i UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE FORMAÇÃO DE TECNÓLOGOS COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS JANETE VIRGÍNIO FREIRE GALDINO AVALIAÇÃO NO PROCESSO ENSINOAPRENDIZAGEM NO ENSINO MÉDIO NA MODALIDADE EJA BANANEIRAS – PB março - 2007 ii JANETE VIRGÍNIO FREIRE GALDINO AVALIAÇÃO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO MÉDIO NA MODALIDADE EJA Monografia apresentada ao Curso de Pósgraduação em nível de Especialização em Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos como prérequisitos para a obtenção do título de Especialista. Orientador: Dr. Gerson Alves de Azerêdo BANANEIRAS– PB março-2007 iii Ficha catalográfica elaborada na Secção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial de Bananeiras. UFPB/CFT - Bibliotecária: Merilande Rodrigues Fonseca-CRB. 4/988. G149a Galdino, Janete Virgínio Freire. Avaliação no processo ensino-aprendizagem no ensino Médio na modalidade EJA / Janete Virgínio Freire Galdino. Bananeiras, 2007. 62 p. il. Orientador: Gerson Alves de Azerêdo. Monografia (Especialização) CFT/UFPB. 1.Avaliação-Ensino-Aprendizagem. 2.Ensino aprendizagem-EJA.3. Educação Jovens e adultos- Avaliação UFPB/CFT/BS C.D.U. 371.26(043.2) iv JANETE VIRGÍNIO FREIRE GALDINO AVALIAÇÃO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO MÉDIO NA MODALIDADE EJA Aprovado em _____de ______________ de 2007. Nota: ________ BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Prof. Dr. Gerson Alves de Azerêdo Orientador _______________________________________________ Prof. Dr. Francisco Marinaldo Fernandes Corlett Examinador _______________________________________________ Prof. Dr. Ricardo Targino Moreira Examinador v AGRADECIMENTOS Acima de tudo agradeço a Deus, como Pai Senhor e Criador de todas as coisas, que nos dá forças para as nossas realizações. À minha família que é o bem mais precioso da minha vida Ao orientador que me ajudou a cumprir as exigências para a realização deste curso Aos professores do curso pelos conhecimentos compartilhados Aos amigos que contribuíram direta ou indiretamente neste trabalho Aos professores e alunos que colaboraram Enfim, a todos que contribuíram para tamanha alegria. vi A Deus, pelo dom da vida, do saber adquirido, da esperança de tornar-me útil a sociedade. Aos meus pais, por sempre estarem dispostos a ajudar-me a encarar os obstáculos e por me apoiarem sempre e ensinando-me com a sabedoria dos pais a caminhar com fé e cabeça erguida. Ao meu esposo Josivaldo que sempre me incentivou e apoiou. Aos meus filhos Jeisiely e Joéliton pelas horas que lhes foram roubadas de minha companhia. DEDICATÓRIA vii SALMO Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi ao Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Porque Ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das asas estarás seguro: a sua verdade é escudo e broquel. Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia. Nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido. Somente com os teus olhos olharás, e verás a recompensa dos ímpios. Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio! O Altíssimo é a tua habitação. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará a tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. Pisarás o leão e o áspide, calçarás aos pés o filho do leão e a serpente. Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pó-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o glorificarei. Dar-lhe-ei abundância de dias, e lhe mostrarei a minha salvação. viii TÍTULO: Avaliação no processo ensino-aprendizagem no ensino médio na modalidade EJA AUTOR: Janete Virgínio Freire Galdino ORIENTADOR: Dr. Gerson Alves de Azerêdo RESUMO:O tema avaliação escolar tem sido bastante discutido por educadores e estudiosos dessa temática como Luckesi, Hoffmann, entre outros. No entanto, o que se tem observado em sala de aula muitas vezes, é uma prática avaliativa que não condiz com as idéias dos estudiosos da área. Portanto, o presente trabalho aqui apresentado objetiva uma análise sobre a prática avaliativa empregada pelos professores do 3º ano “A” na modalidade Educação de Jovens e Adultos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Bronzeado Sobrinho, localizada na cidade de Remígio-PB. A pesquisa teve como amostra trinta e dois alunos e oito professores da série já mencionada. Nosso estudo consistiu em uma investigação teórica acompanhada de pesquisa de campo, na qual foram analisados os fatores que os professores levam em consideração ao realizarem a avaliação, as concepções de avaliação empregadas, os instrumentos utilizados e as funções da avaliação. Para realização dessa pesquisa observamos algumas aulas e utilizamos como instrumento, o questionário aplicado a professores e alunos. Considerando a avaliação como processo pelo que se observa, analisa e interpreta a tomada de decisões, em busca da transformação da prática pedagógica e da construção do conhecimento, contribuindo assim na formação dos indivíduos faz-se necessário que o processo avaliativo se desenvolva de uma maneira que respeite as peculiaridades dos alunos da EJA e valorize os saberes dos mesmos. No entanto, o que se observou foi uma prática avaliativa onde apenas o aluno é avaliado e o professor não usa os resultados da avaliação para refletir sobre sua prática docente, os instrumentos utilizados e a função da avaliação. A partir desse estudo pretendemos contribuir para a melhoria da prática avaliativa como mecanismo de diagnóstico da situação, tendo em vista o crescimento e o avanço dos educandos. Palavras chave: AVALIAÇÃO – INSTRUMENTOS - EDUCANDOS ix TITLE- EVALUAION THE TEACHING- LEARNING- PROCESS AUTHOR- JANETE VIRGINIO FREIRE GALDINO ADVISOR-DR. GERSON ALVES DE AZÊREDO ABSTRACT The school evaluation theme has been enough discussed by educators and studios of that thematic as :Luckesi, Hoffmann, cmong othes.However , what it has been observed in the classroom many times a evaluative practice that doesn‟t go with specialists‟ ideas of the apnea. Therefore, the present work here presented lensan analyze about the evaluative practice use by the teachers, of the 3rd school year in the modality of youths and adults‟ Education of the E.E.E.F.M “José Bronzeado Sobrinho” school, located in Remígio city - PB. The research has as ample thirty-two students and eight teachers of the mentioned series. Our study consisted of an accompanied theoretical investigation of field research where were analized the factors, that the teachers take in consideration when they. Accomplish the evaluation, the employed evolution conceptions, in the used instruments and the evaluation functions. For the accomplishment of that research we observed some classes and we used as instrument, the applied questionnaire for teachers and students. Considering the evolution as process for that is observed, analizes and interprets the took decisions is search of transformation of the pedagogic practice and of the knowledge construction, contributing in the individuals‟ formation, it is necessary the evaluative process grows in a way that respects the, peculiarities of the EJA‟S students and valve their knowledge however, a evaluative practice was observed where the student is just evaluated and the teachers doesn‟t use the results of the evaluation practice, the used instruments and the function of the evaluation. From this study on we intended to contribute for the improvement of the evaluative practice as me panism of diagnosis the situation in view the students‟ growth and progress. x LISTA DE TABELAS página Tabela 1. Classificação dos alunos de acordo com o estado civil -------------------------------- 16 Tabela 2. Estratificação dos alunos de acordo com a sua idade ---------------------------------- 17 Tabela 3. Estratificação dos alunos de acordo com o gênero ------------------------------------- 17 Tabela 4. Respostas dos alunos quanto a importância da atribuição da nota ------------------- 22 Tabela 5. Respostas dos alunos quanto ao melhor instrumento de avaliação ------------------- 23 xi LISTA DE FIGURAS página Figura 1. Percentagem dos alunos que trabalham e dos que não trabalham. ------------------- 18 Figura 2.Percentagem em relação a concepção dos alunos quanto às formas de avaliação. --------------------------------------------------------------------------------- 19 Figura 3. Percentagem referente à finalidade da avaliação para os alunos --------------------- 20 Figura 4. Percentagem referente aos fatores que os alunos gostariam que fossem levados em consideração no momento das avaliações. ------------------------------- 24 Figura 5. Percentagem referente à metodologia aplicada para repassar os conteúdos facilita ou não a aprendizagem. --------------------------------------------- 27 Figura 6. Percentagem referente aos conteúdos que estão de acordo com a realidade. ------ 28 Figura 7. Percentagem referente para saber se as aulas ministradas sempre despertam interesse. -------------------------------------------------------------------------- 29 Figura 8. Percentagem dos professores quanto a sua formação ---------------------------------- 30 Figura 9. Percentagem da carga horária média semanal dos professores por disciplina ------ 31 Figura 10. Percentagem referente à relação dos professores com o seu trabalho. ------------ 32 Figura 11. Percentagem referente a definição dos conteúdos para realizar a avaliação. ------ 33 Figura 12 .Percentagem sobre a finalidade da aplicação de provas escritas. ------------------ 34 Figura 13. Percentagem referente à função da avaliação para os professores. ---------------- 36 Figura 14. Percentagem dos aspectos que os professores levam em consideração durante o processo avaliativo. ------------------------------------------------------------ 37 Figura 15. Percentagem dos instrumentos utilizados com mais freqüência pelos