NEGOCIAÇÃO Uma forma de manejar as diferenças Dr. Cleofe Molina DEFINIÇÃO NEGOCIAÇÃO é uma discussão entre duas ou mais pessoas para chegar a algum acordo Na discussão, nenhuma das partes utiliza o poder ou deseja utilizá-lo em seu próprio benefício NEGOCIAÇÃO DE COLABORAÇÃO EFETIVA A chave é: Saber o que a outra pessoa quer Demonstrar a maneira de consegui-lo Ao mesmo tempo que cada um consegue o que quer Adaptado de HERB COHEN, 1985 EXERCĺCIO # 1 COMPROMISSO DO FACILITADOR O que pede e promete em função de um objetivo superior O QUE SOMOS? SOMOS SÓCIOS E TEMOS UM OBJETIVO COMUM ADVERTÊNCIA Seja qual for o tipo de negociação a ser enfrentada, nossa maior e gravíssima desvantagem é: “A FALTA DE PREPARO” POR QUE OS NEGOCIADORES NÃO SE PREPARAM? • Pensam que não há risco, já que “apenas se fala” • A preparação ocupa “muito tempo” • Não conhecem a forma de prepararse bem • Não aceitam metodologias sistemáticas de preparação REQUISITOS DA PREPARAÇÃO • Abrange toda a negociação • Identificar as áreas que podem ser de maior utilidade • Analisar os negociadores da outra parte • Avaliar os cenários possíveis • Usar uma lista de comprovação ELEMENTOS BÁSICOS • • • • • • • Os interesses As opções As alternativas A legitimidade As comunicações As relações Os compromissos OS INTERESSES Os negociadores apreciarão um resultado que satisfaça tanto seus interesses explícitos como seus interesses implícitos: • Coisas que necessitamos • Coisas que nos importam AS OPÇÕES As opções são possíveis acordos ou são partes deles Quanto mais opções sejamos capazes de pôr sobre a mesa, maior será a probabilidade de que uma delas reconcilie nossos interesses de forma satisfatória AS ALTERNATIVAS Um bom resultado deve ser melhor que qualquer outra alternativa presente na mesa de negociações ou fora dela “Todas as alternativas foram consideradas e a decisão tomada é a melhor” A LEGITIMIDADE Não queremos ser tratados de forma injusta e também não queremos fazê-lo com os demais Usaremos normas externas para dar garantias AS COMUNICAÇÕES É imprescindível uma comunicação de via dupla, pois ambos negociadores procuram a maneira de influenciar o outro Devemos prever o que é que queremos escutar e o que vamos dizer AS RELAÇÕES Devemos construir relações que facilitem o acordo Devemos pensar nas pessoas que se sentam na mesa de negociações e na nossa relação permanente com eles OS COMPROMISSOS Devemos pensar nas promessas concretas que, sendo realistas, podemos esperar ou fazer, durante ou no final da negociação “A qualidade do resultado mede-se pelo cumprimento das condições de satisfação” EXERCĺCIO # 2 SOU MESMO UM BOM NEGOCIADOR? Instruções 1. Ler cuidadosamente cada linha 2. Aplicar uma nota na escala 3. Somar os pontos 4. Localizar-se na tabela 5. Reavaliar-se...por via das dúvidas... NEGOCIAÇÃO A verdade... É NECESSÁRIO ESTAR PREPARADO ........................................................... COMO NOS PREPARAMOS? • • • • • Enfoque sistemático História prévia Construção de cenários Análise dos negociadores Dimensionar o melhor resultado a obter por ambas partes • Antecipar conseqüências do acordo INTERESSES Lutaremos entre nós por nossas demandas? Por que quero o que quero? Tenho certeza? Meus assuntos estão priorizados? O que desejaria a outra parte se estivesse no meu lugar? O que eu desejaria se estivesse em seu lugar? OPÇÕES Haverá algum ganhador e perdedor? Ambos têm algo a ganhar? Há interesses compatíveis? Houve chuva de idéias? Estamos chegando a um ponto morto? ALTERNATIVAS Devo chegar a um acordo? Assumi que eles hão de chegar a um acordo? O que farei se não houver acordo? O que farão se não houver acordo? Ele tem mais poder do que eu? Sou o mais poderoso? LEGITIMIDADE Serei assaltado? Serei tratado injustamente? Ajudará se argumento sobre o porquê de minha proposta ser justa para eles? Terei de explicar por que estive de acordo? Eles terão de explicar? Seremos ambos criticados ou apenas um? COMUNICAÇÃO Sei o que quero escutar? Estou disposto a escutar de forma