i UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI DEOSIR FLÁVIO LOBO DE CASTRO JÚNIOR ESTRATÉGIAS PARA A HOTELARIA EXECUTIVA CATARINENSE: UMA ANÁLISE ENTRE AS CAPACIDADES MERCADOLÓGICAS, DIFERENCIAÇÃO DE SERVIÇOS E DESEMPENHO TESE Biguaçu 2013 i UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI DEOSIR FLÁVIO LOBO DE CASTRO JÚNIOR ESTRATÉGIAS PARA A HOTELARIA EXECUTIVA CATARINENSE: UMA ANÁLISE ENTRE AS CAPACIDADES MERCADOLÓGICAS, DIFERENCIAÇÃO DE SERVIÇOS E DESEMPENHO TESE Tese apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Administração e Turismo, na Universidade do Vale do Itajaí, Programa de Pós-Graduação em Administração. Orientador: Prof. Dr. Cláudio Reis Gonçalo Biguaçu 2013 ii DEOSIR FLÁVIO LOBO DE CASTRO JÚNIOR Esta Tese foi julgada adequada para a obtenção do título de Doutor em Administração e Turismo e aprovada pelo curso de Doutorado em Administração, da Universidade do Vale do Itajaí. Área de Concentração: Estratégia e Gestão das Organizações Biguaçu, 14 de Março de 2013. Prof. Dr. Carlos Ricardo Rossetto Coordenador do Programa – PPGA Banca Examinadora: Prof. Dr. Cláudio Reis Gonçalo Universidade do Vale do Itajaí – PPGA Orientador Prof. Dr. Carlos Ricardo Rossetto Universidade do Vale do Itajaí – PPGA Coorientador Prof. Dr. Maurício Fernandes Pereira Universidade Federal de Santa Catarina - CPGA Prof. Dr. Ely Laureano Paiva Fundação Getúlio Vargas – São Paulo Prof. Dr. Miguel Angel Verdinelli Universidade do Vale do Itajaí - PPGA iii AGRADECIMENTOS Inicialmente agradeço a Deus, apesar de tradicional é um agradecimento muito sincero e verdadeiro! O Deus que conheci há tempos estava na forma de dois anjos e respondiam pelos nomes de Papai e Mamãe! Muito Obrigado! Ao senhor Deosir Flávio Lobo de Castro (In memoriam) e à senhora Marimar do Socorro Grangeiro de Castro (In memoriam)! Obrigado pela vida, pelo amor incondicional e carinho, pelos ensinamentos, pelo conforto emocional e fisico, pelas orientações e pela torcida de vocês! Desculpem-me pelos sacrifícios, pelas preocupações quanto ao meu temperamento! Saibam que, onde estiverem, vocês são os meus heróis, ídolos e exemplos em vida e após ela! AMO e respeito vocês até hoje e SEMPRE! Saudades, eternas saudades de meus amados pais! Eternamente OBRIGADO! AMO VOCÊS! Sou eternamente grato também a minha amada esposa, Ana Paula Oliveira de Castro! Aqui agradeço pela compreensão da difícil fase que é o doutoramento. Obrigado por ser minha parceira na vida! Obrigado por cuidar de mim, e de nossos filhos com tanta dedicação e carinho, além das deliciosas comidas! Obrigado pelos nossos filhos! Eu te AMO! Você é minha eterna paixão, minha mulher! A minha amada filha, Amanda Oliveira de Castro, minha princesa, patinadora, bailarina, student of english, ‘monstrinha’ mais bela do Monster-High! Na verdade, peço-lhe desculpas pela ausência e distância que fui obrigado a lhe impor. Fiz por amar você, amar mais que tudo nesta vida! Fiz pensando em seu futuro e conforto! Voltei, meu amor! E obrigado por demonstrar tanto amor e carinho por mim! Eu te AMO! Era uma vez um pai que agarrou a filha... e nunca mais soltou! Hoje é dia SIM! É muito bom ser seu Pai, minha amada filha! Ao meu amado filho, Vinícius Oliveira de Castro, que pela sua pouca idade não entendia o sacrifício realizado do pai, e legitimamente me cobrava a presença pela porta, desculpe-me. O bagunceiro e carinhoso deste pai! Meu ‘grudadinho’, meu spider-man, meu ‘Michael Jackson’ e meu melhor amigo! Papai te AMA! Estaremos juntos meu filho, para todo o SEMPRE! Pai e filho, meu amor! Vamos ‘domí’? Meu filho, minha vida! Vini é ‘dúúúú’ Paaai!!! É muito bom ser seu Pai! Você e sua irmã são os melhores presentes que a vida gentilmente me deu! OBRIGADO! iv Agradeço também a minha amada irmã, Cláudia Grangeiro de Castro, testemunha ocular de minha história! Todos os nossos dias juntos foram excelentes, mas jamais estaremos separados! Conte comigo maninha, estamos juntos e eu te AMO! Obrigado pelo apoio, carinho e por sempre torcer por mim! Minha maior ‘puxa-saco’! Agradeço aos meus amados sobrinhos, Gabriel Castro da Silva (meu afilhado) e a linda Carolina Castro da Silva, vocês me alegram o coração! Vão ter que aguentar o tio! Aos meus sogros, Lionete Mota de Oliveira e Osmar Francisco de Oliveira! Vocês dois são mais que sogros, mais que pais e mais que avós! São as nossas riquezas, recanto de carinho e atenção! Meu Muito Obrigado, por nos socorrer em todos os momentos, e de todas as formas! Certamente sem o apoio de vocês esta jornada não seria concluída assim! Obrigado, também, por deixarem eu casar com sua filha! Ao meu orientador Prof. Dr. Cláudio Reis Gonçalo, meu muito obrigado! Quando ninguém mais me desejava orientar, o senhor não só abraçou a este desafio, assim como abraçou ao aluno! Obrigado pelo tratamento sempre fraternal e pelos ensinamentos acadêmicos! Obrigado por acompanhar-me e sempre acreditar em mim nesta jornada! Da primeira orientação a qualificação, dois meses. Final da tese, mais dois meses. Só consegui concluir o doutorado em três anos e seis dias pela sua forma de orientar! MEU MUITO OBRIGADO! Ao Prof. Dr. Carlos Ricardo Rossetto, meu coorientador de fato e direito! Da mesma forma, enfrentou o indigesto desafio, e muito me auxiliou! Obrigado pelas sugestões de temas para a nova tese! Confesso que me senti acompanhado e protegido! Muito obrigado pelas orientações! Com elas, ficou muito mais fácil e rápido! Aos Professores Doutores, Maurício Fernandes Pereira, Ely Laureano Paiva e Miguel Angel Verdinelli, por suas contribuições cruciais, pontuais e sempre oportunas. Obrigado pela flexibilidade em sua agenda de compromissos! Certamente não só contribuíram para o melhor, e correto desenvolvimento da presente tese, mas também constituíram um enorme ensinamento! Muito Obrigado! v No início, era mais um colega da turma de doutoramento, hoje é com orgulho que o chamo de AMIGO! IRMÃO! BROTHER! BBzão! Espero ter sua amizade pelo resto de minha vida. Muito Obrigado! Valeu Prof. Dr. Elvis Silveira-Martins! Tenha a minha eterna gratidão, por sempre me socorrer em diversas ocasiões! Valeu pelos ensinamentos e pela sua torcida incondicional! Nunca conheci uma pessoa tão boa com todos, e tão desapegada. Obrigado, por me abrir a sua casa e pela presença de sua amorosa esposa, ‘Cissa’! Agradeço a você por tudo, e saiba que não existem palavras que me socorram e expressem o meu agradecimento! Somente meus atos futuros poderão lhe agradecer apropriadamente, brother! Aos amigos e colega, Profª. Drª. Maria da Graça Nogueira (minha guerreira) e ao Márcio N. Miura (Mr. Base de dados), que em determinados momentos foram verdadeiros irmãos, apoiando-me e orientando-me, sem exigirem nada em troca. Ao Grande Eloy Antônio Fenker, sempre lembrarei a sua alegria de levar a vida! Agradeço e registro o meu agradecimento a vocês! Minha turma! QUE TURMA! Beijos e agradecimentos ao meu Tio/Amigo e grande Rubro-Negro, Márcio Ronaldo de Castro, e as minhas Tias Cida e Joana, pela parceria de uma vida! Com vocês, senti o que é querer bem! Muito Obrigado, SEMPRE! Eu os AMO! Aos meus amados primos/irmãos/amigos! Irmãos Sérginho e Kico, meus eternos consultores da língua inglesa, caçulinha Arthur, meu “quase avô” Nando, primas/irmãs Edmea, Vivi, Kelly, Paulinha... em suma a todos os Castros! Obrigado por tudo, eu AMO muito vocês! Lembrem-se o mundo não têm quatro cantos... Aos meus eternos amigos de uma vida, que entenderam (alguns certamente adoraram) a minha ausência. Ricardo Luiz Rauen, Patrícia Boeing Nogueira, Cristiane Olinger Philippi Araujo, Jalmir Rogério Aust, Carlos A. ‘Dedei’ Oening, Marcelo Silveira, Fernando Jacó Anderle, Galera das antigas do “Se não guenta por que veio?” (Tonel, Vika, Bulão, Lídio, Fernando-Nó7, Lelo, Alfredão, Zimmermann), Amizade incondicional, verdadeira e eterna! À Thaís M. Martin, parceira e anjo da guarda da escrita escorreita, sempre com os meus prazos exíguos me socorreu, meu muito obrigado! vi Aos amigos e colegas, hoje mestres, Thiago, Léo (Leonardo Pereira), aos Tapejaras (Adriano e Matheus), Ana Lúcia, Nilana, Estevão, Vilsiane, Matusa, Lineu, e aos demais colegas que certamente esqueci, sorry! Obrigado pela amizade e parceria! Às sempre queridas Caroline Rosa, Maria de Lurdes dos Santos, Cristina Leal e o ‘Boa vida’ Wagner Leite, pelo apoio e pronto auxílio em todas as oportunidades que precisei! Aos professores do programa, meu muito obrigado pelos ensinamentos! Ao meu amigo que nunca me viu, Professor Josimar Costa. Sem seus conhecimentos, certamente não teria conseguido modelar a mediação deste modelo. Pessoas como o Prof. Josimar Costa renovam a crença segundo a qual pessoas de bem são essenciais! Meus filhos te agradecem meu amigo! Aos meus amigos do IFSC, campus Florianópolis-continente, Vinicius de Lucca Filho, Fabíola Martins dos Santos, Fabiana Calçada de Lamare Leite, Rafael, Flavia, Luciano, Jucélio e demais amigos, meu muito obrigado! (Faltou espaço). Ao Clube de Regatas do Flamengo, que certamente não me desviou a atenção, sem fortes emoções em 2012, para que fosse possível a concretização da tese! Em 2013... Oh, meu Mengão, eu gosto de você! Quero cantar ao mundo inteiro.... a Alegria de ser Rubro-Negro! Cante Comigo Mengão! Acima de tudo Rubro-Negro! A Estação Primeira de Mangueira! Minha escola de coração! 2014 será nosso! A Coca-Cola Company, em especial a Coca-Cola Brasil e seus distribuidores. Uma parceira em grande parte de minha vida! Em especial durante os dias, as tardes, as noites e as madrugadas da tese! Muito Obrigado, engordei fácil uns 5 kilos! Certamente, deixei de incluir nesta seção algumas das muitas pessoas que contribuíram para que este desafiador projeto fosse concretizado. Isso não significa que não reconheça a sua ajuda, é velhice da braba mesmo! Sorry! Amanhã lembrarei e não me perdoarei, podem ficar tranquilos! Primeira aula: 08/03/2010. Defesa da tese: 14/03/2013. 3 anos e seis dias!!! vii RESUMO A presente pesquisa busca compreender os antecedentes do desempenho, tema recorrente para os pesquisadores da área de estratégia, em consonância com aquilo apontado por Day (2011). As pesquisas de Carvalho (2011) e Morgan e Katsikeas (2012) apontam para futuros estudos das capacidades dinâmicas, mais especificamente estudos empíricos das capacidades mercadológicas em relação ao desempenho. Nesta tese, pesquisaram-se as capacidades mercadológicas e desempenho, a diferenciação de serviços foi pesquisada como variável interna da organização e mediadora desta relação. Dessa forma, o presente trabalho objetivou estudar a relação entre as capacidades mercadológicas, diferenciação de serviços e o desempenho dos hotéis executivos em Santa Catarina. Para mensurar cada relação, buscaram-se subsídios nas escalas de DeSarbo et al. (2005) para as capacidades mercadológicas; a escala de Carvalho (2011) com relação a desempenho hoteleiro, e foi desenvolvido, testado e validado um instrumento de pesquisa e uma escala, no tocante a diferenciação de serviços em suas três dimensões: Pessoas, Processos e Ambiente. Esta pesquisa é quantitativa, utilizando-se da estratégia survey, seu universo compreendeu a hotelaria executiva em Santa Catarina, e a amostra intencional abarcou 153 Hotéis nas maiores cidades, com contribuição ao PIB de Santa Catarina. Para a análise dos dados, em um primeiro momento recorreu-se à análise fatorial exploratória; na sequência, executou-se a análise fatorial confirmatória, buscando verificar o quão bem as variáveis mediam o construto. O trabalho adotou a modelagem de equações estruturais, por meio do software AMOS™ 16.0, como conjunto de técnicas de análise de dados obtidos por meio do levantamento realizado junto a gestores de hotéis executivos. Entre os resultados, podem ser citados aqueles de cunho metodológico, como a validação de escalas e os testes de hipóteses, que revelaram: i) as capacidades mercadológicas têm relação positiva com o desempenho organizacional; ii) as capacidades mercadológicas são preditoras da diferenciação de serviços; iii) as capacidades mercadológicas possuem uma relação positiva com a diferenciação de serviços, em suas três dimensões; iv) a diferenciação de serviços, em duas dimensões: Pessoas e Ambiente, tem relação positiva com o desempenho; e v) a diferenciação de serviços, em suas três dimensões, media a relação das capacidades mercadológicas e desempenho. Palavras Chaves: Capacidade Desempenho e Hotelaria. mercadológica, Diferenciação de serviços, viii ABSTRACT This research aims to understand the antecedents of performance, a recurring theme for researchers in the field of strategy, according to Day (2011). The research of Carvalho (2011), and Morgan and Katsikeas (2012), points to future studies of dynamic capabilities, specifically empirical studies on how marketing capability relates to performance, a subject that is the theme of this thesis. Service differentiation was investigated as an internal variable of the organization and a mediator of this relationship. This study therefore investigates the relationship between marketing capabilities, service differentiation and performance of executive hotels in Santa Catarina. In order to evaluate each relationship, we used the scales of DeSarbo et al. (2005) as support. In relation to marketing capabilities, Carvalho's scale (2011) for hotel performance was developed, tested and validated as a survey tool, and as a scale for service differentiation in three dimensions: People, Processes and Environment. This research is quantitative, using the survey strategy. The study universe consisted of executive hotels in Santa Catarina, and the intentional sample included 153 Hotels in major cities, contributing to the GDP of the state of Santa Catarina. The data analysis began with exploratory factorial analysis, followed by confirmatory factorial analysis, seeking verify how well the variables measured the construct. The study adopted the modeling of structural equations, using the software AMOS™ 16 as a set of data analysis techniques obtained through a survey conducted with managers of executive hotels. Among the results were those of a methodological nature, such as the validation of the scales and tests of the hypothesis, which revealed: i) marketing capabilities are positively related to organizational performance, ii) marketing capabilities are predictors of service differentiation iii) marketing capabilities are positively related to service differentiation in three dimensions, iv) service differentiation in two dimensions: People and Environment, is positively related to performance; and v) service differentiation in three dimensions mediates the relationship between marketing capability and marketing performance. Key Words: Marketing capability, Service differentiation, Performance and Hospitality. ix DEDICATÓRIA Dedico esta pesquisa aos meus maiores amores, a minha amada esposa, companheira, cúmplice e amiga, Ana Paula Oliveira de Castro, e aos meus amados filhos, Amanda e Vinícius, fonte inesgotável de amor incondicional! Se Deus inventou algo melhor que filhos, certamente guardou para ele! Vocês três são o que realmente me importa nesta vida! Eu os AMO! x EPÍGRAFE Mais vale ter amigos, que dinheiro! (Deosir Flávio Lobo de Castro (In memoriam) – Meu saudoso Pai e meu melhor amigo) xi LISTA DE SIGLAS AFC – Análise Fatorial Confirmatória. AFE – Análise Fatorial Exploratória. Amb – Dimensão de Ambiente – (Construto Diferenciação de Serviços). AMOS™ - Analysis of Moment Structure. Cam – Capacidades Mercadológicas (Construto). Des – Desempenho (Construto). DS – Diferenciação de Serviços. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IED - Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil. IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina. PAS - Pesquisa Anual de Serviços. Pes – Dimensão de Pessoas – (Construto Diferenciação de Serviços). PIB - Produto Interno Bruto. PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio. Pro – Dimensão de Processos – (Construto Diferenciação de Serviços). SERVQUAL – Metodologia de avaliação da qualidade de serviços. SPSS® - Statistical Package for Social Sciences. xii LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Tipo da hotelaria executiva………………………………...………... 55 Gráfico 2 – Cidades respondentes………………………………………..……... 56 Gráfico 3 – Quantidade de Unidades Habitacionais (UHs)……………………. 57 Gráfico 4 – Função dos respondentes……………………………………..……. 58 Gráfico 5 – Tempo dos respondentes no hotel pesquisado…………………… 59 xiii LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Modelo Conceitual…………………………………...………………… 33 Figura 2 – Modelagem de Equação Estrutural – Modelo Conceitual………… 51 Figura 3 – Modelo do construto Capacidade Mercadológica........................... 90 Figura 4 – Modelo do construto Diferenciação de serviços: Dimensão pessoas............................................................................................................ 93 Figura 5 – Modelo do construto Diferenciação de serviços: Dimensão processos......................................................................................................... 96 Figura 6 – Modelo do construto Diferenciação de serviços: Dimensão ambiente.......................................................................................................... 98 Figura 7 - Correlação do construto diferenciação de serviços em suas três dimensões...................................................................................................... 101 Figura 8 – Modelo do construto Desempenho............................................... 104 Figura 9 - Primeiro Modelo Proposto............................................................ 106 Figura 10 - Segundo Modelo Proposto......................................................... 108 Figura 11 - Modelo Validado......................................................................... 123 xiv LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Dimensões da diferenciação de serviços. .............................................. 24 Quadro 2 – Composto Expandido de Serviços.......................................................... 25 Quadro 3 - Variáveis e Medidas – Capacidades Mercadológicas ............................. 43 Quadro 4 - Variáveis e Medidas – Diferenciação de Serviços .................................. 44 Quadro 5 - Variáveis e Medidas – Desempenho ....................................................... 45 Quadro 6 – Valores mínimos esperados para a AFE ................................................ 48 Quadro 7 - Resultados esperados em testes de ajustes de modelo. ........................ 49 Quadro 8 - Indicadores e Medidas de Desempenho ................................................. 52 Quadro 9 – Desempenho na hotelaria. ..................................................................... 54 Quadro 10 - Estatística Descritiva – construto Capacidades Mercadológicas .......... 60 Quadro 11 - Matriz Componentes – Construto Capacidade Mercadológica ............. 60 Quadro 12 - Estatística Descritiva – construto DS – dimensão Pessoas .................. 61 Quadro 13 - Matriz Componentes – DS – Dimensão Pessoas.................................. 61 Quadro 14 - Estatística Descritiva – construto DS – dimensão Processos ............... 62 Quadro 15 - Matriz Componentes – DS – Dimensão Processos............................... 62 Quadro 16 - Estatística Descritiva – construto DS – dimensão Ambiente ................. 63 Quadro 17 - Matriz Componentes – DS – Dimensão Ambiente ................................ 63 Quadro 18 - Matriz Componentes – DS – Dimensão Ambiente ................................ 64 Quadro 19 - Estatística Descritiva – construto Desempenho .................................... 65 Quadro 20 - Matriz Componentes – Construto Desempenho.................................... 65 Quadro 21 – Medidas e vaores esperados ............................................................... 66 Quadro 22 – Comunalidade e Carga Fatorial – Capacidades Mercadológicas ......... 67 Quadro 23 - Matriz Anti-imagem - (MSA) - Capacidades Mercadológicas ................ 67 Quadro 24 - KMO e Teste de Bartlett - Capacidades Mercadológicas ...................... 68 Quadro 25 - Estatísticas de confiabilidade - Capacidades Mercadológicas .............. 68 Quadro 26 - Correlação inter-itens - Capacidades Mercadológicas .......................... 68 Quadro 27 - Correlação item-total ............................................................................. 69 Quadro 28 - Variância total explicada (Capacidades Mercadológicas) ..................... 69 Quadro 29 - Comunalidade e Carga Fatorial – DS - Dimensão Pessoas.................. 71 Quadro 30 - Matriz Anti-imagem - (MSA) – DS - Dimensão Pessoas ....................... 71 Quadro 31 - KMO e Teste de Bartlett - DS - Dimensão Pessoas .............................. 72 xv Quadro 32 - Estatísticas de confiabilidade - DS - Dimensão Pessoas ...................... 72 Quadro 33 - Correlação inter-itens - DS - Dimensão Pessoas .................................. 73 Quadro 34 - Correlação item-total ............................................................................. 73 Quadro 35 - Variância total explicada - DS - Dimensão Pessoas ............................. 73 Quadro 36 - Matriz de Correlação (PROCESSOS) ................................................... 74 Quadro 37 - Matriz de Correlação (Processos) ......................................................... 75 Quadro 38 - Comunalidade e Carga Fatorial – DS - Dimensão Processos ............... 76 Quadro 39 - Matriz Anti-imagem - (MSA) – DS - Dimensão Processos .................... 76 Quadro 40 - KMO e Teste de Bartlett - DS - Dimensão Processos ........................... 77 Quadro 41 - Estatísticas de confiabilidade - DS - Dimensão Processos ................... 77 Quadro 42 - Correlação inter-itens - DS - Dimensão Processos ............................... 77 Quadro 43 - Correlação item-total – DS – Dimensão Processos .............................. 78 Quadro 44 - Variância total explicada - DS - Dimensão Processos .......................... 78 Quadro 45 - Matriz de Correlação – DS – Dimensão Ambiente ................................ 79 Quadro 46 - Comunalidade e Carga Fatorial – Dimensão: Ambiente ....................... 80 Quadro 47 - Matriz Correlação – DS – Dimensão de Ambiente (2)........................... 80 Quadro 48 - Comunalidade e Carga Fatorial – DS - Dimensão Ambiente ................ 81 Quadro 49 - Matriz Anti-imagem - (MSA) – DS - Dimensão Ambiente ...................... 81 Quadro 50 - KMO e Teste de Bartlett - DS - Dimensão Ambiente ............................ 82 Quadro 51 - Estatísticas de confiabilidade - DS - Dimensão Ambiente..................... 82 Quadro 52 - Correlação inter-itens - DS - Dimensão Ambiente................................. 82 Quadro 53 - Correlação item-total – DS – Dimensão Ambiente ................................ 83 Quadro 54 - Variância total explicada - DS - Dimensão Ambiente ............................ 83 Quadro 55 - Comunalidade e Carga Fatorial – Desempenho ................................... 84 Quadro 56 - Matriz Anti-imagem - (MSA - Desempenho).......................................... 85 Quadro 57 - KMO e Teste de esfericidade de Bartlett (Desempenho) ...................... 85 Quadro 58 - Estatísticas de confiabilidade (Desempenho) ....................................... 85 Quadro 59 - Correlação inter-itens – DS - Desempenho ........................................... 86 Quadro 60 - Correlação item-total – DS - Desempenho............................................ 86 Quadro 61 - Variância total explicada – DS - Desempenho ...................................... 87 Quadro 62 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória ...... 87 Quadro 63 - Variáveis e Medidas – Capacidades Mercadológicas ........................... 88 Quadro 64 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória ...... 88 Quadro 65 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração .............................. 89 xvi Quadro 66 – Coeficiêntes padronizados de regressão e teste de significância ........ 89 Quadro 67 - Variáveis e Medidas – Diferenciação de Serviços ................................ 91 Quadro 68 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória ...... 91 Quadro 69 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração .............................. 92 Quadro 70 – Coeficiêntes padronizados de regressão e teste de significância ........ 92 Quadro 71 - Variáveis e Medidas – Diferenciação de Serviços ................................ 94 Quadro 72 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória ...... 94 Quadro 73 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração .............................. 95 Quadro 74 – Coeficiêntes padronizados de regressão e teste de significa ............... 95 Quadro 75 - Variáveis e Medidas – Diferenciação de Serviços ................................ 96 Quadro 76 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória ...... 97 Quadro 77 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração .............................. 97 Quadro 78 – Coeficiêntes padronizados de regressão e teste de significa ............... 98 Quadro 79 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória ...... 99 Quadro 80 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração para DS em suas três dimensões. ................................................................................................ 99 Quadro 81 – Coeficiêntes padronizados de regressão e teste de significa ............. 100 Quadro 82 - Variáveis e Medidas – Desempenho ................................................... 102 Quadro 83 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória .... 102 Quadro 84 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração ............................ 103 Quadro 85 – Coeficiêntes padronizados e teste de significa ................................... 103 Quadro 86 – Índices de ajuste da primeira simulação do modelo geral .................. 107 Quadro 87 – Estimativas de cargas do primeiro modelo estrutural ......................... 107 Quadro 88 – Índices de ajuste da segunda simulação do modelo geral ................ 109 Quadro 89 – Estimativas de cargas do segundo modelo estrutural ........................ 109 Quadro 90 – Resumo das relações hipotéticas testadas ........................................ 121 xvii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 1 1.1 Contextualização do tema: ............................................................................. 1 1.2 Caracterização do Segmento Estudado ........................................................ 5 1.3 Justificativa e Problema de pesquisa ........................................................... 7 1.3.1 Originalidade ..................................................................................... 8 1.3.2 Contribuição teórica e empírica ......................................................... 9 1.3.3 Relevância....................................................................................... 10 1.3.4 Problema de pesquisa ..................................................................... 13 1.4 Objetivos ........................................................................................................ 15 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................. 15 1.4.2 Objetivos Específicos ...................................................................... 15 1.5 Estrutura do trabalho .................................................................................... 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................ 17 2.1 Capacidades Mercadológicas ...................................................................... 17 2.1.1 Origem das Capacidades Mercadológicas ...................................... 17 2.1.2 Função das Capacidade Mercadológica ......................................... 19 2.2 Diferenciação de Serviços............................................................................ 22 2.2.1 Origem das dimensões da diferenciação dos serviços ................... 23 2.2.2 Contribuições sobre as dimensões da diferenciação de serviços ... 26 2.2.2.1 Diferenciação de Serviços - Pessoas ........................................... 27 2.2.2.2 Diferenciação de Serviços - Processos ........................................ 29 2.2.2.3 Diferenciação de Serviços – Ambiente ......................................... 30 2.3 Modelo conceitual e a relação entre construtos, e hipóteses. .................. 32 2.3.1 Modelo Conceitual Inicial ................................................................ 32 2.3.2 Relação entre construtos e hipóteses ............................................. 34 3 METODOLOGIA ............................................................................... 39 3.1 Design da pesquisa ...................................................................................... 39 3.1.1 Abordagem e tipo da pesquisa ........................................................ 39 3.1.2 Estratégia da pesquisa .................................................................... 39 3.2 Universo e Amostra ...................................................................................... 40 3.3 Coleta dos Dados .......................................................................................... 41 xviii 3.4 Variáveis e Medidas ...................................................................................... 42 3.5 Análise dos Dados ........................................................................................ 45 3.6 Modelagem .................................................................................................... 51 3.7 Desempenho.................................................................................................. 52 4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ....................................... 55 4.1 Caracterização das Empresas Pesquisadas............................................... 55 4.2 Análise descritiva e análise fatorial exploratória da unidimensionalidade dos dados ............................................................................................................. 59 4.2.1 Análise descritiva e teste unidimensional: construto Capacidade Mercadológica .................................................................................................... 60 4.2.2 Análise descritiva e teste unidimensional: construto Diferenciação de Serviço ................................................................................................................ 61 4.2.2.1 Análise descritiva e teste unidimensional: DS - Dimensão Pessoas ............................................................................................................................ 61 4.2.2.2 Análise descritiva e teste unidimensional: DS - Dimensão Processos ........................................................................................................... 62 4.2.2.3 Análise descritiva e teste unidimensional: DS - Dimensão Ambiente............................................................................................................. 63 4.2.3 Análise descritiva e teste unidimensional: construto Desempenho . 64 4.3 Análise Fatorial Exploratória - AFE ............................................................. 65 4.3.1 AFE - Construto Capacidades Mercadológicas ............................... 66 4.3.2 AFE - Construto Diferenciação de Serviços .................................... 70 4.3.2.1 AFE - Construto DS: Dimensão Pessoas ..................................... 70 4.3.2.2 AFE - Construto DS: Dimensão Processos .................................. 74 4.3.2.3 AFE - Construto DS: Dimensão Ambiente ................................... 79 4.3.3 AFE - Construto Desempenho ........................................................ 84 4.4 Análise Fatorial Confirmatória - AFC .......................................................... 87 4.4.1 AFC - Construto Capacidades Mercadológicas............................... 88 4.4.2 AFC - Construto Diferenciação de serviços em suas dimensões .... 90 4.4.2.1 AFC - Construto DS: Dimensão Pessoas ..................................... 91 4.4.2.2 AFC - Construto DS: Dimensão Processos .................................. 93 4.4.2.3 AFC - Construto DS: Dimensão Ambiente ................................... 96 4.4.2.4 AFC - Modelo de mensuração do construto Diferenciação de xix serviços............................................................................................................... 99 4.4.3 AFC - Construto Desempenho ...................................................... 102 4.5 Modelo Estrutural ........................................................................................ 104 4.6 Teste de Hipóteses ..................................................................................... 111 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................ 124 5.1 Implicações Gerenciais .............................................................................. 127 5.2 Limites de Pesquisa .................................................................................... 128 5.3 Recomendações.......................................................................................... 129 Referências ....................................................................................... 130 APÊNDICE A - Protocolo de pesquisa ............................................................ 158 APÊNDICE B - Protocolo de pesquisa em Hotelaria. ..................................... 159 APÊNDICE C- Instrumento de pesquisa ......................................................... 161 APÊNDICE D - Cronograma.............................................................................. 166 ANEXO 1 – Resumo ajuste de modelo: Relatório AMOS ............................... 167 ANEXO 2 – Relatório Estimativas AMOS: Modelo Validado .......................... 169 ANEXO 3 – Resumo ajuste modelo Diferenciação de Serviços: Relatório AMOS .................................................................................................................. 180 ANEXO 4 – Relatório Estimativas AMOS: Modelo Diferenciação de Serviços ............................................................................................................................. 182 . 