Cálculo da Função Vértice do Elétron Procedimento geral para o cálculo de loops: – Desenhar os diagramas de Feynman para o processo; – Escrever a(s) respectiva(s) Amplitude(s) Invariante(s); – Introduzir os parâmetros de Feynman para combinar os denominadores dos propagadores em um único termo; – Completar o quadrado do novo denominador através de um deslocamento (shift) do momento que corre no loop; – Escrever o numerador em termos do novo momento; – Descartar os termos impares no momento e reorganizar os pares; – Fazer a rotação de Wick do espaço Minkowski para o Euclidiano; – Resolver as integrais resultantes através do método da Regularização Dimensional ou equivalente; – Isolar as parte finitas e divergentes; – Interpretar o resultado. Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 1 – Desenhar os diagramas de Feynman para o processo ν µ ρ – Escrever a respectiva Amplitude Invariante Definindo temos: ( γ ν γ µγ ν Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes = −2 γ µ 2 ) Parâmetros de Feynman O objetivo é transformar os 3 fatores que aparecem no denominador em apenas um polinômio quadrático no momento k, elevado a alguma potência. Em seguida completamos o quadrado do polinômio (função par) fazendo um shift no momento para calcular a integral esféricamente simétrica. Começamos com a identidade: Que pode nos ajudar, por exemplo, no caso de 2 propagadores: Se definirmos o shift fazemos com que o termo linear em k desapareça e denominador dependa apenas de l2, A integral d4k = d4l fica mais fácil Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 3 Podemos estender para o caso de 3 propagadores, diferenciando em relação a B: Ou, em geral: Também pode demonstrar por indução que: Ou ainda a fórmula geral, válida inclusive para mi não inteiro: Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 4 Cálculo dos Fatores de Forma – Introduzir os parâmetros de Feynman para combinar os denominadores dos propagadores em um único termo. Aplicando o resultado anterior: Onde ( e ): – Completar o quadrado do novo denominador através de um deslocamento (shift) do momento que corre no loop. Definindo o shift: Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 5 Podemos escrever ( ): ∴ a Usando Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes , temos: 6 Note que D depende apenas da magnitude de l e não de sua direção. Portanto: – Escrever o numerador em termos do novo momento. Lembrando que: Podemos busca uma forma conveniente para escrever o numerator. Os resultados anteriores para a estrutura do vértice da QED sugerem: γ µ . A + (p ′ µ + p µ ). B + q µ .C Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 7 Assim podemos escrever: Exercício 6.2: Mostrar a relação acima para o numerador (pag. 192 + errata). Note que o termo proporcional aq µ = (p ′ µ − p µ ) deve se anular, de acordo com a identidade de Ward. Já que o denominador D é simétrico pela troca x ↔ y , enquanto o coeficiente de q é impar, e portanto se anula quando integrado em x e y. 1 ∫ 0 (x − y ) dx dy = f (x .y ) 1 1 ∫ dy ∫ 0 0 1 1 0 0 x y dx − ∫ dx ∫ dy =0 f (x .y ) f (x .y ) Podemos usar a identidade de Gordon para transformar o termo (p ′ µ + p µ ) em u termo proporcional a i σ µν qν . Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 8 – Descartar os termos impares no momento e reorganizar os pares A expressão completa da correção ao vértice em ordem α fica: onde: Devemos agora fazer a integral nos momentos e posteriormente em x, y, e z. Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 9 Rotação de Wick A menos do sinal negativo da métrica de Minkowski, a integral do momento poderia ser feita em coordenadas “esféricas” em 4 dimensões. A maneira de remover o sinal negativo é fazer uma rotação de 900 no plano l0, evitando os polos. Isso equivale definir um quadrimomento Euclidiano através de: A 2 ≡ A20 G G G 2 0 2 2 2 − A = (i A E ) − AE = −(A 0E + AE2 ) = −A2E d 4 A = id 4 A E Podemos calcular a integral: Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 10 – Fazer a rotação de Wick do espaço Minkowski para o Euclidiano As coordenadas esféricas em 4 dimensões é definida como: Enquanto a medida de integração fica: 2π A integral angular é: π ∫ d Ω4 ≡ ∫ dφ ∫0 π sin θ dθ 0 ∫ sin2ω dω = (2π )(2)(π / 2) = 2π 2 0 Portanto a integral fica: E a integral com l2 no numerador, para m > 3, fica: A2 ~ NB: Para m = 3 a integral é divergente:∫ d A 2 (A − ∆)3 4 Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes ∫ A2 A dA 6 ~ A 3 ∫ dA ~ log A → ∞ A 11 – Resolver as integrais resultantes através do método da Regularização Dimensional ou equivalente Pauli-Villars Prescrição artifical para tornar a integral finita. Escrevemos o propagador do fóton como a diferença de um termo sem massa e outro contendo um termo de “massa” Λ muito grande (fóton pesado fictício) • • Essa prescrição não afeta o integrando para valores pequenos de k já que Λ é muito grande e (1/ Λ2) Æ 0. Evita a divergência de forma suave quando k > Λ já que o integrando se comporta como: 1 1 k 2 − Λ2 + k 2 Λ2 − = 2 2 ~ k 2 k 2 − Λ2 k ( k − Λ2 ) k 4 • • Não há significado físico algum no fóton fictício. Portanto nenhuma grandeza física mensurável deve depender de Λ. Esse é apenas um dos muitos métodos existentes para tratar integrais divergentes. Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 12 Nos termos envolvendo o “fóton pesado” o numerador não se altera (efeito apenas no propagador) e o denominador fica modificado conforme: Assim a integral torna-se: Lembrando que: Podemos escrever o resultado final da correção do vértice. Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 13 – Isolar as parte finitas e divergentes Nesse caso o resultado possui: • Termo finito com estrutura σµνqν • Divergência ultravioleta, proporcional a log Λ2 • Divergência infravermelha proporcional a 1/∆ UV IR Finita A divergência ultravioleta afeta o fator de forma F1(q2=0). Como vimos anteriormente, correções radiativas não devem dar contribuição a esse termo que a nível de árvore já possui o valor correto, isto é igual 1, correspondente a carga do elétron igual a e. Portanto adotamos a prescrição ad hoc, que será justicada posteriormente com a renormalização das pernas externas: • Subtraímos o termo em q2 = 0 para preservar a condição F1(q2=0) = 0. Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 14 A divergência infravermelha ocorre no termo proporcional a 1/∆: Podemos contornar essa divergência infravermelha supondo que o fóton possua uma pequena massa µ (nada a ver com o fóton fictício). Nesse caso o termo proporcional a 1/∆ deve ser modificado como (análogo ao que ocorreu com o Pauli-Villars): ∆ → ∆µ = ∆ + z µ 2 Com essas modificações os fatores de forma F1 e F2: ficam: Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 15 F1 (q 2 ) = 1 + [ δ F1 (q 2 ) − δ F1 (0) ] A parte logarítmica fica: E os demais termos: Finalmente: Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 16 F2 não possui divergência ultravioleta ou infravermelha e fica: Lembrando que o fator g é dado por: É importante calcular F2(0): Assim a correção ao fator g do elétron fica: Exercício 6.3: Refazer os cálculos que levam a (6.59). Esse resultado foi obtido pela primeira vez por Schwinger em 1948 e sua comparação com a medida experimental se tornou um dos testes mais bem sucessidos da QED e um dos melhores acordos teoria-experimento em toda a ciência! Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 17 Testes de Precisão da QED Podemos encarar a comparação entre teoria e experimento para diversas grandezas físicas como uma forma independente de determinar α. A QED é “confirmada” na medida em que os diferentes valores concordam entre si. ? Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes a id ica d D : uc e f ís E s ias Q m e teor b ais s as a m oda t de 18