa Econômica Federal CESAN Companhia Espírito Santense de Saneamento ECT Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos FASSINCRA Fundação Assistencial dos Servidores do Incra FORLUZ Fundação Forluminas de Seguridade Social FUNASA-SAÚDE Caixa de Assistência dos Empregados da Saelpa FUNDAÇÃO CESP Fundação Cesp FUNDAÇÃO PAMPULHA Fundação Pampulha de Assistência à Saúde GEAP Fundação de Seguridade Social INB Indústrias Nucleares do Brasil S/A IPREF/IPFPMG Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais de Guarulhos METRUS Instituto de Seguridade Social PASA Plano de Assistência à Saúde do Aposentado da CVRD PERDIGÃO Perdigão Agroindustrial S/A SABESPREV Fundação Sabesp de Seguridade Social SAM-BEMAT Caixa de Assistência Médica dos Ex-empregados do Banco do Estado de Mato Grosso SERPRO Serviço Federal de Processamento de Dados SPA Sistema Paulista de Assistência SPTRANS São Paulo Transporte S/A CAFBEP ELETRONORTE NUCLEP ABET CAGIPE ELETRONUCLEAR OAB-SAÚDE (CAA/AL) AFFEAM CAMED ELETROS PASA AFFEGO CANOASPREV ELETROSUL PERDIGÃO AFFEMAT CAPESESP ELOS PETROBRAS AFISVEC-SAÚDE CASEC EMBRAER PETROBRAS DISTRIBUIDORA AFRAFEP CASF EMBRAPA PREV SAÚDE AFRERJ CASSEB EMBRATEL PREVIMINAS AFRESP CASSES ENERSUL PRÓ-SAÚDE AGROS CASSI ESCELSOS PROASA ALEMG CASSIND FACEB PRODESP ALVORECER CAURJ FACHESF REAL GRANDEZA AMAGIS CEF FAPES SABESPREV AMMP CELGMED FAS SAM-BEMAT APUB SAÚDE CELPA FASCAL SAMEISA ARACRUZ CELULOSE S.A. CEMAR FASSINCRA SAÚDE CEMO ASEFE CEPEL FIOPREV SENADO FEDERAL ASFAL CERON FIRJAN SAÚDE SENERGISUL/SENERSAÚDE ASFEB CESAN FORLUZ SEPACO SAÚDE ASFEPA CET FUNASA-SAÚDE SERPRO ASPBMES CETESB FUNDABEM SESEF ASSED CNEN FUNDAÇÃO CESP SESI DR/MT ASSEFAZ CODESA FUNDAÇÃO PAMPULHA SESI/AC ASSEPAS COELBA FUNDAFFEMG SISTEL ASTTTER COMPREV FUNSEFAZ SOLVAY BACEN COMSEDER FUNSERVIR SPA BANESCAIXA CONAB GEAP SPTRANS BARDELLA COOPTASIM-ES GEIPOT SUDECAP BRB SAÚDE COPASA GEVISA SUZANO C.S. ASSISTANCE COPESUL GREMES TELESP CAAB COSANPA/PAM INB TRT 8ª REGIÃO CAARJ COSIPA IPALERJ TRT-MG CABERGS CST IPREF/IPFPMG UNAFISCO SAÚDE CABERJ CVRD IRB UNIFENAS CABESP DESBAN METRUS USIMINAS CAEME ECONOMUS MPU/PLAN-ASSISTE VOLKSWAGEN CAFAZ ECT NOVELIS WMS PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da Autogestão ABAS 15 UNIDAS Relação das filiadas Unidas 103 Coordenador: Mário Scheffer Editor: Fernando Fulanetti Redatora: Dulce Rocha Assistente de produção: Ruth Nagao Projeto gráfico: José Humberto de S. Santos Apoio (Unidas): Andréia Cristina Ferreira Bessa Moreno e Tais Itala Depiné Campos Portela Fotos: Digitalvision e material de divulgação das filiadas da Unidas Tiragem: 6.000 exemplares. Copyright © 2007 Unidas Fotolitos e impressão: Imprint Artes Gráficas (www.imprintgrafica.com.br) Fotos da capa, de cima para baixo: aula de ginástica laboral (ECT); atividade do “Programa de Orientação à Gestante” (Cabergs); caminhada do “Programa Viva Coração” (Cassi); aula de pintura do projeto “Terapia Ocupacional” (Assefaz); campanha “Viver com Saúde” (Fundação Pampulha); aula de ginástica do projeto “Terapia Ocupacional” (Assefaz). Contracapa: projeto “Abraçando a Saúde - Caminhada do Idoso” (Funasa-Saúde); aula de ginástica laboral (GEAP); projeto “Primeira Caminhada Ecológica” (Assefaz); palestra do “Grupo de Vida Saudável - Empresarial” (Cassi); atendimento em consultório próprio (Sabesprev); dinâmica de grupo do “Programa Mulher de Corpo e Alma” (Funasa-Saúde). Créditos: material de divulgação das respectivas instituições. Apoio: www.geap.com.br www.roche.com.br