Content: Introdução........................................................................................................ 3 Módulo 1 – Introdução – ser um bom formador............................................... 4 Módulo 2 – Teoria Básica de Educação e Avaliação..................................... 11 Módulo 3 – Métodos de Ensino e Dar “Feedback”......................................... 32 Módulo 4 – Estilos de Aprendizagem e Planos Pessoais de Formação........ 44 Módulo 5 – Ensinar através da Dramatização............................................... 53 Módulo 6 – Preparar a Equipa e Conceber o Programa................................ 62 Notas para os formadores.............................................................................. 67 “The publication has been funded with support from the European Commission under the Leonardo da Vinci Programme (Project no. 2010-1-PL1-LEO05-11460): Framework for Continuing Educational Development of Trainers in General Practice in Europe (CEDinGP) The publication reflects the views only of the authors, and the Commission cannot be held responsible for any use which may be made of the information contained therein.” 2 Introdução O curso Leonardo EURACT de nível 1 destina-se a novos formadores na área do ensino baseado no local de trabalho, sem treino anterior. Tem como objectivos a melhoria da qualidade do ensino um-para-um na Europa e a disseminação nos seus países de origem dos conhecimentos e aptidões aquiridos pelos participantes. São usadas poucas apresentações teóricas, sendo a maior parte da formação baseada em métodos activos/participativos bem como na dinâmica dos pequenos grupos. O curso consiste em seis módulos formativos. Cada um tem uma duração de 3 horas e inclui: Módulo 1 – Introdução – ser um bom formador Módulo 2 – Teoria básica de educação e avaliação Módulo 3 – Métodos de ensino e dar feedback Módulo 4 – Estilos de aprendizagem e planos pessoais de formação Módulo 5 – Ensinar através da dramatização Módulo 6 – Preparar a equipa e conceber o programa 3 Módulo 1 Introdução – ser um bom formador 4 MÓDULO 1 Introdução – ser um bom formador Conteúdo: Módulo Título Tipo Tempo – 180’ M 1.1 Quem somos Apresentação formal dos participantes 15’ M 1.2 De que trata este curso? Apresentação 1.1 10’ M 1.3 Jogo do tubarão Exercício “quebra-gelo” 15’ M 1.4 Formação dos grupos – o que é um bom formador? M 1.5 Exposições dos grupos Discussão/brainstorm em pequenos grupos Apresentação de grupo – 3 minutos por grupo M 1.6 O que é um bom formador? Apresentação 1.2 15’ M 1.7 O que preciso de aprender enquanto formador? Discussão em pequenos grupos 40’ Objectivos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Apresentar os facilitadores e participantes. Familiarizar os participantes com os objectivos e métodos do curso. Encorajar e facilitar a interacção em grupo. Demonstrar o valor do exercício “quebra-gelo” para a interacção em grupo. Partilhar ideias acerca das características de um bom formador de MGF. Familiarizar os participantes com os atributos pretendidos pelos facilitadores. Métodos: • • • • • • Workshop interactivo e participativo. Apresentação pelos facilitadores. “Quebra-gelo”. Brainstorm. Discussão em grupos pequenos. Apresentação em plenário. 5 60’ 25’ Descrição: Inicialmente apresentam-se os formadores aos participantes. Os participantes apresentam-se ao grupo, um a um. Segue-se uma apresentação formal e discussão da origem do curso, seu horário, conteúdo e estilo de trabalho. Organiza-se um ou dois exercícios introdutórios, por exemplo, o jogo do tubarão e/ou outra alternativa. Os participantes distribuem-se em grupos pequenos, se necessário partilham mais informação acerca de si e de seguida trocam ideias (brainstorm) acerca das características que um bom formador deve possuir, baseado na experiência de cada um. Cada grupo deve formular e ordenar (por importância) pelo menos 7 características de um bom formador, apresentando-as em 3 minutos ou menos, em plenário, numa folha de flipchart. Segue-se uma apresentação plenária do tema, baseada na literatura e experiência internacional. Por fim, dentro dos seus grupos, os participantes são convidados a comparar as suas ideias originais com o perfil apresentado e reflectir sobre as suas necessidades de aprendizagem enquanto formadores. Avaliação: • • • Formulário de avaliação do curso. Reflexão. Apresentação de posters. Referências: 1. Havelock P., Hasler J., Flew R., McIntyre D., Schofield T., Toby J. (1995) Professional Education for General Practice. Oxford General Practice Series 31. Oxford University Press, Oxford, New York, Toronto. 2. Little M., Midtling J.E. (1989) Becoming a Family Physician. Springer – Verlag New York. 3. Pereira Gray D.J. (1982) Training for General Practice. Macdonald & Evans Ltd. Plymouth. 4. Neighbour R. (1996) The Inner Apprentice. Petroc Press. Newbury. 5. Lukas W., Teslar E.,(eds) (2005) Training in Family Practice. The College of Family Physicians in Poland, Warsaw. Recomendações para leitura adicional: • Há alguns jogos disponíveis na Internet. 6 Materiais de apoio: • • • Slides 1.1, 1.2 Descrição do exercício “quebra-gelo” Documento EURACT sobre a selecção de formadores e práticas formativas para treino específico em Medicina Geral e Familiar. EURACT, Tartu 2002 – pode ser encontrado no sítio do EURACT na Internet (www.euract.eu), vd “Selection of Trainers and Teaching Practices for Specific Training in General Practice”. Equipamento: • • Uma sala de conferências equipada com projector Zona para afixação e exposição de posters • Cadeiras dispostas em círculo para o jogo do tubarão (devem ser suficientemente estáveis e robustas para suportarem os participantes em pé) Três salas adicionais para discussão de pequenos grupos, equipadas com um flipchart em cada uma • 7 DE QUE TRATA ESTE CURSO? Presentation available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 8 O QUE É UM BOM FORMADOR? Presentation available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 9 MÓDULO 1 Introdução - ser um bom formador DESCRIÇÃO DOS EXERCÍCIOS “QUEBRA-GELO” Jogo Jogo do Tubarão Desatar o grupo Jogo da bola/nome Descrição Os participantes são convidados a subir para cadeiras sem ordem determinada; é-lhes então pedido que redistribuam os elementos do grupo de acordo com a ordem dos seus aniversários ao longo do ano. Devem fazê-lo sem cairem ao “mar” e serem comidos por tubarões. Os participantes devem ser convidados a participar no exercício e ter condições físicas para o fazer. O exercício faz-se descalço. Todos os participantes levantam as mãos acima das suas cabeças e movem-se em direcção a outros, por forma a que as mãos de cada um toquem as mãos de outros dois participantes. Dois elementos um em cada ponta da corda - apenas estão ligados por uma mão. O objectivo é que o grupo consiga “desatar” a corda até que esta forme uma linha sem nós, e sem que a corda parta. Nota: é possível que se forme um círculo fechado além de uma corda. Cada participante diz o seu nome. Dá-se uma bola a um participante, que a passa para outro, dizendo o seu nome (do destinatário da bola). Se estiver correcto, o participante com a bola faz o mesmo, passando para outro. Se o nome estiver incorrecto, a bola é devolvida ao que errou. Podem ser cobradas multas, tal como ficar em pé só sobre uma das pernas. Versão alternativa, mais difícil - quem recebe a bola deve dizer o nome de todos os que já tiveram a bola. 10 Módulo 2 Teoria Básica de Educação e Avaliação 11 MÓDULO 2 Teoria da Educação e da Avaliação Conteúdo: Módulo Título Tipo Tempo – 180’ M 2.1 Teoria da educação para formadores Apresentação interactiva (Parte 1) Pares e “buzz groups” 30’ M 2.2 Aplicação da teoria – obstáculos à aprendizagem Discussão em grupo 40’ M 2.3 Apresentação em grupo Discussão em plenário 20’ M 2.4 Dissertar sobre “avaliação” “Buzz group” introdutório 5’ Teoria da avaliação para formadores Qual o meu papel na avaliação do meu formando? Apresentação interactiva (Parte 2) “Buzz group” e discussão em plenário Tarefa do grupo (elaborar um poster) M 2.5 M 2.6 M 2.7 Avaliações na minha prática M 2.8 Revisão do Poster Exibição dos posters 25’ 10’ 40’ 10’ Objectivos: 1. Obter uma compreensão da teoria educacional e de como esta se aplica aos formadores de Medicina Geral e Familiar 2. Aplicar no imediato elementos dessa teoria na formação prática. 3. Adquirir experiência nos métodos usados na formação de formadores. 4. Compreender alguns conceitos básicos da metodologia de avaliação. 5. Compreender os procedimentos de avaliação mais comummente usados na formação médica. 6. Praticar a elaboração de uma avaliação, no seio de um pequeno grupo. 7. Desenvolver a capacidade para transmitir estes conceitos a novos formadores. 