ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ALGARVE CURSO BIETÁPICO EM ENGENHARIA CIVIL 2º ciclo – Regime Diurno/Nocturno Disciplina de COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA Ano lectivo de 2007/2008 - 1º Semestre Integrais de linha. 1. Utilizando integrais de linha, calcule o perímetro de uma circunferência de raio a . 2. Utilizando integrais de linha, calcule o comprimento da linha formada por um arco da parábola y = x 2 de (0, 0) a (1,1) e rectilíneo de (1,1) a (1, 2) . xy 2 ds para γ dado por x = cos t , y = sen t e 0 ≤ t ≤ 3. Calcule γ π 2 . f ds onde f ( x, y ) = 2 x − y , ao longo dos caminhos: 4. Calcule γ 4.1) Rectilíneo percorrido de A ≡ (0,0) para B ≡ (1,1) ; 4.2) Rectilíneo percorrido de B ≡ (1,1) para A ≡ (0,0) ; 4.3) γ ≡ x = y 2 percorrido de A ≡ (0,0) para B ≡ (1,1) . f ds , para f ( x, y ) = xy com γ ≡ y = 1 − x 2 , desde A ≡ (0,1) até B ≡ (1,0) . 5. Calcule γ 6. Calcule (0,2,3) (2,1,0) ( x 2 y + z ) ds , ao longo de um segmento de recta. (1,0,2π ) 7. Calcule (1,0,0) ( x + y + z ) ds , ao longo da hélice cilíndrica de equações paramétricas x = cos t , y = sen t e z = t . 8. Calcule xy + y 2 ds , ao longo de y = x . ( −1,1) x 2 + 1 (2,2) 9. Calcule γ { } f ds com γ ≡ ( x, y ) : ( y = x 2 ∨ y = 4 ) x ∈ [ −2, 2] e f ( x, y ) = x − y . f ds ,para f ( x, y ) = x + y 2 e γ ≡ ∆ABC , onde A ≡ (2,0) , B ≡ (0,2) e C ≡ (0,0) . 10. Calcule γ 11. Suponha que a configuração de um fio é dada pela equação y = 25 − x 2 e que a densidade de massa do mesmo é ρ ( x, y ) = 15 − y . Calcule a massa do fio. ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL 1/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 12. Calcule a massa de um fio circular com equação y = 9 − x 2 com 0 ≤ x ≤ 3 se a densidade do mesmo for dada por ρ ( x, y ) = x y . 13. Calcule a massa de um fio com forma de um hélice com equações paramétricas x = 3cos t , π kx y = 3sin t e z = 4t com 0 ≤ t ≤ , sendo a função de densidade ρ ( x, y ) = ( k > 0 ). 2 1 + y2 14. Seja γ um fio de um material cuja densidade de massa é dada por ρ ( x, y ) = 1 , com 1 + x2 + y2 a configuração de uma espiral descrita pelo caminho r (t ) = (t cos t , t sin t ) t ∈ [ 0, 4π ] . Calcule a massa e o centro de massa do fio. 15. Seja γ ⊂ 3 um fio de um material com a configuração de uma hélice cilíndrica descrita pelo caminho r (t ) = (cos t ,sin t , t ) t ∈ [ 0, 4π ] , sendo a densidade de massa dada por ρ ( x, y, z ) = z . Calcule o momento de inércia de γ relativo ao eixo do z. 16. Calcule o trabalho realizado por F ( x, y ) = ( x + y, x 2 − 2 y ) ao longo de um caminho rectilíneo desde: 16.1) A = (0, 0) a B = (3,1) ; 16.2) B = (3,1) a A = (0, 0) . xydx + x 2 dy se: 17. Calcule γ 17.1) γ consiste dos segmentos rectilíneos de (2,1) a (4,1) e de (4,1) a (4,5) ; 17.2) γ é o segmento rectilíneo entre (2,1) e (4,5) ; 17.3) γ é dado por x = 3t − 1 e y = 3t 2 − 2t com 1 ≤ t ≤ 18. Calcule 19. Calcule (0,0) ( −1,1) ( x 2 + y 2 )dx − ydy , ao longo da curva de equação cartesiana ( x + 1) 2 + y 2 = 1 . ( 2 , −1) ( 5,1) 5 . 3 ( y − 1)dx + ( x − 2)dy , ao longo da curva 4 x 2 + 9 y 2 − 16 x − 18 y − 11 = 0 . 20. Considere o campo vectorial F ( x, y ) = (3 + 2 xy ) e1 + ( x 2 − 3 y 2 ) e23 . 20.1) Verifique se é um campo conservativo. 20.2) Calcule do trabalho realizado pelo campo vectorial para mover uma partícula ao longo da curva γ ≡ y = 4 − x 2 entre (2, 0) e (0, 4) . 20.3) Determine o trabalho realizado pelo campo vectorial para mover uma partícula ao longo a curva γ ≡ x 2 + y 2 = 4 . APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 2/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 21. Mostre que F ( x, y, z ) = 2 xyz e1 + (x 2 z + z 2 )e2 + (x 2 y + 2 yz )e3 é um campo gradiente. Aproveite o resultado para calcular (1, 0 , −1) (1, 5 , 0 ) F | dr , (1,1,1) ( 01, −2 ) F | dr e γ F | dr . ( ) F | dr , com γ ≡ [ AB ] , A ≡ (1,1,1) , B ≡ (2,1,3) e F ( x, y, z ) = 2 x + z ,−3 y 2 , x , depois 22. Calcule γ de demonstrar que o campo a integrar é um campo gradiente. 23. Mostre que F ( x, y ) = ( 2 x + y 3 ) e1 + ( 3 xy 2 + 4 ) e2 é um campo conservativo e calcule ( 2, 3) ( 0 ,1) F | dr . Verifique que o integral não depende da trajectória, calculando-o segundo algumas trajectórias à escolha. (x − 2 y )dx + (2 x − y )dy , 24. Calcule quando o gráfico do caminho é o ∆OAB com triângulo γ O = (0,0) A = (1,0) B = (1,2) e o sentido é o indicado pela sequência dos vértices. xdx + ydy , sabendo que entre O = (0,0) e A = (1,1) o caminho tem a equação 25. Calcule γ cartesiana ( x − 1) 2 + y 2 = 1 e que é rectilíneo entre A e B = (2,0) e entre B e O , no sentido horário. 26. Utilizando o teorema de Green no plano, determine a área da região limitada pela elipse de equação x2 y2 + = 1. a2 b2 27. Verifique o teorema de Green quando é percorrido, no sentido directo o triângulo ∆ [OAB ] , com O ≡ (0,0) , A ≡ (a,0) , B ≡ (0, b) ( a, b > 0) e F ( x, y ) = − y e1 + x e2 . APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 3/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Caminhos e linhas – resumo da teoria Seja r (t ) : I ⊂ → n uma função vectorial contínua (todas as suas funções coordenadas são contínuas) em I = [ a, b ] . À medida que a variável independente t percorre I, os correspondentes valores da função r (t ) = ( x1 = r1 (t ),..., xn = rn (t )) (o vector posição de um ponto P) percorrem um conjunto de pontos de ou, em 3 n que constituem o seu contradomínio. Se a função tomar valores em 2 , , é possível visualizar geometricamente esse contradomínio (que pode ser considerado como o gráfico de r (t ) ). Exemplo: Seja r (t ) : I ⊂ → 2 , r (t ) = (r1 (t ), r2 (t )) , com t ∈ I = [ a, b ] , então, pode imaginar-se Definição: À função vectorial contínua r : I ⊂ chama-se caminho ou trajectória em n → n , I = [ a, b ] , r (t ) = ( x1 = r1 (t ),..., xn = rn (t )) , entre dois pontos r ( a) = A (ponto de inicial ou de partida) e r (b) = B (ponto de chegada ou final) os extremos do caminho. O contradomínio de um caminho chama-se curva ou linha, γ , descrita pelo caminho, isto é, se r (t ) = ( x1 = r1 (t ),..., xn = rn (t )) e t ∈ [ a, b ] , chama-se linha ao conjunto de pontos de n , cujas coordenadas são definidas pelas equações x1 = r1 (t ),..., xn = rn (t ) ( r (t ) , pode ser visto como uma expressão das coordenadas de γ ). Diz-se, portanto, que γ ≡ r (t ) é a linha representada por r (t ) , e que r (t ) é uma representação paramétrica da linha γ . As equações x1 = r1 (t ),..., xn = rn (t ) são as equações paramétricas do caminho (e da linha por ele descrita), t ∈ I designa-se por parâmetro da representação paramétrica e I = [ a, b ] é o intervalo paramétrico. Repare-se que A = r (a ) e B = r (b) são pontos da linha descrita pelo caminho. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 4/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha A equação r (t ) = r1 (t )e1 + ... + rn (t )en chama-se a equação vectorial do caminho (e da linha por ele descrita). E as n − 1 equações que se obtém do sistema que envolve as equações paramétricas por eliminação do parâmetro t, são as equações cartesianas. Exemplo: Seja r (t ) : I ⊂ → 2 a função definida por r (t ) = (1 − t 2 , 2t 2 − t 4 ) e I = [0,1] . Uma vez que a função r (t ) é contínua em I, o contradomínio de r (t ) é a linha descrita por r (t ) , para se fazer a sua representação gráfica, elimina-se o parâmetro t visando a obtenção uma equação (cartesiana) em x e y. Neste exemplo, uma vez que r (t ) = x(t ) = 1 − t 2 y (t ) = 2t 2 − t 4 , resulta, t2 = 1− x y = 2(1 − x) − (1 − x)2 y = 1 − x2 . Ou seja, a linha descrita por r (t ) é a parábola de equação y = 1 − x 2 (o contradomínio de r (t ) ). Repare-se que r (t ) pode ser interpretado como a expressão geral das coordenadas da parábola. Como, t ∈ [0,1] , o ponto inicial é r (0) = (1, 0) e o ponto final r (1) = (0,1) . Portanto, o gráfico de r (t ) = (1 − t 2 , 2t 2 − t 4 ) para t ∈ [0,1] , é a secção do gráfico de y = 1 − x 2 entre o ponto inicial (1,0) e ponto final ( 0,1) . A orientação é feita no sentido crescente de y . Esta linha admite outras parametrizações, por exemplo, r (t ) = (t ,1 − t 2 ) e t ∈ [0,1] , neste caso a orientação é feita no sentido crescente de x. Repare-se que os caminhos (e a linha por eles descrita) têm orientação segundo o sentido para a qual o parâmetro está a crescer. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 5/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Definição: Um caminho r : I ⊂ → n diz-se regular no intervalo I = [ a, b ] , se admite derivada contínua não nula no intervalo aberto ]a, b[ . Definição: Um caminho r : I ⊂ → n diz-se seccionalmente regular se for possível decompor o intervalo I num número finito de subintervalos, em cada um dos quais r regular. Definição: Uma linha γ ⊂ n é regular (seccionalmente regular) se admite uma representação paramétrica regular (seccionalmente regular), isto é, se existe um caminho regular (seccionalmente regular) que representa parametricamente γ . A linha γ = γ 1 γ 2 não é regular ( r tem derivada nula no ponto ( x0 , y0 ) ) no entanto γ é seccionalmente regular, isto é, γ é regular nas secções (troços) γ 1 e γ 2 . Definição: Sejam r1 : I → n e r2 : J → n dois caminhos de n . Estes caminhos dizem-se equivalentes se existe uma função ϕ : I → J ( ϕ ( I ) = J ), bijectiva e continuamente diferenciável, tal que ϕ ′(t ) ≠ 0 para t ∈ I e r1 (t ) = r2 [ϕ (t )] . Se ϕ ′(t ) > 0 diz-se que os caminhos têm o mesmo sentido, isto é, ϕ preserva o sentido; se ϕ ′(t ) < 0 diz-se que os caminhos têm sentidos opostos (são inversos), isto é, ϕ inverte o sentido. Exemplo: Considere-se um segmento de recta (linha) contido na recta de equação y = 2 x + 1 . Se o segmento for percorrido de A ( 0,1) para B (2,5) , pode ser descrito pelo caminho r1 : [ a, b ] → 2 , r1 (t ) = A + t AB = A + t ( B − A) = (0,1) + t (2, 4) = (2t ,1 + 4t ) , onde AB é um vector director da recta que passa por [ AB ] . Para se calcularem os pontos a (ponto de inicial) e b (ponto final) resolvem-se as equações, APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 6/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha e r1 (a ) = A ⇔ (2a,1 + 4a ) = (0,1) a = 0, r1 (b) = B ⇔ (2b,1 + 4b) = (2,5) b = 1, tem-se, portanto, r1 (t ) : [ 0,1] → 2 pode verificar-se que [ AB ] é a imagem de r1 (t ) em 2 . Se este segmento for percorrido em sentido inverso ao anterior, isto é, se estiver orientado de B (2,5) para A ( 0,1) , pode ser parametrizado pelo caminho r2 : [ a, b ] → 2 , r2 (t ) = B + t BA = B + t ( A − B ) = (2,5) + t (−2, −4) = (2 − 2t ,5 − 4t ) . Sendo e r2 (a ) = A ⇔ (2 − 2a, 5 − 4a ) = (2,5) a = 0, r2 (b) = B ⇔ (2 − 2b,5 − 4b) = (0,1) b = 1, tem-se, portanto, r2 (t ) : [ 0,1] → 2 pode verificar-se que [ AB ] é a imagem de r2 (t ) em 2 . Neste exemplo, ilustrou-se a mesma linha (o segmento) descrita por dois caminhos, dependendo da orientação desejada, por este motivo a um caminho também se costuma chamar linha orientada. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 7/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Uma vez que, r1 (t ) = r2 [ϕ (t )] ⇔ (2t ,1 + 4t ) = (2 − 2ϕ (t ),5 − 4ϕ (t )) existindo ϕ (t ) bijectiva, tal que 2t = 2 − 2ϕ (t ) 1 + 4t = 5 − 4ϕ (t ) ϕ (t ) = 1 − t , ϕ ′(t ) = −1 para t ∈ I = [ 0,1] e r1 (t ) = r2 [ϕ (t )] , os caminhos são equivalentes, como ϕ ′(t ) < 0 têm sentidos opostos. Outra parametrização é, por exemplo, r3 (t ) = (t , 2t + 1) e t ∈ [0, 2] (exercício!). Portanto, os caminhos r1 (t ) , r2 (t ) e r3 (t ) são equivalentes (exercício!). Definição: Diz-se que o caminho r2 (t ) é inverso a outro caminho r1 (t ) (ou, que tem sentido ou orientação opostos ao de r1 (t ) ), quando existe uma correspondência biunívoca completa entre os pontos de ambas, mas o ponto inicial (final) de um é o ponto final (inicial) do outro. Se γ for a linha descrita pelos dois caminhos, uma vez que estes são inversos, convenciona-se que − γ representa a linha orientada em sentido inverso. Se r1 (t ) , t ∈ [ a, b ] define um caminho entre o ponto inicial A = r (a ) e o ponto final B = r (b) , então o caminho de equação vectorial r2 (t ) = r1 (a + b − t ) com t ∈ [ a, b ] é inverso a r1 (t ) , contudo, estes dois caminhos têm o mesmo intervalo paramétrico, sendo r2 (a ) = r1 (b) e r2 (b) = r1 (a ) (exercício!). Também é inverso a r1 (t ) , o caminho r3 (t ) = r1 (−t ) , t ∈ [ −b, −a ] , sendo r3 (−a ) = r1 (a ) e r3 (−b) = r1 (b) (exercício!). Definição: Quando A = r (a ) = B = r (b) , o caminho e a linha que ele descreve dizem-se fechados. Se um caminho não é fechado diz-se aberto. Definição: Um caminho diz-se simples se r (t1 ) ≠ r (t2 ) , ∀t1 ≠ t2 ∈ I , isto é, se não assume o mesmo valor em quaisquer dois pontos distintos, excepto, possivelmente, se t1 = a e t2 = b , no caso do caminho ser fechado. Se r (t1 ) = r (t2 ) = ... = r (tm ) com t1 ≠ t2 ≠ ... ≠ tm dizemos que o ponto tem multiplicidade m. Uma linha diz-se simples se existe um caminho simples que a descreve. Definição: Designa-se por linha de Jordan o contradomínio de um caminho fechado e simples, isto é, as linhas fechadas e simples recebem o nome de linhas de Jordan. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 8/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Exemplo: A elipse é uma linha de Jordan, a Lemniscata não é uma linha de Jordan pois, apesar de ser fechada não é simples. Exemplo: Representação gráfica da curva parametrizada por r (t ) = (3cos t , 2sen t ) para t ∈ [0, 2π ] .Como x = 3cos t e y = 2sen t , da fórmula fundamental da trigonometria, resulta x cos t + sen t = 1 ⇔ 3 2 2 2 y + 2 2 = 1, que é a equação de uma elipse, centrada na origem com semi-eixos a = 3 e b = 2 . Como para t = 0 e t = 2π , x = 3 e y = 0 , os pontos inicial e final coincidem A = B = (3, 0) . Assim, o gráfico de r (t ) = (3cos t , 2sen t ) para t ∈ [0, 2π ] é uma elipse com orientação no sentido directo (contrário aos ponteiros do relógio) Infelizmente, uma parametrização pode, só por si, não definir uma curva orientada. Exemplo: Cálculo da equação cartesiana de r (t ) = (cos 2t , cos t ) para t ∈ [0, 2π ] . Como x = cos 2t e y = cos t , da fórmula cos 2t = 2 cos 2 (t ) − 1 resulta cos 2t = 2 cos 2 (t ) − 1 ⇔ x = 2 y 2 − 1 , que é a equação de uma parábola cujo eixo é o eixo das abcissas e vértice no ponto x = −1 . Como r (0) = (1,1) , r ( π2 ) = (−1, 0) , r (π ) = (1, −1) , r ( 32π ) = (−1, 0) e r (2π ) = (1,1) , o pontos inicial e final coincidem (1,1) , como a curva não é fechada, a orientação não está bem definida. Inicia em (1,1) vai até (−1,1) e depois volta a (1,1) . Como exercício, parametrize esta curva de maneira a que a orientação seja bem definida. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 9/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Integrais de linha em campo escalares – resumo da teoria O integral de linha é uma generalização do integral simples de Riemann. Nestes, o intervalo de integração [ a, b ] é substituído por uma linha e a função integranda é um campo escalar ou vectorial definido e limitado nessa linha. Caso, o caminho descreva um dos eixos (linha) e a função a integrar dependa apenas da variável correspondente, os dois integrais se identificam, sem restrições. f : Df ⊆ Definição: Seja r : [ a, b ] → n n → um campo escalar, onde D f é um conjunto aberto, e um caminho de classe C 1 que representa a linha γ ⊂ D f . Define-se integral de linha do campo escalar f ao longo do caminho r , em ordem ao comprimento de arco, como sendo fds = γ B fds = A b f (r (t )) r ′(t ) dt . a Caso A = B , isto é, r (a) = r (b) (a linha é fechada) e o integral chama-se uma circulação de f ao longo de γ e representa-se por fds e faz-se, no caso de linhas planas e salvo indicação, no γ sentido positivo ou directo, isto é, contrário ao dos ponteiros do relógio. No caso particular de γ ser um segmento de recta unindo (a, 0) a (b, 0) , tomando x como parâmetro, uma parametrização de γ , é r (t ) = r1 (t ) = x = t r2 (t ) = y = 0 dx =1 dt dy =0 dt dx = dt com t ∈ [a, b] . O integral de linha correspondente é fds = γ b f (r (t )) r ′(t ) dt = a b f ( x, y ) a dx dt 2 dy + dt 2 dt = b f (t , 0)dt = a b f ( x, 0)dx , a ou seja, o integral de linha reduz-se a um integral simples. As propriedades dos integrais de linha em campos escalares são as dos integrais simples. Em particular: 1. (α f + β g )ds =α fds + β gds , ∀α , β (propriedade de linearidade); γ γ fds , se γ 1 γ 2 = ∅ (propriedade de aditividade). fds = fds + 2. γ 1 ∪γ 2 γ1 γ γ2 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 10/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Os integrais de linha em campos escalares têm uma série de aplicações. A sua interpretação física depende da interpretação física da função integranda, por exemplo: • Comprimento de uma linha Considere-se uma linha regular entre os pontos A e B, representada parametricamente pela equação vectorial r (t ) = x1 (t )e1 + x2 (t )e2 + ... + xn (t )en de classe C1 , com t ∈ [ a, b ] , r (a ) = A e r (b) = B , o comprimento ou perímetro da linha γ (e do caminho que a descreve) é s = ds = γ desde que r ′(t ) = ∂x1 ∂t 2 ∂x2 + ∂t 2 b r ′(t ) dt a ∂xn + ... + ∂t 2 , seja integrável no intervalo [ a, b ] (ou seja, r (t ) é rectificável, a curva tem comprimento finito). fds representa o comprimento da linha γ . Portanto, fazendo f (r (t )) = 1 o integral de linha γ Um caso particular, é quando y = f ( x) uma f.r.v.r. sendo uma parametrização r (t ) = te1 + f (t )e2 e r ′(t ) = 1 + ( f ′(t ))2 , o comprimento linha dado por s = ds = γ • b 1 + ( f ′(t )) 2 dt . a Massa de um fio Supondo que ρ : Dρ ⊂ n → representa a densidade de massa por unidade de comprimento de material que constitui um fio com a configuração de um caminho r : [ a, b ] → n , supõe-se que a linha representa um fio de espessura desprezável. Então, a massa, M, do fio é dada pelo o integral de linha de ρ , B b A a M = ρ ds = ρ ds = ρ (r (t )) r ′(t ) dt . γ fds da a massa da linha γ . Neste caso, quando f ( x ) = ρ ( x ) = densidade, o integral de linha γ APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 11/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha • Centro de massa Seja ρ : Dρ ⊂ n → a densidade de massa por unidade de comprimento de material que constitui um fio com a configuração de um caminho r : [ a, b ] → f ( x) = n e seja 1 xi ρ ( x ) , i = 1, 2,..., n . M O centro de massa do fio é o ponto de coordenadas ( x1 , x2 ,..., xn ) calculadas da seguinte maneira xi = 1 M xi ρds = γ b 1 ri (t ) ρ (r (t )) r ′(t ) dt , i = 1, 2,..., n . M a Se a densidade é constante, diz-se que o fio é uniforme (ou homogéneo) e designa-se o centro de gravidade (de massa) por centroide. Se o fio, além de uniforme, for simétrico em relação a um eixo ou a um plano, o centroide existe nestes. • Momento de inércia O momento de inércia de um fio (da linha γ ) em relação a um dado eixo (ou a um plano ou a um ponto) é o integral de linha da função f ( x ) = ρ ( x )d 2 ( x ) , ou seja, b I = ρ d ds = ρ (r (t ))d 2 (r (t )) r ′(t ) dt , 2 γ a onde d representa a distância do ponto genérico do fio ao eixo (ao plano ou ao ponto) e ρ é a densidade. Em particular, os momentos de inércia em relação aos eixos xx´, yy´, ou zz´ e à origem são, respectivamente, I x = ρ ( y 2 + z 2 )ds , I y = ρ ( x 2 + z 2 )ds , I z = ρ ( x 2 + y 2 )ds e I 0 = ρ ( x 2 + y 2 + z 2 )ds . γ γ γ γ APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 12/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Integrais de linha em campos escalares – possível resolução dos exercícios 1. Cálculo do perímetro de uma circunferência de raio a, utilizando integrais de linha. ds = Resolução: O perímetro de uma circunferência é dado pelo integral de linha γ b r ′(t ) dt . É a intuitivo que o perímetro em questão é independente do centro, assim, considere-se a circunferência x 2 + y 2 = a 2 , C (0, 0) e r = a . Esta circunferência pode ser parametrizada por r (t ) = (r1 (t ) = x(t ), r2 (t ) = y (t )) = (a cos t , asen t ) = a cos te1 + asen te2 donde t ∈ [ 0, 2π ] . r ′(t ) = −asen te1 + a cos te2 = (− asen t , a cos t ) e r ′(t ) = a 2 cos 2 t + a 2 sen 2 t = a = r . Consequentemente, o perímetro de uma circunferência de raio a, é ds = γ b a r ′(t ) dt = 2π 0 2π adt = a t 0 = a (2π − 0) = 2aπ ( r = a ). 2. Cálculo do comprimento da linha formada por um arco da parábola y = x 2 de (0, 0) a (1,1) e rectilíneo de (1,1) a (1, 2) , utilizando integrais de linha. Resolução: Considerando A = (0, 0) , B = (1,1) e B = (1, 2) , o gráfico de γ é o seguinte APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 13/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Como se pode ver a linha não é regular, não se consegue descrevê-la utilizando uma única parametrização. Contudo, é seccionalmente regular, considerando γ = γ 1 γ 2 , é possível descrevê- la, utilizando uma única parametrização para cada uma das secções (troços). Pelas propriedades dos integrais de linha, o comprimento de γ pode ser obtido através de ds = ds + ds . γ • γ1 γ2 Troço AB . A orientação do troço é no sentido crescente de x, considere-se x = t . Assim, uma parametrização é γ 1 : r1 (t ) = (t , t 2 ) e t ∈ [0,1] , donde r ′(t ) = (1, 2t ) e r ′(t ) = 1 + 4t 2 . O comprimento de γ 1 , é ds = γ1 1 1 + 4t 2 dt 1, 4789 . Calcule-se este integral, através da 0 seguinte mudança de variável 1 + 4t 2 = 2t + u t= como 1− u2 4u 1 + 4t 2 = 2t + u 1 + 4t 2 = 1+ u2 dt u2 +1 , donde =− 2u du 4u 2 u = 1 + 4t 2 − 2t t =1 u = 5 −2 t =0 u =1 vem 1 0 1 + 4t 2 dt = 5 −2 1 u2 + 1 1 + u2 1 × − du = − 2 5 − 2 < 1 2u 8 4u 1 =− 8 = • 1 5 −2 u 4 + 2u 2 + 1 du = 5 −2 u3 1 2 1 1 u2 1 u + + 3 du = − + 2 ln u − 2 u u 8 2 2u 1 1 5 − ln 2 4 ( 5−2 ) 1 = 5 −2 1, 4789. Troço [ BC ] . A orientação do troço é no sentido crescente de y, considere-se y = t . Assim γ 1 : r1 (t ) = (1, t ) e t ∈ [1, 2] , donde r ′(t ) = (0,1) e r ′(t ) = 1 . 1 O comprimento de γ 2 , é ds = dt = 1 . γ1 0 Consequentemente, o perímetro da linha γ é ds = ds + ds γ γ1 1, 4789 + 1 2, 4789 . γ2 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 14/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha xy 2 ds para γ dado por x = cos t , y = sen t e 0 ≤ t ≤ 3. Cálculo de γ π 2 . π parametriza a curva γ , que 2 é, portanto, regular. Considerando a fórmula fundamental da trigonometria, vem Resolução: A equação r (t ) = cos te1 + sin te2 = (cos t ,sin t ) t ∈ 0, cos 2 t + sen 2 t = 1 ⇔ x 2 + y 2 = 1 , para t = 0 r (0) = (1, 0) o ponto de partida e para t = π2 r ( π2 ) = (0,1) o ponto de chegada. Assim, a curva γ descrita por este caminho, é um quarto da circunferência, com C (0, 0) e r = 1 , situado no primeiro quadrante, percorrida no sentido directo, graficamente Como, r ′(t ) = (−sen t , cos t ) r (t ) = (cos t ,sen t ) r ′(t ) = sen 2 t + cos 2 t = 1 , com 0 ≤ t ≤ π 2 , e f ( x, y ) = xy 2 f (r (t )) = f (cos t ,sen t ) = cos t + sen 2 t , vem o integral de linha dado por π fds = γ b 2 f (r (t )) r ′(t ) dt = cos t sen 2 tdt = a 0 No cálculo do integral, considerou-se u = sen t aplicou-se P(u ′uα ) = π sen 3t 3 2 0 sen = π 2 3 3 = 1 3 uα = sen 2 t , com α = 2 , vindo u ′ = cos t e uα +1 . α +1 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 15/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha fds sobre um caminho rectilíneo, percorrido de A ≡ (0,0) para B ≡ (1,1) , com 4.a) Cálculo de γ f ( x, y ) = 2 x − y . Resolução: Neste caso, o caminho descreve um segmento de recta orientado de A (origem do segmento) para B (extremidade do segmento), ilustrado na seguinte figura. Uma equação vectorial associada pode ser r (t ) = A + t AB = A + t ( B − A) = (0, 0) + t (1,1) = (t , t ) t ∈ [ 0,1] uma vez que r (0) = (0, 0) = A a origem, e r (1) = (1,1) = B a extremidade. Como r ′(t ) = (1,1) r ′(t ) = 2 , e f ( x, y ) = 2 x − y f (r (t )) = 2 t − t , resulta fds = γ b a f (r (t )) r ′(t ) dt = 2 1 0 ( ) 1 4 3 t2 5 2 2 t − t dt = 2 t − = . 3 20 6 fds = (2 x − y )ds , calculando ds = r ′(t ) dt , basta substituir Para o cálculo do integral de linha γ γ x e y, na função integranda, pelas respectivas expressões ( x = t e y = t , as equações paramétricas). APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 16/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 4.b) Cálculo de fds sobre um caminho rectilíneo, percorrido de B ≡ (1,1) para A ≡ (0,0) , com γ f ( x, y ) = 2 x − y Resolução: Nesta alínea, a curva descrita pelo caminho é a mesma que a da alínea anterior, contudo percorrida em sentido oposto (os caminhos são equivalentes), o segmento de recta é orientado de B (origem do segmento) para A (extremidade do segmento), como se ilustra na figura. Uma equação vectorial associada é r (t ) = B + t BA = B + t ( A − B) = (1,1) + t (−1, −1) = (1 − t ,1 − t ) t ∈ [ 0,1] , pois r (0) = (1,1) = B a origem e r (1) = (0, 0) = A a extremidade. Sendo r ′(t ) = (−1, −1) r ′(t ) = 2 , e f ( x, y ) = 2 x − y f (r (t )) = 2 1 − t − 1 + t , vem fds = γ b a f (r (t )) r ′(t ) dt = 2 1 0 ( 1 ) 4 t2 5 2 3 2 1 − t − 1 + t dt = 2 − (1 − t ) − t + = . 3 20 6 Sendo f um campo escalar definido num domínio que contém uma linha γ regular ou seccionalmente regular de representação paramétrica r (t ) , t ∈ [ a, b ] , e sendo −γ a linha formada pelos mesmos pontos de γ , mas percorrida em sentido oposto, verificou-se, através desta duas fds = alíneas, que −γ fds . Esta é uma propriedades dos integrais de linha em campos escalares. γ Eliminando o parâmetro das equações paramétricas obtém-se a equação da recta que contém γ x = 1− t y = 1− t t = 1− x t = 1− y x = y. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 17/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 4.c) Cálculo de fds para γ ≡ x = y 2 , desde A ≡ (0,0) para B ≡ (1,1) , com f ( x, y ) = 2 x − y . γ Resolução: O gráfico de γ é Quer calcular-se o integral de linha ao longo de um arco de parábola (regular). Umas equações paramétricas são, x(t ) = t 2 y (t ) = t t ∈ [ 0,1] (equação vectorial), r (t ) = (t 2 , t (a orientação da curva é no sentido de crescimento da abcissa e da ordenada, pode tomar-se qualquer uma destas como parâmetro), claro que, r (0) = (0, 0) e r (1) = (1,1) (como se tomou y como parâmetro, este varia entre 0 e 1). Da equação vectorial tem-se r ′(t ) = (2t ,1) r ′(t ) = 4t 2 + 1 , como f ( x, y ) = 2 x − y f (r (t )) = f (t , t 2 ) = 2 t 2 − t = t , resulta fds = γ b 1 f (r (t )) r ′(t ) dt = t 4t + 1dt = a = 1 1 8 0 1 1 8 2 1 =α 8t (4t 2 + 1) 2 dt = 0 u′ u 1 8 8t 4t 2 + 1dt = 0 (4t 2 + 1) 3 2 3 2 1 = 0 53 − 1 . 12 Obs.: Este exemplo mostra que, em geral, o integral de linha depende do caminho tomado e não apenas da função a integrar e dos pontos de partida e de chegada. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 18/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha fds , para f ( x, y ) = xy com γ : y = 1 − x 2 , desde A ≡ (0,1) até B ≡ (1,0) . 5. Cálculo de γ Resolução: A linha é o arco de parábola representado na figura. Como a orientação do caminho corresponde ao crescimento da abcissa toma-se x como parâmetro x=t γ: y = 1− t r (t ) = (t ,1 − t 2 ) t ∈ [ 0,1] , 2 como se tomo x, como parâmetro, a abcissa varia de 0 até 1. Ou, r (a) = A (a,1 − a 2 ) = (0,1) a=0 r (b) = A (b,1 − b ) = (1, 0) b =1 2 t ∈ [ 0,1] , Sendo r (t ) = (t ,1 − t 2 ) r ′(t ) = (1, −2t ) r ′(t ) = 1 + 4t 2 , e uma vez que f ( x, y ) = xy f (r (t )) = f (t ,1 − t 2 ) = t (1 − t 2 ) , vem b 1 1 1 a 0 0 0 fds = f (r (t )) r ′(t ) dt = t (1 − t 2 ) 4t 2 + 1dt = t 4t 2 + 1dt − t 3 4t 2 + 1dt = γ 1 1 1 5 t 4t + 1dt = ( 5 − 1) e t 3 4t 2 + 1dt = 12 24 0 0 2 5− 5 11 5− 24 120 1 . 