Avaliação da sequência rápida de intubação em Pronto-Socorro Pediátrico Graziela A. Sukys¹, Cláudio Schvartsman², Amélia G. Reis² Artigo Integral Fernanda Macêdo – R1 pediatria Orientadores: Dr. Filipe Lacerda Dr. Eduardo Hecht 17/08/2012 J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 Avaliação da sequência rápida de intubação em pronto ... - SciELO EVALUATION OF RAPID SEQUENCE INTUBATION IN THE PEDIATRIC EMERGENCY DEPARTAMENT OBJETIVOS: ◦ Descrever a experiência do pronto-socorro de um hospital pediátrico com a sequência rápida de intubação e detectar os fatores associados ao sucesso. J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 INTRODUÇÃO Várias situações exigem a intubação traqueal (IT); Manejo das vias aéreas é uma das principais preocupações e o momento mais crítico do cuidado com o paciente grave; Potenciais complicações decorrentes do procedimento de IT se somam à enfermidade, aumentando o risco de reações adversas e complicações; Maior número de tentativas relaciona-se à aumento das complicações devido à falta de experiência e treinamento J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 SRI: ◦ Realização do procedimento de IT organizada envolvendo o uso de agentes sedativos e bloquedores neuromusculares ◦ Segurança e eficácia documentados com diminuição das complicações ◦ Diminui resistência à laringospcopia direta, com rápida indução anestésica e aparecimento de condições ótimas para realizar IT ◦ Diminui risco de aspiração pulmonar J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 Indicações: ◦ IT de emergência Riscos não desprezíveis Efeitos colaterais de drogas e dificuldade com o manejo das VAS maior problema; Sequência Rápida de Intubação (SRI) utilizada nos EUA nas últimas décadas e se mostrado segura e efetiva, tornando-se método de escolha nos principais serviços de emergência; No Brasil, SRI em pediatria é recente (2002): (Rio J.) vol.87 no.4pouca Porto Alegre July/Aug. 2011 ◦ Trabalhos até oJ. Pediatr. momento mostram adesão. MÉTODOS Estudo prospectivo transversal observacional, de julho de 2005 à dezembro de 2007, no pronto-socorro do Instituto da Criança ( ICr) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Coleta de dados: relacionada à IT de emergência em crianças e adolescentes do primeiro dia de vida aos 18 anos completos, incluindo os procedimentos de IT com realização de SRI; Fluxograma baseado nos recomendados por sociedades médicas nacionais e internacionais com adaptação para o pronto-socorro do ICr J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 Médicos envolvidos tiveram liberdade na escolha das drogas, sendo considerado SRI apenas os casos que seguiram o fluxograma; Dados coletados em prontuário próprio, criado a partir do fluxograma de SRI e registro das principais complicações; IT com sucesso aquela realizada e confirmada na primeira tentativa de passagem do tubo pela via aérea. J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 RESULTADOS J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 RESULTADOS 37 pacientes (39%) SRI com sucesso 70 pacientes ( 74%) feito VPP sendo que 38% já na fase de pré-oxigenação A proporção dos pacientes que usaram VPP foi significativamente menor entre os pacientes que realizaram IT com sucesso Em 70 pacientes ( 74%) a IT foi realizada pelo R2 13% das IT foram realizadas pelo médico assistente 8% das IT foram realizadas pelo R3 2% das IT foram realizadas pelo emergencista J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 Medicamentos utilizados: ◦ Atropina 47 pcts (50% das SRI) ◦ Midazolan: sedativo de escolha único ou associado 75 pcts ( 80%) ◦ Outros sedativos: Quetamina 28 pcts (30%) Tiopental 16 pcts (17%) Propofol 2 pcts (2%) ◦ Rocurônio BNM administrado em 100% da SRI J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 CONCLUSÃO SRI foi o método de escolha nas intubações traqueais realizadas no pronto-socorro (80%); Demonstrou ser método seguro e com baixa incidência de complicações graves, apesar da baixa taxa de sucesso (39%); Sucesso da