12 Métodos: • • • • • • Apresentação interactiva. Exercícios interactivos em pares e em buzz groups. Promoção da discussão de grupo. Trabalho à tarefa, em pequenos grupos. Apresentação em plenário do trabalho de grupo. Apresentação de poster. Descrição: Os participantes devem ler os materiais de apoio antes do início desta sessão, que começará com a apresentação do enquadramento teórico do ensino. No seu decurso haverá tarefas para serem discutidas em pares e em buzz groups, a fim de promover a participação. No final da apresentação haverá uma sessão curta de perguntas e respostas, que será seguida por um trabalho de grupo acerca dos obstáculos à aprendizagem, a ser apresentado de forma estruturada em plenário. Mais informações sobre trabalho de grupo estão no folheto. Os pequenos grupos deverão nomear o seu porta-voz para o plenário. Esta sessão terá controlo do tempo. A parte seguinte deste módulo começará com a discussão em buzz group testando a compreensão da linguagem básica da avaliação. Seguir-se-á uma apresentação teórica e interactiva sobre os princípios básicos da avaliação, salientando o facto de esta temática ser demasiado vasta para ser abordada com profundidade ao longo deste curso. Haverá então um curto buzz group sobre o papel do formador clínico nas avaliações dos alunos/formandos. Segue-se uma tarefa de grupo que irá aplicar a teoria numa situação prática, produzindo um modelo de avaliação de um estudante/interno (ver folheto), para avaliação no plano de ensino anteriormente elaborado. Este modelo será colocado em poster, o qual será descrito por um membro do grupo aos outros dois grupos. Cada grupo permanecerá íntegro para ver e discutir os posters dos restantes grupos (5 minutos para cada – os facilitadores devem fazer cumprir o tempo). Nos materiais de apoio encontra-se uma reflexão acerca dos temas mais difíceis, e um glossário de termos (recolhido em cursos anteriores!). Avaliação: • • Formulário de avaliação do curso. Produção de um plano de avaliação. 13 Referências: 1. Pereira Gray, D.J.P. (1986) A system of training for general practice; Occasional Paper 4: RCGP, London. 2. Knowles, M. (1973) The adult learner: a neglected species. Gulf Publishing Company, Houston. 3. Kolb, D.A. (1984) Experiential Learning; Prentice Hall, New Jersey. 4. Schon D. (1991)The Reflective Practitioner; Ashgate Publishing, Aldershot. 5. Neighbour R. (1996) The Inner Apprentice; Petroc Press, Newbury. 6. Brookfield S.D. (1986) Understanding and Facilitating Adult Learning; Open University Press, Milton Keynes. 7. Miller GE The assessment of clinical skills/competence/performance; Academic Medicine 1990; 65: 63-67. 8. Harden RM. Constructing multiple choice questions of the multiple true/false type. 9. Medical Education. 13(4):305-12, 1979. 10.Newble DI. Swanson DB. Psychometric characteristics of the objective structured clinical examination. Medical Education. 1988: 22(4):325-34. 11.Justin Allen, Aly Rashid What determines competence within a general practice consultation? Assessment of consultation skills using simulated surgeries British Journal of General Practice 1998; 48: 1259 – 1262. 12.Campbell LM., Howie JGR, Murray TS. Use of Videotaped Consultations in Summative Assessment of Trainees in General Practice. British Journal of General Practice, 1995, 45: 137-141. 13.Thomson A.N. Reliability of consumer assessment of communication skills in a postgraduate family practice examination Medical Education 1994; 28: 146 –150. Recomendações para leitura adicional: • • • The EURACT Educational Agenda, EURACT 2005. Download from www.euract.eu. Swanwick, T. and Chana N. (2003) The Study Guide for General Practice Training, Radcliffe Medical Press, Oxford. Um livro de texto para formadores, actualizado e que cobre muitos dos temas descritos. Jolly B. and Grant J. (1997) – The Good Assessment Guide, OUCEM, Milton Keynes Um guia claro sobre vários métodos. Materiais de apoio: • • Cópia dos slides do módulo 2. Instruções para trabalhos de grupo e exercícios de ensino. 14 • • • • Folheto 1 – extraído de “The Future of Vocational Training; Joint Committee on Postgraduate Training for General Practice, London 2002”. Folheto 2 – Hierarquias de Maslow e Neighbour. Folheto 3 – Dificuldades no desenho do teste. Folheto 4 – Glossário dos termos de avaliação. Equipamento: • • • Uma sala para a sessão plenária equipada com computador e projector. Salas para os pequenos grupos de trabalho com flipcharts. Instalações para exibir flipcharts / posters. 15 Teoria Básica da Educação Presentation available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 16 Teoria Básica da Avaliação Presentation available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 17 MÓDULO 2 Avaliação e teoria da educação Folheto 1 – Veja o slide 3 (Retirado de „The Future of Vocational Training”, um relatório de um grupo de trabalho publicado por JCPTGP na Inglaterra em 2002; é a base de um dos slides) Princípios da Educação de Adultos Este artigo não é o lugar para uma análise detalhada do vasto número de publicações e investigação existente sobre educação pós-graduada e teoria e prática da aprendizagem profissional. No entanto, de tais publicações e investigação podem ser extraídos os seguintes princípios-chave:1,2,3,4,5,6 • A aprendizagem deve procurar produzir um profissional com capacidade de autoformação e reflexão. • A aprendizagem deve realizar-se num ambiente relevante e comparável ao destino profissional final do aluno. • Os alunos precisam de ser apoiados por um tutor/orientador pessoal ou supervisor que actua quer como modelo profissional quer como facilitador da aprendizagem. Este deve promover a progressiva independência do aluno. • A aprendizagem deve ser baseada numa cuidadosa - e quando necessário facilitada reflexão sobre a prática. • Os alunos precisam de um ambiente protegido que lhes permita explorar a natureza da sua aprendizagem e a influência que esta poderá ter no desenvolvimento do seu profissionalismo. • Os alunos são diferentes, com vários ritmos e estilos de aprendizagem, pelo que os planos educativos deverão poder adaptar-se a esta realidade. • A aprendizagem é reforçada quando os alunos estão activamente envolvidos em todas as fases, identificando as suas necessidades, planeando e concretizando o seu programa e finalmente avaliando-o. • Os métodos de avaliação devem procurar reforçar elementos genéricos e específicos da aprendizagem individual. 18 Referências 1. Burns R. The Adult Learner at Work. Business and Professional Publishing, Sydney 1995. 2. Tennant M. Physiology and Adult Learning. Routledge. London 1998. 3. Schon D A. The Reflective Practitioner: How Professionals Think in Action. Ashgate Arena. New York 1983. 4. Neighbour R. The Inner Apprentice: An awareness central approach to Vocational Training for General Practice. Kluwer Academic Publishers 1992. 5. Havelock P. Hasler J. Flew R. McIntyre D. Schofield T. Toby J. Professional. Education for General Practice. OUP. Oxford General Practice series 31. 1995. 6. Kaufman D, Mann K V, Jennett P. Teaching and Learning in Medical Education: How Theory Can Inform Practice. ASME 2000. 19 MÓDULO 2 Folheto 2 – Hierarquia de Maslow (slide 18) NECESSIDADES DE AUTO-ACTUALIZAÇÃO Realização do potencial inato Realização pessoal Expressão pessoal Auto-estima Respeito próprio Auto-Confiança NECESSIDADE DE SER RESPEITADO Consideração Posição Estatuto Reconhecimento NECESSIDADES DE PERTENÇA Amor Intimidade Afecto Alguém com quem confidenciar Amizade Companhia Apreço NECESSIDADES DE SEGURANÇA Limites Previsibilidade Estabilidade Abrigo e aconchego Segurança Raízes Ausência de medo e ansiedade NECESSIDADES FISIOLÓGICAS Sexo Sono Parâmetros fisiológicos normais Comida e bebida Oxigénio Figure 1 Hieraquia das necessidades humanas, segundo Maslow 20 AUTONOMIA Responsável pela sua própria formação contínua Negoceia com sucesso a transição de formando para responsável Encontra e mantém caminhos para melhorar a satisfação profissional Descobre, escolhe e segue os seus interesses Sentido de missão, valor e direcção AUTO-ESTIMA Sente-se confortável e não oprimido com o papel de interno Pode utilizar o seu “eu” na consulta: tipo ‘Balint’ Equilíbrio entre a vida privada e profissional Não se encontra agarrado a uma imagem idealizada do papel de médico Tolera a incerteza, a inadequação e a falha ocasional Negoceia e organiza o seu próprio programa educacional Tem orgulho em manter-se clinicamente bem informado e actualizado Conhece os seus próprios pontos fortes e limitações Pode aconselhar, desafiar e criticar construtivamente o seu orientador Consciente das questões de “transferência” na relação Orientador-Interno RECONHECIMENTO Desejoso de novas ideias e experiências Consciente