5 Observe-se o exercício 8 para uma sugestão de resolução do integral. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 19/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 6. Cálculo de (0,2,3) ( 2 ,1, 0 ) (x y + z )ds , ao longo de um segmento de recta. 2 Resolução: Neste caso o caminho é um segmento de recta de 3 , com origem em A = (2,1, 0) e extremidade em B = (0, 2, 3) (indicação dada pela posição dos limites de integração), uma equação vectorial associada é r (t ) = A + t AB = A + t ( B − A) = (2,1, 0) + t ((0, 2,3) − (2,1, 0) = (2,1, 0) + t (−2,1,3) = (2 − 2t ,1 + t , 3t ) . Para calcular o intervalo de variação de t, basta resolver as equações r (a) = (2 − 2a,1 + a,3a) = (2,1, 0) = A e r (b) = (2 − 2b,1 + b,3b) = (0, 2,3) = B a = 0 , a origem b = 1 , a extremidade. Como r ′(t ) = (−2,1, 3) r ′(t ) = 14 , e f ( x, y , z ) = x 2 y + z f (r (t )) = f (2 − 2t ,1 + t , 3t ) = (2 − 2t ) 2 (1 + t ) + 3t = 4t 3 − 4t 2 − t + 4 , resulta fds = γ 7. Cálculo de (1,0,2π ) (1, 0 , 0 ) b f (r (t )) r ′(t ) dt = 14 a 1 0 ( 4t 3 − 4t 2 − t + 4 ) dt = 19 14 . 6 ( x + y + z )ds , ao longo da hélice cilíndrica de equações paramétricas x = cos t , y = sen t e z = t . Resolução: Neste caso, o caminho é uma hélice cilíndrica com origem em A = (1, 0, 0) e extremidade em B = (1, 0, 2π ) (indicação dada pela posição dos limites de integração), uma equação vectorial é γ ≡ r (t ) = (cos t ,sin t , t ) r (a) = A r ′(t ) = 2 e [0, 2π ] (intervalo paramétrico), r ′(t ) = ( − sin t , cos t ,1) (cos a,sin a, a ) = (1, 0, 0) a = 0 e r (b) = B (cos b,sin b, b) = (1, 0, 2π ) b = 2π (repare-se que a única componente que varia, cresce, é a cota, de 0 para 2π , portanto, o parâmetro). Como f ( x, y ) = x + y + z f ( r (t )) = f (cos t ,sin t , t ) = cos t + sin t + t , resulta fds = γ b a f ( r (t )) r ′(t ) dt = 2 2π 0 ( cos t + sin t + t ) dt =2 2π 2 . APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 20/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 8. Cálculo de xy + y 2 ds , ao longo de y = x . ( −1,1) x 2 + 1 (2,2) Resolução: Do enunciado, vê-se que γ ≡ y =| x | entre A( −1,1) e B (2, 2) , a sua representação gráfica é ilustrada na seguinte figura. Vê-se que γ = γ 1 γ 2 , que não pode ser descrita por um caminho regular, visto que y =| x | não tem derivada na origem, mas pela união de dois caminhos regulares, ou seja, a curva é seccionalmente regular. Tendo em conta que −γ 1 : r1 (t ) = (−t , t ) t ∈ [0,1] r1′(t ) = (−1,1) r1′(t ) = 2 , e f ( x, y ) = xy + y 2 x2 + 1 f (−t , t ) = −t 2 + t 2 = 0, t2 +1 vem fds = −γ 1 γ1 fds =0 . Por outro lado, sendo γ 2 : r2 (t ) = (t , t ) t ∈ [0, 2] r2′(t ) = (1,1) r2′(t ) = 2 , e f ( x, y ) = xy + y 2 x2 + 1 f (t , t ) = t2 + t2 2t 2 = , t2 +1 t2 +1 vem γ2 fds = 2 2 2 0 t2 dt = 2 2 t2 +1 2 0 1− 1 2 dt = 2 2 [t − arctan t ]0 = 2 2(2 − arctan 2) . t +1 2 Portanto, fds = γ fds + γ1 fds = 2 2(2 − arctan 2) . γ2 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 21/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha { fds com γ : ( x, y ) : ( y = x 2 9. Cálculo de γ } y = 4 ) x ∈ [ −2, 2] e f ( x, y ) = x − y . Resolução: O gráfico da curva é representado na seguinte figura. Trata-se, portanto, de uma curva fechada, donde o integral de linha é uma circulação. Como se pode ver o caminho não é regular (não se consegue associar um caminho regular que descreva toda a curva), mas sim seccionalmente regular (pode ser parametrizado por secções, troços), γ = γ 1 γ2 . Como foi visto, neste tipo de integrais tanto dá considerar γ como − γ , o integral é independente da orientação da linha.. Considere-se, então, os troços (curvas), γ 1 e γ 2 , pela aditividade dos integrais de linha, fds = fds + γ • γ1 fds . γ2 γ 1 parte da parábola y = x 2 com x ∈ [ −2, 2] , então pode ter-se x=t γ1 ≡ y=t t ∈ [ −2, 2] 2 r (t ) = ( t , t 2 ) e r ′(t ) = (1, 2t ) r ′(t ) = 1 + 42 f (r (t )) = f ( t , t 2 ) = t − t 2 f ( x, y ) = x − y vindo 2 2 2 −2 −2 −2 fds = (t − t 2 ) 1 + 4t 2 dt = t 1 + 4t 2 dt − t 2 1 + 4t 2 dt = I1 + I 2 γ1 calcule-se estes integrais separadamente. 2 2 2 1 =α 1 1 3 2 2 I1 = t 1 + 4t dt = 8t 4t + 1dt = 8t (4t + 1) 2 dt = 8 −2 8 −2 u ′ 4 u −2 2 (4t 2 + 1)3 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 2 −2 =0. 22/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 2 I 2 = t 2 1 + 4t 2 dt , calcule-se este integral por substituição, considerando −2 1 + 4t 2 = 2t + u 1− u2 4u t= Como t 1 + 4t 2 = 2 1− u2 1 + 4t = 4u 2 2 dt u2 +1 1+ u2 =− , vem, . 2u du 4u 2 1+ u2 1− u2 − u4 + u6 = , 2u 32u 3 e 1 + 4t 2 = 2t + u t=2 u = 1 + 4t 2 − 2t u = 17 − 4 t = −2 u = 17 + 4 , vem 2 −2 t 2 1 + 4t 2 dt = =− 1 − u2 − u4 + u6 1 u2 + 1 × − du = − 3 2 17 + 4 128 32u 4u 17 − 4 1 128 1 =− 128 = 17 + 4 17 − 4 17 + 4 17 − 4 −u 8 + 2u 4 − 1 1 dt = − 5 128 u 17 + 4 17 − 4 17 + 4 17 − 4 −u 3 + −u 8 + 2u 4 − 1 du = u5 2u 4 − 1 du = u5 2 1 1 u4 1 − + 2 ln u + 4 −u + − 5 du = − u u 128 4 4u 17 + 4 = 3 17 + 4 33 1 17 − ln 8 64 17 − 4 16,9424. 17 − 4 Donde fds = I1 + I 2 = 0 − γ1 • 33 1 17 − ln 8 64 17 + 4 17 − 4 −16, 9424 . γ 2 rectilíneo com x ∈ [ −2, 2] . Como o sentido não interessa (porquê?), pode considerar-se como parâmetro a variável x, donde γ2 ≡ x=t t ∈ [ −2, 2] y=2 r (t ) = ( t , 2 ) r ′(t ) = (1, 0 ) r ′(t ) = 1 , e como f ( x, y ) = x − y f (r (t )) = f (t , 2) = t − 2 , resulta fds = γ2 2 −2 (t − 2)dt = − 8 . Finalmente fds = γ fds + γ1 fds −16, 9424 − 8 = 24,9424 . γ2 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 23/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha fds , para f ( x, y ) = x + y 2 e γ ≡ ∆ABC , onde A ≡ (2,0) , B ≡ (0,2) e C ≡ (0,0) . 10. Cálculo de γ Resolução: A curva é o triângulo de vértices A ≡ (2,0) , B ≡ (0,2) e C ≡ (0,0) , portanto fechada, como se ilustra na figura. Repare-se que não se indica a orientação da curva, tal não impede de efectuar o cálculo integral, uma vez que, γ fds = −γ fds . De qualquer maneira, caso se quisesse uma orientação, não sendo esta dada, convenciona-se a directa. Vê-se que a curva não é regular, não há um caminho regular que a represente, γ = γ 1 γ2 γ 3 , é seccionalmente regular. Considere-se orientação horária. Como, −γ 1 : r1 (t ) = (t , 0) r1′(t ) = 1 e f (r1 (t )) = t vem ∈ fds = −γ 1 γ 2 : r2 (t ) = (t , −t + 2) t ∈ [0, 2] fds = 2 , γ1 r2′(t ) = 2 e f (r2 (t )) = t 2 − 3t + 4 vem fds = γ2 14 2, 3 e γ 3 : r3 (t ) = (0, t ) t ∈ [0, 2] r3′(t ) = 1 e f (r3 (t )) = t 2 vem fds = γ3 8 . 3 Vem, fds = γ fds + γ1 fds + γ2 fds = γ3 14 ( 2 + 1) . 3 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 24/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 11. Cálculo da massa de um fio. Supondo que a sua configuração é dada pela equação y = 25 − x 2 e que a densidade de massa do mesmo é ρ ( x, y ) = 15 − y . Resolução: Um fio dado pela equação y = 25 − x 2 tem configuração semicircular, como se ilustra na figura. A expressão da densidade do fio, ρ ( x, y ) = 15 − y , significa que o fio tem densidade máxima de 15 unidades na base ( y = 0 ) e que esta decresce linearmente com respeito a y até um valor de 10 unidades no extremo ( y = 5 ). A massa M do fio pode ser expressa pelo integral de linha M = ρ ( x, y )ds = (15 − y )ds , γ γ ao longo do semicírculo γ . Para se calcular este integral parametriza-se γ da maneira que se segue γ ≡ x = 5cos t y = 5sen t t ∈ [ 0, π ] r (t ) = ( 5cos t ,5sen t ) r ′(t ) = ( −5sen t ,5cos t ) r ′(t ) = 5 donde M = (15 − y )ds = 5 γ π 0 (15 − 5sen t )dt = 75π − 50 185, 6 unidades de massa. 12. Cálculo da massa de um fio circular com equação y = 9 − x 2 com 0 ≤ x ≤ 3 , e densidade dada por ρ ( x, y ) = x y . Resolução: A massa M deste fio pode ser expressa pelo integral de linha M = ρ ( x, y )ds = x yds , ao longo do semicírculo γ : y = 9 − x , que se pode parametrizar por 2 γ γ ≡ γ x = 3cos t y = 3sen t t ∈ 0, π 2 r (t ) = ( 3cos t ,3sen t ) r ′(t ) = ( −3sen t ,3cos t ) r ′(t ) = 3 . Vindo APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 25/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha M = ρ ( x, y )ds = x yds = 3 γ γ π 2 0 π 3cos t 3sen tdt = 9 3 2 0 π 1 2 cos t ( sen t ) dt = 6 3 ( sen t ) 3 2 2 = 0 π =6 3 2 ( sen t )3 = 6 3. 0 13. Cálculo da massa de um fio com forma de um hélice com equações paramétricas x = 3cos t , y = 3sen t e z = 4t com 0 ≤ t ≤ π 2 , sendo a função de densidade ρ ( x, y ) = kx ( k > 0 ). 1 + y2 Resolução: A massa do fio pode ser dada por M = ρ ( x, y )ds = γ kx ds . 2 γ 1+ y Como x = 3cos t γ ≡ y = 3sen t t ∈ 0, π 2 z = 4t Vem M = ρ ( x, y )ds = 15k γ Obs.: (arctan u )′ = π 2 0 r (t ) = ( 3cos t ,3sen t , 4t ) cos t dt = 5k 1 + 9sen 2 t π 2 0 r ′(t ) = ( −3sen t ,3cos t , 4 ) r ′(t ) = 5 . π 3cos t 1 + ( 3sen t ) 2 dt = 5k arctan(3sen t ) 02 = 5k arctan 3 . u′ . 