1 1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização do tema: O estudo de Andrade e Noriler (2005) apresenta que na formulação de estratégias, comumente, inicia a partir da consideração das condições do ambiente externo e, sobretudo, da análise do setor em que a empresa está inserida. Andrade e Noriler (2005) confirmam que para se conseguir resultados superiores à media do mercado, se faz necessários que os recursos e capacidades organizacionais possam caracterizar-se como fontes reais de vantagem competitiva sustentáveis. Os recursos organizacionais devem ser valiosos, devem ser duráveis, para compensar o investimento exigido; devem ser raros, devem ser difíceis de imitar ou substituir, para evitar que outras empresas utilizem outros recursos que possam produzir o mesmo efeito (PRAHALAD; HAMEL, 1990). Andrade e Noriler (2005) informam que, de posse da teoria dos recursos e capacidades, a empresa deve buscar as oportunidades de mercado que explorem suas competências essenciais, o que permite o desenvolvimento de vantagens competitivas sustentáveis para alcançar o desempenho desejado. Britto et al. (2006) conceituam as capacidades organizacionais como sendo a capacidade de coordenar e gerenciar recursos cria de tal forma que uma é dependente da outra. Ressaltam que não adianta uma organização possuir empregados talentosos e alta tecnologia, se esses recursos não são coordenados e gerenciados para a execução de uma rotina administrativa. Ainda de acordo com Britto et al. (2006) é essencial a empresa desenvolver além das capacidades relacionadas às atividades fim das rotinas administrativas e produtivas. Sendo fundamental para as organizações necessitam desenvolver a capacidade de reinventar as competências, ou seja, são necessárias capacidades dinâmicas. Obrigatoriamente focar seus processos empresariais que transformam e recriam os recursos, criando rotinas estratégicas e organizacionais fomentadoras de novas competências. Silva e Ayres (2008) afirmam que as capacidades da empresa são combinações exclusivas de seus recursos tangiveis e intangíveis. Para a obtenção do desempenho e dos resultado desejados, a empresa é capaz de fazer para ser aplicado na produção de seus bens e servicos. Conclui-se, então, que o valor de 2 uma organização não se origina apenas em seus recursos tangiveis, mas também em seus recursos intangiveis. Estudos que objetivam compreender de que maneira a administração das organizações conseguem aumentar o desempenho não são novidades em pesquisas sobre gestão. Ainda assim, continuam sendo muito populares entre os pesquisadores que buscam aumentar a sua compreensão sobre a forma com que se dá essa relação, até os dias atuais. Nesse sentido, emergem as capacidades dinâmicas, como alternativa aos gestores para a melhoria dos resultados. Tal competência procura analisar as fontes de recursos considerados estratégicos, além dos métodos que as empresas operam em seus ambientes (dinâmicos e heterogêneos), gerando vantagem competitiva para a sua organização. Segundo Burlamaqui e Proença (2003) e Floriani, Borini e Fleury (2009), a origem do termo capacidades organizacionais, que dentre as outras capacidades apresenta-se a capacidade mercadológica, está nos estudos sobre a economia evolucionista. Os diferentes tipos de capacidades estudadas por diversos autores possuem um ponto em comum, o fato de serem vistas como uma variante dos estudos da visão da firma baseada em recursos (RESOURCE-BASED VIEW – RBV); dentre esses estudos, apresentam-se as pesquisas de Kotabe, Srinivasan e Aulakh (2002), Vorhies e Morgan (2005), Krasnikov e Jayachandran (2008), Carvalho (2011) e Day (2011). Teece, Pisano e Shuen (1997) apresentam o quadro das capacidades dinâmicas, onde é analisado as fontes e os métodos de criação de riqueza e captura por empresas da iniciativa privada que operam em ambientes de rápida mudança tecnológica. A vantagem competitiva das empresas é visto como processos distintos (formas de coordenação e combinação), moldadas pelas posições da empresa (específica) de ativos (como portfolio da empresa de ativos difftcult para comércio de conhecimento e ativos complementares), e o caminho de evolução (s) que tenha aflopted ou herdado. Teece, Pisano e Shuen (1997) entendem e conceituam capacidades dinâmicas em dois aspectos fundamentais, que não eram o principal foco de atenção na estratégia em perspectivas anteriores. O termo dinâmico, refere-se à capacidade de renovar competências de modo a alcançar congruência com o ambiente de negócios mudando; certas respostas 3 inovadoras são necessárias quando o tempo de colocação no mercado e timing são cruciais, a taxa de mudança tecnológica é rápida ea natureza da futura concorrência e mercados difíceis de determinar (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997). O termo capacidades enfatiza o papel fundamental da gestão estratégica em apropriadamente adaptar, integrar e reconfigurar intemos e externos habilidades organizacionais, recursos e competências funcionais para corresponder às exigências de um ambiente em mudança (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997). Não se distanciando do conceito original de Teece, Pisano e Shuen (1997), Allred et al. (2011) definem capacidades dinâmicas como sendo a habilidade e os conhecimentos acumulados que permitem às empresas coordenar atividades e fazer uso de seus ativos para desenvolver valor e vantagem competitiva. Estudos anteriores (DUTTA; NARASIMHAN; RAJIV, 1999; MORGAN et al., 2003; DESARBO et al. 2005; SONG et. al. 2008; BRUNI; VERONA, 2009; WANG; AHMED, 2007; ALVES; ZEN; PADULA, 2011; CARVALHO (2011) estudaram capacidades mercadológicas das indústrias e empresas serviços de maneira igual, sem observar as suas diferentes características. Estes estudos não pesquisaram, também, a diferenciação de serviços como mediadora da relação das capacidades mercadológicas ao desempenho. Verificar empiricamente um modelo que abarque, a partir desses conceitos científicos, uma contribuição para maior compreensão de como as organizações atuais verificam e utilizam seus recursos, como forma de atingir seus objetivos e quais ações possibilitam que empresas consigam a diferenciação em seu ambiente competitivo e dinâmico. Com o desenvolvimento da diferenciação do produto existe a redução da elasticidade da demanda, possibilita à cobrança de um preço Premium por parte da empresa, associando a qualidade de seus produtos e serviços com a marca da empresa, com isso afetando o seu desempenho organizacional. Isso se dá especificamente com as empresas de serviços, por não apresentarem e entregarem produtos tangíveis, que são de fácil percepção da diferenciação por meio de seus atributos. Ressalta-se as quatro características que são exclusivamente desse mercado de serviços como sendo: i) Perecibilidade (não se pode estocar); ii) inseparabilidade (os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente); iii) variabilidade (a competência de quem executa o serviço é individualizada); e iv) intangibilidade (não 4 pode ser tocado e comparado pelos seus atributos), sendo a oferta dos serviços uma configuração intencional do gestor (BERRY, 1980; LEVITT 1980; LOVELOCK, 1983). Mondo e Costa (2010) afirmam que a Hotelaria, assim como em outras indústrias de serviços em que os diferentes produtos não podem ser vistos e julgados previamente pelo usuário, dificultando a sua diferenciação. Dessa forma, o desafio é ainda maior para as empresas de serviços que, na busca por diferenciar suas ofertas de seus concorrentes, são dependentes de experiências anteriores ou da confiança no fornecedor. Quadros (2010) caracteriza a atividade comercial da hospedagem, possuir o foco em seu produto segundo as exigências do mercado, doutrinando seus atores para o adequado ajuste, sob o risco da não permanência no segmento. Os empreendimentos que trabalham diretamente com serviços e revelam a preocupação com a satisfação dos consumidores devem valer-se de um diferencial competitivo. Alguns estudos confirmaram os elementos de diferenciação dos serviços, e a qualidade nas operações de serviços são percebidas pelos clientes (BITNER; CARL,1985; LEHTINEN; LEHTINEN, 1991; ZEITHAML; BITNER, 2003; LEE, 2005; SARQUIS, 2006). Os estudos de Watson, Pitt e Kavan (1998) e Bitner, Booms e Tetreault (1990) detalham as expectativas da qualidade de serviços e as ações da organização em seus três níveis e dimensões da qualidade de serviços: estratégico/ambiente físico, tático/processos e operacional/pessoas. Sugere-se, portanto, que a capacidade mercadológica e a diferenciação de serviços possam auxiliar os gestores da hotelaria, contribuindo com a organização nesta competição de mercado, ao desenvolver e manter a sua vantagem competitiva. Dessa forma, podem alcançar um desempenho superior ao de seus concorrentes. A presente tese foi guiada a contribuir com um modelo que auxilie a compreensão e entendimento da relação das capacidades mercadológicas com o desempenho organizacional, além de verificar a existência da mediação desta relação com a diferenciação de serviços. Ressalta-se que na presente tese, entende-se por mediação, o apresentado por Venkatraman (1989). A significância da mediação, é vista como sendo a 5 existência de efeitos indiretos entre as variáveis preditoras e as variáveis preditas. A variável mediadora é responsável portanto, por uma parte da relação entre a preditora e a dependente. 1.2 Caracterização do Segmento Estudado O segmento estudado é denominado atualmente, dentro da hotelaria, como sendo hotelaria executiva, ou também conhecida como hotel de negócios. Os diferenciais deste tipo de hotelaria encontram-se na adequação de suas instalações às necessidades de seus clientes e na efetividade dos serviços prestados. Ayres, Daemon e Fernandes (1998) apontam alguns diferenciais da hotelaria executiva. Pode-se destacar as diferenciações no sistema de comunicações eficiente, a prestação de serviços express tais quais: check-in, check-out, room service e laundry service 24 horas, que são exemplos de alguns serviços da hotelaria executiva. A reprodução de ambientes na forma de escritórios virtuais, com equipamentos e espaços preparados para a realização de eventos e congressos é a estratégia desse tipo de hotelaria. Os hotéis de negócio ou hotelaria executiva destinam-se basicamente para pessoas de negócios que os usam para permanências curtas e estão, em geral, nos centros das cidades (SERSON, 1999). A hotelaria executiva é caracterizada por atender basicamente à demanda gerada por viagens de trabalho, feiras, convenções e eventos em geral. A localização desse tipo de hotelaria se dá em grandes centros comerciais e industriais ou de serviços, próximos aos aeroportos e rodoviária. Ela oferece serviços e facilidades para executivos, como salas privativas para reuniões, computadores, fax e secretárias. Hotéis executivos são fortemente voltados ao público gerado por empresas, atendendo suas necessidades nas viagens de negócios, nos treinamentos e reuniões de seus executivos ou vendedores (ELLER, 2002; VALE, 2003). Há muito tempo, o turismo de negócio não diz respeito unicamente a viagens de vendas e ao transporte de mercadorias. Atualmente, além do comércio de produtos, envolve conferências para troca de informações, eventos dispendiosos para lançamento de vários produtos, fins de semana para sobrevivência para motivar ou recompensar a equipe, e curso de treinamento intensivo. É, dessa forma, 6 um segmento que movimenta milhões de dólares gerando milhares de empregos diretos e indiretos (SWARBROOKE; HORNER, 2002). A importância do turismo de negócio para a economia mundial e para o Brasil, ressaltada pela FECOMÉRCIO (2011), verifica-se pelo fato de que este mercado está em expansão também no Brasil. Dentre os turistas internacionais, aproximadamente 23% estão na categoria da hotelaria executiva, sua estadia é motivada por negócios, eventos e convenções internacionais. Enquanto o turista do lazer gasta por dia, em média, U$$ 70,00, o turista de negócios gasta U$$ 150,00. Schwegler (2006) informa que na região da grande Florianópolis, os serviços da hotelaria executiva ainda eram pouco explorados até o ano de 2006. A hotelaria executiva é uma tendência mundial de globalização, devido à formação de blocos econômicos e outros fatores, que mostram que cada vez mais se fortalecem as relações entre as mais diversas regiões. Dessa forma, observa-se um aumento significativo nas viagens de negócios. Knupp (2012), ao estudar a classificação dos hotéis no Brasil, reafirma o dinamismo desse setor. Os diferentes padrões de coordenação pelos tipos de gestão de rede ou independente provocam constantes mudanças; a regulação do Estado nesse segmento hoteleiro específico, e a grande movimentação econômicofinanceira afetam o setor da hotelaria e também são afetados por ela. A intensificação da concorrência e a diversificação de destinos turísticos, aliados à consolidação de grandes centros de negócios são outras razões de tal dinamismo no setor hoteleiro. No que tange à concorrência, mesmo com a entrada de grandes redes hoteleiras internacionais no Brasil, por volta dos anos 1990, esse setor ainda é formado, na sua maioria, por pequenas empresas caracterizadas por serem estabelecimentos familiares (VALOR ECONÔMICO, 2010). Knupp (2012) aponta que, a princípio, as redes hoteleiras internacionais podem ter uma vantagem nesta concorrência em relação aos demais meios de hospedagem independentes ou familiares, uma vez que apresentam serviços padronizados e, muitas vezes, globalmente reconhecidos. A concorrência no setor hoteleiro só faz aumentar; segundo uma pesquisa elaborada pela Jones Lang LaSalle Hotels, de acordo com dados de 2011, 198 projetos hoteleiros estão em construção ou em fase adiantada de planejamento, sendo afiliados às principais redes hoteleiras que operam no Brasil. Esses hotéis 7 incluem 30.451 apartamentos, e estão concentrados principalmente nos segmentos econômico e superior. (MADER; GORNI; CUNTO, 2012). Contudo, nem todas as notícias são alvissareiras sobre o segmento hoteleiro, o mesmo estudo de Mader, Gorni e Cunto (2012) afirma que o setor não passou imune à crise mundial disparada no final do ano de 2008, sendo que o Brasil recebeu, em 2009, 4,9% menos turistas estrangeiros do que no ano anterior. Com a economia em crise há bastante tempo na Argentina e na Europa, as negociações do Mercosul e o mercado de negócios no Brasil e especificamente no sul do Brasil foram afetados. O mercado financeiro brasileiro reduziu pela quarta semana consecutiva a previsão de crescimento da economia, desta vez de 2,99% para 2,72%, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central. Isso se deu após a divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2012, que veio abaixo das estimativas da maior parte do mercado. A projeção era de 3,23%, há aproximadamente quatro semanas. (AGÊNCIA BRASIL, 2010). O setor hoteleiro é dinâmico, uma vez que o desenvolvimento econômico é influenciado pelo empreendedor e pelo fomento inovador provocado por este. Destaca-se que a inovação nos processos de produção é condição crucial e fundamental para a competitividade. Para os autores, Almeida e Andalécio (2012), a importância dos serviços tem aumentado sua representatividade dentro da economia mundial. O turismo e a hotelaria têm destaque por constituírem um acontecimento social e por contemplarem os três setores da economia, o primário, o secundário e o terciário. A maior concentração da hotelaria executiva, pelas características apresentadas, está nas principais cidades, das capitais regionais de Santa Catarina (Joinville, Florianópolis, São José, Blumenau) e na cidade de Balneário Camburiú. Nessas cidades concentram-se as principais indústrias e comércio no estado de Santa Catarina. 1.3 Justificativa e Problema de pesquisa A justificativa desta pesquisa está fundamentada na originalidade, na contribuição tanto teórica quanto empírica, e em sua relevância. 8 1.3.1 Originalidade No que tange à originalidade, observa-se que, nas pesquisas identificadas sobre as capacidades mercadológicas (DeSARBO et al. (2005), utilizaram apenas das variáveis mercadológicas genéricas, sem observar as características das empresas serviços em sua diferenciação (BOOMS; BITNER, 1981). Por esse motivo, justifica-se combiná-las e estudar seus efeitos isolados e conjuntos sobre o desempenho organizacional, fazendo uma análise detalhada e levando em consideração as dimensões principais de cada construto. Para verificar a existência da capacidade mercadológica, diversas pesquisas utilizaram basicamente do composto mercadológico, sendo conhecido como 4P’s; Produto; Preço; Ponto de distribuição e Propaganda/Promoção (DUTTA; NARASIMHAN; RAJIV,1999; FAHY ET AL, 2000; MORGAN ET AL, 2003; ZOU; FANG; ZHAO, 2003; VORHIES; MORGAN, 2005; RATNATIMGA; EWING, 2005). Elementos com Segmentação, orientação para o mercado e comportamento do consumidor, também foram utilizados em pesquisas para se verificar a relação da capacidade mercadológica com o desempenho (MORGAN; VORHIES; MANSON, 2009; MURRAY; GAO; KOTABE, 2011; DAY, 2011; MORGAN; KATSIKEAS; VORHIES, 2012). A proposta da presente tese reside no fato de que as capacidades estratégicas, mais especificamente entre as capacidades mercadológicas, a diferenciação de serviço, e o desempenho, não foram encontrados um estudo sobre a existência de relações. A relação da capacidade mercadológica com o desempenho mediada pela diferenciação de serviços, ou também a relação da diferenciação de serviços com o desempenho, não foi encontrada na pesquisa bibliométrica realizada. Segundo Vieira (2009) os estudos com variáveis de mediação possuem mais de 50 anos. Uma variável pode ser considerada mediadora no momento em que influencia a relação entre as variáveis dependentes e as variáveis independentes de um modelo nas equações de regressão, o que contribui para o maior conhecimento das relações. Testar a teoria da diferenciação de serviços de Booms e Bitner (1981), que apresenta três dimensões como variáveis controláveis pela firma, sendo esta as dimensões mediadora da relação entre as capacidades mercadológicas e o 9 desempenho organizacional, busca contribuir neste contexto teórico. Sendo assim, esta é a primeira vez que se reunem todos esses construtos e se testam as relações entre eles. 1.3.2 Contribuição teórica e empírica Em relação às contribuições teóricas, autores como Day (2011) e Morgan e Katsikeas (2012) observaram a ausência ou escassez de estudos, e cobram mais estudos sobre as capacidades mercadológicas, o que evidencia a necessidade de mais pesquisas para contribuir com compreensão das capacidades mercadológicas e ações estratégicas para se conseguir o melhor desempenho. Edvardsson e Mattsson (1993) e Pitt, Jeantrout (1994), em seus estudos sobre prestação de serviços, mostram que os gestores recebem a função para dar o apoio ao processo nesta interação de estratégia e operação. Deve-se projetar estrategicamente os serviços, objetivando que o processo desta operação seja mais eficaz e eficiente nas configurações de seus recursos. Naturalmente, o uso empírico de uma agenda de pesquisa em serviços poderia ser estendido para estabelecer a relação das práticas de gestão. Harrington e Aakehurst (2000) e Yang (2007) destacam que a importância estratégica da gestão tem crescido nos últimos anos. No entanto, embora as implicações competitivas de aderir a uma agenda de serviços tenham sido muito mencionadas na literatura, as evidências de uma revisão de estudos publicados sugerem que serviços e aspectos da estratégia foram abordados como questões separadas por pesquisadores. Além das orientações teóricas anteriormente apresentadas, Bitencourt (2009) pesquisou, no contexto brasileiro, o que pode ser considerado o principal percalço enfrentado pela gestão, a privação do link que integra as estratégias e as práticas organizacionais. Os pesquisadores Luo (2001, 2002) e Silveira-Martins (2012) defendem a necessidade de explorar as capacidades dinâmicas presentes na organização para que esta possa enfrentar o mercado globalizado e incerto. Dentre as capacidades dinâmicas, autores como Morgan et al. (2003), Vorhies e Morgan (2005), Day (2011) e Morgan e Katsikeas (2012) verificam a importância das capacidades mercadológicas para o desempenho da firma, e, em 10 seu entendimento, cobram mais estudos empíricos sobre essa relação para aprofundar os conhecimentos e comparar os resultados encontrados. Vieira (2009) afirma que, embora na literatura internacional seja farta a respeito da modelagem de equações estruturais, os resultados da estimação dos modelos nacionais ainda são considerados pobres. Diante dessas circunstâncias, torna-se necessário verificar a utilização das variáveis mediadoras, fazendo uso conjugado com a pouca utilização da modelagem de equações estruturais. 1.3.3 Relevância Morgan et al. (2003) e Zou, Fang e Zhao (2003) postulam que a aquisição e a utilização de conhecimentos relevantes são a chave para a compreensão do desempenho organizacional. A análise dos processos das capacidades mercadológicas associada à diferenciação de serviços em relação ao desempenho é fundamental para entender como as empresas podem adaptar-se a um ambiente em constante evolução. A pesquisa de Vorhies e Morgan (2005) baseada na teoria da aprendizagem organizacional tem sido identificada como uma importante fonte de vantagem competitiva sustentável. No entanto, apesar das advertências generalizadas para os gestores, a aferição das capacidades mercadológicas como uma rota para a vantagem competitiva sustentável, tem recebido escassa atenção empírica. Segundo pesquisadores como Helfat (1997), Morgan et al. (2003) e Zou, Fang e Zhao (2003), as capacidades dinâmicas permitem às empresas criarem ou readequarem novos produtos e processos e responder às condições de mercado. Constata-se, portanto, que as pesquisas empíricas adicionais sobre o desenvolvimento de capacidade dinâmica se faz necessário. Tal tarefa nunca é fácil em um ambiente estático, tornando-se um desafio ainda maior porque as empresas competem em ambientes cada vez mais complexos e dinâmicos. No entanto, há relativamente pouca evidência empírica para apoiar ou refutar várias proposições importantes em relação ao desempenho organizacional na hotelaria executiva catarinense. Moorman e Slotegraaf (1999) e Day e Moorman (2010) investigaram o domínio estratégico de recursos de marketing. Para a execução do composto mercadológico ou 4 P’s (Produto; Preço, Ponto de Distribuição e Promoção) são 11 inerentemente limitado. A perspectiva estratégica de marketing como uma responsabilidade amplia o domínio para incluir os recursos para a criação de valor para o cliente. Day (2011) apresenta que os gestores estão sendo desafiados por uma grande quantidade de dados que está muito além da capacidade das organizações compreendê-las e utilizá-las corretamente. Existe a dificuldade das estratégias em acompanhar os efeitos da tecnologia, da exigência dos clientes, da proliferação dos meios de comunicação, canais e pontos de contato com o cliente, ou das possibilidades de microssegmentação. Nas revisões de Newbert (2007) e Vorhies et al. (2009) Murray, Gao e Kotabe (2011) dos artigos sobre RBV, surpreendentemente não há estudos empíricos que tenham examinado o papel importante das capacidades mercadológicas (ou seja, a ação estratégica) sobre o desempenho. Segundo Morgan e Katsikeas (2012), embora a literatura há muito tempo tenha destacado a importância da implementação da estratégia mercadológica no desempenho da empresa, esta questão tem recebido atenção empírica escassa. Lipparini, Cazzola e Pistarelli (2000) as competências da empresa residem na capacidade de empregar recursos, frequentemente combinados, por meio dos processos organizacionais, em função de um objetivo específico. O desafio é cada vez maior, visto que a complexidade o dinamismo dos mercados aumentam e a capacidade das organizações é limitada para responder as demandas de um novo pensamento sobre as capacidades mercadológicas, em ambiente dinâmico e heterogêneo (DAY, 2011). Ainda sobre a relevância do tema, Mattar (1999) explica que um tema é considerado relevante quando está ligado a uma questão teórica que mereça atenção na literatura especializada, podendo também estar ligado a questões importantes para um ou mais segmentos da sociedade. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2011a), informa que o setor de serviço tem se mostrado de grande importância e relevância para a sociedade, gerando empregos em diversos segmentos e renda para diversas regiões do Brasil. Em 2009, o setor de serviços continuou a ser destaque no Brasil pela sua importância. Responsável por 68,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e por mais de 70% dos empregos formais. Além disso, foi a atividade econômica que mais recebeu investimentos 12 estrangeiros diretos: em torno de 45% das aplicações externas no setor produtivo. Informações da Agencia Brasil (2010) apresenta o PIB Brasileiro de 2010, em valores correntes ano 2010, PIB 3.675 bilhões no seu total, a Agropecuária com 180,8 bilhões, a Industia com 841 bilhões e os Serviços 2.113,80 Bilhões IBGE (2011a). Na década de 90 a participação do setor de serviços no Brasil era responsável por 62% do Produto Interno Bruto (PIB). Foi estimada a existência de 879.691 empresas no setor, responsáveis pela receita operacional líquida de R$ 680 bilhões de reais e gerando mais de 9,2 milhões de empregos. Já no ano de 2009, o setor continuou sendo destaque, pois superou os 68,5% do PIB e os 70% dos empregos formais. Em 2010, dos R$ 3,675 trilhões de reais, o setor de serviços foi responsável por R$ 2.113,80 bilhões (IBGE, 2009-2010), demonstrando a importância do setor de serviços para geração de empregos, renda e riquezas (IBGE, 2011b). A hotelaria em Santa Catarina ofertou em 2010, 224 empresas hoteleiras (incluindo flats, apart-hotel e condohotel) com 13.451 unidades habitacionais, totalizando 32.924 leitos. O número de turistas internacionais foi de 128.421 em 2010, crescendo para 179.303 em 2011 (FIESC, 2012). A relevância da presente pesquisa encontra-se no grande aumento do número de hotéis, número de vagas ofertadas e a competição devido à alta exigência de seu mercado-alvo. A formulação de estratégia e a utilização de seus recursos buscam a vantagem competitiva, atendendo as necessidades de seu mercado consumidor com maior eficácia e eficiência que seus competidores. A FECOMÉRCIO (2011) aborda a importância do turismo no Brasil e no mundo, apresenta o resultado da pesquisa realizada pela International Congress and Convention Association, que apresenta o Brasil com o nono colocado em eventos corporativos. Sobre o impacto direito do turismo, representou 3,3% do PIB, alcançando R$ 129,6 bilhões em 2011. No que tange à realização de negócios, eventos e convenções internacionais, o país vem se destacando no mundo. A Hotel News (2012a), revista especializada em hotelaria, informa que neste mercado dinâmico e heterogêneo, além do impacto dos fatores climáticos, econômicos, financeiros tradicionais, ganham dois novos fatores grande eventos e negócios. No último triênio registra-se um crescimento de 128% para negócios e eventos. 13 A Hotel News (2012b), publicou entrevista com Chris Hunsberger, vicepresidente executivo de Produtos e Inovação da rede Four Seasons, na busca da antecipação das necessidades de quem viaja a negócios. Seus hotéis sempre foram uma casa longe de casa, para os hóspedes que estão viajando a trabalho e devem ser visto como um escritório longe do seu escritório. Apresentam-se as inovações e estende-se os serviços para além do hotel, nos carros e limusines, ajudando os hóspedes a maximizar sua produtividade. A rede oferece ainda outras facilidades para os viajantes de negócios, como check-in, reserva de restaurante ou spa via skype; serviço básico de internet no quarto; e iPad com acesso aos serviços do hotel nos carros e nos quartos (HOTEL NEWS 2012b). A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC, 2012) disponibilizou os dados com a participação dos setores no PIB catarinense no período dos anos de 2004 até 2009. O setor de serviço em Santa Catarina ficou responsável respectivamente em 57,1% em 2007; 57,5% em 2008 e 59,0% em 2009, pelo PIB deste estado. 1.3.4 Problema de pesquisa Existem na literatura diferentes definições para ambiente organizacional. Alguns estudos observam no ambiente externo a fonte do desenvolvimento estratégico, enquanto outros estudos observam o ambinete interno como sendo responsável pelo desenvolvimento estratégico e desempenho. Compreender os antecedentes do desenvolvimento do desempenho organizacional é tradicional e continua atual, mantendo-se importante. Os poucos estudos que buscam a compreensão das capacidades mercadológicas como ações estratégica para o desenvolvimento do desempenho, dificultam a comparação entre resultados e seu aprofundamento teórico. Day (2011) apresenta um problema ainda não respondido em pesquisas estratégicas, no que tange à necessidade no contexto organizacional das capacidades mercadológicas adaptáveis, modelos de negócios e alinhamento organizacional. Percebe-se que os posicionamentos sobre as capacidades mercadológicas não são unânimes. Autores com Wang e Ahmed (2007), Alves, Zen e Padula (2011) reforçam que novos estudos devam ser desenvolvidos, pois essa temática ainda não 14 alcançou sua maturidade em termos de pesquisas. O problema encontrado por Teece, Pisano e Shuen (1997), aborda a função da incerteza que cerca a atividade econômica; o termo capacidades enfatiza o papel fundamental da gestão estratégica em adaptar, integrar, e reconfigurar competências organizacionais internas e externas, seus recursos para corresponder às exigências de um ambiente em mudança. A vantagem competitiva das empresas está relacionada com os seus processos gerenciais, a posição moldada pela sua situação patrimonial e os caminhos estratégicos disponíveis para isso Segundo Hrebiniak (2008) dentre os problemas críticos da realização da estratégia empresarial, administrar as mudanças, é uma tarefa árdua, que cabe aos gestores desenvolver as capacidades e ser capazes de identificar e gerir as mudanças. Isso se dá uma vez que o ambiente organizacional e suas dimensões continuam sendo frequentemente um interessante tema de estudos organizacionais. As capacidades, ou seja, aquelas capazes de renovar competências quando existem mudanças no ambiente de negócios, enfatizam a criação de novas capacitações, o aprendizado social e coletivo das organizações. Apesar do embasamento encontrado na literatura, autores como Morgan et al. (2003), Vorhies e Morgan (2005), Day (2011) e Morgan e Katsikeas (2012) verificam a importância da capacidade mercadológica para o desempenho da firma, e, em seu entendimento, mais estudos empíricos sobre essa relação são necessários. Após revisão teórica sobre as capacidades dinâmicas e principalmente a partir do questionamento apresentado por Day (2011) - ‘Mas em que as capacidades de marketing realmente importam?’ -, algumas dúvidas se apresentaram. A capacidade mercadológica gera melhor desempenho? A diferenciação de serviços gera melhor desempenho? A capacidade mercadológica se relaciona de que forma com a diferenciação de serviço? Existe predição entre as relações das capacidades mercadológicas, diferenciação de serviços e o desempenho? A capacidade mercadológica é mediada pela diferenciação de serviços para gerar melhor desempenho? Alguma variável da diferenciação possui uma relação superior na mediação para gerar um melhor desempenho? 15 A partir dos questionamentos supra-apresentados surge a questão de pesquisa. Qual a relação entre as capacidades mercadológicas e diferenciação de serviços, com o desempenho na hotelaria executiva em Santa Catarina? 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo Geral - Analisar a relação entre as capacidades mercadológicas, diferenciação de serviços e o desempenho dos hotéis executivos em Santa Catarina. 1.4.2 Objetivos Específicos – Identificar as variáveis relacionadas as capacidades mercadológicas; – Detectar as variáveis relacionadas a diferenciação de serviços; – Observar as variáveis relacionadas ao desempenho; – Especificar as características do setor da hotelaria executiva em Santa Catarina; – Testar se a relação entre capacidade mercadológica e desempenho é mediada pela diferenciação de serviços. 16 1.5 Estrutura do trabalho Buscando atender os objetivos apresentados no primeiro capítulo da introdução, esta tese apresenta a seguinte estrutura: Capítulo 1: neste capítulo, são feitas a introdução ao tema da tese, a formulação do problema de pesquisa, os objetivos geral e específico, a justificativa, originalidade, relevância e contribuição teórico-empírica. Capítulo 2: apresenta-se neste capítulo a fundamentação teórica, os fundamentos teóricos sobre os principais conceitos que norteiam o presente projeto de tese, e, a partir deles, elaborou-se o modelo conceitual que testará as suas relações. Inicialmente, são apresentados conceitos referentes à capacidade mercadológica (DeSARBO et al., 2005). Em seguida, será discutida a evolução dos estudos sobre o desenvolvimento da diferenciação de serviços, por meio de suas variáveis controláveis, Booms e Bitner (1981). Capítulo 3: neste capítulo, será apresentado o design da pesquisa. O design é composto pela abordagem da pesquisa, o tipo de pesquisa, a estratégia da pesquisa, o universo e a amostra a ser pesquisada, apresentação das variáveis e medidas, a dinâmica da coleta de dados, a exposição das técnicas estatísticas descritivas de análise do material empírico a serem utilizadas e pela análise multivariada de dados, além do modelo estrutural detalhado neste capítulo. Capítulo 4: são descritos os procedimentos utilizados para o desenvolvimento e validação das escalas de mensuração dos construtos do modelo. Está retratado o tratamento dos dados coletados em campo, a caracterização do segmento e das empresas pesquisadas com as variável de controles, as análises descritivas com médias, desvio padrão, curtose a assimetria; a análise fatorial exploratória (Comunalidades, Carga fatorial, Medida de adequação da amostra (MSA), KMO, Teste de esfericidade de Bartlett, Alfa de Cronbach, Correlação inter-itens e Correlação item-total); a análise fatorial confirmatória (Qui² (x²); Qui²/GL (x²/GL); CFI; NFI; TLI e RMSEA); o teste do modelo estrutural proposto, e os teses das hipóteses da presente tese. Capítulo 5: neste último capítulo apresenta-se as considerações finais da pesquisa, assim como os principais resultados obtidos, as implicações teóricas e práticas, bem como as limitações da pesquisa e sugestões para futuros estudos. . 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo, serão apresentados os fundamentos teóricos sobre os principais conceitos que norteiam a presente tese, e, a partir deles, será exibido o modelo conceitual e as hipóteses que sobre suas relações. Inicialmente, são demonstrados estudos referentes às capacidades mercadológicas e diferenciação de serviços. 2.1 Capacidades Mercadológicas A partir da revisão teórica, para a presente tese, entende-se por capacidade mercadológica, como sendo a competência interna superior, que identifica as necessidades do cliente e o comportamento do seu consumidor, além dos fatores que influenciam a sua escolha por produtos e serviços, apresentando como consequência um desempenho superior a média de seus concorrentes. 