INSPEÇÃO ESCOLAR NO PROCESSO MOTIVACIONAL SUAS
IMPLICACÕES E IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO
Karine Emanuella Soares Santana1
Silma do Carmo Nunes 2
Resumo
A Inspeção Escolar está ligada a vários fatores que contribuem com o processo
motivacional da comunidade escolar. Evidentemente, nem sempre foi assim. A própria
expressão linguística nos remete à história, desde o Brasil colonial, em que o ato de
inspecionar nos lembra o ato de fiscalizar, observar, examinar, verificar, olhar, vistoriar,
controlar e vigiar. Então é relevante abordar o tema motivação, pois o mesmo
influencia de forma decisiva o comportamento, sendo um poderoso meio para obter-se a
melhoria no desempenho das atividades educacionais, tanto de quem inspeciona quanto
de quem ensina e como aquele que aprende. No qual, o papel do inspetor escolar não é
apenas ser um profissional que cuida somente da parte burocrática ou ficalizadora, mas
aquele que orienta e se responsabiliza pelos aspectos emocionais do ser humano,
motivando todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem com o intuito de
obter qualidade no sistema de ensino, eficiência e motivação.
Palavras Chave: Inspetor Escolar. Motivação. Comportamento. Reconhecimento.
Introdução
Mediante o tema aqui apresentado, o problema de estudo deste artigo sintetiza-se
na seguinte questão: Qual o papel do inspetor escolar em relação à motivação ao realizar
seu trabalho pedagógico, perante a instituição educacional?
Considerando o problema de estudo apresentado neste artigo, à hipótese
provisória para respondê-lo e de que, o processo motivacional envolve todos os
profissionais, pais e alunos, caracterizado em um conjunto de ações que direciona o
comportamento da inspeção em relação ao ambiente de ensino.
Justificando-se o estudo realizado, destaco o papel da inspetor escolar pois ele
trabalha estreitamente com a gestão de pessoal, e está sempre preocupado com a
veracidade e atualização da escrituração e organização escolar para proporcionar
segurança no processo de arquivos e estará também sempre em contato com as
comunidades escolares e tem um papel importante na comunicação entre os órgãos da
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Licenciada em Pedagogia. Aluna do curso de Inspeção Escolar da Faculdade Católica de Uberlândia
Doutora em Educação pela UNICAMP. Orientadora do trabalho.
administração superior do sistema e os estabelecimentos de ensino que o integram,
volta-se para organização e funcionamento da escola e do ensino, a regularidade
funcional dos corpos docente e discente, a existência de satisfatórios registros e
documentação escolar.
Diante dessas atribuicões do inspetor escolar, ele é um profissional muito
importante na abordagem do processo motivacional, pois a motivação relaciona-se a
compreensão do “porquê” do comportamento humano; e a força que estimula a “ação”
relativa ao comportamento. O termo motivação origina-se do latim “motivus”,
“movere” que significa mover, indica o processo segundo o qual um conjunto de razões
induz ou incentiva algum tipo de ação.
Então, significa dizer que a motivação é o que motiva para a ação, enfatizam o
fato das emoções impulsionarem as pessoas em direção as suas metas. Tais emoções
ainda influenciam o modo como às pessoas percebem e reagem aos fatos. E isso se
relaciona com a personalidade do ser humano e com o seu desenvolvimento mental,
emocional e social; é aquilo que incita as pessoas a se superarem e a persistirem na
consecução dos objetivos que visam.
É necessário ressaltar também a automotivação que se refere a um fator
imprescindível para que os inspetores possam realizar suas tarefas com maior
entusiasmo, interesse e dedicação, proporcionando assim a sua própria satisfação. E,
consequentemente, a satisfação dos diretores, supervisores, professores que reflete
também nos alunos, o que implica no crescimento profissional por parte do inspetor e
professor e através do êxito dos objetivos propostos, ocorre o interesse em relação aos
alunos no processo de ensino-aprendizagem.
Assim, existe uma diversidade de fatores que impulsionam o individuo, ou seja,
cada um tem suas razoes para sentir-se motivado; cada um possui seus desejos e
necessidades - fatores que irão se diferenciar de acordo com os contextos sócio-culturais
em que vivem.
