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(Unesp 2010) A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana, e vinha, Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro. (...) Estupendas usuras nos mercados, Todos, os que não furtam, muito pobres, E eis aqui a Cidade da Bahia. (Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa”.In:​
Obra poética ​
(org. James Amado), 1990.) O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII, a)representa, de maneira satírica, os governantes e a desonestidade na Bahia colonial. b)critica a colonização portuguesa e defende, de forma nativista, a independência brasileira. c)tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de moradia na capital baiana. d)revela a identidade brasileira, preocupação constante do modernismo literário. e)valoriza os aspectos formais da construção poética parnasiana e aproveita para criticar o governo. 2​
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(Enem 2013) ​
TEXTO I Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece­me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bem­dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam. CASTRO, S. “A carta de Pero Vaz de Caminha”. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento). TEXTO II Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata­se que a)a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa­se apenas com a estética literária. b)a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna. c)a carta, como testemunho histórico­político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos. d)as duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e não verbal —, cumprem a mesma função social e artística. e)a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momentos histórico, retratando a colonização. 3​
. (Ufsm 2014) Padre Antônio Vieira, em seu ​
Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes, ​
vale­se da fauna aquática, especialmente a da costa brasileira, para dar força e vida às suas palavras, como se vê no fragmento a seguir. Outra coisa muito geral, que não tanto me desedifica, quanto me lastima, em muitos de vós, é aquela tão notável ignorância e cegueira que em todas as viagens experimentam os que navegam para estas partes. Tome um homem do mar um anzol, ata­lhe um pedaço de pano cortado e aberto em duas ou três pontas, lança­o por um cabo delgado até tocar na água, e em o vendo o peixe, arremete cego a ele e fica preso e boqueando até que, assim suspenso no ar, ou lançado no convés, acaba de morrer. Pode haver maior ignorância e mais rematada cegueira que esta? Enganados por um retalho de pano, perder a vida? Dir­me­eis que o mesmo fazem os homens. Não vô­lo nego. Dá um exército batalha contra outro exército, metem­se os homens pelas pontas dos piques, dos chuços e das espadas, e por quê? Porque houve quem os engodou e lhes fez isca com dois retalhos de pano. A vaidade entre os vícios é o pescador mais astuto e que mais facilmente engana os homens. E que faz a vaidade? Põe por isca nas pontas desses piques, desses chuços e dessas espadas dois retalhos de pano, ou branco, que se chama hábito de Malta; ou verde, que se chama de Aviz; ou vermelho, que se chama de Crista e de Santiago; e os homens por chegarem a passar esse retalho de pano ao peito, não reparam em tragar e engolir o ferro. A partir da leitura do fragmento, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada afirmativa a seguir. ( ) A referência aos peixes, no fragmento e no sermão como um todo, deve­se ao “milagre da multiplicação dos peixes’, realizado por Jesus Cristo, o que serve de ponto de partida para o texto de Vieira. ( ) Por meio da analogia, Vieira compara como os peixes são pescados e como os homens perdem­se, ambos vítimas de um engano. (
) Os fatos narrados no fragmento apresentam semelhanças com o enredo de uma fábula, no sentido de que seu conteúdo é utilizado para ilustrar um princípio moral. A sequência correta é a)V – F – F. b)F – V – F. c)F – V – V. d)F – F – V. e)V – V – V. 4​
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(Uepa 2014) Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Gregório de Matos Guerra Assinale a alternativa que contém uma característica da comunicação poética, típica do estilo Barroco, existente no quarteto acima. a)Reflexão sobre o caráter humano da divindade. b)Associação da natureza com a permanência da realidade espiritual. c)Presença da irreverência satírica do poeta com base no paradoxo. d)Utilização do pleonasmo para reforçar a superioridade do cristianismo sobre o protestantismo. e)Uso de ideias contrastantes com base no recurso da antítese. 5​