e querendo debruçar-se sobre as necessidades e motivações Interessado em tópicos “leves”: agenda oculta, aptidões na consulta, relação MGF/Paciente Capaz de aceitar críticas e elogios Capaz de manter um seguimento personalizado aos pacientes Confiança não dependente da aprovação do Orientador CONFIANÇA É aceite e contribui para a equipa de CSP Envolve correctamente outros membros da equipa Deseja assumir responsabilidades: consegue lidar com situações difíceis Diagnostica e gere problemas sociais e psicológicos Reconhece e rectifica situações omissas na área clínica Lida com competência com doenças ligeiras e apresentações atípicas Liga-se ao orientador SEGURANÇA Disponibilidade do Orientador para ajudar e apoiar É capaz e está disposto a pedir ajuda Disponibilidade de livros e outras fontes de informação Competente ao lidar com situações clínicas urgentes e doenças crónicas Conhecimentos clínicos básicos e aptidões adequadas SOBREVIVÊNCIA Horário; tempo protegido Consultório próprio, secretária, equipamento Conhecimento profissional dos serviços, certificados, formulários, prescrições, geografia local, disponibilidades, nº de telefone Conhecimento sobre a organização da unidade, nomes do pessoal, Livre de problemas não profissionais (i.e. saúde, monetários, pessoais) Fonte: Roger Neighbour: The Inner Consultation and The Inner Apprentice: (Figura 2 Hierarquia de imperativos educacionais) 21 MÓDULO 2 Avaliação do Folheto 3 – Dificuldades no desenho do teste Conceitos teóricos – algumas reflexões pessoais Configuração padrão Se esta é uma avaliação cumulativa (p.ex. aprovação/reprovação) o examinador deve determinar o padrão. Isto pode ser feito, simplesmente, determinando a proporção de candidatos que podem passar em cada avaliação (chamado “referência por pares”) ou estabelecendo critérios de passagem com base nas provas de competência, que devem ser demonstradas por qualquer candidato (chamado “critério de referência”). O padrão para aprovação/reprovação pode ser determinado de várias formas, mas normalmente envolve um grupo de peritos nomeado pela autoridade responsável pela avaliação. Este grupo deverá ter conhecimentos e experiência no campo que está a ser examinado (p.ex. Médicos de Família devem ser avaliados por Médicos de Família), em psicometria, e, idealmente aceitar sugestões/contribuição dos envolvidos – o grupo de candidatos, professores e pacientes. Teste de competência geral Um exame que é capaz de testar todos os domínios ao mesmo tempo teria obviamente vantagens, ao minimizar o custo e tempo gasto. Infelizmente essas avaliações são complexas, especialmente quando a área da prática é complexa, como uma avaliação final de especialidade médica. A fiabilidade e a validade num domínio podem ser acompanhadas pela falta de fiabilidade noutro. Uma forma de abordar isto será usar um método que esteja ligado ao trabalho do interno a ser avaliado - por exemplo consultas de Medicina Geral e Familiar. Foram desenvolvidos métodos que usam a gravação de vídeo ou pacientes simulados, mas ainda assim tendem a privilegiar as áreas clínicas. A observação contínua do desempenho no local de trabalho, ao longo do tempo, é mais válida mas inerentemente menos fiável. Complexidade da disciplina “A Medicina Geral e Familiar é normalmente o primeiro ponto de contacto por parte dos utentes, dentro do SNS, permitindo-lhes uma acessibilidade aberta e sem limites, lidando com todos os problemas de saúde independentemente da idade, sexo e quaisquer outras características pessoais.” Esta é a primeira característica da definição Europeia e engloba a complexidade do trabalho do Médico de Família. Ao desenhar-se qualquer forma de avaliação de desempenho esta amplitude de actividade deve ser tida em conta. É importante que algumas competências-chave tenham de 22 ser alvo de avaliação em qualquer candidato e em qualquer momento, mas é evidente que nem todas as áreas de prática o podem ser - por exemplo a aplicação dessas competências. Este é um dos principais desafios dos avaliadores. Terão todos os candidatos que demonstrar ter competências no diagnóstico de insuficiência cardíaca? Deverá isto ser aplicado em adultos apenas, ou incluir crianças? Poderá inferir-se da capacidade de diagnosticar a insuficiência cardíaca em adultos, que esta competência também é válida em recém-nascidos? Adequar o método ao objectivo No decurso de um processo de avaliação, os avaliadores deverão estar cientes do desempenho das ferramentas que estão a propor para avaliação dos domínios em causa. Vezes demais estes métodos têm sido usados por razões de tradição e história institucional e não pela adequação do método. Por exemplo no Reino Unido, para se tirar a carta de condução realiza-se um teste escrito e outro prático. Se o que se pretende é assegurar a segurança dos automobilistas de que serve um teste escrito? Será para avaliar se os novos condutores conseguem entender os sinais rodoviários e tomar as decisões apropriadas? Será para poupar tempo no teste prático mais caro? Será para restringir o número de candidatos a fazerem o teste prático? Todos os motivos podem ser legítimos, mas é importante saber qual é o objectivo do teste para determinar a sua estrutura. Problemas no desenho do teste Outra questão a ter em conta é a finalidade do teste. É para decidir se um padrão de passagem é alcançado – i.e. os candidatos podem passar ou chumbar? Também pode servir para produzir uma hierarquia, como seja identificar os 10 melhores, ou distinguir os que passaram com mérito ou distinção. Nas profissões de saúde há outros problemas – em que medida deve a segurança do paciente determinar o resultado? Se um candidato tem um bom desempenho global mas se numa questão sugere um procedimento que poderá matar o paciente, deverá falhar no teste? E se um candidato tem um desempenho apenas minimamente aceitável, mas não comete erros fatais? E se um candidato apresenta excelente conhecimento mas não consegue comunicar? Devemos testar habilidades interpessoais ou seleccionar candidatos que as tenham aquando do recrutamento para programas médicos (evidências sugerem que isso não acontece)? Finalmente, para uma disciplina generalista poderemos testar todas as áreas de actuação – dermatologia, oftalmologia, cardiologia – ou poderemos supor que um desempenho adequado numa área indicará competência nas outras? Conhecimentos, atitudes e competências (médicas e interpessoais) podem ser demonstrados de várias formas, e diferentes instrumentos de avaliação são usados, representando-os numa matriz para garantir que todos os domínios principais são cobertos. Na Medicina Geral e Familiar 23 devemos ter presente o nosso papel como sintetizadores, o clínico holístico, e certificarmo-nos de que os nossos métodos de avaliação são capazes de fazer julgamentos neste domínio global. Professor Justin Allen 2011 24 MÓDULO 2 Folheto 4 Terminologia de avaliação GLOSSÁRIO Esta é uma lista de definições e termos habitualmente usados durante a avaliação. Aqui são definidos de forma muito simples, e existem muitas alíneas para alguns deles. É uma área de estudo vasta. Deve estar consciente de que as definições não são exactas, nem únicas. Esta lista contém os termos mais importantes e que deve compreender da área da avaliação. É apresentada como um auxiliar de memória, que pode levar a estudo adicional, mas não deve ser vista como uma lista definitiva. Termos-chave Análise iterativa O processo pelo qual os resultados dos candidatos são sistematicamente analisados e feitas alterações com base no desempenho nas várias componentes do processo avaliativo. Por exemplo, se uma questão tem 100% de respostas correctas, não é discriminatória e deve ser eliminada. Apreciação (Appraisal) Geralmente aplicada a um processo de avaliação formativa no local de trabalho, com o propósito expresso de produzir desenvolvimento pessoal na área de actividade a ser avaliada. Aptidões Segundo a nomenclatura Miller SABE COMO (knows how) – aplica conhecimento – TRM, perguntas de desenvolvimento, exame oral, OSCE. Auditoria Uma revisão sistemática de uma area da prática médica no sentido de melhorar o desempenho médico nessa área. Auto-avaliação Um processo de reflexão estruturada para desenvolver um plano de formação e suprir as necessidades educacionais sentidas. Avaliação Recolha sistemática de provas da competência ou desempenho de um indivíduo para permitir um julgamento. Avaliação (Workplace Based Assessment – WBA) Usada para descrever as avaliaBaseada no Local ções que são efectuadas no local de trabalho dos candidatos, por supervide Trabalho sores ou avaliadores externos. Algumas avaliações com feedback no local de trabalho usam pacientes. Usa-se uma grande variedade de ferramentas. Embora demorado, este