1 + u2 14. Cálculo da massa e do centro de massa de um fio γ de um material cuja densidade de massa é ρ ( x, y ) = 1 1 + x2 + y2 , com a configuração de uma espiral descrita pelo caminho r (t ) = (t cos t , t sen t ) t ∈ [ 0, 4π ] . Resolução: A massa do fio é b M = ρ (r (t )) r ′(t ) dt = a 4π 0 1 1+ t 2 1 + t 2 dt = 4π uma vez que, r (t ) = (t cos t , t sen t ) r ′(t ) = (cos t − t sen t ,sen t + t cos t ) , r ′(t ) = (cos t − t sen t )2 + ( sen t + t cos t ) 2 = 1 + t 2 , APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 26/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha e 1 ρ ( x, y ) = 1+ x + y 2 ρ (r (t )) = 2 1 1+ t2 . A coordenada x do centro de massa é x= 1 M b x ρ (r (t )) r ′(t ) dt = a 1 4π 4π t cos tdt = 0 0 = 0, 4π enquanto que a coordenada y do centro de massa é dada por y= 1 M b 1 4π y ρ (r (t )) r ′(t ) dt = a 4π t sen tdt = 0 −4π = −1 , 4π uma vez que ρ (r (t )) r ′(t ) = 1 . Assim o centro de massa da espiral, nestas condições, tem coordenadas ( x , y ) = (0, −1) . 15. Cálculo do momento de inércia de um fio γ ⊂ 3 , relativo ao eixo do zz´, de um material com a configuração de uma hélice cilíndrica descrita pelo caminho r (t ) = (cos t , sen t , t ) t ∈ [ 0, 4π ] , com densidade de massa dada por ρ ( x, y, z ) = z . Resolução: O momento de inércia de um fio γ , em relação ao eixo zz´, pode ser dado pelo o integral de linha I z = ρ d 2 ds = ρ ( x 2 + y 2 )ds , γ γ onde d representa a distância do ponto genérico do fio ao eixo e ρ é a densidade. Neste exemplo, 4π I z (γ ) = z ( x 2 + y 2 )ds = 2 tdt = 8 2π 2 , γ 0 é o momento de inércia do fio γ : r (t ) = (cos t ,sen t , t ) t ∈ [ 0, 4π ] , relativamente ao eixo zz´, uma vez que ρ (r (t )) = t , d 2 = x 2 + y 2 d 2 (r (t )) = cos 2 t + sen 2 t = 1 e r ′(t ) = 2 . APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 27/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Integrais de linha em campo vectoriais – resumo da teoria Uma das mais importantes aplicações dos integrais de linha em campos vectoriais é o cálculo do trabalho realizado quando o ponto de aplicação de uma força F (r ) se move ao longo de uma linha γ ≡ r (t ) com t ∈ [ a, b ] . Definição: Seja F : DF ⊆ r : [ a, b ] → n n → n DF , e um campo vectorial contínuo no conjunto aberto um caminho de classe C 1 (regular ou seccionalmente regular) que representa a linha γ ⊂ DF . Define-se integral de linha do campo vectorial F ao longo do caminho γ , desde o ponto A = r (a) ao ponto B = r (b) , ou, trabalho realizado pelo campo F ao longo de γ , como sendo B b A a W = F | dr = F | dr = F (r (t )) | r ′(t )dt . γ Se A = B , isto é, r (a ) = r (b) (a linha é fechada) e o integral chama-se uma circulação de F ao longo de γ e, representa-se por F | dr e faz-se, salvo indicação, no sentido positivo ou directo, isto é, γ contrário ao dos ponteiros do relógio. Por outro lado, uma vez que F ( x ) = f1 ( x )e1 + f 2 ( x )e2 + ... + f n ( x )en , onde f i ( x ) , i = 1,..., n , são as funções coordenadas do campo vectorial F, e porque dr = dx1e1 + dx2 e2 + ... + dxn en , visto r (t ) = x1 (t )e1 + x2 (t )e2 + ... + xn (t )en , onde xi (t ) , i = 1,..., n , são as equações paramétricas do caminho (componentes da equação vectorial que representa a linha), vem F | dr = ( f1 ( x ), f 2 ( x ),..., f n ( x )) | (dx1 , dx2 ,..., dxn ) = f1 ( x )dx1 + f 2 ( x )dx2 + ... + f n ( x )dxn , e, consequentemente, W = F | dr = γ f1 ( x )dx1 + f 2 ( x )dx2 + ... + f n ( x )dxn . γ APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 28/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Em particular, dado um campo vectorial F : DF ⊆ 3 → 3 e uma linha regular ou seccionalmente regular γ ⊂ DF , de representação paramétrica r (t ) , t ∈ [ a, b ] , W = F | dr = γ f1dx + f 2 dy + f 3 dz , γ com F ( x, y , z ) = ( f1 ( x, y , z ), f 2 ( x, y, z ), f 3 ( x, y, z )) . Tal como nos integrais de linha para campos escalares, tem-se: 1. (α F + β G ) | dr =α F | dr + β G | dr , ∀α , β (propriedade de linearidade); γ γ γ F | dr = F | dr + F | dr , se γ 1 γ 2 = ∅ (propriedade de aditividade). 2. γ 1 ∪γ 2 γ1 γ2 Definição: Seja F ( x, y, z ) = ( f1 , f 2 , f 3 ) um campo vectorial, F : DF ⊂ 3 → 3 , diferenciável. Chama-se rotacional do campo vectorial F, e representa-se por rotF , ao vector dado por e1 ∂ ∇ F= ∂x f1 Se F ( x, y ) = ( f1 , f 2 ) , F : DF ⊂ e2 ∂ ∂y f2 2 → e3 ∂f 3 ∂f 2 ∂f1 ∂f 3 ∂f 2 ∂f1 ∂ = − − − , , . ∂z ∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y f3 2 a diferença ∂f 2 ∂f1 − ∂x ∂y designa-se por rotacional bidimensional ou escalar do campo vectorial F. Definição: Diz-se que o conjunto D é conexo quando é possível unir quaisquer dois pontos de D por uma curva contínua toda contida em D. (i) Um conjunto é simplesmente conexo se tanto ele como o seu complementar forem conexos (não apresenta “buracos”); (ii) Um conjunto é multiplicamente conexo se o seu complementar não for conexo (apresenta “buracos”). APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 29/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 2 y -2 -1 1 0 1 x 2 -1 -2 Conjunto simplesmente conexo 2 y -2 -1 2 y 1 0 1 x 2 -3 -2 -1 1 0 -1 -1 -2 -2 Conjunto multiplamente conexo 1 x 2 3 Conjunto não conexo Uma condição necessária, mas não suficiente, para que o campo F ( x, y, z ) = ( f1 , f 2 , f 3 ) seja um campo gradiente é que rotF = 0 . Uma condição suficiente é dada por: Teorema: Seja F ( x, y, z ) = ( f1 , f 2 , f 3 ) um campo definido num conjunto aberto D ⊂ 3 , simplesmente conexo e F ∈ C 1 ( D) . Então é condição necessária e suficiente para que F seja um campo gradiente, que rotF = 0 . Se F ( x, y ) = ( f1 , f 2 ) , F : DF ⊂ 2 → 2 é um campo gradiente com derivadas parciais contínuas, então ∂f 2 ∂f1 − = 0. ∂x ∂y Um campo vectorial F definido num conjunto aberto diz-se conservativo sse F é um campo gradiente. F campo gradiente (conservativo) rotF ≠ 0 rotF = 0 F não é campo gradiente (conservativo) APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 30/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Teorema: Seja F é campo gradiente contínuo num conjunto aberto D , então existe um campo escalar Φ : D → de classe C1 , tal que, F = ∇Φ , designado por função potencial geradora de F. Teorema: Seja F um campo gradiente, definido num conjunto aberto D de 2 ou 3 , γ ≡ r (t ) , t ∈ [ a, b] , uma linha regular ou seccionalmente regular contida nesse domínio, sendo A = r (a ) (o ponto inicial) e B = r (b) (o ponto final), então B W = F | dr = ∇Φ | dr = ∇Φ | dr = Φ( B) − Φ( A) . γ γ A Quer dizer que, nestas condições, o trabalho realizado por aquele campo não depende do caminho, mas apenas dos pontos inicial e final. Este é o motivo porque se designa o campo gradiente F por campo conservativo. Claro que se A ≡ B , tem-se, F | dr = 0 . γ Os campos gradientes são irrotacionais e por isso os campos conservativos também o são (a sua matriz jacobiana é simétrica), o recíproco não é verdadeiro: um campo irrotacional pode não ser um campo conservativo. Considere-se o campo vectorial F ( x, y ) = definido em DF = 2 y x e − 2 e2 , 2 1 x +y x + y2 2 \ {(0, 0)} . Este campo é irrotacional, pois, rotF = 0 , mas não é um campo gradiente (o campo não é conservativo), para provar tal facto basta calcular o integral W = F | dr γ ao longo de uma circunferência de raio r e centro na origem. Seja γ ≡ r (t ) = (r cos t , r sin t ) t ∈ [ 0, 2π ] , então γ ≡ r ′(t ) = (−r sin t , r cos t ) donde W= F | dr = γ = 2π 0 γ y x dx − 2 dy = 2 x +y x + y2 2 2π r sin t r cos t (−r sin t )dt − 2 (r cos t )dt = − dt = −2π . 2 2 2 2 2 r cos t + r sin t r cos t + r 2 sin 2 t 0 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 31/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha F | dr = −2π ≠ 0 conclui-se que o campo Sendo r (t ) um caminho fechado, uma vez que, W = γ vectorial F não é um campo gradiente (o campo não é conservativo) em 2 \ {(0, 0)} , neste conjunto não existe a função potencial tal que F = ∇Φ . Note-se que y x dx = arctan + h( y ) = Φ( x, y ) 2 x +y y 2 para y ≠ 0 , e que ∂ (Φ( x, y )) ∂ ( arctan = ∂y ∂y donde Φ( x, y ) = arctan x y ) =− ∂ (h( y )) x + 2 x +y ∂y 2 ∂ (h( y )) =0 ∂y h( y ) = c x + c (c constante). Isto quer dizer se considerarmos o campo vectorial F y apenas definido no conjunto aberto D = {( x, y ) : y > 0} , então F é um campo gradiente cuja função potencial geradora é dada por Φ ( x, y ) = arctan x + c . Este exemplo, sugere que a existência de uma y função potencial geradora para um campo vectorial fechado depende da geometria do domínio considerado. O conjunto D = {( x, y ) : y > 0} é conexo contudo DF = 2 \ {(0, 0)} não é conexo. O teorema de Green estabelece uma relação entre os integrais de linha e os integrais duplos, que permite, em certas condições, calcular uns em função dos outros Teorema de Green no plano: Seja F : DF ⊂ um conjunto aberto conexo de 2 2 → 2 , F ( x, y ) = ( f1 , f 2 ) , F ∈ C 1 ( DF ) , sendo DF . Seja R ⊂ DF uma região conexa limitada por uma curva γ ( a fronteira de R ) simples, fechada (curva de Jordan) regular ou seccionalmente regular e com orientação positiva (com sentido tal que todo o observador que a tome veja a região R sempre à sua esquerda, então W= F | dr = γ R ∂f 2 ∂f1 − dxdy . ∂x ∂y APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 32/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha O teorema de Green é válido, tanto para regiões simplesmente conexas como para regiões multiplicamente conexas que sejam decompostas num número finito de regiões simplesmente conexas. Considere-se uma região R do tipo da ilustrada na figura. A sua fronteira consiste nas duas curvas fechadas simples γ 1 e γ 2 . Para se verificarem as condições do teorema de Green temos que considerar γ 1 (percorrida no sentido directo) e −γ 2 (percorrida no sentido inverso). Corolário: Nas condições do teorema de Green a área da região R é dada por A = xdy = − ydx = γ γ 1 xdy − ydx . 