professores. ---------------------------------------------------------------------------------- 38 xii Figura 16. Percentagem sobre as teorias de avaliação que os professores conhecem e estudaram. -------------------------------------------------------------------- 40 Figura 17. Percentagem sobre o tipo de avaliação utilizada pelos professores. --------------- 42 Figura 18. Percentagem referente ao que se deveria mudar na avaliação. --------------------- 45 xiii SUMÁRIO Página Resumo --------------------------------------------------------------------------------- vii Abstract---------------------------------------------------------------------------------viii Lista de Tabelas ------------------------------------------------------------------------ix Lista de Figuras------------------------------------------------------------------------- x 1. Introdução ----------------------------------------------------------------------------01 2. Fundamentação Teórica -----------------------------------------------------------03 2.1 A prática avaliativa: uma visão geral do cotidiano escolar --------------------03 2.2 Trabalhando o processo ensino-aprendizagem com a família e com a comunidade -----------------------------------------------------------------------------10 2.3 Criando uma nova cultura no processo avaliativo ------------------------------11 2.4 Avaliação diagnóstica, formativa, somativa... o que significa isto? ----------13 3. Metodologia --------------------------------------------------------------------------14 4. Apresentação e análise dos resultados ------------------------------------------16 5. Conclusões ----------------------------------------------------------------------------51 6. Referências Bibliográficas ---------------------------------------------------------55 Apêndice ---------------------------------------------------------------------------------57 1 1. INTRODUÇÃO A avaliação é vista como um processo cuja finalidade é verificar até que ponto as experiências de aprendizagem foram desenvolvidas e organizadas, e se estão realmente produzindo os resultados desejados. Portanto, é através do processo avaliativo que se pode analisar em que medida os objetivos educacionais estão sendo alcançados pelo programa do currículo e do ensino. Sabe-se que a avaliação exerce uma poderosa influência sobre a aprendizagem, uma vez que os alunos são influenciados através do tipo de avaliação que é realizada. Diante disso é necessário que os educadores estudem mais sobre processos avaliativos e como estes se desenvolvem, para que a avaliação venha ajudar o aluno e não prejudicá-lo. Ao analisar o processo de ensino–aprendizagem vimos que a avaliação pode ser caracterizada como um instrumento, que por um lado verifica os avanços e as dificuldades dos alunos e por outro lado possibilita ao professor analisar sua prática educativa, vem sendo questionada quanto ao seu desenvolvimento nas escolas, pois os discentes encontram muitas vezes dificuldades ao serem avaliados, o que faz surgir várias indagações: Como estes alunos são avaliados? Quais aspectos os professores levam em consideração ao realizarem as avaliações? Que tipo de avaliação eles utilizam? Mediante tais indagações e considerando que a avaliação é um dos maiores desafios da prática pedagógica, pretendemos com este estudo proporcionar uma reflexão sobre o processo avaliativo adotado pelos professores e verificar se eles levam em consideração as diferenças e as peculiaridades dos alunos da EJA, uma vez que em sua maioria são trabalhadores em busca de um ensino que ajude na sua profissionalização. É fácil encontrar alunos com dificuldade e até muitas vezes desestimulados devido ao processo avaliativo, que acaba classificando o aluno e não avaliando a aprendizagem do mesmo e a metodologia utilizada pelo educador. 2 A avaliação não deve ser vista apenas como um meio para verificar os avanços e as dificuldades dos alunos, mas, também para analisar a prática pedagógica, o que implica numa tomada de decisões. Com tal perspectiva, objetivamos em nosso trabalho: Analisar e compreender como o processo avaliativo se desenvolve; Pesquisar quais instrumentos são utilizados pelos professores ao avaliarem seus alunos; Identificar quais são os fatores que os professores levam em consideram ao realizarem as avaliações; Conhecer os aspectos positivos e/ou negativos da avaliação; Verificar se os professores, na sua prática docente, estão embasados em alguma teoria de avaliação. Entendemos que a avaliação continua sendo um dilema para os que não tem conseguido utilizar os procedimentos de avaliação para atender a realidade dos alunos, mas isso não quer dizer que ela seja impossível de se realizar, porém necessita de ser considerada em todas as suas peculiaridades dentro do processo educativo. Diante do que foi exposto o educador deve ter uma postura avaliativa coerente com a realidade de seus alunos. É importante enfatizar que a falta de aperfeiçoamento dos professores prejudica os alunos, levando-os a uma desestimulação nos estudos. Este estudo nos encaminha para uma análise critica da prática avaliativa e um repensar da prática educativa, já que ambos estão integrados ao processo de formação do educador. 3 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. A PRÁTICA AVALIATIVA: UMA VISÃO GERAL DO COTIDIANO ESCOLAR Entre os problemas pedagógicos enfrentados pelos professores, nos dias atuais, a avaliação escolar ocupa um lugar de destaque. Sabemos que o caminho é árduo, os obstáculos são muitos e diversos, mas há esforço para superar as dificuldades. Essa é a realidade de vários professores na busca de uma escola mais avançada, integrada à realidade do mundo e, principalmente que ofereça ensino de qualidade aos seus alunos. Para isso é necessário que as escolas estejam equipadas e os professores tenham acesso aos programas para desenvolver melhor novas propostas e assim com certeza ampliaremos o nível escolar e, por conseguinte a avaliação educacional. Partido deste princípio, para que a avaliação escolar assuma o seu verdadeiro papel de instrumento dialético de diagnóstico para o crescimento, ela terá que se situar e estar a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformação social. Para tanto, é necessário que o educador dê um novo encaminhamento à prática da avaliação escolar, definindo ou redefinindo os rumos de sua ação pedagógica. E o primeiro passo para essa redefinição de caminhos da prática da avaliação é assumir um posicionamento pedagógico claro e explícito, de tal modo que possa orientar a prática no planejamento, na execução e na avaliação. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001) a “avaliação é dialógica e deve se realizar num espaço em que sejam considerados o aluno, o professor e a relação intrínseca que se estabelece entre os participantes do processo”. 4 O processo avaliativo deve buscar informações não apenas referentes ao tipo de conhecimento que os alunos construíram, mas também, o “porquê,‟‟o “que” e “como” trabalhamos determinado conhecimento. A avaliação se constitui numa etapa necessária ao processo ensino-aprendizagem e deve se realizar dentro de um contexto que possibilite ao aluno uma reflexão sobre os conhecimentos construídos. Durante o processo de construção desses conhecimentos o educador deve ter cuidado para não priorizar apenas os erros dos educandos, mas também, tornar evidente para eles tudo o que já conseguiram aprender. A avaliação é um processo contínuo que visa interpretar os conhecimentos habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do professor e da escola como um todo (PILETTI, 1997, p.190). Portanto é a partir da modalidade da avaliação contínua que o aluno toma consciência de suas dificuldades e passa a refletir e compreender o que está sendo apresentado pelos professores em cada disciplina. Ao avaliar o educador deve ser flexivo e acompanhar o educando de acordo com sua realidade, realizando uma avaliação diagnóstica, refletindo sobre as intervenções didáticas e ao final do percurso, além de verificar se as intervenções repercutiram em aprendizagem, possibilitando ao educador avaliar seu próprio trabalho. A avaliação diagnóstica visa determinar a presença ou ausência de conhecimentos e habilidades, inclusive buscando detectar pré–requisitos para novas experiências de aprendizagem (SANT´ANNA, 2005,p.33). Ressaltamos, também, que as atividades avaliativas contribuem para o desenvolvimento intelectual, social e moral dos alunos e devem ajudar todas as crianças a 5 crescerem, sejam eles ativos, lentos, espertos ou desinteressados (LIBÂNEO, 1994). Dessa forma a avaliação assume o seu verdadeiro papel de instrumento dialético de diagnóstico para o crescimento, estando a serviço de uma pedagogia que se preocupa em inserir o indivíduo na sociedade. A avaliação da aprendizagem, para cumprir o seu verdadeiro papel, deverá assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem, e para que isso aconteça é necessário que a avaliação exerça o papel de auxiliar no crescimento como Luckesi (1998, p.174) afirmou: a avaliação da aprendizagem tem por objetivo auxiliar o educando no seu crescimento e, por isso mesmo, na sua integração consigo mesmo, ajudando-o na apropriação dos conteúdos significativos. Neste sentido, a avaliação se desenvolve como ato dinâmico que qualifica e subsidia o encaminhamento da ação, possibilitando conseqüências no sentido da construção dos resultados que o educador deseja de acordo com as demandas sociais e dos alunos. Sendo assim, a prática da avaliação da aprendizagem só será possível se o professor estiver interessado que o aluno aprenda o que está sendo ensinado. Entendemos que a avaliação é um processo contínuo que interpreta os conhecimentos e habilidades dos educandos, pode-se então dizer que a avaliação não é um fim, mas um meio que permite verificar até que ponto os objetivos foram alcançados, identificando os educandos que necessitam e precisam de mais atenção e, até reformulando o trabalho pedagógico, através da adoção de outros procedimentos que possibilitem sanar as deficiências identificadas. Sabemos que a tarefa de avaliar deve começar no primeiro dia de aula. O educador poderá adquirir informações sobre seus alunos, para que então, trace seu plano de trabalho condizente com a realidade dos mesmos. Quanto mais o trabalho do educador estiver alicerçado em dados reais e informações sobre os educandos, mais seu trabalho será eficiente. 