XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. O PROCESSO DIDÁTICO NA AÇÃO DOCENTE Ana Paula de Siqueira Souza1, Iris Priscila Lins de Andrade2, Paula Dannyelly Coelho Rodrigues3, Hannah Caroline Souza Barros Cavalcanti4, Catarina Souza5 Introdução O presente artigo tem como objetivo a investigação da ação docente no processo didático, como se dá o ensino e a aprendizagem em sala de aula. Analisamos o processo didático a partir de quatro dimensões: ensinar; aprender; pesquisar e: avaliar. Para entender o processo didático, é necessário vincular professor e aluno mediado pelo conhecimento e permeado pelas intencionalidades sociopolíticas e pedagógicas. Para Veiga (2004) há uma separação entre ensinar e aprender, graças à fragilidade que ocorre no processo didático. Partindo desta separação, cabe a responsabilidade ao professor ensinar procurando articular os saberes que os alunos já possuem, com os novos saberes e práticas, e ao aluno aprender. Veiga ainda ressalta que ensino é também um ato interpessoal, intencional e flexível conectado ao seu contexto social mais amplo, estando este conectado com os pares didáticos: ensinar a ensinar, ensinar a aprender, ensinar a pesquisar e ensinar a avaliar. Ensinar a ensinar significa construir, desencadear uma ação inovadora entre o professor e alunos. É a tarefa-chave do professor, ou seja, garantir a organicidade e coerência ao processo de ensino. Ensinar a aprender é uma relação entre o papel orientador do professor e a auto-atividade do aluno. É mostrar os caminhos e também orientar o aluno para que desenvolva uma atividade crítica que lhe permita compreender o mundo que o rodeia. A autora defende que a finalidade do ensino é provocar aprendizagem, e que estas duas dimensões estão inteiramente ligadas uma a outra. Ensinar a pesquisar significa estimular à criatividade, o espírito investigativo, a curiosidade. É o ponto de partida e de chegada da apreensão da realidade. Ensino e pesquisa podem e devem ser dimensões complementares e estas se entrelaçam nas outras dimensões, (no aprender e no avaliar). Ensinar a avaliar significa compreender a avaliação direcionada para o diagnóstico da qualidade dos resultados a serem atingidos. A autora diz que a avaliação está a serviço e acompanha o processo de aprendizagem. Para ela, ensino e pesquisa podem e devem ser dimensões complementares e estas se entrelaçam nas outras dimensões, (no aprender e no avaliar). Veiga também chama a atenção no texto para três características básicas do ensino, sendo elas: o ensino exige apreensão de realidade; o ensino é compreendido como processo que se articula à aprendizagem; e o ensino é a prática social específica que determina o desenvolvimento social e cognitivo dos alunos, sujeitos da aprendizagem. Sob o tema “Aprender com autonomia”, Reboul (1982) diz que o verbo aprender não é passivo, visto que, para aprender é necessário, informar-se, exercitar-se, instruir-se, então ele traz várias formas de aprendizado, imitação, por repetição, por ensaio ou erro, e, segundo o dicionário Michaelis, Aprender significa: Ficar sabendo, reter na memória, tomar conhecimento de: Quanto a Autonomia: Deve ser entendida como independência intelectual. Para ZABALZA “(...) o papel principal do aluno na construção de sua própria aprendizagem e redefinindo o papel docente como uma fonte essencial de apoio e facilitação do processo como um todo.” (2004, P. 196). Ou seja, aprender com autonomia, significa reter na memória um enunciado de ideias novas e saber pensar com clareza sem indução de outrem. É um processo ativo que ocorre no aluno e sofre sua influência. É importante o conhecimento do professor, pois dele depende o resultado da aprendizagem, ou seja, pela sua produção, veem-se os resultados. Esses resultados serão os caminhos seguidos pelo aluno. Para que tenha um resultado esperado, é de suma importância o professor saber estimular o educando a interpretar e compreender a realidade; mudar a compreensão que se tem reconfigurando constantemente conhecimentos através da interação com o ambiente. Orientar para aprendizagem significa também compreendê-la como processo de construção permanente e se desenvolve num contexto de relações, não isoladamente. 1 Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Garanhuns. Av. bom pastor s/n Boa Vista, Garanhuns-PE. E-mail: [email protected]. 2 Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Garanhuns. Av. bom pastor s/n Boa Vista, Garanhuns-PE. E-mail: [email protected]. 3 Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Garanhuns. Av. bom pastor s/n Boa Vista, Garanhuns-PE. E-mail: [email protected]. 4 Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Garanhuns. Av. bom pastor s/n Boa Vista, Garanhuns-PE. E-mail: [email protected]. 