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(G1 ­ ifsp 2014) Leia o soneto do escritor barroco Gregório de Matos. Descrição da Cidade de Sergipe d’El­Rei Três dúzias de casebres remendados, 1​
Seis becos, de ​
mentrastos entupidos, Quinze soldados, rotos e despidos, Doze porcos na praça bem criados. Dois conventos, seis frades, três letrados, Um juiz, com bigodes, sem ouvidos, Três presos de piolhos carcomidos, Por comer dois meirinhos esfaimados. 2​
As damas com sapatos de ​
baeta, Palmilha de tamanca como frade, 3​
Saia de ​
chita, cinta de raqueta. 4​
O feijão, que só faz ​
ventosidade Farinha de pipoca, pão que greta, De Sergipe d’El­Rei esta é a cidade. (DIMAS, Antônio. Gregório de Matos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.) 1​
mentrasto: tipo de erva 2​
baeta: tecido felpudo 3​
chita: tecido de algodão de pouco valor 4​
ventosidade: que provoca flatulência Pela leitura do soneto, é correto afirmar que o poeta a)critica veladamente o governo português por ter escolhido essa cidade para ser a sede administrativa da colônia. b)escreve esse poema para expor as angústias vividas durante o período em que cumpria a primeira ordem de desterro. c)comenta a elegância e a sensualidade das damas, visto que sempre apreciou as mulheres brasileiras. d)lamenta a inexistência de instituições religiosas, pois elas organizariam moralmente a cidade. e)descreve as condições do local, mostrando que os habitantes vivem rusticamente e com poucos recursos. Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão empeçado¹, um estilo tão dificultoso, um estilo tão afeta​
do, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser muito fácil e muito natu​
ral. Por isso Cristo comparou o pregar ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte (...) Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se uma parte está branco, da outra há de estar negro (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estre​
las são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distin​
to e muito claro. (Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira) ¹empeçado: ​
com obstáculo, com empecilho. 6​
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(Espm 2014) A expressão que traduz a ideia de rebusca​
mento no estilo é: a)“púlpitos” b)“semear” c)“céu” d)“xadrez de palavras” e)“estrelas” 7​
. (Ufsm 2014) O poeta árcade Cláudio Manuel da Costa valeu­se, em alguns momentos, da natureza brasileira para compor sua poesia, fugindo, assim, pelo menos em parte, do convencionalismo neoclássico. A partir dessa ideia, leia o poema a seguir. LVIII 1​
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Altas serras, ​
que ao Céu estais servindo De muralhas, que o tempo não profana, Se Gigantes não sois, que a forma humana Em duras penhas foram confundindo; Já sobre o vosso cume se está rindo 4​
O ​
Monarca da luz, que esta alma engana; Pois na face, que ostenta, soberana, O rosto de meu bem me vai fingindo. Que alegre, que mimoso, que brilhante Ele se me afigura! Ah qual efeito Em minha alma se sente neste instante! Mas ai! a que delírios me sujeito! Se quando no Sol vejo o seu semblante, 2​
Em vós descubro ​
ó penhas o seu peito? Acerca do poema, assinale a alternativa INCORRETA. a)O poema é um soneto composto de versos decassílabos heroicos, com rima intercalada nos quartetos e cruzada nos tercetos. b)O eulírico tem como interlocutor de seu poema as “Altas serras” (ref. 1), às quais se dirige diretamente também ao final, em “ó penhas” (ref. 2), caracterizando assim o uso de apóstrofes. c)O eulírico emprega algumas inversões sintáticas no poema, como em “[...] que ao Céu estais servindo! De muralhas” (ref. 3), a que se chama de hipérbatos e que remetem mais ao estilo barroco que ao árcade. d)O eulírico compara o Sol, a que chama de “Monarca da luz” (ref. 4), ao rosto de sua amada, o que caracteriza uma personificação. e)Ao olhar o Sol sobre as serras, o eulírico enxerga uma imagem de sua amada, cujo peito seria composto então pelas penhas, visão essa que enche sua alma de alegria. 8​
. (Ufsm 2014) Em​
Caramuru, ​