ativa e empática? Minhas mensagens são claras? Pensei na forma de falar para que eles me escutassem? RELAÇÕES Nossa relação é difícil? Será prejudicada com a negociação? Estou na defensiva e agindo como antagonista? É difícil falar de dinheiro? Trata-se de alguém com quem trabalharei no futuro? COMPROMISSO Tenho em claro o tipo de compromisso que posso esperar? Estou próximo do momento de tomar uma decisão? Que outra coisa deve ser feita depois do acordo? Sei quem tem autoridade em suas mãos para comprometer-se? EXERCĺCIO # 3 A GESTÃO DE DESASTRES 1. Formulário individual para sistematizar informações 2. Trabalho grupal para identificar fatores comuns NEGOCIAÇÃO EFETIVA “ Da guerra de posições à cooperação... ...para encontrar um aliado estratégico...” anônimo. NEGOCIAÇÃO EFETIVA 1. O problema 2. O método 3. As variantes 4. Algumas perguntas-chave 5. Algumas conclusões O PROBLEMA “Negociar em base à posições” • Produz acordos insensatos • É ineficiente • Põe em perigo a relação • É pior na relação multilateral • Ser amável não é a solução • Há uma alternativa O MÉTODO • Separar pessoas de problemas • Ver interesses, não posições • Identificar opções de mútuo benefício • Insistir em critérios objetivos SEPARAR AS PESSOAS DO PROBLEMA Os negociadores são pessoas Os interesses do negociador: • O fundo • A forma • O ambiente Não confundir relação com problema Separe o fundo da forma AS VARIANTES São mais poderosos? Entram no jogo? Jogam sujo? O MUNDO DAS PERCEPÇÕES • Coloque-se no lugar do outro • Intenções a partir de seus temores? • Não culpar o outro • Comentar as mútuas percepções • Ser inconsistente com as próprias percepções • Envolvê-los no processo • Ser consistentes com os valores O MUNDO DAS EMOÇÕES • Reconhecê-las e compreendê-las ...as deles e as próprias... • Explicitá-las • Reconhecê-las como legítimas • Que a outra parte desabafe • Não reagir a uma explosão emocional • Os gestos simbólicos O MUNDO DA COMUNICAÇÃO • Sem comunicação = sem negociação • Escute e ...escute com atenção... • Fale para que possa ser entendido • Fale sobre você, não sobre eles • Fale com um propósito... “...MAIS VALE PREVENIR...” • As relações são permanentes • Enfrentar o problema, não a pessoa • Às vezes...mais vale...um conflito... CONCENTRAR-SE NOS INTERESSES • Concentrar-se nos interesses, não nas posições • Os interesses definem o problema • Os interesses podem ser compartilhados e compatíveis OS INTERESSES Como se identificam os interesses? Por quê? Por que não? Qual é o impacto em meus interesses? Há impacto nos interesses grupais? Os interesses múltiplos de cada parte ANTES DA TORMENTA DE IDÉIAS • Definir o propósito • Selecionar os participantes • Desenhar um ambiente informal • Identificar um facilitador DURANTE A TORMENTA DE IDÉIAS • Acomodar os participantes um ao lado do outro • Esclarecer as regras e excluir as críticas negativas • Colocar as idéias em comum • Registrar as idéias de maneira que todos as observem DEPOIS DA TORMENTA DE IDÉIAS • • • • Selecionar as idéias mais prometedoras Acordar a forma de melhorar as idéias mais prometedoras Reservar tempo para avaliar as idéias e decidir Informar os participantes no prazo previsto OS INTERESSES MAIS PODEROSOS SÃO AS NECESSIDADES HUMANAS • Segurança • Bem-estar econômico • Necessidade de pertencer • Reconhecimento • Controle sobre a própria vida CONCENTRAR-SE NOS INTERESSES • Meus interesses • Seus interesses são parte do problema • O problema, depois da resposta • Olhe para frente, não para trás • Seja concreto, mas flexível • Duro com o problema e amável com as pessoas INVENTAR OPÇÕES DE MÚTUO BENEFĺCIO Elementos para o diagnóstico • • • • Opinião prematura A resposta única O tamanho da torta não é fixo A solução do problema deles, não é apenas problema deles ELEMENTOS PARA A INTERVENÇÃO EFICAZ • Separar o ato de inventar opções, do ato de julgá-las • Ampliar as opções em vez de procurar uma resposta única • Procurar benefícios mútuos • Inventar maneiras para facilitar a decisão do outro