Atitudes no diagnóstico e abordagem das lesões precursoras do cancro gástrico Turma 3 (M) do 1º ano Orientador: Mário Ribeiro Regente da disciplina: Prof. Doutor Altamiro da Costa Pereira Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Descrição da cascata de carcinogénese gástrica1 (Pelayo de Correa, 1988) H. Pylori Gastrite Crónica Dieta Gastrite Crónica Atrófica Factores genéticos Metaplasia intestinal Displasia Adenocarcinoma gástrico (processo multifactorial) Gastrite Crónica Atrófica Metaplasia Intestinal2,3 Alto Grau Displasia4 Baixo Grau Tipo I - completo Tipo II incompletos Tipo III Determinar e avaliar as atitudes em termos de diagnóstico e orientação (seguimento e/ou tratamento) das lesões precursoras do cancro gástrico, designadamente as lesões de atrofia, metaplasia intestinal e displasia. Tipo de estudo e participantes Estudo observacional População alvo: Médicos especialistas em gastroenterologia. Amostra : Médicos gastroenterologistas de HGSA, IPO, CHVNG. Instrumento de colheita de dados Questionário de auto-resposta Instituições Questionários Entregues Questionários Recolhidos Taxa de resposta (%) Centro Hospitalar de V. N. Gaia 11 5 36,4 Hospital Geral de Santo António 11 2 27,3 Instituto Português de Oncologia 4 2 50,0 TOTAL 26 9 34,6 Tabela 1 – Questionários entregues e recolhidos em cada instituição. Gastrite Crónica Atrófica Diagnóstico na GCA Seguimento na GCA 80 100 67 60 44 33 40 20 0 Endoscopia com biópsias aleatórias Endocopia com biópsias não aleatórias Cromoendoscopia (Indigo Carmim) Métodos de diagnóstico Gráfico 1 – Métodos utilizados no diagnóstico da GCA. Inquiridos (%) Inquiridos (%) 100 78 80 60 22 40 20 0 Não Sim Realização de seguimento Gráfico 2 – Seguimento de doentes com GCA. Gastrite Crónica Atrófica Pesquisa do Helicobacter pylori 100 80 60 Gráfico 4 – Erradicação do H.pylori na GCA. 40 0 20 Erradicação do Helicobacter pylori 0 Não Sim Gráfico 3 – Pesquisa do H. pylori na GCA. 100 Inquiridos (%) Inquiridos (%) 100 67 80 60 33 40 20 0 Não Sim Metaplasia Intestinal Diagnóstico na Metaplasia Intestinal 100 Inquiridos (%) 80 67 Gráfico 6 – Seguimento de doentes com MI. 60 33 40 Seguimento na Metaplasia Intestinal 22 20 100 0 Endocopia com biópsias não aleatórias Cromoendoscopia (Indigo Carmim) Métodos de diagnóstico Gráfico 5 – Métodos utilizados no diagnóstico da MI. 80 Inquiridos (%) Endoscopia com biópsias aleatórias 60 40 44 34 22 20 0 Não Sim Realização de seguimento NR Metaplasia Intestinal Pesquisa do Helicobacter pylori Gráfico 8 – Erradicação do H. pylori na MI. 67 80 Erradicação do Helicobater pylori 60 33 40 20 100 0 Não Sim Gráfico 7 – Pesquisa do H. pylori na MI. Inquiridos (%) Inquiridos (%) 100 67 80 60 33 40 20 0 Não Sim Displasia 78 78 44 22 22 DAG 33 DBG 11 Cromoendoscopia (Vermelho do Congo) Cromoendoscopia (Indigo Carmim) 0 Endocopia com biópsias não aleatórias 100 80 60 40 20 0 Endoscopia com biópsias aleatórias Inquiridos (%) Diagnóstico na Displasia Gráfico 10 – Seguimento de doentes com displasia (DAG e DBG). Métodos no diagnóstico Seguimento na Displasia (DAG e DBG) Gráfico 9 – Métodos utilizados no diagnóstico da displasia (DAG e DBG). Inquiridos (%) 100 80 67 60 33 40 20 0 0 Não Sim Atitudes no diagnóstico NR Displasia Erradicação do Helicobacter pylori 100 100 80 80 56 60 56 44 DAG 44 DBG 40 20 Inquiridos (%) Inquiridos (%) Pesquisa ao Helicobacter pylori 56 56 60 44 44 DAG DBG 40 20 0 0 Não Não Sim Gráfico 11 – Pesquisa do H. pylori na displasia. Gráfico 12 – Erradicação do H. pylori na displasia. Ressecção da Displasia 89 Inquiridos (%) 100 80 66 60 20 DAG 34 40 DBG 11 0 Gráfico 13– Ressecção no tratamento de doentes com displasia. Sim Não