6 É importante que no processo ensino-aprendizagem a avaliação siga alguns princípios, para que haja uma integração entre os critérios determinados pelo professor e o processo de avaliação na dinâmica geral do ensino. Portanto, faz-se necessário que o educador estabeleça com clareza o que vai avaliar, selecione técnicas adequadas e variadas e tenha consciência das possibilidades e limitações dessas técnicas utilizadas. O educador não deve monopolizar a avaliação e sim dividir esta tarefa tão complexa com os envolvidos no processo (pais, escola). O educando deve conhecer os procedimentos ou critérios usados para avaliá-lo. E o ato de avaliar não deve servir apenas para identificar as causas dos avanços ou dificuldades, mas para que a partir disso sejam estabelecidas outras estratégias ou procedimentos que o auxiliem a organizar a aprendizagem. É notório que uma grande parte dos educadores não reflete sobre o papel da avaliação e a eficácia dos instrumentos para o processo de aprendizagem. Os educadores, em geral, discutem muito como fazer a avaliação e sugerem metodologias diversas, antes, entretanto, de compreender verdadeiramente o sentido da avaliação na escola (HOFFMANN, 1995, p.19). Observa-se entre os educadores que há contradição entre o que pensam teoricamente sobre avaliação e os instrumentos que utilizam na prática. Uma vez que a nota é atribuída ao educando como fim que comprova a aprendizagem, mesmo que não corresponda ao conhecimento aprendido. Dessa forma, a avaliação é absolutamente restrita ao professor, desconsiderando e impedindo a participação do aluno no processo avaliativo. O educador não questiona sua prática e suas atitudes, e avalia apenas o aluno, denominando-o “culpado” pelo baixo rendimento escolar. Pois é mais cômodo eximir-se das responsabilidades pelo processo ensino-aprendizagem e procurar justificativas para as dificuldades do aluno, tendo assim uma visão que se limita ao resultado obtido na prova. Não se analisa o agir do aluno na avaliação, para questionar e buscar novas ações que contribuam para o desenvolvimento e construção de conhecimentos. Assim, a avaliação ao invés de ser um meio para reflexão do educando e do 7 educador, constitui-se um fim que determina o destino dos mesmos, considerando o educando como objeto e não como sujeito que precisa participar do processo de ensino-aprendizagem. Sabemos que a escola fragmenta o ensino, direcionando-o para os resultados da avaliação, não propiciando o desenvolvimento do aluno, mas fragilizando-o, e isto o torna facilmente manipulável, pois o aluno aprende na própria escola que precisa tirar nota para poder passar. Dessa forma, a avaliação é usada para privilegiar os acertos e recriminar os erros dos educandos, os quais não são transformados em registros de dificuldades para posterior transformação ou mudança no processo de construção de conhecimento significativo para o aluno. Torna-se um momento de insegurança para o aluno que, nas suas respostas, depende de uma reprovação ou aprovação do educador, o qual possui o saber e se apropria da dependência do aluno para induzí-lo a respostas corretas, mesmo que não tenha significado para ele. Valoriza-se então o acerto e pune-se o erro sem considerar a aprendizagem por meio da reflexão e a partir dos erros. Segundo Kami apud Hoffmann (1995, p.99), várias escolas têm a tendência de exigir respostas corretas e usam sanções que reforçam a heteronomia. Entre as sanções positivas existem as notas, as estrelas douradas, a aprovação do professor, que são usadas para estimular o bom comportamento. Entre as sanções negativas, estão a perda do recreio, a ida para a diretoria e o uso da vergonha ou mesmo da punição física. . Assim, podemos dizer que a avaliação se coloca a serviço da manutenção do controle e da disciplina, restringindo-se ao julgamento dos avanços ou dificuldades do educando e do seu próprio destino. A ação avaliativa, neste sentido, ignora todos os fatores que envolvem o processo ensino-aprendizagem. É comum utilizar a avaliação como recompensa ou punição, condenando muitas vezes o educando à repetência em nome da disciplina. Atualmente a 8 avaliação da aprendizagem escolar no Brasil tem estado a serviço de uma pedagogia que muitas vezes reprime o aluno, o que acaba afastando–o da escola. Os parâmetros Curriculares Nacionais em seu volume introdutório abordam que a decisão de aprovar ou reprovar não deve ser a expressão de um “castigo”, nem ser unicamente pautada no quanto se aprendeu os conteúdos propostos (...) é uma decisão pedagógica (...) e requer uma análise a respeito das diferentes capacidades do aluno (PCN, 2001, p.89). Portanto, a atitude do educador no uso distorcido da avaliação pode ter vários significados, tais como: é um resquício de uma formação tradicional que tem como único instrumento a prova; é conseqüência de um sistema educacional que cobra do professor um resultado (nota); o professor não vê alternativa para controlar os alunos, necessitando assim, recorrer ao instrumento de que dispõe: a prova. São estas justificativas que distanciam cada vez mais uma prática reflexiva autêntica, onde a ação de avaliar esteja, prioritariamente, fundamentada numa concepção que construa uma intencionalidade para a teoria e a prática. Outra questão relevante é a indisciplina que envolve todo o processo educacional, não sendo apenas um problema da escola, como também da família que é o núcleo fundamental na formação do indivíduo para o convívio social. Quando a família não fornece alguns valores, a escola assume essa responsabilidade. Para tanto, a escola precisa estabelecer parcerias – escola–família–aluno-comunidade construindo assim uma relação de troca. Isso requer não apenas uma visão do problema, mas uma ação conjunta e pertinente, com participação ativa, dividindo responsabilidades. Ressaltamos também que o repasse da responsabilidade para a escola muitas vezes leva os educadores a efetivação do uso do poder autoritário, impondo ao aluno, um comportamento determinado, criando um indivíduo incapaz de tomar decisões, para serem apenas executores do que lhe é imposto. E estes educadores têm uma visão terminal sobre o 9 processo, deixando de lado a ação docente diária, na sala de aula. Não retomam, nem analisam os resultados obtidos nas avaliações, por considerá–las o fechamento de uma etapa. A prática da avaliação nas pedagogias preocupadas com a transformação deverá estar atento aos modos de superação do autoritarismo e ao estabelecimento da autonomia do educando, pois o novo modelo social exige a participação democrática de todos (HOFFMANN, 2005, p.32). A avaliação se faz necessária durante todo o processo, sem necessariamente estar submetida a uma nota, mas a reflexão sobre o porquê e a razão do resultado, seja este positivo ou negativo. Mas, de forma geral nas escolas a avaliação se desvia da função de contribuir para o ensino–aprendizagem e se restringe, apenas, a aprovar/reprovar o educando. Assim, a ação avaliativa acaba tornando-se um fim; e, mesmo quando a escola tenta mudar é para melhorar a nota. Sobre o aluno recai a responsabilidade de atender às expectativas do professor, que não reflete sobre o processo avaliativo, mas acredita que trabalhar com novas metodologias é suficiente para que o aluno obtenha um bom resultado. O aluno não aprende porque não tem oportunidade de revelar o que pensa, discutir suas idéias, elucidar suas dúvidas! E somente uma resposta aponta a necessidade de se repensar a formação dos professores: o professor apresenta falta de conhecimento quanto a questões de aprendizagem (HOFFMANN,1995, p.47). É preciso então, construir propostas que possibilitem conhecimentos aos educadores para que estes desenvolvam uma prática avaliativa, na qual aprofundem as teorias de conhecimento para terem uma visão ampla da prática pedagógica para então, conhecer as aptidões dos alunos, seu modo de aprender, seu ritmo de compreensão, suas deficiências; ou seja, que leve em consideração as diferenças individuais e suas peculiaridades. Isto significa 10 que é essencial avaliar o aluno como um todo, desenvolvendo suas habilidades, hábitos e atitudes e respeitando seus valores. Consideramos que a avaliação é sem dúvida, uma das partes mais complexas do processo ensino-aprendizagem, por isso a postura do professor frente à avaliação é difícil porque além do aluno, o professor também é avaliado, julgado pelos colegas, pais, alunos, direção e sociedade que estão constantemente avaliando a escola e cobrando a aprendizagem dos conteúdos. Sabemos que o educador é o responsável, na sala de aula, pela aplicação dos procedimentos de avaliação, como a elaboração das provas, exames e conteúdos trabalhados. Porém, sua formação não garante o domínio de todos os requisitos que lhe são cobrados pela escola e pela sociedade. Portanto, para a resolução deste impasse, é preciso que a escola promova uma formação continuada e realize um trabalho conjunto entre escola, família e sociedade a fim de encontrar soluções satisfatórias a todos. Daí é importante que o professor deseje e esteja preparado para efetuar uma prática avaliativa coerente com essa perspectiva, o que requer uma atitude de investigação, assumindo uma postura de mediador do conhecimento no processo de ensino–aprendizagem. 