IT com SRI está diretamente relacionado ao preparo da equipe É necessário maior treinamento dos residentes e dos assistentes envolvidos no atendimento de emergência J. Pediatr. (Rio J.) vol.87 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2011 INTRODUÇÃO CONCEITO: ◦ Técnica em situações de emergência que visa reduzir os efeitos adversos deste procedimento; ◦ Abordagem organizada da IT incluindo manobras, procedimentos e medicações sedoanalgésicas e BNM. OBJETIVOS Realizar entubação sob anestesia e bloqueadores neuromusculares, tornando-a mais fácil, rápida e menos traumática: ◦ Atenuação à resposta reflexa; ◦ Rápido aparecimento de condições ótimas; ◦ Redução do risco de aspiração pulmonar INDICAÇÕES INTUBAÇÃO TRAQUEAL: ◦ Inadequado controle da ventilação pelo SNC ( PaO2 <60/ PaCO2 >50) ◦ Obstrução das VA ◦ Perda dos reflexos protetores das VA ◦ Trabalho respiratório aumentado ◦ Necessidade de pico inspiratório elevado para manter troca alveolar ◦ Necessidade de proteção e controle da ventilação durante sedação profunda INDICAÇÕES SRI: ◦ Pacientes que necessitam de entubação e estão com: Consciência plena ou parcial Suspeita de estômago cheio Comportamento combativo Convulsões Hipertensão intracraniana Intoxicação medicamentosas Traumatismos CONTRAINDICAÇÕES SRI: ◦ Parada cardiorrespiratória ◦ Coma profundo sem tônus muscular HISTÓRIA(AMPLE) + EXAME FÍSICO PREPARAÇÃO: EQUIPAMENTO, PESSOAL, MEDICAÇÃO PRÉ-OXIGENAÇÃO PRÉ-MEDICAÇÃO SEDAÇÃO PRESSÃO CRICÓIDE BLOQUEIO NEUROMUSCULAR INTUBAÇÃO TRAQUEAL OBSERVAR E MONITORAR SEDAÇÃO E PARALISIA CONTÍNUAS MONITORIZAÇÃO ( CARDÍACA E OXIMETRIA DE PULSO) HISTÓRIA A = Alergias M = Medicações P = Passado médico L = Líquidos e última refeição E = Eventos para IT EXAME FÍSICO Boca Pescoço Mandíbula Palato Colar cervical Malformações congênitas PREPARAÇÃO EQUIPAMENTOS MEDICAÇÃO PESSOAL - VIAS AÉREAS - MANOBRA DE SELLICK - ADMINISTRAR MEDICAÇÃO MONITORIZAÇÃO PRÉ-OXIGENAÇÃO PRÉ-MEDICAÇÃO Atropina ( 1-2 minutos antes da IT): ◦ Minimiza respostas desfavoráveis ao estímulo vagal e secreções orais ◦ Efeito adverso: taquicardia ◦ Indicações: < 1ano, bradicardia, quetamina com sedativo, BNM ◦ Dose:0,02 mg/kg; dose mínima de 0,1 mg e máxima de 0,5 mg ◦ Apresentação de 0,25 mg/ml=Peso x 0.08=quantidade em ml(HRAS) ◦ Apresentação de 0,5 mg/ml= Peso x 0,04=quantidade em ml Opióides (1-3 minutos antes da IT): ◦ Analgésico potentes com efeito sedativo reversível ◦ Mais usado: fentanil ◦ Efeito adverso: rigidez torácica, aumento da PIC ◦ Dose: 1-3µg/Kg; Antagonista: naloxone Lidocaína ( 2-5 minutos antes da IT): ◦ Ação anestésica com diminuição da PIC e pressão ocular ◦ Não promove depressão respiratória ◦ Dose: 1,5-3 mg/Kg Defasciculantes: quando usar succinilcolina SEDAÇÃO De acordo com a condição clínica: SEDATIVOS PRESSÃO CRICÓIDE BLOQUEADORES NM ESTÁ INTUBADO? Expansibilidade torácica Melhora da FC e do pulso Melhora da cor Melhora da saturação Ausculta dos campos pulmonares Vapor de O2 saindo do TOT OBSERVAÇÃO E MONITORIZAÇÃO PÓS-INTUBAÇÃO Monitor cardíaco Oxímetro de pulso Monitor de CO2 exalado SEDAÇÃO E PARALISIA CONTÍNUAS SEDO-ANALGESIA EM INFUSÃO CONTÍNUA Midazolan 1-10 mcg/kg/min ou 0,1-0,6 mg/kg/hora + Fentanil 1-10 mcg/kg/hora; Propofol se necessitar aumentar sedação(1-4 mg/kg/hora) Ketamina 0,5-2 mg/kg/hora em asma aguda grave (ou 0,5-2 mcg/kg/min) EM VM SE NECESSÁRIO BOLUS Midazolan 0,1-0,3 mg/kg Fentanil 1-4 mcg/kg Propofol 1 mg/kg Ketamina 1-2 mg/kg Rocurônio 1 mg/kg se necessário relaxamento muscular REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Sukys GA, Schvartsman C, Reis AG. Evaluation of rapid sequence intubation in the pediatric emergency department. J Pediatric (Rio J).2011; 87(4): 343-9 FERREIRA, Adriana Vada Souza et al. Emergências Pediátricas. 2ª edição. Editora Atheneu. São Paulo: 2010. Consultem também: Analgesia e sedação no recém-nascido em ventilação mecânica/sequência rápida de intubação Autor(es): Paulo R. Margotto, Martha David Rocha Moura Sedoanalgesia em Terapia Intensiva Autor(es): Diogo Pedroso