5 Docente do Curso de Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Garanhuns. Av. bom pastor s/n Boa Vista, Garanhuns-PE. E-mail: [email protected] XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. Alguns fatores influenciam na aprendizagem, entre eles o conjunto de capacidades e habilidades que os alunos tem; O professor fortalece trabalhando conhecimento e formação. A prática é outro fator que leva à aprendizagem. Há três aspectos da prática; instrução, apoio e repouso. Esses três aspectos orientam o trabalho solicitado e as condições de realiza-lo. Percepção dos alunos quanto a tarefa e dos processos instrutivos com a aprendizagem; Relação professor/aluno. A expectativa mútua tem forte influência no indivíduo; Habilidade, esforço e êxito. Outro aspecto essencial para aprendizagem é a Atenção, assim, o aprendizado será real e significativo, e “os professores não podem desconsiderá-lo.” O texto fala da importância do Feedback, ou seja, do retorno mútuo, que entra como reforço tanto no cognitivo, como emocional. Daí ele cita as várias formas do processo de aprendizagem: Aprender a ensinar; não consiste em simples armazenamento de informações, implica capacidade de selecionar, organizar o conhecimento e interagir nas atividades; Aprender a aprender; incorporar novas modalidades baseadas no trabalho, nos estágios, na parceria formativa e realização de projetos; Aprender a pesquisar; tornar a pesquisa um hábito, inclusive na sala de aula. É investigar com o objetivo de produzir conhecimento. Aprender a pesquisar pelas situações vividas na sala de aula, pela experiência. Motivar e instrumentar os alunos para que assumam sua experiência educativa como fonte de conhecimento; Aprender a avaliar. O prazer de aprender é enriquecido quando o aluno passa a compreender sua aprendizagem como processo vivido. Aprender a avaliar implica relação extrema de confiança e cumplicidade entre aluno e professor. “Quanto mais o processo de aprendizagem ficar sob o controle do aluno, melhor será sua motivação e seu desenvolvimento nos trabalhos que lhe são propostos” (ZABALTA, 2002, P. 214) O aprender com autonomia é um conjunto, onde, alguém instrui, mostra os caminhos e o aprendiz vê esses caminhos, entende, mas, cabe ao aluno escolher qual o caminho escolherá, e, saberá ver, pensar, decidir, mas, não é um processo solitário, é um processo mútuo. Material e Métodos Para a realização da pesquisa, utilizamos uma pesquisa de campo, através de entrevista direcionada a duas educadoras de uma escola da rede municipal de Garanhuns, agreste de Pernambuco e observação em sala de aula. A sala de aula pesquisada era um 1º ano que consistia de 25 alunos, sendo 12 meninos e 13 meninas, dentre os meninos, um surdo. Resultados e Discussões O estudo realizado nos abriu a oportunidade para uma investigação mais aprofundada, visto serem muitos os fatores que contribuem para o aprendizado, notamos a necessidade de estudos sobre a formação continuada na área abordada, e maior envolvimento da família com o tema. Agradecimentos Aos professores, estudantes e pais que se disponibilizaram a participar da pesquisa realizada, e, a orientadora Catarina Souza. Referências DEPRESBITERIS, Léa. O desafio da avaliação da aprendizagem: dos fundamentos a uma proposta inovadora. São Paulo: EPU, 1989. GOMES, Annatália Meneses de Amorim. Discurso didático: do tradicional ao contemporâneo. Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico (FUNCAP), Brasil. MICHAELIS, moderno dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998. REBOUL, Olivier . O Que É Aprender. Coimbra, Portugal: Livraria Almedina. 1982. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. As dimensões do processo didático na ação docente. In: Conhecimento local e conhecimento universal: pesquisa, didática e ação docente. ROMANOWSKI, Joana Paulin; MARTINS, Pura Lucia Oliver; JUNQUEIRA, Sergio R. A. (Orgs.) Curitiba: Champagnat, 2004. RIBEIRO, Elizabete Aparecida Garcia. Avaliação formativa em foco: concepção e características no discurso discente. Mestrado em educação. Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2011. ROMANOWSKI, J. P.; MARTINS, P. L. O.; JUNQUEIRA, S. R. A. (Orgs.) Conhecimento local e conhecimento universal: pesquisa didática e ação docente. Curitiba: Champagnat, 2004. SILVEIRA, Regina Lúcia Barros Leal da. Universidade de Fortaleza, Brasil. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. As dimensões do processo didático na ação docente. In: Conhecimento local e conhecimento universal: pesquisa, didática e ação docente. Figura 1. Aula de ciências Figura 03. Alunos surdo mostrando o que aprendeu Figura 5. Professora divide estudantes em grupos para atividades Figura 2. Mesma aula sendo interpretada para Libras Figura 4. Cartas como instrumentos para as crianças relacionarem com o conteúdo