2.2. TRABALHANDO O PROCESO ENSINO-APRENDIZAGEM COM A FAMÍLIA E COM A COMUNIDADE O educador deve lutar para criar uma nova visão junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais, superando o senso comum a respeito da avaliação. O trabalho de sala de aula está inserido numa totalidade, e é muito difícil se concretizar uma transformação quando o coletivo não está envolvido. E este coletivo deve partir dos educadores. Os pais e alunos precisam encontrar o mesmo tipo de postura por parte de cada professor, da 11 coordenação e da direção da escola. É de grande relevância o trabalho comunitário, mas para que se deixe claro aos alunos e pais quais os critérios utilizados no processo avaliativo. Os professores, enquanto educadores de profissão têm uma responsabilidade social no sentido de desempenharem adequadamente sua função. Sabemos que nos últimos anos caiu a qualidade da escola pública, o que deu insegurança aos pais. Hoje esta qualidade está ganhando novo espaço através do FUNDEF e dos cursos de formação continuada de forma a poder fundamentar suas práticas e mudar aquilo que tem de ser mudado, não se deve esquecer que qualquer mudança nos projetos da escola deve ser comunicada aos pais. Muitas escolas enfrentam muita resistência simplesmente porque “esqueceram” de avisar aos pais sobre as mudanças ou novas propostas da prática referente à avaliação. A escola deve mostrar aos pais a sua meta educacional, seja no ato da matrícula ou em reuniões, explicando que a mudança a qual se está fazendo é fundamental para que os alunos aprendam mais e melhor. É preciso incentivar a interação do aluno no processo ensino-aprendizagem onde cada um tem algo a ensinar para outro, sendo a avaliação um elo entre a sociedade, as escolas e os estudantes (BOTH, 2005, p.8). 2.3 CRIANDO UMA NOVA CULTURA NO PROCESO AVALIATIVO É necessário criar uma cultura que de fato avalie o aluno em seus diferentes aspectos e que leve em consideração a sua realidade. O educador deve compreender que a prática avaliativa não está dissociada do contexto do trabalho pedagógico. Portanto, não adianta querer mudar o sistema avaliativo se não mudar a prática pedagógica e as condições de trabalho do próprio educador. Sabe-se que todos os indivíduos aprendem, só que em ritmos e formas diferentes. Daí, cabe a cada educador descobrir a forma e o ritmo para aprender de cada educando, para construir ou mesmo reformular sua prática. A escola precisa estabelecer 12 objetivos e critérios em seu planejamento e em seu próprio projeto político-pedagógico. É indispensável ter clareza a respeito do que se pretende avaliar, quais recursos utilizar e o que se pretende alcançar. E, ao se construir um instrumento de avaliação, ele deve ser coerente com o trabalho pedagógico do professor e com o que foi ensinado. Não se pode ensinar de uma maneira e avaliar de outra, pois deve haver uma correspondência entre os discursos e o que se faz. Sabemos que o aluno não deve ser avaliado apenas nos aspectos cognitivos, mas em sua plenitude e para isto, é necessário que o educador considere que os alunos aprendem de modo diferente, em tempos diferentes e que são sujeitos de um processo o qual o professor deve conhecer. Avaliar, então, é buscar informações sobre o aluno, é conhecer o sujeito e seu jeito de aprender. O processo de avaliação do resultado escolar dos alunos e alunas está profundamente marcado pela necessidade de criação de uma nova cultura sobre avaliação, que ultrapasse os limites da técnica e incorpore em sua dinâmica dimensão ética (ESTEBAN, 1999, p. 8) Sabemos que deve haver uma mudança na prática avaliativa, mesmo encontrando obstáculos devido às práticas existentes e as concepções em relação à avaliação, mas esta mudança não é impossível de acontecer. Pois de acordo com Freire (1996, p. 39) é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. Para tanto é necessário que os educadores repensem e reflitam sobre sua prática avaliativa, pois só assim serão capazes de agir e atuar de forma critica, a fim de conhecer as expectativas de seus alunos. 13 2.4. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA, FORMATIVA, SOMATIVA. O QUE SIGNIFICA ISTO? No que diz respeito ao processo avaliativo, o educador não pode planejar sua prática pensando em um aluno ideal e, sim no contexto real de sua sala. Para que isso ocorra é necessário que se faça uma avaliação diagnóstica, a qual está relacionada a uma metodologia do diagnóstico, que dirá quem é o indivíduo, qual a sua perspectiva histórica e determinará o nível de conhecimento. Alunos e professores, a partir da avaliação diagnóstica de forma integrada, reajustarão seus planos de ação. A avaliação formativa é realizada com o objetivo de informar ao professor e ao aluno sobre o resultado da aprendizagem, durante o desenvolvimento das atividades escolares. É também utilizada para localizar deficiências na organização do processo ensinoaprendizagem, possibilitando reformulações que assegurem o alcance dos objetivos. Quanto a avaliação somativa conhecida como classificatória pode-se dizer que é um processo de descrição e julgamento para classificar os alunos, segundo níveis de aproveitamento e expressa a atuação do professor em um tempo pedagógico determinado (semestre, ano, curso). Segundo Turra (1998, p. 186) A avaliação diagnóstica contribui para a avaliação formativa na medida em que identifica as dificuldades do educando e do grupo. Poderia até se dizer que ela se constitui numa etapa inicial da avaliação formativa. E para Esteban (1999), a avaliação, como processo de classificação, está limitada por ter em sua raiz a homogeneidade; como prática de investigação se configura numa perspectiva de heterogeneidade, abrindo espaço para que o múltiplo e o desconhecido ganhem visibilidade. 14 3. METODOLOGIA A decisão de realizar este estudo surgiu de questionamentos que permeiam a nossa prática da avaliação, a qual tem se constituído um desafio para nós educadores, de modo geral. Partindo desse pressuposto, busquei nessa perspectiva, analisar o desenvolvimento do processo avaliativo, conhecer quais os fatores que os professores levam em consideração ao avaliarem e os instrumentos utilizados para avaliar os alunos do Ensino Médio nas turmas de EJA. Esta pesquisa foi aplicada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Bronzeado Sobrinho, situada na cidade de Remígio no Estado da Paraíba. A escola mencionada foi inaugurada no dia 31/03/1970, durante o mandato do prefeito José Bronzeado Sobrinho, que foi homenageado, ao darem seu nome à referida escola. Nos dias atuais, ela possui um quadro discente composto por 1.371 educandos matriculados nos três turnos. Desse total, 235 são alunos matriculados na Educação de Jovens e Adultos, 402 cursam o Ensino Fundamental 2 e 499 alunos estão cursando o Ensino Médio. Para atender todo esse público, a referida escola conta com uma equipe composta por 90 funcionários, sendo 01 diretora, 02 vice-diretoras, 38 professores, entre os quais 29 são efetivos e 09 são contratados, 09 agentes administrativos, 09 auxiliares de serviço, 01 supervisor, educacional, 01assistente social e 1 assistente educacional. A pesquisa foi realizada no período de 18 a 29 de setembro de 2006, e envolveu professores e alunos, desse universo foram tomados como amostra 32 alunos do 3º ano do turno noturno, com faixa etária entre 18 e 45 anos, sendo 19 alunos do sexo feminino e 13 do sexo masculino e, todos provenientes da zona urbana. Para melhores esclarecimentos 15 denominamos “A” para aluno e “P” para professor. Terá também como público alvo os 8 professores da referida série. Com o intuito de que fossem obtidos resultados claros e precisos, que estivessem de acordo com os objetivos desse trabalho, foram utilizados alguns instrumentos metodológicos como questionários e observações em sala de aula. Após a coleta de dados, procedemos a uma análise e interpretação dos mesmos, de acordo com os objetivos definidos. A técnica observacional foi utilizada para coleta de dados, nas seguintes modalidades: observação direta, em sala de aula, para acompanhar o desempenho dos alunos e professores na prática avaliativa; e indireta, ao analisar e comparar as respostas dos questionários com a prática vivenciada em sala de aula, o que permitiu fazer uma análise mais precisa acerca das práticas de avaliação. O questionário aplicado aos professores, composto por 18 questões, abordando temas referentes a formação, ao processo de avaliação, aos instrumentos utilizados e aos tipos de avaliação, foi entregue aos mesmos, logo após a explicação, considerando-se o objetivo da pesquisa . Foi aplicado igualmente um questionário para os alunos, constando de 15 questões que foi entregue aos mesmos para devolverem no prazo de 50 minutos. Na aplicação desses questionários, prestei inicialmente esclarecimentos sobre a pesquisa. As metodologias trabalhadas serviram como instrumentos para que fosse realizada a coleta de dados, os quais possibilitaram um estudo mais aprofundado, sobre a prática avaliativa no Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos. 16 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS A análise e discussão dos resultados descritos foram obtidos com a aplicação de questionários, que objetivou pesquisar os instrumentos utilizados para avaliar a metodologia aplicada e as concepções de avaliação dos professores, da amostra pesquisada, caracterizando o perfil dos alunos, segundo categorias de análise referentes às características pessoais, como sexo, idade, e estado civil. Conforme podemos observar na Tabela 1, dos 32 alunos que responderam ao questionário, 72% são solteiros, 25% são casados e 3% são divorciados. Mesmo a turma sendo composta por maioria de alunos solteiros, é significativa a parcela de 25% de alunos casados, os quais compuseram um índice significativo das respostas relacionadas ao interesse em estudar e concluir o ensino médio. TABELA 1 - Classificação dos alunos de acordo com o estado civil ESTADO CIVIL Nº DE ALUNOS % DE ALUNOS Solteiro 23 72% Casado 8 25% Divorciado 1 3% Total 32 100% Quanto à faixa etária dos alunos pesquisados (Tabela 2) varia de 18 a 45 anos; com predominância para os jovens que totalizam 57% na faixa entre 18 e 25 anos, sendo que 25% têm entre 25 e 35 anos e 18 % entre 35 e 45 anos. Mediante a análise da faixa etária dos alunos, observamos que os jovens têm procurado com mais freqüência dar continuidade aos estudos, e constituem, em sua maioria, inseridos no mercado de trabalho. 