Fundação SOS Mata Atlântica A Mata Atlântica A Mata Atlântica está presente tanto na região litorânea como nos planaltos e serras do interior, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Ao longo de toda a costa brasileira a sua largura varia entre pequenas faixas e grandes extensões, atingindo em média 200 km de largura. Assim, ao longo de todo sua extensão, a Mata Atlântica apresenta uma variedade de formações, engloba um diversificado conjunto de ecossistemas florestais com estruturas e composições florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as características climáticas da vasta região onde ocorre, tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do oceano. Fundação SOS Mata Atlântica A Fundação SOS Mata Atlântica é uma entidade privada, sem vínculos partidários ou religiosos e sem fins lucrativos. Seus principais objetivos são defender os remanescentes da Mata Atlântica, valorizar a identidade física e cultural das comunidades humanas que os habitam e conservar os riquíssimos patrimônios natural, histórico e cultural dessas regiões, buscando o seu desenvolvimento sustentado. Fundada em setembro de 1986, a SOS Mata Atlântica possui um corpo de profissionais trabalhando em projetos de educação ambiental, recursos hídricos, monitoramento da cobertura florestal vegetal da Mata Atlântica por imagens de satélite, ecoturismo, produção de mudas de espécies nativas, políticas públicas, aprimoramento da legislação ambiental, denúncia contra agressões ao meio ambiente, apoio à gestão de unidades de conservação, banco de dados da Mata Atlântica, entre outros. Para o desenvolvimento do seu Programa de Ação, a SOS Mata Atlântica é sustentada pela contribuição de mais de 70 mil membros filiados e por apoios, parcerias e patrocínios de empresas privadas, órgãos governamentais, instituições de ensino e pesquisa, entidades e agências nacionais e internacionais. Tem como órgão deliberativo o Conselho Administrativo e possui também um Conselho Consultivo e um Conselho Colaborador, todos estes formados por representantes de segmentos significativos da sociedade. Florestas Quando ligamos a torneira, dificilmente associamos que água que dali corre vem de bacias hidrográficas protegidas e mantidas pelas florestas ao seu redor. Quando estudamos a História do Brasil, a expansão dos ciclos econômicos do café e do açúcar, não somos ensinados que a qualidade dos solos que proporcionaram a expansão de nossa economia foi preservada e melhorada por nossas florestas, que removemos continuamente. Mas somos diariamente beneficiados pelos serviços que a floresta nos proporciona. Além dos benefícios que nos proporcionam, no entanto, as florestas representam em si uma maravilhosa riqueza, formada por milhões de espécies da fauna, flora e de microorganismos evoluindo em um complexo equilíbrio durante milhões de anos. As áreas a seguir fornecem uma base para uma melhor compreensão desse maravilhoso equilíbrio natural. Biodiversidade Todos sabemos do incontável número de astros que junto com a Terra povoam o universo. Temos noção da grandeza deste número mas não sabemos precisar ao certo as possibilidades do universo. Em semelhante dimensão existem inúmeros seres vivos na Terra, além de nós seres humanos. E também nesse caso só temos uma pequena idéia da grandeza deste número, apesar dos esforços dos cientistas em nominar as diferentes espécies que aqui habitam. Alguns falam que na Terra existem aproximadamente 10 milhões de espécies diferentes, já outros arriscam 50 milhões, mas conhecidas até hoje só são 1,5 milhão. A variedade dos seres vivos do nosso planeta é expressa pelo termo diversidade biológica ou biodiversidade. Esta variedade se manifesta em todos os níveis de organização dos seres vivos das células aos ecossistemas e diz respeito a todas as espécies as vegetais, as animais e os microrganismos. A variedade dos seres vivos é fundamental para que se possa enfrentar as modificações ambientais. Quanto maior a diversidade, maior a opção de respostas da natureza a estas modificações. Clima O clima em nossa atmosfera exerce enorme poder sobre a vida de praticamente todos os seres da Terra. Perceber que estamos influenciando tamanho poder natural é assustador. Primeiro porque significa que nos tornamos uma influência geofísica no planeta, como de fato