Emoções e afectos
Trabalho realizado por:
Raquel Pais nº 22
12ºA
Introdução
No âmbito da disciplina de psicologia, abordarei o tema das
“emoções e afectos” e as perspectivas sobre as emoções.
Devido à complexidade das emoções, não é fácil apresentar uma
definição.
“A palavra emoção traduz, em geral, à mente uma das seis
emoções ditas primárias ou universais: alegria, tristeza, medo, cólera,
surpresa ou aversão. (…)” Damásio, António
Os afectos são algo que se exprime através das emoções e que
remetem para o passado. Mais à frente aprofundarei os temas.
Processos Emocionais e as Emoções
Antigamente as emoções eram interpretadas como um obstáculo ao
funcionamento adequado do nosso pensamento e da razão.
Só passaram então a ser interpretadas como processos fundamentais no acto de
decidir, devido a investigações realizadas por António Damásio.
As emoções podem ser interpretadas através da alteração do tom de voz, das
expressões faciais, da postura corporal, e estão presentes nas interacções sociais.
Têm um papel fundamental sobretudo no início da vida, pois quando nasce um ser
humano, este não possui qualquer capacidade para se fazer entender e para
expressar as suas necessidades e desejos, senão através do choro ou com
movimentos não coordenados e globais.
Só ao fim de alguns meses é que o
bebé começará a falar, mas aos cinco
ou
seis
anos
alcançará
uma
capacidade de expressão semelhante
à do adulto.
Em seguida, aperfeiçoará estas capacidades
através dos conhecimentos que adquirirá na
escola e dos exercícios que nela realizará, dos
contactos sociais e de diversos contributos de
tipo cultural.
Emoções e afectos
O conceito de afectividade engloba todos os "estados de alma", como a emoção, os
sentimentos, as paixões ou o humor.
Os afectos são um conjunto de reacções que nos ligam aos outros e às coisas
que nos rodeiam. São também algo que remete para o passado e que é
expresso através das emoções. Estas concretizam-se no presente de forma intensa e
manifestam-se através de modificações fisiológicas.
Estas reacções têm raízes profundas nos instintos e no inconsciente.
Existem várias reacções afectivas, tais como:
•
•
•
•
A Emoção, que é um estado temporário, marcado por modificações fisiológicas.
Trata-se de uma resposta biológica a um organismo.
O Sentimento, que é um estado mais duradouro que a emoção. As modificações
fisiológicas são menos acentuadas, reportam-se ao nosso interior, são privados e
prolongam-se no tempo, não estando relacionados, como as emoções, a uma causa
imediata.
A Paixão, que é um sentimento poderoso, envolvente que direcciona a vida psíquica.
O Humor, que é um estado de espírito que predispõe o individuo para experimentar
sentimentos de euforia, depressão, excitação ou mau humor.
Falar de afectos é falar da relação.
A relação implica uma troca, em que se dá
e se recebe, o que envolve sempre
modificação dos elementos envolvidos.
Nestas relações somos afectados pelos
outros e afectamo-los.
Os afectos que se estabelecem constroem
a matriz da nossa vida pessoal e podem
exprimir-se pelo amor mas também pelo
ódio. A nossa sobrevivência psicológica
funda-se nas relações interpessoais.
Perspectivas sobre as emoções
As emoções constituem um aspecto muito
complexo do ser humano e são objecto de várias
interpretações que se organizam em várias
perspectivas.
Estas perspectivas dão-nos a conhecer a
natureza e a génese das emoções.
•
Perspectiva evolutiva;
•
Perspectiva fisiológica;
•
Perspectiva cognitivista;
•
Perspectiva culturalista.
Perspectiva evolutiva:
Foi desenvolvida por Charles Darwin, que, através da comparação de
expressões de emoções humanas com as dos animais, identificou seis
emoções primárias ou universais: a alegria, a tristeza, a cólera, o desgosto, a
surpresa e o medo.
Considerou que as emoções têm um papel
adaptativo fundamental na história da
espécie humana, sendo estas determinantes
na capacidade de sobrevivência do ser
humano.
Ao investigar junto de culturas muito
diferentes, Ekman confirmou a tese de Darwin,
afirmando que há emoções que são universais
e que não dependem dos processos de
aprendizagem e da cultura em que são
manifestadas. Mesmo assim Ekman, não nega
que a cultura influencie as emoções, na medida
em que existem regras que controlam a sua
expressão.
Perspectiva fisiológica:
Foi desenvolvida por William James, que considera que para haver emoção,
esta tem que ser provocada por determinados estímulos. Inicialmente os
estímulos estão ligados a respostas físicas que só depois são interpretadas
como emoções.
Esta perspectiva tem como fundamento a
relação que se estabelece entre o corpo e a
mente. A mente influencia o corpo e o corpo
também influencia a mente.
William James, acha que se retirarmos do
comportamento as componentes
fisiológicas que acompanham uma
emoção forte, no fim nada resta de
emoção. Ficamos apenas com uma
percepção cognitiva.
“Se perdesse a faculdade corporal de
sentir, ficaria excluído da vida afectiva,
terna e intensa, e reduzido a uma existência
de forma puramente cognitiva e intelectual.” James, William
Perspectiva cognitivista:
Os defensores desta perspectiva, defendem que os processos cognitivos,
como as recordações, percepções e aprendizagens, são elementos
fundamentais para se perceber as emoções.
Acham então, que estes factores de ordem
cognitiva é que explicam os estados emocionais:
é o modo de como se encara a situação, de
como é interpretada e avaliada, que causa a
emoção, e não o acontecimento em si.
A alegria, o medo e a cólera dependem da
interpretação da situação feita pelo sujeito.
Esta interpretação depende dos quadros
cognitivos, da história pessoal do individuo e do
seu contexto de vida.
Alguns críticos consideram que não é necessário
estar na posse de aptidões cognitivas desenvolvidas,
para sermos capazes de exprimir emoções, pois os
recém-nascidos têm essa capacidade mesmo antes
de poderem reconhecer qualquer estímulo visual.
Perspectiva Culturalista:
Para os defensores desta perspectiva, as emoções são comportamentos
aprendidos no processo de socialização. Consideram que as emoções são
uma construção social e que tal como a linguagem têm de ser aprendidas.
Cada cultura tem diferentes formas de exprimir as
emoções e estas variariam no espaço e no tempo.
As culturas e sociedades diferentes têm um conjunto
de regras que determinam o tipo de emoções que
podem ser manifestadas em determinadas situações
ou acontecimentos, e os determinados
comportamentos para exprimi-las.
Esta perspectiva nega a existência das emoções
universais: às diversas culturas corresponde uma
diversidade de emoções e respectivas expressões.
Conclusão
Ao realizar este trabalho, posso concluir então que não é fácil
apresentar uma definição de emoção, visto que este tema pode ser
interpretado através de várias perspectivas.
O afecto é uma relação de carinho ou cuidado que se tem com alguém.
Em psicologia, o termo afectividade é utilizado para designar a
susceptibilidade que o ser humano experimenta perante determinadas
alterações que acontecem no mundo exterior ou em si próprio.
Bibliografia:
ORTEGA, Susana C. e AZAOLA, Ana C. (1986), Psicologia Infantil,
Barcelona, Ediciones Nauta ;
MONTEIRO, Manuela M. e FERREIRA, Pedro T. (2007), Ser Humano,
Porto - PORTUGAL, Porto Editora.
Sites Consultados:
http://filotestes.no.sapo.pt/psicEmocao.html
http://www.infopedia.pt/$afecto
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