poema épico de Santa Rita Durão, o herói, Diogo Álvares Correia, em determinado momento narrado no Canto VII, chega com Paraguaçu, sua amada, à França, onde, instado pelo rei, relata as belezas da terra brasileira. Entre as flores, uma é destacada: XXXIX É na forma redonda, qual diadema De pontas, como espinhos, rodeada, A coluna no meio, e um claro emblema Das chagas santas e da cruz sagrada: Veem­se os três cravos e na parte extrema Com arte a cruel lança figurada, A cor é branca, mas de um roxo exangue, Salpicada recorda o pio sangue. XL Prodígio raro, estranha maravilha, Com que tanto mistério se retrata! Onde em meio das trevas a fé brilha, Que tanto desconhece a gente ingrata: Assim do lado seu nascendo filha A humana espécie, Deus piedoso trata, E faz que quando a graça em si despreza, Lhe pregue co’esta flor a natureza. A partir desse fragmento, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada afirmativa a seguir. ( ) As duas estrofes podem ser classificadas como oitavas compostas apenas de versos decassílabos. ( ) A estrofe XXXIX é basicamente descritiva, em que detalhes da anatomia da flor são aproximados da tradicional imagem de Jesus Cristo na cruz. ( ) A estrofe XL apresenta uma interpretação da personagem, que considera a presença da flor uma manifestação misteriosa da graça de Deus entre os índios, os quais, por meio da visão da planta, convertem­se. (
) Na análise conjunta das duas estrofes, percebe­se a presença de duas características marcantes da primeira literatura feita no Brasil: a descrição da natureza local e a preocupação com a conversão do nativo à fé do colonizador. A sequência correta é a)V – V – F – V. b)F – V – F – V. c)V – F – V – F. d)F – V – V – V. e)V – F – F – F. 9​
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(G1 ­ cftmg 2014) Considere o seguinte poema de Cláudio Manuel da Costa: VII Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá­lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era: Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! COSTA, Cláudio Manuel da. ​
Obras poéticas de Glauceste Satúrnio​
. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 06 out. 2013. O sujeito poético pode ser caracterizado, nesse poema, como um a)herói trágico, por submeter seu destino às forças naturais. b)personagem satírico, por descaracterizar o ambiente em torno de si. c)pastor bucólico, por refletir a harmonia da natureza em seus sentimentos. d)indivíduo autocrítico, por conceber a paisagem como reflexo de sua crise pessoal. 10​
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(Espcex (Aman) 2014) Leia os versos abaixo: “Se não tivermos lãs e peles finas, podem mui bem cobrir as carnes nossas as peles dos cordeiros mal curtidas, e os panos feitos com as lãs mais grossas. Mas ao menos será o teu vestido por mãos de amor, por minhas mãos cosido.” A característica presente na poesia árcade, presente no fragmento acima, é a)​
aurea mediocritas. ​
b)cultismo. c)ideias iluministas. d)conflito espiritual. e)​
carpe diem. Liberdade, onde estás? Quem te demora? Quem faz que o teu influxo em nós não caia? Porque (triste de mim!), porque não raia Já na esfera de Lísia* a tua aurora? Da santa redenção é vinda a hora A esta parte do mundo, que desmaia. Oh!, venha... Oh!, venha, e trêmulo descaia Despotismo feroz, que nos devora! Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo, Oculta o pátrio amor, torce a vontade, E em fingir, por temor, empenha estudo. Movam nossos grilhões tua piedade; Nosso númen tu és, e glória, e tudo, Mãe do gênio e prazer, ó Liberdade! (Bocage) Lísia = Portugal MOISÉS, Massaud. ​
A Literatura Portuguesa Através dos Textos​
. São Paulo: Cultrix, 2006,p.239. 11​
. (Uepa 2014) A leitura do soneto bocageano permite afirmar que há entre a subjetividade do poeta e as questões sociais de Portugal uma ampla interação comunicativa. Marque a alternativa que comprova este comentário. a)O eu lírico pede ao país que tenha, como ele, paciência para suportar o despotismo. b)A pátria personificada ​
que desmaia​
, é comparável ao eu lírico ​
frio e mudo​
. c)O despotismo é a redenção muito esperada pelo eu lírico e pela sociedade portuguesa. d)A saudade é representada no poema pelas imagens do cárcere e do poeta preso por grilhões. e)O eu lírico e a pátria celebram a chegada da liberdade como um sol que surge no horizonte. 12​
. (Uepa 2014) O poema de Bocage organiza uma situação comunicativa interna em que se verificam os seguintes elementos fundamentais da comunicação: emissor, receptor (contido no próprio texto) e mensagem. No poema estes elementos são: a)eu lírico, liberdade e crítica ao despotismo. b)poema, liberdade e crítica ao despotismo. c)eu lírico, povo português e crítica ao despotismo. d)eu lírico, liberdade e língua portuguesa. e)eu lírico, leitor e crítica ao despotismo. 13​