17 TABELA 2 – Estratificação dos alunos de acordo com sua idade. FAIXA ETÁRIA Nº DE ALUNOS 18 à 25 anos 18 25 à 35 anos 8 35 à 45 anos 6 45 à 55 anos 55 à 65 anos Total 32 % DE ALUNOS 57% 25% 18% 100% Com relação ao gênero (Tabela 3), constatamos que 59% da turma é composta por alunos do sexo feminino, enquanto que 41% são do sexo masculino, o que demonstra que a escola conta com uma grande participação das mulheres no seu corpo discente. Atualmente nota-se que uma grande parcela de professores é de mulheres, as quais estão a todo o momento conquistando o seu espaço no mercado de trabalho, principalmente na educação, o que tem contribuído para grandes mudanças por serem talvez mais flexíveis e abertas as transformações. TABELA 3. Estratificação dos alunos de acordo com o gênero. SEXO DOS ALUNOS Nº DE ALUNOS % DE ALUNOS Masculino 13 41 % Feminino 19 59 % Total 32 100 % Em relação à atividade profissional dos alunos (Figura 1) verificamos que 66% trabalham e 34% não trabalham. Dos 66% que trabalham, 16% trabalham à tarde e 40% trabalham manhã e tarde. 18 66% Sim Não 34% Figura 1 – Percentagem dos alunos que trabalham e dos que não trabalham. Apesar da maioria dos alunos trabalharem durante todo o dia, os dados demonstram o esforço que fazem para conciliar o estudo e o trabalho. Podemos atribuir esta conciliação à metodologia adotada pela Educação de Jovens e Adultos que propicia um ensino direcionado às necessidades deste público, visto que considera as dificuldades enfrentadas pelos alunos, tais como: trabalho, problemas familiares, a situação sócio-econômica e idade. A EJA é uma modalidade que tenta respeitar os valores, a cultura e as peculiaridades dos alunos, para que possam dar continuidade aos estudos por não terem tido oportunidade a escola na idade própria. Sabemos que os jovens e os adultos ao chegarem a EJA se sentem desmotivados e até são marginalizados, por estarem afastados há muito tempo ou por condições de exclusão social, política e econômica. É importante mencionar que a exclusão da escola coloca os alunos em situação de desconforto pessoal devido a aspectos de natureza mais afetivos, mas que podem influenciar a aprendizagem (RIBEIRO, 2005, p. 21). Para tanto, é de suma importância que o educador coloque estes educandos como centro, para que eles sejam e se sintam protagonistas da aprendizagem. Pois, quando o saber 19 do educando é valorizado, este terá mais oportunidades de participar do processo educativo. Pois, de acordo com Ribeiro (2005, p. 20), a situação de exclusão contribui para delinear a especificidade dos jovens e adultos como sujeitos de aprendizagem. Durante este processo o professor deve respeitar as diferenças individuais e as peculiaridades e organizar mecanismos ou procedimentos que favoreçam a reintegração dos mesmos na sociedade. É necessário que o educador repense sobre sua prática para que esta não venha prejudicar os alunos e sim favorecer um ensino de qualidade possibilitando melhores condições de vida. Outra questão abordada foi quanto à concepção dos alunos em relação às formas de avaliação da aprendizagem (Figura 2). Dos 32 alunos, 54% consideram adequadas as formas de avaliação, contra 9% que as reprovam. Entretanto, 37% consideram que, às vezes a avaliação corresponde as suas expectativas, ou seja, é adequada. 54% Considera adequada Às vezes é adequada Reprova as formas 37% 9% Figura 2 – Percentagem em relação a concepção dos alunos quanto às formas de avaliação. 20 No que se refere à função da avaliação (Figura 3), uma grande parcela dos alunos 68% considera que avaliar significa verificar a aprendizagem; 12% atribuem à avaliação a função de quantificar, isto é, atribuir nota. Apenas 20% dos alunos consideram a avaliação um meio para diagnosticar as dificuldades de aprendizagem. 68% Avaliar significa verificar a aprendizagem Avaliar é um meio para diagnosticar as dificuldades. Avaliar é Quantificar(atribuir nota) 20% 12% Figura 3 – Percentagem referente à finalidade da avaliação para os alunos. Mediante a análise das respostas dos alunos, podemos perceber que, grande parcela considera que a função da avaliação se resume a verificar a aprendizagem, o que não condiz com Souza (1994, p. 129), quando menciona que “deve-se avaliar, para diagnosticar as dificuldades e interferir modificando o ensino de forma que sejam garantidas aprendizagens fundamentais.” Mesmo que, contrariamente a essa posição, nas escolas a avaliação tenha sido significada como meio para comprovar apenas a aprendizagem mecânica de conteúdos; o que tem tornado a prática avaliativa restrita a este objetivo. Na visão de alguns alunos do ensino médio na modalidade EJA, a avaliação é um meio para diagnosticar as dificuldades, visto que demonstraram que os professores ao realizarem a avaliação detectam dificuldades e a partir disto, procuram saná-las aplicando metodologias 21 diversificadas que promovam novas aprendizagens, conforme podemos verificar na resposta de um dos alunos: A1- “A avaliação pode ajudar o professor a identificar nossas dificuldades”. É necessário que o educador esteja atento as expectativas dos alunos e que ele crie um clima favorável à participação em sala de aula para que os alunos possam manifestar as suas dúvidas, inquietações e incompreensões. Entendemos que a aprendizagem se dá de maneira satisfatória quando as relações cotidianas são dinâmicas. Portanto, a avaliação na Educação de Jovens e Adultos deve ser encarada como um instrumento que sirva para estimular o interesse e motivar o aluno a um maior esforço, como também um meio para o professor aperfeiçoar seus procedimentos de ensino. A avaliação assume uma função diagnóstica e orientadora, pois ajuda o aluno a progredir na aprendizagem e o professor a reorganizar sua ação pedagógica (HAYDT, 1998, p. 313). Com relação à importância da nota observamos que, 15% dos alunos consideram que é importante para classificar; 25% atribuem à nota uma forma de motivar a estudar os conteúdos; 41% dos alunos defendem que a nota é importante para aprovar/ reprovar, enquanto que 19% dos alunos consideram que a nota é apenas para cumprir uma norma da escola, conforme podemos verificar na Tabela 4. 22 TABELA 4. Respostas dos alunos quanto à importância da atribuição da nota. IMPORTÂNCIA DA NOTA Nº DE ALUNOS % DE ALUNOS Classificar 5 15,0% Motivar 8 25 % Aprovar/Reprovar 13 41,0 % Cumprir norma 6 19,0 % Total 32 100 % Diante dos resultados pode-se ver que os alunos concebem que a nota é decisiva para definir sua aprovação ou reprovação. Segundo Luckesi, (1998, p. 58), “a avaliação não seria somente instrumento de aprovação ou reprovação dos alunos, mas sim um instrumento de diagnóstico de sua situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para sua aprendizagem”. Ao confrontarmos o pensamento de Luckesi, com as respostas dos alunos constatamos uma contradição, uma vez que a promoção ou retenção é evidenciada no contexto escolar e, muitas vezes, a nota surge apenas como passaporte para a série seguinte. Tal visão desvincula a finalidade da avaliação da sua real função, que é promover o diagnóstico das dificuldades dos alunos e uma reflexão do professor sobre sua atuação, tendo em vista uma tomada de decisão. É importante ressaltarmos que o ato de avaliar não pode se restringir ao ato de atribuir nota, mas numa oportunidade do professor avaliar o que foi realizado, comparar com o “ideal” que se deseja e o que fazer para aproximar a sua forma de avaliar desse ideal proposto, tendo como meta a aprendizagem dos alunos. Nas respostas sobre a forma como os alunos gostariam de ser avaliados, observamos na tabela 5 que alguns responderam que preferem provas escritas, o que corresponde a 19% do total, apenas 3% dos alunos gostariam de ser avaliados por meio de prova oral. Já a preferência por seminário foi de 22%, enquanto que a maioria optou por atividades em grupo e diárias correspondendo a 56% do total. Dado que pode ser atribuído à facilidade de aprender 23 com os colegas, uma vez que a jornada de trabalho prejudica os estudos em casa. Entretanto, os que optaram por „prova escrita‟, „prova oral‟ e seminário corresponde aos alunos que dispõem de tempo para se dedicar aos estudos, uma vez que estes alunos correspondem àquela parcela de educandos que não estão inseridos no mercado de trabalho, disponibilizando assim de tempo para estudar em casa. TABELA 5. Respostas dos alunos quanto ao melhor instrumento de avaliação. INSTRUMENTO Nº DE ALUNOS % DE ALUNOS Prova escrita 6 19% Prova oral 1 3% Seminário 7 22% Atividades em grupo e diárias 18 56 % TOTAL 32 100 % Considerando o público da EJA, é importante que o professor faça uso de uma diversidade de instrumentos para avaliar, de modo a possibilitar o desenvolvimento de capacidades e habilidades que estão em jogo e, desta forma, promover uma aprendizagem de qualidade que valorize os conhecimentos dos alunos. No que se refere aos fatores que o professor deve levar em consideração no momento da avaliação (Figura 4), 16% dos alunos priorizaram em suas respostas que o professor leva em conta a participação dos alunos nas aulas; 32% consideram que o interesse dos alunos seria importante na avaliação. Uma pequena parcela, 2% dos alunos gostaria que o professor fizesse menos prova, enquanto que 50% dos alunos desejam que os professores levem em consideração as dificuldades e diferenças. Esses alunos são pessoas que retornam à escola após terem abandonados os estudos por longos períodos e, por isso necessitam de muita compreensão, já que sentem dificuldade em assimilar alguns conteúdos que são exigidos, principalmente nas disciplinas que envolvem um raciocínio lógico. 