Teoria Quântica de Campos I Sandra S. Padula Sérgio F. Novaes Programa Parte II Processos Elementares da Eletrodinâmica Quântica – – – – Introdução às Correções Radiativas – – – – – Bremsstrahlung Estrutura da Função de Vértice do Elétron Cálculo da Função de Vértice do Elétron Momento Magnético Anômalo Divergência Infravermelha e o Vértice do Elétron Desenvolvimentos Formais da Renormalização – – – – – – Tecnologia dos Traços e Processos Não-Polarizados Estrutura de Helicidade Simetria de “Crossing” Espalhamento Compton Renormalização do Campo Auto-energia do elétron Redução LSZ e Diagramas de Feynman Teorema Óptico Identidade de Ward-Takahashi Renormalização da Carga do Elétron Sistemática da Renormalização – – – – Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes Contagem das Divergências Ultravioleta Teoria de Perturbação Renormalizada Renormalização da Eletrodinâmica Quântica Além da “Leading Order”: um Exemplo de Dois Loops 2 Introdução às Correções Radiativas Introdução – Aprendemos a calcular diagramas a nível de árvore (tree-level) – O próximo termo da expansão perturbativa em αem envolve diagramas que contém loops Esses diagramas possuem em geral divergências: devemos integrar sobre todos os possíveis valores do momento da partícula (não-observável) que corre no loop. Algumas dessas integrais divergem no ultra-violeta (kÆ∞). Essas divergências devem ser: • Identificadas e isoladas (reguralização) • Tratadas de forma sistemática e consistente para que os cálculos levem a grandezas físicas (finitas) mensuráveis (renormalização) – Na QED existem 3 tipos distintos de diagramas de 1-loop: X Correção do Propagador do Férmion (Auto-Energia): dá origem à renormalização da massa do férmion. X Correção do Propagador do Fóton (Polarização do Vácuo): dá origem a renormalização da carga elétrica e a α(Q2). X Correção de Vértice: dá origem ao momento magnético anômalo do férmion. Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 4 – Algumas das divergências dos loops são infravermelhas (kÆ0) Essas divergências são canceladas por outro tipo de processo radiativo: X bremsstrahlung. Fótons com baixíssima energia podem ser radiados sem no entanto poderem ser observados por qualquer detector físico. Assim devem ser adicionados aos processos de espalhamento sem radiação. • • • Vamos iniciar o estudo das correções radiativas da QED pelo processo de bremsstrahlung de baixa energia que possui divergência para kÆ 0. Em seguida calcularemos o diagrama de correção de vértice que também possui uma parte que diverge no infravermelho Mostraremos como as divergências infravermelhas desses 2 processos se cancelam Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 5 Soft Bremsstrahlung Cálculo Quântico do Bremsstrahlung Vamos calcular a amplitude de um fóton sendo emitido de um elétron espalhado por uma fonte externa qualquer Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 6 Assumindo que o fóton seja soft (baixa energia), i.e. |k|<<|p’-p|, podemos ignorar o momento k no numerador e aproximar: Simplificando o numerador usando a Equação de Dirac: E o denominador: Temos: Amplitude Elástica Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes Bremsstrahlung 7 Seção de choque para o processo com bremsstrahlung fica: Elástica Esp. Fase Bremsstrahlung A probabilidade do elétron radiar um único fóton de momento k fica: Escrevendo os momentos envolvidos como: Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 8 Temos: A probabilidade diferencial e total ficam: Para garantir que a aproximação para G G Gfótons soft permaneça válida, integramos a probabilidade apenas até | q |=| p − p ′ | Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 9 Apesar da aproximação válida para fótons com baixa energia, a integral dk/k é divergente no limite inferior (k=0) indicando que “a probabilidade de emitir fóton muito soft é infinita. Aqui está a divergência infravermelha. Uma maneira de contornar esse problema é regularizar artificialmente a integral assumindo uma “pequena massa” fictícia µ para o fóton. Nesse caso o limite inferior torna-se 0 Æ µ : onde: ∴ Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes G q 2 = − | q |2 10 Resolvendo agora a integral G G k // v ′ G G k // v G (kˆ.v = v cos θ ≈ 1 e . O integrando tem picos para: G GG kˆ.v ′ ≈ v .v ′) G (kˆ.v ′ = v ′ cos θ ≈ 1 e k̂ k̂ G v G v′ G v G GG kˆ.v ≈ v .v ′) G v′ O limite inferior não é crítico. Podemos por exemplo tomar O termo dominante não vai depender da escolha de x. Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 11 A integral fica: Obtemos um duplo log (-q2), chamado de duplo logarítmo de Sudakov. A dependência em µ será discutida mais tarde: Exercício 6.1: Discuta o bremsstrahlung clássico (pag. 177 a 182 do Peskin). Sandra S. Padula & Sérgio F. Novaes 12