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(G1 ­ cftmg 2013) Sobre a poesia épica do Arcadismo, afirma­se: I. A natureza apresenta­se como “pano de fundo” para as ações narradas. II. O índio é idealizado como herói nacional por libertar o povo brasileiro do domínio português. III. Seus principais representantes são Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Está correto o que se afirma em a)I e II. b)I e III. c)II e III. d)I, II e III. Lira XV Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro, Fui honrado Pastor da tua aldeia; Vestia finas lãs, e tinha sempre A minha choça do preciso cheia. Tiraram­me o casal, e o manso gado, Nem tenho, a que me encoste, um só cajado. Para ter que te dar, é que eu queria De mor rebanho ainda ser o dono; Prezava o teu semblante, os teus cabelos Ainda muito mais que um grande Trono. Agora que te oferte já não vejo Além de um puro amor, de um são desejo. Se o rio levantado me causava, Levando a sementeira, prejuízo, Eu alegre ficava apenas via Na tua breve boca um ar de riso. Tudo agora perdi; nem tenho o gosto De ver­te aos menos compassivo o rosto. Propunha­me dormir no teu regaço As quentes horas da comprida sesta, Escrever teus louvores nos olmeiros, Toucar­te de papoulas na floresta. Julgou o justo Céu, que não convinha Que a tanto grau subisse a glória minha. Ah! minha Bela, se a Fortuna volta, Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo; Por essas brancas mãos, por essas faces Te juro renascer um homem novo; Romper a nuvem, que os meus olhos cerra, Amar no Céu a Jove, e a ti na terra. Fiadas comprarei as ovelhinhas, Que pagarei dos poucos do meu ganho; E dentro em pouco tempo nos veremos Senhores outra vez de um bom rebanho. Para o contágio lhe não dar, sobeja Que as afague Marília, ou só que as veja. Senão tivermos lãs, e peles finas, Podem mui bem cobrir as carnes nossas As peles dos cordeiros mal curtidas, E os panos feitos com as lãs mais grossas. Mas ao menos será o teu vestido Por mãos de amor, por minhas mão cosido. Nós iremos pescar na quente sesta Com canas, e com cestos os peixinhos: Nós iremos caçar nas manhãs frias Com a vara envisgada os passarinhos. Para nos divertir faremos quanto Reputa o varão sábio, honesto e santo. Nas noites de serão nos sentaremos C'os filhos, se os tivermos, à fogueira; Entre as falsas histórias, que contares, Lhes contarás a minha verdadeira. Pasmados te ouvirão; eu entretanto Ainda o rosto banharei de pranto. Quando passarmos juntos pela rua, Nos mostrarão c'o dedo os mais Pastores; Dizendo uns para os outros: "Olha os nosso "Exemplos da desgraça, e sãos amores". Contentes viveremos desta sorte, Até que chegue a um dos dois a morte. GONZAGA, Tomaz Antonio. ​
Marília de Dirceu​
. Disponível em <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>. Acesso em: 25.out.2012. 14​
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(G1 ­ cftmg 2013) ​
NÃO​
é correto afirmar que o pastor a)é o eu lírico do poema. b)projeta pela imaginação seu futuro. c)revela à Marília a causa de sua desgraça. d)apresenta uma visão nostálgica do passado. 15​
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(G1 ­ cftmg 2013) O poema apresenta a temática árcade conhecida como a)​
fugere urbem ​
(fuga da cidade). b)​
inutilia truncat ​
(corte das coisas inúteis). c)​
carpe diem ​
(desejo de aproveitar o dia, a vida). d)​
aurea mediocritas ​
(vida simples materialmente, mas feliz). Gabarito: 1­​
A Gregório de Matos, autor inserido no Barroco brasileiro (1601­ 1768), não poderia apresentar características neoclássicas típicas do estilo subsequente, o Aracadismo (1768­ 1836), muito menos valorizar a estética parnasiana do final do século XIX ou desenvolver temática típica do Modernismo brasileiro das primeiras décadas do século XX, o que invalida as opções c), d) e e). Embora a preocupação do texto seja claramente a de satirizar a situação em que na época se encontrava a cidade da Bahia, não se pode afirmar que o texto faça apologia da independência brasileira, como é afirmado em b). 2­​
C A Carta de Pero Vaz de Caminha revela a perspectiva otimista do colonizador (“Andavam todos tão bem­dispostos, tão bem feitos e galantes”), enquanto que a obra de Portinari revela a surpresa e a preocupação dos nativos ao apontar para o horizonte. Assim, é correta a opção [C], pois a carta é testemunho histórico­político do encontro do colonizador com as novas terras e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos. 3­​
