Federação Espírita Brasileira Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita PROGRAMA FUNDAMENTAL Módulo XIII: Lei de Destruição e Lei de Conservação ROTEIRO 4 O necessário e o Supérfluo OBJETIVO ESPECÍFICO: •Estabelecer uma relação entre o necessário e o supérfluo à vida humana. O que é o necessário e o que é o supérfluo? • Deus proveu a Natureza de todos os recursos para garantir a sobrevivência dos seres vivos no Planeta. Não fora possível que Deus criasse para o homem a necessidade de viver, sem lhe dar os meios de consegui-lo. Essa a razão por que faz que a Terra produza de modo a proporcionar o necessário aos que a habitam, visto que só o necessário é útil. O supérfluo nunca o é. Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 704. • A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 25, item 8. • Não vos preocupeis com a vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? [...] Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Mateus, 6:25-26 e 33. Tudo o que o homem necessita para manutenção da vida encontra-se na Terra. É admirável a previdência e a sabedoria divina, manifestada na Natureza, para o atendimento de todas as necessidades do homem, primitivo ou civilizado, em qualquer época. De um lado, todos os recursos naturais, ao alcance da criatura, na atmosfera, no solo, nas águas e nas entranhas da Terra; de outro, a necessidade do esforço, do trabalho, da aplicação da inteligência, da luta contra os elementos, para fruição dos meios de manutenção. SOUZA, Juvanir Borges de. Tempo de transição. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Cap. 5 (Necessário e supérfluo), p. 50-51. Ainda dentro desse contexto do que é supérfluo e do que é necessário à nossa existência, fazem-nos eco as seguintes ponderações de um Espírito Protetor, o qual, em mensagem ditada no ano de 1861, já dizia: Quando considero a brevidade da vida, dolorosamente me impressiona a incessante preocupação de que é para vós objeto o bem-estar material, ao passo que tão pouca importância dais ao vosso aperfeiçoamento moral, a que pouco ou nenhum tempo consagrais e que, no entanto, é o que importa para a eternidade. Dir-se-ia, diante da atividade que desenvolveis, tratar-se de uma questão do mais alto interesse para a Humanidade, quando não se trata, na maioria dos casos, senão de vos pordes em condições de satisfazer a necessidades exageradas, à vaidade, ou de vos entregardes a excessos. Que de penas, de amofinações, de tormentos cada um se impõe; que de noites de insônia, para aumentar haveres muitas vezes mais que suficientes! Por cúmulo de cegueira, freqüentemente se encontram pessoas, escravizadas a penosos trabalhos pelo amor imoderado da riqueza e dos gozos que ela proporciona, a se vangloriarem de viver uma existência dita de sacrifício e de mérito – como se trabalhassem para os outros e não para si mesmas! Insensatos! Credes, então, realmente, que vos serão levados em conta os cuidados e os esforços que despendeis movidos pelo egoísmo, pela cupidez ou pelo orgulho, enquanto negligenciais do vosso futuro, bem como dos deveres que a solidariedade fraterna impõe a todos os que gozam das vantagens da vida social? Unicamente no vosso corpo haveis pensado; seu bem-estar, seus prazeres foram o objeto exclusivo da vossa solicitude egoística. Por ele, que morre, desprezastes o vosso Espírito, que viverá sempre. Por isso mesmo, esse senhor tão amimado e acariciado se tornou o vosso tirano; ele manda sobre o vosso Espírito, que se lhe constituiu escravo. Seria essa a finalidade da existência que Deus vos outorgou? KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 16, item 12, p. 297. Apresentamos, a seguir, algumas medidas que nos são sugeridas pelo Espírito André Luiz. São medidas que podem nos servir de roteiro para auxiliar a educação da nossa ânsia de consumo e de acúmulo de bens, de forma a investir com mais segurança no nosso crescimento espiritual: Não converta o próprio lar em museu. Utensílio inútil em casa será utilidade na casa alheia. O desapego começa das pequeninas coisas, e o objeto conservado, sem aplicação no recesso da moradia, explora os sentimentos do morador. A verdadeira morte começa na estagnação. Quem faz circular os empréstimos de Deus, renova o próprio caminho. Transfigure os apetrechos, que lhe sejam inúteis, em forças vivas do bem. Retire da despensa os gêneros alimentícios, que descansam esquecidos, para a distribuição fraterna aos companheiros de estômago atormentado. Reviste o guarda-roupa, libertando os cabides das vestes que você não usa, conduzindo-as aos viajores desnudos da estrada. Estenda os pares de sapatos, que lhe sobram, aos pés descalços que transitam em derredor. Elimine do mobiliário as peças excedentes, aumentando a alegria das habitações menos felizes. Revolva os guardados em gavetas ou porões, dando aplicação aos objetos parados de seu uso pessoal. Transforme em patrimônio alheio os livros empoeirados que ocê não consulta, endereçando-os ao leitor sem recursos. Examine a bolsa, dando um pouco mais que os simples compromissos da fraternidade, mostrando gratidão pelos acréscimos da Divina Misericórdia [...]. Previna-se hoje contra o remorso amanhã. O excesso de nossa vida cria a necessidade do semelhante. XAVIER, Francisco Cândido & VIEIRA, Waldo. O Espírito da Verdade. Cap. 2 (Excesso e você – mensagem do Espírito André Luiz), p. 17-18. Por diversos Espíritos. 14. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. CONCLUSÃO: O homem é quase sempre o obreiro de sua própria infelicidade. Praticando a Lei de Deus, a muitos males se forrará e proporcionará a si mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira. Já nesta vida somos punidos pelas infrações que cometemos, das leis que regem a existência corpórea, sofrendo os males consequentes dessas mesmas infrações e dos nossos próprios excessos. Se, gradativamente, remontarmos à origem do que chamamos as nossas desgraças terrenas, veremos que, na maioria dos casos, elas são a consequencia de um primeiro afastamento nosso do caminho reto. Desviando-nos deste, enveredamos por outro, mau, e, de consequencia em consequencia, caímos na desgraça. Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 921. REFLITA: [...] Em todas as épocas, a sociedade humana é o filtro gigantesco do espírito, em que as almas, nos fios da experiência, na abastança ou na miséria, na direção ou na subalternidade, colhem os frutos da plantação que lhes é própria, retardando o passo na planície vulgar ou acelerando-o para o cismos da vida, em obediência aos ditames da evolução. XAVIER, Francisco Cândido. Pensamento e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. Item 19.