é um dos poucos métodos que pode avaliar o desempenho real. 25 Avaliação contínua Qualquer forma de avaliação, formativa ou cumulativa, que ocorre repetidamente ao longo do tempo, por exemplo no local de trabalho. Características do teste Competência A medida em que um teste consegue distinguir os candidatos no(s) domínio(s) avaliado(s). Utilizando a nomenclatura Miller- MOSTRA COMO – demonstra a capacidade de aplicar conhecimentos e aptidões num ambiente de teste. Conhecimento Segundo a nomenclatura de Miller – SABE (knows) – demonstra a aquisição de conhecimentos. Um método que toma o modelo comportamental e de prática dentro de um grupo profissional como o padrão que deve ser aplicado na avaliação de candidatos. Um processo para estimar, julgar ou avaliar o trabalho ou desempenho dos alunos para determinar o seu progresso ou exclusão do programa de formação. Usando a nomenclatura Miller, FAZ (DOES) – desempenho -avaliação em ambiente de trabalho. Neste contexto, um desenho é um plano global de um exame que inclui todos os métodos de ensaio, conteúdo, intervalos e frequência de testes para garantir que os resultados são adequadamente avaliados. (CBD = Case Based Discussion) Um dos elementos da Avaliação Baseada no Local de Trabalho – uma discussão estruturada e pontuada entre o formador e o formando sobre um caso. Termo aplicado às áreas clínicas e competências a serem avaliadas. (Roleplay) Adopção do papel do paciente para, com um colega ou formador, explorar questões da consulta ou outro aspecto da prática clínica. Estas são usadas em processos de auto-avaliação das necessidades de formação. Consistem em longas listas de aspectos, sobre os quais o utilizador é solicitado a fornecer uma pontuação numérica entre 0 e 5. Isso pode ser usado pelo formando sozinho, ou com seu formador no desenvolvimento de um plano de formação. O estudo da recolha, classificação e uso de dados numéricos. Literalmente qualquer aluno, mas na medicina frequentemente aplicado à formação pré-graduada. Avaliação das competências clínicas necessárias para uma boa prestação de cuidados ao doente, na àrea a ser examinada. Critérios de desempenho aceites Cumulativa Desempenho Desenho da avaliação Discussão de caso clínico Domínios Dramatização Escalas de avaliação de confiança Estatística Estudante Exame clínico 26 Feedback de múltiplas fontes Fiabilidade Final Finalidade do teste Formativa Generalização Interno da especialidade Justa Leitura crítica Um dos elementos da WBA – formadores, colegas e membros da equipa de saúde preenchem um formulário de feedback. Discutem-se os problemas com o formador. Indica a consistência do exame, para que o resultado de um candidato não seja influenciado por factores como o momento da realização do exame, o local ou os examinadores. Há uma série de medidas de fiabilidade e, muitas vezes é expressa como um coeficiente. Inter-Observador: onde há vários examinadores, como num exame clínico. É importante que os examinadores sejam consistentes e passem ou reprovem os candidatos da mesma maneira. Teste repetido: os candidatos em grupo comprometem-se a repetir o mesmo teste após um período de tempo – deve dar o mesmo resultado. Teste dividido: teste é dividido e corrigido em duas partes – cada uma deve dar o mesmo resultado. Qualquer avaliação efectuada aquando da conclusão de um programa de formação ou estágio; pode ser formativa ou cumulativa. Quais os domínios que estão a ser avaliados e porquê? Por exemplo, um teste de conhecimentos para determinar um plano de formação, ou um teste de competências clínicas. Melhorar a aprendizagem através da informação obtida pela avaliação (feedback da avaliação para a formação). A chave é o feedback dado ao aluno. A forma como cada variável do processo de avaliação afecta o desempenho desse processo. Uma das variáveis mais importantes é a transferência da actividade a ser avaliada de um contexto de avaliação para um paciente real. Outro exemplo pode ser a avaliação das capacidades de um médico para consultar pacientes. O método de avaliação deve identificar competências do candidato que não variam com a idade do paciente. Termo usado para descrever um pós-graduado, que frequenta o internato de uma especialidade. Nos Estados Unidos e outros países são conhecidos como “residents” e no Reino Unido como “registrars”. A informação acerca da avaliação é dada a todos os candidatos de forma equitativa? Por exemplo, será justo se alguns candidatos tiverem acesso às questões antecipadamente? Ou se lhes for dado mais tempo para o exame? Ler, relatar e/ou discutir um artigo clínico para um formador/grupo de pares. 27 Matriz miniCEX m processo em que se representam gráficamente os componentes de U um exame contra os vários domínios a seres avaliados, por forma a assegurar que é exaustivo/completo. Faz parte do processo de validação. Por exemplo, um clínico de MGF deve ter (entre outras coisas) bons conhecimentos, capacidades comunicativas, boa relação e gestão dos pacientes e uma boa base ética. Estes domínios devem ser avaliados por diferentes métodos e dispostos numa matriz que demonstre uma cobertura exaustiva. Um dos elementos da WBA – uma variação da CBD frequentemente usada em meio hospitalar. É uma consulta estruturada e observada de um paciente por um interno. Observação Directa das Aptidões Procedimentais (DOPS) Um dos elementos do WBA – o candidato é observado por um acessor a realizar um procedimento prático, ex: tirar sangue, exame ao abdomen. O corpo responsável pelo exame irá estipular quais os procedimentos, irá observar o candidato as vezes que for necessário até este ser considerado competente. OSCE/ECEO Objective Structured Clinical Examination / Exame de base Clínica Estruturado e Objectivo – um método de análise que consiste em várias ”mini” avaliações – os candidatos vão rodando entre as avaliações. Permite avaliar uma grande variedade de conhecimentos e aptidões (NR - e até atitudes) num único exame. Um paciente que foi treinado para ser consultado de forma consistente por uma série de médicos sobre os aspectos da sua condição que estão sob avaliação. Um indivíduo que foi treinado para representar um paciente com um problema clínico, consistentemente a uma série de candidatos. Paciente padrão Paciente simulado Padrão Painel de peritos O termo usado para descrever o nível de competência, que deve ser medido pelo método de avaliação. Pode haver um único padrão (passar ou não) ou múltiplos padrões (não aprovado-aprovado-mérito-distinção). Um grupo de pessoas que inclui peritos da área sujeita a avaliação, tais como profissionais de campo, graduados recentes, formandos, formadores e especialistas da avaliação. Nos cuidados de saúde existe uma corrente de opinião forte favorável à inclusão de pacientes. Esse grupo pode definir padrões, validar métodos e proceder a avaliações interactivas. (Muitas vezes no passado tais grupos eram compostos por personalidades distintas, com pouco contacto com a prática real.) 28 Pergunta de desenvolvimento Uma parte tradicional de muitos exames, em que é dado um período limitado de tempo ao examinado (por exemplo três perguntas em três horas) para responder a uma pergunta aberta/de desenvolvimento. Pergunta de Desenvolvimento Modificada - PDM Perguntas de correspondência alargada Uma avaliação em que é dado um cenário aos candidatos e lhes é pedido que num tempo e/ou número de palavras limitado descrevam e justifiquem as suas decisões e gestão do problema. (EMQ = Extended Matching Questions) Uma forma de avaliação baseada num TRM, em que se exploram os conhecimentos dos candidatos em profundidade. Podem também explorar-se aspectos clínicos. Normalmente envolve um tema, uma afirmação introdutória, uma lista de opções e várias ramificações. O AKT é uma variante do EMQ, que explora o desempenho clínico e gestão de pacientes. A pontuação que determina a passagem ou reprovação. Esta palavra é derivada do mundo da arte, onde ele é usada para descrever uma colecção de desenhos ou pinturas montados de modo a demonstrar talento criativo. Na avaliação, usa-se para descrever a o conjunto de resultados de avaliações resultantes do progresso de um candidato pelo sistema de educação. Nos dias de hoje é muitas vezes uma pasta eletrónica, mas pode ser mantido numa cópia impressa. Estes conceitos são normalmente usados como sinónimos, mas métodos e processos servem para descrever a actividade dos grupos de avaliação, enquanto que ferramentas e instrumentos descrevem actividades de coleta de provas de avaliação específica. Ponto de Corte Portfolio Processo / instrumento / ferramenta / ... / método de avaliação Psicometria Questionário de satisfação do doente(PSQ) Graduação Relativo a Critérios O Estudo da medição do comportamento. Um dos elementos da WBA – um questionário de satisfação é preenchido por um número definido de pacientes após consulta com o médico candidato. Os resultados são recolhidos pelo formador e é dado feedback ao interno. (Ranking) O processo de ordenar os candidatos, de uma forma fiável. Pode ser usado para classificação em grupos – p.ex. quartil superior, quartil médio superior, quartil médio inferior e quartil inferior. Um processo que liga o método de avaliação à resolução de problemas préviamente acordados. Por exemplo, se o programa curricular exigir que todos os estudantes demonstrem capacidade para fazer ressuscitação cardiopulmonar, quem não for capaz de o fazer deve reprovar. 