Aula 02 – Estrutura Cristalina Para ter acesso a esse material acesse: http://professores.chapeco.ifsc.edu.br/keli Material para a aula: • Estruturas cristalinas de isopor • Imã • Pedaço de ferro • Alumínio • Pedra de cromo Fazer o teste com o imã e correlacionar com a estrutura cristalina Por quê estudar? As propriedades de alguns materiais estão diretamente associadas à sua estrutura cristalina. “ESTRUTURA LEVA A PROPRIEDADES” 3 ARRANJAMENTO ATÔMICO: é a distribuição espacial dos átomos, ou seja, é a maneira com que os átomos estão arranjados espacialmente. Os átomos podem estar dispostos (ARRANJADOS) de forma: ORGANIZADA, formando um sólido CRISTALINO ALEATÓRIA, formando um sólido NÃO-CRISTALINO ou AMORFO. Desta forma os sólidos podem ser classificados de acordo com a regularidade segundo o qual os átomos estão arranjados (arranjamento atômico) em: Sólido CRISTALINO Sólido NÃO-CRISTALINO ou AMORFO O material ser ou não cristalino explica a diferença significativa nas propriedades de materiais de mesma composição química. Ex.:cerâmicas e polímeros não-cristalinos tendem a ser opticamente transparentes, enquanto na forma cristalina tendem a ser opacos. SÓLIDO NÃO-CRISTALINOS ou AMORFO Nos sólidos não-cristalinos ou amorfos não existe ordem de longo alcance na disposição dos átomos SÓLIDO CRISTALINO Sólido cristalino é aquele no qual os átomos encontram-se ordenados sobre longas distâncias atômicas formando uma estrutura tridimensional que se chama de rede cristalina. Isto é, existe uma ordenação de grande alcance tal que na solidificação, os átomos se posicionarão entre si num modo tridimensional repetitivo. SÓLIDOS CRISTALINOS Os sólidos cristalinos são formado por células unitárias que se repetem em longas distâncias formando um retículo cristalino. Video: Estrutura Cristalina parte01 SÓLIDOS CRISTALINOS São três as células unitárias mais comuns em metais: cúbica de corpo centrado (CCC), cúbica de face centrada (CFC) e hexagonal compacta (HC). Célula Unitária (unidade básica repetitiva da estrutura tridimensional) Estruturas Cristalinas são formadas por unidades básicas e repetitivas denominadas de Células Unitárias; Célula unitária: é o menor agrupamento de átomos representativo de uma determinada estrutura cristalina específica; Célula Unitária - menor arranjo de átomos que pode representar um sólido cristalino A célula unitária é escolhida para representar a simetria da estrutura cristalina; Vídeo - Description CC, CFC, CS EST. CÚBICA DE CORPO CENTRADO (CCC) Metais que se solidificam na forma CCC: •Ferro à temperatura ambiente (Fe) •Cromo (Cr) •Lítio (Li) •Molibdênio (Mo) •Tântalo (Ta) •Tungstênio (W) •Vanádio (V) Metais, ou ligas metáticas que se solificam na forma CCC pegam imã. EST. CÚBICA DE FACE CENTRADA (CFC) Metais que se solidificam na forma CFC: •Cobre (Cu) •Alumínio (Al) •Prata (Ag) •Ouro (Au) •Chumbo (Pb) •Níquel (Ni) •Platina (Pt) Metais, ou ligas metálicas, que se solificam na forma CFC não pegam imã e são mais dúcteis que os metais, ou ligas, que se solidificam na forma CCC. EST. HEXAGONAL COMPACTA (HC) Metais que se solidificam na forma HC: •Cádmio(Cd) •Magnésio (Mg) •Titânio (Ti) •Zinco (Zn) •Cobalto (Co) 17 POLIMORFISMO OU ALOTROPIA Poli = muitas Morphos = formas Polimorfismo = várias formas Vídeo: polimorfismo POLIMORFISMO OU ALOTROPIA Alguns elementos químicos podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e/ou pressão ao o qual estão. Esse fenômeno é conhecido como polimorfismo. Geralmente as transformações polimorficas são acompanhadas de mudanças na densidade e de outras propriedades físicas. 19 Exemplos de materiais que exibem POLIMORFISMO 20 Carbono •Grafite: estável nas condições ambientes •Diamante: formado por pressões extremamente altas. 21 Ferro CCC Acima de 1394°C CFC De 910-1394°C CCC 0 até 910°C 22 Titânio FASE (CCC) • Existe a partir de 883ºC • É dura FASE (HC) • Existe de 0 até 883ºC • É mole Imperfeições em sólidos cristalinos INTERTÍCIOS Em qualquer estrutura cristalina os átomos não ocupam todo o espaço disponível na célula unitária. Este fato implica em que existam espaços vazios entre os átomos da estrutura, esses vazios recebem o nome de INTERSTÍCIOS. Interstícios 25 DEFEITOS NA ESTRUTURA CRISTALINA Embora até aqui tenha-se representado uma estrutura cristalina como uma rede de pontos que se distribui regularmente pelo espaço com átomos a ela associados e também regularmente distribuídos, isto não acontece nos materiais cristalinos reais. 