2.1.1 Origem das Capacidades Mercadológicas Barney (1991), na mesma direção de Wernerfelt (1984), entende que o conjunto de recursos da firma não é somente uma lista de fatores, mas o processo de interação entre eles, bem como seus efeitos sobre a organização. Ao se elaborarem as estratégias que possuem por objetivo gerar vantagens competitivas, três recursos recebem o destaque, sendo eles: i) os recursos físicos de capital, ii) os recursos de capital humano, e iii) os recursos de capital organizacional compreendendo todos os ativos, capacidades, processos organizacionais, atributos, conhecimento, e outros. Dessa forma, capacidades organizacionais, capacidades estratégicas e capacidades dinâmicas são observadas como sendo o terceiro recurso, que objetiva gerar a vantagem competitiva. A perspectiva da capacidade dinâmica advém da ampliação da visão baseada em recursos (RBV), que, desde a década de 1990, vem avançando consideravelmente em termos de pesquisas. Para Desarbo et al. (2006) Ambrosini e Bowman (2009), Allred et al. (2011) e Roberts e Grover (2012), dentre as capacidades dinâmicas, encontram-se as capacidades mercadológicas. Ainda, Ambrosini e Bowman (2009), Vale e Lopes (2010), Allred et al. (2011) 18 e Roberts e Grover (2012) destacam que pesquisas demonstram como as alianças podem, de fato, ser enxergadas como um tipo específico de capacidade dinâmica, à medida que possibilitam a renovação e a reconfiguração dos recursos empresariais. Barney (1991) destaca a importância da combinação de recursos complementares resultantes da associação entre diferentes empresas. Alicerçados na perspectiva de que a gestão dos recursos, como pressupõe a RBV, é preditora do desempenho, estudos como o estudo seminal de Wernerfelt (1984) têm sido desenvolvidos procurando testar essa associação e, principalmente, procurando identificar seu real impacto sobre o desempenho das firmas. Covin (1991) corrobora as expectativas sobre os atributos estratégicos e sobre a correlação com o desempenho, dadas as diferentes posturas estratégicas. Yeung e Ready (1995), verificaram a relevância da liderança no processo de gestão. Cabe a organização abranger a competência de articular uma visão tangível, valores e estratégia na organização, para ser um catalisador para a mudança estratégica e cultural, e atingir resultados. Desta forma, capacitar sua equipe e apresentar uma forte orientação ao cliente, é função do gestor. Grant (1996) utilizou como teoria central a análise dos mecanismos por meio dos quais o conhecimento está integrado no âmbito das empresas, a fim de criar capacidade em ambientes dinâmicos do mercado. Quatro proposições são apresentadas: i) natureza da firma, ii) capacidade e estrutura, iii) mecanismos de integração (direção e de rotina), e iv) capacidade e vantagem competitiva. A partir das pesquisas de Conant, Mokwa e Varadarajan (1990) e Day (1994), DeSarbo et al. (2005) estudaram as capacidades mercadológicas e apresentam as capacidades estratégicas em cinco categorias: i) relacionamento, ii) tecnológica, iii) mercadológica, iv) tecnologia da informação, e v) gerencial. Observou-se que a vantagem competitiva sustentável em condições de uma concorrência dinâmica requer reconfiguração contínua e uma integração flexível, quer por meio da extensão das capacidades, dentre as capacidades mercadológicas existentes para abranger novos conhecimentos, quer por meio do conhecimento existente na reconfiguração de novos padrões de integração, mercado, e comportamento de seu consumidor. Brunaldi, Jungles e Gimenez (2007) propõem que a estrutura da firma e o comportamento organizacional são componentes essenciais para a implementação de estratégias, sendo lógico que um desempenho superior aos concorrentes estará 19 subordinado à forma com que esses elementos se alinham aos requisitos da estratégia específica. Dessa forma, o alinhamento das capacidades mercadológicas se faz fundamental para a firma continuar competitiva em seu mercado. Weerawardena (2003) e Song et. al. (2008) sustentam que a capacidade mercadológica inicia-se com o conhecimento do gestor sobre o seu mercado, a concorrência e os clientes. As habilidades em segmentação de mercado e a efetiva programação mercadológica estão relacionadas ao desempenho das organizações. Nesta pesquisa de Alves, Zen e Padula (2011), verificaram com qual frequência as capacidades aparecem nas pesquisas realizadas pelo mundo acadêmico. Na ordem decrescente aparecem as Capacidades Tecnológicas, seguidas das Organizacionais (BARNEY, 1991), Dinâmicas (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997), e Centrais (PRAHALAD; HAMEL, 1990). Dentre as capaciadades dinâmicas, encontra-se a capacidade dinâmica, que para Dutta, Narasimhan e Rajiv (1999) diz respeito a competência superior em identificar as necessidades do cliente, desta forma entendendo melhor o comportamento do seu consumidor, além dos fatores que influenciam a sua escolha por produtos e serviços, apresentando como consequência um desempenho superior aos seus concorrentes. 2.1.2 Função das Capacidade Mercadológica Fahy et al. (2000), em seus estudos, demonstraram a importância das capacidades mercadológicas em assegurar a prosperidade das organizações. Os recursos também fornecem suporte para uma explicação da heterogeneidade, demonstrando uma associação positiva entre as capacidades de marketing e de desempenho da organização. Kotabe, Srinivasan e Aulakh (2002) destacam que por meio da capacidade mercadológica de uma empresa é possível diferenciar seus produtos e serviços de seus concorrentes. Dessa forma, as empresas cobram preços premium para melhorar o desempenho. Explicam os autores que com um melhor arranjo das capacidades mercadológicas e a sua orientação para o cliente, seus produtos e serviços podem alcançar uma maior eficiência. Morgan et al. (2003) afirmam que a barreira à imitação competitiva, seja ela no nível de experiência, conhecimento ou de informação de mercado, pode ser 20 particularmente forte no contexto das capacidades mercadológicas, as quais são baseadas no mercado, na eficaz maneira de aquisição e no dinamismo do mercado. Slotegraaf e Dickson (2004) ressaltam que pesquisadores de estratégia têm exaltado as capacidades, como sendo fundamentais para a vantagem competitiva. A literatura de estratégia apresenta que o sucesso da empresa e o seu desempenho estão atrelados às capacidades mercadológicas. Essa perspectiva reside nos processos das incerteza envolvidas nas capacidades mercadológicas, que exigem as seguintes habilidades: i) antecipar a forma de um futuro incerto, ii) demonstrar habilidade na geração de alternativas para operar eficazmente em ambientes em mudança, e iii) demonstrar habilidade na implementação de novos planos de forma rápida e eficiente. Vorhies e Morgan (2005) afirmam que a capacidade mercadológica também fornece um ponto de partida para pesquisas que podem ser úteis no monitoramento das empresas e suas capacidades em comparação com seus concorrentes e o seu próprio desempenho anterior. Além disso, resultados indicam o valor potencial de pesquisas intersectoriais, pequenas empresas de alto desempenho como referência de capacidades mercadológicas. Wang e Ahmed (2007), ao analisarem os recursos e a capacidades da firma, apresentam uma ordenação hierárquica, onde esses recursos são os alicerces da organização e a base para suas capacidades centrais. Para a geração da vantagem competitiva, destacam os autores que, em um ambiente dinâmico, os recursos e as capacidades não persistem por muito tempo e assim não podem ser fonte de vantagem competitiva sustentável, necessitando se reorganizar, no que tange à configuração desses recursos. Residindo nestas características a fincão das capacidades mercadológicas. Song, Nason e Benedetto (2008) afirmam que, para se criar valor econômico, sustentar uma vantagem competitiva e alcançar rentabilidade superior à dos concorrentes, uma organização requer uma ampla gama de capacidades. A capacidade mercadológica, está inserida nesta categoria de capacidades comuns a muitas organizações foram identificados e utilizados em pesquisas anteriores (DeSARBO et al. 2006). As capacidades mercadológicas incluem o conhecimento da concorrência e dos clientes, além das habilidades de segmentação dos mercados, publicidade, precificação e na integração atividade de marketing. Confirmou-se, também, que comportamentos estratégicos diferentes têm competências distintivas 21 na alocação de recursos mercadológicos (SONG; NASON; BENEDETTO, 2008). Krasnikov e Jayachandran (2008) destacam o efeito da capacidade mercadológica no desempenho da empresa, em comparação com a de outras capacidades como capacidades tecnológicas, capacidades relacionais, capacidades de inovação. Os resultados mostram que, em geral, capacidade mercadológica tem um forte impacto sobre o desempenho da empresa e sobre o desenvolvimento e recursos de operações. Bruni e Verona (2009) e Vorhies, Morgan e Autry (2009) apresentam que as capacidades mercadológicas podem contribuir para uma compreensão mais detalhada das práticas de gestão e o desempenho, baseadas em novas configurações e concluem o trabalho identificando suas limitações e fornecendo orientações proveitosas para futuras pesquisas sobre o tema. Empresas que desenvolvem como estratégia de mercado, serviços diferenciados seus gestores buscam por clientes que deseja mais benefícios que os ofertados pelos seus concorrentes. Clientes estes estão dispostos a pagar um preço superior que as ofertas indiferenciadas da concorrência (VORHIES; MORGAN; AUTRY, 2009). Moorman e Slotegraaf (1999) investigaram o domínio estratégico de recursos de marketing, a execução do composto mercadológico são considerados limitado. Nesta perspectiva estratégica, a responsabilidade amplia o domínio para incluir os recursos para a criação de valor para o cliente. Lembram Murray, Gao e Kotabe (2011), que a RBV aborda as origens da vantagem competitiva, argumentando que as diferenças de desempenho entre as empresas de resultado de recursos podem ser usadas para criar idiossincráticas, inimitável capacidades internas. Os recursos acumulados são de conhecimentos e habilidades de uma empresa que lhe possibilitam utilizar e melhorar o valor aos seus consumidores, por meio de seus recursos mercadológicos. Murray, Gao e Kotabe (2011) informam que a entrega da diferenciação ocorre quando a empresa é capaz de criar algo que é geralmente considerado como sendo original das ofertas dos concorrentes. A posição diferenciada é uma vantagem, devido ao aumento da fidelidade à marca por parte dos clientes e como consequência, a resultante diminuição da sensibilidade ao preço, por parte dos consumidores. Segundo Day (2011), as teorias estáticas e capacidades, são tentativas de explicar as diferenças sustentáveis no desempenho das empresas que competem 22 em seus mercados. Considerando que a vantagem competitiva pode ter escassez de recursos em determinado momento, as vantagens sustentáveis exigem as capacidades para criar, ajustar e manter o estoque relevante de capacidades. Day (2011) aponta para o fato de que os recursos do composto mercadológico são quase inteiramente estáticos. Assim, a capacidade de desenvolvimento de novo produto envolve e explora os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, mas não se estende a imaginar novas formas de entregar valor ao cliente ou chegar ao mercado através de novos canais. Morgan e Katsikeas (2012) informam que, teoricamente, as capacidades mercadológicas podem contribuir para o desempenho, permitindo que empresas concebam e executem estratégias de criação de valor. Portanto, o papel das capacidades mercadológicas sugerem que os processos de planejamento tenham o foco interno, assim como o foco em seu mercado pode melhorar a aplicação efetiva do resultante da estratégia planejada. Examinar tais questões pode fornecer uma rica e interessante fonte teórica e administrativamente relevante, se sugere a realização de novas pesquisas. Com as capacidades mercadológicas, é possível desenvolver novos serviços, assim com reconfigurar os já existentes. Desta forma, entregar a diferenciação dos serviços ao seu mercado consumidor. A diferenciação dos serviços serão abordados a seguir. 2.2 Diferenciação de Serviços Diversas visões da diferenciação foram apresentadas à comunidade acadêmica. Porter (1980) destaca que dentre as posições que uma empresa poderia assumir, para ter ganhos de mercado está a posição de diferenciação. Sendo a diferenciação o ato da criação de especificidade no produto ou serviço. Mintzberg (1973, 1988) defende a ideia da formulação da estratégia e apresenta a estratégia da diferenciação pode se dar por cinco estratégias distintas. Sendo as opções estratégicas: Diferenciação por preços mais baixos - preços inferiores aos praticados pela concorrência a fim de ganhar quota de mercado; Diferenciação por imagem - para criar uma forma artificial de diferenciação; Diferenciação por suporte - aspectos que vão além do produto e que podem aumentar a satisfação do cliente; Diferenciação pela qualidade - características 23 intrínsecas objetivando criar diferenciação significativa no produto, a fim de melhorálo; e a Diferenciação por design - buscando produtos com características e funcionalidades únicas. Abordando elementos tangíveis na competição de mercado. Para Lovelock e Yip (1996) a diferenciação nos serviços, em seu estudo na hotelaria, se dá pela oferta de serviços suplementares, podendo ser agrupados em oito categorias: informação, consulta, order-taking, hospitalidade, manutenção, exceções, faturamento e pagamento. Os serviços suplmentares estão circundando o serviço principal, como uma coroa de pétalas. Entretanto, como já proposto por Lovelock (1983), Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985) e Grönroos (1996, 2003) para o fato de que avaliar os serviços é mais difícil para o cliente, em relação aos bens tangíveis. Ficando este desafio da diferenciação para gestão das empresas serviços. A diferenciação dos produtos se dá por alteração das suas características e seus atributos, ou seja, suas características intrínsecas, tais como formas, tamanho, cor, material. O que não é possível nos serviços porser intangível. Os estudos realizados por Holmlund e Soren (1996) e posteriormente Holmlund (2001), afirmam que a lucrativa no período de longo prazo que se pode atingir com o foco nos clientes atuais em substituição da concentração em atrair novos clientes. Para isso as organizações buscam se diferir constantemente. Nesta presente pesquisa, a diferenciação de serviço é conceituada como sendo o ato de relacionar um montante de diferenças significativas para distinguir o serviço prestado por uma empresa, dos serviços prestados pela sua concorrência. Para que a estratégia de diferenciação de serviços traga o resultado satisfatório, a empresa deve contar com efetividade operacional, intimidade com o consumidor (para conhecer suas reais necessidades) e a liderança em termos de produto. 2.2.1 Origem das dimensões da diferenciação dos serviços Levitt (1980) recomenda que a organização que deseja obter uma posição competitiva diferenciada no mercado escolha inicialmente o seu mercado-alvo, para então decidir a estratégia de diferenciação em relação aos demais concorrentes. O autor destaca que um bem tangível, os serviços e até mesmo a commodity podem ser diferenciados quando se analisa a oferta como um todo e não apenas a oferta do produto genérico. A diferenciação de serviços é mais frequente na imagem, no 24 design da organização, nos procedimentos operacionais e no seu composto de serviços. Booms e Bitner (1981) indicam que o principal o desafio aos gestores no que tange ao marketing de serviços, é pensar criativamente sobre o seu composto de marketing. Expandido o composto para serviços, que são normalmente produzidos e consumidos simultaneamente na unidade produtiva na empresa, interagindo diretamente com o pessoal da empresa e nos processo de produção. O Quadro 1 apresenta a compreensão de cada uma das dimensões da diferenciação de serviços. Quadro 1 – Dimensões da diferenciação de serviços. Dimensão Pessoas Processos Ambiente Compreensão da dimensão São considerados todos os agentes que desempenham um papel no processo de execução de um serviço e, neste sentido, influenciam as percepções do comprador, nominalmente, os funcionários da empresa, o cliente e outros clientes no ambiente de serviços. São os procedimentos, mecanismos e os roteiros efetivos de atividades através dos quais o serviço é executado – os sistemas de execução e de operação dos serviços. São as evidências físicas no quais os serviços são executados e onde a empresa interage com o cliente, assim como qualquer componente tangível que facilite o desempenho ou a comunicação dos serviços. Fonte: adaptado de Booms e Bitner (1981) Bitner e Obermiller (1985) informam que, desde 1970, a literatura reflete o interesse, atenção, preocupação e dedicação nas atitudes dos funcionários de serviços. Preza-se pela formação de atitudes adequadas, pela preocupação em mudar as atitudes inadequadas e pela forma de mensuração de atitudes, com relação às prestações de serviços. Os autores, buscando uma síntese sugerem que as seguintes perguntas ainda não foram respondidas, em relação ao serviço: i) pistas centrais, pistas periféricos, são o quê?; ii) como a influência dos processos pode afetar o serviço?; iii) existem diferenças entre pontos fortes, atitudes e processos?; iv) são interativos os processos central e periférico?; e v) pode o processo central estimular os processos periféricos? A presente tese busca contribuir com a comprovação sobre a relação da diferenciação de serviços nas atitudes e dos processos. Em suma, Bitner e Obermiller (1985) e Bitner, Booms e Tetreault (1990) informam que o consumidor ao julgar um serviço profissional, um serviço 25 considerado caro, um serviço desconhecido, ou até mesmo um restaurante novo, pode ser forçado a formar avaliações sem a utilização de uma informação objetivamente útil e experiências anteriores. Em tais casos, os consumidores podem também depender de pistas periféricas como seria o caso da decoração, as características do ambiente físico. Brown et al. (1991) informam que o mix de marketing (Produto; Preço, Ponto de distribuição e Promoção/Propaganda) desenvolvido por McCarthy em 1960, é um dos conceitos mais amplamente aceitos na visão mercadológica. Desde então as capacidades mercadológicas tem sido definidas como sendo a gestão das variáveis controláveis pela empresa, objetivando satisfazer o seu mercado-alvo e alcançar as metas organizacionais. Zeithaml e Bitner (2003) informam que além dos 4Ps tradicionais do composto de marketing o serviço deve gerenciar outras três variáveis que possibilitam a diferenciação dos serviços. No Quadro 2, será detalhado o composto de serviços. Quadro 2 – Composto Expandido de Serviços Pessoas Funcionários Recrutamento Treinamento Motivação Recompensas Trabalho em equipe Clientes Educação Treinamento Evidência Física (Ambiente) Projeto das Instalações Equipamentos Sinalização Roupas dos funcionários Outros tangíveis Relatórios Cartão de visitas Declarações Garantias Processo Roteiro de atividades Padronização Customização Envolvimento de clientes Número de passos Simples Complexo Fonte: Zeithaml e Bitner (2003, p. 41) De acordo com Chang e Chelladurai (2003), e Sarquis (2006) as organizações de serviços existe uma maior complexidade para se desenvolverem estratégias como diferenciação, segmentação e posicionamento da marca, uma vez que seus clientes possuem características diversificadas, pois o serviço é valorizado de maneira diferente e o atendimento de suas necessidades é demasiadamente diversificado sendo de maior dificuldade a sua mensuração. Como defendido na presente tese, a partir das capacidades mercadológicas ao se reconfigurar as variáveis controláveis pela firma (pessoas, processos e ambiente) é possível apresentar a diferenciação em um ambiente tão heterogêneo e 26 dinâmico. Da mesma forma que o composto mercadológico tradicional com os seus 4Ps, o composto de serviço são combinados e serão abordados com mais profundidade nos próximos tópicos. Pessoas, Processo e Ambiente, também denominado como evidências físicas, elementos tangíveis, aqui sempre tratados como Ambiente físico. 2.2.2 Contribuições sobre as dimensões da diferenciação de serviços Segundo Lees e Dale (1988), a característica da intangibilidade dificulta a implantação da diferenciação dos serviços. Para o desenvolvimento da diferenciação de serviços, deve-se atuar em três frentes: avaliação da execução das tarefas; melhoria do ambiente; e questões relativas a processos. Para Lehtinen e Lehtinen (1991), a abordagem das três dimensões da qualidade deve ser utilizada: i) qualidade física (ambiente); ii) qualidade interativa (pessoas); e iii) qualidade da empresa (processos). Watson, Pitt e Kavan (1998) afirmam que, para se alcançar a qualidade que o serviço exige, é necessária uma intervenção em cada um dos três níveis: estratégico, tático e operacional. No nível estratégico, a gestão estabelece as bases para a qualidade do serviço, desenvolvem os planos que afetam diretamente a estratégia corporativa para assegurar o ambiente e os sistemas. No nível tático, é necessário projetar e implementar os processos para se prestar um serviço com qualidade. Finalmente, no nível operacional, é onde ocorre o encontro de pessoas, demonstrando que o treinamento do pessoal se faz obrigatório no serviço, para que se esteja preparado para atender as expectativas dos seus clientes. Nielsen e Host (2000) e Smith (2000) com base em pesquisas sobre serviços prestados aos clientes, relacionam a qualidade e a diferenciação dos serviços às melhorias estruturais (ambiente), fatores educacionais (pessoas) e equipamentos tecnológicos (processos). Observa-se dessa forma que a aos a diferenciação podem estar: i) estrutura: tangível e intangível; ii) nos processos: são relacionados com o acesso, conveniência, tangível instrumental/ ferramental/ tecnologia; e iii) no resultado: benefício percebido. Harrison-Walker (2002) confirmam os achados de Lehtinen e Lehtinen (1991) e Mels, Boshoff e Nel (1997), segundo os quais a qualidade do serviço parece 27 consistir de dois fatores: qualidade de interação e tangíveis. Para isto, as dimensões de pessoas e processo são necessárias para uma melhor qualidade de interação e os elementos ou evidências físicas apresentam no seu ambiente que tangibiliza o serviço. Os principais resultados da pesquisa de Sheppard (2003) e Lee (2005) foram sobre as percepções dos clientes no que tange às estruturas, ao ambiente e aos processos, nas sequências de serviços. Ibáñez, Hartmann e Calvo (2006) pesquisaram um Quadro conceitual que analisa o efeito da qualidade do serviço percebido, a satisfação do cliente, a confiança no fornecedor e os custos de mudança percebida na fidelização dos clientes. Três dimensões distintas de qualidade de serviço percebida são identificadas: i) qualidade técnica dos funcionários; ii) qualidade técnica dos serviços periféricos; e iii) qualidade de serviço do processo (qualidade de serviço funcional). Consequentemente, os funcionários desempenham um papel crucial no sucesso de serviços da empresa e a diferenciação da oferta de seus concorrentes. Outras pesquisas que encontraram apenas uma ou duas das dimensões da diferenciação de serviços e que não foram até o presente momento apresentadas virão na sequência, separadas por sua dimensão: Pessoas, Processos, Ambiente Físico. 2.2.2.1 Diferenciação de Serviços - Pessoas Willborn (1986) e Shrednick, Shutt e Weiss (1992), ao estudar a qualidade de serviços, concluiu que a garantia da qualidade de uma empresa serviço é uma tarefa de seus gestores. Logo, o destaque encontra-se na capacitação das pessoas para garantir a qualidade tangendo a garantia de padrão, da gestão dos serviços e da imagem organizacional. Boaden e Dale (1992) concluíram que os principais aspectos da gestão de um processo de diferenciação são representados em quatro aspectos assim descritos: i) organização; ii) mudança na cultura; iii) utilização de sistemas e técnicas que atingem a qualidade técnica e funcional; e iv) medição e feedback. A mudança cultural afeta diretamente as pessoas, seu desempenho organizacional. Edvardsson e Mattsson (1988, 1993, 1996), Ross (1995) e Dickens (1996) destacam que nas indústrias de serviços, pessoas são definidas como sendo um 28 sub-conjunto importante na indústria de serviços que lidam com a prestação de serviços aos consumidores com o objetivo de provocar mudanças benéficas nos consumidores, sendo um fator de diferenciação na oferta de serviços. Riesenberger (1998) analisa o contexto da globalização, com clientes, concorrentes e fornecedores globais, ciclos de vida dos produtos/serviços estão se tornando cada vez mais curtos, exigindo processos mais rápidos e complexos, sincronizados com demandas de clientes em constante mudança. Para o autor, esta capacidade poderá virar um sucesso por meio das pessoas e cultura corporativa irão desempenhar um papel mais crítico para a diferenciação dos serviços. Lewis e Gabrielsen (1998) e Haring e Mattsson (1999) acreditam que as características contextuais são as principais determinantes do comportamento comunicativo nos encontros de serviços. Em encontros de serviços, a qualidade da comunicação frente a frente depende da capacidade de ambos, dos clientes e dos funcionários para compreender e interpretar cada um dos motivos para a interação. Essa competência é avaliada pelos clientes em relação aos funcionários na prestação de serviço, em sua interação, fazendo a diferença. Broderick (1999), com a contribuição da teoria de papéis, argumenta que uma melhor gestão dos recursos interativos na interface de serviços, entre a empresa e seu cliente. Com um foco mais claro sobre o desempenho e as dimensões interpessoais mercadológicas dos serviços, essa contribuição pode ser incorporada como sendo um fator de diferenciação de serviços. Os estudos de Illeris (2002), Ackfeldt e Wong (2006) e White (2006), afirmam a importância das pessoas nos encontros de serviços. Foram abordados estudos sobre a relação entre estados de humor, emoções, percepções de qualidade de serviço e a lealdade do consumidor em um contexto de serviço. Para estes autores, o setor de serviço, a qualidades nas habilidades interpessoais são mais importantes do que habilidades técnicas, sendo um diferencial competitivo. Bienstock e DeMoranville (2006) apresentam o comportamento organizacional, que descreve as atitudes dos empregados que têm o potencial de melhorar a eficácia organizacional e, assim, aumentar a percepção do cliente da qualidade do serviço a diferenciando de seus concorrentes. Harris e Fleming (2007), Luoh e Tsaur (2009) e Davies (2009) informam que pesquisas indicam que a personalidade de serviço, conceituada como sendo o conjunto de características humanas associadas com a empresa de serviços, 29 desempenha um papel importante, existindo indicações ainda de que a congruência entre a personalidade do cliente e o serviço de personalidade. As características dos prestadores de serviços, tais como gênero e atratividade física, concluindo que realmente desempenham um papel significativo nos encontros entre cliente e fornecedor do serviço, exigindo a qualidade interacional. Para Browning et al. (2009), Agarwal, Malhotra e Bolton (2010), e Wang (2010), apontaram o conhecimento, as habilidades e as atitudes de seus empregados como sendo uma fonte emergente de vantagem competitiva para indústrias de serviços. As organizações de alto desempenho de serviços estão ativamente buscando as melhores práticas em todas as áreas de recrutamento e seleção, treinamento e comunicação, desenvolvimento e trabalho em equipe. Sichtmann, Selasinsky e Diamantopoulos (2011) e Snell e White (2011) sugerem que empresas de serviços devam empreender esforços significativos na qualificação das competências e na qualificação do cliente interno como fonte de diferenciação e melhor desempenho organizacional. 2.2.2.2 Diferenciação de Serviços - Processos Estudo de Oakland (1986), conclui que o processo é apresentado como sendo uma forma de diferir-se de seus concorrentes e entregar a satisfação ao seu consumidor. É durante o processo que o cliente verifica se a sua expectativa do serviço, torna-se por meio de sua percepção o serviço desejado e pode comparar com os serviços da concorrência. De acordo com Edvardsson (1988) Smith (1994) e Edvardsson e Olsson (1996), o ponto de partida é a construção da qualidade e da diferenciação de serviço passa pelos seus processos. Argumenta-se que a principal tarefa do desenvolvimento de serviços é criar as condições prévias e genéricas para o serviço. Segundo Hsieh e Hsieh (2001), também foram empiricamente encontrados efeitos positivos e significativos na padronização do trabalho e na realização do mesmo, com a qualidade de serviço percebida pelos clientes. Para Karatepe, Avci e Arasli (2004) apresentam os resultados empíricos que revelam que a normalização e padronização nos serviços exercem um efeito e uma relação positiva e significativa sobre o desempenho nas tarefas. 30 De acordo com Ibáñez, Hartmann e Calvo (2006), e Williams e Saunders (2006) os resultados sugerem que para aumentar a satisfação do cliente e a diferenciação dos serviços é necessário se concentrar na qualidade do processo de serviço. É a partir dessas interações que os consumidores julgam a medida em que o fornecedor de serviços se preocupa com eles. A criação de valor é a diferenciação para o consumidor. Huang, Chu e Wang (2007) comprovaram, por meio de sua pesquisa, que os processos internos afetam a qualidade de serviço. Concluíram que: i) existe uma relação positiva entre a perspectiva de aprendizado e crescimento, na perspectiva de processos internos; ii) existe uma relação positiva entre a perspectiva de processos internos e a perspectiva do cliente; e iii) existe uma relação positiva entre a perspectiva do cliente e as perspectivas financeiras. Comprovaram que os processos internos afetam a qualidade de serviço que diferencia as ofertas no setor de serviços. Chang (2008) e Barrutia, Charterina e Gilsanz (2009), objetivando elucidar por meio das pistas dos serviços, o valor e a qualidade ao cliente descobriu que o cliente percebe e explora a composição interna da relação da qualidade de serviço e trazem uma intenção estratégica no planejamento de design de serviço, pois podem oferecer a diferenciação de sua concorrência. O correto planejamento dos processos internos e a sua execução apresentam a intenção da entrega de valor aos seus consumidores, que julgam o processo com um diferencial entre os competidores. 2.2.2.3 Diferenciação de Serviços – Ambiente Para Watson, Pitt e Kavan (1998), o ambiente além de propiciar a execução dos serviços, tangibiliza o serviço aos olhos do consumidor, que poderá perceber a diferenciação entre os competidores. Llosa, Chandon e Orsingher (1998) destacam que a dimensão tangibilidade (evidências físicas) é claramente percebida pelos clientes, e é seguida pela dimensão da empatia. Nas conclusões dos autores, o ambiente é a principal dimensão utilizada pelos consumidores para diferir os seus fornecedores de serviços. Halliday (2000) e Anitsal e Paige (2006) verificam a dimensão das evidências físicas é a parte visível aos clientes e impactam na satisfação geral do consumidor e 31 o desempenho da organização. Concluem também em sua pesquisa que: i) a qualidade percebida no ambiente está positivamente relacionada ao nível de percepção do apoio oferecido pelo contato com empregado; ii) a qualidade percebida do ambiente está positivamente relacionada com a extensão percebida da participação do cliente; iii) o nível de percepção do apoio oferecido por um funcionário de contato está positivamente relacionado à extensão percebida da participação do cliente; e iv) a extensão percebida da participação do cliente está positivamente relacionada à qualidade global percebida pelo cliente. Bebko, Sciulli e Garg (2006) relacionaram o julgamento do consumidor sobre a confiabilidade apresentanda pelo fornecedor. Como resultado, encontraram que os consumidores parecem estar dispostos a julgar apenas por uma imagem, que para o consumidor representa uma promessa do serviço gerando a expectativa de satisfação, o elemento físico (ambiente) é utilizado para de diferenciar de seus concorrentes. De acordo com Wang (2009) a diferenciação dos serviços passa pela percepção da qualidade do serviço recebido por parte do cliente. Um provedor de serviços pode aumentar a probabilidade de ter seus serviços recomendados para os outros consumidores se parecer entregar o benefício. Ambientes adequados que tangibilizam os serviços são um diferencial na escolha de uma empresa por parte dos clientes, aumentando as chances de ser recomendado para novos clientes. Kassim e Zain (2010) apresentam como sendo resultados importantes para as faculdades de administração e universidades, que inicialmente devem empreender esforços significativos e não poupar investimentos no seu ambiente. Essas evidências físicas consistem em, por exemplo, aumentar o tamanho de suas salas de aula, fornecendo maior conforto e dando a garantia da dimensão do ambiente, que são muito valorizados pelos alunos. Os elementos tangíveis apresentam a segurança na visão dos consumidores de serviços. Fornecendo elementos que procuram auxiliar o tomador de decisões a investir os seus recursos na busca de um melhor desempenho organizacional. Tchetchik, Fleischer e Finkelshtain (2008) e Estevão, Ferreira e Braga (2011), para pesquisar a diferenciação em um ramo específico da hotelaria, pesquisaram além das margens de lucro as seguintes características na hotelaria: elementos de luxo, número de unidades habitacionais , amenidades especiais, jardim e paisagem, número de anos desde a criação da empresa, refeição incluída, educação e 32 tamanho das unidades habitacionais. Ahmad, Solnet e Scott (2010) verificaram em seus estudos que a diferenciação na hotelaria passa pelos funcionários e suas competências. Foi pesquisado as dimensões de Equipe seletiva, descrição do trabalho claro, orientação, treinamento extensivo, segurança no emprego, o desenvolvimento de carreira, avaliação de desempenho, remuneração, Comunicação, Capacitação e flexibilidade funcional. Hung e Lin (2012) e Li e Krit (2012) ao estudarem a qualidade dos serviços, satisfação, lealdade e imagem da marca na hotelaria, utilizaram-se dos questionários dos estudos de diversos autores (PARASURAMAN et al., 1988; CHENGWEI, 2010, BELL et al., 2005; BRADY; CRONIN, 2001; SHARMA; PATTERSON, 1999; NG et al., 2011, BIGNÉ et al., 2001; ZEITHAML et al., 1996; LOUREIRO; KASTENHOLZ, 2010; MOORMAN; ZALLMAN; DESHPANDE, 1992; SUDHAHAR et al., 2006; BLOEMER et al., 1999; OLORUNNIWO; HSU; UDO, 2003; OLORUNNIWO; HSU, 2006; QIN et al., 2010; KELLER; LEHMAN, 2006; KAYAMAN; ARASH, 2007). 2.3 Modelo conceitual e a relação entre construtos, e hipóteses. A partir da revisão realizada com os principais autores que tratam dos temas capacidade mercadológica, e diferenciação de serviços será apresentado o modelo conceitual resultante desta pesquisa. O modelo relaciona estes construtos, que são as variáveis independentes, tendo como variável dependente o desempenho. 2.3.1 Modelo Conceitual Inicial O modelo conceitual, conforme é apresentado na Figura 1, representa graficamente as relações que serão testadas a um conjunto de procedimento estatístico em conformidade com a metodologia apresentada a seguir. 