Atualmente, a realidade das instituições educacionais nota-se uma desmotivação
referente a diversos fatores, um deles seria ao aspecto pessoal internos, isto é,
decorrente das características de personalidade, capacidade de aprendizagem,
percepção, atitudes, emoções, valores, dentre outros; há também os fatores externos
decorrentes das características institucionais, podem-se incluir pressões do supervisor e
diretor, as influencias dos colegas de trabalho, as mudanças na tecnologia, as demandas
e pressões da família, os programas de educação continuada, a insatisfação em relação à
remuneração e as condições ambientais, tanto físicas como sociais.
Portanto, o tema motivação tornou-se um tema essencial para a rotina na
instituição educacional, pois as pessoas precisam estar motivadas para trabalharem mais
felizes e alcançarem o seu potencial pleno, sendo necessário então que o inspetor se
prepare, propondo novas estratégias e criem ferramentas para que a motivação aconteça
para que todos alcance o sucesso.
Os objetivos do trabalho sintetizaram-se no seguinte:
Objetivo geral:
Analisar o comportamento do inspetor escolar mediante suas atividades
pedagógicas e suas atitudes perante os trabalhos com a comunidade escolar ( direção,
supervisão, professores, cantineiras, pais e alunos), e quais os aspectos motivacionais se
sentem estimulados.
Objetivos específicos:
•
Investigar quais os fatores que determinam, em cada indivíduo, a
motivação, os quais podem incluir dinheiro, aceitação social, segurança
no cargo, reconhecimento e trabalho interessante;
•
Observar a relação que o inspetor percebe entre a sua própria
produtividade e o alcance de seus objetivos;
•
Diagnosticar a capacidade que o inspetor possui para influenciar o eu
próprio nível de produtividade, na medida em que acredita ser capaz de
influenciá-lo.
A atuação do inspetor escolar tem como princípio o fazer, o agir, o movimentar,
o envolver-se, o modificar, o motivar e para isto é necessário que esteja firmado em sua
essência o querer moldar pessoas.
No qual, o posicionamento político pedagógico dos profissionais da educação,
exige uma mudança de mentalidade e todos os membros da comunidade escolar. Sendo
processo motivacional assumindo várias implicações partindo da comunidade, os
usuários da escola, sejam os seus dirigentes e gestores e não apenas os seus
fiscalizadores ou meros receptores dos serviços educacionais.
Diante disso a escola possui também uma função social que é a ética
pedagógica, possibilitando a construção de uma convivência humana pautada na justiça,
no respeito, igualdade cívica, na dignidade da pessoa, na democracia, na solidariedade,
conforme cita ALVES (2002, p.137), quando a escola se abre e transpõe seus muros,
entra a comunidade. A escola vai se transformando em um lugar de estar, de fazer e
criar junto, de dar e receber apoio.
.
Uma vez que a motivação humana influencia diretamente o comportamento dos
agentes responsáveis pela produção nas escolas. Sendo o processo motivacional na
educação um dos fatores determinantes do envolvimento; refere-se a um fator essencial,
através do qual as pessoas buscam “fazer as coisas” e com prazer, amor, carinho e
respeito ao próximo.
Além de sua relevância, a motivação não depende de decisões ou de
transferência de informações, ela é uma energia interna, pessoal, individual, capaz de
despertar nas pessoas a capacidade de produzir ações.
De acordo com o processo motivacional no qual o inspetor escolar está inserido,
é preciso rever e propor mudanças de comportamento que infere-se na capacidade de
escutar os outros, colocar-se no lugar dele, ajuda a entender e aceitar as limitações de
cada um, relacionar-se não e somente receber, mas dar ao mesmo tempo, é abri-se para
o novo. FALCONE in SOBRINHO (2004, p. 71), diz que:
Quando uma pessoa costuma se comportar assertivamente, ela facilita
a solução de problemas interpessoais; aumenta o senso de auto-eficacia e a
auto-estima; melhora a qualidade dos relacionamentos e sente-se mais
tranquila.
Então, com certeza o objetivo é facilmente alcançado, da mesma forma ocorre
na escola, se o inspetor juntamente com os toda a equipe educacional não tiverem um
bom entrosamento, diálogo e cultivando e respeitando as diferenças, habilidades e
competências de cada um, ocorrerá atritos e consequentemente toda a instituição fica
desmotivada.