C É correta a alternativa [C], pois apenas a primeira proposição é falsa. Não existe nenhuma relação entre o “milagre da multiplicação dos peixes” e a fauna aquática da costa do Brasil, que serve de ponto de partida para o texto de Vieira. 4­​
E A antítese é uma figura de estilo que apresenta exposição de ideias opostas e que foi amplamente utilizada pelos autores do período Barroco. No quarteto do enunciado, o contraste que se estabelece entre vida/morte, claro/escuro e tristeza/alegria enfatiza os conceitos dualísticos típicos daquele momento histórico: antropocentrismo (homem) opondo­se ao teocentrismo (Deus). Assim, é correta a alternativa [E]. 5­​
E [A] Nunca Sergipe foi sede administrativa da colônia, mas por inferência, pode­se presumir que o rei tivesse cogitado tal mudança. Por outro lado, os versos fazem uma dura crítica à região ao descrever sua miséria. [B] O desterro é o castigo de viver fora de seu país de origem, contudo os versos falam de uma região daqui mesmo do Brasil. [C] Ao contrário, os versos criticam as roupas feias usadas por pessoas muito simples. [D] Há uma descrição de uma cidade erma e atrasada, com dois conventos e seis frades. [E] ​
Correta. Os versos mostram que os habitantes vivem rusticamente, porém com a ironia característica do Boca do Inferno, apelido do poeta barroco. 6­​
D “Xadrez de palavras” está relacionado à ideia de “rebuscamento no estilo” ao se estabelecer uma relação metafórica entre “xadrez”, jogo de tabuleiro conhecido por sua dificuldade ao impor o uso da lógica, e “rebuscamento”, associado à ideia de “requinte”. 7­​
E Todas as alternativas são corretas, exceto [E]. Ao associar a imagem do sol ao rosto da sua amada (“O Monarca da luz, que esta alma engana; /Pois na face, que ostenta, soberana, /O rosto de meu bem me vai fingindo”), o eu lírico percebe que é vítima de ilusão, pois são as “penhas” que metaforicamente representam a verdadeira essência da amada, que resiste aos rogos do poeta. A figura feminina é retratada exterior e interiormente, através de elementos da paisagem, no que ela parece ser e no que ela é verdadeiramente. 8­​
A É correta a alternativa [A], pois apenas a penúltima afirmação é improcedente. No poema, não existe nenhuma menção à conversão dos índios perante a flor de maracujá, conhecida também como “Flor da paixão”. Assim, a sequência correta é: V – V – F – V. 9­​
D Em um poema que se afasta do ideal árcade, o sujeito poemático, ao estranhar o local em que está, conclui, na 4ª estrofe, que os males que ele próprio traz na alma interferem na apreensão da paisagem. 10­​
A Do latim, “mediocridade dourada”, ​
aurea mediocritas são as palavras usadas pelo poeta latino Horácio para exaltar as vantagens de uma condição de vida simples, média, sem luxo, mas também distante da pobreza. Esse conceito é apresentado pelo poeta nos versos, pois o eu lírico propõe a sua amada vestimentas rústicas, “com as lãs mais grossas”, em contraposição às “lãs e peles finas”. 11­​
B A subjetividade do eu lírico, expressa sobretudo nos pronomes “nós”, “mim” e “nos”, sugere reciprocidade de seus sentimentos e anseios com os da pátria, que sofre a opressão do sistema político instaurado em Portugal após a morte do rei D. José. Dirigindo­se diretamente à Liberdade, o eu lírico indaga as razões de ela não estar presente em “esta parte do mundo”, que não reage à tirania e que, como ele “frio e mudo”, assiste impassível aos desmandos dos déspotas que governam o país. Assim, é correta a alternativa [B]. 12­​
A É correta a alternativa [A], pois, no soneto “Liberdade, onde estás? Quem te demora?”, o emissor é o eu lírico, o receptor, a liberdade, e o objetivo da mensagem é criticar o sistema político opressor do país, o despotismo. 13­​
B Apenas a afirmação do item II é incorreta, pois a idealização do índio como herói nacional é característica do Romantismo brasileiro, e não do Arcadismo. Assim, é correta opção [B]. 14­​
C Todas as opções são corretas, exceto [C], pois o eu lírico, assumindo a identidade de um pastor, relembra nostalgicamente o passado e imagina um futuro em que tudo que perdeu lhe será devolvido, mas sem revelar a causa da desgraça que o vitima no presente. 15­​
D È correta a opção [D], pois o poema exalta a virtude da humildade e do comedimento na figura do eu lírico, pastor anônimo e feliz no contato com a natureza, ou seja, apresenta a temática árcade conhecida como aurea mediocritas​
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Exercício Barroco e Arcadismo - Cursinho Gratuito Primeiro de Maio