33 Figura 1 - Modelo Conceitual Capacidades Mercadológicas Pessoas Processos Desempenho Fonte: Elaborado pelo autor (2012) Ambiente 34 2.3.2 Relação entre construtos e hipóteses As relações entre os construtos de capacidade mercadológica, diferenciação de serviços e desempenho serão abordados no texto a seguir. Dessas relações, surgem as hipóteses, que serão apresentadas na sequência. De acordo com Dutta, Narasimhan e Rajiv (1999), uma empresa com uma forte capacidade mercadológica exibe desempenho superior, pois consegue identificar as necessidades do cliente e entender o seu comportamento como consumidor, além dos fatores que influenciam as suas escolhas. O posicionamento desses autores é compatível com o de Morgan et al. (2003). Segundo esses últimos autores, as capacidades mercadológicas dizem respeito à capacidade de conceber estratégias que alinhem adequadamente os recursos disponíveis que possibilitam à empresa atingir os seus objetivos estratégicos. Ademais, Song et. al. (2008) sustentam que a capacidade mercadológica, a partir do conhecimento da organização sobre a concorrência, os clientes, suas habilidades em segmentação de mercado e a efetiva programação mercadológica, está relacionada com o maior desempenho das organizações. Seguindo essa mesma linha de pensamento, Bruni e Verona (2009) grafam que as capacidades mercadológicas podem contribuir para uma melhor e mais detalhada compreensão das práticas da gestão como um todo, favorecendo o desempenho da organização. Não obstante, observa-se que esses posicionamentos não são unânimes. Outros autores reforçam que novos estudos devam ser desenvolvidos, pois essa temática ainda não alcançou sua maturidade em termos de pesquisas (WANG; AHMED, 2007; ALVES; ZEN; PADULA, 2011). Assim, este estudo se propõe a estudar a seguinte hipótese. H1: Capacidades mercadológicas têm relação com desempenho. Barney (1991) partilha da visão de Wernerfelt (1984), que acredita que o conjunto de recursos da firma não é somente uma lista de fatores, mas o processo de interação entre esses recursos e seus efeitos sobre a organização. 35 Grant (1996) utilizou como teoria central a análise dos mecanismos por meio dos quais o conhecimento está integrado no âmbito das empresas, a fim de criar capacidade em ambientes dinâmicos do mercado. Quatro proposições são apresentadas: i) natureza da firma, ii) capacidade e estrutura, iii) mecanismos de integração (direção e de rotina), e iv) capacidade e vantagem competitiva. Nielsen e Host (2000), com base em suas pesquisas, relacionam a qualidade dos serviços às melhorias estruturais (ambiente), fatores educacionais dos funcionários (pessoas) e aos equipamentos tecnológicos (processos). Ao revisar a literatura sobre capacidades dinâmicas e recentes trabalhos empíricos sobre o impacto do conhecimento de mercado e a derivação ao conceito de capacidades mercadológicas, Bruni e Verona (2009) investigaram como o conhecimento do mercado pode beneficiar as empresas. Os autores fornecem uma descrição de variáveis-chave envolvidas na criação de conhecimento do mercado. Destacam como essas atividades podem apoiar a criação ou mudanças das configurações dos produtos e as mudanças no processo de desenvolvimento de novos produtos. Kotabe, Srinivasan e Aulakh (2002) concluem que a capacidade mercadológica de uma empresa reflete-se na sua capacidade de diferenciar produtos e serviços de concorrentes. Assim, as empresas podem cobrar preços premium pelo melhor desempenho, pelo melhor arranjo das capacidades mercadológicas e orientação para o cliente e suas necessidades, seus produtos e serviços. Tudo isso pode alcançar uma maior eficiência. Assim, emerge a seguinte hipótese a ser avaliada. Kelemen e Papasolomou-Ddoukakis (2004) pesquisaram o marketing interno e seu funcionamento como um mecanismo de mudança de cultura nas organizações, observando que em vez de serem homogêneos e unidos em torno da imagem de consumo e de serviços, são na verdade fragmentados, ambíguos e contestados por uma variedade de partes interessadas na organização. H2: Capacidades mercadológicas têm relação com Diferenciação de Serviços na dimensão Pessoas. H3: Capacidades mercadológicas têm relação com Diferenciação de Serviços na dimensão Processos. 36 H4: Capacidades mercadológicas têm relação com Diferenciação de Serviços na dimensão Ambientes. De acordo com Porter (1991), uma empresa, seguindo a estratégia de diferenciação, fornece algo único, que é valioso para os compradores além de simplesmente oferecer um preço baixo. Isso permite que a empresa comande um preço premium (preço acima da média na indústria), que muitas vezes pode resultar em favorecimento a um desempenho superior. Por outro lado, em empresas que comercializam serviços, e que por conseguinte têm como característica principal a intangibilidade, a implantação da diferenciação de serviços é dificultada, o que pode impactar diretamente na perfomance da organização. Dessa forma, para o desenvolvimento da diferenciação, deve-se atuar em três frentes: avaliação da execução das tarefas; melhoria do ambiente; e questões relativas a processos (LEES; DALE,1988). Entretanto, como afirma Morrison (1998), o mercado de serviços, em específico o de turismo, é altamente segmentado e frequentemente operado por uma diversidade de pequenas empresas, que oferecem uma variedade de locações, de qualidade da infraestrutura física (ambiente), voltadas para mercados de nichos especiais e, assim, gerando diferenciação para o seu segmento de atuação. De acordo com Armisted et al. (1999a, 1999b), a chave para atingir a eficácia organizacional é administrar os processos operacionais essenciais, valendo-se de fatores-chave como velocidade, custo, flexibilidade e confiabilidade, os quais atendem as necessidades dos clientes e, portanto, as necessidades estratégicas da organização. Nesse mesmo sentido, observa-se que na dinâmica do ambiente da indústria de viagens e turismo, estas precisam da diferenciação para serem bem sucedidas e obterem desempenho superior (NAIPAUL; PARSA, 2000). Em suma, produtos e serviços diferenciados, em geral, apresentam uma rentabilidade acima da média ou alta rentabilidade (ROBINSON; CLARKE-HILL; CLARKSON, 2002). Vorhies, Morgan e Autry (2009) apresentam que as empresas que são desenvolvedoras das opções, quanto à sua estratégia de mercado, da diferenciação de seus serviços, cabem aos gestores identificar a quais grupos de clientes que desejam os benefícios distintos, cobrando por seus serviços, geralmente por um preço maior do que as ofertas indiferenciadas. 37 Diante dessa contextualização, procurar-se-á o estudo da seguinte hipótese: H5: Diferenciação de Serviços na dimensão Pessoas tem relação com o desempenho. H6: Diferenciação de Serviços na dimensão Processos tem relação com o desempenho. H7: Diferenciação de Serviços na dimensão Ambientes tem relação com o desempenho. Conforme apresentado as relações entre os construtos com base nos autores anteriormente, que relacionaram os construtos: i) as capacidades mercadológicas possui relação com o desempenho das organizações (WITT; STEWART, 1996; MORGAN, et al. 2003), ii) capacidades mercadológicas possui relação com a diferenciação de serviços (BARNEY, 1991; KOTABE; NIELSEN; HOST, 2000; SRINIVASAN; AULAKH, 2002; ANITSAL; PAIGE, 2006), e iii) diferenciação de serviços possui relação com o desempenho, (PORTER, 1980; BOOMS; BITNER, 1981; WATSON; PITT; KAVAN, 1998; LLOSA; CHANDON; ORSINGHER, 1998; HALLIDAY, 2000). Destarte em se confirmando estas relações, aceita-se que as capacidades mercadológicas são preditoras da diferenciação de serviços e do desempenho (BOOMS; BITNER, 1981); aceita-se que o desempenho é predita pelas capacidades mercadológicas e predita pela diferenciação de serviços , entendendo desta forma que a diferenciação de serviço é preditora do desempenho e predita das capacidades mercadológicas (SONG; NASON; BENEDETTO, 2008; ), portanto mediando a relação entre as capacidades mercadológicas e o desempenho. Vieira (2009) apresenta o conceito para mediação das relações como sendo a implicação da suposição do relacionamentos entre as variáveis envolvidas. Portanto a variável mediadora é aquela que, deve estar presente na equação de regressão, e diminui a magnitude do relacionamento entre uma variável independente e uma variável dependente. Para a presente tese entende-e que o construto capacidades mercadológicas é a variável independente, existindo a predição entre as relações com a diferenciação de serviços e o construto desempenho. O construto diferenciação é 38 preditora do desempenho e predita do construto capacidades mercadológicas. Logo uma variável pode ser considerada mediadora no momento em que influencia a relação entre a variável independente e a variável dependente, desta maneira a sua inserção na equação estrutural neutraliza, ou mesmo reduz, a força do impacto da variável independente sobre a dependente. Dessa maneira, surge a seguinte hipótese a ser analisada: H8: Capacidades mercadológicas têm relação com o desempenho mediado pela diferenciação de serviços em sua dimensão Pessoas H9: Capacidades mercadológicas têm relação com o desempenho mediado pela diferenciação de serviços em sua dimensão Processos H10: Capacidades mercadológicas têm relação com o desempenho mediado pela diferenciação de serviços em sua dimensão Ambiente Após serem apresentadas as hipóteses a serem testadas, apresenta-se a metodologia proposta para a tese. 39 3 METODOLOGIA A metodologia empregada nesta tese está em conformidade com o que afirma Demo (1995), utilizando-se desta disciplina instrumental, que verifica as condições necessárias para a competência científica e que critica os caminhos alternativos a serem percorridos pela pesquisa científica. Oliveira (2003) entende a metodologia como sendo o próprio processo, por meio do qual se aplicam uma diversidade de métodos, técnicas, instrumentos e equipamentos para coletar os dados de campos. 3.1 Design da pesquisa O design da pesquisa é composto pelo seu tipo de abordagem, pelo tipo e estratégia, pelo universo e amostra, pelas variáveis e medidas, pela dinâmica da coleta de dados, pela apresentação das técnicas estatísticas descritivas de análise do material empírico que foram utilizadas e pela análise multivariada de dados, além do modelo estrutural. 3.1.1 Abordagem e tipo da pesquisa Cervo e Brevian (1996), Oliveira (2003) e Marconi e Lakatos (2010) afirmam que o estudo pelo paradigma positivista apresenta as seguintes características: abordagem quantitativa, que é o caso da pesquisa descritiva, definida como quantitativo-descritivo, uma vez que a presente tese verificou as hipóteses, procurando efeitos e seus resultados, descrevendo as características quantitativas da população estudada e, no que tange à descoberta de variáveis pertinentes a determinada situação/questão, apontando as relações relevantes entre as variáveis. Neste estudo, a visão funcional é utilizada uma vez que se busca determinar em que grau os construtos se correlacionam conforme o modelo desenvolvido na presente tese. 3.1.2 Estratégia da pesquisa Como estratégia, esta pesquisa utilizou-se da survey. Freitas et al. (2000) informam que pode ser descrita como um meio de obtenção de dados ou 40 informações - sobretudo via questionários - sobre características, ações ou opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma populaçãoalvo. Tendo em vista que esses aspectos atendem às necessidades para o alcance dos objetivos deste estudo, a estratégia de pesquisa adotada é a survey para a obtenção dos dados, e está diretamente associada ao tipo de análise e objetivo desejado, exercendo um importante papel nas pesquisas empíricas. Por conseguinte, foi empregada para a coleta dos dados, valendo-se de escalas ordinais e os resultados foram descritos e analisados. 3.2 Universo e Amostra O universo escolhido para a presente pesquisa consistiu nos hotéis executivos, nas maiores cidades das capitais regionais catarinenses. Desta forma, os hotéis escolhidos por conveniência encontravam-se nas cidades com maior número de hotéis executivos, com maior volume de negócios e eventos em Santa Catarina. As cidades de Joinville, Florianópolis, São José, Blumenau e a cidade de Balneário Camburiú, pela proximidade com a cidade de Itajaí e pela quantidade de hotéis executivos e eventos, também foram pesquisadas. Segundo os dados da FIESC (2012), as cidades de Santa Catarina que estão entre os principais municípios catarinenses com maiores valores de PIB total em 2009 são: Joinville (1º), Itajai (2º), Florianópolis (3º), Blumenau (4º) e São José (7º). Uma vez que os hotéis executivos são direcionados aos hóspedes que estão de passagem na cidade por motivos de negócios, as cidades escolhidas possuem grandes centros comerciais e industriais. Joinville é a cidade em Santa Catarina que possui a maior concentração desse tipo de hotelaria. Além do universo a ser pesquisado e o tamanho da amostra, consideraram-se os objetivos do estudo e a técnica adequada. Gosling e Gonçalves (2003) informam que na busca da vantagem competitiva e da melhor produtividade, pesquisadores utilizam técnicas quantitativas aplicadas para modelar a realidade e buscar a previsibilidade. A técnica denominada de modelagem de equações estruturais é considerada essencial para a estratégia e mercadologia. Pilati e Laros (2007) afirmam que os procedimentos e técnicas de tratamento 41 de dados são relevantes para o contexto de produção e progresso do conhecimento em diversas áreas do saber. Explicam os autores que os modelos de equações estruturais são um conjunto de técnicas de uma mistura de análise fatorial e análise de regressão, que permitem aos pesquisadores testar estruturas fatoriais de instrumentos de medida psicométrica. O tamanho amostral é crucial para a estimativa e interpretação dos resultados da modelagem de equações estruturais. Recomenda-se levar em conta quatro fatores que impactam na necessidade de se obter uma amostra maior, para fins de estimar o erro amostral: (1) má formação do modelo; (2) tamanho do modelo; (3) não cumprimento da normalidade; e, (4) procedimento de estimação. Para a utilização da Modelagem de Equações Estruturais (MEE), Farias e Santos (2000) e Hair et al. (2005) informam que empiricamente deve-se variar entre 5 a 10 respondentes por parâmetro no modelo. Ao se utilizar 5 respondentes para cada um dos 27 indicadores do modelo, totaliza-se a necessidade da obtenção de 135 questionários. Hair et al. (2005) e Brei e Liberali (2006) apresentam que o número mínimo de elementos que compõem a amostra deve ficar entre 100 e 150, quando se utiliza a estimação de máxima verossimilhança (maximum likehood) no cálculo dos parâmetros. Ficando a presente pesquisa ao final com uma amostra intencional totalizando 153 hotéis respondentes, acima do mínimo de 135 e dentro do intervalo entre 100 e 200 casos, evita-se um tamanho amostral demasiadamente grande e muito sensível. 3.3 Coleta dos Dados Antes da coleta de dados da pesquisa foi realizada a utilização da ferramenta do questionário pré-teste, um total de seis hotéis, sendo quatro em Florianópolis e dois na cidade de São José, nos dias 17/11/2012 e 18/11/2012. Após a análise da ferramenta e descarte desses seis questionários, verificou-se que a ferramenta estava apta para a coleta dos dados da pesquisa. A coleta dos dados foi obtida por meio do levantamento/survey junto aos gestores dos hotéis executivos nas cidades de Joinville, Blumenau, Balneário Camboriú, Florianópolis e São José. O pesquisador foi a campo coletar os dados, escolhendo-se previamente os 42 hotéis que reuniam as características de hotel executivo. A listagem dos hotéis a serem pesquisados foi desenvolvida pelo pesquisador antes de ir a campo e após análise dos dados disponíveis na internet e nos sites dos hotéis possíveis de serem partícipes da presente pesquisa. Foram coletados 50 questionários para a realização da análise fatorial exploratória no período de 19/11/2012 até 23/11/2012. Esses 50 questionários coletados com gestores da hotelaria foram distribuídos da seguinte maneira: 10 questionários coletados na cidade de Joinville, 10 coletados na cidade de Blumenau, 10 na cidade de Balneário Camboriú, 10 na cidade de Florianópolis, e 10 na cidade de São José. Realizou-se a análise fatorial exploratória, e foram feitos alguns ajustes de semântica e inserção de três questões para a dimensão de Processos e a inserção de duas questões para a dimensão Ambiente. Após os ajustes, foram coletados 153 questionários, validados no período de 28/11/2012 até 07/12/2012. 3.4 Variáveis e Medidas Para a identificação das variáveis que apoiarão a mensuração do construto Capacidades Mercadológicas, foi considerado o estudo Desarbo et al. (2005). As razões da escolha dessa escala fundamentam-se em dois pontos: ela apresenta uma escala consistente em outras pesquisas, sendo ainda de fácil auto aplicação; e possui valor no diagnóstico para os estrategistas organizacionais, sendo validado em outras pesquisas e inclusive no contexto da hotelaria no Brasil (SONG et. al,. 2008, CARVALHO, 2011). Outra decisão prática a ser tomada diz respeito ao número intervalar, se será par ou ímpar a escala. Farias e Santos (2000), e Hair et al. (2007) informam que as escala com 5 ou 7 intervalos são as mais utilizadas, a ainda assim o número ímpar pode concentrar no centro pela possibilidade de se sentir neutro na pesquisa. Na busca da proximidade com a realidade hoteleira executiva, realizou-se primeiramente uma pesquisa tipo Focus Group, no dia 06/11/2012, e coletaram-se 50 questionários para a análise fatorial exploratória. Após o resultado do comportamento do questionário, fez-se necessária outra rodada da pesquisa tipo Focus Group, realizada no dia 26/11/2012, junto a dois professores turismólogos do Instituto Federal de Santa Catariana com experiências profissionais na hotelaria (a professora doutora e o professor doutorando, cujas teses abordam o turismo e 43 hotelaria em Santa Catarina) e quatro gestores da hotelaria executiva. Optou-se pela escala tipo Likert com 7 intervalos. Estudos anteriores que utilizaram as mesmas variáveis também executaram com a escala tipo Likert com 7 intervalos (CONANT; MOKWA; VARADARAJAN, 1990; NARVER; SLATER, 1990; PELHAM; WILSON, 1996). No Quadro 3 é apresentado o construto capacidades mercadológicas e os itens que a compõe. Quadro 3 - Variáveis e Medidas – Capacidades Mercadológicas CONSTRUTO CAPACIDADES MERCADOLÓGICAS ITEM Cam1 - Conhecimento das características do consumidor. Cam2 - Conhecimento sobre os principais concorrentes. Cam3 - Habilidade de segmentar e atingir mercados. Cam4 - Habilidades de estabelecimento de preços Cam5 - Capacidade de percepção dos mercados Fonte: Desarbo et al. (2005) No que tange à mensuração do construto da diferenciação de serviço, foi desenvolvida especificamente para esta pesquisa um questionário totalizando vinte questões, objetivando compreender as dimensões das variáveis controláveis pelos gestores que apresentam a diferenciação de serviços de Booms e Bitner (1981): i) pessoas, ii) processos e, iii) Ambiente. Essas questões desenvolvidas para esta pesquisa podem ser observadas no Quadro 4. Para a dimensão Pessoas, foram utilizados como referência para o desenvolvimento das questões, o conceito de competência (conhecimento, habilidade e atitude) de McClelland (1973, 1990) além dos estudos de Morrison (1998), Fleury e Fleury (2001) Ahmad, Solnet e Scott (2010) e Li e Krit (2012). Para a dimensão Processos, foi utilizado como referência os estudos de Morrison (1998), Armistead et al. (1989, 1999a, 1999b), Ahmad, Solnet e Scott (2010) e Estevão, Ferreira e Braga (2011) para o desenvolvimento das questões que abordam: velocidade, custo, flexibilidade e confiabilidade dos processos. Para a dimensão Ambiente hoteleiro foram utilizados, para o desenvolvimento das questões, os estudos de Morrison (1998), Clark e Chen (2008), Tchetchik, Fleischer e Finkelshtain (2008). Dessa forma, o questionário desenvolvido buscou adaptar a realidade hoteleira executiva e a teoria de Booms e Bitner (1981), para diferenciação de serviços. 44 Quadro 4 - Variáveis e Medidas – Diferenciação de Serviços Processo Ambiente DIFERENCIAÇÃO DE SERVIÇOS Pessoas CONSTRUTO DIMENSÃO ITEM Pes1 – Treinamento da equipe operacional em Alimentos e Bebidas. Pes2 – Treinamento da equipe operacional de Governança. Pes3 - Treinamento da equipe operacional de Recepção. Pes4 - Treinamento da equipe Administrativa. Pes5 – Capacitação, formal ou informal, da equipe da Recepção em línguas estrangeiras (Espanhol, Inglês, Italiano, Alemão, etc) Pro1 - Procedimento Operacional Padrão (POP) para resposta e agilidade de atendimento na Recepção Pro2 - Procedimento Operacional Padrão (POP) para rapidez na higienização da Unidade Habitacional Pro3 - Procedimento Operacional Padrão (POP) focada na eficiência de custos na Governança Pro4 - Procedimento Operacional Padrão (POP) focado na flexibilidade e ajuste rápido as exigências do mercado Pro5 - Procedimento Operacional Padrão (POP) para recrutamento e seleção de colaboradores Pro6 - Procedimento Operacional Padrão (POP) para Manutenção responsável por obter o máximo do equipamento Pro7 - Procedimento Operacional Padrão (POP) baseado na qualidade pela satisfação do seu cliente Pro8 - Procedimento de comercialização: (Site, Portal de internet e Operadoras de Turismo on-line) Amb1 - Manutenção do Ambiente da Estrutura Física: (Parede, Elétrica, Hidráulica, Carpete, Louça, Pintura, etc) Amb2 - Manutenção no Ambiente da Unidade Habitacional: (Colchão, Enxoval, TV, Refrigeração e Wi-Fi) Amb3 - Oferta do Espaço para Eventos: (Conforto, Cadeiras, Mesas e Estrutura Física) Amb4 - Oferta de equipamentos e instalação desportiva: (Piscina, Musculação, Esteira, Quadras de esporte, etc) Amb5 - Oferta do ambiente para Alimentos e Bebidas: (Conforto, Espaço, Cadeiras, Equipamentos, Louça, etc) Amb6 - Satisfação com a terceirizada pelos Alimentos e Bebidas Amb7 - Disponibilidade de estacionamento do hóspede Fonte: Elaborado pelo autor (2012) Para a mensuração do construto desempenho, será utilizado o questionário desenvolvido e validado por Carvalho (2011) na realidade da hotelaria no Brasil. Essas informações podem ser mais bem observadas no Quadro 5. Para a mensuração do construto desempenho, será utilizado o questionário desenvolvido e validado por Carvalho (2011) na realidade da hotelaria no Brasil. Essas informações podem ser mais bem observadas no Quadro 5. 45 Quadro 5 - Variáveis e Medidas – Desempenho CONSTRUTO ITEM Des1 - Vendas totais Des2 - Taxa de Ocupação DESEMPENHO Des3 - Margem de lucro sobre as vendas totais Des4 - Vendas por unidade habitacional Des5 - Diária média Fonte: Carvalho (2011) Após a apresentação, as variáveis e medidas dos construtos aplicados neste estudo, apresentam-se as análises a que os dados foram submetidos. 3.5 Análise dos Dados Para a realização da etapa das análises dos dados, alguns softwares e técnicas estatísticas específicas para cada construto e/ou suas relações foram utilizados. Dentre os softwares utilizados estão a planilha Excel®, o software SPSS® 18 (Statistical Package for the Social Science) e software AMOS™ 16 (Analysis of Moment Structures). Inicialmente, verificou-se a necessidade do pré-tratamento no banco de dados buscando a detecção de dados ausentes, outliers e também de possíveis erros na digitação. Uma análise descritiva objetivou a visão geral da distribuição de frequência das respostas dos dados coletados. Para isso, foi necessário além do cálculo da média, o cálculo do desvio padrão e valores de assimetria e curtose. Em Hair et al. (2007), é possível verificar que a análise de assimetria serve para mensurar a partida de uma distribuição simétrica ou equilibrada. Já na análise de curtose é a medida do pico ou achatamento da distribuição. De acordo com Hair et al. (2005), por meio da análise dos valores de assimetria e curtose, é possível avaliar a normalidade. Uma distribuição positivamente assimétrica possui valores fora do intervalo de -1 até +1. Entretanto, segundo as pesquisas de Reichelt (2007) e Kline (2011), dificilmente as distribuições de dados em uma escala serão absolutamente normais, e certos índices de não normalidade são aceitos estatisticamente. Valores para a assimetria abaixo de 3 são considerados aceitáveis, assim como valores de curtose 46 abaixo de 8. A análise fatorial é uma técnica estatística multivariada que objetiva investigar ou reconhecer os padrões em um conjunto de variáveis. Representada pelas correlações ou de covariâncias, entre as variáveis de uma determinada base de dados. Na análise fatorial exploratória são definidas apenas possíveis relações de forma geral, nesta análise o pesquisador não busca confirmar ou comprovar quaisquer relações, permitindo que o método e os dados definam a natureza das relações. A resultante da análise fatorial exploratória é obtida por meio de um conjunto menor de variáveis, chamadas variáveis latentes ou fatores. Dessa forma, é possível saber o quanto cada variável está associada a cada fator e o quanto o conjunto de fatores selecionados segundo algum critério explica a variabilidade geral dos dados originais. Hair et al. (2005). Na presente pesquisa, os dados foram submetidos às análises de confiabilidade, assim como também foram avaliadas as escalas utilizadas. A medida de adequação da amostra (MSA) sendo esta a medida calculada tanto para a matriz de correlação quanto para cada variável individual, permitindo avaliar a adequação da aplicação da análise fatorial; a comunalidades, que é a quantidade total de variância que uma variável original compartilha com todas as outras variáveis; variância extraída pelo fator, do teste de esfericidade de Bartlett que verifica e fornece a probabilidade de correlações significantes, do teste Alfa de Cronbach, e das correlações inter-itens e item-total. Esses testes são comuns para a realização da análise fatorial exploratória. Hair et al. (2009). No presente trabalho, inicialmente, foi mensurada a unidimensionalidade de cada construto para a realização da análise fatorial exploratória, que será apresentada a seguir. Para Hair et al. (2005), a unidimensionalidade é a característica de um conjunto de indicadores que possui apenas um traço inerente ou conceito comum. Utilizou-se o software SPSS® 18.0, e os indicadores relativos a cada construto foram submetidos aos testes e análises para verificar se todos os indicadores ajustavam-se a um único fator. Após a avaliação e verificação da unidimensionalidade e confiabilidade das escalas, passou-se a rodar a análise fatorial exploratória com os indicadores dos conjuntos de construtos. Foram identificados quais os indicadores de tipo reflexivos, 47 sendo esses os indicadores que refletem o construto e obrigatoriamente devem ter correlação, e que melhor se comportam na mensuração do conceito. Os valores mínimos esperados para a realização da análise fatorial exploratória estão em acordo com Hair et al. (2009). Para tanto, examinaram-se as cargas fatoriais, que representam as correlações entre os indicadores medidos e a variável latente. O valor aceito, em módulo, foi de 0,7, o que representa uma comunalidade de aproximadamente 50%. A medida de adequação da amostra (MSA) foi empregada também para decidir, conjuntamente com a carga fatorial no primeiro fator extraído, quais os itens que se manteriam para as análises subsequentes. Os testes de esfericidade de Bartlett e a medida de adequação de Kaiser, Meyer e Olkin, denominado KMO, também foram realizados nesta análise fatorial exploratória. O Alfa de Cronbach, medida usada confiabilidade para um conjunto de dois ou mais indicadores de construto. Os valores variam entre 0 e 1,0. Quanto mais próximo a 1,0, maior a confiabilidade. Em todos os casos, a variância extraída pelo fator deveria superar o mínimo estabelecido de 50%. Com o objetivo de melhor distinguir os fatores latentes gerados, procedeu-se à rotação dos fatores, por meio do método Varimax. Na presente pesquisa, os resultados de rotação apresentados estão baseados todos em rotação Varimax. Carvalho (2011) ressalta que a restrição que se tem aos métodos de rotação oblíqua está exatamente na possibilidade de que os fatores extraídos sejam correlacionados. A seguir, no Quadro 6, são apresentados os valores mínimos esperados para as medidas de comunalidades, carga fatorial, medida de adequação da amostra (MAS), KMO, Teste de esfericidade de Bartlett, Alfa de Cronbach, Correlação interitens e Correlação item-total. Inicialmente foram testados os modelos de mensuração parciais, referentes a cada variável latente, e depois foi construído o modelo de mensuração geral para os construtos incluindo as dimensões consideradas. Para Hair et al. (2005) na validação do modelo estrutural objetiva-se determinar se as relações são suportadas pelos dados, de acordo com os objetivos do estudo. Após a definição das variáveis que melhor se ajustaram com cada fator, por meio da análise fatorial exploratória, foi realizada a análise fatorial confirmatória. Para esta análise, utilizou-se o software AMOS™ 16.0 com a intenção de 48 verificar a validade dos construtos no modelo de mensuração. Quadro 6 – Valores mínimos esperados para a AFE MEDIDAS Comunalidades Carga fatorial (para n até 200) Medida de adequação da amostra (MSA) KMO Teste de esfericidade de Bartlett Alfa de Cronbach Correlação inter-itens Correlação item-total VALORES MÍNIMOS ESPERADOS 0,50 0,70 0,50 0,50 p ≤ 0,05 0,70 0,30 0,50 Fonte: Hair et al. (2009) Inicialmente, foram testados os modelos de mensuração parciais, referentes a cada variável latente, e depois foi construído o modelo de mensuração geral para os construtos incluindo as dimensões consideradas. Para Hair et al. (2005), na validação do modelo estrutural, objetiva-se determinar se as relações são suportadas pelos dados, de acordo com os objetivos do estudo. A análise fatorial confirmatória é uma técnica recomendável para a pesquisa que se encontra em estado avançado e se quer provar uma teoria já disponível sobre os processos latentes. Essa análise procura comprovar os conceitos analisados, especificando que variáveis medidas se correlacionarão com quais fatores ou variáveis latentes e quais destas últimas se relacionam entre si. Com o conhecimento sobre as relações entre os construtos, procedeu-se à validação individual de cada um dos construtos, de acordo com a análise de adequação dos índices de ajuste e a busca de evidências de validade convergente. A análise fatorial confirmatória envolveu a análise dos índices de ajuste e análise da validade convergente. Os índices de ajuste para medidas absolutas que foram utilizados nesta pesquisa são: valores do qui-quadrado, qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade e a raiz do erro quadrático médio de aproximação (RMSEA). Os índices de ajuste de medidas incrementais absolutas que foram utilizados nesta pesquisa são: CFI, NFI e TLI. Como parâmetros aceitáveis, temos a significância qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade maior do que a significância do teste (p > α) e o valor da relação menor ou igual a cinco, além do RMSEA com valor inferior a 0,100. Para as medidas incrementais CFI, NFI e TLI, maior ou igual a 0,90 (HAIR et al., 2005). 49 A análise fatorial confirmatória buscou verificar se as variáveis observadas realmente são significativas para mensurar os construtos. Para tanto, foram verificados os seguintes índices de ajuste do modelo (FIT): Qui² (x²), Qui²/GL (x²/GL), CFI, NFI e TLI e RMSEA. Explicando os índices, o qui-quadrado (Qui² ou x²), considerado por Hair et al. (2005) a mais fundamental medida de ajuste geral, consiste na estatística da razão da verossimilhança, a única medida de qualidade de ajuste com caráter estatístico disponível em MEE (modelagem de equações estruturais). O qui-quadrado normalizado é a razão entre o qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade (Qui²/GL ou x²/GL), que informa se o um modelo está superajustado ou ainda se o modelo não está ainda verdadeiramente representativo com os dados observados, devendo ser melhorados. O índice de ajuste comparativo (CFI) representa a comparação entre o modelo estimado e um modelo nulo ou de independência. O índice de Tucker-Lewis (TLI) é visto como meio de avaliar a análise fatorial, estendido ao MEE combinando um índice comparativo entre os modelos proposto e nulo. O índice da raiz do erro quadrático médio de aproximação (RMSEA) busca corrigir a tendência do teste qui-quadrado em rejeitar qualquer modelo específico, logo a discrepância por grau de liberdade (HAIR et al., 2005). Os resultados esperados para cada um dos testes de ajustes de modelo será apresentado no Quadro 7. Quadro 7 - Resultados esperados em testes de ajustes de modelo. Indicador Resultado Esperado X² (Qui²) X²/Graus de Liberdades (Qui²/GL) P CFI TLI RMSEA p>α < 3,000 > 0,050 > 0,900 > 0,900 < 0,100 Fonte: adaptado do Hair (2005) No que se refere ao resultado esperado para o X² (qui-quadrado), constata-se que o erro da medida é o grau em que os valores observados não são representativos dos valores ‘verdadeiros’. Técnicas multivariadas, com a exceção da análise de agrupamentos e escalonamento multidimensional, baseiam-se na 50 inferência estatística dos valores ou relações de uma população. A abordagem mais comum é especificar o nível do erro Tipo I, também conhecido como alfa (α). O erro Tipo I é a probabilidade de rejeitar a hipótese nula (HAIR et al., 2005). Em uma prova de significação, o que se submete à comprovação é sempre a Hipótese Nula. Rejeitar a Hipótese Nula significa automaticamente aceitar a Hipótese Alternativa. Portanto, consiste Erro do tipo I quando se rejeita a hipótese nula, sendo ela verdadeira. O nível de significação é fixado a priori, geralmente em 0,05 ou 0,01. Os índices de ajuste que foram utilizados são: valores do qui-quadrado, quiquadrado dividido pelos graus de liberdade, CFI, NFI e TLI. Como parâmetros aceitáveis, temos a significância qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade maior do que a significância do teste (p > α) e o valor da relação menor ou igual a três, CFI, NFI e TLI maior ou igual a 0,90 (HAIR et al., 2005). De acordo com Brei e Neto (2006), no que tange às medidas de ajuste incrementais (NFI; CFI e TLI), os autores comentam que não existem limites definidos para seus valores na aceitação de modelos, podendo ser utilizados apenas para comparação entre modelos alternativos. A relação entre os construtos das capacidades mercadológicas, do construto diferenciação de serviços (Pessoas, Processos e Ambiente físico), após os devidos tratamentos nos dados, com desempenho das organizações será verificada por meio da modelagem de equações estruturais. Com essa técnica, é possível separar as relações para cada conjunto de variáveis dependentes além de apresentar dois momentos, o modelo estrutural, que apresenta os caminhos; e o modelo de mensuração. Para verificar a mediação, foi examinada a estrutura de inter-relações expressas em uma série de equações, similares a uma série de equações de regressão múltipla. Essas equações descrevem todas as relações entre os construtos (variáveis dependentes e independentes) envolvidos na presente análise, permitindo desta forma a distinção de quais variáveis independentes preveem as variáveis dependentes (Vieira, 2009). A presente tese foi elaborada em conformidade com as recomendações de Brei e Liberali (2006), cumprindo as etapas para se aplicar o modelo de equações estruturais: i) desenvolveu-se um modelo baseado nas teorias; ii) elaborou-se a construção de um diagrama de caminhos das relações casuais; iii) executou-se a 51 conversão do diagrama de caminhos para um conjunto de modelos de mensuração e estrutural; iv) apresentou-se o tipo de matriz para entrada de dados e estimação do modelo estrutural; v) verificou-se a identidade do modelo estrutural; vi) avaliaramse os critério de ajuste do modelo; e vii) interpretou-se a modificação do modelo. Na sequência, apresenta-se a modelagem inicial da tese, os elementos do construto desempenho e as análises e tratamento dos dados. 