Financiamento da Educação Pedro Telhado Pereira Educação e Externalidades • Bens públicos - não rivalidade - não exclusão • Bens privados Externalidades do Ensino Obrigatório - Redução dos custos de transacção - Utilização das novas tecnologias - Natalidade e fertilidade - Novos hábitos de saúde e de alimentação - Atitudes organizativas e financeiras - Hábitos de consumo - Efeitos intergeracionais Aumento da matéria fiscal no futuro No entanto no Ensino Pósobrigatório • As externalidades não são tão fortes • - não tem as características de um bem público puro. Imperfeições no mercado - controle da qualidade - problema da escolha intertemporal e de informação - os problemas dos empréstimos mais utilizados pelos mais favorecidos Os "quase-mercados" em educação - financiador - o Estado - fornecedor - Privados educação, saúde, segurança social, ... política dos "vouchers" (cheques) - objectivo - redução dos custos, eficiência Desvios - selecção dos candidatos de modo a minimizar os custos. Financiamento do Ensino Superior - custos elevados - custos de educação e de vida dos estudantes - custos de instrução dos estabelecimentos de ES - custos de oportunidade - individual - salário perdido - social - valor da produção não realizada Financiadores do ES - os estudantes - empresas - Estado - receitas de prestação de serviços - formação de adultos - rendimentos de investimentos - ... - mecenato Financiadores dos Estudantes - família - Estado - Empréstimos - pelo Estado - não evita a pressão sobre o orçamento - privados - empréstimo hipotecário - prazo curto - não atrai os estudantes mais carenciados acompanhados com bolsas - empréstimo dependente do rendimento - a amortização depende do rendimento - promove mais a eficiência e a equidade - imposto sobre o diploma Ensino Superior • Papel social dos Estudantes – Estudante como um jovem cidadão num processo de aprendizagem • Bolsas substanciais independentemente da condição financeira dos Pais – Estudante como membro de uma família num sistema de bem-estar limitado • Bolsas pequenas dependentes da condição financeira dos Pais. Pequena percentagem de estudantes recebem bolsas. – Estudante como membro de uma família num sistema de bem-estar alargado • Bolsas substanciais mas dependentes da condição financeira dos Pais. Grande percentagem de estudantes recebem bolsas. – Estudante como investidores no seu futuro • Sistema de empréstimo a serem reembolsados no futuro Financiamento do Ensino Superior Público em Portugal • Pereira, Pedro (2009) “Ensino Superior – Valor Económico e Financiamento: Notas de uma Leitura Pessoal”, in Políticas Educativas - Discursos e Práticas, ed. Liliana Rodrigues e Paulo Brazão, Universidade da Madeira e CIE. Exemplo • Pensemos num bolo de mel que queremos distribuirpor 10 indivíduos, (5 com mais de 65 anos, reformados e 5 com menos de 65 anos e população activa) • Vamos supor que existia um estudo que dizia que para ficarem satisfeitos os maiores de 65 anos deviam comer 80g de bolo e os com menos de 65 anos deviam comer 120g de bolo. • Para os satisfazer necessitaríamos de um bolo 1000 