24 50% Diferenças e Dificuldades Interesse Participação 32% Menos Prova 16% 2% Figura 4 - Percentagem referente aos fatores que os alunos gostariam que fossem levados em consideração no momento das avaliações. Diante do exposto é fundamental que o professor do ensino médio na modalidade EJA, norteie sua prática avaliativa de forma que possibilite identificar as causas das dificuldades dos alunos e que possa desenvolver a aprendizagem de forma integral, ou seja, que os capacite para estabelecer relações entre os conhecimentos aprendidos na escola e a sua vida em sociedade. Sabemos que na Educação de Jovens e Adultos, o processo avaliativo deve ser visto como um processo que possibilita ao educador acompanhar, conhecer e dar apoio aos alunos como também entender as formas de aprender e de utilizar conhecimentos que favoreçam na formação de indivíduos críticos e participativos. A análise da questão doze respondida pelos alunos, referente a adequação dos instrumentos utilizados para avaliar, demonstra que nem todos os alunos estão satisfeitos com os instrumentos utilizados pelos professores. Como podemos perceber nas respostas seguintes: A 3- “Concordo, porque os professores realizam trabalhos em grupos”. 25 A 5- “Não concordo, pois os professores poderiam fazer somente trabalhos em grupo”. A 6- “Sim, pois os instrumentos utilizados satisfazem as nossas condições”. A 8- “Não, pois esses instrumentos poderiam ser mais variados e melhores”. A 10-“Sim, pois os instrumentos utilizados pelos professores estão de acordo com a dificuldade geral da sala”. Analisando as respostas dos alunos, percebemos uma discordância em relação aos instrumentos utilizados para avaliar. O A3 concorda devido à freqüência com que o trabalho em grupo é realizado, o que facilita a aprendizagem, e se adequa à realidade dos alunos da EJA. O mesmo acontece com A6 e A10 que mencionaram a satisfação com a adequação às peculiaridades da turma e às dificuldades semelhantes. No entanto, A5 não concorda com os instrumentos usados para avaliar, pois gostaria de ter apenas trabalhos em grupo. Em oposição a isto A8 sente necessidade de uma maior variedade de instrumentos que poderiam valorizar as habilidades dos alunos e promover uma aprendizagem significativa. Como podemos observar há uma divergência de opinião clara entre os alunos, visto que alguns demonstram satisfação em relação aos instrumentos usados, enquanto outros necessitam de mudanças na forma avaliar. É importante ressaltar que diante das respostas dos alunos, da modalidade e do contexto em que estão inseridos, os professores se deparam com desafios no momento da avaliação e com a escolha de instrumentos adequados. A complexidade que envolve a avaliação exige do professor a definição de objetivos e muita clareza sobre a formação dos alunos, bem como das competências que deverão ser desenvolvidas e por isso precisa escolher instrumentos de avaliação que proporcionem situações de aprendizagem para todos os alunos. 26 Com relação à opinião dos alunos sobre a importância da avaliação 100% dos alunos concordam que a avaliação é importante, mencionam vários aspectos da avaliação que justificam sua importância. Confiramos algumas respostas: A20- “Sim, porque sabemos como estamos no desenvolvendo”. A13- “Sim, porque é através da avaliação que o professor sabe o que o aluno aprendeu e o que deixou de aprender”. A31- “Sim, porque demonstra o que o aluno é capaz de fazer”. A26- “Sim, pois define toda a capacidade intelectual do aluno e deve ser justa e adequada ao aluno”. A18- “Sim, para saber os conhecimentos que adquiriram nas aulas”. De acordo com os alunos, percebemos que todos definem a importância da avaliação com o meio para o professor perceber/ saber o conhecimento adquirido ou não pelos alunos. Apesar de já haverem mencionado em respostas anteriores, que a avaliação deve ter a função de detectar as dificuldades, os alunos são contraditórios, uma vez que a avaliação não tem apenas a função de verificar a aprendizagem, mas também de diagnosticar dificuldades e avanços, analisar a prática do professor e redimensionar a ação educativa, visando à aprendizagem. A avaliação deve “estar comprometida com a promoção da aprendizagem (e desenvolvimento) por parte de todos os alunos. Este é o seu sentido mais radical, é o que justifica sua existência no processo educativo” (VASCONCELOS, 1998, p. 17). É, portanto, necessária à mudança da concepção do real significado da avaliação no contexto escolar, tanto em relação aos professores quanto aos alunos, para que esta promova a aprendizagem do aluno, aperfeiçoando assim o seu ensino e a prática educativa. Dentre as alternativas apresentadas na questão referente à metodologia utilizada para repassar os conteúdos, se é ou não facilitadora da aprendizagem, 47% dos alunos consideram que sempre facilita a aprendizagem, 50% mencionaram que, às vezes, a metodologia utilizada 27 facilita, enquanto que 3% consideram que raramente a metodologia é facilitadora da aprendizagem. 50% 47% Às Vezes Sempre Raramente 3% Figura 5 – Percentagem referente à metodologia aplicada para repassar os conteúdos facilita ou não a aprendizagem. De acordo com a maioria dos alunos a metodologia utilizada pelos professores no momento de transpor didaticamente os conteúdos aos alunos, às vezes tem facilitado a aprendizagem. Isto nos permite inferir que a forma de desenvolver os conteúdos não tem se adequado às necessidades e à realidade dos alunos. Consideramos a necessidade de estudo, por parte dos professores, da realidade dos alunos e de suas reais necessidades para que isto possa servir de referência para o professor no momento do planejamento. Considerando a insatisfação da maioria dos alunos, há a necessidade de mudança por parte do professor no que se refere à metodologia. Por isso, faz necessário que os professores usem sua criatividade, procurando utilizar meios diversificados, democráticos e significativos. 28 A partir disso terão possibilidades de desenvolver atitudes, procedimentos que contribuam para sua formação integral. Nas respostas dos alunos sobre a relação dos conteúdos e a realidade dos alunos (Figura 6), 60% afirmaram que raramente os conteúdos estão de acordo com sua realidade. Mesmo a maioria não concordando com a adequação dos conteúdos é significativa a parcela dos que revela que raramente isto acontece. Podemos atribuir isto a complexidade dos conteúdos do ensino médio, que exigem mais esforço e muitas vezes não permitem uma melhor adequação a realidade dos alunos. 60% 38% Raramente Sim Não 2% Figura 6: Percentagem referente aos conteúdos que estão de acordo com a realidade. Devido à diversidade dos conteúdos, é preciso analisá-los a partir dos propósitos do projeto da escola, da função e da concepção que se atribui a eles, quanto a maneira que devem ser selecionados e tratados, uma vez que por meio deles que são organizadas as ações pedagógicas. É importante que os alunos tenham clareza dos conteúdos para que tenham condições de desenvolver com ajuda do professor, estratégias para superar dificuldades. 29 Alguns componentes curriculares permitem que os professores passem a dinamizar e adequar os conteúdos à realidade. No entanto, outros componentes curriculares por sua complexidade ou falta de equipamentos, material didático e estrutura física das escolas se tornam extremamente teóricos e, por conseguinte, distante da realidade dos alunos. A opinião dos alunos em relação ao interesse nas aulas (Figura 7) nos mostra que 38% concordam que as aulas ministradas sempre despertam interesse, enquanto 62% mencionaram que às vezes as aulas despertam interesse. Observamos que a maioria da turma não está satisfeita com as aulas, ou seja, com a metodologia aplicada, pois tem se baseado em aulas expositivas onde o professor transmite os conteúdos e os alunos são meros ouvintes, sem muita chance de participar ativamente. Isto contribui para que os alunos fiquem cada vez mais desmotivados que, muitas vezes, freqüentam a escola apenas para adquirir um certificado que o ajude no mercado de trabalho, tornando a escola uma instituição desvinculada da sua real função: formar o cidadão em sua plenitude. 62% As vezes 38% Sempre Figura 7. Percentagem referente para saber se as aulas ministradas sempre despertam interesse. 30 Na análise dos dados referentes à visão dos professores da EJA sobre a avaliação, procuramos investigar, inicialmente, a formação dos mesmos, as horas aulas ministradas e a possibilidade de outra atividade profissional. Podemos observar que na modalidade EJA, 75% dos professores têm ensino superior completo e 25% fizeram pós-graduação em formação do educador e psicopedagogia (Figura 8). Com isso, percebemos que é pequena a parcela de professores com pós-graduação, principalmente por se tratar do ensino médio que exige do professor uma maior aquisição de conhecimentos complexos e atualizados, para que se possa garantir uma aprendizagem concernente com a transformação histórica, social e política da sociedade. 