3.6 Modelagem A seguir, na Figura 2, é apresentada a modelagem conceitual da equação estrutural. Figura 2 – Modelagem de Equação Estrutural – Modelo Conceitual Cam1 Cam2 Cam3 Cam4 Cam5 Capacidades Mercadológicas Pes1 Pro1 Amb1 Pes2 Pro2 Amb2 Pes3 Pessoas Processo Pro3 Ambiente Amb3 Pes4 Pro4 Amb4 Pes5 Pro5 Amb5 Desempenho Des1 Des2 Des3 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2012). Des4 Des5 52 3.7 Desempenho Gupta e Govindarajan (1984) sugerem que o desempenho deve ser pesquisado além do aspecto financeiro, o domínio operacional e da efetividade deve ser observado como uma ferramenta de longo prazo. Sendo a ‘importância’ multiplicada pela ‘satisfação’. Perin e Sampaio (1999) procuram, em sua pesquisa, demonstrar a validade do uso de indicadores subjetivos (de percepção) e objetivos do tipo self-report, como alternativa viável para o caso de inexistência de dados secundários confiáveis. Apesar dessas dificuldades, a eficácia empresarial está no centro da administração estratégica e de aspectos mercadológicos. Para os autores, é obrigatório pesquisar em dados primários junto aos respondentes, uma vez que foi comprovado que não diferem de dados secundários publicados. No Quadro 8, são apresentados os indicadores, as referências, as medidas e observações pertinentes à mensuração (PERIN; SAMPAIO, 1999). Quadro 8 - Indicadores e Medidas de Desempenho INDICADORES REFERÊNCIAS MEDIDAS Deshpandé, Farley e Webster Subjetiva (1993) Participação de Pelham e Wilson (1996) Subjetiva Mercado Jaworski e Kohli (1993) Objetiva Day e Wensley (1988) Não Esp. Narver e Slater (1990) Retorno sobre Ativos (ROA) Slater e Narver (1994a) Dess e Robinson (1984) Kahn (1998) Retorno sobre Venkatraman e Ramanujam (1987) Investimentos (ROI) Hulland (1995) Langerak e Commander (1998) Day e Wensley (1988) Langerak e Commander (1998) Kahn (1998) Slater e Narver (1994b e 1995) Lucratividade Deshpandé, Farley e Webster (lucro sobre (1993) vendas) Han, Kim e Srivastava (1998) Pelham e Wilson (1996) OBSERVAÇÕES Escala de 3 pontos Escala de 7 pontos % no mercado principal Escala não especificada Escala de 7 pontos: consideram Subjetiva equivalente ROI e retorno sobre ativos líquidos Subjetiva Escala não especificada Subjetiva e Escala de 5 pontos Objetiva Objetiva self-report em 2 pontos no tempo Subjetiva Escala de 5 pontos Obj e Subj Escala de 5 pontos e Dados secundários Subjetiva Objetiva Não Esp. Objetiva Subjetiva Não Esp. Escala não especificada Percentual sobre vendas Escala não especificada Percentual sobre vendas Escala de 5 pontos Escalas não especificadas Subjetiva Escala de 3 pontos Obj e Subj Medida objetiva de relatórios financeiros Escala de 7 pontos – considera 5 medidas: lucros operacionais, lucro / vendas, fluxo de caixa, ROI e ROA Subjetiva 53 INDICADORES Crescimento REFERÊNCIAS MEDIDAS Conant, Mokwa e Varadarajan Subjetiva (1990) Deshpandé, Farley e Webster Subjetiva (1993) Han, Kim e Srivastava (1998) Obj e Subj Pelham e Wilson (1996) Performance de Kahn (1998) Mercado Venkatraman e Ramanujam (1987) Narver e Slater (1990) Slater e Narver (1994) Slater e Narver (1994b e 1995) Taxa de Crescimento de Pelham e Wilson (1996) Vendas Hulland (1995) Langerak e Commander (1998) Dess e Robinson (1984 Kahn (1998) Langerak e Commander (1998) Qualidade de Produto Pelham e Wilson (1996) Deshpandé, Farley e Webster Tamanho (1993) Slater e Narver (1994) Slater e Narver (1995) Sucesso Langerak e Commander (1998) Relativo de Novos Produtos Pelham e Wilson (1996) Satisfação do Consumidor Performance Geral Subjetiva OBSERVAÇÕES Escala de 7 pontos Escala de 3 pontos Medida objetiva de relatórios financeiros Escala de 7 pontos – considera 3 medidas: crescimento de vendas, crescimento por funcionário e participação de mercado Subjetiva Escala de 5 pontos Subj e Obj Subjetiva Subjetiva Não Esp. Subjetiva Subjetiva Objetiva Subj e Obj Subjetiva Subjetiva Subjetiva Escala de 5 pontos - Dados secundários Escala de 7 pontos Escala não especificada Escalas não especificadas Escala de 7 pontos Escala não especificada Percentual sobre vendas Escala de 5 pontos / Objetiva self-report Escala de 5 pontos Escala tipo Likert não especificada Escala de 7 pontos Subjetiva Escala de 3 pontos Subjetiva Não Esp. Subjetiva Escala não especificada Escala não especificada Escala tipo Likert não especificada Escala de 7 pontos – considera 2 medidas: desenvolvimento de novos produtos /serviços e desenvolvimento de mercado. Escala não especificada Escala tipo Likert não especificada Escala não especificada Escala de 5 pontos Escala de 5 pontos Posicionamento entre 0 à 100% - 100% representando performance perfeita Subjetiva Slater e Narver (1995) Langerak e Commander (1998) Day e Wensley (1988) Jaworski e Kohli (1993) Dess e Robinson (1984) Não Esp. Subjetiva Não Esp. Subjetiva Subjetiva Kahn (1998) Subjetiva Fonte: Perin e Sampaio (1999) No estudo de Chen (2009) e Yang et al. (2009), foi abordado o problema da qualidade do serviço, utilizando o modelo da importância-satisfação, a fim de desenvolver a modelagem com a mensuração do desempenho, o que permitiria a prioridade de itens para melhorias. Desenvolveram vários métodos para identificar as áreas que requerem a atenção e o investimento de recursos para suas melhorias no setor de serviços. Os métodos incluem o modelo (I-S) e a importância-satisfação para se verificar desempenho. Em sua pesquisa, Pupo e Botelho (2011) apresentam os resultados de seus estudos sobre as métricas utilizadas pelo marketing, uma vez que a medição das ações de marketing tem sido um desafio para os executivos (FARRIS et al., 2007), 54 pois as organizações precisam comprovar os resultados das estratégias e expor aos acionistas ou sócios. Carvalho (2011) apresenta os indicadores utilizados para a mensuração do desempenho em unidades hoteleiras. No Quadro 9, verificam-se os autores de pesquisas, os indicadores utilizados e a natureza da pesquisa realizada. Quadro 9 – Desempenho na hotelaria. Trabalho Jogaratnan, Tse Olsen (1999) Indicador e - Vendas totais - Participação de mercado - Fluxo de caixa - Crescimento de vendas - Retorno sobre vendas - Lucratividade líquida Jogaratnan, Tse e - Vendas totais - Crescimento de vendas Olsen (1999) - Retorno sobre vendas Brown e Dev (2000) - Produtividade – valor monetário adicionado. Ismail, Dalbor e Mills - Vendas por apartamento disponível (2002) O’Neill e Mattila (2004) - Satisfação do hóspede O’Neill e Mattila (2004) - Taxa de ocupação - Diária Média Haber e Reichel (2005) - Satisfação dos clientes. -Lucratividade. - Sucesso na criação de novos produtos. -Taxa de ocupação comparada com o objetivo. Haber e Reichel - Número de colaboradores - Receita (2005) - Crescimento da receitax Dev et al. (2009) -Taxa de ocupação - Lucro operacional bruto - Participação de mercado Natureza Subjetiva Objetiva Subjetiva Objetiva Subjetiva Objetiva Subjetiva Objetiva Subjetiva Fonte: Carvalho (2011) A partir desses estudos, Carvalho (2011) desenvolveu um questionário, validado na realidade da hotelaria no Brasil, verificando: i) Vendas totais; ii) Taxa de Ocupação; iii) Margem de lucro sobre as vendas totais; iv) Vendas por unidade habitacional; v) Diária média; vi) Custo médio por diária vendida; vii) Taxa de ocupação em percentual. Sendo escolhida esta escala para mensurar o construto desempenho, por já ter sido utilizado no setor da hotelaria e no Brasil. 55 4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS Os dados coletados por meio de questionário do tipo self-report foram organizados, codificados e processados com auxílio de uma planilha Excel®, do software SPSS® 18 (Statistical Package for the Social Science) e do software AMOS™ 16 (Analysis of Moment Structures). 4.1 Caracterização das Empresas Pesquisadas Esta seção tem a função de caracterizar os respondentes e organizações pesquisadas; para tanto, são apresentadas estas informações de maneira textual e gráfica. Nestas últimas, torna-se importante ressaltar que as informações apresentadas são em quantidade de respostas. As empresas pesquisadas se caracterizavam como hotelarias executivas. Todos os hotéis estavam situados no centro da cidade ou próximos aos centros comerciais e industriais. Sendo essa a característica da hotelaria executiva. Observa-se que no Gráfico 1, a distribuição dos resultados para a pergunta: “O seu hotel é”, busca verificar a forma de propriedade e/ou gestão. A maioria dos respondentes pesquisados se identificou como sendo pertencente à hotelaria independente, 123 (80%), e os hotéis de redes foram identificados 30 (20%) do total. Gráfico 1 – Tipo da hotelaria executiva Tipo de Gestão Independente Rede 0 Série1 20 40 Rede 30 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) 60 80 100 Independente 123 120 140 56 Observa-se no Gráfico 2 a distribuição dos resultados para a pergunta: “Em que cidade o hotel está localizado?”. A cidade de Joinvile contribui com o maior número de hotéis respondentes, com 47 hotéis dos 153 pesquisados, representando 31% do total. Na sequência, com 43 hotéis, está Florianópolis (28%); com 35 hotéis, a cidade de Balneário Camburiú (23%); com 15 hotéis, a cidade de Blumenau (10%) e finalmente com 13 hotéis, a cidade de São José (8%). Gráfico 2 – Cidades respondentes Cidade Joinvile Florianópolis São José Balneário Camburiú Blumenau 0 Blumenau Série1 15 5 10 Balneário Camburiú 35 15 20 25 30 35 40 45 São José Florianópolis Joinvile 13 43 47 50 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Apresentam-se no Gráfico 3 os resultados para a pergunta: “O hotel possui quantas unidades habitacionais disponíveis para hospedagem?”. Estão, assim, distribuídas as quantidades de unidades habitacionais dos hotéis respondentes na presente pesquisa. A maioria dos hotéis respondentes informa que a sua capacidade de oferta está no intervalo de 41 até 60 unidades habitacionais (UHs) com um total de 42 hotéis, representando 27% dos 153 hotéis respondentes. Na sequência, 32 hotéis informam que a capacidade de oferta está no intervalo de 21 até 40 UHs (21%), 30 hotéis informam que sua capacidade está acima de 100 UHs (20%); 24 hotéis informam que a sua capacidade de oferta está 57 presente no intervalo de 61 até 80 UH’s ofertadas (16%); 21 hotéis afirmam que a capacidade de oferta está no intervalo de 81 até 100 UHs (14%); e apenas 4 hotéis informam que a capacidade de oferta possui até o limite de 20 UHs (3%). Gráfico 3 – Quantidade de Unidades Habitacionais (UHs) Quantidade de Unidades Habitacionais Mais de 100 UH De 81 até 100 UH De 61 até 80 UH De 41 até 60 UH De 21 até 40 UH Até 20 UH 0 Até 20 UH Série1 4 5 10 De 21 até 40 UH 32 15 20 De 41 até 60 UH 42 25 De 61 até 80 UH 24 30 35 40 De 81 até 100 UH 21 45 Mais de 100 UH 30 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No Gráfico 4 é apresentada a distribuição da frequência, tangente à função desenvolvida pelo respondente. A resposta foi à seguinte pergunta: “Qual função mais se assemelha à função que você desempenha no hotel?”. A maioria dos funcionários respondentes possui a função de coordenador/supervisor em um total de 38, representando 25% dos 153 pesquisados. Na sequência estão empatadas as funções de gerente geral (24%), e gerente operacional (24%), com 36 respondentes para cada função. Outras funções como chefe da recepção, sub-gerente apareceram em 29 oportunidades (19%), e a função de gerente comercial aparece com 14 funcionários, que desempenhavam esta função representando 9% do total. 58 Gráfico 4 – Função dos respondentes Função do Gestor Gerente Comercial Outro Gerente Geral Gerente Operacional Coordenador/Supervisor 0 Coordenador/Sup ervisor Série1 38 5 10 Gerente Operacional 36 15 20 25 Gerente Geral Outro 36 29 30 35 40 Gerente Comercial 14 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No Gráfico 5 é apresentada a resposta à seguinte pergunta: “Estou há _______anos neste hotel”. A respeito de tempo dos respondentes nos hotéis pesquisados, verificou-se que 78 funcionários informaram estar há mais de 5 anos desenvolvendo sua função profissional no hotel pesquisado, representando 51%. Na sequência, outros 63 pesquisados (41%) responderam estar no intervalo entre 2 anos e um dia até 5 anos; sendo que a menor frequência dos respondentes afirmam estar exercendo uma função profissional no hotel pesquisado há até dois anos (8%). Entende-se como outros, as sub-gerências e chefias de áreas. 59 Gráfico 5 – Tempo dos respondentes no hotel pesquisado Tempo no Hotel Mais de 5 anos Mais de 2 anos até 5 anos Até 2 anos 0 10 20 Até 2 anos 12 Série1 30 40 50 60 Mais de 2 anos até 5 anos 63 70 80 90 Mais de 5 anos 78 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Assim, verificam-se as variáveis de controle e caracterizaram-se as empresas pesquisadas, no que tange a sua gestão/propriedade, em que cidade está localizada, sua quantidade de unidades habitacionais disponibiliza para hospedagem. A função e o tempo como funcionário do respondente no hotel também foram pesquisados. Após a apresentação do segmento e características das empresas pesquisadas, foi realizada análise descritiva dos dados e análise exploratória para melhor ajuste do instrumento de pesquisa. Os resultados da análise fatorial exploratória realizada são apresentados na sequência. 4.2 Análise descritiva e análise fatorial exploratória da unidimensionalidade dos dados A análise descritiva e a verificação da unidimensionalidade foram obtidas por meio da utilização do software SPSS®, versão 18.0. Empregou-se o método de extração, por meio da análise de componentes principais. 60 4.2.1 Análise descritiva e teste unidimensional: construto Capacidade Mercadológica No quadro 10, ainda são apresentados os resultados da análise descritiva, de assimetria e curtose para o construto capacidades mercadológicas. Pelos critérios de Kline (2011), o construto de capacidade mercadológia é aceito uma vez que o maior resultado para assimetria é igual a - 0,441 e para curtose é igual a - 0,966, sendo portando aceitável estatisticamente. Todos os valores de assimetria são negativos, o que indica uma maior concentração de dados acima da média. Portanto, os índices de assimetria e curtose estão dentro dos considerados aceitáveis estatisticamente, com valores para a assimetria menores do que 3, e valores para curtose inferiores a 8. Quadro 10 - Estatística Descritiva – construto Capacidades Mercadológicas Média Cam1 Cam2 Cam3 Cam4 Cam5 5,78 5,84 5,75 5,84 5,80 Desvio Padrão ,881 ,874 ,962 ,928 ,946 Assimetria Estatística Erro Padrão -,441 ,196 -,406 ,196 -,337 ,196 -,368 ,196 -,211 ,196 Curtose Estatística Erro padrão -,411 ,390 -,190 ,390 -,429 ,390 -,725 ,390 -,966 ,390 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Pela análise da matriz componente, no Quadro 11, pode-se afirmar que o construto capacidade mercadológica é unidimensional, ao apresentar apenas um componente e o indicador com a menor carga fatorial é igual a 0,812. Quadro 11 - Matriz Componentes – Construto Capacidade Mercadológica Cam1 Cam2 Cam3 Cam4 Cam5 Componentes 1 ,812 ,815 ,870 ,834 ,862 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Após realizar as análises descritivas e teste de unidimensionalidade para o construto de capacidade mercadológica, são apresentados os resultados desses testes para o construto de diferenciação de serviços, inicialmente pela dimensão de 61 Pessoas. 4.2.2 Análise descritiva e teste unidimensional: construto Diferenciação de Serviço Uma vez que a diferenciação de serviços possui três dimensões, cada dimensão será apresentada individualmente, a análise descritiva e o teste de unidimensionalidade respectivamente. 4.2.2.1 Análise descritiva e teste unidimensional: DS - Dimensão Pessoas No Quadro 12, são apresentados os resultados da análise descritiva de assimetria e curtose. Pelos critérios de Kline (2011), o construto de diferenciação de serviços, em sua dimensão de Pessoas é aceito estatisticamente, uma vez que o maior resultado para assimetria é igual a - 1,531 e valores para curtose o resultado é igual a 4,119. Dessa forma, os valores para assimetria e curtose, para a dimensão de Pessoas, são aceitáveis estatisticamente. Quadro 12 - Estatística Descritiva – construto DS – dimensão Pessoas Média Pes1 Pes2 Pes3 Pes4 Pes5 4,92 5,08 5,66 5,68 5,49 Desvio Padrão 1,911 1,564 1,252 1,122 1,405 Assimetria Estatística Erro Padrão -1,067 ,196 -1,240 ,196 -1,531 ,196 -1,408 ,196 -1,384 ,196 Curtose Estatística Erro padrão ,028 ,390 1,370 ,390 3,564 ,390 4,119 ,390 2,318 ,390 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Pela análise da matriz componente, no Quadro 13, pode-se afirmar que o construto diferenciação de serviços, em sua dimensão Pessoas, é unidimensional, ao apresentar apenas um componente e o indicador Pes5 é o que possui a menor carga fatorial igual a 0,774. Quadro 13 - Matriz Componentes – DS – Dimensão Pessoas Pes1 Pes2 Pes3 Componentes 1 ,817 ,887 ,885 62 Componentes 1 ,817 ,774 Pes4 Pes5 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Sendo aceita a dimensão de Pessoas para análise descritiva, de assimetria e curtose, apresenta-se a seguir a dimensão Processos. 4.2.2.2 Análise descritiva e teste unidimensional: DS - Dimensão Processos No Quadro 14, são apresentados os resultados da análise descritiva de assimetria e curtose. O construto de diferenciação de serviços, em sua dimensão de Processos, é aceito estatisticamente. O maior valor para assimetria é igual a -1,445 e o maior valor para curtose é igual a 3,490, sendo estatisticamente aceitável. Quadro 14 - Estatística Descritiva – construto DS – dimensão Processos Pro1 Pro2 Pro3 Pro4 Pro5 Pro6 Pro7 Pro8 Média Desvio Padrão 5,71 5,75 5,68 5,69 5,73 5,70 5,88 5,87 1,185 1,072 1,116 1,132 1,147 1,153 ,996 ,985 Assimetria Estatística Erro Padrão -1,372 ,196 -,854 ,196 -1,209 ,196 -1,036 ,196 -1,445 ,196 -1,241 ,196 -1,126 ,196 -,697 ,196 Curtose Estatística Erro padrão 3,281 ,390 1,352 ,390 2,834 ,390 1,891 ,390 3,490 ,390 2,285 ,390 3,018 ,390 ,074 ,390 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Pela análise da matriz componente, no Quadro 15, pode-se afirmar que o construto diferenciação de serviços, em sua dimensão Processos, é unidimensional, ao apresentar apenas um componente e o indicador Pro8 é que possui a menor carga fatorial igual a 0,741. Quadro 15 - Matriz Componentes – DS – Dimensão Processos Pro1 Pro2 Pro3 Pro4 Pro5 Componentes 1 ,774 ,822 ,818 ,901 ,888 63 Componentes 1 ,864 ,830 ,741 Pro6 Pro7 Pro8 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Sendo aceita a dimensão de Processos para análise descritiva, de assimetria e curtose, apresenta-se a seguir a dimensão Ambiente. 4.2.2.3 Análise descritiva e teste unidimensional: DS - Dimensão Ambiente No Quadro 16, são apresentados os resultados da análise descritiva, do construto diferenciação de serviços para a dimensão de Ambiente, para assimetria e curtose. Pelos valores observados, os resultados são estatisticamente aceitáveis. Para assimetria, o maior valor é igual a -1,647 e o maior valor para curtose é igual a 4,147. Quadro 16 - Estatística Descritiva – construto DS – dimensão Ambiente Amb1 Amb2 Amb3 Amb4 Amb5 Amb6 Amb7 Média 5,84 5,82 5,63 4,32 5,52 5,37 5,78 Desvio Padrão ,954 ,940 1,312 2,178 1,220 1,394 1,013 Assimetria Estatística Erro Padrão -,556 ,196 -,507 ,196 -1,494 ,196 -,604 ,196 -1,647 ,196 -1,461 ,196 -,479 ,196 Curtose Estatística Erro padrão -,345 ,390 -,136 ,390 3,067 ,390 -1,214 ,390 4,147 ,390 2,454 ,390 -,517 ,390 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Pela análise da matriz componente, no Quadro 17, pode-se afirmar que o construto diferenciação de serviços, em sua dimensão Ambiente, não é unidimensional, ao apresentar dois componentes. A variável indicadora Amb4 é o único indicador que apresenta e cria o segundo componente. Quadro 17 - Matriz Componentes – DS – Dimensão Ambiente Amb1 Amb2 Amb3 Componentes 1 ,792 ,848 ,804 Componentes 2 -,342 -,349 ,121 64 Amb4 Amb5 Amb6 Amb7 Componentes 1 ,435 ,680 ,793 ,739 Componentes 2 ,757 ,272 ,270 -,350 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Realizada nova análise da matriz componente, após a retirada do indicador Amb4, no Quadro 18, pode-se afirmar que o construto diferenciação de serviços, em sua dimensão Ambiente, é unidimensional, ao apresentar apenas um componente principal. Contudo, a variável indicadora AMB5 não possui carga fatorial superior ao mínimo de 0,7, apresentando o resultado de 0,688. O indicador Amb5 foi excluído. Os demais indicadores foram aceitos por estarem acima do mínimo esperado, ficando o indicador Amb7, que possui a menor carga fatorial igual a 0,757. Quadro 18 - Matriz Componentes – DS – Dimensão Ambiente Amb1 Amb2 Amb3 Amb5 Amb6 Amb7 Componentes 1 ,814 ,869 ,797 ,668 ,776 ,757 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Com as análises descritivas e teste de unidimensionalidade das três dimensões do construto de diferenciação de serviços, serão apresentados os resultados do construto desempenho. 4.2.3 Análise descritiva e teste unidimensional: construto Desempenho No Quadro 19, são apresentados os resultados da análise descritiva de assimetria e curtose para o construto desempenho. Pelos critérios de Reichelt (2007), o construto desempenho é aceito estatisticamente, uma vez que o maior valor encontrado para assimetria é igual a - 0,499 e o maior valor para curtose é igual a - 0,741. 65 Quadro 19 - Estatística Descritiva – construto Desempenho Média 5,01 5,10 5,03 5,09 5,03 4,69 Des1 Des2 Des3 Des4 Des5 Des6 Desvio Padrão ,956 ,933 ,963 ,962 ,973 ,995 Assimetria Estatística Erro Padrão -,471 ,196 -,260 ,196 -,469 ,196 -,499 ,196 -,313 ,196 -,120 ,196 Curtose Estatística Erro padrão -,338 ,390 -,184 ,390 ,322 ,390 ,033 ,390 -,281 ,390 -,741 ,390 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Pela análise da matriz componente, no Quadro 20, pode-se afirmar que o construto desempenho, é unidimensional, ao apresentar apenas um componente principal. Sendo o indicador Des6 excluído por não possuir carga fatorial suficiente, sendo inferior ao mínimo esperado de 0,7, já que apresenta valor igual a 0,576. Os demais indicadores foram aceitos por estarem acima do mínimo esperado, sendo o indicador Des1 com a menor carga, com valor igual a 0,786. Quadro 20 - Matriz Componentes – Construto Desempenho Componentes 1 ,786 ,830 ,868 ,849 ,829 ,576 Des1 Des2 Des3 Des4 Des5 Des6 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Posteriormente à realização da análise descritiva e do teste da unidimensionalidade dos construtos, são apresentados os demais resultados da análise fatorial exploratória de cada construto, e as três dimensões do construto diferenciação de serviços. 4.3 Análise Fatorial Exploratória - AFE As demais análises dos dados desta análise fatorial exploratória realizada no presente trabalho será apresentada por construto a seguir. 66 4.3.1 AFE - Construto Capacidades Mercadológicas A análise fatorial exploratória referente ao construto capacidade mercadológica foi mensurada considerando-se as 5 questões. Nessas questões são abordados: o conhecimento das características do consumidor, conhecimento sobre os principais concorrentes, a habilidade de segmentar e atingir mercados, habilidade do estabelecimento de preços e a capacidade de perceber novos mercados. A seguir, no Quadro 21, serão apresentados os modelos e os índices de ajuste distribuídos por questão. Quadro 21 – Medidas e vaores esperados MEDIDAS Comunalidades Carga fatorial (para n até 200) Medida de adequação da amostra (MSA) KMO Teste de esfericidade de Bartlett Alfa de Cronbach Correlação inter-itens Correlação item-total VALORES MÍNIMOS ESPERADOS 0,50 0,70 0,50 0,50 p ≤ 0,05 0,70 0,30 0,50 Fonte: Hair et al. (2009) Na pesquisa de Carvalho (2011), a comunalidade é aceitável se o valor encontrado for igual ou acima de 0,4, entretanto, na pesquisa de Escobar (2012), a comunalidade acima de 0,50 sugere que os indicadores representam adequadamente o construto. Em concordância com a indicação encontrada em Hair et al. (2005), optou-se por considerar o índice de 0,50 como mínimo esperado para a análise da comunalidade. Para o construto Capacidades Mercadológicas, a variável com o menor resultado foi a Cam1, com o valor de 0,660, de forma que todas as variáveis aprovadas estão acima de 0,5 para comunalidade. Para Hair et al. (2005), a carga fatorial é a correlação entre as variáveis originais e os fatores sendo aceito o valor mínimo de 0,7. Os resultados aferidos para o construto capacidades mercadológicos estão acima deste valor mínimo, sendo que, novamente, a variável Cam1 foi a de menor valor dentre as variáveis indicadoras da capacidade mercadológica, sendo igual a 0,812. Dessa forma, 67 nenhuma variável foi retirada desse construto. Os demais resultados para a comunalidade e a carga fatorial do construto, capacidades mercadológicas são apresentadas no Quadro 22. Quadro 22 – Comunalidade e Carga Fatorial – Capacidades Mercadológicas Comunalidades Carga fatorial (para n até 200) Cam1 ,660 ,812 Cam 2 ,664 ,815 Cam 3 ,757 ,870 Cam 4 ,696 ,834 Cam 5 ,744 ,862 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Pelos resultados apresentados para a medida de adequação da amostra (MSA) do construto, os dados apresentam-se como acima do mediano, pois, para Hair et. al. (2005), a interpretação de 0,80 ou acima é considerada admirável. Portanto as variáveis, Cam1, Cam2, Cam3, Cam4, e Cam5, foram todas aprovadas. Os demais resultados para medida de adequação da amostra (MSA), para o construto capacidades mercadológicas são apresentados no Quadro 23. Quadro 23 - Matriz Anti-imagem - (MSA) - Capacidades Mercadológicas Anti-imagem Covariância Correlação Anti-imagem Cam1 Cam2 Cam3 Cam4 Cam5 Cam1 Cam2 Cam3 Cam4 Cam5 Cam1 ,493 -,125 -,113 -,078 -,033 ,897a -,254 -,266 -,166 -,077 Cam 2 -,125 ,493 -,073 -,108 -,051 -,254 ,902a -,172 -,229 -,120 Cam 3 -,113 -,073 ,363 -,049 -,165 -,266 -,172 ,846a -,121 -,449 Cam 4 -,078 -,108 -,049 ,452 -,129 -,166 -,229 -,121 ,889a -,316 Cam 5 -,033 -,051 -,165 -,129 ,369 -,077 -,120 -,449 -,316 ,841a Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Na pesquisa de Escobar (2012), de acordo com Hair et al. (2005), há dois testes clássicos na AFE: o teste de esfericidade de Bartlett e a medida de adequação de Kaiser, Meyer e Olkin, geralmente denominado KMO. Os resultados para esses dois testes devem ser iguais ou superiores a 0,5. A significância deve ser igual ou menor que 0,05. O teste de esfericidade de Bartlett para o construto capacidades mercadológicas apresentou uma significância de 0,000 sendo inferior à medida de 68 0,05 para todos os indicadores das dimensões; e a medida de adequação da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin alcançou valores de 0,872, sendo superior a 0,7, o que mostra que o valor recomendado foi excedido, por consequência, a fatoriabilidade da matriz foi confirmada. Como se verifica no Quadro 24, os resultados são aceitos. Quadro 24 - KMO e Teste de Bartlett - Capacidades Mercadológicas ,872 422,606 10 ,000 Medida de adequação da amostra Kaiser-Meyer-Olkin Teste de esfericidade de Bartlet Qui-quadrado aproximado GL Sig. Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Para Hair et al. (2009), a medida de confiabilidade do alfa de Cronbach deve possuir valor igual ou superior a 0,7. Para o construto Capaciadades Mercadológicas, o resultado do teste e de seu ajuste padronizado foi superior, sendo igual a 0,895. No Quadro 25, apresentam-se os resultados dos testes alfa de Cronbach e seu número de itens para o construto capacidade mercadológica. Quadro 25 - Estatísticas de confiabilidade - Capacidades Mercadológicas Alfa de Cronbach ,895 Alfa de Cronbach baseado em itens padronizados ,895 No. de itens 5 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) De acordo com Hair et al. (2009), apontam como regras práticas que a correlação inter-itens mínima seja de 0,30. O comportamento da correlação interitens mostra que no construto de capacidades mercadológicas as variáveis estão iguais ou superiores a 0,584. Em negrito estão os menores valores das correlações. Os demais resultados para correlação inter-itens, para o construto capacidades mercadológicas, são apresentados no Quadro 26. Quadro 26 - Correlação inter-itens - Capacidades Mercadológicas Cam1 Cam2 Cam3 Cam4 Cam1 1,000 ,605 ,643 ,584 Cam2 ,605 1,000 ,618 ,609 Cam3 ,643 ,618 1,000 ,632 Cam4 ,584 ,609 ,632 1,000 Cam5 ,588 ,599 ,741 ,675 69 Cam1 ,588 Cam5 Cam2 ,599 Cam3 ,741 Cam4 ,675 Cam5 1,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Hair et al. (2009) colocam, também, como regras práticas para a correlação item-total que 0,50 seja o índice mínimo aceitável. Para o construto de capacidades mercadológicas, todas as correlações foram superiores ao mínimo esperado. O indicador Cam1 apresenta o menor valor encontrado, com resultado igual a 0,706. Os resultados, para correlação item-total para o construto capacidades mercadológicas, são apresentados no Quadro 27. Quadro 27 - Correlação item-total Médio da escala, se item excluído 23,24 23,18 23,27 23,18 23,22 Cam1 Cam2 Cam3 Cam4 Cam5 Escala Variância se item excluído 10,128 10,146 9,329 9,743 9,460 Correção Correlação item-total ,706 ,709 ,784 ,735 ,774 Correlação múltipla ao quadrado ,507 ,507 ,637 ,548 ,631 Alfa de Cronbach se item excluído ,880 ,879 ,862 ,873 ,865 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No Quadro 28, pode-se verificar o resultado para o teste de variância explicada, para as capacidades mercadológicas, observa-se que um único fator teve um autovalor inicial de 3,521, portanto, maior que 1, e a variância explicada por ele é de 70,414%, superando o mínimo recomendado de 50%, demonstrando dessa forma que há consistência da medida. Quadro 28 - Variância total explicada (Capacidades Mercadológicas) Componente 1 2 3 4 5 Autovalores iniciais % de Total Variância Total 3,521 ,460 ,411 ,365 ,244 70,414 9,193 8,213 7,298 4,883 70,414 79,606 87,819 95,117 100,000 Somas de extração Cargas quadrado % de % de Variância Total Variância 3,521 70,414 70,414 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Uma vez que foram testados os modelos de mensuração parciais, referentes 70 a cada variável latente, após as análises para o construto capacidades mercadológicas, e nenhuma variável foi retirada, serão apresentados os resultados da análise fatorial exploratória para o construto diferenciação de serviços e suas dimensões. 4.3.2 AFE - Construto Diferenciação de Serviços Para a análise fatorial exploratória do construto de diferenciação de serviços, foi realizada a mensuração em suas três dimensões: Pessoas, Processos e Ambiente. Na sequência, são apresentados os modelos e os índices de ajuste distribuídos por questão e sua respectiva dimensão. 4.3.2.1 AFE - Construto DS: Dimensão Pessoas VALORES MÍNIMOS ESPERADOS NA ANÁLISE FATORIAL EXPLORATÓRIA MEDIDAS VALORES MÍNIMOS ESPERADOS 0,50 Comunalidades 0,70 Carga fatorial (para n até 200) 0,50 Medida de adequação da amostra (MSA) 0,50 KMO p ≤ 0,05 Teste de esfericidade de Bartlett 0,70 Alfa de Cronbach 0,30 Correlação inter-itens 0,50 Correlação item-total Fonte: Hair et al. (2009) De acordo com Hair et al. (2009), é aceito 0,5 como o mínimo esperado para analisar os construto no que se refere à análise de comunalidade. Para o construto diferenciação de serviços na sua dimensão Pessoas, a variável com o menor resultado encontrado foi a variável Pes5, com valor igual a 0,553. Assim sendo, todas as variáveis foram aprovadas estando acima de 0,5 para o teste de comunalidade. Para Hair et al. (2005), a carga fatorial é a correlação entre as variáveis originais e os fatores sendo aceito o valor mínimo de 0,7. Os resultados aferidos para o construto diferenciação de serviços na dimensão Pessoas estão acima desse valor mínimo, sendo mais uma vez a variável indicadora Pes5, a variável com o 71 menor valor deparado, sendo igual 0,744. Assim, nenhuma variável foi retirada pela análise da carga fatorial para esse construto. Os demais resultados para a comunalidade e a carga fatorial do construto, diferenciação de serviços na dimensão Pessoas são apresentadas no Quadro 29. Quadro 29 - Comunalidade e Carga Fatorial – DS - Dimensão Pessoas Comunalidades Carga fatorial (para n até 200) Pes1 ,680 ,825 Pes2 ,809 ,900 Pes3 ,862 ,929 Pes4 ,747 ,864 Pes5 ,553 ,744 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Os resultados para a medida de adequação da amostra (MSA) do construto diferenciação de serviços para a dimensão Pessoas, e as variáveis Pes2, Pes3 e Pes4 apresentam-se como medianos, e as variáveis Pes1 e Pes5 são consideradas admiráveis, pelos critérios adotados por Hair et. al. (2005). Portanto, todas as variáveis indicadoras estão aprovadas. Os demais resultados para a medida de adequação da amostra (MSA) do construto Diferenciação de serviços na sua dimensão Pessoas são apresentados no Quadro 30. Quadro 30 - Matriz Anti-imagem - (MSA) – DS - Dimensão Pessoas Anti-imagem Covariância Correlação Anti-imagem Pes1 Pes2 Pes3 Pes4 Pes5 Pes1 Pes2 Pes3 Pes4 Pes5 Pes1 ,352 -,177 -,006 -,014 ,012 ,813a -,610 -,028 -,052 ,027 Pes2 -,177 ,240 -,066 ,022 -,073 -,610 ,788a -,353 ,097 -,196 Pes3 -,006 -,066 ,146 -,136 -,061 -,028 -,353 ,742a -,771 -,207 Pes4 -,014 ,022 -,136 ,214 ,001 -,052 ,097 -,771 ,752a ,004 Pes5 ,012 -,073 -,061 ,001 ,582 ,027 -,196 -,207 ,004 ,939a Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Para os dois testes de esfericidade de Bartlett e a medida de adequação de Kaiser, Meyer e Olkin, os resultados para o construto diferenciação de serviços na sua dimensão Pessoas foram aceitos. O teste de esfericidade de Bartlett para o construto diferenciação de serviços 72 na dimensão de Pessoas apresenta uma significância de 0,000, sendo inferior à medida limite de 0,05, e à medida de adequação da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin, que alcançou um valor de 0,791, sendo superior ao mínimo aceitável de 0,7. Isso demonstra que o valor recomendado foi atingido e, por consequência, a fatoriabilidade da matriz foi confirmada. Todos os dados apresentam-se no Quadro 31. Quadro 31 - KMO e Teste de Bartlett - DS - Dimensão Pessoas Medida de adequação da amostra Kaiser-Meyer-Olkin Teste de esfericidade de Bartlet Qui-quadrado aproximado GL Sig. ,791 187,248 10 ,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Para Hair et al. (2009), a medida de confiabilidade do alfa de Cronbach deve possui valor igual ou superior a 0,7. No construto de diferenciação de serviços na dimensão Pessoas, o resultado desse teste foi de 0,903 e seu ajuste padronizado foi igual a 0,906, sendo superior ao mínimo esperado. No Quadro 32, apresentam-se os resultados dos teste alfa de Cronbach e seu número de itens para o construto diferenciação de serviços na sua dimensão Pessoas. Quadro 32 - Estatísticas de confiabilidade - DS - Dimensão Pessoas Alfa de Cronbach ,903 Alfa de Cronbach baseado em itens padronizados ,906 No. de itens 5 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) O comportamento da correlação inter-itens no construto de diferenciação de serviços na dimensão Pessoas apresenta variáveis iguais ou superiores a 0,505. De acordo com Hair et al. (2009), correlação inter-itens mínima, para ser aceita, deve ser igual ou superior a 0,30. Dessa forma, todas as variáveis passaram por esse teste. Em negrito estão os menores valores das correlações. No Quadro 33, apresentam-se os resultados para a correlação inter-itens do construto diferenciação de serviços na sua dimensão Pessoas. 