2γ Significa que, o trabalho realizado pela força F ( x, y ) = − 2y e1 + 2x e2 , quando desloca o seu ponto de aplicação ao longo de uma linha fechada γ que é fronteira de um região (domínio) R, é numericamente igual à área de R. Neste caso, R ( ∂f 2 ∂x ) − ∂∂fy1 dxdy = 12 R (1 − (−1) ) dxdy = R dxdy = AR . APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 33/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Integrais de linha em campos vectoriais – possível resolução dos exercícios 16a) Cálculo do trabalho realizado por F ( x, y ) = ( x + y, x 2 − 2 y ) ao longo de um caminho rectilíneo desde A = (0, 0) a B = (3,1) . Resolução: O trabalho realizado por um campo vectorial ao longo de uma curva é dado pelo integral B b A a W = F | dr = F | dr = F (r (t )) | r ′(t )dt . γ Sendo o caminho rectilíneo orientado de A = (0, 0) a B = (3,1) (a curva, γ , por ele descrita é um segmento de recta) pode ser parametrizado por , r (t ) = A + t AB = A + t ( B − A) = (0, 0) + t (3,1) = (3t , t ) t ∈ [0,1] , vindo r ′(t ) = (3,1) . Como F ( x, y ) = ( x + y , x 2 − 2 y ) F (r (t )) = F (3t , t ) = (4t ,9t 2 − 2t ) , vem 1 1 0 0 W = (4t ,9t 2 − 2t ) | (3,1)dt = (9t 2 + 10t )dt = 8 . A figura seguinte mostra o campo de força e a curva deste exemplo. O trabalho realizado é positivo porque o campo não impede o movimento ao longo da curva. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 34/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 16b) Cálculo do trabalho realizado por F ( x, y ) = ( x + y, x 2 − 2 y ) ao longo de um caminho rectilíneo desde B = (3,1) a A = (0, 0) . Resolução: Os caminhos rectilíneos apresentados nas duas alíneas são equivalentes, descrevem a mesma linha, um segmento de recta, contudo, o sentido do caminho para esta alínea é inverso ao da alínea anterior, o caminho esta orientado em sentido oposto. Sendo o caminho rectilíneo orientado de B = (2,1) para A = (−1,0) , uma parametrização pode ser, r (t ) = B + t BA = B + t ( A − B ) = (3,1) + t (−3, −1) = (3 − 3t ,1 − t ) e t ∈ [ 0,1] , vindo r ′(t ) = (−3, −1) . Como, F (r (t )) = F (3 − 3t ,1 − t ) = (4 − 4t ,9t 2 − 16t + 7) , vem 1 1 0 0 W = (4 − 4t ,9t 2 − 16t + 7) | (−3, −1)dt = (−9t 2 + 28t − 19)dt = −8 . O trabalho realizado é negativo porque o campo impede o movimento ao longo da curva. Basta interpretar a figura do exemplo anterior considerando −γ . Sendo F um campo vectorial definido num domínio que contém uma linha γ regular ou seccionalmente regular de representação paramétrica r (t ) , t ∈ [ a, b] , e sendo −γ a linha formada pelos mesmos pontos de γ , mas percorrida em sentido oposto, verificou-se, através desta duas F | dr = − F | dr . Isto é, verificou-se que integrais de linha calculados sobre a alíneas, que −γ γ mesma linha γ descrita por caminhos equivalentes com sentidos opostos dão resultados simétricos, o trabalho realizado por um campo vectorial sobre a mesma linha orientada em sentidos opostos dá resultados simétricos. Uma propriedades dos integrais de linha em campos vectoriais. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 35/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha xydx + x 2 dy , γ é rectilíneo de (2,1) a (4,1) e de (4,1) a (4,5) . 17a) Cálculo de γ Resolução: Graficamente, γ é representado na figura. O caminho corresponde ao percurso que vai de (2,1) a (4,1) e de (4,1) a (4,5) , que não é regular, é seccionalmente regular, γ = γ 1 ∪ γ 2 , considera-se γ 1 percorrido de (2,1) a (4,1) e γ 2 percorrido de (4,1) a (4,5) . Vindo xydx + x 2 dy = γ • xydx + x 2 dy = xydx + x 2 dy + xydx + x 2 dy . γ 1 ∪γ 2 γ1 γ2 γ 1 pode ser parametrizado por , x=t t ∈ [ 2, 4] y =1 γ1 ≡ dx = dt , dy = 0 donde xydx + x 2 dy = γ1 • 4 2 tdt = 6 . γ 2 pode ser parametrizado por , γ2 ≡ x=4 t ∈ [1,5] y =t dx = 0 , dy = dt donde 5 xydx + x 2 dy = 16 tdt = 64 . 1 γ2 Finalmente xydx + x 2 dy = xydx + x 2 dy + xydx + x 2 dy = 6 + 64 = 70 . γ γ1 γ2 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 36/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 17b) Cálculo de xydx + x 2 dy , γ é o segmento rectilíneo entre (2,1) e (4,5) . γ Resolução: O segmento de recta ( γ ) percorrido de A(2,1) e B(4,5) (caminho), pode ser parametrizado por r (t ) = A + t AB = A + t ( B − A) = (2,1) + t (2, 4) = (2 + 2t ,1 + 4t ) t ∈ [0,1] . As equações paramétricas são x = 2 + 2t t ∈ [ 0,1] y = 1 + 4t γ≡ dx = 2dt , dy = 4dt donde xydx + x 2 dy = γ 1 0 ( 2(2 + 2t )(1 + 4t ) + 4(2 + 2t ) ) dt = ( 32t 1 2 2 0 + 52t + 20 ) dt = 170 3 Por outro lado, uma equação da recta que passa pelos pontos (2,1) = ( x0 , y0 ) e (4,5) = ( x1 , y1 ) é y − y0 = m( x − x0 ) ⇔ y = 2 x − 3 , pois um vector director da recta é AB = B − A = (4, 5) − (2,1) = (2, 4) = (u1 , u2 ) , donde m = u2 = 2 . Assim outra parametrização da curva (o segmento) γ é u1 γ≡ x=t t ∈ [ 2, 4] y = 2t − 3 dx = dt , dy = 2dt vindo xydx + x 2 dy = γ 4 2 ( t (2t − 3) + 2t ) dt = ( 4t 2 4 2 2 − 3t ) dt = 170 . 3 Verificou-se, nesta alínea, que integrais de linha vectoriais calculados sobre a mesma linha γ descrita por caminhos equivalentes com o mesmo sentido dão o mesmo resultado. xydx + x 2 dy , se γ é dado por x = 3t − 1 e y = 3t 2 − 2t com 1 ≤ t ≤ 17c) Cálculo de γ 5 3 Resolução: O gráfico de γ é parte de uma parábola percorrida entre A(2,1) e B(4,5) (caminho), basta substituir t = 1 e t = 5 , nas equações paramétricas x = 3t − 1 e y = 3t 2 − 2t . 3 As equações paramétricas são, γ ≡ r (t ) = x = 3t − 1 y = 3t − 2t 2 t ∈ 1, 5 3 dx = 3dt dy = (6t − 3)dt . Donde APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 37/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha xydx + x 2 dy = γ 5 3 1 ( 3(3t − 1)(3t 2 − 2t ) + (3t − 1)2 (6t − 3) ) dt = 5 3 1 (81t 3 − 81t 2 + 24t − 2 ) dt = 58 , 1 Ou, tomando a equação da parábola y = ( x 2 − 1) com x ∈ [ 2, 4] , vindo 3 4 1 xydx + x 2 dy = t 3 − t dt = 58 . 2 3 γ Nos exercícios 17a), 17b) e 17c), foram obtidos três valores distintos para integrais de linha calculados para o mesmo campo vectorial, ao longo de três caminhos diferentes unindo A(2,1) a B(4,5) , portanto, os integrais dependem do caminho percorrido entre os pontos A(2,1) e B(4,5) . 18. Calcule ( 0, 0 ) ( −1,1) (x 2 ) + y 2 dx − ydy , ao longo da curva de equação cartesiana ( x + 1) 2 + y 2 = 1 . Resolução: Pretende-se calcular o trabalho realizado pelo campo vectorial F ( x, y ) = ( x 2 + y 2 , y ) ao longo de γ ≡ ( x + 1)2 + y 2 = 1 (circunferência de centro C (−1, 0) e raio r = 1 ), percorrida de A(−1,1) a B(0, 0) (os extremos do integral indicam que o sentido horário), isto é, γ é um quarto de circunferência. Neste caso, pode parametrizar-se −γ , pois sabe-se, F | dr = − F | dr . Portanto γ −γ ≡ x + 1 = cos t y = sin t x = −1 + cos t π t ∈ 0, y = sin t 2 −γ dx = − sin tdt (sentido directo) dy = cos tdt donde F | dr = − F | dr = − γ −γ =− π 2 0 (0,0) ( −1,1) (( (−1 + cos t ) 2 Caso se considera-se γ , r (t ) = (x 2 + y 2 ) dx − ydy = ) + sin 2 t ) (− sin t ) − sin t cos t dt = − π 2 0 ( −2sin t + cos t sin t ) dt = 3 . 2 x + 1 = sin t (sentido horário) (exercício!). y = cos t Ou, o sentido do caminho corresponde ao crescimento da abcissa, tomando esta coordenada como parâmetro, e uma vez que , ( x + 1) 2 + y 2 = 1 ⇔ y = 1 − ( x + 1) 2 só interessando esta expressão pois no 4º quadrante y > 0 , vem APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 38/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha γ≡ F | dr = γ (0,0) ( −1,1) (x 2 x=t x=t y = 1 − (t + 1) 2 y = −t 2 − 2t + y 2 ) dx − ydy = 0 −1 t2 + ( −t 2 − 2t t ∈ [ −1, 0] ) 2 dx = dt dy = − −t 2 − 2t −1 − t −t 2 − 2t −1 − t −t 2 − 2t dt dt = 0 t2 3 = ( −t + 1) dt = − + t = . −1 2 2 −1 0 19. Cálculo de ( 2 , −1) ( 5,1) ( y − 1)dx + ( x − 2)dy , ao longo da curva 4 x 2 + 9 y 2 − 16 x − 18 y − 11 = 0 . Resolução: Primeiro deve-se transformar a equação da curva na forma canónica, 4 x 2 + 9 y 2 − 16 x − 18 y − 11 = 0 ⇔ 4( x 2 − 4 x) + 9( y 2 − 2 y ) − 11 = 0 ⇔ ⇔ 4(( x − 2)2 − 4) + 9(( y − 1)2 − 1) − 11 = 0 ⇔ ⇔ 4( x − 2)2 + 9( y − 1)2 = 36 ⇔ ( x − 2)2 ( y − 1)2 + =1 32 22 uma elipse com centro C (2,1) e semieixos a = 3 e b = 2 . Pretende-se calcular o integral entre A(5,1) e B(2, −1) (sentido horário), portanto, a curva γ é um arco de elipse entre estes pontos como se ilustra na figura. Calcule-se, o integral considerando o sentido directo, isto é, de A(2, −1) a B(5,1) , uma vez que F | dr = − F | dr , o valor do integral pretendido será o simétrico do obtido. γ −γ Caso a elipse seja percorrida no sentido directo, umas equações paramétricas são APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 39/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha x−2 = cos t ⇔ x = 2 + 3cos t 3 −γ : y −1 = sin t ⇔ y = 1 + 2sin t 2 dx = −3sin tdt e r (t ) = (2 + 3cos t ,1 + 2sin t ) . dy = 2 cos tdt t ∈ [ 0, 2π ] Neste caso, os pontos inicial e final são, respectivamente, 2 + 3cos a = 2 1 + 2sin a = −1 r (a ) = (2 + 3cos a,1 + 2sin a) = A = (2, −1) cos a = 0 sin a = −1 a=− π 2 e 2 + 3cos b = 5 1 + 2sin b = 1 r (b) = (2 + 3cos b,1 + 2sin b) = B = (5,1) cos b = 1 sin b = 0 b=0 donde (5,1) (2, −1) ( y − 1)dx + ( x − 2)dy = 6 0 − π 2 (cos 2 t − sin 2 t )dt = 0 . neste caso não há grande vantagem, em termos heurísticos, uma vez que o valor do integral é zero. Repare-se que, ∂f 2 ∂f1 − = 0 e como o campo vectorial é de classe C 1 em ∂x ∂y 2 (simplesmente conexo), então é conservativo (gradiente), ou seja, o integral de linha não depende do caminho, apenas do pontos inicial e final. Nestes termos, existe Φ tal que ∇Φ = F F | dr = Φ ( B) − Φ ( A) . Prova-se que e γ Φ ( x, y ) = xy − x − 2 y + c (c constante), vindo F | dr = 0 , uma vez que Φ ( B ) = Φ (2, −1) = −2 e γ Φ ( A) = Φ (5,1) = −2 . Para um estudo mais detalhado sobre campos conservativos ver exercícios seguintes. 