AMPLIAR AS OPÇÕES • Multiplicar as opções, passando do particular ao geral • Observar através dos olhos de vários especialistas • Inventar acordos de diferente intensidade • Mudar o alcance do acordo proposto PASSOS BÁSICOS PARA INVENTAR OPÇÕES O problema no mundo real • O que ocorre? • Quais são os sintomas? • Quais são os fatos que desagradam? • Qual é a melhor situação? A ANÁLISE TEÓRICA • Classificar sintomas em categorias • Identificar os elementos que faltam • Identificar as barreiras para solucionar o problema O QUE PODE SER FEITO? • Listar as possíveis estratégias de intervenção • Identificar atividades e programas específicos para intervir • Gerar ambientes para acordar as melhores intervenções • Procurar benefícios mútuos BUSCAR BENEFĺCIOS MÚTUOS • Identificar os interesses comuns e complementar as diversidades • Diferenças de interesses, crenças, valorização do tempo, previsões, de aversão ao risco? • Pergunte-lhes o que preferem! • Os acordos baseiam-se nos desacordos QUE OS CRITÉRIOS SEJAM OBJETIVOS O voluntarismo é caro O senso comum e a eqüidade Ser razoável e escutar as razões Nunca ceder diante da pressão Produzir acordos prudentes de forma amistosa RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS • No lugar de quem? • Qual decisão? • Escrever rascunhos de rascunhos • Escrevê-los bem...como se estivéssemos de acordo... AS VARIANTES O que ocorre se são mais poderosos? E se não entram no jogo? E se jogam sujo? O QUE OCORRE SE ELES SÃO MAIS PODEROSOS? Proteger-se • Os custos de utilizar um mínimo • Conheça a Melhor Alternativa a um Acordo Negociado (MAAN) A insegurança de um MAAN pouco Conhecido ou desconhecido Formular um sistema de alarme UTILIZAR AO MÁXIMO SUAS VANTAGENS • Quanto melhor for seu MAAN, maior será seu poder • Encontrar ou inventar seu MAAN • Identificar a melhor idéia e convertê-la em alternativa real • Selecionar a melhor opção • Conhecer o MAAN da outra parte E SE ELES NÃO ENTRAREM NO JOGO? • Concentrar-se nos interesses e não nas posições • Como fazer para que aceite entrar nos interesses? • Utilizar o procedimento baseado em um único texto E SE ELES NÃO ENTRAREM NO JOGO? • Mostrar-se aberto à negociação • Separar as pessoas do problema • Anunciar negociação por princípios • Não desqualificar E SE ELES NÃO ENTRAREM NO JOGO? • Evitar fatos ameaçadores • Não aceitar nem recusar a posição da outra parte • Assegurar uma boa comunicação • As decisões importantes não se tomam imediatamente E SE ELES NÃO ENTRAREM NO JOGO? • Apresentar as razões antes de realizar uma proposta • Apresentar a proposta como UMA alternativa boa para ambas partes • Facilitar a saída à outra parte • Colocar-se no lugar da outra parte • Fechar a negociação com sinais claros de conciliação PROCEDIMENTO BASEADO EM UM ÚNICO TEXTO Requer um mediador: • Com autoridade reconhecida • Que reúne as necessidades e interesses das partes • Propõe uma lista dos interesses de cada um • Entrega propostas sucessivas • Entrega a proposta final para um SIM ou um NÃO QUANDO A OUTRA PARTE JOGA SUJO As ferramentas sujas: • Mentiras • Violência psicológica • Táticas de pressão • Ilegais • Não éticas • Desagradáveis QUANDO A OUTRA PARTE JOGA SUJO As reações: • Tolerância • As mesmas ferramentas Os resultados: • Uma das partes se rende • Ruptura das negociações QUANDO A OUTRA PARTE JOGA SUJO • • • • • Reconhecer a táctica Explicitar o problema Separar a pessoa do problema Concentrar-se nos interesses Inventar opções de mútuo benefício • Usar critérios objetivos ALGUMAS TÁTICAS ENGANOSAS Engano deliberado • • • • Informação falsa Autoridade ambígua Intenções duvidosas Algo menos que a verdade total não é o mesmo que uma mentira ALGUMAS TÁTICAS ENGANOSAS Guerra psicológica • Situações pessoais e ambientais tensas • Ataques pessoais • O jogo do bom e do mau • Ameaças ALGUMAS TÁTICAS ENGANOSAS • • • • • • Táticas de pressão Negativa a negociar Exigências exageradas e crescentes Táticas de entrincheiramento O sócio incomovível Demoras premeditadas Tome-o ou deixe-o