73 Quadro 33 - Correlação inter-itens - DS - Dimensão Pessoas Pes1 Pes2 Pes3 Pes4 Pes5 Pes1 1,000 ,759 ,588 ,550 ,521 Pes2 ,759 1,000 ,714 ,582 ,639 Pes3 ,588 ,714 1,000 ,779 ,604 Pes4 ,550 ,582 ,779 1,000 ,505 Pes5 ,521 ,639 ,604 ,505 1,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Hair et al. (2009) colocam como regras práticas que a correlação item-total mínima seja de 0,50. Para o construto de diferenciação de serviços na sua dimensão Pessoas, todas as correlações foram superiores ao mínimo esperado. Sendo o indicador Pes5 o de menor valor, igual a 0,642. No Quadro 34, apresentam-se os resultados para a correlação item-total do construto Diferenciação de serviços na sua dimensão Pessoas. Quadro 34 - Correlação item-total Médio da escala, se item excluído 21,20 21,24 20,68 20,52 20,52 Pes1 Pes2 Pes3 Pes4 Pes5 Escala Variância se item excluído 27,469 27,492 28,100 31,398 33,479 Correção Correlação item-total ,732 ,843 ,863 ,770 ,624 Correlação múltipla ao quadrado ,648 ,760 ,854 ,786 ,418 Alfa de Cronbach se item excluído ,893 ,863 ,859 ,882 ,908 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No teste de variância explicada, para o construto diferenciação de serviços em sua dimensão Pessoas, observar-se que um único fator teve um autovalor inicial de 3,652, portanto, maior que 1, e a variância explicada por ele é de 73,034%, superando o mínimo recomendado de 50%, demonstrando que há consistência da medida. O que se pode perceber no Quadro 35. Quadro 35 - Variância total explicada - DS - Dimensão Pessoas Componente 1 2 3 4 Autovalores iniciais % de Total Variância Total 3,652 73,034 73,034 ,565 11,302 84,336 ,507 10,133 94,470 ,184 3,673 98,143 Somas de extração Cargas quadrado % de % de Variância Total Variância 73,034 3,652 73,034 74 Componente 5 Autovalores iniciais % de Total Variância Total ,093 1,857 100,000 Somas de extração Cargas quadrado % de % de Variância Total Variância Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Após testar o modelo de mensuração de maneira parcial, referente à diferenciação de serviços em sua dimensão Pessoas, nenhuma variável foi retirada. Outra dimensão desse mesmo construto será apresentada a seguir. 4.3.2.2 AFE - Construto DS: Dimensão Processos VALORES MÍNIMOS ESPERADOS NA ANÁLISE FATORIAL EXPLORATÓRIA MEDIDAS VALORES MÍNIMOS ESPERADOS 0,50 Comunalidades 0,70 Carga fatorial (para n até 200) 0,50 Medida de adequação da amostra (MSA) 0,50 KMO p ≤ 0,05 Teste de esfericidade de Bartlett 0,70 Alfa de Cronbach 0,30 Correlação inter-itens 0,50 Correlação item-total Fonte: Hair et al. (2009) Ao se analisar a matriz de correlação, Quadro 36, apareceu uma inconsistência nos dados das variáveis Pro1 e Pro3. Por esse motivo, optou-se pela retirada da variável Pro1. Quadro 36 - Matriz de Correlação (PROCESSOS) Correlação Pro1 Pro2 Pro3 Pro4 Pro5 Pro6 Pro7 Pro8 Sig. Pro1 Pro2 Pro3 Pro4 Pro1 1,000 ,576 ,209 ,567 ,452 ,376 ,369 ,329 ,000 ,073 ,000 Pro2 ,576 1,000 ,595 ,739 ,609 ,503 ,591 ,508 ,000 ,000 ,000 Pro3 ,209 ,595 1,000 ,653 ,529 ,464 ,607 ,750 ,073 ,000 ,000 Pro4 ,567 ,739 ,653 1,000 ,839 ,734 ,773 ,741 ,000 ,000 ,000 Pro5 ,452 ,609 ,529 ,839 1,000 ,870 ,642 ,654 ,000 ,000 ,000 ,000 Pro6 ,376 ,503 ,464 ,734 ,870 1,000 ,536 ,615 ,004 ,000 ,000 ,000 Pro7 ,369 ,591 ,607 ,773 ,642 ,536 1,000 ,756 ,004 ,000 ,000 ,000 Pro8 ,329 ,508 ,750 ,741 ,654 ,615 ,756 1,000 ,010 ,000 ,000 ,000 75 Quadro 36 - Matriz de Correlação (PROCESSOS) Pro5 Pro6 Pro7 Pro8 Pro1 ,000 ,004 ,004 ,010 Pro2 ,000 ,000 ,000 ,000 Pro3 ,000 ,000 ,000 ,000 Pro4 ,000 ,000 ,000 ,000 Pro5 ,000 ,000 ,000 Pro6 ,000 ,000 ,000 Pro7 ,000 ,000 Pro8 ,000 ,000 ,000 ,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Após a retirada da variável indicadora Pro1, os dados se comportaram dentro do esperado para a matriz de correlação. No Quadro 37, observa-se o comportamento esperado dos dados para a análise da matriz de correlação. Quadro 37 - Matriz de Correlação (Processos) Correlação Sig. Pro2 Pro3 Pro4 Pro5 Pro6 Pro7 Pro8 Pro2 Pro3 Pro4 Pro5 Pro6 Pro7 Pro8 Pro2 1,000 ,595 ,739 ,609 ,503 ,591 ,508 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 Pro3 ,595 1,000 ,653 ,529 ,464 ,607 ,750 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 Pro4 ,739 ,653 1,000 ,839 ,734 ,773 ,741 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 Pro5 ,609 ,529 ,839 1,000 ,870 ,642 ,654 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 Pro6 ,503 ,464 ,734 ,870 1,000 ,536 ,615 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 Pro7 ,591 ,607 ,773 ,642 ,536 1,000 ,756 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 Pro8 ,508 ,750 ,741 ,654 ,615 ,756 1,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Para o construto diferenciação de serviços na sua dimensão Processos, a variável com o menor resultado encontrado foi a Pro8, com valor igual a 0,582. Assim, todas as variáveis foram aprovadas estando acima de 0,5, que era o esperado para o teste de comunalidade. Para Hair et al. (2005), a carga fatorial é a correlação entre as variáveis originais e os fatores, sendo aceito o valor mínimo de 0,7. Os resultados aferidos para o construto diferenciação de serviços na dimensão Processos estão acima desse valor mínimo. A variável indicadora Pro8 é a variável com o menor valor encontrado, tendo obtido o valor igual a 0,763. Assim, nenhuma variável foi retirada 76 pela análise da carga fatorial para esse construto. Os demais resultados para a comunalidade e a carga fatorial do construto diferenciação de serviços na dimensão Processos são apresentadas no Quadro 38. Quadro 38 - Comunalidade e Carga Fatorial – DS - Dimensão Processos Comunalidades Carga fatorial (para n até 200) Pro2 ,664 ,815 Pro3 ,690 ,831 Pro4 ,805 ,897 Pro5 ,770 ,877 Pro6 ,750 ,866 Pro7 ,720 ,848 Pro8 ,582 ,763 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Todas as variáveis, pela medida de adequação da amostra (MSA) do construto diferenciação de serviços para a dimensão Processos apresentam-se, pelos critérios adotados por Hair (2005, p.98), como admiráveis, para as variáveis Pro2, Pro3, Pro4, Pro5, Pro6, Pro7 e Pro8. Foram, portanto, aprovados. Os demais resultados para a comunalidade e a carga fatorial do construto Diferenciação de serviços na dimensão Processos são apresentadas no Quadro 39. Quadro 39 - Matriz Anti-imagem - (MSA) – DS - Dimensão Processos Anti-imagem Covariância Correlação Anti-imagem Pro2 Pro3 Pro4 Pro5 Pro6 Pro7 Pro8 Pro2 Pro3 Pro4 Pro5 Pro6 Pro7 Pro8 Pro2 ,401 -,120 -,102 -,010 ,013 -,034 ,079 ,862a -,312 -,410 -,042 ,043 -,097 ,251 Pro3 -,120 ,368 -,016 ,008 ,020 ,022 -,163 -,312 ,845a -,066 ,035 ,067 ,065 -,541 Pro4 -,102 -,016 ,153 -,062 -,010 -,071 -,030 -,410 -,066 ,878a -,406 -,052 -,323 -,153 Pro5 -,010 ,008 -,062 ,155 -,129 -,012 ,004 -,042 ,035 -,406 ,823a -,679 -,054 ,020 Pro6 ,013 ,020 -,010 -,129 ,232 ,041 -,044 ,043 ,067 -,052 -,679 ,821a ,152 -,186 Pro7 -,034 ,022 -,071 -,012 ,041 ,315 -,116 -,097 ,065 -,323 -,054 ,152 ,890a -,417 Pro8 ,079 -,163 -,030 ,004 -,044 -,116 ,245 ,251 -,541 -,153 ,020 -,186 -,417 ,824a Fonte: Dados da Pesquisa (2012) O teste de esfericidade de Bartlett do construto diferenciação de serviços na sua dimensão de Processos apresentou uma significância de 0,000, sendo inferior à medida limite de 0,05. Para a medida de adequação da amostra de Kaiser-MeyerOlkin, o resultado alcançou o valor de 0,900, sendo superior ao limite de 0,5, o que mostra que os valores recomendados foram superiores ao limite e, por 77 consequência, a fatoriabilidade da matriz foi confirmada. Todos os dados estão no Quadro 40. Quadro 40 - KMO e Teste de Bartlett - DS - Dimensão Processos ,900 827,584 21 ,000 Medida de adequação da amostra Kaiser-Meyer-Olkin Teste de esfericidade de Bartlet Qui-quadrado aproximado GL Sig. Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No construto de diferenciação de serviços na dimensão Processos, o resultado do teste é igual a 0,926 e seu ajuste padronizado igual a 0,929. Para Hair et al. (2009), a medida de confiabilidade do alfa de Cronbach deve possuir valor igual ou superior a 0,7. No Quadro 41, apresentam-se os resultados dos teste alfa de Cronbach e seu número de itens para o construto diferenciação de serviços na sua dimensão Processos. Quadro 41 - Estatísticas de confiabilidade - DS - Dimensão Processos Alfa de Cronbach ,926 Alpha de Cronbach baseado em itens padronizados ,929 No. de itens 7 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) O comportamento da correlação inter-itens no construto de diferenciação de serviços na dimensão Processos mostra variáveis iguais ou superiores a 0,486. Hair et al. (2009) afirmam que a correlação inter-itens mínima para ser aceita deve ser igual ou superior a 0,30. No Quadro 42, observa-se que todos os valores das correlações estão acima do mínimo esperado. Quadro 42 - Correlação inter-itens - DS - Dimensão Processos Pro2 Pro3 Pro4 Pro5 Pro6 Pro7 Pro8 Pro2 1,000 ,725 ,711 ,673 ,578 ,637 ,486 Pro3 ,725 1,000 ,706 ,667 ,630 ,633 ,542 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Pro4 ,711 ,706 1,000 ,765 ,748 ,730 ,612 Pro5 ,673 ,667 ,765 1,000 ,824 ,639 ,586 Pro6 ,578 ,630 ,748 ,824 1,000 ,684 ,626 Pro7 ,637 ,633 ,730 ,639 ,684 1,000 ,688 Pro8 ,486 ,542 ,612 ,586 ,626 ,688 1,000 78 De acordo com Hair et al. (2009) colocam como regras das práticas que a correlação item-total mínima seja de 0,50. Para o construto de diferenciação de serviços na dimensão Processos, todas as correlações foram superiores ao mínimo esperado. No Quadro 43, é possível verificar que a correção da correlação item-total do indicador com valor igual 0,693, está acima do mínimo aceitável. Quadro 43 - Correlação item-total – DS – Dimensão Processos Médio da escala, se item excluído 34,36 34,54 34,34 34,32 34,34 34,26 34,20 Pro2 Pro3 Pro4 Pro5 Pro6 Pro7 Pro8 Escala Variância se item excluído 31,256 29,519 29,698 30,344 30,800 30,319 31,061 Correção Correlação item-total ,693 ,700 ,904 ,822 ,723 ,769 ,804 Correlação múltipla ao quadrado ,599 ,632 ,847 ,845 ,768 ,685 ,755 Alfa de Cronbach se item excluído ,922 ,924 ,903 ,910 ,920 ,915 ,912 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No teste de variância explicada, para a diferenciação de serviços em sua dimensão Processos, observar-se que um único fator teve um autovalor inicial de 4,980, portanto, maior que o resultado esperado de 1, e a variância explicada por ele é de 71,142%, superando o mínimo recomendado de 50%. Demonstrando dessa forma, que há consistência na medida. No Quadro 44, são apresentados os resultados para o teste de variância explicada para a dimensão Processos, do construto diferenciação de serviços. Quadro 44 - Variância total explicada - DS - Dimensão Processos Componente 1 2 3 4 5 6 7 Autovalores iniciais % de Total Variância Total 4,980 ,603 ,472 ,311 ,265 ,218 ,151 71,142 8,612 6,749 4,445 3,782 3,107 2,163 71,142 79,754 86,503 90,948 94,730 97,837 100,000 Somas de extração Cargas quadrado % de % de Variância Total Variância 4,980 71,142 71,142 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Após testar o modelo de mensuração de maneira parcial, referente à 79 diferenciação de serviços em sua dimensão Processos, apenas a variável Pro1 foi retirada. As demais variáveis: Pro2, Pro3, Pro4, Pro5, Pro6, Pro7 e Pro8 foram mantidas. A seguir, a última dimensão Ambiente, do construto diferenciação de serviço, será apresentada. 4.3.2.3 AFE - Construto DS: Dimensão Ambiente VALORES MÍNIMOS ESPERADOS NA ANÁLISE FATORIAL EXPLORATÓRIA MEDIDAS VALORES MÍNIMOS ESPERADOS 0,50 Comunalidades 0,70 Carga fatorial (para n até 200) 0,50 Medida de adequação da amostra (MSA) 0,50 KMO p ≤ 0,05 Teste de esfericidade de Bartlett 0,70 Alfa de Cronbach 0,30 Correlação inter-itens 0,50 Correlação item-total Fonte: Hair et al. (2009) Para a análise da matriz de correlação, Quadro 45, da dimensão de Processos, a variável Amb4 não atingiu o mínimo esperado de 0,30, além dos problemas com as significâncias encontradas, por retirou-se essa variável (Amb4). Quadro 45 - Matriz de Correlação – DS – Dimensão Ambiente Correlação Sig. Amb1 Amb2 Amb3 Amb4 Amb5 Amb6 Amb7 Amb1 Amb2 Amb3 Amb4 Amb5 Amb6 Amb7 Amb1 1,000 ,860 ,522 -,105 ,454 ,606 ,651 ,000 ,000 ,234 ,000 ,000 ,000 Amb2 ,860 1,000 ,609 -,095 ,531 ,628 ,611 ,000 ,000 ,257 ,000 ,000 ,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Amb3 ,522 ,609 1,000 ,194 ,516 ,543 ,437 ,000 ,000 ,089 ,000 ,000 ,001 Amb4 -,105 -,095 ,194 1,000 ,159 -,021 -,082 ,234 ,257 ,089 ,136 ,443 ,286 Amb5 ,454 ,531 ,516 ,159 1,000 ,425 ,483 ,000 ,000 ,000 ,136 ,001 ,000 Amb6 ,606 ,628 ,543 -,021 ,425 1,000 ,401 ,000 ,000 ,000 ,443 ,001 ,002 Amb7 ,651 ,611 ,437 -,082 ,483 ,401 1,000 ,000 ,000 ,001 ,286 ,000 ,002 80 Após a retirada da variável Amb4, foi realizado o teste de comunalidade e carga fatorial. Na análise da comunalidade, a variável Amb5, com valor igual a 0,491, por estar abaixo de 0,5 também foi retirada, mesmo estando próxima ao limite mínimo. As demais variáveis encontram-se acima do mínimo esperado. No Quadro 46, apresenta-se o resultado do teste de comunalidade e Carga fatorial, ainda com o Amb5. Quadro 46 - Comunalidade e Carga Fatorial – Dimensão: Ambiente Comunalidades Carga fatorial (para n até 200) Amb1 ,766 ,875 Amb2 ,818 ,905 Amb3 ,573 ,757 Amb5 ,491 ,701 Amb6 ,573 ,757 Amb7 ,565 ,752 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Após a retirada das variáveis Amb4 e Amb5, realizaram-se novamente os testes. Iniciando pela matriz de correlação, os dados se comportaram acima do mínimo esperado. No Quadro 47, apresentam-se os dados para a diferenciação de serviços, na dimensão de Ambiente acima do esperado. Quadro 47 - Matriz Correlação – DS – Dimensão de Ambiente (2) Correlação Amb1 Amb2 Amb3 Amb6 Amb7 Amb1 1,000 ,762 ,526 ,499 ,557 Amb2 ,762 1,000 ,597 ,537 ,693 Amb3 ,526 ,597 1,000 ,650 ,484 Amb6 ,499 ,537 ,650 1,000 ,434 Amb7 ,557 ,693 ,484 ,434 1,000 Fonte: Dados da pesquisa (2012) Após a retirada das variáveis Amb4 e Amb5, foram novamente efetuados os testes e a comunalidade encontrada para as variáveis restantes. As variáveis Amb1, Amb2, Amb3, Amb6 e Amb7 foram aceitas por estarem acima de 0,50, o que sugere que os indicadores representam adequadamente o construto. Para o construto diferenciação de serviços na sua dimensão Ambiente, dentre as variáveis restantes, a com o menor resultado é a variável Amb6, com 0,576. Assim sendo, as variáveis Amb1, Amb2, Amb3, Amb6 e Amb7, foram aceitas na análise de comunalidade. Observa-se no Quadro 48 a comunalidade e carga fatorial. Os resultados aferidos para o construto diferenciação de serviços na 81 dimensão Ambiente estão acima deste valor mínimo esperado. Sendo que a variável Amb6, novamente, é a variável com o menor valor encontrado, estando igual a 0,759. Dessa forma, mais nenhuma variável foi retirada pela análise da carga fatorial para este construto. Quadro 48 - Comunalidade e Carga Fatorial – DS - Dimensão Ambiente Comunalidades Carga fatorial (para n até 200) Amb1 ,688 ,830 Amb2 ,796 ,892 Amb3 ,637 ,798 Amb6 ,576 ,759 Amb7 ,607 ,779 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Após a retirada das variáveis Amb4 e Amb5, as demais variáveis comportaram-se como sendo admiráveis, pelos critérios adotados por Hair (2005, p.98), para as variáveis Amb1, Amb2, Amb3, Amb6 e Amb7. No Quadro 49, verifica-se a medida de adequação da amostra (MSA) do construto diferenciação de serviços para a dimensão Ambiente. Portanto, todas as variáveis foram aprovadas. Quadro 49 - Matriz Anti-imagem - (MSA) – DS - Dimensão Ambiente Anti-imagem Covariância Correlação Anti-imagem Amb1 Amb2 Amb3 Amb6 Amb7 Amb1 Amb2 Amb3 Amb6 Amb7 Amb1 ,406 -,189 -,028 -,052 -,020 ,815a -,550 -,062 -,111 -,043 Amb2 -,189 ,291 -,073 -,033 -,170 -,550 ,759a -,195 -,084 -,441 Amb3 -,028 -,073 ,485 -,240 -,040 -,062 -,195 ,827a -,470 -,079 Amb6 -,052 -,033 -,240 ,535 -,023 -,111 -,084 -,470 ,826a -,044 Amb7 -,020 -,170 -,040 -,023 ,511 -,043 -,441 -,079 -,044 ,856a Fonte: Dados da Pesquisa (2012) A medida de adequação da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin alcançou o valor de 0,811 estando acima de 0,5, o que mostra que o valor mínimo recomendado foi superado e, por consequência, a fatoriabilidade da matriz foi confirmada. O teste de esfericidade de Bartlett do construto Diferenciação de serviços na sua dimensão Ambiente apresenta uma significância de 0,000, sendo inferior à medida de 0,05. O Quadro 50 confirma o resultado dos testes. 82 Quadro 50 - KMO e Teste de Bartlett - DS - Dimensão Ambiente ,811 392,266 10 ,000 Medida de adequação da amostra Kaiser-Meyer-Olkin Teste de esfericidade de Bartlet Qui-quadrado aproximado GL Sig. Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No construto de Diferenciação de serviços na dimensão de Ambientes, o resultado deste teste foi igual a 0,858 e seu ajuste padronizado igual a 0,871. Para Hair et al. (2009), a medida de confiabilidade do alfa de Cronbach deve possuir valor igual ou superior a 0,7. No Quadro 51, apresentam-se os resultados dos teste alfa de Cronbach e seu número de itens para o construto diferenciação de serviços na sua dimensão Ambiente. Quadro 51 - Estatísticas de confiabilidade - DS - Dimensão Ambiente Alfa de Cronbach ,858 Alfa de Cronbach baseado em itens padronizados ,871 No. de itens 5 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) O comportamento da correlação Inter-itens no construto de diferenciação de serviços na dimensão Ambiente, mostra que as variáveis estão iguais ou superiores a 0,434. Hair et al. (2009) afirmam que a correlação inter-itens mínima para ser aceita deve ser igual ou superior a 0,30. Em negrito estão os menores valores das correlações. No Quadro 52, são apresentadas todas as correlações acima do mínimo esperado. Quadro 52 - Correlação inter-itens - DS - Dimensão Ambiente Amb1 Amb2 Amb3 Amb6 Amb7 Amb1 1,000 ,762 ,526 ,499 ,557 Amb2 ,762 1,000 ,597 ,537 ,693 Amb3 ,526 ,597 1,000 ,650 ,484 Amb6 ,499 ,537 ,650 1,000 ,434 Amb7 ,557 ,693 ,484 ,434 1,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Hair et al. (2009) colocam como regras práticas que a correlação item-total mínima seja de 0,50. Para o construto de diferenciação de serviços na dimensão Ambiente, todas as correlações foram superiores ao mínimo aceito. O indicador com 83 o menor valor foi igual a 0,631. No Quadro 53, são apresentadas todas as correlações acima do mínimo esperado. Quadro 53 - Correlação item-total – DS – Dimensão Ambiente Amb1 Amb2 Amb3 Amb6 Amb7 Médio da escala, se item excluído 22,60 22,62 22,82 23,08 22,66 Escala Variância se item excluído 14,662 14,211 12,479 12,375 14,726 Correção Correlação item-total ,696 ,785 ,696 ,646 ,631 Correlação múltipla ao quadrado ,594 ,709 ,515 ,465 ,489 Alfa de Cronbach se item excluído ,826 ,808 ,825 ,844 ,839 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No teste de variância explicada, para a diferenciação de serviços em sua dimensão Ambientes, observa-se que um único fator teve um autovalor inicial de 3,305, portanto, maior que a medida mínima esperada, 1. A variância explicada por ele é de 66,091%, superando o mínimo recomendado de 50%, demonstrando dessa forma que há consistência na medida. No Quadro 54, apresentam-se as demais informações. Quadro 54 - Variância total explicada - DS - Dimensão Ambiente Componente 1 2 3 4 5 Autovalores iniciais % de Total Variância Total 3,305 66,091 66,091 ,701 14,023 80,115 ,445 8,890 89,005 ,347 6,932 95,937 ,203 4,063 100,000 Somas de extração Cargas quadrado % de % de Variância Total Variância 66,091 3,305 66,091 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Uma vez que foram testados os modelos de mensuração parciais, referentes a cada variável latente, após as análises para o construto diferenciação de serviços em todas as suas dimensões, serão apresentados os resultados da análise fatorial exploratória para o construto desempenho. 84 4.3.3 AFE - Construto Desempenho VALORES MÍNIMOS ESPERADOS NA ANÁLISE FATORIAL EXPLORATÓRIA MEDIDAS VALORES MÍNIMOS ESPERADOS 0,50 Comunalidades 0,70 Carga fatorial (para n até 200) 0,50 Medida de adequação da amostra (MSA) 0,50 KMO p ≤ 0,05 Teste de esfericidade de Bartlett 0,70 Alfa de Cronbach 0,30 Correlação inter-itens 0,50 Correlação item-total Fonte: Hair et al. (2009) Para o construto desempenho, a variável com o menor valor encontrado foi Des1 com 0,662, assim, todas as variáveis foram aprovadas, estando acima do mínimo esperado de 0,5 para comunalidade. Os resultados aferidos para o construto Desempenho, no que tange à carga fatorial, todas as variáveis estão acima do valor mínimo. A variável Des1 é a de menor valor com 0,813. Assim sendo, nenhuma variável foi retirada para este construto. O Quadro 55 apresenta os resultados de todas as variáveis para a análise de comunalidade e carga fatorial para o construto desempenho. Quadro 55 - Comunalidade e Carga Fatorial – Desempenho Comunalidades Carga fatorial (para n até 200) Des1 ,662 ,813 Des2 ,721 ,849 Des3 ,763 ,873 Des4 ,699 ,836 Des5 ,688 ,830 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Na análise da medida de adequação da amostra (MSA), no construto desempenho, todas as variáveis comportaram-se como admiráveis, estando todas acima de 0,8, o que implica, segundo os critérios adotados por Hair (2005, p.98), sua aprovação. No Quadro 56, apresentam-se as demais informações. 85 Quadro 56 - Matriz Anti-imagem - (MSA - Desempenho) Anti-imagem Covariância Correlação Anti-imagem Des1 Des2 Des3 Des4 Des5 Des1 Des2 Des3 Des4 Des5 Des1 ,467 -,169 -,103 -,033 -,029 ,872a -,383 -,247 -,074 -,063 Des2 -,169 ,414 -,080 -,042 -,101 -,383 ,867a -,205 -,100 -,233 Des3 -,103 -,080 ,371 -,145 -,085 -,247 -,205 ,864a -,364 -,206 Des4 -,033 -,042 -,145 ,428 -,136 -,074 -,100 -,364 ,867a -,309 Des5 -,029 -,101 -,085 -,136 ,455 -,063 -,233 -,206 -,309 ,888a Fonte: Dados da Pesquisa (2012) A medida de adequação da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin alcançou o valor de 0,871, Quadro 57, sendo superior ao mínimo esperado de 0,5, o que mostra que o valor recomendado foi atingido e, por consequência, a fatoriabilidade da matriz foi confirmada. O teste de esfericidade de Bartlett do construto desempenho apresenta uma significância de 0,000, sendo inferior à medida limite de 0,05. Quadro 57 - KMO e Teste de esfericidade de Bartlett (Desempenho) Medida de adequação da amostra Kaiser-Meyer-Olkin Teste de Bartlet Qui-quadrado aproximado GL Sig. ,871 427,789 10 0,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No construto desempenho, o resultado deste teste e seu ajuste padronizado ficaram iguais a 0,896. Para Hair et al. (2009), a medida de confiabilidade do alfa de Cronbach deve possuir valor igual ou superior a 0,7. No Quadro 58, apresentam-se os resultados do teste alfa de Cronbach e seu número de itens para o construto desempenho. Quadro 58 - Estatísticas de confiabilidade (Desempenho) Alfa de Cronbach ,896 Alfa de Cronbach baseado em itens padronizados ,896 No. de itens 5 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) O comportamento da correlação inter-itens no construto de desempenho, mostra que as variáveis estão com os valores da correlação inter-itens iguais ou 86 superiores a 0,551. Os autores Hair et al. (2009) afirmam que a correlação inter-itens mínima, para ser aceita, deve ser igual ou superior a 0,30. No Quadro 59, apresentam-se todos os valores desta correlação. Todas as variáveis indicadoras de desempenho foram aceitas. Quadro 59 - Correlação inter-itens – DS - Desempenho Des1 Des2 Des3 Des4 Des5 Des1 1,000 ,678 ,643 ,557 ,551 Des2 ,678 1,000 ,663 ,598 ,627 Des3 ,643 ,663 1,000 ,700 ,652 Des4 ,557 ,598 ,700 1,000 ,658 Des5 ,551 ,627 ,652 ,658 1,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Hair et al. (2009) colocam como regras práticas que a correlação item-total mínima seja de 0,50. Para o construto de diferenciação de serviços na dimensão: Ambiente, todas as correlações foram iguais ou superiores a 0,70. No Quadro 60, é apresentado todas as correlações acima do mínimo esperado. Quadro 60 - Correlação item-total – DS - Desempenho Des1 Des2 Des3 Des4 Des5 Médio da escala, se item excluído 20,25 20,16 20,23 20,17 20,24 Escala Variância se item excluído 10,823 10,699 10,362 10,629 10,615 Correção Correlação item-total ,706 ,756 ,790 ,737 ,729 Correlação múltipla ao quadrado ,533 ,586 ,629 ,572 ,545 Alfa de Cronbach se item excluído ,881 ,871 ,863 ,874 ,876 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No Quadro 61, verifica-se o resultado do teste de variância explicada, para o construto desempenho, observa-se que um único fator teve um autovalor inicial de 3,533, portanto, maior que o valor mínimo esperado de 1. A variância explicada por ele é de 70,654%, superando o mínimo recomendado de 50%, demonstrando dessa forma que há consistência na medida. 87 Quadro 61 - Variância total explicada – DS - Desempenho Componente 1 2 3 4 5 Autovalores iniciais % de Total Variância 3,533 70,654 ,513 10,262 ,369 7,378 ,304 6,075 ,282 5,631 Total 70,654 80,916 88,294 94,369 100,000 Somas de extração Cargas quadrado % de % de Variância Total Variância 70,654 3,533 70,654 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Após os procedimentos da análise fatorial exploratória, foram retiradas as variáveis Pro1, Amb4 e Amb5. As demais variáveis indicadoras foram aceitas pelas análises de: comunalidades, carga fatorial (para n até 200), medida de adequação da amostra (MSA), KMO, teste de esfericidade de Bartlett, alfa de Cronbach, correlação inter-itens e correlação item-total. Com a análise fatorial exploratória realizada, na sequência será apresentada a análise fatorial confirmatória, considerando apenas os indicadores reflexivos que foram selecionados na etapa precedente. Os resultados da análise fatorial confirmatória também serão apresentados por construto. 4.4 Análise Fatorial Confirmatória - AFC Objetivando uma melhor organização, serão apresentados os resultados individualizados por construto, bem como seus indicadores, e, na sequência, o modelo completo. No Quadro 62, observam-se as medidas de ajustes absolutas e seus valores mínimos esperados, além das medidas incrementais e seus respectivos valores mínimos esperados. Quadro 62 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória CLASSIFICAÇÃO Medidas de ajuste absolutas Medidas de ajuste incrementais Fonte: Hair et al. (2009) MEDIDA X² X²/GL RMSEA NFI CFI TLI VALORES MÍNIMOS ESPERADOS p > 0,050 < 3,000 Inferior a 0,100 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Superior a 0,900 88 4.4.1 AFC - Construto Capacidades Mercadológicas No Quadro 63, é possível observar a relação de itens pertencentes ao questionário, utilizados para a mensuração das capacidades mercadológicas. Quadro 63 - Variáveis e Medidas – Capacidades Mercadológicas CONSTRUTO CAPACIDADES MERCADOLÓGICAS ITEM Cam1 - Conhecimento das características do consumidor. Cam2 - Conhecimento sobre os principais concorrentes. Cam3 - Habilidade de segmentar e atingir mercados. Cam4 - Habilidades de estabelecimento de preços Cam5 - Capacidade de percepção dos mercados Fonte: Desarbo (2005) Os valores mínimos esperados pela análise fatorial confirmatória para o construto capacidades mercadológicas, são apresentados no Quadro 64, que possui tanto os valores para os testes das medidas de ajustes absolutos, quanto para as medidas de ajustes incrementais. Quadro 64 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória CLASSIFICAÇÃO Medidas de ajuste absolutas Medidas de ajuste incrementais MEDIDA X² X²/GL RMSEA NFI CFI TLI VALORES MÍNIMOS ESPERADOS p>α < 3,000 Inferior a 0,100 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Fonte: Hair et al. (2009) Após a análise, verificou-se que os resultados para os índices de ajuste para medidas absolutas (valores do qui-quadrado, qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade e a raiz do erro quadrático médio de aproximação - RMSEA) e os índices de ajuste de medidas incrementais absolutas (CFI, NFI e TLI) estão bem ajustados e seus valores esperados foram maiores que os valores mínimos esperados. No Quadro 65, são apresentados os valores do resultado da pesquisa e os valores esperados. 89 Quadro 65 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração Índice X² X² / GL P RMSEA CFI TLI NFI Valores Final 8,761 (GL=5) 1,752 0,119 0,070 0,991 0,982 0,980 Valores Esperados < 3,000 > 0,050 < 0,100 > 0,900 > 0,900 > 0,900 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) De acordo com Hair et al. (2009), 0,500 é considerado o menor valor aceito para as cargas padronizadas. Estes são os valores mínimos esperados, para que o indicador seja mantido como um item reflexivo do construto. No Quadro 66, são apresentados os valores das cargas dos itens e a sua respectiva significância sobre o construto capacidade mercadológica. O indicador Cam1, com o valor igual a 0,746, é o indicador com o menor valor encontrado. Com esses resultados, todos os indicadores foram mantidos, uma vez que são superiores ao mínimo aceitável. Portanto, todos os indicadores do construto da capacidade mercadológica foram aprovados no teste de significância. Quadro 66 – Coeficiêntes padronizados de regressão e teste de significância Coeficiente P CAM1 0,746 0,000 CAM2 0,746 0,000 CAM3 0,850 0,000 CAM4 0,781 0,000 CAM5 0,841 0,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) A Figura 3 apresenta o diagrama do modelo de mensuração com as estimativas padronizadas para o construto capacidades mercadológicas. 90 Figura 3 – Modelo do construto Capacidade Mercadológica e1 e2 e3 ,56 Cam1 ,56 Cam2 ,75 ,75 e4 ,72 Cam3 ,85 e5 ,61 Cam4 ,78 ,71 Cam5 ,84 Capacidade Mercadológica Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Depois da exposição da análise fatorial confirmatória do construto capacidade mercadológica e a confirmação do modelo, são demonstrados os resultados desta análise ao construto diferenciação de serviços. A seguir, a conferência de cada uma das dimensões separadamente. 4.4.2 AFC - Construto Diferenciação de serviços em suas dimensões Uma vez que o construto diferenciação de serviços possui três dimensões, a análise confirmatória apresenta cada dimensão separadamente. A seguir, tem-se a análise fatorial exploratória pela dimensão de Pessoas. 91 4.4.2.1 AFC - Construto DS: Dimensão Pessoas No Quadro 66, é possível observar a relação de itens pertencentes ao questionário, utilizados para a mensuração da Diferenciação de serviços na dimensão pessoas. Quadro 67 - Variáveis e Medidas – Diferenciação de Serviços CONSTRUTO DIMENSÃO Diferenciação de Serviços Pessoas ITEM Pes1 – Treinamento da equipe operacional em Alimentos e Bebidas Pes2 – Treinamento da equipe operacional de Governança. Pes3 - Treinamento da equipe operacional de Recepção. Pes4 - Treinamento da equipe Administrativa. Pes5 – Capacitação da equipe em línguas estrangeiras Os valores mínimos esperados pela análise fatorial confirmatória para o construto diferenciação de serviços em sua dimensão pessoas são apresentados no Quadro 68. Tendo os valores aceitos para os testes das medidas de ajustes absolutos, quanto para as medidas de ajustes incrementais. Quadro 68 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória CLASSIFICAÇÃO Medidas de ajuste absolutas Medidas de ajuste incrementais MEDIDA X² X²/GL RMSEA NFI CFI TLI VALORES MÍNIMOS ESPERADOS p>α < 3,000 Inferior a 0,100 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Fonte: Hair et al. (2009) Após a análise, verificou-se que os resultados para os índices de ajuste para medidas absolutas (valores do qui-quadrado, qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade e a raiz do erro quadrático médio de aproximação - RMSEA) e os índices de ajuste de medidas incrementais absolutas (CFI, NFI e TLI) estão bem ajustados e seus valores esperados foram maiores que os valores mínimos esperados. No Quadro 69, são apresentados os valores do resultado da pesquisa e os valores esperados. 92 Quadro 69 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração Índice X² X² / GL P RMSEA CFI TLI NFI Valores Modelo Final 6,269 (GL=3) 2,121 0,120 0,086 0,995 0,976 0,991 Valores Esperados < 3,000 > 0,050 < 0,100 > 0,900 > 0,900 > 0,900 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No Quadro 70, são apresentados os valores das cargas dos itens e a sua respectiva significância sobre o construto, dimensão pessoas. Como resultado dos dados, todos os indicadores foram mantidos, uma vez que são superiores ao mínimo aceitável. De acordo com Hair et al. (2009), 0,500 é considerado o menor valor aceito para as cargas padronizadas. A variável indicadora Pes4 possui o valor igual a 0,680, sendo superior ao mínimo esperado para que o indicador seja mantido como um item reflexivo do construto. Sendo todos os indicadores do construto diferenciação de serviços em sua dimensão de Pessoas aceitos pelo teste de significância e seus coeficientes padronizados. Quadro 70 – Coeficiêntes padronizados de regressão e teste de significância PES1 PES2 0,815 0,918 0,000 0,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Coeficiente P PES3 PES4 PES5 0,790 0,000 0,680 0,000 0,697 0,000 A seguir na Figura 4, a representação gráfica do modelo proposto para a mensuração do construto diferenciação de serviços em sua dimensão de Pessoas, com suas estimativas padronizadas e suas covariâncias indicadas pelo software AMOS™ 16.0. 93 Figura 4 – Modelo do construto Diferenciação de serviços: Dimensão pessoas e1 -,15 -,12 e2 e3 ,66 Pes1 ,53 ,84 ,62 Pes2 ,81 e4 Pes3 ,92 ,79 ,68 e5 ,46 Pes4 ,49 Pes5 ,70 Pessoas Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Depois da apresentação da análise fatorial confirmatória do construto Diferenciação de serviços na sua dimensão de Pessoas e a confirmação do modelo, são demonstrados os resultados desta análise ao construto diferenciação de serviços, na dimensão de Processos. 4.4.2.2 AFC - Construto DS: Dimensão Processos No Quadro 71, é possível observar a relação de itens pertencentes ao questionário, utilizados para a mensuração da Diferenciação de serviços na dimensão processos. 94 Quadro 71 - Variáveis e Medidas – Diferenciação de Serviços CONSTRUTO DIMENSÃO Diferenciação de Serviços Processos ITEM Pro2 – Procedimento Operacional Padrão (POP) para rapidez na higienização da Unidade Habitacional Pro3 – Procedimento Operacional Padrão (POP) focada na eficiência de custos na Governança Pro4 – Procedimento Operacional Padrão (POP) focado na flexibilidade e ajuste rápido as exigências do mercado Pro5 – Procedimento Operacional Padrão (POP) para recrutamento e seleção de colaboradores Pro6 – Procedimento Operacional Padrão (POP) para Manutenção responsável por obter o máximo do equipamento Pro7 – Procedimento Operacional Padrão (POP) baseado na qualidade pela satisfação do seu cliente Pro8 – Procedimento de comercialização: (Site, Portal de internet e Operadoras de Turismo on-line) Os valores mínimos esperados pela análise fatorial confirmatória para o construto diferenciação de serviços na sua dimensão processos são apresentados no Quadro 72. Foram registrados tanto os valores para os testes das medidas de ajustes absolutos, quanto para as medidas de ajustes incrementais. Quadro 72 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória CLASSIFICAÇÃO Medidas de ajuste absolutas Medidas de ajuste incrementais MEDIDA X² X²/ GL RMSEA NFI CFI TLI VALORES MÍNIMOS ESPERADOS p>α < 3,000 Inferior a 0,100 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Fonte: Hair et al. (2009) Após a análise, verificou-se que os resultados para os índices de ajuste para medidas absolutas (valores do qui-quadrado, qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade e a raiz do erro quadrático médio de aproximação - RMSEA) e os índices de ajuste de medidas incrementais absolutas (CFI, NFI e TLI) estão bem ajustados e seus valores esperados foram maiores que os valores mínimos esperados. No Quadro 73, são apresentados os valores do resultado da pesquisa e os valores esperados. 