g (= 5*80 + 5*120) • Vamos agora supor que queremos compensar a população activa aumentando a sua fatia de 25%, ou seja passando a 150g. • O bolo terá que passar a 1150g • O que fazer se só tivermos um bolo de 800g para distribuir? Dois problemas • 1) o tamanho do bolo e • 2) o modo como é distribuído. • São exactamente estes dois tipos de problemas que temos com o financiamento do Ensino Superior, ou seja o do seu montante e de como é distribuído. Até 2006 • A fórmula era baseada em rácios alunos/professores e docentes/não docentes; e nos salários médios dos docentes e não docentes. • Depois eram utilizados factores de qualidade e de eficiência. • Estes dados eram usados para encontrar custos de referência para cada área e cada instituição. 7.2.3. Rationes de docentes e de não docentes Ensino universitário: Formação inicial est/doc est/ndoc Medicina, Med Dent, Espectáculo 6.0 7.0 Medicina Veterinária 8.0 10.0 Ciência, Eng, Farm, Agr&Pescas 10.0 14.0 Arq, CComun, Psi, CEdu, CDesp, APlást 12.0 20.0 Matemática, FormProf 14.0 28.0 Línguas, Economia, Gestão, Ssociais 16.0 32.0 Letras, Csociais, Contabilidade 18.0 45.0 Direito, CPolíticas 20.0 50.0 Formação Avançada est/doc est/ndoc Medicina, Med Dent, Espectáculo 5.0 6.0 Enfermagem, Med Vet, Tecn Saúde 8.0 10.0 Ciência, Eng, Farm, Agr&Pescas 8.0 10.0 Arq, CComun, Psi, CEdu, CDesp, APlást 11.0 22.0 Matemática, FormProf 11.0 22.0 Línguas, Economia, Gestão, Ssociais 11.0 22.0 Letras, Csociais, Contabilidade 11.0 22.0 Direito, CPolíticas 11.0 22.0 Ensino politécnico: Formação Inicial est/doc est/ndoc Espectáculo 5.0 6.0 Enfermagem, Tecn Dentários, Tecn Saúde 8.0 10.0 Ciência, Tecn, Agr&Pescas, APlást 11.0 18.0 Computação, FormProf 14.0 28.0 Gestão, Cont, Línguas, SSociais, Turismo 17.0 42.0 est/doc est/ndoc Espectáculo 5.0 6.0 Enfermagem, Tecn Dentários, Tecn Saúde 8.0 10.0 Ciência, Tecn, Agr&Pescas, APlást 8.0 10.0 Computação, FormProf 11.0 22.0 Gestão, Cont, Línguas, SSociais, Turismo 11.0 22.0 Formação Avançada Após 2007 • Os rácios foram substituídos por factores de custo. • Mas estes factores são muito diferentes dos de outros países (ver no artigo). Problema com a fórmula até 2008 • Era a utilização do indicador de qualidade que era a percentagem de Doutores. • Este indicador está altamente correlacionado com a remuneração média dos docentes a qual já estava considerada na fórmula, o que muito prejudicava o financiamento das Universidades com menor percentagem de Doutores como era o caso da Universidade da Madeira. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação A correcção da fórmula • permitiu à Universidade da Madeira ter um aumento de orçamento de quase 16% de 2008 a 2009 Notes EAG – A 7 – Estudante e Famílias Year Direct costs Foregone earnings Total costs Direct costs (1) (2) (3) (1) Foregone Total costs earnings (2) (3) OECD Australia 2009 - 17 528 - 50 814 - 68 342 25,65% 74,35% 100,00% Austria 2010 - 6 199 - 62 401 - 68 600 9,04% 90,96% 100,00% Belgium 2010 - 2 780 - 37 528 - 40 307 6,90% 93,10% 100,00% Canada 2010 - 20 529 - 36 423 - 56 952 36,05% 63,95% 100,00% m m m Chile Czech