29 Relativo a normas Um processo de que liga os padrões usados numa avaliação à população de candidatos/examinados, por forma a que um número (ou percentagem) fixo de candidatos tenha aproveitamento. Situação padrão O processo de decidir o que é aceitável como bom desempenho e qual é o ponto de corte para passar ou não numa avaliação. Supervisor Um profissional que supervisiona o trabalho e/ou educação do formando. Um supervisor educativo pode ser responsável por todos os aspectos educativos da formação, incluindo a supervisão de áreas em que é competente. O trabalho clínico do formando pode ser coordenado por um supervisor educativo ou por um supervisor clínico; Este último pode não ter formação de ensino. Teste de (AKT = Applied Knowledge Test) Uma forma de avaliação baseada no conhecimentos aplicados TRM em que os candidatos recebem um cenário em fases, com perguntas em cada fase. Cada resposta do candidato leva a diferentes caminhos. Além de testar o conhecimento, requer raciocínio clínico e aplicação desse conhecimento à gestão de pacientes. Uma variante do EMQ (veja abaixo). Teste de resposta Uma avaliação em que são dadas algumas informações aos candidatos, múltipla feita uma pergunta e dado um número de respostas possíveis de serem TRM selecionadas. Testa o conhecimento e pode ser corrigido automaticamente, tornando-o viável para um grande número de candidatos. Validação O processo pelo qual um método de avaliação é analisado para garantir que é adequado aos objectivos. Normalmente esta análise é feita por um órgão externo, que pode exigir uma publicação revista por pares e um processo de garantia contínua da qualidade. 30 Validade Valor preditivo Variável Viável Medida de quanto um processo de avaliação cumpre os objectivos a que se propõe.Há muitos aspectos da Validade que não podemos tratar em detalhe. Pode um teste de escolha múltipla testar os conhecimentos necessários para ser um bom especialista de MGF, se usar questões de endocrinologia em contexto hospitalar? Os vários tipos são: Conteúdo – um teste de MGF deve ter lugar num contexto de MGF, com questões e cenários de MGF. Validade de Construção – há evidência de que o método de avaliação produzido testa os domínios que os avaliadores pretendem testar? P.ex. testes de conhecimentos clínicos para MGF devem ser criados com base nos desafios com que um especialista em MGF se deparará. Validade de critério – baseia-se na determinação de um padrão para aspectos da prática clínica e extrapolação para a área a ser avaliada. Por exemplo, se for esperado de um especialista em MGF que meça a tensão arterial de um hipertenso na posição orto-estática e sentado, isto é incluido no processo de avaliação. Validade preditiva – há dois aspectos a ter em conta. O primeiro prende-se com a validade de critério: pode um bom desempenho numa área implicar um desempenho satisfatório noutra área? Por exemplo, a compreensão do risco de suicídio no doente deprimido significa que o médico pode consultar doentes com ideação suicida? O segundo aspecto prende-se com o grau com que uma avaliação prevê o desempenho na prática clínica futura. (Consulte valor preditivo). O grau em que o resultado de uma avaliação específica pode prever com precisão a capacidade futura do médico candidato.(Ver validade) Os factores que têm maior impacto na fiabilidade de uma avalição. Por exemplo numa consulta observada/auditada com um paciente real, onde os candidatos podem ver diferentes pacientes em diferentes dias, as variáveis são: o tempo, o doente, o observador, a clínica apresentada e o desempenho do candidato. Numa avaliação ideal o desempenho do candidato deverá ser a principal, senão a única variável. É possível realizar a avaliação a um custo financeiro razoável e sem interromper o trabalho da Universidade e / ou do sistema de saúde? 31 Módulo 3 Métodos de Ensino e Dar “Feedback” 32 MÓDULO 3 Métodos de Ensino e dar “feedback” Conteúdo: Módulo Título Tipo Tempo – 180’ M 3.1 O que sabemos acerca de métodos de ensino? Pequenos grupos Brainstorm 30’ M 3.2. Apresentação de grupo Apresentação em plenário e discussão 15’ M 3.3. Métodos de ensino Apresentação 20’ M 3.4. Exploração sobre métodos de ensino Exercício de vídeo grupos M 3.5 Feedback na prática Apresentação 15’ M 3.6. Usar o feedback no ensino Exercício em trios 50’ M 3.7. Reflexão em Plenário Discussão 5’ em 45’ Objectivos: 1. 2. 3. 4. Explorar os métodos de ensino disponíveis. Experimentar e reflectir sobre alguns destes métodos. Aprender os princípios do feedback efectivo. Explorar o potencial do feedback enquanto ferramenta educacional. Métodos: 1. 2. 3. 4. Trabalho de Grupo Apresentação Exercício de Vídeo Discussão em Plenário Descrição: A sessão começa com um grupo Brainstorm. Trabalhando em grupos, os participantes vão discutir métodos que já tenham utilizado enquanto formadores, ou experimentado na qualidade de formandos. Deverão seleccionar os dez melhores, descrevendo as situações em que a sua 33 utilização seja a mais adequada. Um dos membros do grupo irá posteriormente apresentar os resultados a todo o grupo. Segue-se uma apresentação sobre métodos de ensino, e uma discussão acerca do folheto sobre métodos. Em seguida os participantes irão ver um vídeo de uma entrevista médico/ paciente, para avaliar as questões de ensino levantadas durante uma entrevista em vídeo. Os três grupos terão agora novos papéis: um grupo representa o paciente, um grupo representa o médico formador e o outro o formando. O vídeo será interrompido em pontos seleccionados da entrevista e os participantes chamados a apresentar diferentes pontos de vista sobre problemas de ensino despoletados pelo vídeo. Finalmente segue-se discussão em plenário acerca da aplicabilidade dos métodos de ensino que foram focados à prática dos participantes. Segue-se uma pequena apresentação acerca dos princípios do feedback na prática. A teoria do feedback enquanto conceito básico de aprendizagem em medicina familiar será apresentada durante a palestra. Após a apresentação, os participantes irão trabalhar em grupos de três, para fazerem role-play de uma sessão de feedback na prática. Avaliação: • Ficha de avaliação do curso Referências: 1. Teaching and learning communication skills in Medicine. Suzanne Kurtz, Jonathan Silverman and Juliet Draper. Radcliff Medical Press Ltd, 1998. 2. Educating the future GP. Patrick McEvoy. Radcliff Medical Press Ltd, 1993. 3. A handbook for Medical Teachers. David Newble, Robert Cannon. Kluwer Academic Publishers, 1996. 4. Tutorials in General Practice. Michael Mead and Henry Patterson. Churchill Livingstone, 1992. 5. Professional education for general practice. Peter Havelock, John Hasler, Richard Flew, Donald McIntyre, Theo Schofield, and John Toby. Oxford Medical Publications, 1995. 6. Vocational Training in General Practice. Proceedings of a workshop on 15-18th Ocober 1987 organised by the New Leeuwenhorst Group. Jan Heyrman, C. Spreeuwenbergh. 7. Principles and methods of medical training. Dimitris Vassilopoulos. Smili Publishers, Athens 1998. 8. Gordon J. ABC of learning and teaching in medicine: One to one teaching and feedback. Br Med J 2003;326:543. 9. Frank S, Stange K, Langa D, Workings M. Direct observation of Community-based ambulatory encounters involving medical students. The Journal of the American Medical association 1997;278:712-6. 34 10.Hewson MG ,.Little ML. Giving feedback in medical education. J Gen Intern Med 1998;13:111-6. 11.Wood BP. Feedback: a key feature of medical training. Radiology 2000;215:17-9. Recomendações para leitura adicional: 1. EURACT Statement on Selection of Trainers and Teaching Practices for Specific Training in General Practice. EURACT, Tartu 2002 (www.euract.eu) 2. Teachers and trainers in General Practice: attributes and learning areas. EURACT, Lisbon 1995. Existem as deliberações do EURACT sobre este tema durante os últimos dez anos, que poderão ser úteis para leitura de apoio. Materiais de apoio: • • • • • Cópia dos slides. Folheto 1 - Métodos de ensino. Folheto 2 - Regras de feedback. Folheto 3 - Cenários para os trios. Vídeo da consulta. Equipamento: • • • Três salas separadas para pequenos grupos de discussão equipadas com um flipchart em cada sala. Sala de Plenário equipada com computador e projector. Flipcharts. 