Sim Realização de ressecção Diagnóstico Gastrite Crónica Atrófica: • Todos os inquiridos realizam biópsias (maioria em locais pré-definidos)5 e realizam cromoendoscopia (Indigo Carmim) 6; • Todos os inquiridos diagnosticam H. pylori devido ao risco de evolução para displasia. Metaplasia Intestinal: • Semelhante à Gastrite Crónica Atrófica. Displasia de Baixo Grau: • Cromoendoscopia (Indigo Carmim) e biópsias em locais pré-definidos. Displasia de Alto Grau: • Cromoendoscopia (Indigo Carmim); • Biópsias em locais não definidos ou pré-definidos; • Maioria não diagnostica H. pylori. Seguimento Gastrite Crónica Atrófica: • 44% não seguem os pacientes com esta lesão; • Técnicas de seguimento: biópsia - indivíduos sem sintomas. endoscopia - indivíduos com sintomas. Metaplasia Intestinal: • Técnicas de seguimento: biópsia – presença de sintomas. endoscopia - presença de sintomas (maioritariamente). Displasia de Baixo Grau: • Endoscopia e biópsias na ausência de sintomas. Displasia de Alto Grau: • Semelhante à displasia de baixo grau. Tratamento Gastrite Crónica Atrófica: • 67% de inquiridos erradicam H. pylori para combater a lesão7,8. Metaplasia Intestinal: Erradicação de H. pylori para evitar a evolução para displasia4. Displasia de Baixo Grau: • Metade dos inquiridos opta pela erradicação de H. pylori; • Ressecção nem sempre utilizada9. • Displasia de Alto Grau: • Maioria erradica H. pylori; • Ressecção do tecido afectado9. Tratamento de Dados – Teste utilizado: Teste de Qui-Quadrado Impossível a aplicação Mais de 20% das células da tabela de contingência têm valores esperados < 5 Análise Empírica dos Dados Diagnóstico •Gastrite Crónica Atrófica e Metaplasia Intestinal •Inst. A – Biópsias não aleatórias + endoscopia; •Inst. B – Biópsias aleatórias + endoscopia; •Inst. C – dividido entre estas duas possibilidades. •Displasia de Alto/Baixo Grau •Inst. B – Biópsias aleatórias + endoscopias Seguimento •Gastrite Crónica Atrófica •Inst. A e B – propõem seguimento •Metaplasia Intestinal •Inst. A – propõem seguimento •Displasia de Alto/Baixo Grau •Inst. A – propõem seguimento •Inst. B – metade propõem seguimento Opiniões dos diferentes inquiridos, inter e intra-instituição, discrepantes no que respeita a atitudes no diagnóstico, seguimento e tratamento das diferentes lesões que conduzem ao adenocarcinoma gástrico. Índice de resposta ao questionário foi muito baixo Amostra demasiado reduzida Dificuldade em generalizar os resultados obtidos e concluir sobre o diagnóstico e abordagem das lesões precursoras do cancro gástrico. Resultados Inconclusivos 1 Correa P, A Human model of gastric carcinogenesis. Cancer Res 1988 Jul 1; 48(13):3554-60 2 Filipe Ml, Muñoz N, Matko I, et al: Intestinal metaplasia types and the risk of gastric cancer: A cohort study in Slovenia. Int J Cancer1994; 57: 324-329 3 Bronner M: Gastric cancer and intestinal metaplasia. Hum Pathol 1999; 30:733 4 Schlemper RJ, Riddell RH, Kato Y, et al. The Vienna classification of gastrointestinal epithelial neoplasia. Gut 2000; 47:251 5 Andrew A, Wyatt JI, Dixon MF. Observer variation in the assessment of chronic gastritis according to the Sydney system. Histopathology. 1994 Oct;25(4):317-22 6 Dinis - Ribeiro M, Lopes C, da Costa - Pereira A, et al. A follow up model for patients with Atrofic chronic gastritis and intestinal metaplasia. J Clin Pathol 2004; S7: 177-182. doi: 10. 1136/ JCP. 2003. 11270 7Silva S, Filipe MI, Pinho A. Variants of intestinal metaplasia in the evolution of chronic atrophic gastritis and gastric ulcer. A follow up study. Gut 1999; 31: 1097-104 8 Raez I, Toth E. Chromoendoscopy study of the gastric mucosa. Orv Hetil. 1989 Dec 3; 130(49): 2635-8