75% Ensino Superior Pós Graduação 25% Figura 8 – Percentagem dos professores quanto a sua formação. Esta compreensão da necessidade de uma formação contínua, não poderá ser imposta e sim um modo de auxiliar o professor a adquirir novos conhecimentos, de tal forma que o habilite a agir junto aos alunos num processo efetivamente educativo. No que se refere à atividade profissional dos professores da EJA, verificamos que 50% só ensinam e 50% dos 31 professores estudam e ensinam; destes 50%, 12% dos professores estudam e ensinam e desempenham outra atividade. Mediante o exposto, consideramos que os professores devido à dedicação a outras atividades, ficam impedidos de se dedicar exclusivamente às atividades pedagógicas. Tal impedimento se deve a falta de valorização do magistério que obriga os profissionais da área a ter uma outra atividade – trabalho – para assim poderem ter condições de manter–se. Outro fato que também contribui para um afastamento das atividades pedagógicas é a sobrecarga de horas aulas (Figura 9) e consequentemente do acúmulo de atividades dos alunos para corrigir avaliações, seminários, além do diário de classe. 70 60 50 40 carga horária 60 30 50 44 20 10 36 34 22 36 20 Físi c a Quí m i ca Mat e mátic a Ingl ê s Ciên cias Geog r af ia Hist ó r ia Por tu guês 0 Disciplinas Figura 9 – Percentagem da carga horária média semanal dos professores por disciplina Observamos que a maioria dos professores trabalha mais de 30 horas semanal e alguns atingem a carga horária de 60 horas semanais, como demonstra a Figura 9. 32 Quando questionados sobre a relação com o trabalho (Figura 10), 38% dos professores estão satisfeitos com seu trabalho, 50% consideram satisfeitos e 12% nem estão satisfeitos nem insatisfeitos. 50% 38% Muito satisfeito Satisfeito Nem satifeito/ nem insatisfeito 12% Figura 10: Percentagem referente à relação dos professores com o seu trabalho. Alguns professores mencionaram que apesar das dificuldades enfrentadas na educação pública, se sentem satisfeitos, pois a profissão escolhida é, sem duvida, a que mais se adequa ou gosta de fazer. Dentre as dificuldades citadas pelos professores estão à falta de material didático, recursos áudios-visuais, apoio pedagógico e interação entre os professores. Com relação à definição dos conteúdos para realizar a avaliação (Figura 11), 50% dos professores selecionam os conteúdos a cada unidade, 25% realizam a avaliação diariamente, 12% selecionam os conteúdos a cada bimestre, enquanto que 13% realizam a avaliação a cada conteúdo. 33 50% A cada unidade Diariamente A cada Conteùdo A cada Bimestre 25% 13% 12% Figura 11 – Percentagem referente a definição dos conteúdos para realizar a avaliação. Percebemos que mesmo fazendo parte de uma mesma escola, não há uma unidade entre os professores, quanto à definição dos conteúdos para realizar a avaliação. Tal diferença pode ser atribuída à falta de interação entre os professores ou até mesmo a falta de uma proposta pedagógica que direcione o trabalho de todos os professores, principalmente os da EJA para que assim possam considerar às especificidades desta modalidade. Ao analisarmos a questão sobre a finalidade de se aplicar provas escritas (Figura 12), percebemos que 50% do total de professores consideram que a aplicação de provas escritas tem a função de verificar a aprendizagem. Para 37% dos professores as provas escritas servem para diagnosticar as dificuldades e 13% mencionam que as provas escritas servem apenas para cumprir norma da escola, eliminando as possibilidades que poderão ser proporcionadas por este instrumento de avaliação. 34 50% A função é verificar a aprendizagem 37% A função é diagnósticar as dificuldades Serve apenas para cumprir norma 13% Figura 12 – Percentagem sobre a finalidade da aplicação de provas escritas. É importante ressaltarmos que avaliar não é uma tarefa fácil, exige compromisso e reflexão, além de critérios previamente estabelecidos. Ocorre muitas vezes na escola equívocos por não haver critérios para avaliar ou uma proposta pedagógica que oriente a ação do professor. Por isso consideramos de extrema necessidade a construção da proposta pedagógica da escola para que sejam traçados objetivos que correspondam às necessidades do público da EJA, garantindo-lhes instrumentos que possibilitem o acesso ao conhecimento e, por conseguinte à avaliação. Um posicionamento fundamental quando se trata da avaliação é com relação aos “objetivos da educação escolar, pois deles é que derivarão os critérios de análise do aproveitamento” (VASCONCELOS, 1998, p. 46). Isto implica numa mudança de postura não só na forma de mediar à aprendizagem, mas também na forma de avaliar. Esta postura exige mudanças na prática pedagógica concernentes com o contexto escolar, que possam resultar numa reflexão de seus objetivos, metodologia e instrumentos de avaliação, visando à aprendizagem. 35 Sobre o tipo de prova aplicada, 100% dos professores mencionaram que aplicam provas objetivas e subjetivas. Diante disso, percebemos que há uma preocupação dos professores em diversificar os tipos de provas, o que pode valorizar as habilidades dos e uma melhor adequação dos conteúdos. De acordo com Turra (1998, p. 221), “durante a elaboração de itens o professor necessita tomar muitas decisões. A primeira destas diz respeito a modalidade de avaliação que deseja realizar. Outra decisão a tomar é quanto ao tipo de questão. Também aqui nem todos os tipos se prestam para avaliar todos os comportamentos e conteúdos. É necessário ajustar objetivo/conteúdo/tipo de questão. Mediante isto, consideramos a necessidade de análise e reflexão sobre o tipo de prova a ser aplicada pelos professores da EJA. Isto requer a escolha da modalidade de avaliação, além de planejamento sobre o que será de fato analisado nas questões para que a avaliação seja um meio de diagnóstico dos alunos e não uma forma de classificá-los. Ressaltamos a importância do professor utilizar tanto provas objetivas como subjetivas, pois com isto o aluno e o professor terão mais oportunidade e facilidade de demonstrar suas habilidades, de promover uma aprendizagem qualitativa e que prepare os alunos para as situações que poderão ocorrer no seu dia-a-dia. Na concepção dos professores sobre a função da avaliação (Figura 13), 38% mencionaram que serve para verificar a aprendizagem; 50% concordam que serve apenas para avaliar o conhecimento do aluno e apenas 12% dos professores mencionaram que a função da avaliação é verificar a aprendizagem, avaliar o conhecimento do aluno e avaliar a metodologia aplicada. 36 50% Verificar a aprendizagem 28% Avaliar o conhecimeno Verificar a aprendizagem, avaliar o conhecimento e a metodologia aplicada 12% Figura 13: Percentagem referente à função da avaliação para os professores. Diante dos resultados, verificamos que uma pequena parcela de professores atribui à avaliação várias funções, isto nos remete a uma avaliação sobre o conhecimento dos demais professores sobre o processo avaliativo e sua função. Consideramos que a avaliação com a função de diagnósticos procura estabelecer se o aluno obteve ou não conhecimentos ou habilidades que possibilitem a aprendizagem; identificar, discriminar, compreender, caracterizar as causas das dificuldades ou as dificuldades de aprendizagem. A avaliação quando tem a função de controle, proporciona a informação ao aluno e ao professor sobre os resultados que estão sendo alcançados durante o processo de aprendizagem. E não possibilita localizar, apontar deficiências, insuficiências no desenvolvimento do processo ensino–aprendizagem. Quanto aos aspectos que os professores levam em consideração no momento da avaliação (Figura 14), 12% dos professores responderam que consideram a participação, 12% 37 a aprendizagem, 12% consideram a verificação dos conteúdos e 64% levam em consideração a participação, aprendizagem, pontualidade, freqüência, assiduidade e o interesse dos alunos. 64% Geral Participação Aprendizagem Verificação dos Conteùdos 12% 12% 12% Figura 14 – Percentagem dos aspectos que os professores levam em consideração durante o processo avaliativo. Verificamos que uma grande parcela dos professores considera diversos aspectos no momento de avaliar, mas alguns se prendem à verificação dos conteúdos assimilados pelo aluno. Para outros professores a aprendizagem é vista como principal elemento, sendo esta fundamental para o desenvolvimento do aluno. Por sua vez, na avaliação, faz-se necessário que o professor também observe as dificuldades para que a partir da reflexão do professor e do aluno, estas possam ser transformadas em mais uma situação de aprendizagem. A avaliação, nessa perspectiva, considera os resultados obtidos, reflete e busca novas alternativas para investigar onde residem os “erros”. Contribui para a tomada de decisão em relação à continuidade da ação pedagógica. 38 A avaliação é um processo de captação das necessidades, a partir do confronto entre a situação atual e a situação desejada, visando à intervenção na realidade para favorecer a aproximação entre ambas. Avaliar é ser capaz de acompanhar o processo de construção do conhecimento do educando, para ajudar a superar os obstáculos (VASCONCELOS, 1998, p. 85). A avaliação nesta visão se constitui um instrumento que pode ajudar o aluno a aprender, uma vez que permite ao professor e ao aluno detectar dificuldades, considerando todos os aspectos que contribuam para o desenvolvimento do aluno, com vista à reprogramar procedimentos pertinentes que promovam o acesso ao conhecimento. No que se refere aos instrumentos utilizados para avaliar (Figura 15), 63% dos professores usam como instrumentos, provas escritas, atividades diárias e trabalhos em grupo; 12% dos professores usam apenas provas escritas e 25% dos professores usam provas escritas, trabalhos e seminários para avaliar. 63% Provas/ Atividades diarias e trabalhos em grupo Provas escritas,trabalhos e seminários Só provas escritas 25% 12% Figura 15 – Percentagem dos instrumentos utilizados com mais freqüência pelos professores. 