20.a) Verificar se o campo vectorial F ( x, y ) = (3 + 2 xy ) e1 + ( x 2 − 3 y 2 ) e23 é conservativo. Resolução: Como F ( x, y ) = ( f1 , f 2 ) = (3 + 2 xy, x 2 − 3 y 2 ) , i) DF = 2 aberto e simplesmente conexo; ii) F ∈ C 1 ( DF ) ; iii) ∂f 2 ∂f1 − = 2x − 2x = 0 . ∂x ∂y APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 40/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Por i), ii) e iii) conclui-se que o campo F é conservativo. 20. b) Cálculo do trabalho realizado pelo campo vectorial para mover uma partícula ao longo a curva γ ≡ y = 4 − x 2 entre (2, 0) e (0, 4) . Resolução: A equação y = 4 − x 2 é uma parábola com a concavidade voltada para baixo e vértice no ponto (0, 4) . Portanto, a curva γ , é a porção da parábola entre (2, 0) e (0, 4) , orientada no sentido de crescimento da ordenada, como se ilustra na seguinte figura. Tendo em conta a figura que representa o campo vectorial F ( x, y ) = (3 + 2 xy, x 2 − 3 y 2 ) , verifica-se que as “setas” onde se situa γ , apontam no sentido inverso da orientação da curva. Portanto, é de esperar que o trabalho realizado por F ao longo de γ seja negativo, uma vez que o campo impede o movimento ao longo da curva. Calcule-se, então o integral de linha . Como a curva está orientada no sentido de crescimento da ordenada, tome-se esta como parâmetro, ou seja, uma parametrização da curva é γ : r (t ) = x = 4−t y=t t ∈ [0, 4] (porque se tomou y como parâmetro). APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 41/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Para calcular o intervalo paramétrico pode fazer-se a = 0 , a origem r (a ) = ( 4 − a , a ) = (2, 0) = A e r (b) = ( 4 − b , b) = (0, 4) = B Assim, r ′(t ) = −1 2 4−t ,1 e como F (r (t )) = (3 + 2t 4 − t , −3t 2 − t + 4) , vem 4 −1 W = F | dr = (3 + 2t 4 − t , −3t 2 − t + 4) | γ = 3 2 2 4−t 0 4 0 b = 4 , a extremidade. 4 −1 (−(4 − t ) 2 )dt + 0 ,1 dt = 4 −3 − 2t 4 − t 0 2 4−t − 3t 2 − t + 4 dt = (−3t 2 − 2t + 4)dt = −70. F | dr = − F | dr , pode considerar-se Para evitar as raízes, sabendo que −γ γ x=t −γ : r (t ) = y = 4 − t2 t ∈ [0, 2] , donde, r ′(t ) = (1, −2t ) e como F (r (t )) = (−2t 3 + 8t + 3, 4t 2 − 12) , vem 2 W= −γ 2 F | dr = (−2t + 8t + 3, −3t + 25t − 48) | (1, −2t ) dt = (6t 5 − 52t 3 + 104t + 3)dt = 70 . 3 4 0 2 0 donde W = F | dr = −70 . γ Ou então, como o campo é conservativo o integral não depende do caminho apenas dos pontos final e inicial, pode obter-se a função potencial geradora, Φ ( x, y ) = 3 x + x 2 y − y 3 + C , e calcular o trabalho (exercício!). 20. c) Determinar o trabalho realizado pelo campo vectorial para mover uma partícula ao longo a curva γ ≡ x 2 + y 2 = 4 . Resolução: Como o campo é conservativo o integral não depende do caminho apenas dos pontos final e inicial. Como, γ ≡ x 2 + y 2 = 4 , uma circunferência, é uma curva fechada, os pontos inicial e final coincidem, A = B , vindo F | dr = 0 . γ APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 42/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 21. Cálculo (1, 0 , −1) de (1,5, 0 ) F | dr , (1,1,1) ( 01, −2 ) F | dr e γ F | dr , aproveitando o facto de F ( x, y, z ) = 2 xyz e1 + (x 2 z + z 2 )e2 + (x 2 y + 2 yz )e3 ser um campo gradiente. Resolução: Para nenhum destes integrais foi indicado o caminho percorrido, nem tal é necessário, uma vez que, sendo o campo gradiente o seu cálculo não depende destes. Uma condição suficiente para que um campo vectorial seja um campo gradiente é que o seu rotacional seja um vector nulo, isto é, rotF = 0 , neste caso, rotF = ∂f3 ∂f 2 ∂f1 ∂f3 ∂f 2 ∂f1 − , − , − = ( x 2 + 2 z − x 2 − 2, 2 xy − 2 xy, 2 xz − 2 xz ) = (0, 0, 0) , ∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y o campo é irrotacional, como é de classe C ∞ em 3 (o seu domínio) um conjunto simplesmente conexo, conclui-se que F, é um campo gradiente. Sendo o campo gradiente, existe Φ , que se designa por função potencial geradora (potencial escalar) de F, tal que ∇Φ = F , neste casos o campo vectorial diz-se um campo conservativo. Para calcular Φ , uma vez que, de F ( x, y, z ) = ( 2 xyz, x 2 z + z 2 , x 2 y + 2 yz ) = ∇Φ vem f1 = ∂Φ ∂Φ ∂Φ = x 2 y + 2 yz , = 2 xyz , f 2 = = x 2 z + z 2 e f3 = ∂x ∂y ∂z considerando, por exemplo, ∂Φ = 2 xyz ∂x Φ ( x, y, z ) = 2 xyzdx = x 2 yz + g ( y, z ) onde g ( y, z ) uma função de y e z (constante em ordem a x) derivando em ordem y, vem ∂Φ ∂g ( y, z ) = x2 z + , ∂y ∂y comparando esta expressão com a 2ª componente do campo vectorial, f 2 , vem ∂Φ = x2 z + z2 ∂y ∂Φ ∂g ( y, z ) = x2 z + ∂y ∂y x2 z + ∂g ( y, z ) = x2 z + z 2 ∂y ∂g ( y, z ) = z2 ∂y g ( y, z ) = z 2 dy = yz 2 + h( z ) então APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 43/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Φ ( x, y , z ) = x 2 yz + g ( y, z ) = x 2 yz + yz 2 + h( z ) onde h( z ) é função de z, derivando em ordem a z, vem ∂Φ ∂h( z ) = x 2 y + 2 yz + ∂z ∂z e comparando esta expressão com 3ª componente do campo vectorial ∂Φ ∂h( z ) = x 2 y + 2 yz + ∂z ∂z ∂Φ = x 2 y + 2 yz ∂z x 2 y + 2 yz + ∂h( z ) = x 2 y + 2 yz ∂z ∂h( z ) =0 ∂z h( z ) = c , finalmente Φ ( x, y, z ) = x 2 yz + g ( y, z ) = x 2 yz + yz 2 + c , ( c ∈ ). Uma vez que o campo é conservativo o integral de linha não depende do caminho apenas depende do ponto inicial e final, o trabalho é dado por W= B A F | dr = Φ ( B) − Φ ( A) . Donde, por um lado, (1,0, −1) (1,5,0) F | dr = Φ (1, 0, −1) − Φ (1, 5, 0) = 0 e (1,1,1) (01, −2) F | dr = Φ(1,1,1) − Φ (0,1, −2) = −3 , F | dr = − F | dr , basta para isso, trocar a aposição dos destes dois exemplo, facilmente se vê que γ −γ pontos A e B, em W = Φ ( B) − Φ ( A) , e, por outro γ F | dr = Φ ( B) − Φ ( A) = Φ ( B ) − Φ ( B ) = 0 , uma vez que numa circulação A = B . 22. Calcule γ F | dr , com γ ≡ [ AB ] , A ≡ (1,1,1) , B ≡ (2,1,3) e F ( x, y, z ) = (2 x + z ,−3 y 2 , x ) , depois de demonstrar que o campo a integrar é um campo gradiente. Resolução: Um campo vectorial definido em 3 é um campo gradiente se o seu rotacional for o vector nulo, isto é, rotF = 0 , e neste caso o campo é conservativo. Prova-se que rotF = 0 . Sendo o campo conservativo, existe Φ , que se designa por função potencial geradora (potencial escalar) de F, tal que ∇Φ = F , isto é, F ( x, y, z ) = ( 2 x + z, −3 y 2 , x ) = ∇Φ ( x, y, z ) APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 44/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha sendo ∂Φ ∂Φ ∂Φ =x = 2 x + z, f 2 = = −3 y 2 e f 3 = ∂x ∂y ∂z vamos calcular Φ . Considerando, por exemplo, f 2 f1 = ∂Φ = −3 y 2 ∂y Φ ( x, y, z ) = − 3 y 2 dy = − y 3 + g ( x, z ) onde g ( x, z ) uma função de x e z (constante em ordem a y) derivando em ordem z, vem ∂Φ ∂g ( x, z ) = , ∂z ∂z comparando esta expressão com a 3ª componente do campo vectorial, f3 , vem ∂Φ =x ∂z ∂Φ ∂g ( x, z ) = ∂z ∂z então ∂g ( x, z ) =x ∂z g ( x, z ) = xdz = xy + h( x) Φ ( x, y, z ) = − y 3 + g ( x, z ) = − y 3 + xz + h( x) onde h( x) é função de x, derivando em ordem a x, vem ∂Φ ∂h( x) = z+ ∂z ∂x e comparando esta expressão com 1ª componente do campo vectorial ∂Φ ∂h( x) = z+ ∂x ∂x ∂Φ = 2x + z ∂x z+ ∂h( z ) = 2x + z ∂z ∂h( x) = 2x ∂x h( z ) = 2 xdx = x 2 +c , ( c ∈ ), finalmente Φ ( x, y , z ) = x 2 − y 3 + xz + c ( c ∈ ). Uma vez que o campo é conservativo o integral de linha não depende do caminho apenas depende do ponto inicial e final B A F | dr = Φ ( B ) − Φ ( A) (teorema fundamental do cálculo), vindo (1,1,1) (2,1,3) F | dr = Φ (1,1,1) − Φ (2,1,3) = 1 − 1 + 1 − 22 + 1 − 2 × 3 = −8 . APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 45/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 23. Mostrar que F ( x, y ) = ( 2 x + y 3 ) e1 + ( 3 xy 2 + 4 ) e2 é um campo conservativo e calcular ( 2, 3) ( 0 ,1) F | dr . Verificar que o integral não depende da trajectória, calculando-o segundo algumas trajectórias à escolha. Resolução: Em primeiro lugar, calcula-se o integral pedido segundo duas trajectórias. • Entre A(0,1) e B(2,3) , por um caminho rectilíneo. Uma equação vectorial pode ser r (t ) = A + t AB = A + t ( B − A) = (0,1) + t ((2, 3) − (0,1)) = (0,1) + t (2, 2) = (2t ,1 + 2t ) t ∈ [ 0,1] , donde umas equações paramétricas são dx =2 dt dy =2 dt x = 2t t ∈ [ 0,1] y = 1 + 2t dx = 2dt , dy = 2dt vindo (2,3) (0,1) = F | dr = 1 0 (2,3) (0,1) (2 x + y 3 )dx + (3 xy 2 + 4)dy = (16t 3 + 24t 2 + 20t + 2)dt + 1 0 1 0 (4t + (1 + 2t )3 )2dt + (48t 3 + 48t 2 + 12t + 8)dt = 1 0 1 0 (6t (1 + 2t )2 + 4)2dt = (64t 3 + 72t 2 + 32t + 10)dt = 1 = 16t 4 + 24t 3 + 16t 2 + 10t = 66. 