Federação Espírita Brasileira
Estudo Sistematizado
da Doutrina Espírita
PROGRAMA FUNDAMENTAL
Módulo XVII: A Perfeição Moral
ROTEIRO 2
Conhecimento de si
mesmo
OBJETIVO ESPECÍFICO:
•Fazer
uma
reflexão
a
respeito
da
importância do conhecimento de si mesmo.
• Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem
de se melhorar nesta vida e de resistir à atração
do mal?
Um sábio da antiguidade vo-lo disse:
Conhece-te a ti mesmo.
Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 919.
• Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do
dia, interrogava a minha consciência, passava
revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se
não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo
para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me
conhecer e a ver o que em mim precisava de
reforma.
Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 919-a (mensagem de Santo Agostinho).
• Muitas faltas que cometemos nos passam
despercebidas. Se, efetivamente, seguindo o
conselho de Santo Agostinho, interrogássemos
mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas
vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente
por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos
nossos atos.
Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 919 – comentário.
A forma interrogativa tem alguma coisa de mais
preciso do que qualquer máxima, que muitas vezes
deixamos de aplicar a nós mesmos. Aquela exige
respostas categóricas, por um sim ou não, que não
abrem lugar para qualquer alternativa e que são outros
tantos argumentos pessoais. E, pela soma que derem as
respostas, poderemos computar a soma de bem ou de
mal que existe em nós.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Questão 919-a, p. 425-426.
Assim, consoante deflui desses ensinamentos, é o
conhecimento de si mesmo o primeiro passo para que o
Espírito possa atingir a perfeição moral. O processo de
renovação para o bem é longo, pois que depende do esforço
de vontade de cada um no sentido da sua auto-educação,
mais inevitável, de acordo com a lei do Progresso, a que
todos os seres estão submetidos.
Victor Hugo escrevia no «Post scriptum de ma vie
[minha vida]»: É dentro de nós que devemos olhar o
exterior... Inclinando-nos sobre este poço, o nosso espírito,
avistamos, a uma distância de abismo, em estreito círculo, o
mundo imenso.
DENIS, Léon. O Problema do ser do destino e da dor. Cap. 21 (A consciência. O sentido íntimo), p. 321.
Para que possamos, entretanto, realizar esse encontro
com nós mesmos, com vistas à perfeição, é necessário, em
especial, aprender a disciplinar o pensamento.
O pensamento é [...] criador. Não atua somente em roda
de nós, influenciando nossos semelhantes para o bem ou para o
mal; atua principalmente em nós; gera nossas palavras, nossas
ações e, com ele, construímos, dia a dia, o edifício grandioso ou
miserável de nossa vida presente e futura. Modelamos nossa
alma e seu invólucro com os nossos pensamentos; estes
produzem formas, imagens que se imprimem na matéria sutil,
de que o corpo fluídico [perispírito] é composto. Assim, pouco a
pouco, nosso ser povoa-se de formas frívolas ou austeras,
graciosas ou terríveis, grosseiras ou sublimes; a alma se
enobrece, embeleza ou cria uma atmosfera de fealdade.
Segundo o ideal a que visa, a chama interior aviva-se ou
obscurece-se.
DENIS, Léon. O Problema do ser do destino e da dor. Cap. 24 (A disciplina do pensamento e a do caráter), p. 355.
Assim, não [...] há progresso possível sem observação
atenta de nós mesmos. É necessário vigiar todos os nossos
atos impulsivos para chegarmos a saber em que sentido
devemos dirigir nossos esforços para nos aperfeiçoarmos.
DENIS, Léon. O Problema do ser do destino e da dor. Cap. 24 (A disciplina do pensamento e a do
caráter), p. 360.
Cabe-nos exercitar a disciplina do pensamento.
Querer é poder! O poder da vontade é ilimitado. O homem,
consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente
crescerem suas forças na razão dos esforços. Sabe que tudo
o que de bem e bom desejar há de, mais cedo ou mais tarde,
realizar-se inevitavelmente, ou na atualidade ou na série das
suas existências, quando seu pensamento se puser de
acordo com a Lei Divina. E é nisso que se verifica a palavra
celeste: A Fé transporta montanhas.
DENIS, Léon. O Problema do ser do destino e da dor. Cap. 20 (A vontade), p. 318-319.
CONCLUSÃO:
Conhecer é patrocinar a libertação de nós mesmos,
colocando-nos a caminho de novos horizontes na vida.
[...]
a educação, com o cultivo da inteligência e com o
aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de
conhecimento e bondade, saber e virtude, não será
conseguida tão-só à força de instrução, que se imponha de
fora para dentro, mas sim com a consciente adesão da
vontade que, em se consagrando ao bem por si própria, sem
constrangimento de qualquer natureza, pode libertar e polir o
coração, nele plasmando a face cristalina da alma, capaz de
refletir a vida gloriosa e transformar, consequentemente, o
cérebro em preciosa usina de energia superior, projetando
reflexos de beleza e sublimação.
XAVIER, Francisco Cândido. Pensamento e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. Ed. FEB.
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Rot.2_Conhecimento de si mesmo - ESDE