35 MÉTODOS DE ENSINO INTRODUÇÃO Presentation available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 36 Feedback na Prática Presentation available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 37 MÓDULO 3 Folheto 1 – Métodos de ensino Grandes/ Pequenos grupos 1. Prelecção 2. Workshop / Seminário 3. Brainstorm 4. Buzz group 5. Jogos e exercícios 6. Aprendizagem baseada em projectos de grupo 7. Pequenos grupos de trabalho (Balint) 8. Auditoria médica 9. Tutorial de tópicos 10.Roleplay 11.Demonstração / Ensino de competências práticas Um-para-um 12.Demonstração / Ensino de competências práticas 13.Auditoria médica 14.Tutorial de tópicos 15.Roleplay 16.Obervação 17.Ensino para a consulta a. Métodos Directos – observação, vídeo, paciente simulado b. Métodos Indirectos – análise de casos aleatórios/problemáticos, revisão de arquivos Auto dirigido 18.Estudo auto-dirigido a. Leitura b. Na Internet c. Aprendizagem à base de projectos 19.Reflexão 20.Registo/diário/agenda de aprendizagem 38 Métodos caracterizados pelo contexto (Tamanho do grupo) Individual Um-para-um Pequeno Grupo Grande Grupo Prelecção Debate Debate Workshop / Seminario Brainstorm Brainstorm Brainstorm Buzz group Leitura Internet Ap. baseada em projectos Reflexão Registo de aprendizagem Consulta Auditoria Registo de aprendizagem Roleplay Consulta Métodos directos Métodos indirectos Auditoria Tutorial de temas Aprendizagem baseada em projectos Roleplay Consulta Métodos directos Métodos indirecto Auditoria Pequeno grupo de trabalho Tutorial de temas Workshop 39 Auditoria Workshop Métodos categorizados por conteúdo Grande / pequeno grupo Prelecção Workshop / Seminário Brainstorm Buzz group Jogos e exercícios Aprendizagem baseada em projectos de grupo Pequenos grupos de trabalho (Balint) Auditoria médica Tutorial de temas Roleplay Demonstração / ensino de competências práticas Conhecimentos ü ü ¯ ¯ ¯ Aptidões û ü ¯ ¯ ¯ Atitudes û û ¯ ¯ ¯ ü ü û û ü ü û û ü ü ü ü û û ü ü ü û û û ü ûü ûü ûü ü ü û ü ü ü ûü ûü ûü ü ü ü ü ü ü ûü ûü ûü û ü ü ü ü ü ¯ ü ¯ ¯ ü ¯ ¯ ¯ ü? ¯ ü ¯ Um-para-um Obervação directa Vídeo Paciente simulado Análise de caso problemáticos/aleatórios Análise dos registos Análise da prescrição Auditoria médica Tutorial de tópicos Roleplay Estudo auto-dirigido: Leitura Internet (e-learning) Aprendizagem baseada em projectos Reflexão Registo de aprendizagem ü - Contribui para a aprendizagem û - Contribui pouco nesta área ¯ - Dum modo geral, amplia o conhecimento neste contexto 40 MÓDULO 3 Folheto 2 – REGRAS DO “FEEDBACK” Feedback A comunicação do resultado da observação de um processo aos seus participantes com o objectivo de ajudá-los a melhorar o seu desempenho. Regras Básicas 1. Focar o feedback no comportamento e não nas pessoas. “Os homens falam sempre muito alto” torna-se “Poderia ajudar se falassem um pouco mais baixo”. 2. Centrar o feedback na observação e não nas conclusões. ”Eu vi. Eu observei, Eu senti”. Em vez de atribuir significados ou fazer inferências. 3. Centrar o feedback na descrição e não no julgamento. Diga o que viu e não se estava certo ou errado. 4. Centrar o feedback em descrições de comportamento, que sejam em termos de “mais ou menos”, em vez de “isto ou aquilo” Quais são os pólos de um continúo? 5. Centrar o feedback no comportamento referente a uma situação especifica do tipo “aqui e agora” e não numa situação abstracta, que passa pelo “noutra altura e noutro local”. Mantenha o feedback no contexto e relativo a observações concretas. 6. Centrar o feedback na partilha de ideias e informação em vez de dar conselhos. O que permite ao receptor desenvolver as suas próprias ideias 7. Centrar o feedback na exploração de alternativas e não em respostas ou soluções Há muitas maneiras de matar pulgas. 8. Centrar o feedback no valor que este pode ter para o receptor, e não no “desabafo” ou valor que pode ter para si. Não deverá ser uma demonstração de poder e autoridade 9. Centrar o feedback na quantidade de informação que o receptor pode utilizar, e não na quantidade de informação que tem e que poderia gostar de dar. Não é uma demonstração de quão inteligente você é! 10.Centrar o feedback no tempo e no lugar, de modo a que os dados pessoais possam ser partilhados nos momentos oportunos. Uma forma de dizer que há um tempo e um lugar próprios para dizer certas coisas, que podem ser prejudiciais em algumas circunstâncias 11.Centrar o feedback no que é dito em vez de questionar porque é dito. O quê, como, quando e onde são observáveis - o porquê é uma inferência 41 MÓDULO 3 Folheto 3 – cenários para os trios Cenários Caso 1: O trabalho consiste em dar feedback ao seu interno/formando. Trata-se de uma pessoa muito agradável e estimado por toda a equipa. O problema é que nas últimas 3 segundas-feiras chegou atrasado meia hora. Ele é muito simpático, pelo que os outros membros da equipa são complacentes. A desculpa é sempre que “a noite passada foi muito interessante”. Para além disto também soube, que ocasionalmente, nas visitas domiciliárias não diz que não a uma bebida alcoólica, se esta lhe é oferecida. Caso 2: O trabalho consiste em dar feedback ao aluno de medicina que está a estagiar consigo. Durante a sua última visita a casa de uma paciente, a filha queixou-se que o estudante tinha sido indelicado para com a sua mãe, que necessitava que ele lhe desse uma injecção. Caso 3: A sua interna de 30 anos está nos últimos seis meses de internato. É uma pessoa muito agradável, com uma óptima relação com todos, mas parece ser um pouco desorganizada com o seu trabalho e vida pessoal. Parece andar sempre a correr, mas recentemente começou a chegar atrasada ao Centro de Saúde. De tal forma que os doentes começaram a queixar-se e o director do Centro de Saúde chamou a sua atenção para o caso. Apesar de ter obtido resultados brilhantes nos estágios anteriores e de ser, aparentemente, extrovertida e sociável, não aderiu a eventos sociais no seu centro de saúde. Tem-se mostrado reticente em discutir a sua vida familiar. Sabe-se que é casada e uma enfermeira diz que lhe parece que o marido ficou recentemente desempregado. Marcou uma reunião com ela para discutir as queixas da equipa acerca dos atrasos. O trabalho consiste em fazer uma dramatização da situação, explorando e dando feedback sobre as causas deste comportamento. 42 Caso 4: O director do seu centro de saúde é uma pessoa autoritária, causando mal-estar no dia-a-dia. O seu interno é um académico brilhante, que chegou com excelentes referências dos estágios e exames anteriores. É empenhado e querido por todos. Sem seu conhecimento, um colega seu tem-lhe dado trabalho extra, delegando em si algumas das suas próprias tarefas, inclusivamente pedindo-lhe para fazer as suas visitas domiciliárias, após se ter acertado entre todos os clínicos a divisão dos domicílios. Hoje, o interno protestou educadamente ao seu colega, referindo que já tinha as suas próprias visitas domiciliárias a fazer - atribuídas por si. O colega sénior ficou muito irritado e dirigiu-se a si dizendo que o interno tem que ser sancionado, dado ter recusado fazer uma visita domiciliária. Agende um encontro com o interno. O trabalho consiste em fazer uma dramatização desse encontro com o interno e, possivelmente, a discussão resultante com o seu colega. 43 Módulo 4 Estilos de Aprendizagem e Planos Pessoais de Formação 44 MÓDULO 4 Estilos de aprendizagem e planos pessoais de formação Conteúdo: Módulo M 4.1 M 4.2 M 4.3 M.4.4 M 4.5 Título Tipo Qual é o meu estilo de aprendiExercício em plenário zagem Resumo das teorias sobre estilos Apresentação 4.1 de aprendizagem Estilos de aprendizagem dos Exercício em plenário outros Estilos de aprendizagem – apliExercício em trios cação ao ensino prático Como construir um plano de Apresentação 4.2 formação Duração – 180’ 20’ 20’ 20’ 30’ 30’ M 4.6 Demonstração de dramatização Dramatização em plenário 10’ M 4.7 Desenvolver um plano pessoal de formação Exercício em pequenos grupos 50’ Objectivos: 1. Conhecer os principais estilos de aprendizagem dos adultos relacionados com o ensino da medicina geral e familiar. 2. Saber como avaliar os estilos de aprendizagem. 3. Perceber o valor dos estilos de aprendizagem como um factor determinante para o ensino eficaz. 4. Saber como elaborar um plano pessoal de formação. 5. Perceber o valor de um plano pessoal de formação enquanto formador. 6. Perceber o papel do formador na facilitação do desenvolvimento de um plano pessoal de formação do interno. Métodos: • • • Exercícios de papel e lápis. Apresentação. Exercício em trios. 