nos tornamos. Segundo, pela responsabilidade que isto implica. A atmosfera terrestre é composta por uma série de gases, entre os quais vapor d’água, dióxido de carbono (CO2) e metano, que retêm o calor das radiações solares. Estes gases de efeito estufa são capturados pelos oceanos, florestas e pastagens, como parte natural do ciclo de carbono. Desde o inicio da Revolução Industrial, no entanto, as ações do homem vêm contribuindo significativamente para o aquecimento global, na medida em que liberamos mais gases de efeito estufa e diminuímos, muitas vezes através de queimadas (que liberam ainda mais CO2) a cobertura florestal. Nos últimos dois séculos, a concentração atmosférica de gases de efeito estufa aumentou de 280 ppm (partes por milhão) para 370 ppm, devido principalmente ao uso de combustíveis fósseis e à queima de florestas. Durante o último século, a temperatura mundial aumentou em cerca de 1ºC e as estimativas são de que aumente mais 1 a 5ºC nos próximos 100 anos. A última variação de 4 a 5ºC, no entanto, demorou cerca de 10.000 anos (desde a última era glacial) para ocorrer, período durante o qual as espécies do planeta tiveram tempo para se adaptarem às mudanças, queira por seleção natural, queira pelo eventual deslocamento de florestas (sementes e mudas ao Norte da floresta brotam, por exemplo, enquanto as árvores ao Sul vão morrendo). O problema é que uma variação de, digamos, 4ºC em um período de apenas 100 anos não daria a muitas espécies da Terra tempo suficiente para adaptarem-se às mudanças e milhares delas, possivelmente ecossistemas inteiros, seriam perdidas. Clima O maior perigo de iniciarmos (ou continuarmos em) um processo ameaçador para milhares de espécies é que estamos apenas começando a compreender a susceptibilidade destas à variações climáticas e o papel de diversas espécies nos equilibrados ecossistemas mundiais e, conseqüentemente, em nossas próprias vidas. Um clássico exemplo é o das lontras da floresta kelp (uma alga gigante) na Califórnia, que foram caçadas até a beira da extinção por seu pêlo. Colocado da forma mais simples possível: estas lontras se alimentavam primordialmente de ouriços, que por sua vez se alimentavam de kelp. Sem as lontras, os ouriços proliferaram-se e praticamente destruíram a alga, e com ela toda a base desta floresta oceânica. Uma vez notado o ocorrido, as lontras foram protegidas por lei e, gradativamente, a floresta também voltou a florescer. Como podemos notar no exemplo acima, o problema com as espécies chaves é que normalmente percebemos que são "chaves" somente após seu quase desaparecimento. Neste caso tivemos sorte pois as lontras e as algas não foram destruídas além de seu ponto de retorno e a floresta pôde recuperar-se em um período relativamente rápido. Há, no entanto, outras espécies chaves de maior importância para ecossistemas mais significativos do que a floresta kelp na Califórnia, e sua existência está cada vez mais ameaçada pela elevação da temperatura global. Um claro exemplo disto são os recifes de coral ao redor do mundo que, embora cubram apenas 1% da superfície oceânica, abrigam ¾ de todas as espécies de peixes marinhos. No final da década passada, 10% dos corais do mundo foram perdidos devido a uma variação média de 1ºC na temperatura da água durante apenas 10 semanas. Especialistas consideram que dois terços de nossos corais estão em risco de morrerem devido principalmente à elevação da temperatura mundial. Caso isto ocorra, é provavel que metade dos peixes do oceano desapareçam. Clima Por que conhecemos tão pouco sobre as funções e a sensibilidade de espécies chaves até mesmo para nossa própria sobrevivência (como é o caso de muitos microorganismos), todo cuidado é pouco. Como se não bastasse estarmos aumentando o ritmo de mudança na Terra, estamos destruindo habitats e diminuindo a biodiversidade que torna as espécies e ecossistemas mais capacitados a adaptarem-se às novas condições. A atmosfera terrestre é possivelmente o assunto mais unificador que existe, pelo simples fato de que nossa atmosfera é uma só, é do interesse de todos que seja preservada, e qualquer campanha para solucionar a aceleração do efeito estufa teria de ser uma iniciativa internacional. Enquanto campanhas contra a fome seriam direcionadas às partes mais pobres do mundo ou campanhas