Sabemos que alterar o sistema, sua estrutura funcional, é complexo e difícil e tal
parte de ação não nos é possível fazer diretamente, mas podemos alterar a escola,
modificar as relações ai existentes, buscando espaços de participação e gestão
democrática, valorizar, reconhecer e incentivar o trabalho dos profissionais da
educação; oportunizar e incentivar a participação dos pais na escola; cuidar para que
aconteça um ensino-aprendizagem prazeroso, contextualizado, mas que ultrapasse as
barreiras do senso comum e se transforme em um conhecimento cientifico procurando
fazer da escola um espaço de construção, democrática e participativa.
Os problemas com a relação interpessoal estão em todos os setores da vida,
conviver hoje é um desafio tanto profissional, intelectual e emocional, deve-se ter o
entendimento que precisa-se do outro, uma pessoa que vive sozinha não tem prática de
relação interpessoal. Para LUCK ET AL (2001, p.19):
Um ambiente estimulador e aquele em que existem ações efetivas:
“Criar uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperativismo;
promover um clima de confiança; valorizar as capacidade e aptidões dos
participantes; associar esforços; quebrar arestas, eliminar divisões e integrar
esforços; estabelecer demanda de trabalho centrado nas idéias e não em
pessoas; desenvolver a prática de assumir responsabilidades em conjunto.
Portanto, a motivação dos inspetores e dos demais integrantes da instituição de
ensino pode-se encontrar na dependência de vários fatores, tais como: salários,
formação continuada, programas de treinamento e reconhecimento profissional. De
acordo com os teóricos abordados, as pessoas não são movidas somente por
recompensas materiais, mas também pela admiração e, sobretudo, pelo reconhecimento,
mesmo um simples elogio poderá ser uma poderosa alternativa para a motivação.
No entanto, faz-se necessário reconhecer as limitações da escola, assim observar
as limitações dos profissionais; pois torna-se fundamental conhecer a realidade de
ambos, para que possam assegurar o progresso na qualidade de ensino de forma
coletiva.
Sendo então, a motivação um fator importante neste artigo, pois tal abordagem
revela o que leva estes profissionais desempenharem suas funções com satisfação.
Levando-se em consideração quais os aspectos que acham mais significante para se
sentirem motivados;seja ele: financeiro, reconhecimento profissional, relacionamento
interpessoal, incentivo a formação continuada, ambiente adequado para desenvolver
suas atividades e em relação à utilização de equipamentos tecnológicos.
Pois, a qualidade de ensino resulta do envolvimento de todos os participantes da
estrutura educacional e também em relação aos aspectos externos citado anteriormente,
envolvendo os profissionais com diferentes funções, no qual é necessário que haja
comprometimento de todos para atingir os objetivos traçados pela escola, com isso a
equipe ficará mais motivados em desenvolver suas tarefas de forma eficiente,
demonstrando alegria e prazer.
Contudo, será relevante observar o comportamento do inspetor escolar, ou seja,
se ele tem oportunizado o desenvolvimento da mentalidade de dialogar, argumentar,
expressar, raciocinar e reivindicar novas propostas, criando condições para que a
comunidade escolar seja capaz de enfrentar os desafios do cotidiano da escola, de uma
forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e participativa, através do
desenvolvimento de uma metodologia do trabalho que possibilite resignificar a ação de
todos os agentes da instituição.
Nesse caso, quando a escola permite e se abre para a discussão dos conflitos
presentes no espaço escolar sem dúvida ficará mais fácil propor estratégias de mudança
até mesmo no que se refere às relações interpessoais, no confronto de idéias, no
surgimento de novas concepções, de dúvidas, uma escola que paute suas ações no
diálogo, no estudo, na reflexão, e reconheça que idéias não são suficientes, e que é
preciso um modo de transformá-las em realidade e se instrumentize para tal.
O comportamento do inspetor escolar em relação aos aspectos motivacionais
O desafio para o profissional da inspeção escolar é enorme, ele terá que muitas
vezes ser um visionário, já que o reflexo de suas ações poderá acontecer talvez no futuro
e estará sempre imaginando as diversas possibilidades de mudanças ao observar as
diveras demandas existente na escola.
Então, a escola que pretende ter uma educação de qualidade, que se preocupe
com a democratização do acesso e da permanência do aluno na escola, obtendo
inspetores, supervisores e professores motivados no desempenho de suas tarefas, é
necessário analisar o fato gerador que o motivem.