45 • • Demonstração de dramatização. Exercício em pequenos grupos. Descrição: Os adultos aprendem de formas muito variadas e cada indivíduo tem um estilo de aprendizagem diferente. A educação centrada no formando, para ser eficaz, requer uma rigorosa determinação do estilo de aprendizagem preferido pelo formando, de modo a ajudá-lo a atingir os seus objectivos de aprendizagem. Nesta sessão utilizaremos uma simples técnica de papel e lápis para efectuar o questionário de Honey and Mumford no sentido de determinar o estilo de aprendizagem próprio a cada um de nós. O exercício será seguido da apresentação da teoria educacional dos estilos de aprendizagem. Por fim, os participantes trabalharão em grupos de três pessoas, tentando aplicar os conhecimentos dos módulos precedentes para identificar as necessidades de aprendizagem e as formas de as satisfazer. A parte seguinte do programa inicia-se com uma apresentação sobre como elaborar um plano de formação. Após a apresentação, dois facilitadores farão uma curta dramatização para demonstrar o processo. Os participantes organizar-se-ão então em pequenos grupos, e terão 50 minutos para desenvolver os seus próprios planos pessoais de formação como formadores em MGF, utilizando o formulário fornecido. Os planos pessoais de formação deverão ser discutidos em grupo, que deve também abordar a forma de ajudar um novo interno que chegue ao Centro de Saúde a desenvolver este processo. Um exemplar de um plano pessoal de formação deve ser elaborado numa única folha de flipchart. Avaliação: • • Formulário de avaliação do curso. Elaboração de um PPF (Plano Pessoal de Formação) de grupo. Referências: 1. Hawk T.S, Shah A.J; Using Learning Style Instruments to Enhance Student Learning”. Decision Sciences Journal of Innovative Education, 2007; 5 (1):1-19. 2. Kolb D. Experiential learning: Experience as the source of learning and development. 1984. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall. 3. Honey, P., & Mumford, A. (2000). The learning styles helpers guide. Maidenhead, UK: Peter Honey Publications Ltd. Jackson, N., & Ward, R. (2004). 4. Fleming, N. D. (2001). Teaching and learning styles: VARK strategies. Christchurch , New Zealand : N.D. Fleming. 46 Recomendações para leitura adicional: 1. Benzie D., Teaching and Learning styles, Teaching tips: community medical education, 2000; 6: 1-2. 2. Langlois J., Thatch S., Teaching and Learning styles in the clinical setting. Family Medicine 2001; 33: 344-6. 3. Rughani, A. The GP’s guide to personal development plans. Oxford, Radcliffe Medical Press, Second Edition 2002. Material de apoio: • • Questionário de Honey and Mumford dos estilos de aprendizagem. Cópias dos slides. • • • Documento 1 Plenário e exercício em trios 4.4. Documento 2 Instruções para dramatização do plano pessoal de formação. Documento 3 Formulário para o plano pessoal de formação. Equipamento: • • Sala ampla para as sessões plenárias equipada com projector datashow. Salas separadas para discussão em pequenos grupos com um flipchart em cada uma. 47 Estilos de Aprendizagem Presentation available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 48 COMO ELABORAR UM PLANO DE FORMAÇÃO? Presentation available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 49 MÓDULO 4 Folheto 1 – Estilos de aprendizagem e planos pessoais de formação M 4.3 Descrição do exercício em plenário sobre os estilos de aprendizagem O objectivo deste exercício é dar a conhecer (ilustrar) os estilos pessoais de aprendizagem na prática. Cada grupo será composto por indivíduos com diferentes estilos de aprendizagem. O facilitador pede a um representante de cada estilo de aprendizagem (reflexivo, teórico, pragmático, activista) para descrever como aprenderia um determinado aspecto simples e concreto – por exemplo, como fazer uma tarte de maçã. Todos os representantes devem descrever os seus planos para a mesma tarefa. Cada representante eventualmente descreverá o seu plano de formação de uma forma diferente, o que reflecte claramente as diferenças práticas fundamentais entre os diferentes estilos. Este conhecimento deve facilitar a escolha de diferentes métodos a aplicar pelos formadores a cada um dos seus formandos. M 4.4 Descrição – exercício em trios Este é um instrumento de aprendizagem muito versátil no qual os participantes podem praticar técnicas de ensino e obter um comentário imediato dos pares. Constituem-se aleatoriamente trios de participantes para trabalharem em conjunto. Cada indivíduo do trio adopta o papel de formador, formando ou observador. Este instrumento é aplicado após o exercício inicial com papel e lápis para definir o estilo de aprendizagem de cada participante e tem como objectivo aplicar ao processo lectivo os conhecimentos adquiridos. É dado ao formador um determinado tempo (10 minutos é suficiente) para ensinar ao formando alguma coisa da sua própria experiência pessoal – pregar um botão, navegar à vela contra o vento (à bolina), fazer compota – o que quer que seja. Devem tentar utilizar métodos baseados nas efectivas preferências do formando. As cópias dos slides da apresentação podem ser úteis para fornecer informação básica acerca das aplicações práticas dos diferentes estilos de aprendizagem. Após esse tempo, o observador faz os comentários acerca do processo lectivo, o que foi feito correctamente e sugestões para melhorar. O formando pode ser convidado a comentar, confirmando ou refutando as afirmações do observador. Depois trocam de papéis e repetem o exercício. 50 MÓDULO 4 Folheto 2 – Dramatização de um plano de formação Esta é uma dramatização da visita de um médico de família experiente a um colega para analisar o plano pessoal de formação deste último. O cenário é o gabinete do jovem médico de família. O plano de formação é reproduzido abaixo: O que preciso de aprender? 1. Como fazer uma apresentação de Power Point em Inglês Quais são os Como é que eu meus objectisei? vos de aprendizagem? Estive num curso 1. Melhorar a minha capacidade onde tive que fazer uma apre- de utilização do Power Point sentação e não estive à vontade 2. Melhorar o meu desempenho em língua Inglesa Como os vou atingir (aprender isto)? Como vou demonstrar que aprendi isto? Papéis: Um médico de família experiente (mentor). Um jovem médico de família, especialista há 3 anos, trabalhando num Centro de Saúde. Contexto: O jovem médico de família decidiu há 6 meses que precisava de melhorar o seu Inglês pois irá participar numa conferência internacional. Frequentou um curso comercial de Inglês mas ainda não se sente confiante. A dramatização começa com o médico de família experiente dizendo: “Durante a minha última visita decidimos que precisavas melhorar o teu Inglês, pois queres participar numa conferência internacional…” O jovem médico de família fala do curso em que participou e diz que tem um certificado, mas que ainda não está confiante. Seguidamente exploram a forma de completar as colunas em branco na tabela acima. Materiais • Necessário o PPF no flipchart, tal como apresentado acima. 51 52 4 etc 3 2 1 Que necessidades de desenvolvimento tenho? Data na qual planeio ter atingido Como as irei abordar? o objectivo de desenvolvimento Explicar a necessidade. Explicar o que vai fazer A data definida em e de que recursos vai conjunto com o mentor precisar para atingir o objectivo de desenvolvimento. Em que medida se alterará a sua prática como resultado desta acção de desenvolvimento? Resultado Acordo do mentor em como a necessidade de desenvolvimento foi colmatada. Completa Este plano deve ser actualizado sempre que haja uma alteração – quando um objectivo é cumprido ou modificado ou se identifique uma nova necessidade. A versão original também deve ser guardada para discussão no encontro seguinte. Formulário de desenvolvimento pessoal MÓDULO 4 Módulo 5 Ensinar através da Dramatização 53 MÓDULO 5 Competências de ensino usando dramatização e casos de doentes difíceis Módulo Título Tipo Tempo – 180’ M 5.1 Base teórica Apresentação e “buzz groups” 35’ M 5.2 Uso da dramatização Pequenos grupos 45’ M 5.3 Como pode ajudar? Discussão plenária 10’ M 5.4 Desenvolvimento dos papéis Pequenos grupos 45’ M 5.5 Apresentação dos papéis Plenário 45’ Objectivos: 1. Conhecimento do uso potencial da dramatização na educação médica. 2. Familiarização com a metodologia da dramatização. 