para proteger a biodiversidade se concentrariam nos locais mais biologicamente ricos, uma iniciativa para cuidar de nosso planeta demonstraria a união e o amadurecimento da comunidade mundial. A Questão das Águas "Do pico do Everest ao fundo da Fossa Mariana no Oceano Pacífico, criaturas de algum tipo habitam literalmente cada centímetro quadrado da superfície planetária. Estas obedecem ao princípio fundamental de geografia biológica, que onde quer que haja água líquida, moléculas orgânicas e uma fonte de energia, há vida."Edward O. Wilson- aos extremos da Terra. Sem água, a vida como conhecemos seria impossível. Toda evolução dos seres vivos está associada e depende desse precioso líquido. Este mineral, elemento químico simples (H2O) está por toda parte, forma oceanos, geleiras, lagos e rios. Cobre ¾ da superfície da Terra: um bilhão 340 milhões de quilômetros cúbicos. Abaixo da superfície, infiltrada no solo, há mais quatro milhões de quilômetros cúbicos que contornam rochas, cavernas, formam poços, lençóis e aqüíferos. Em torno do planeta, na atmosfera terrestre, existe mais de cinco mil quilômetros cúbicos de água, em forma de vapor. A Questão das Águas Disponibilidade no Planeta A humanidade tem seu desenvolvimento associado aos usos da água e durante milênios o homem considerou-a um recurso infinito. Apenas há algumas décadas a humanidade despertou para a dura realidade de que, diante de maus usos, os recursos naturais estão se tornando escassos e que é preciso acabar com a falsa idéia de que os recursos hídricos, ou seja, a água,não é inesgotável. Atualmente, mais de 1,1 bilhão de pessoas no mundo sofrem com a falta d’água doce. O maior volume de água que existe no planeta, 97,5%, está nos oceanos e é salgada. Apenas 2,5 % é doce, mas está concentrada nas regiões polares, congelada. Resta à humanidade 0,7% da água doce da Terra, armazenada no subsolo, o que dificulta sua utilização. Somente 0,007% está disponível em rios e lagos superficiais. Pressão Antrópica Coleta Excessiva Colocado da forma mais simples possível: A quantia de animais e plantas (e água) retirados anualmente da natureza é maior do que a quantia que a natureza consegue repor, criando um déficit natural que precisa, evidentemente, ser invertido. O aumento na eficiência de nossa geração de comida e produtos bem manejados terá de acompanhar o crescimento populacional do próximo século se quisermos manter o bem-estar da população humana e demais espécies do planeta. Pressão Antrópica Destruição de Habitat O crescimento desordenado de nossa sociedade e o mal aproveitamento do solo por nós utilizado vem reduzindo drasticamente o habitat de espécies que lutam para sobreviver. Setenta por cento da população brasileira por exemplo, incluindo as maiores metrópoles do país, vivem no que era antes mata atlântica nativa. Além da verdadeira destruição em massa ocorrida nestes últimos séculos em decorrência desta expansão econômica e populacional, outras conseqüências mais sutis, como a fragmentação e compartimentagem de habitat (e a própria introdução de espécies estrangeiras) aumentam ainda mais o ritmo de perda de espécies. Introdução de Espécies Estrangeiras Muitas vezes sem predadores naturais, e com presas em abundância, estas espécies proliferam excepcionalmente bem, e podem causar uma verdadeiro desequilíbrio em uma dada região. Fragmentação de Habitat A fragmentação de habitat faz com que problemas oriundos de destruição de habitat se agravem a proporções muito maiores do que originalmente imaginadas. A consangüinidade e a incapacidade de locomoção de várias espécies por campos abertos são algumas das causas do desaparecimento ainda maior de diversas espécies locais. Poluição A poluição que emitimos diariamente no solo, no ar e na água, afeta não só a vida de milhares de espécies na natureza como a nossa própria. A falta de tratamento de resíduos, a utilização excessiva de fertilizantes e agrotóxicos, a imprudência ao gerar ou manusear material poluente, são algumas entre inúmeras outras formas de poluição terrestre, aquática e atmosférica exercida pelo homem. Ao contrário de outras atuações prejudiciais no entanto, a poluição repercute de forma mais evidente em nosso dia-a-dia, e está no topo da agenda dos principais governos e organizações de todo o mundo. http://houdelier.com