0 Cálculo auxiliar O desenvolvimento (1 + 2t )3 , pode ser obtido de ( a + b) n = n k =0 Ck = n Ck a k b n − k n , onde n n! = , são combinações de n, k a k. k k !(n − k )! (1 + 2t )3 = 3 Ck 1k (2t )3− k = 3 k =0 3 k =0 Ck (2t )3− k = 3C0 (2t )3 + 3C1 (2t )2 + 3C2 (2t )1 + 3C3 (2t )0 = 3 = 8t + 12t + 6t + 1 3 • 2 Entre A(0,1) e B(2,3) , onde γ : y = 1 + x2 , a parábola que passa por A e B . 2 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 46/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Pode definir-se γ através das equações paramétricas, x=t t2 y = 1+ 2 (2,3) (0,1) F | dr = t2 2t + 1 + 2 2 0 3 dx = dt t ∈ [ 0, 2] t2 + 3t 1 + 2 dy = tdt 2 + 4 t dt = 2 0 7t 6 15t 4 9t 2 + + + 6t + 1 dt = 8 4 2 2 t 7 3t 5 3t 3 = + + + 3t 2 + t = 66. 8 4 2 0 Verificamos que o valor do integral é o mesmo para as duas trajectórias, o que não é mera coincidência. De facto, o campo vectorial é conservativo, visto F ( x, y ) = ( 2 x + y 3 , 3 xy 2 + 4 ) = ( f1 , f 2 ) donde ∂f 2 ∂f1 = = 3y2 ∂x ∂y e, uma vez que DF = 2 rotF = 0 .Então, existe Φ , a função potencial geradora de F, tal que ∇Φ = F . Considerando ∂Φ = 3 xy 2 + 4 ∂y donde Φ ( x, y ) = (3 xy 2 + 4)dy = xy 3 + 4 y + g ( x ) , ∂Φ ∂g ( x) = y3 + , ∂x ∂x e, como ∂Φ = 2x + y 3 , ∂x vem, 2 x + y3 = y3 + ∂g ( x) ∂x ∂g ( x) = 2x ∂x g ( x) = 2 xdx = x 2 + c ( c ∈ APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA ). 47/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha Finalmente Φ ( x, y ) = x 2 + xy 3 + 4 y + c ( c ∈ ). Assim (2,3) (0,1) F | dr = Φ (2,3) − Φ (0,1) = 66 . O facto do campo ser conservativo simplifica o cálculo o integral de linha. (x − 2 y )dx + (2 x − y )dy , quando o gráfico do caminho é o triângulo 24. Cálculo de ∆OAB com γ vértices O = (0,0) A = (1,0) B = (1,2) e o sentido é o indicado pela sequência dos vértices. Resolução: A representação gráfica do triângulo, γ , pedido é A linha, γ , está orientada no sentido indicado pela sequência dos vértices, portanto, o sentido directo. Pelo que já foi dito esta curva não é regular, não pode ser representada parametricamente, não é possível encontrar um caminho r (t ) que a descreva. É, contudo, a união três linhas regulares γ = γ 1 ∪ γ 2 ∪ γ 3 , ou seja, é seccionalmente regular. Assim ( x − 2 y ) dx + ( 2 x − y ) dy = ( x − 2 y ) dx + ( 2 x − y ) dy + ( x − 2 y ) dx + ( 2 x − y ) dy γ γ1 + γ3 • γ2 ( x − 2 y ) dx + ( 2 x − y ) dy. γ 1 ≡ [OA] , o caminho é percorrido sobre o eixo ox no sentido de crescimento das abcissas, pelo que x pode ser tomado como parâmetro. γ1 ≡ x=t t ∈ [ 0,1] y=0 dx = dt dy = 0 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 48/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha donde • γ1 γ 2 ≡ [ AB ] , 1 ( x − 2 y ) dx + ( 2 x − y ) dy = 0 tdt = 1 . 2 o caminho é paralelo ao eixo oy percorrido no sentido de crescimento das ordenadas, tomando y como parâmetro. x =1 t ∈ [1, 2] y=t γ2 ≡ dx = 0 dy = dt donde ( x − 2 y ) dx + ( 2 x − y ) dy = γ2 • 2 0 (2 − t )dt = 2 . γ 3 ≡ [ BO ] , o caminho é inverso (sentido directo) ao caminho definido pela equação vectorial r (t ) = (t , 2t ) t ∈ [ 0,1] , o que pode ser representado por x=t t ∈ [ 0,1] y = 2t −γ 3 ≡ dx = dt dy = 2dt tendo em conta que F | dr = − F | dr −γ γ vem γ3 ( x − 2 y ) dx + ( 2 x − y ) dy = − ( x − 2 y ) dx + ( 2 x − y ) dy = − −γ 3 1 0 (−3t )dt = 3 . 2 Finalmente ( x − 2 y ) dx + ( 2 x − y ) dy = γ 1 3 +2+ = 4. 2 2 Ou, uma vez que, se verificam as condições do teorema de Green para o cálculo do integral, F | dr = γ f1dx + f 2 dy = γ R ∂f 2 ∂f1 − dxdy . ∂x ∂y Sendo F ( x, y ) = ( x − 2 y , 2 x − y ) ∂f 2 =2 ∂x ∂f1 = −2 ∂y donde F | dr = γ (2 − (−2))dydx = 4 R 1 2x 0 0 1 1 dydx = 4 2 xdx = 4 x 2 = 4 0 0 Uma vez que, para se determinar a região de integração, R, das variáveis x e y a partir da figura pode-se verificar que, quando x varia entre x = 0 e x = 1 , o y varia entre y = 0 e y = 2 x . APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 49/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha xdx + ydy , sabendo que entre O = (0,0) e A = (1,1) o caminho tem a equação 25. Cálculo de γ cartesiana ( x − 1) 2 + y 2 = 1 e que é rectilíneo entre A e B = (2,0) e entre B e O, no sentido horário. Resolução: Graficamente o caminho pode ser representado por E é percorrido em sentido horário (no sentido dos ponteiros do relógio). Como se vê não é regular, mas seccionalmente regular, donde xdx + ydy = xdx + ydy + xdx + ydy + xdx + ydy . γ • γ1 γ2 γ3 γ 1 ≡ [OA] , sendo o sentido horário, o caminho é inverso daquele que se define por intermédio das equação paramétricas, x = 1 + cos t π −γ 1 ≡ t ∈ ,π y = sin t 2 dx = − sin t dt , dy = cos t dt tendo em conta que F | dr = − F | dr , −γ γ vem xdx + ydy = − γ2 • xdx + ydy = − −γ 2 π π (1 + cos t )(− sin t )dt + sin t cos tdt = 2 π π sin tdt = 1 . 2 γ 2 ≡ [ BA] , sendo o sentido horário, é feito no crescimento da abcissa, tomando x como parâmetro, e uma vez que a recta que passa pelos pontos A e B tem equação y = 2 − x , vem APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 50/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha x=t t ∈ [ 0,1] y = 2−t γ2 ≡ dx = dt , dy = −dt donde xdx + ydy = γ2 • 2 1 (2t − 2)dt = 1 . γ 3 ≡ [ BO ] , pelo que foi dito na questão anterior, x=t t ∈ [ 0, 2] y=0 −γ 3 ≡ dx = dt , dy = 0 donde 2 xdx + ydy = − tdt = −2 . 0 γ3 Finalmente xdx + ydy = 1 + 1 − 2 = 0 . γ Repare-se que ∂f 2 ∂f1 − = 0 , logo, pelo teorema de Green ∂x ∂y F | dr = γ R ∂f 2 ∂f1 − dxdy = ∂x ∂y 0dxdy = 0 . R 26. Cálculo da área da região limitada pela elipse de equação Green no plano. x2 y2 + = 1 , utilizando o teorema de a2 b2 Resolução: Nas condições do teorema de Green a área da região R é dada por A = xdy = − ydx = γ γ 1 xdy − ydx . 2γ Neste caso a região R é limitada pela elipse de equação é γ: x = a cos t t ∈ [ 0, 2π ] y = b sin t x2 y2 + = 1 . Uma parametrização da curva a2 b2 dx = − a sin tdt , dy = b cos tdt donde A= = 1 1 xdy − ydx = 2γ 2 ab 2 2π 0 2π 0 a cos t (b cos tdt ) − b sin t (−a sin tdt ) = 1 2 2π 0 (ab cos 2 t + ab sin 2 t )dt = dt =π ab. APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 51/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha 27. Verificação do teorema de Green (no plano) quando é percorrido, no sentido directo o triângulo ∆ [OAB ] , com O ≡ (0,0) , A ≡ (a,0) , B ≡ (0, b) (a, b > 0) e F ( x, y ) = − y e1 + x e2 . Resolução: Como se pede para se verificar o teorema de Green devemos calcular o integral pelo processo usual e depois confirmar o resultado através da aplicação do teorema. Pelo processo usual. Tratando-se γ de um triângulo, não é regular, é seccionalmente regular (por secções). Vamos considerar as secções rectilíneas γ 1 : [OA] , γ 2 : [ AB ] e γ 3 : [ BO ] , vindo F | dr = γ • f1dx + f 2 dy = F | dr + F | dr + F | dr . γ γ1 γ2 γ3 γ 1 : [OA] , com O ≡ (0,0) e A ≡ (a,0) , como o sentido é no crescimento da abcissa, podemos tomar x com parâmetro, assim, uma parametrização desta linha é γ: x=t t ∈ [ 0, a ] y=0 dx = dt , dy = 0 vindo F | dr = γ1 • f1dx + f 2 dy = (− y )dx + xdy = 0 . γ1 γ1 γ 2 : [ AB ] , com A ≡ (a,0) e B ≡ (0, b) , uma equação vectorial (uma parametrização) desta linha é r (t ) = A + t AB = A + t ( B − A) = (a, 0) + t ((0, b) − (a, 0)) = , = (a, 0) + t (−a, b) = (−at + a, bt ) donde γ2 : x = − at + a t ∈ [ 0,1] y = bt dx = −adt . dy = bdt Claro, que se podia ter determinado a equação da recta que passa por γ 2 : [ AB ] e tínhamos outra parametrização. Seja ( x0 , y0 ) = (0, b) e ( x1 , y1 ) = (a, 0) , vem b y − y0 = m( x − x0 ) ⇔ y − b = mx ⇔ y = − x + b , a uma vez que, m = y1 − y0 x1 − x0 = − ab . Assim, uma vez que o sentido é no crescimento da ordenada tomando y como parâmetro, vem a x =− t+a γ2 : t ∈ [ 0, b ] b y =t a dx = − dt b y = dt APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 52/53 ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL Integrais de linha vindo 1 F | dr = (− y )dx + xdy = γ2 0 γ2 1 ((−bt )(− a ) + (−at + a )b)dt = ab dt = ab 0 F | dr = (− y )dx + xdy = a γ2 • γ2 b dt = ab 0 γ 3 : [ BO ] , com B ≡ (0, b) e O ≡ (0,0) , este caminho é inverso ao caminho que corresponde ao crescimento da ordenada e a x = 0 desde y = 0 a y = b , donde −γ 3 : x=0 t ∈ [ 0, b ] y=t dx = 0 dy = dt e b F | dr = − (− y )dx + xdy = − 0dt = 0 . −γ 3 F | dr = Finalmente, γ 0 γ3 f1dx + f 2 dy = ab . γ F | dr = Pelo teorema de Green: γ ∂f 2 ∂f1 − dxdy . ∂x ∂y f1dx + f 2 dy = γ R Sendo F ( x, y ) = − y e1 + x e2 = f1 e1 + f 2 e2 , vem f 2 = x F | dr = γ onde A = R ∂f 2 ∂f1 − dxdy = ∂x ∂y ∂f 2 = 1 e f1 = − y ∂x (1 − (−1) ) dxdy = 2 R ∂f1 = −1 , e ∂y dxdy = 2 A = 2 × R ab = ab , 2 ab é a área do triângulo ∆ [OAB ] . 2 Ou, para se definir R , poderíamos pensar no seguinte: quando x varia entre x = 0 e x = a , o y varia entre y = 0 e y = − b x + b , vindo a F | dr = γ R = −2 ∂f 2 ∂f1 − dxdy = ∂x ∂y a 0 a 0 b − x +b a 0 (1 − (−1) ) dydx = 2 a 0 b − x +b a 0 dydx = a b b x2 b a2 x − b dx = −2 − bx = −2 × − ab = ab. a a 2 a 2 0 APONTAMENTOS DE COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA 53/53