ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPIRITA – ESDE Módulo XIII – Lei de Destruição e Lei de Conservação Roteiro 04 – O Necessário e o Supérfluo O que eu tenho é tudo de que preciso? Você já se fez esta pergunta? Poderíamos ainda perguntar: o que é melhor para se viver bem: ter ou ser ? O que chamaríamos de necessário à vida atual, aquilo sem o que não poderíamos viver? Conceito de Necessário Aquilo que não se pode dispensar. Que acontece infalivelmente O que é indispensável, essencial. Conceito de Supérfluo Que é demais, demasiado; excedente. Aquilo que excede o necessário. Sinônimos de Necessário essencial, forçoso, primordial e importante Sinônimos de Supérfluo baldado, desnecessário, dispensável, escusado, inútil e prescindível A natureza dual do homem – corpo e espírito – impõe-lhe a necessidade de sustentação da vida no seu duplo aspecto. Acontece que a maioria dos habitantes deste Planeta preocupa-se somente com a materialidade da vida, relegando e negligenciando, por ignorância ou indiferença, os interesses espirituais. Entretanto, o Criador dotou todos os seres vivos, particularmente o homem, dos instintos e da inteligência apropriados à conservação da vida, facultando-lhes os meios para tanto. Não vos preocupeis com a vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? [...] Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas.( Mateus, 6:25-26 e 33) Teoria da Hierarquia das necessidades de Maslow Abraham Maslow (1908-1970) Califórnia, foi um psicólogo americano, conhecido pela proposta hierarquia das necessidades de Maslow (1946). Trabalhou no MIT, fundando o centro de pesquisa National Laboratories for Group Dynamics. • Necessidades Fisiológicas: a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie. • Necessidades de Segurança: a busca de proteção contra a ameaça ou privação. • Necessidades Sociais: necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e de amor. • Necessidades de Auto estima: auto apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração, além do desejo de força e adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia. • Necessidades de Realização Pessoal: realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente. Estudando o Livro dos Espíritos Deus proveu a Natureza de todos os recursos para garantir a sobrevivência dos seres vivos no Planeta. Não fora possível que Deus criasse para o homem a necessidade de viver, sem lhe dar os meios de consegui-lo. Essa a razão por que faz que a Terra produza de modo a proporcionar o necessário aos que a habitam, visto que só o necessário é útil. O supérfluo nunca o é. (LE – 704). A terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é que ele emprega no supérfluo o que poderia ser aplicado no necessário. [...] Em verdade vos digo, imprevidente não é a Natureza, é o homem, que não sabe regrar o seu viver. (LE – 705). Estudando o Livro dos Espíritos 715. Como pode o homem conhecer o limite do necessário? - O sensato o conhece por intuição e muitos o conhecem à custa de suas próprias experiências. 716. A Natureza não traçou o limite do necessário em nossa própria organização? - Sim, mas o homem é insaciável. A Natureza traçou limites de suas necessidades na sua organização, mas os vícios alteraram a sua constituição e criaram para ele necessidades artificiais. 717. Que pensar dos que açambarcam os bens da Terra para se proporcionarem o supérfluo, em prejuízo dos que não têm sequer o necessário? - Desconhecem a lei de Deus e terão de responder pelas privações que ocasionarem. Comentário de Kardec: O limite entre o necessário e o supérfluo nada tem de absoluto. A civilização criou necessidades que não existem no estado de selvageria, e os Espíritos que ditaram esses preceitos não querem que o homem civilizado viva como selvagem. Tudo é relativo e cabe à razão colocar cada coisa em seu lugar. A civilização desenvolve o senso moral e ao mesmo tempo o sentimento de caridade que leva os homens a se apoiarem mutuamente. Os que vivem à custa das privações alheias exploram os benefícios da civilização em proveito próprio; não têm de civilizados mais do que o verniz, como há pessoas que não possuem da religião mais do que a aparência. Ação da Providência Divina Em suas experiências evolutivas, os homens passam por privações e situações difíceis, em que lhes falta até mesmo o essencial à sobrevivência. Mas essa situação extrema geralmente ocorre por pura imprevidência das pessoas. A Terra ensinam os Espíritos superiores, produzirá sempre o necessário se o homem souber contentar-se com o necessário. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é porque ele emprega no supérfluos recursos que poderiam ser aplicados na obtenção do necessário. Limites O necessário e o Supérfluo O limite entre o necessário e o supérfluo não é exato nem absoluto, mas sim relativo às condições de vida proporcionadas pelos avanços da Civilização, que criam novas necessidades. Pode-se, porém, dizer que são essenciais ao homem todos os bens de relevância para a sua sobrevivência, para que desfrutem de relativo conforto e possam participar da vivência social. E supérfluos todos os bens que servem a outras finalidades, tais como o luxo e a satisfação do orgulho, bem como os que, acumulados e improdutivos nas mãos de poucos, fazem falta a muitos. Tudo é, pois, relativo, cabendo à razão regrar as coisas. O gosto pelo supérfluo é prejudicial ao homem e os desregramentos que provoca fazem com que a natureza animal tenha nele preponderância sobre sua natureza espiritual. Ademais, o atrativo dos bens materiais funciona como prova para o Espírito que passa pela experiência reencarnatória. Pode-se, porém, dizer que são essenciais ao homem todos os bens de relevância para a sua sobrevivência, para que desfrutem de relativo conforto e possam participar da vivência social. E supérfluos todos os bens que servem a outras finalidades, tais como o luxo e a satisfação do orgulho, bem como os que, acumulados e improdutivos nas mãos de poucos, fazem falta a muitos. Os Espíritos Superiores nos afirmam que a Terra [...] produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um terá o necessário. O rico, então, considerar-se-á como um que possui grande quantidade de sementes; se as espalhar, elas produzirão pelo cêntuplo para si e para os outros; se, entretanto, comer sozinho as sementes, se as desperdiçar e deixar se perca o excedente do que haja comido, nada produzirão, e não haverá o bastante para todos. Se as amontoar no seu celeiro, os vermes a devorarão. Daí o Haver Jesus dito: Não acumuleis tesouros na terra, pois que são perecíveis; acumulai-os no céu, onde são eternos. Em outros termos: não ligueis aos bens materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os primeiros aos segundos. (ESE – Cap. XXV – item 8 ) O Espírito André Luiz, nos sugere algumas medidas que podem nos servir de roteiro para auxiliar a educação da nossa ânsia de consumo e de acúmulo de bens, de forma a investir com mais segurança no nosso crescimento espiritual: Não converta o próprio lar em museu. Utensílio inútil em casa será utilidade na casa alheia. O desapego começa das pequeninas coisas, e o objeto conservado, sem aplicação no recesso da moradia, explora os sentimentos do morador. A verdadeira morte começa na estagnação. Quem faz circular os empréstimos de Deus, renova o próprio caminho. Transfigure os apetrechos, que lhe sejam inúteis, em forças vivas do bem. Retire da despensa os gêneros alimentícios, que descansam esquecidos, para a distribuição fraterna aos companheiros de estômago atormentado. Reviste o guarda-roupa, libertando os cabides das vestes que você não usa, conduzindo-as aos viajores desnudos da estrada. Estenda os pares de sapatos, que lhe sobram, aos pés descalços que transitam em derredor. Elimine do mobiliário as peças excedentes, aumentando a alegria das habitações menos felizes. Revolva os guardados em gavetas ou porões, dando aplicação aos objetos parados de seu uso pessoal. Transforme em patrimônio alheio os livros empoeirados que você não consulta, endereçando-os ao leitor sem recursos. Examine a bolsa, dando um pouco mais que os simples compromissos da fraternidade, mostrando gratidão pelos acréscimos da Divina Misericórdia. Previna-se hoje contra o remorso amanhã. O excesso de nossa vida cria a necessidade do semelhante. (XAVIER, Francisco Cândido & VIEIRA, Waldo. O Espírito da Verdade. Cap. 2 (Excesso e você – mensagem do Espírito André Luiz) O TER fica, O SER, Levamos Conosco O muito do que necessitamos atualmente advém das necessidades criadas pelo próprio desenvolvimento humano. No entanto nossa insaciável vontade nos faz desejar, e adquirir, muito mais do que precisamos, e, o que é pior, a explorar nosso semelhante para ter o que desejamos. É aí que “mora o perigo”, se, para ter, não nos incomodarmos em privar alguém daquilo que necessita. Naturalmente precisamos ter, posto que em um mundo de absoluta materialidade, qual o nosso, não poderíamos viver sem o necessário, que nossos corpos exigem. O ter não é condenável, desde que adquirido pelo próprio trabalho e talento, obedecendo-se as regras da moral. O que importa é não sermos dominados pelo ter em detrimento do ser, já que podemos ter o que quisermos, mas, se nada conseguirmos ser, partiremos desta vida sem nada, já que aqui tudo que tivermos deixamos para trás. Ter não é condenável, se soubermos aproveitar e viver bem com o que conseguirmos honestamente, que significa, sem prejudicar a ninguém. Ser, no entanto, nas aquisições sublimes do caráter e das qualificações do espírito, dá-nos condições para a felicidade eterna, posto sermos imortais, situação que contempla tais aquisições e corresponde a tudo que levaremos amanhã, seja qual for o lugar para onde formos, quando daqui, inexoravelmente, partirmos!!!