3. Sentir-se confiante e confortável na dramatização. Métodos: • • • • Preparação pelos participantes. Apresentação e Buzz groups. Trabalho em pequenos grupos. Discussão de grupo em plenário e apresentação de casos. Descrição: A dramatização é frequentemente usada em muitos países na educação médica. Geralmente, é uma experiência negativa para novos formadores e formandos. Este módulo irá permitir praticar de forma segura e aprender em pequenos grupos sem ser obrigatório tomar parte activa. Esperase que essa segurança possa encorajar todos a participar e a aprender com esta ferramenta. A sessão começa com uma visão geral dos conteúdos. Depois, os participantes serão chamados a discutir em buzz groups sobre o que é a dramatização e como pode ser usada na educação médica. A apresentação teórica é seguida de um exercício em pequenos grupos em que se espera que os participantes realizem dramatizações de acordo com os cenários fornecidos (material de apoio). No fim do exercício, espera-se que cada grupo desenvolva um simples poster com 3 pontos sumariando a sua experiência de aprendizagem. Após a pausa para café, 54 haverá uma curta apresentação sobre como criar um cenário de dramatização, que poderá ser usado para fins de ensino. Os participantes voltarão a separar-se em pequenos grupos com a tarefa de criar um cenário. No fim de cada sessão, espera-se que cada grupo demonstre a sua dramatização na sessão plenária. Avaliação: • • Formulário de avaliação do curso. Reflexão Referências: 1. Role play and medical education. Australian Family Physician Vol 33 Number 10 http:// www.racgp.org.au/afp/200410/20040930wearne.pdf. 2. Debra Nestel & Tanya Tierney. BMC Medical Eucation 2007 7:3 http://www.ncbi.nlm.nih. gov/pmc/articles/PMC1828731/. Recomendações de leitura adicional: 1. Lukas W, Teslar E (eds) Training in Family Practice, The College of Family Physicians in Poland, Krakow 2005. Material de apoio: • • • Slides Folhetos: Casos para “role play” A e B. Folheto: Instruções para o trabalho em pequenos grupos Equipamento: • • • • Computador e projector Sala para pequenos grupos Flipchart ou semelhante em cada sala, com marcadores adequados Cadeiras apenas nas salas de pequenos grupos 55 Dramatização em Educação Médica Presentation available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 56 MÓDULO 5 Dramatização Instruções para os participantes Terão de pensar em alguns casos da vossa prática médica real. Estes serão usados no trabalho em pequenos grupos. Por favor, tragam um esboço de uma situação em que tiveram dificuldade com um doente. A dificuldade NÃO poderá ser um problema clinico porque este módulo não é sobre medicina clínica nem resolução desses problemas. Exemplos de dificuldades incluem: Um problema de comunicação. Talvez um doente surdo. Um problema quando o doente não falava consigo ou falava demais ou demasiado rápido. Um doente que se recusou a seguir conselhos. Um doente que foi agressivo ou exigente. Será melhor se esta situação for simples e específica. Aqui está um exemplo. Na última semana, vi uma mulher de 78 anos; ela vinha para revisão dos cuidados à diabetes. Falou sempre dos vizinhos que faziam muito barulho durante a noite. De cada vez que eu tentava falar sobre a diabetes ela apenas falava do problema dos vizinhos. Eu já estava com 30 minutos de atraso na consulta. 57 MÓDULO 5 Caso A Instruções para o médico Marco Ferreira é o seu próximo doente. Tem 28 anos e há 2 anos tem nos seus registos uma prescrição de penicilina V para uma “faringite”. Tem dores de garganta há 3 dias mas sentese bem. Parece estar bem; já o examinou e está apirético, pulso normal, sem adenopatias e hiperémia mínima da orofaringe sem exsudado. 58 MÓDULO 5 Caso A Instruções para o doente Você é o Marco, um canalizador de 28 anos, e tem dor de garganta há 3 dias. Raramente vai ao médico, mas há cerca de 2 anos tomou antibiótico devido a uma dor de garganta. Você sente-se bem mas vai viajar para uma cidade vizinha num trabalho muito bem pago daqui a 2 dias (não é necessário fingir que tem dor de garganta ou que tem dificuldade em falar). 59 MÓDULO 5 Caso B Instruções para o médico Kátia da Silva tem 23 anos e é mãe de 2 crianças: uma menina de 3 anos e um menino de 18 meses. Ela trouxe o filho Marcos consigo, hoje. Ele está com tosse há cerca de uma semana. Está bem, come e bebe normalmente e dorme bem de noite. Esta é a 8ª vez que o Marcos vem ao médico nos últimos 12 meses, sempre por sintomas minor e auto-limitados. 60 MÓDULO 5 Caso B Instruções para o doente Você é Kátia, uma mãe solteira de 23 anos, com dois filhos. Hoje trouxe o seu filho Marcos, de 18 meses, que tem estado com tosse há uma semana. A sua filha de 3 anos está bem. Tem vindo com frequência ao médico, ultimamente, por uma razão ou por outra; o médico geralmente não lhe receita nada. 61 Módulo 6 Preparar a Equipa e Conceber o Programa 62 MÓDULO 6 Preparação da equipa e desenvolvimento de um plano de formação Conteúdo: Módulo M 6.1 Título Como não fazer! Tipo Dramatização pelos tutores (ou vídeo), Discussão Tempo – 180’ 30’ Preparação da equipa e M 6.2 M 6.3 M 6.4. desenvolvimento de um plano de Apresentação formação Os primeiros 28 dias na Unidade Desenvolvimento de um plano de de Saúde formação em grupos 30’ O plano de formação 30’ Relatórios dos grupos 90’ Objectivos: 1. Apresentar os elementos de um plano de formação. 2. Aprender como elaborar um plano de formação com base nas necessidades do formando. 3. Compreender o valor que uma abordagem centrada no formando tem na elaboração de um plano de formação. 4. Ser capaz de elaborar um plano de formação para os primeiros 28 dias de estágio de um formando. Métodos: • • • Apresentação. Exercício em grupos. Apresentação/discussão em plenário. Descrição: A sessão inicia-se com uma dramatização com os tutores, com vista a ilustrar a chegada inesperada de um jovem formando a uma Unidade de Saúde que não está preparada para tal. Alternativamente, mostra-se um vídeo com a situação. A apresentação é seguida de uma discussão em plenário. Continua com uma apresentação sobre os princípios do desenvolvimento 63 de um plano de formação. Após a apresentação, os participantes são divididos em grupos. Espera-se que desenvolvam um plano de formação para um formando que passará 28 dias na Unidade de Saúde, respeitando o procedimento descrito no exercício do plano de formação (ver material de apoio). A sessão termina com a apresentação dos planos de formação, pelo representante de cada grupo, em plenário. Avaliação: • Formulário de avaliação do curso. Referências: 1. Horder S., Byrne P., Freeling D., Harris C., Irvine D., Marivker M., eds., The future general practitioner. London, RCGP 1989. 2. Hall M., Dwyer D., Lewis T., eds., The GP training handbook – third edition. Oxford, Blackwell Science, 1999. Material de apoio: • • Exercício do plano de ensino. Cópias dos slides. Equipamento: • • Três salas separadas para pequenos grupos de discussão equipadas com um flipchart em cada sala. Sala de Plenário equipada com computador e projector. 64 Como desenvolver um plano de ensino Presentation available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 65 MÓDULO 6 Exercício Desenvolvimento de um plano de formação para o primeiro mês na unidade de saúde Objectivo No fim do exercício o participante deverá: 1. Saber os elementos de um plano de formação. 2. Saber como avaliar as necessidades de um formando para desenvolver um plano de formação. 3. Saber como rever um plano de formação. 4. Saber como usar um plano de formação na avaliação. Métodos 1. Seleccionar um membro do grupo que esteja disposto a que seja elaborado um plano para um seu formando. 2. Levar a cabo uma curta discussão sobre como a formação está organizada no local de trabalho de cada um: quais são as possibilidades, equipamento, problemas de organização, etc. 3. Explicar a situação: “Suponha que um formando vem à sua instituição de saúde para uma formação em MGF. Como o ajudaria a desenvolver um plano para o primeiro mês?”. 4. Discutir e tentar desenvolver um programa de um mês, baseado no seguinte: a. Avaliação das necessidades formativas do formando (pontos fortes, estilo de aprendizagem) e características pessoais. b. Escreva num flipchart uma lista provisória de objectivos específicos para o primeiro mês na instituição. c. Descreva como estes objectivos serão alcançados (portfolio). d. Descreva como serão avaliados. 5. Se o tempo o permitir, faça uma dramatização da situação. 6. Registe o plano num flipchart, que posteriormente será apresentado para discussão em sessão plenária. 66 Notas para os formadores 67 Instructions for teachers available at the full version of the materials If a General Practice academic/teaching organisation wishes to run any of the Leonardo EURACT courses they must apply for permission to the European Academy of Teachers in General Practice and Family Medicine (EURACT). Application should be made to the EURACT secretariat (see www.euract.eu ) at least one month prior to the course. Course materials (either in English or in other project partner languages) will be released only after permission of EURACT has been granted. 68