26 DEFEITOS NA ESTRUTURA CRISTALINA 1. Lacunas ou vacâncias 2. Impurezas i. Impurezas substitucional ii. Impureza intersticial 3. Auto-intersticial 4. Discordânicias 5. Contorno de grão 27 1. Lacunas ou Vacâncias Caracteriza-se pela ausência de um átomo em uma posição que deveria ser ocupada na estrutura cristalina. 2. Impurezas Impurezas ou átomos estranhos estão sempre presentes, é difícil refinar metais até uma pureza que seja superior a 99,9999%. Os átomos de impurezas podem ocupar um interstício ou uma lacuna. Se ocupar uma lacuna ele será chamado de átomo de impureza substitucional Se ocupar um interstício será chamado de átomo de impureza intersticial Uma liga metálica, ou simplesmente liga, é uma mistura de dois ou mais metais ou de um metal (metais) e um não-metal (não-metais). O tipo mais simples de liga é a solução sólida. Uma solução sólida é um sólido constituído por dois ou mais elementos dispersos atomicamente numa única fase. Geralmente, existem dois tipos de soluções sólidas: substitucionais e intersticiais. Solução Sólida Substitucional Ocorrem quando o soluto (átomo em menor concentração) substitui o solvente (átomo em maior concentração), mantendo a estrutura cristalina. Exemplos: ligas de bronze (cobre/estanho) e latão (cobre/zinco). Para ocorrer uma grande solubilidade, no estado sólido, de um elemento em outro, deve-se atender as seguintes condições: • Os diâmetros atômicos dos elementos não devem diferir mais que cerca de 15%. • Os dois elementos devem apresentar a mesma estrutura cristalina. • As eletronegatividades dos dois elementos não devem ser consideravelmente diferentes, de modo a não se formarem compostos. • Os dois elementos devem ter a mesma valência. Solução Sólida Intersticial Nas soluções intersticiais, os átomos de soluto ocupam os espaços entre os átomos de solvente, ou seja, os interstícios. As soluções sólidas intersticiais formam-se quando os átomos de um tipo são muito menores do que os do outro. Exemplos de átomos que, devido ao seu pequeno tamanho, podem formar soluções sólidas intersticiais: H, C, N e O 3. Auto-intersticial Presença de um átomo em um interstício da estrutura cristalina. Pelo fato dos interstícios em uma estrutura serem pequenos com relação aos átomos que abrigam, um defeito intersticial produz uma distorção e um acúmulo de energia muito maior do que uma lacuna. 3. Discordâncias O caso mais comum deste tipo de defeito é chamado de discordância em cunha. Neste caso uma discordância em cunha pode ser vista como um plano extra de átomos, produzindo um efeito de cunha no reticulado. Vídeo: 3.1 Defining a Linear Defect – the Dislocation 2:29 final 4. Discordâncias Por envolver um grande número de átomos, uma discordância envolve um acúmulo de energia muito maior do que um defeito de lacuna ou intersticial. 4. Discordâncias Se a discordância estiver livre para se deslocar pelo reticulado cristalino a deformação se produz facilmente, ao passo que se existirem defeitos como os intersticiais ou a presença de precipitados, o deslocamento será dificultado restringindo a deformação. Isto irá se refletir em uma maior força para o material se deformar. 38 5. Contorno de grão Em um material real, não existe uma estrutura cristalina com uma única orientação. Observando-se a orientação da estrutura de um material constata-se que ela é subdividida em um grande número de zonas, cada uma delas com uma orientação diferente, isto é, cada uma das zonas forma um cristal independente. 5. Contorno de grão 41 Contorno de grão Estes cristais que possuem uma orientação particular são chamados de grãos. Todos os grãos de uma mesma fase do material possuem a mesma estrutura cristalina, diferindo somente na orientação. Contorno de grão Grão Monocristais são materiais para os quais a ordem atômica se estende ininterruptamente ao longo da totalidade da amostra. Monocristais: um grão Policristais: constitui a grande maioria dos materiais. Policristais: compostos por muitos grãos.