95 Quadro 73 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração Índice X² X² / GL P RMSEA CFI TLI NFI Valores Modelo Final 16,344 (GL=10) 1,634 0,090 0,065 0,992 0,984 0,981 Valores Esperados < 3,000 > 0,050 < 0,100 > 0,900 > 0,900 > 0,900 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) De acordo com Hair et al. (2009), 0,500 é o menor valor aceito para as cargas padronizadas. Esses são os valores mínimos esperados, para que o indicador seja mantido como um item reflexivo do construto. No Quadro 73, são apresentados os valores das cargas dos itens e a sua respectiva significância sobre o construto na sua dimensão, processos. Como resultado dos dados, todos os indicadores foram mantidos, uma vez que são superiores ao mínimo aceitável. O indicador Pro8, com o valor igual a 0,718, é o indicador com o menor valor encontrado. Com esses resultados, todos os indicadores foram mantidos, uma vez que são superiores ao mínimo aceitável. No teste de significância, os indicadores Pro1, Pro2, Pro3, Pro4, Pro5, Pro6, Pro7 e Pro8 foram aprovados. Esses resultado são apresentados no Quadro 74. Quadro 74 – Coeficiêntes padronizados de regressão e teste de significa Coeficiente P PRO2 0,776 0,000 PRO3 0,775 0,000 PRO4 0,890 0,000 PRO5 0,855 0,000 PRO6 0,833 0,000 PRO7 0,834 0,000 PRO8 0,718 0,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) A Figura 5 é a representação gráfica do modelo proposto para a mensuração do construto e suas estimativas padronizadas e covariâncias, para o modelo da dimensão Processos, do construto diferenciação de serviços. 96 Figura 5 – Modelo do construto Diferenciação de serviços: Dimensão processos -,19 -,24 ,30 e2 ,39 e3 e4 ,60 Pro2 ,60 Pro3 ,78 e5 ,79 ,73 Pro4 ,77 e6 Pro5 ,89 e7 ,69 Pro6 ,86,83 ,83 e8 ,70 Pro7 ,52 Pro8 ,72 Processos Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Depois da apresentação da análise fatorial confirmatória do construto Diferenciação de serviços na dimensão de Pessoas e a confirmação do modelo, são demonstrados os resultados desta análise ao construto diferenciação de serviços, na dimensão de Processos. 4.4.2.3 AFC - Construto DS: Dimensão Ambiente No Quadro 75, é possível observar a relação de itens pertencentes ao questionário, utilizados para a mensuração da Diferenciação de serviços na dimensão ambiente. Quadro 75 - Variáveis e Medidas – Diferenciação de Serviços CONSTRUTO Diferenciação de Serviços DIMENSÃO ITEM Amb1 – Manutenção do Ambiente da Estrutura Física: (Parede, Elétrica, Hidráulica, Carpete, Louça, Pintura, etc) Amb2 – Manutenção no Ambiente da Unidade Habitacional: (Colchão, Enxoval, TV, Refrigeração e Wi-Fi) Ambientes Amb3 – Manutenção do Ambiente para Eventos: (Conforto, Cadeiras, Mesas e Estrutura Física) Amb6 – Satisfação com a terceirizada pelos Alimentos e Bebidas Amb7 – Disponibilidade de estacionamento do hóspede 97 Os valores mínimos esperados pela análise fatorial confirmatória para o construto diferenciação de serviços na dimensão ambiente são apresentados no Quadro 76. Foram aceitos os valores para os testes das medidas de ajustes absolutos, quanto para as medidas de ajustes incrementais. Quadro 76 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória CLASSIFICAÇÃO Medidas de ajuste absolutas Medidas de ajuste incrementais MEDIDA X² X²/ GL RMSEA NFI CFI TLI VALORES MÍNIMOS ESPERADOS p>α < 3,000 Inferior a 0,100 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Fonte: Hair et al. (2009) Após a análise, verificou-se que os resultados para os índices de ajuste para medidas absolutas (valores do qui-quadrado, qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade e a raiz do erro quadrático médio de aproximação - RMSEA) e os índices de ajuste de medidas incrementais absolutas (CFI, NFI e TLI) estão bem ajustados e seus valores esperados foram maiores que os valores mínimos esperados. No Quadro 77, são apresentados os valores do resultado da pesquisa e os valores esperados. Quadro 77 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração Índice X² X² / GL P RMSEA CFI TLI NFI Valores Modelo Final 1,322 (GL=3) 0,441 0,724 0,000 1,000 1,014 0,997 Valores Esperados < 3,000 > 0,050 < 0,100 > 0,900 > 0,900 > 0,900 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Para Hair et al. (2009), 0,500 é considerado o menor valor aceito para as cargas padronizadas. Esses são os valores mínimos esperados para que o indicador seja mantido como um item reflexivo do construto. No Quadro 78, são apresentados os valores das cargas dos itens e a sua respectiva significância sobre o construto, 98 dimensão ambiente. Como resultado dos dados, todos os indicadores foram mantidos, uma vez que são superiores ao mínimo aceitável. O indicador Amb7, com o valor igual a 0,724 é o indicador com o menor valor encontrado. Com esses resultados, todos os indicadores foram mantidos, uma vez que são superiores ao mínimo aceitável. Quadro 78 – Coeficiêntes padronizados de regressão e teste de significa Coeficiente P AMB1 0,801 0,000 AMB2 0,950 0,000 AMB3 0,636 0,000 AMB6 0,604 0,000 AMB7 0,724 0,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) A Figura 6 é a representação gráfica do modelo proposto para a mensuração do construto e suas estimativas padronizadas e covariâncias, para o modelo da dimensão Ambiente. Figura 6 – Modelo do construto Diferenciação de serviços: Dimensão ambiente -,14 ,43 e1 e2 ,64 Amb1 e3 ,90 Amb2 ,80 e4 ,40 Amb3 ,95 ,64 ,60 e5 ,36 Amb6 ,52 Amb7 ,72 Ambiente Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Depois da apresentação da análise fatorial confirmatória do construto Diferenciação de serviços na dimensão de Ambiente e a confirmação do modelo, são demonstrados os resultados desta análise ao construto diferenciação de serviços, em suas três dimensões. 99 4.4.2.4 AFC - Modelo de mensuração do construto Diferenciação de serviços Os valores mínimos esperados pela análise fatorial confirmatória para o construto diferenciação de serviços na dimensão ambiente são apresentados no Quadro 79. Foram aceitos os valores para os testes das medidas de ajustes absolutos, quanto para as medidas de ajustes incrementais. Quadro 79 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória CLASSIFICAÇÃO Medidas de ajuste absolutas Medidas de ajuste incrementais MEDIDA X² X²/df RMSEA NFI CFI TLI VALORES MÍNIMOS ESPERADOS p>α < 3,000 Inferior a 0,100 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Fonte: Hair et al. (2009) Ao se analisar os resultados dos dados das três dimensões da diferenciação de serviços, verificou-se que os resultados para os índices de ajuste para medidas absolutas (valores do qui-quadrado, qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade e a raiz do erro quadrático médio de aproximação - RMSEA) e os índices de ajuste de medidas incrementais absolutas (CFI, NFI e TLI) estão bem ajustados e seus valores esperados foram maiores que os valores mínimos esperados. No Quadro 80, são apresentados os valores do resultado da pesquisa e os valores esperados. Quadro 80 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração para DS em suas três dimensões. Índice X² X² / df P RMSEA CFI TLI NFI Valores Modelo Final 235,156 (df=104) 2,261 0,000 0,091 0,932 0,912 0,887 Valores Esperados < 3,000 > 0,050 < 0,100 > 0,900 > 0,900 > 0,900 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) No que tange às cargas padronizadas, Hair et al. (2009) indicam que o resultado igual ou superior a 0,500 deve ser aceito. Esses são os valores mínimos 100 esperados, para que o indicador seja mantido como um item reflexivo do construto. No Quadro 81, são apresentados os valores das cargas dos itens e a sua respectiva significância sobre o construto, em suas três dimensões. Como resultado dos dados, todos os indicadores foram mantidos, uma vez que são superiores ao mínimo aceitável, sendo o indicador Amb7 o de menor resultado, sendo igual a 0,608, mas ainda assim superior ao mínimo exigido. Quadro 81 – Coeficiêntes padronizados de regressão e teste de significa Coeficient e P Coeficient e P AMB1 AMB2 AMB3 AMB6 AMB7 PES1 PES2 PES3 PES4 PES5 ,720 ,745 ,813 ,777 ,608 ,712 ,799 ,839 ,722 ,859 0,00 0 Pro2 ,781 0,00 0 Pro3 ,775 0,00 0 Pro4 ,899 0,00 0 Pro5 ,859 0,00 0 Pro6 ,843 0,00 0 Pro7 ,806 0,00 0 Pro8 ,695 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 Para representar as três dimensões do construto diferenciação de serviços, foram utilizadas 17 variáveis empíricas/observáveis, sendo elas Pes1, Pes2, Pes3, Pes4, Pes5, Pro2, Pro3, Pro4, Pro5, Pro6, Pro7, Pro8, Amb1, Amb2, Amb3, Amb6 e Amb7. A representação da análise fatorial confirmatória do construto diferenciação de serviços foi feita por meio de um diagrama de caminho realizado por meio do software AMOS. A Figura 7 é a representação gráfica do modelo proposto para a mensuração do construto e suas estimativas padronizadas e covariâncias, para o modelo da dimensão Processos, do construto diferenciação de serviços. O diagrama demonstra a correlação do construto diferenciação de serviços em suas três dimensões e para tal foram usadas as seguintes variáveis observáveis: Pes1, Pes2, Pes3, Pes4, Pes5, Pro2, Pro3, Pro4, Pro5, Pro6, Pro7, Pro8, Amb1, Amb2, Amb3, Amb6 e Amb7. A relação e os valores observados nas flechas bidirecionais entre as variáveis latentes são as correlações entre essas variáveis. Percebe-se que a correlação entre as dimensões Pessoas, Processos e Ambiente é positiva e significativa. Esse é o primeiro passo para considerar o modelo inicial proposto como aceitável, e pode 101 ser corroborado com distintos índices de ajustes do modelo já apresentado. Figura 7 - Correlação do construto diferenciação de serviços em suas três dimensões ,61 e17 Pes5 e16 Pes4 ,46 -,14 -,15 ,46 e15 Pes3 e14 Pes2 ,70 ,64 ,52 e13 ,78 ,72 ,52 ,84 Pessoas ,80 ,72 Pes1 ,48 e18 ,65 ,29 -,16 ,36 -,23 ,69 Pro8 e7 Pro7 e6 Pro6 ,69 ,71 ,81 ,84 ,74 e5 Pro5 e4 Pro4 e3 ,63 ,86 ,81 ,90 ,60 ,77 Processos ,78 Pro3 ,61 ,29 e2 Pro2 ,59 ,52 e12 Amb1 ,43 -,15 e11 Amb2 e10 Amb3 ,38 Amb7 ,81 ,78 ,61 Amb6 ,37 e8 ,75 ,66 ,60 e19 ,72 ,56 Ambientes 102 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) A relação e os valores observados nas flechas bidirecionais entre as variáveis latentes são as correlações entre estas variáveis. Percebe-se, a correlação entre as dimensões Pessoas, Processos e Ambiente possuem correlações positivas e significativas. Sendo este o primeiro passo para considerar o modelo inicial proposto como aceitável, e pode ser corroborado com distintos índices de ajustes do modelo já apresentado. 4.4.3 AFC - Construto Desempenho No Quadro 82, é possível observar a relação de itens pertencentes ao questionário, utilizados para a mensuração do desempenho. Quadro 82 - Variáveis e Medidas – Desempenho CONSTRUTO ITEM Des1 - Vendas totais Des2 - Taxa de Ocupação DESEMPENHO Des3 - Margem de lucro sobre as vendas totais Des4 - Vendas por unidade habitacional Des5 - Diária média Fonte: Carvalho (2011) Os valores mínimos esperados pela análise fatorial confirmatória para o construto capacidades mercadológicas são apresentados no Quadro 83. Os valores para os testes das medidas de ajustes absolutos, quanto para as medidas de ajustes incrementais são apresentados. Quadro 83 – Valores mínimos esperados de uma análise fatorial confirmatória CLASSIFICAÇÃO Medidas de ajuste absolutas Medidas de ajuste incrementais Fonte: Hair et al. (2009) MEDIDA X² X²/ GL RMSEA NFI CFI TLI VALORES MÍNIMOS ESPERADOS p>α < 3,000 Inferior a 0,100 Superior a 0,900 Superior a 0,900 Superior a 0,900 103 Após a análise, verificou-se que os resultados para os índices de ajuste para medidas absolutas (valores do qui-quadrado, qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade e a raiz do erro quadrático médio de aproximação - RMSEA) e os índices de ajuste de medidas incrementais absolutas (CFI, NFI e TLI) estão bem ajustados e seus valores esperados foram maiores que os valores mínimos esperados. No Quadro 84 são apresentados os valores do resultado da pesquisa e os valores esperados. Quadro 84 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração Índice X² X² / GL P RMSEA CFI TLI NFI Valores Modelo Final 9,061 (GL=4) 2,265 0,060 0,091 0,988 0,970 0,979 Valores Esperados < 3,000 > 0,050 < 0,100 > 0,900 > 0,900 > 0,900 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) De acordo com Hair et al. (2009), 0,500 é considerado o menor valor aceito para as cargas padronizadas. Estes são os valores mínimos esperados, para que o indicador seja mantido como um item reflexivo do construto. No Quadro 85, são apresentados os valores das cargas dos itens e a sua respectiva significância sobre o construto desempenho. Como resultado dos dados, todos os indicadores foram mantidos, uma vez que são superiores ao mínimo aceitável. O indicador Des1, com o valor igual a 0,750, é o indicador com o menor valor encontrado. Com esses resultados, todos os indicadores foram mantidos, uma vez que são superiores ao mínimo aceitável. Os indicadores Des1, Des2, Des3, Des4 e Des5 foram aprovados pelo teste de significância, por estarem respeitando o valor limítrofe. Quadro 85 – Coeficiêntes padronizados e teste de significa Coeficiente P Des1 0,750 0,000 Des2 0,826 0,000 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Des3 0,836 0,000 Des4 0,817 0,000 Des5 0,775 0,000 104 A Figura 8 apresenta o diagrama do modelo de mensuração com as estimativas padronizadas (Desempenho) Figura 8 – Modelo do construto Desempenho -,24 e1 e2 ,56 Des1 e3 ,68 Des2 ,75 e4 ,70 Des3 ,83 ,84 ,82 e5 ,67 Des4 ,60 Des5 ,77 Desempenho Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Após a análise individual e também da análise da relação de covariância das dimensões de cada construto: Capacidades Mercadológicas; Diferenciação de Serviços e as três dimensões; e Desempenho, a seguir são apresentados os resultados dos testes de ajustes, a avaliação dos modelos estruturais e a identificação do modelo geral. 4.5 Modelo Estrutural O primeiro modelo estrutural proposto foi testado e aceito pela análise fatorial exploratória e pela análise fatorial, sem problemas de identificação e com bom ajuste. Os valores de assimetria e curtose foram expostos aos testes e permaneciam dentro dos valores esperados. Contudo, ao se verificar o desempenho em conjunto, como modelo, não conseguiu aferir os resultados mínimos esperados. Os índices de ajuste do modelo geral foram baseados no método da máxima verossimilhança (MLE). Na figura 9, é 105 apresentada a primeira simulação do modelo proposto, apresentando os indicadores de cada construto. 106 Figura 9 - Primeiro Modelo Proposto. ,59 e35 ,39 e2 ,61 Pro2 e3 e4 ,62 Pro3 e5 ,79 Pro4 Pro5 ,78 ,79 ,89 ,87 e6 ,76 ,85 Pro6 ,81 e7 ,72 ,65 Pro7 e21 Cam2 e20 Cam3 e19 Cam4 ,75 e18 Cam5 Pes3 e15 ,60 Pes4 ,63 e16 ,52 Pes5 e17 ,20 -,03 ,56 Des1 ,71 ,61 ,50 e33 ,77 e14 ,73 ,72 Capacidades Mercadológicas ,87 ,85 Pessoas Pro8 ,67 ,74 ,60 ,57 ,76 Pes2 Processos e34 ,36 ,50 e13 ,73 ,85 ,71 ,44 ,55 e28 Pes1 ,77 e37 Cam1 ,42 ,37 ,49 ,22 Ambientes ,81 ,90 ,66 ,81 ,75 ,70 ,49 Amb1 Amb2 Amb3 e12 e11 e10 Desempenho ,65 ,73 Amb6 e9 ,64 ,80 Des2 ,84 ,53 Amb7 e8 ,78 e24 ,71 Des3 ,81 ,43 e23 e25 ,65 Des4 e26 ,60 e36 Des5 e27 107 No Quadro 84 são apresentados os resultados aferidos no modelo proposto. Para as medidas de ajustes absolutos: o qui² (X²); o qui² dividido pelos graus de liberdades (X² / GL); e a raiz do erro quadrático médio de aproximação (RMSEA), estão dentro dos valores esperados. Entretanto, o comportamento das medidas de ajuste incremental não foi acima das medidas esperadas. Quadro 86 – Índices de ajuste da primeira simulação do modelo geral Índice X² X² / GL P RMSEA CFI TLI NFI Valores Modelo Final 768,319 (GL=318) 2,416 0,000 0,097 0,850 0,834 0,771 Valores Esperados < 3,000 > 0,050 < 0,100 > 0,900 > 0,900 > 0,900 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) O software AMOS encontrou uma solução de identificação e gerou as cargas de regressão, que são apresentados no Quadro 85, com a exceção da relação da dimensão de Processos e o do Desempenho, que não se mostrou significativa, as demais relações são consideradas significativas. Quadro 87 – Estimativas de cargas do primeiro modelo estrutural Ambiente_3d Processos_2d Pessoas_1d Desempenho_vd Desempenho_vd Desempenho_vd Desempenho_vd Capacidades_Mercadologicas Capacidades_Mercadologicas Capacidades_Mercadologicas Capacidades_Mercadologicas Ambiente_3d Pessoas_1d Processos_2d Carga Padronizada ,609 ,666 ,626 ,423 ,221 ,200 -,033 C.R. 7,317 8,244 7,358 2,924 2,361 2,095 -,333 P *** *** *** ,003 ,018 ,036 ,739 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) A segunda simulação levou em consideração as covariâncias indicadas pelo software AMOS. A figura 10 apresenta os resultados do modelo sendo testados com as covariâncias. 108 Figura 10 - Segundo Modelo Proposto -,21 ,74 -,19 ,39 ,28 e2 e35 ,29 ,36 ,62 Pro2 Pes1 e3 e4 ,61 Pro3 e5 ,80 Pro4 Pro5 ,79 ,78 ,90 ,86 e6 ,74 Pro6 ,83 ,82 e7 ,69 e28 ,66 Pro7 ,47 ,86 ,73 ,86 Pes2 ,73 Pessoas Pro8 ,66 ,69 e21 e34 ,36 ,79 ,60 e20 Cam3 e19 Cam4 -,38 ,57 ,76 ,80 e18 Cam5 e37 Cam1 -,03 ,69 ,51 ,36 ,71 Amb1 Amb2 Amb3 Amb6 e12 e11 e10 e9 ,42 -,19 ,51 ,26 ,75 ,65 ,60 ,36 ,43 ,83 e17 Des1 ,57 ,32 ,91 e16 ,26 Ambientes ,83 ,57 ,60 ,57 Desempenho Amb7 e8 e23 ,25 ,62 ,49 e33 -,44 e15 Pes5 Capacidades Mercadológicas ,70 ,24 ,44 ,60 ,65 ,89 Pes3 Pes4 Processos Cam2 e14 ,53 ,77 ,42 ,62 e13 Des2 ,79 ,84 ,70 Des3 ,84 ,78 e24 e25 ,70 Des4 e26 ,61 e36 Des5 e27 -,16 109 No Quadro 88 são apresentados os resultados aferidos no modelo proposto. Para as medidas de ajustes absolutos: o qui² (X²); o qui² dividido pelos graus de liberdades (X² / GL); e a raiz do erro quadrático médio de aproximação (RMSEA) estão dentro dos valores esperados. Nessa simulação, o comportamento das medidas de ajuste incremental foi acima ou muito próximo das medidas esperadas. Quadro 88 – Índices de ajuste da segunda simulação do modelo geral Índice X² X² / GL P RMSEA CFI TLI NFI Valores Modelo Final 493,855 (GL=258) 1,914 0,000 0,078 0,914 0,900 0,837 Valores Esperados < 3,000 > 0,050 < 0,100 > 0,900 > 0,900 > 0,900 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) O software AMOS encontrou uma solução de identificação e gerou as cargas de regressão, que são apresentados no Quadro 89, com a exceção da relação da dimensão de Processos e o do Desempenho, que não se mostrou significativa, as demais relações são consideradas significativas. Quadro 89 – Estimativas de cargas do segundo modelo estrutural Processos_2d Ambiente_3d Pessoas_1d Desempenho_vd Desempenho_vd Desempenho_vd Desempenho_vd Capacidades_Mercadologicas Capacidades_Mercadologicas Capacidades_Mercadologicas Ambiente_3d Processos_2d Pessoas_1d Capacidades_Mercadologicas Carga Padronizada ,645 ,558 ,596 ,253 -,023 ,269 ,362 C.R. 8,097 6,791 7,032 2,958 -,255 3,021 2,889 P *** *** *** ,003 ,799 ,003 ,004 Fonte: Dados da Pesquisa (2012) Na segunda simulação, o modelo apresentou-se melhor ajustado. Hair et al. (2005) abordam a significância prática, ressaltando que o pesquisador não deve ficar míope e se concentrar somente na significância alcançada dos resultados sem compreender suas interpretações. Recomendam os autores Hair et al. (2005) que a pesquisa em termos 110 acadêmicos não devem apenas verificar os resultados estatísticos, mas também as implicações substantivas e teóricas, as quais são muitas vezes extraídas da significância, da prática. De acordo com Brei e Liberali Neto (2006), não existe uma uniformidade na literatura em relação ao número absoluto para uma amostra pequena (podem ser encontrados valores entre 100 e 200 casos). Afirmam os autores que há muito mais acordo no que diz respeito à razão entre tamanho da amostra/número de parâmetros estimados no modelo. Ainda afirmam Brei e Neto (2006), no que tange às medidas de ajuste incrementais: NFI; CFI e TLI, que não existem limites definidos para seus valores na aceitação de modelos, podendo ser utilizados apenas para comparação entre modelos alternativos. Apresentam que a razão deve ser de pelo menos cinco respondentes para cada indicador, para que se consigam estimativas consistentes de parâmetros. Ressaltam também que há autores para os quais essa relação deve ser ainda maior, sendo pelo menos de 10 respondentes para cada indicador do modelo testado, a fim de que se obtenham testes de significância estatística apropriados. A presente tese possui 27 indicadores, respeitando o parâmetro mínimo esperado de 5 respondentes por indicador, o que totaliza 135 respondentes. O tamanho da amostra ficou em 153 respondentes. Analisando os índices apresentados no Quadro 87, verificou-se que os mesmos apresentam bons níveis de ajustes, demonstrando que o modelo proposto final se ajusta bem aos observados, sendo dessa forma uma boa representação do mesmo. Observando os indicadores de ajustes, percebeu-se que a grande maioria possui valores superiores ao nível mínimo de aceitação. O RMSEA é considerado como um dos índices mais informativos, pois tenta responder a questão de quão bem o modelo, com parâmetros desconhecidos, mas eficientemente escolhidos, ajustam a matriz de covariância populacional. Outras medidas que são bastante utilizadas são CFI, NFI e TLI as quais preconizam que quanto mais próximo de 1, mais aceitável é o modelo, em geral utiliza-se 0,900, como ponto de corte para considerar o modelo aceitável. O modelo proposto apresenta valores acima do mínimo recomendado para o CFI e NFI, estando próximo ao TLI, e, portanto, é considerado um modelo aceitável, já em condições de verificar o teste de hipóteses. 111 4.6 Teste de Hipóteses O conjunto de hipóteses desta pesquisa foi testado utilizando-se o método da máxima verossimilhança da modelagem de equações estruturais disponível no software AMOS™ 16.0. Com base na informações apresentadas nas análises fatoriais exploratória e confirmatória, na sequência serão convocadas cada uma das hipóteses da presente tese para que seja possível confrontar o pressuposto e os achados no tratamento estatístico dos dados da modelagem de equações estruturais. H1: Capacidades Mercadológicas têm relação com desempenho. Essa hipótese foi suportada. Identificou-se que existe uma relação positiva entre as Capacidades Mercadológicas e o Desempenho (0,362), significante a α=0,05 (p=0,000 < α = 0,05). Verificam-se na literatura de serviços estudos que abordam a importância para aumento das capacidades da organização, conforme apresentado, assim como também é pródiga na literatura a abordagem dos reflexos no que tange ao desempenho das organizações. Considerando a concepção das capacidades mercadológicas, segundo a qual se busca o conhecimento mercadológico em um ambiente dinâmico, deve-se objetivar auxiliar a organização a buscar a antecipação das necessidades dos consumidores em vez de, como normalmente ocorre nas empresas, apenas mostrar uma reação em relação às insatisfações apresentadas. Conclui-se que a melhora do desempenho organizacional, também advém do desenvolvimento das capacidades mercadológicas e da antecipação das necessidades do consumidor (COLLIER, 1987). As empresas têm diferentes orientações estratégicas e enfrentam uma grande variedade de condições internas e externas. Para alcançar um desempenho superior, os gestores devem ter seu comportamento levado em conta na elaboração da estratégia ou na implementação de capacidades na organização (SLATER; OLSON; HULT, 2006; SILVEIRA-MARTINS, 2012). 112 A antecipação e o entendimento das necessidades e desejos do cliente são vistos como um importante pré-requisito para um relacionamento de longo prazo, o que contribui para um bom desempenho da organização. Estudos anteriores asseguram que uma empresa com uma forte capacidade mercadológica exibe desempenho superior, uma vez que identifica as necessidades do cliente, conhece e entende o comportamento de seu consumidor, além dos fatores que influenciam as suas escolhas e exigências. Desta forma, uma empresa de serviços deve agir orientada para o mercado (CHADEE; MATTSSON, 1996; WITT; STEWART, 1996; DUTTA; NARASIMHAN; RAJIV, 1999; MORGAN, et al. 2003). As capacidades mercadológicas relacionam-se ao desempenho organizacional, ao poder de suprir a existência de duas grandes deficiências encontradas por Su e Lin (2006) e Yang (2007), no projeto de serviço. Uma delas é a falta de ligação entre a estratégia de negócios e o design de serviços. A outra é a falta de meios para se medir o desempenho global de uma concepção dos serviços. O conhecimento e antecipação dos desejos do consumidor, por si só, não são suficientes para desenvolver as capacidades mercadológicas. O conhecimento sobre a concorrência, e as habilidades em segmentação de mercado também apresentam relação com o desempenho organizacional. Seguindo essa mesma linha de pensamento, os pesquisadores Song, Nason e Benedetto (2008), e Bruni e Verona (2009) grafam que as capacidades mercadológicas podem contribuir para uma melhor e mais detalhada compreensão das práticas da gestão como um todo, favorecendo o desempenho da organização. Não obstante, observa-se que esses posicionamentos não são unânimes. Outros autores reforçam que novos estudos das capacidades mercadológicas devam ser desenvolvidos, pois essa temática ainda não alcançou sua maturidade em termos de pesquisas (WANG; AHMED, 2007; ALVES; ZEN; PADULA, 2011). H2: Capacidades Mercadológicas têm relação com Diferenciação de Serviços na dimensão Pessoas. Essa hipótese foi suportada. Admite-se a existência da relação positiva entre as Capacidades Mercadológicas e a Diferenciação de Serviços na dimensão 113 Pessoas (0,596), significante a α=0,05 (p=0,000 < α = 0,05). Nos serviços hoteleiros, a garantia da qualidade de uma empresa serviço é uma tarefa de seus gestores. As capacidades mercadológicas auxiliam a organização e seus gestores a alterar as configurações das variáveis controláveis. Os destaques de diversas pesquisas concentram-se na capacitação das pessoas para garantir a diferenciação na oferta, tangendo a garantia de padrão da qualidade, da gestão dos serviços e da imagem organizacional (WILLBORN, 1986; SHREDNICK; SHUTT; WEISS, 1992). A diferenciação de serviços se dá por meio de três dimenções ou variáveis controláveis pela organização, sendo: Pessoas, Processos e Ambientes. Pesquisadores como Lees e Dale (1988), Lehtinen e Lehtinen (1991), Watson, Pitt e Kavan (1998) afirmam que por meio de suas pesquisas, os gestores e organizações conseguem entender o mercado, a oferta e imagem da diferenciação. Kotabe, Srinivasan e Aulakh (2002) afirmam que a capacidade mercadológica de uma empresa pode levar à diferenciação de oferta de seus serviços. H3: Capacidades mercadológicas têm relação com Diferenciação de Serviços na dimensão Processos. Essa hipótese foi suportada. Averiguou-se que existe uma relação positiva entre as Capacidades Mercadológicas e a Diferenciação de Serviços na dimensão Processos (0,645), significante a α=0,05 (p=0,000 < α = 0,05). Outra dimensão da diferenciação de serviços que poderá se beneficiar das capacidades mercadológicas são os processos de serviços. Já pela visão da RBV, que acredita que o conjunto de recursos da firma não é somente uma lista de fatores, a dimensão dos Processos serve para a interação entre esses recursos e seus efeitos sobre a organização (WERNERFELT, 1984; BARNEY, 1991). Portanto, de certa forma, a partir das capacidades mercadológicas, o ponto de partida para diferenciação de serviço, passa pelos processos da organização. Esse resultado encontrado está de acordo com as pesquisas de Edvardsson (1988), Smith (1994), Edvardsson e Olsson (1996) e Nielsen e Host (2000). Kotabe, Srinivasan e Aulakh (2002) afirmam que a capacidade mercadológica 114 de uma empresa pode levar à diferenciação de oferta de seus serviços. A correta execução dos processos e a confiança por parte do consumidor fazem diferença entre os competidores pela ótica do consumidor. A formação da expectativa de satisfação para o cliente, a escolha dos processos trazem uma intenção estratégica no planejamento de design de serviço, pois podem oferecer a diferenciação de sua concorrência, como já visto em estudos como de Chang (2008) e Barrutia, Charterina e Gilsanz (2009). H4: Capacidades mercadológicas têm relação com Diferenciação de Serviços na dimensão Ambientes. Essa hipótese foi suportada. Identificou-se que existe uma relação positiva entre as Capacidades Mercadológicas e a Diferenciação de Serviços na dimensão Ambientes (0,558), significante a α=0,05 (p=0,000 < α = 0,05). Uma preocupação que se pode verificar ao se analisar os dados, é no que tange ao ambiente físico da hotelaria executiva. A estrutura física, por poder tangibilizar a oferta de seus serviços, é de fácil comparação entre os competidores por parte dos consumidores deste tipo de hotelaria. Halliday (2000) e Anitsal e Paige (2006) verificam que a dimensão das evidências físicas é a parte visível aos clientes e impacta na satisfação geral do consumidor e no desempenho da organização. Como afirma Morrison (1998), o mercado de serviços, em específico o de turismo e hotelaria, é altamente segmentado e frequentemente operado por uma diversidade de pequenas empresas, que oferecem uma variedade de locações, de qualidade, de infraestrutura física, voltadas para mercados de nichos especiais e, assim, gerando diferenciação para o seu segmento de atuação. Kotabe, Srinivasan e Aulakh (2002) afirmam que a capacidade mercadológica de uma empresa pode levar à diferenciação de oferta de seus serviços. H5: Diferenciação de Serviços na dimensão Pessoas tem relação com o desempenho. Essa hipótese foi suportada. Identificou-se que existe uma relação positiva 115 entre a Diferenciação de Serviços na dimensão Pessoas e o Desempenho (0,269), significante a α=0,05 (p=0,000 < α = 0,05). Bitner (1990) e Grönroos (1998) informam que somente as escolhas estratégicas corretas não garantem a qualidade e o desempenho organizacional. Em seus resultados de pesquisas, indica que os funcionários de atendimento ao cliente possui um papel importante, podendo afetar a percepção do cliente sobre a qualidade de serviços. Edvardsson (1988) visualiza o setor de serviços, como um encontro de pessoas. Assim sendo, a gestão deveria priorizar a gestão dos incidentes críticos, que influencia na qualidade percebida e na diferenciação dos serviços. O cliente pode exigir a adaptação da organização por meio de treinamentos especiais aos funcionários, uma vez que se verificou que um dos principais incidentes críticos é devido a informações incorretas ou ausentes de seus funcionários. Os pesquisadores Dickens (1996), Lewis e Gabrielsen (1998), e Haring e Mattsson (1999) afirmam que, nas indústrias de serviços, pessoas são definidas como sendo um sub-conjunto importante na indústria de serviços, que lidam com a prestação de serviços aos consumidores com o objetivo de provocar mudanças benéficas nos consumidores, sendo um fator de diferenciação na oferta de serviços e de melhoria no desempenho da organização. Broderick (1999) argumenta que para uma melhor gestão dos recursos interativos organizacionais, em sua interface dos serviços entre a empresa e seus clientes, apoia-se na contribuição da teoria de papéis. A organização possuidora do foco mais claro sobre o seu desempenho pode contribuir e incorporar este fator como a sua diferenciação de serviços. Para White (2006), Ackfeldt e Wong (2006), Bienstock e DeMoranville (2006), Harris e Fleming (2007), e uma vez que é possível verificar em pesquisas anteriores a importância das pessoas nos encontros de serviços, o objetivo desse estudo foi explorar a relação entre estados de humor, as emoções, as percepções de qualidade de serviço e a lealdade do consumidor em um contexto de serviço. Para os autores, além da diferenciação dos serviços, a dimensão Pessoas pode melhorar a eficácia e o desempenho organizacional. No caso de empresas que desenvolvem serviços diferenciados como estratégia de mercado, seus gestores identificaram um grupo de clientes que deseja 116 mais benefícios. Além disso, esses clientes vão existir em número suficiente para ser rentável, pois geralmente estão dispostos a pagar um preço maior do que as ofertas indiferenciadas (ROBINSON; CLARKE-HILL; CLARKSON, 2002; VORHIES; MORGAN; AUTRY, 2009). Luoh e Tsaur (2009) apresentam as características dos prestadores de serviços, tais como gênero e atratividade física, concluindo que realmente esta diferenciação pela ótica do consumidor desempenha um papel significativo nos encontros entre cliente e fornecedor do serviço afetando positivamento o desempenho da empresa. Davies (2009) destaca que embora os procedimentos possam ser facilmente replicados internamente, os negócios de serviços exigem além de alta criatividade, a qualidade interacional, portanto são as pessoas que sustentam o valor nas relações. Browning et al. (2009) apontaram o conhecimento, as habilidades e as atitudes de seus empregados como sendo uma fonte emergente de vantagem competitiva para indústrias de serviços. As organizações de alto desempenho de serviços estão ativamente buscando as melhores práticas em todas as áreas de recrutamento e seleção, treinamento e comunicação, desenvolvimento e trabalho em equipe. Para Agarwal, Malhotra e Bolton (2010), e Wang (2010), afirmam que a partir da avaliação de desempenho dos funcionários que receberam treinamento extensivo, existe a influência direta com os consumidores, existe a avaliação positiva dos consumidores, podendo perceber os clientes o que a organização valoriza, por meio de programas de treinamento e sistemas de desempenho. Sichtmann, Selasinsky e Diamantopoulos (2011) e Snell e White (2011) concluem que a relação entre as percepções dos clientes sobre a inteligência emocional do funcionário faz muita diferença na qualidade percebida nos encontros de pessoas durante o atendimento. Quanto melhor o preparo da dimensão Pessoas, melhor o desempenho da empresa e maior a percepção da diferenciação dos serviços pelos seus consumidores. H6: Diferenciação de Serviços na dimensão Processos tem relação com o desempenho. Essa hipótese não foi suportada. Não obstante a constatação da existência de 117 uma relação negativa entre a Diferenciação de Serviços na dimensão Processos e o Desempenho (- 0,23), não sendo significante a α=0,05 (p=0,799 > α = 0,05). Não obstante o suporte da teoria, que tal relação é possível, como informam Pitt e Jeantrout (1994) que relacionam os processos de serviços ao resultado em si, mas também envolvem avaliações durante o processo de sua prestação por parte dos clientes. Afirmam os autores que é durante o processo, que o cliente verifica se a sua expectativa do serviço torna-se, por meio de sua percepção, o serviço desejado. Com isso aumentando o desempenho organizacional. Outro suporte para a hipótese baseia-se em Edvardsson e Olsson (1996), que afirmam que o ponto de partida é a construção da qualidade desde o início de seus processos. Argumenta-se que a principal tarefa do desenvolvimento de serviços é criar as condições prévias e genéricas para o serviço. Segundo os autores, os resultados estão ligados diretamente ao desenvolvimento dos processos de serviços. Para os autores Hsieh e Hsieh (2001), também foram encontrados empiricamente os efeitos positivos e significativos na padronização do trabalho e na realização do mesmo, com a qualidade de serviço percebida pelos clientes e o desempenho da organização. Ibáñez, Hartmann e Calvo (2006) e Huang, Chu e Wang (2007) afirmam que os resultados de sua pesquisa sugerem que, para aumentar a satisfação do cliente e o desempenho da empresa, é necessário se concentrar na qualidade dos processos de serviço. É a partir dessas interações que os consumidores julgam a medida em que o fornecedor de serviços se preocupa com eles. A criação de valor é a diferenciação para o consumidor. Para Robinson, Clarke-Hill e Clarkson (2002), as firmas que ofertam produtos e serviços com diferenciação, apresentam uma rentabilidade acima da média, uma vez que conseguem cobrar o preço premium. A respeito dos autores supracitados, Dion, Javalgi e Dilorenzo-Aiss (1998) e Halliday (2000) em seus estudos avaliaram empiricamente o modelo de expectativas de serviço de Zeithaml, Berry e Parasuraman (1993), os entrevistados demonstraram uma percepção de dois padrões distintos que apoiam o modelo da zona de tolerância. Pela teoria do modelo de expectativas de serviço, existe uma zona de 118 tolerância, para avaliação do consumidor. Uma vez que os serviços percebidos pelo consumidor excedem o padrão de comparação (serviço desejado X serviço esperado) logo a qualidade percebida aumenta à medida que o nível de serviço percebido sobe através da zona de tolerância, apresentando-se a diferenciação de serviços. Contudo, se a percepção do serviço estiver dentro deste intervalo (serviço desejado X serviço esperado), apresenta-se a satisfação. Em última análise, se a percepção estiver abaixo do esperado, apresenta-se a insatisfação. O resultado encontrado na presente pesquisa pode ser explicado pela padronização dos serviços ofertados pelas empresas concorrentes e as características deste tipo de hotelaria, que já se apresentam como processos esperados pelos seus consumidores, não existindo na amostra pesquisada nenhum processo que apresente uma diferenciação ou inovação que supere o desejado ou sua adequação. Portanto, não apresentando relação entre os processos e o desempenho. H7: Diferenciação de Serviços na dimensão Ambiente tem relação com o desempenho. Essa hipótese foi suportada. Identificou-se que existe uma relação positiva entre a Diferenciação de Serviços na dimensão Ambientes e o Desempenho (0,253), significante a α=0,05 (p=0,000 < α = 0,05). Para Watson, Pitt e Kavan (1998), o ambiente, além de propiciar a execução dos serviços, tangibiliza o serviço aos olhos do consumidor, que poderá perceber a diferenciação entre os competidores. A expectativa de satisfação e a confiança na prestação de serviços geram valor pela ótica do cliente. Llosa, Chandon e Orsingher (1998), em seu estudo empírico, mostraram que a dimensão tangibilidade (evidências físicas) é claramente percebida pelos clientes. Nas conclusões dos autores, o ambiente é a principal dimensão utilizada pelos consumidores para diferir e escolher os seus fornecedores de serviços, afetando o desempenho da organização. Para o melhor desempenho da empresa, Halliday (2000), e posteriormente Anitsal e Paige (2006), apresenta como destaque os elementos da estrutura organizacional ou fatores relacionados aos 'tangíveis', descritos como uma dimensão 119 separada por muitos pesquisadores (PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 1985, 1988, 1991, 1994; MELS, BOSHOFF, NEL 1997), é a parte visível aos clientes e que afeta diretamente a satisfação geral do consumidor e o desempenho da empresa. Produtos e serviços diferenciados apresentam uma rentabilidade acima da média ou alta rentabilidade (ROBINSON; CLARKE-HILL; CLARKSON, 2002). Bebko, Sciulli e Garg (2006) relacionaram o julgamento do consumidor sobre a confiabilidade e seu reflexo na escolha do fornecedor. Como resultado, encontraram que os consumidores parecem estar dispostos a julgar apenas por uma imagem. Para o consumidor, essa imagem representa uma promessa do serviço gerando a expectativa de satisfação, o elemento físico (ambiente) é utilizado para se diferenciar de seus concorrentes, melhorando o seu desempenho. De acordo com Wang (2009), a percepção de um alto nível de qualidade do serviço recebido por parte do cliente de um provedor de serviços pode aumentar a probabilidade de recomendar esse provedor para os outros, aumentando o seu desempenho organizacional. Ambientes adequados, que conseguem tangibilizar os seus serviços, apresentam o diferencial na escolha de uma empresa por parte dos clientes. Kassim e Zain (2010) afirmam que os resultados de investimento em evidências físicas (Ambiente), por serem muito valorizados pelos consumidores, aumentam o desempenho. H8: Capacidades mercadológicas têm relação com o desempenho mediado pela diferenciação de serviços em sua dimensão Pessoas. Constatou-se que essa hipótese foi suportada. A Diferenciação de serviços em sua dimensão Pessoas media a relação entre a Capacidade Mercadológica e o Desempenho (p=1,000 > α=0,05). H9: Capacidades mercadológicas têm relação com o desempenho mediado pela diferenciação de serviços em sua dimensão Processos. 