Espera-se do inspetor escolar, um profissional que não cuide somente da parte
burocrática, mas que procure ter um método de trabalho menos policiador e controlador,
tornando-se mais participativo e democrático, mais orientador da aplicação da norma e
mais estimulador da criticidade e da criatividade tão necessária à melhoria do
funcionamento do sistema. Deverá propiciar às escolas as condições que assegurem sua
autonomia administrativa, pedagógica e também que cuide e oriente a parte humana,
conduzindo com todos os envolvidos o processo ensino aprendizagem, com qualidade,
eficiência e motivação.
O inspetor escolar é um profissional especializado em manter a motivação do
corpo docente, deve ser idealista, flexível e dinâmico, buscando constantemente ser
transformador, trabalhando em parceria, exercitando o trabalho de equipe, integrando a
escola e a comunidade, Vale (1982, p.35):
Procurar desenvolver a sua capacidade de organizar o pensamento e
compartilhar suas idéias, de se constituir enquanto grupo de compreender a
força da ação coletiva, de liderar, de pensar criticamente a realidade social, de
filtrar da historia oficial de sua classe, de se capacitar a se tornar sujeito de sua
própria historia.
Tal motivação refere-se ao processo que mais significativamente influencia o
comportamento no ambiente educacional, refletindo no desempenho profissional e
consequentemente no rendimento dos alunos, que é um dos objetivos importantes para a
educação.
As escolas devem, ainda, estabelecer e planejar programas de treinamento capaz
de promover o desenvolver profissional, o qual caminha junto com o processo
motivacional, pois um bom desempenho profissional torna-se cada vez mais essencial.
Os fatores que determina a motivação do ambiente educacional
Existem vários fatores nos quais as pessoas se sentem motivadas uma delas está
ligada à questão salarial, pois muitos profissionais da educação reconhecem o descaso
do poder público não priorizando oferecer incentivo financeiro que merecem, pois são
estes profissionais que irão formar cidadãos conscientes do seu papel na sociedade
então, devido a essa falta de estímulo os educadores ficam desmotivados em
desenvolver um trabalho de qualidade.
No entanto, a motivação do inspetor pode-se encontrar na dependência de vários
fatores, tais como: salários, formação continuada, programas de treinamento e
reconhecimento profissional. De acordo com os teóricos abordados, as pessoas não são
movidas somente por recompensas materiais, mas também pela admiração e, sobretudo,
pelo reconhecimento, mesmo um simples elogío poderá ser uma poderosa alternativa
para a motivação.
Considerações Finais
O Inspetor Escolar tem uma função fundamental e importante dentro da escola
apoiando a direção na administração e na resolução de problemas, influenciando
também no aspecto motivacional. Dessa forma ganham à participação dos alunos, e dos
demais profissionais da educação, as famílias envolvidas e a própria sociedade.
A atuação do inspetor escolar deve estar direcionada a promover integração de
todos no ambiente educacional, verificando as facilidades e dificuldades encontradas
pelos mesmos, incentivando e promovendo a formação em serviço das equipes
escolares, participando e conduzindo reuniões técnico-pedagógica dos professores.
Dessa forma o
inspetor escolar deve estar devidamente habilitado na sua
formação acadêmica, com profundos conhecimentos no campo pedagógico obtendo
capacitação para assumir a gestão do processo ensino-aprendizagem. No entanto, o
inspetor deve estar motivado e satisfeito em assumir a sua função para que o mesmo
desenvolva um trabalho de qualidade, consequentemente ele motiva toda a equipe.
Portanto, observa-se, que em toda trajetória do inspetor existe um aspecto
fiscalizador e autoritário que se vem tentando mudar na atuação desse profissional. Isso
mostra a necessidade de repensar em uma nova postura que o inspetor deverá assumir,
no qual deverá colaborar, participar e incentivar determinadas necessidades. Pois, nos
dias atuais a demanda tem sido compreender e valorizar o ser humano e as relações
interpessoais com o intuito de atingir os objetivos propostos pela sistema de ensino.
Referências
ALVES, Nilda (coordenadora). Educação e Supervisão: O Traballho Coletivo na
Escola. São Paulo. SP: Cortez, 1991.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática.
Goiânia.GO: Alternativa, 2004.
BARBOSA, Maria Rita L. S.. Inspeção Escolar: Um Olhar Crítico. Uberlândia.
KONDO, Yoshio. Motivação Humana. São Paulo: Gente, 1994.
LUCK ET AL. A Escola Participativa: O Trabalho do Gestor Escolar. Rio de Janeiro:
DP&A, 2001.
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