Republic 2010 - 5 029 - 25 719 - 30 748 16,36% 83,64% 100,00% Denmark 2010 - 4 509 - 75 357 - 79 866 5,65% 94,35% 100,00% Estonia 2010 - 3 924 - 14 951 - 18 875 20,79% 79,21% 100,00% Finland 2009 - 1 873 - 56 911 - 58 784 3,19% 96,81% 100,00% France 2010 - 6 963 - 47 182 - 54 145 12,86% 87,14% 100,00% Germany 2010 - 5 813 - 55 093 - 60 906 9,54% 90,46% 100,00% Greece 2009 - 690 - 43 715 - 44 405 1,55% 98,45% 100,00% Hungary 2010 - 4 664 - 13 268 - 17 932 26,01% 73,99% 100,00% m m m Iceland Ireland 2010 - 6 478 - 42 453 - 48 931 13,24% 86,76% 100,00% Israel 2010 - 14 023 - 26 963 - 40 987 34,21% 65,79% 100,00% Italy 2008 - 7 285 - 50 608 - 57 893 12,58% 87,42% 100,00% Japan 2007 - 37 215 - 66 750 - 103 965 35,80% 64,20% 100,00% Korea 2010 - 19 211 - 34 019 - 53 231 36,09% 63,91% 100,00% Luxembourg Mexico Netherlands New Zealand Norway Poland Portugal Slovak Republic Slovenia Spain Sweden Switzerland Turkey United Kingdom United States OECD average EU21 average m m m m m m 2010 - 14 646 - 95 834 - 110 480 13,26% 86,74% 100,00% 2010 2010 2010 2010 - 9 384 - 1 086 - 7 343 - 4 627 - 43 347 - 47 946 - 16 928 - 16 181 - 52 731 - 49 032 - 24 270 - 20 808 17,80% 2,21% 30,25% 22,24% 82,20% 97,79% 69,75% 77,76% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 2010 2010 2010 2010 - 6 183 - 3 564 - 8 864 - 3 560 - 15 019 - 26 242 - 28 219 - 50 291 - 21 202 - 29 806 - 37 083 - 53 851 29,16% 11,96% 23,90% 6,61% 70,84% 88,04% 76,10% 93,39% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 2005 m - 1 061 m - 9 402 m - 10 463 10,14% 89,86% 100,00% 2010 - 20 162 - 47 655 - 67 817 29,73% 70,27% 100,00% 2010 - 61 135 - 44 678 - 105 813 57,78% 42,22% 100,00% - 10 563 - 40 755 - 51 318 20,58% 79,42% 100,00% - 6 258 - 41 078 - 47 335 13,22% 86,78% 100,00% Notes Estado Year OECD Australia Austria Belgium Canada Chile Czech Republic Denmark Estonia Finland France Germany Greece Hungary Iceland Ireland Israel Italy Japan Korea Luxembourg Mexico Netherlands New Zealand Norway Poland Portugal 2009 2010 Foregone taxes on earnings Total costs (1) (2) (3) - 15 955 - 43 971 m - 27 754 m - 21 080 - 32 430 - 19 081 - 21 711 - 33 511 - 27 953 - 22 045 - 15 696 1 2010 2010 2010 2010 2009 2010 2010 2009 2010 m 2 2010 m m 2010 2010 2010 2010 2010 2010 2010 2010 2010 United Kingdom United States 2010 2010 2005 - 3 020 - 8 869 m - 2 945 m 2 849 - 20 100 - 1 241 - 4 391 - 5 799 - 13 996 2 032 - 2 625 - 25 625 - 14 670 - 32 919 m - 21 051 m 2010 2010 2008 Slovak Republic Slovenia Spain Sweden Switzerland Turkey OECD average EU21 average Direct costs - 18 975 - 52 840 m - 30 700 m - 18 231 - 52 530 - 20 323 - 26 103 - 39 310 - 41 949 - 20 013 - 18 321 m - 794 - 1 409 - 10 264 m - 2 923 m m - 26 419 - 16 079 - 43 183 m - 23 974 m m - 28 879 - 22 264 - 38 967 - 19 278 - 26 371 - 2 153 - 4 017 - 16 326 - 5 994 - 2 429 - 31 032 - 26 281 - 55 292 - 25 272 - 28 800 - 14 722 - 874 - 15 596 - 19 303 - 18 107 - 29 675 m - 4 776 - 6 815 - 843 - 6 505 m - 4 551 - 26 119 - 18 950 - 36 180 m - 9 327 - 19 434 4 949 - 14 485 - 34 048 - 3 381 - 37 429 - 24 121 - 24 831 - 4 535 - 4 414 - 28 656 - 29 245