120 Em consonância com a hipótese anterior, essa hipótese também foi suportada. A Diferenciação de serviços em sua dimensão Processos media a relação entre a Capacidade Mercadológica e o Desempenho (p=1,000 > α=0,05). 10: Capacidades mercadológicas têm relação com o desempenho mediado pela diferenciação de serviços em sua dimensão Ambiente. Em análise aos resultados do teste da hipótese afirma-se que esta hipótese foi suportada. A Diferenciação de serviços em sua dimensão Ambientes media a relação entre a Capacidade Mercadológica e o Desempenho (p=1,000 > α=0,05). Gould-Willims (1999) aponta que há evidências que demostram sinais capazes de alterar a qualidade ao longo do tempo devido à concorrência, à mudança dos gostos dos consumidores e dos esforços dos concorrentes; os gestores devem, portanto, reavaliar periodicamente os sinais específicos utilizados pelos consumidores para inferir a qualidade e, posteriormente, desenvolver estratégias com base nessas alterações. Entende-se que as dimensões da diferenciação de serviçso as variáveis controláveis pela organização (Booms e Bitner, 1981) De acordo com Armisted et al. (1999a, 1999b), a chave para atingir a eficácia organizacional é administrar os processos operacionais essenciais, valendo-se de fatores-chave como velocidade, custo, flexibilidade e confiabilidade, os quais atendem as necessidades dos clientes e, portanto, as necessidades estratégicas da organização. Naipaul (2000) afirma que na dinâmica do ambiente da indústria de viagens e turismo, estas precisam da diferenciação para serem bem sucedidas e obterem desempenho superior. Em suma, produtos e serviços diferenciados, em geral, apresentam uma rentabilidade acima da média ou alta rentabilidade (ROBINSON; CLARKE-HILL; CLARKSON, 2002). Kotabe, Srinivasan e Aulakh (2002) concluem que a capacidade mercadológica de uma empresa reflete-se na sua capacidade de diferenciar produtos e serviços de concorrentes. Assim, as empresas podem cobrar preços premium pelo melhor desempenho, pelo melhor arranjo das capacidades 121 mercadológicas e orientação para o cliente e suas necessidades, seus produtos e serviços. Tudo isso pode alcançar uma maior eficiência. Tendo em vista que na presente pesquisa, as capacidades mercadológicas está relacionada positivamente com o desempenho (H1), e que a diferenciação de serviços nas dimensões (H8, H9 e H10) apresentam efeitos indiretos, é possível afirmar que a diferenciação de serviços media a relação entre as capacidades mercadológiocas e o desempenho. Ressalta-se que as organizações com orientações ao mercado devem estar atentos as mudanças sobre das preferências e necessidades dos consumidores, ações de seus concorrentes, economia local. Se por um lado este achado aponta para um resultado gratificante, por outro, como não foram encontrados estudos similares, que estudaram as capacidades mercadológicas mediadas pela diferenciação de serviços e suas dimensões, não há como comparar, assim como não pode-se afirmar se estes posicionamentos se mantém há algum tempo, ou se espelham em uma outra situação. No Quadro 90, são apresentados os resumos das relações e seus caminhos, diretos ou indiretos, hipóteses, significância, coeficiente padronizados, relação e o resultado sobre o suporte da hipótese testada. Quadro 90 – Resumo das relações hipotéticas testadas HIPÓTESE P COEFICIENTE PADRONIZADO RELAÇÃO SUPORTE DesempCap_Mercad H1 0,004 ,362 Positiva Suportada Pessoas_1dCap_Mercad H2 0,000 ,596 Positiva Suportada Processos_2dCap_Mercd H3 0,000 ,645 Positiva Suportada Ambiente_3dCapac_Merc H4 0,000 ,558 Positiva Suportada HIPÓTESE P COEFICIENTE PADRONIZADO RELAÇÃO SUPORTE Desemp_vdPessoas_1d H5 0,003 ,269 Positiva Suportada Desemp_vd Processos2d H6 0,799 -,023 Não Significante Não Suportada Desemp_vdAmbiente_3d H7 0,003 ,253 Positiva Suportada HIPÓTESE P COEFICIENTE PADRONIZADO RELAÇÃO SUPORTE Desemp_vdPessoas_1d H8 1,000 0,000 Media Suportada Desemp_vdProcessos_2d H9 1,000 0,000 Media Suportada Desemp_vdAmbiente_3d H10 1,000 0,000 Media Suportada CAMINHO ESTRUTURAL DIRETO CAMINHO ESTRUTURAL DIRETO CAMINHO ESTRUTURAL INDIRETO Fonte: Dados da Pesquisa (2012) 122 Vieira (2009) informa que, para existir a mediação, que a variável mediadora bloqueia todo o efeito ou parte deste efeito, anteriormente existente, da variável independente. Se o valor encontrado for nulo, significa que a mediadora absorveu todo o efeito da variável independente sobre a variável dependente. Nota-se que a relação entre capacidades mercadológicas e desempenho chega a ser nula. Portanto, esse processo, seguindo Vieira (2009), é conhecido como mediação completa ou pura, uma vez que torna a relação não significativa. Com o presente modelo, verificou-se que a mediação neste caso auxilia a elaboração de diferenciação a partir das capacidades mercadológicas. Esse achado poderá instigar futuras pesquisas na área de estratégia. A seguir, na figura 11, é apresentado o modelo validado na presente tese. 123 Figura 11 - Modelo Validado -,21 ,74 -,19 ,39 ,28 e2 e35 ,29 ,36 ,62 Pro2 Pes1 e3 e4 ,61 Pro3 e5 ,80 Pro4 Pro5 ,79 ,78 ,90 ,86 e6 ,74 Pro6 ,83 ,82 e7 ,69 e28 ,66 Pro7 ,47 ,86 ,73 ,86 Pes2 ,73 Pessoas Pro8 ,66 ,69 e21 e34 ,36 ,79 ,60 e20 Cam3 e19 Cam4 -,38 ,57 ,76 ,80 e18 Cam5 e37 Cam1 -,03 ,69 ,51 ,36 ,71 Amb1 Amb2 Amb3 Amb6 e12 e11 e10 e9 ,42 -,19 ,51 ,26 ,75 ,65 ,60 ,36 ,43 ,83 e17 Des1 ,57 ,32 ,91 e16 ,26 Ambientes ,83 ,57 ,60 ,57 Desempenho Amb7 e8 e23 ,25 ,62 ,49 e33 -,44 e15 Pes5 Capacidades Mercadológicas ,70 ,24 ,44 ,60 ,65 ,89 Pes3 Pes4 Processos Cam2 e14 ,53 ,77 ,42 ,62 e13 Des2 ,79 ,84 ,70 Des3 ,84 ,78 e24 e25 ,70 Des4 e26 ,61 e36 Des5 e27 -,16 124 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa buscou contribuir com os estudos da área de estratégia, em especial em sua formulação na área da hotelaria executiva. Dessa forma, pesquisou-se a relação simultânea dos construtos, capacidades mercadológicas, diferenciação de serviços e desempenho organizacional. Com a intenção de atender ao objetivo geral proposto, alguns desafios tiveram que ser superados no decorrer desta pesquisa. Destacou-se, dentre os maiores entraves, a construção de um modelo conceitual e estatístico que conseguisse abarcar a realidade teórica e empírica da hotelaria executiva em Santa Catarina, objeto estudado na presente pesquisa. A partir do referencial teórico pesquisado, foi proposto um modelo conceitual. Por ser um modelo, procurou representar a realidade teórica e prática da hotelaria executiva a ser pesquisada. Esse modelo constituía-se basicamente de um modelo de medidas e um modelo estrutural. Para a consecução da tese, foi construído um modelo de equações estruturais, com dois intuitos, o de mensurar os construtos latentes envolvidos no estudo, e o de testar a estrutura de relacionamentos entre tais construtos. Após todo um processo de testes e refinamento, foi validado tanto um modelo de mensuração quanto um modelo estrutural que se aproxima da realidade das organizações. Este trabalho adotou escalas já utilizadas para os construtos capacidades mercadológicas e de desempenho, enquanto o construto da diferenciação de serviços, em suas três dimensões, foi desenvolvido especificamente para o presente estudo. O instrumento de pesquisa desenvolvido demonstrou-se eficaz na verificação da diferenciação de serviços, em suas três dimensões: Pessoas, Processos e Ambiente. A associação aos construtos demandou ajustes estatísticos, em concordância com a teoria. Não obstante, acredita-se, também, que outra colaboração tenha se dado com a ampliação da utilização de um instrumento de mensuração do modelo, utilizado com a robustez multivariada, por meio das equações estruturais, que neste estudo foi analisado, e realizado para o modelo proposto para a hotelaria executiva. Para o atendimento aos objetivos específicos da pesquisa, identificaram-se as 125 variáveis relacionadas às capacidades mercadológicas e o desempenho, contribuindo com um estudo empírico conforme a sugestão de Day (2011) e Morgan e Katsikeas (2012). Assim identificaram-se, também, as variáveis relacionadas à diferenciação de serviços em suas três dimensões, na hotelaria executiva. Como implicação prática e gerencial, pode-se entender que quando a organização desejar o desempenho superior, com atitudes proativas e diferenciadoras, uma alternativa a ser tomada é a construção de maiores capacidades mercadológicas. Quanto maior as capacidades mercadológicas, maior o desempenho organizacional. Os resultados da presente pesquisa demonstraram que as capacidades mercadológicas possuem relação positiva com o desempenho conforme a teoria (DUTTA; NARASIMHAN; RAJIV, 1999; MORGAN, et al. 2003). Foi utilizado o instrumento de pesquisa desenvolvido por DeSarbo et al. (2005) e também validado por Song et al. (2008) para as capacidades mercadológicas, e a escala de Carvalho (2011) foi usada para o desempenho na hotelaria. Os resultados das análises dos indicadores demonstram, após as devidas mensurações, que as capacidades mercadológicas neste estudo são tangentes ao conhecimento do consumidor, ao conhecimento dos concorrentes, à segmentação, precificação e percepção de novos mercados, e possuem uma relação positiva com o desempenho. Os índices de ajustes (qui-quadrado; qui-quadrado/graus de liberdades; RMSEA; CFI, NFI e TLI) atingiram os níveis recomendados pela literatura, mostrando que o modelo de medidas de cada construto ajustou-se perfeitamente aos dados. Outro propósito do trabalho foi o de relacionar capacidades mercadológicas com diferenciação de serviços em suas três dimensões. Nesse quesito, foram encontradas relações positivas entre as capacidades mercadológicas e as três dimensões da diferenciação de serviços. Portanto, as capacidades mercadológicas da hotelaria executiva em Santa Catarina encontram-se relacionadas positivamente com as dimensões: Pessoas, Processos e Ambiente, para a diferenciação de serviços. Identificou-se também que a diferenciação de serviços possui relação positiva, na relação direta, com o desempenho em duas de suas dimensões, a de Pessoas e a de Ambiente. Dessa maneira, pode-se afirmar que investimentos nessas dimensões afetam positivamente o desempenho na hotelaria executiva, 126 possibilitando a cobrança de um preço Premium. Não obstante, não foi possível afirmar a relação direta da dimensão Processos, sobre o Desempenho. Isso pode ser entendido pelo fato de os hotéis pesquisados possuírem procedimentos muito similares, e seus clientes já terem uma expectativa sobre eles. Não existe neste momento nenhuma diferenciação ou inovação, no que tange aos processos na hotelaria executiva. Foi verificada a inexistência da diferenciação de serviços em sua dimensão de Processos, a teoria sobre o modelo de expectativas de serviço de Zeithaml, Berry e Parasuraman (1993) serve como fundamentação para a análise, uma vez que o processo ofertado pode estar na denominada zona de tolerância. O serviço ofertado encontra-se entre o serviço esperado e o serviço desejado. Assim, contrariamente ao que havia sido proposto, a diferenciação de serviços, em sua dimensão Processos, não apresentou efeitos diretos com significância estatística sobre o desempenho. Talvez isto resida na ausência de percepção de necessidade de ação inovadora, ou diferenciadora, o gestor não percebe o ambiente como generoso, diminuindo as suas ações defensivas, e apenas “repetindo” aquilo que o ambiente competitivo oferece. Pelo embasamento teórico, e dada a escassez de pesquisas com a contribuição da mediação, testou-se a diferenciação de serviços em suas três dimensões, na função mediadora da relação entre as capacidades mercadológicas e o desempenho. O teste da mediação foi outro objetivo específico deste trabalho, e também o exame sobre o efeito mediador da diferenciação em suas três dimensões sobre a relação capacidades mercadológicas e desempenho organizacional. Quando se averiguaram os efeitos mediadores segundo a recomendação de Vieira (2009) e pelo embasamento teórico da diferenciação de serviços sobre a relação das capacidades mercadológicas e o desempenho, observou-se que eles são existentes para as três dimensões da diferenciação de serviços: Pessoas, Processos e Ambiente. Ao realizar essa verificação, constatou-se que as três dimensões: Pessoas, Processos e Ambiente, medeiam a relação entre as capacidades mercadológicas e o desempenho. É possível afirmar, pelos resultados conseguidos nesta pesquisa, que as capacidades mercadológicas são preditoras da diferenciação de serviços em suas três dimensões, e que tanto as capacidades mercadológicas quanto as 127 dimensões de serviços são preditoras do desempenho. Por fim, discute-se a resposta ao problema de pesquisa identificado no início deste trabalho: qual a relação entre capacidades mercadológicas e diferenciação de serviços com o desempenho na hotelaria executiva em Santa Catarina? A resposta encontrada é que existe relação e ela é positiva entre os construtos pesquisados. Como resultado do presente estudo, as capacidades mercadológicas possuem relação positiva com o desempenho, tanto pelo efeito direto, assim como mediados pela diferenciação de serviços. Portanto, as capacidades mercadológicas estão relacionadas positivamente com a diferenciação de serviços, em suas três dimensões, além de mediarem a relação entre as capacidades mercadológicas e o desempenho. Quanto ao efeito direto da diferenciação de serviços em relação ao desempenho, ela possui uma relação positiva nas dimensões Pessoas e Ambiente, não sendo possível afirmar, nesta pesquisa, a relação da dimensão Processos sobre o desempenho organizacional, uma vez que os dados não apresentaram significância estatística. 5.1 Implicações Gerenciais Como implicação prática e gerencial, pode-se citar que as organizações que se deparam com ambientes dinâmicos e heterogêneos deveriam desenvolver ações que visassem à redução da incerteza, como a utilização das capacidades mercadológicas que tenham o intuito de facilitar o seu entendimento do ambiente, a construção de capacidades específicas, das quais se obtém um desempenho acima da média de mercado. Outra implicação prática e gerencial, para a hotelaria executiva catarinense, é de que as organizações poderão ter um elevado desempenho quando a percepção de suas capacidades mercadológicas as levar a adotar estratégias de diferenciação de serviço em suas três dimensões. Oportunamente, verifica-se a implicação prática e gerencial encontrada pela pesquisa, que mostra que as capacidades mercadológicas podem ser utilizadas estrategicamente pela organização hoteleira, tanto para criar novos serviços e mercados, quanto para defender os mercados já conquistados pela organização. 128 Mais uma implicação prática e gerencial a que se pode chegar, é que elevadas capacidades, assim como elevados níveis de ativos, não levam obrigatoriamente as empresas a desempenhos superiores ao de seus concorrentes, e que para conseguir desempenhos superiores, cabe aos gestores adotar estratégias que estejam alinhadas com as capacidades e o controle da hotelaria executiva catarinense. Como implicação prática e gerencial, pode-se sugerir a pesquisa junto aos hóspedes de quais processos e procedimentos poderiam sem inseridos ou modificados, que não somente o procedimento operacional padrão (POP). Desenvolver a diferenciação de serviços, por meio da dimensão processo, poderá possibilitar a cobrança do preço Premium e melhorar o desempenho organizacional. Assim, como implicação prática e gerencial, observou-se que quanto maiores as capacidades mercadológicas, maior a relação da diferenciação de serviços em suas três dimensões, e maior – e positiva - a relação com o desempenho. 5.2 Limites de Pesquisa Alguns foram os aspectos que limitaram o âmbito de análise desta pesquisa, gerando entraves durante o processo de investigação. Dentre eles, destaca-se inicialmente o tamanho da amostra, uma vez que a hotelaria executiva está presente em grandes centros econômicos. Dessa forma, os 153 respondentes respeitam o parâmetro mínimo de cinco respondentes para cada indicador. O ideal são 10 respondentes por indicador, o que não se encontram em números de hotéis executivos na região geográfica pesquisada. A restrição sobre o tamanho da amostra refere-se à segmentação do objeto sobre a hotelaria executiva, o que poderia gerar resultados diferenciados se não existisse tal segmentação. Obteve-se, de cada hotel executivo pesquisado, apenas um respondente por organização, o que poderá apresentar a percepção única e pessoal do respondente. Outro limite na presente pesquisa está no fato de que, ao se verificar o desempenho da organização hoteleira, avaliou-se apenas o crescimento em comparação ao seu próprio desempenho passado. Não havendo um único fator que equiparava as organizações. 129 Mais uma limitante da pesquisa diz respeito à observação apenas das variáveis internas, coletando a percepção dos gestores, não existindo a intervenção de outras variáveis externas. Por fim, a última limitante está ligada à falta de generalização da amostra. A presente pesquisa, por conveniência, limita-se a empresas localizadas no estado de Santa Catarina. 5.3 Recomendações A presente pesquisa suscitou algumas importantes conclusões, todavia, as mesmas levam à formulação de outros direcionamentos que possibilitam fazer algumas ponderações para o prosseguimento deste tipo de estudo. Assim sendo, na sequência, apresentam-se algumas sugestões, tendo em vista os resultados obtidos. Considerando o embasamento teórico, o presente modelo considera a percepção dos aspectos de um ambiente, o interno, das organizações e o seu efeito no desempenho. Recomenda-se que em uma futura pesquisa, busque-se confrontar a percepção de ambos os contextos, interno e externo. Tendo em vista que a pesquisa foi no setor hoteleiro, e que o mesmo seja bastante segmentado, recomenda-se a replicação da presente tese não somente na hotelaria executiva, mas em outros tipos de hotelaria, e verifique-se o comportamento da dimensão Processos, da diferenciação de serviço, por meio do efeito direto ao desempenho organizacional. Oportunamente, sugere-se uma pesquisa do tipo Cross-Cultural Research (CCR), pois estudos transculturais e comparações são utilizados nas ciências humanas e nas ciências sociais aplicadas, por abordarem tópicos que abrangem as sociedades, nações e culturas, proporcionando estratégias para o teste sistemático de teorias sobre a sociedade e o comportamento humano. Portanto, sugere-se a aplicação desta pesquisa em outros países que também possuam o padrão da nossa hotelaria executiva, comparando-a com os resultados identificados na presente pesquisa. 130 Referências ACKFELDT, A-L; WONG, V. 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(2003); Zou, Fang, Zhao (2003); Slotegraaf e Dickson (2004); Vorhies e Morgan (2005); Desarbo (2005), Song et. al. (2008); Song, Nason e Benedetto (2008); Krasnikov e Jayachandran (2008); Bruni e Verona (2009); Vorhies, Morgan e Autry (2009); Murray, Gao e Kotabe (2011); Day (2011) e Morgan e Katsikeas (2012) DIFERENCIAÇÃO DE SERVIÇOS Armistead, (1989); Bitner, Booms e Tetreault (1990, 1991, 1994); Edvardsson e Mattsson (1993); Smith, (1994); Glenn, (1995); Dickens, (1996); Watson, Pitt e Kavan, (1998), GouldW illims (1999), Harrington e Aakehurst (2000), Jiang, Klein e Carr (2002), Harrison-Walker (2002), Hamer (2003), Johns, Avci e Karatepe (2004), Kettinger e Lee (2005), Rahman (2006), Panchez- Identificar as variáveis das capacidades mercadológicas e as variáveis da diferenciação de serviços dos hotéis; Correlacionar as capacidades mercadológicas e as variáveis da diferenciação de serviços na Perez et al. (2007), Wu, Liu e Hsu (2008), hotelaria; Yang, et al. (2009), Agarwal, Malhotra e Bolton (2010), Pinar, Eser e Strasser (2010), Guiry e Vequist (2011), He e Li (2011) e Sichtmann, Selasinsky e Diamantopoulos (2011) Relacionar diferenciação de serviço e o desempenho dos hotéis; Associar o relacionamento entre as DESEMPENHO capacidades mercadológicas e o desempenho na hotelaria; Carvalho (2011) 159 APÊNDICE B - Protocolo de pesquisa em Hotelaria. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA Curso de Doutorado em Administração e Turismo Rua João Coan, n. 400 – Centro (Campus B) Biguaçu – Santa Catariana - Brasil Questão de Pesquisa: Objetivo Geral: Objetivos específicos Identificar as variáveis relacionadas as capacidades mercadológicas Detectar as variáveis relacionadas a diferenciação de serviços Existe relação entre capacidades mercadológicas e diferenciação de serviços com o desempenho na hotelaria executiva em Santa Catarina? Analisar o relacionamento entre capacidades mercadológicas, diferenciação de serviços em suas dimensões e o desempenho dos hotéis executivos em Santa Catarina. Construtos Variáveis de análise Técnica estatística de análise Autores - Conhecimento do - Estatística descritiva: Cálculo da média, desvio padrão, valores de Desarbo et al. consumidor; assimetria e curtose. (2005), - Conhecimento sobre os competidores; - Análise fatorial exploratória: MSA e Capacidade mercadológica - Habilidade de segmentar e Carga do Fator 1, Comunalidades; KMO (Kaiser, Meyer e Olkin) e Teste Song et. al. (2008) atingir mercados; de Esfericidade de Bartlett, Alfa de Cronbach e Variância Explicada. - Habilidades de estabelecimento de preços; - Análise fatorial confirmatória: Qui²; Carvalho (2011) - Capacidade de percepção Qui²/GL; CFI; NFI e TLI. dos mercados; - Estatística descritiva: Cálculo da - Dimensão Pessoas; média, desvio padrão, valores de assimetria e curtose. Diferenciação - Dimensão Processos; - Análise fatorial exploratória: MSA e de serviços Carga do Fator 1, Comunalidades; Castro Jr. (2012) - Dimensão Ambiente. KMO (Kaiser, Meyer e Olkin) e Teste de Esfericidade de Bartlett, Alfa de Cronbach e Variância Explicada. - Análise fatorial confirmatória: Qui²; Qui²/GL; CFI; NFI e TLI. 160 Questão de Pesquisa: Objetivo Geral: Objetivos específicos Existe relação entre capacidades mercadológicas e diferenciação de serviços com o desempenho na hotelaria executiva em Santa Catarina? Analisar o relacionamento entre capacidades mercadológicas, diferenciação de serviços em suas dimensões e o desempenho dos hotéis executivos em Santa Catarina. Construtos Variáveis de análise Técnica estatística de análise Autores - Vendas totais; Verificar as variáveis relacionadas ao desempenho da hotelaria executiva. Especificar as características do setor da hotelaria executiva em Santa Catarina - Estatística descritiva: Cálculo da média, desvio padrão, valores de assimetria e curtose. - Taxa de Ocupação; Desempenho - Margem de lucro sobre as vendas totais; - Vendas habitacional; por unidade - Diária média; - Custo médio por diária vendida; - Taxa de ocupação em percentual. . - Análise fatorial exploratória: MSA e Carga do Fator 1, Comunalidades; KMO (Kaiser, Meyer e Olkin) e Teste de Esfericidade de Bartlett, Alfa de Cronbach e Variância Explicada. - Análise fatorial confirmatória: Qui²; Qui²/GL; CFI; NFI e TLI. Carvalho (2011) 161 APÊNDICE C- Instrumento de pesquisa PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA Curso de Doutorado em Administração e Turismo Rua João Coan, n. 400 – Centro (Campus B) Biguaçu – Santa Catariana - Brasil PESQUISA SOBRE CAPACIDADE MERCADOLÓGICA, DIFERENCIAÇÃO DE SERVIÇOS NA HOTELARIA EXECUTIVA. Propósito da pesquisa Constantemente gestores na hotelaria buscam nas mais variadas áreas das ciências e nos mais diversos segmentos colocar suas estratégias em teste, tendo as inconstâncias do mercado, o crescimento da concorrência, que geram desafios para a sobrevivência. Além destes aspectos, a dificuldade de diferenciar suas ofertas de suas concorrentes. Sendo esta, talvez, a mais complexa e desafiadora responsabilidade e atividade para o tomador de decisão. Assim, o presente questionário do aluno de doutorado, Deosir Flávio Lobo de Castro Júnior, do Programa de Pós-graduação em Administração da UNIVALI, objetiva investigar o modo com o qual você formula as suas estratégias, e desenvolve a diferenciação na oferta de seus serviços. Ao entendermos como os gestores desenvolvem suas estratégias, e as efetivam com suas tomadas de decisões, torna-se-á possível interpretar as relações e suas consequências com o desempenho na hotelaria, além de produzir conhecimento original para o setor hoteleiro. Portanto solicitamos a sua participação nesta pesquisa. Público-alvo Gestores da hotelaria executiva. Questionário Peço encarecidamente que as respostas retratem da melhor forma possível seu comportamento em suas atividades profissionais habituais e sua visão dos elementos da diferenciação e desempenho. Confidencialidade O objetivo da pesquisa é científico. Os dados colhidos são genéricos e subjetivos, sendo analisados e tratados de forma agregada. Em nenhum caso, há utilização ou revelação de nomes das empresas e/ou pessoas participantes da pesquisa. 162 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA Curso de Doutorado em Administração e Turismo Rua João Coan, n. 400 – Centro (Campus B) Biguaçu – Santa Catariana - Brasil BLOCO 1: CAPACIDADES MERCADOLÓGICAS 1 - Comparativamente aos seus principais concorrentes, avalie as capacidades presentes no seu hotel. Utilize a escala onde 1 equivale a capacidade muito inferior, e 7 equivale à capacidade muito superior à dos concorrentes. 1 2 3 4 5 6 7 Capacidade muito Inferior à concorrencia. Capacidade muito Superior à concorrencia. CAPACIDADES MERCADOLÓGICAS 1.1 - Conhecimento das características do consumidor. 1.2 - Conhecimento sobre os principais concorrentes. 1.3 - Habilidade de segmentar e atingir mercados. 1.4 - Habilidades de estabelecimento de preços. 1.5 - Capacidade de percepção dos mercados. 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 163 BLOCO 2: DIFERENCIAÇÃO DE SERVIÇOS 2 - Em relação às questões abaixo descritas, avalie as AÇÕES de seu hotel para ofertarem a DIFERENCIAÇÃO de seus serviços hoteleiros em relação à concorrência. 1 2 3 4 5 6 7 Discordo Plenamente Pessoas 2.1 – Treinamento da equipe operacional em Alimentos e Bebidas. 2.2 – Treinamento da equipe operacional de Governança 1 2 3 Concordo Plenamente 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 2.3 – Treinamento da equipe operacional de Recepção 1 2 3 4 5 6 7 2.4 – Treinamento da equipe Administrativa 2.5 – Capacitação, formal ou informal, da equipe da Recepção em línguas estrangeiras (Espanhol, Inglês, Italiano, Alemão) Processos 2.6 – Procedimento Operacional Padrão (POP) para resposta e agilidade de atendimento na Recepção 2.7 – Procedimento Operacional Padrão (POP) para rapidez na higienização da Unidade Habitacional 2.8 – Procedimento Operacional Padrão (POP) focada na eficiência de custos na Governança 2.9 – Procedimento Operacional Padrão (POP) focado na flexibilidade e ajuste rápido as exigências do mercado 2.10 – Procedimento Operacional Padrão (POP) para recrutamento e seleção de colaboradores 2.11 – Procedimento Operacional Padrão (POP) para Manutenção responsável por obter o máximo do equipamento 2.12 – Procedimento Operacional Padrão (POP) baseado na qualidade pela satisfação do seu cliente 2.13 – Procedimento de comercialização: (Site, Portal de internet e Operadoras de Turismo on-line) Ambiente 2.14 – Manutenção do Ambiente da Estrutura Física: (Parede, Elétrica, Hidráulica, Carpete, Louça, Pintura, etc) 2.15 – Manutenção no Ambiente da Unidade Habitacional: (Colchão, Enxoval, TV, Refrigeração e Wi-Fi) 2.16 – Oferta do Espaço para Eventos: (Conforto, Cadeiras, Mesas e Estrutura Física) 2.17 – Oferta de equipamentos e instalação desportiva: (Piscina, Musculação, Esteira, Quadras de esporte, etc) 2.18 – Oferta do ambiente para Alimentos e Bebidas: (Conforto, Espaço, Cadeiras, Equipamentos, Louça, etc) 2.19 – Satisfação com a terceirizada de Alimentos e Bebidas 2.20 – Disponibilidade de estacionamento do hóspede 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 164 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA Curso de Doutorado em Administração e Turismo Rua João Coan, n. 400 – Centro (Campus B) Biguaçu – Santa Catariana - Brasil BLOCO 3: DESEMPENHO ORGANIZACIONAL 3 - Para os itens abaixo, assinale a faixa na qual cada indicador de desempenho se situou no último triênio (2011, 2010 e 2009). 1 2 3 4 5 6 7 Regrediu Regrediu Entre 0,1% até 25,0% Ficou estável Cresceu Cresceu Cresceu Cresceu Entre 0,1% até 25,0% Entre 25,1% até 50,0% Entre 50,1% até 75,0% Entre 75,1% até 100% (+) 6 7 Entre 25,1% e 50,0% (-) 1 2 Desempenho 3 4 5 3.1 - Vendas totais 1 2 3 4 5 6 7 3.2 – Taxa média de ocupação 1 2 3 4 5 6 7 3.3 - Margem de lucro sobre as vendas totais 1 2 3 4 5 6 7 3.4 - Diária média 1 2 3 4 5 6 7 3.5 - Vendas por unidade habitacional 1 2 3 4 5 6 7 3.6 - Custo médio por diária vendida 1 2 3 4 5 6 7 165 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA Curso de Doutorado em Administração e Turismo Rua João Coan, n. 400 – Centro (Campus B) Biguaçu – Santa Catariana - Brasil BLOCO 4: VARIÁVEIS DE CONTROLE 4- O seu hotel é: ( ) Hotel de rede. ( ) Hotel independente. 5 - O hotel possui quantas unidades habitacionais disponíveis para hospedagem? Possui______ unidades habitacionais. 6 - Qual função mais se assemelha à função que você desempenha no hotel? ( ) Gerente Geral ( ) Gerente Operacional ( ) Gerente Comercial ( ) Coordenador/Supervisor ( ) Outro___________________________ 7 - Tempo de casa do respondente? Estou há ______________anos neste hotel. 8- Em que cidade o hotel está localizado? ( ) Florianópolis ( ) São José ( ) Joinville ( ) Bal. Camburiu ( ) Blumenau ( ) Lages ( ) Criciúma ( ) Chapecó. 166 APÊNDICE D - Cronograma CRONOGRAMA AÇÕES 01. Entrega do projeto para distribuição para a banca 02. Defesa do projeto de qualificação 2012 SET OUT 2013 NOV DEZ FEV MAR X X 03. Coleta de dados X 04. Tabulação dos dados X 05. Aplicação das técnicas estatísticas X X 06. Análise dos dados X 07. Ajustes no documento final X 08. Entrega da tese para distribuição para a banca JAN X X 09. Defesa final X 10. Ajuste da tese pós-banca X 11. Entrega versão final X Fonte: Desenvolvido pelo autor (2012) 167 ANEXO 1 – Resumo ajuste de modelo: Relatório AMOS 168 169 ANEXO 2 – Relatório Estimativas AMOS: Modelo Validado 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 ANEXO 3 – Resumo ajuste modelo Diferenciação de Serviços: Relatório AMOS 181 182 ANEXO 4 – Relatório Estimativas AMOS: Modelo Diferenciação de Serviços 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194