39 Observamos, mediante a Figura 15, que a maioria dos professores utilizam provas escritas, atividades e trabalhos em grupo, e uma pequena parcela usa apenas a prova escrita e em geral são os professores de matemática, química e física que não encontram outra forma de avaliar os alunos. Apesar de diversificar os instrumentos para avaliar, percebemos que todos os professores utilizam a prova escrita, e este é sem dúvida o principal meio para avaliar, o que não possibilita uma análise mais precisa dos conteúdos apreendidos pelos alunos. Muitas vezes, o aluno estuda e compreende o conteúdo, nas no momento da prova se sente incapaz de responder as questões propostas por medo de errar e até mesmo pela pressão que a prova escrita exerce sobre o aluno. “Por meio dos instrumentos de avaliação da aprendizagem, estamos solicitando ao educando que manifeste a sua intimidade (seu modo aprender, sua aprendizagem, sua capacidade de raciocinar, de poetizar, de criar estórias, seu modo de entender e de viver etc) (LUCKESI, 1998, p. 177). Por isto, consideramos que os instrumentos de avaliação devem ser selecionados de acordo com os objetivos que se pretende alcançar e que permitam que os alunos exponham seus conhecimentos, valorizando suas habilidades. Além disso, é importante que, independente do instrumento usado, o aluno tenha conhecimento sobre o que se espera da avaliação e o professor tenha disponibilidade para fazer da avaliação mais um momento de aprendizagem e de respeito aos saberes do educando. A diversidade de instrumentos pode possibilitar ao professor, obter mais e melhores informações sobre o trabalho em classe, uma vez que os instrumentos utilizados devem ter coerências com a prática diária. É importante que o professor saiba que cada conteúdo exige uma metodologia diferente e uma forma de avaliar, por isso é preciso criar situações para que 40 isto seja possível. Além disso, é importante considerar a realidade dos alunos, para que o professor utilize instrumentos coerentes e adequados. Qualquer que seja o instrumento adotado, o professor deve analisar se ele atenderá às diferentes características dos alunos da EJA, se é relevante para compreender o processo de aprendizagem e se possibilita mostrar caminhos para intervenção que possa sanar as dificuldades da turma. Quando questionamos sobre o conhecimento e estudo de alguma teoria de avaliação, observamos na Figura 16 que, 50% dos professores responderam que conhecem e estudaram a avaliação contínua; 12% dos professores sabem sobre a avaliação contínua e somativa; 13% dos professores afirmam não ter estudado, mas conhecem, enquanto que 25% conhecem e já estudaram sobre a avaliação contínua formativa, diagnóstica, somativa, classificatória. 50% Contínua Todas Contínua e Somativa Não Estudaram 25% 12% 13% Figura 16 – Percentagem sobre as teorias de avaliação que os professores conhecem e estudaram. 41 Considerando a complexidade que envolve o ato de avaliar, é relevante a parcela de professores que conhecem e estudaram alguma teoria de avaliação, uma vez que isto repercute na prática avaliativa principalmente na aprendizagem dos alunos, pois “a avaliação não se dá nem se dará em um vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzida em prática pedagógica” (LUCKESI, 1998, p. 28). Desta forma, o ato de avaliar traduz uma concepção teórica que o professor adquiriu no período de formação. A falta de formação ou de estudo sobre as avaliações como mencionaram 12% dos professores, pode gerar conseqüências como evasão e reprovação dos alunos, que em geral decorrem de práticas avaliativas aprendidas no período de formação. Para reconduzir a avaliação as suas reais funções, embora considerando as dificuldades, deve-se levar em consideração a necessidade de uma melhor preparação dos professores, pois muitas têm uma prática autoritária e classificatória por terem adquirido concepções distorcidas sobre a avaliação. O professor precisa de tempo e de preparo para não desenvolver uma prática aleatória. Em relação ao tipo de avaliação utilizado (Figura 17), 64% dos professores usam a avaliação contínua, 12% dos professores adotam a somativa, 12% utilizam a contínua e a formativa, enquanto que 12% dos professores usam a avaliação contínua e a somativa. Podemos observar que apesar dos professores fazerem parte de uma mesma instituição e modalidade, o tipo de avaliação utilizado é bastante diversificado. Notamos que não há um consenso ou até mesmo uma proposta que integre todas as disciplinas. Além disso, percebemos que nenhum professor mencionou o uso da avaliação diagnóstica. Ressaltamos que qualquer que seja o tipo de avaliação adotada, esta nunca será única, pois está interligada o que significa que uma pode contribuir para a outra. Nesta perspectiva está inserida a avaliação diagnóstica que visa determinar a presença ou ausência de conhecimentos ou habilidades, buscando detectar as dificuldades de aprendizagem para 42 que a partir disto possa traçar estratégias que venham contribuir para a aprendizagem dos alunos. Avaliação contínua 64% Somativa Contìnua e formativa Contínua e somativa 12% 12% 12% Figura 17 – Percentagem sobre o tipo de avaliação utilizada pelos professores. Desta forma, a avaliação diagnóstica constitui o passo inicial para a avaliação formativa na medida em que facilita a discriminação das dificuldades dos alunos e do grupo. De acordo com a pesquisa, percebemos que 64% dos professores usam a avaliação contínua. Sabemos que a avaliação contínua é aquela que acontece de forma regular em sala de aula e que se dá durante todo o processo de ensino-aprendizagem. Isto implica que a avaliação contínua não se reduz apenas a avaliar diariamente para conferir se o aluno aprendeu e sim ajudá-lo ao longo do processo. Para tanto, o professor precisa refletir sobre a prática e transformar as dificuldades dos alunos em situações de aprendizagem. Segundo Souza (1994, p. 64) “numa perspectiva mais ampla a avaliação será contínua e visará a uma regulamentação interativa, ou seja, todas as relações professor-aluno serão avaliações que permitam adaptações do ensino e da aprendizagem”. 43 Dos professores pesquisadores 12% utilizam à avaliação somativa, a qual tem o propósito de atribuir ao aluno uma nota ou conceito final para fins de promoção, tornando-se apenas classificatória, uma vez que classifica os resultados obtidos pelos alunos ao final de um bimestre ou ano. Percebemos que há uma contradição entre os tipos de avaliação usada pelos professores da EJA, sabemos que esta contradição vai continuar acontecendo pelo fato do sistema de ensino ser classificatório, porém deixa evidente a falta de conhecimento ou discernimento quanto à significação de uma avaliação que se propõe a definir uma nota ou conceito, permitindo a classificação dos alunos e que não que busca caminhos para garantir a evolução destes, sem respeitar seu ritmo e suas necessidades de aprendizagem, tornando-se uma prática avaliativa confusa que evidencia a insegurança do professor. Com relação aos problemas enfrentados na avaliação 12% dos professores mencionam que o principal problema é o fato da avaliação classificar os alunos, enquanto que 88% dos professores consideram que o problema na avaliação é que esta condiciona o aluno à nota. Percebemos uma relação muito direta da maioria dos professores, entre a avaliação e à nota. A avaliação se faz necessária em toda ação humana, sem estar submetida a uma nota e sim a uma reflexão para que seja efetuada uma continuidade após cada resultado da avaliação, quer seja satisfatório ou não. Observa-se que a prática avaliativa, muitas vezes, acaba gerando procedimentos decorrentes da necessidade do professor atribuir uma medida para a aprendizagem, classificando os alunos e não importando o percurso para se chegar aos resultados obtidos, ou seja, o processo. Os professores ainda sentem dificuldades em avaliar resultados mais importantes para o processo de ensino, como o desenvolvimento do educando, devido ao uso equivocado da medida em educação. 44 Avaliar, de acordo com Silva (2002, p. 42), “não é apenas constatar, mais sobre tudo analisar, interpretar, tomar decisões e reorganizar o ensino”. Se a avaliação se restringe apenas à nota ou a classificar os alunos, ela não cumpre o seu verdadeiro papel, não fornece ao professor e ao aluno um feed back e não funciona como prática transformadora. Nas respostas sobre a função ou finalidade que os professores atribuem à avaliação, 25% deste atribuem a avaliação a finalidade de diagnosticar as dificuldades e verificar a aprendizagem, enquanto que 75% dos professores consideram que a finalidade é verificar a aprendizagem. Para a maioria dos professores a finalidade avaliação é áspera, verificar se os alunos aprenderam os conteúdos ensinados. A preocupação em avaliar se restringe à função didática, ou seja, á cobrança da aprendizagem dos alunos, sem considerar que a avaliação pode servir para orientar a intervenção pedagógica e não deve estar restrita à avaliação do aluno. O maior objeto do professor não deve ser o de saber o quanto o aluno sabe, mas sim o de garantir a aprendizagem de todos. Portanto, o processo avaliativo não tem apenas a finalidade de saber quanto o aluno aprendeu, é necessário conseguir a melhora do processo educativo como um todo (VASCONCELOS, 1998, p. 49). Observamos que os professores colocam o aluno como foco da avaliação, apesar da questão ter entre alternativas, a melhora da atuação. É importante observar que nas respostas dos professores à avaliação não oportunizar analisar sua ação, isto é, não é vista como meio para prosseguir e reorganizar seu trabalho. Assim a avaliação não tem a finalidade de orientar os procedimentos de ensino em sala de aula. Evidenciamos que é preciso entender que a avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar, tanto do professor, quanto do aluno. A avaliação deve oportunizar ao aluno o estímulo para novas aprendizagens favorecendo o seu desenvolvimento como cidadão. 45 Ao questionar os professores sobre as mudanças (Figura 18), 88% dos professores acreditam que a função de atribuir notas deve ser mudada enquanto que 12% gostariam que fossem mudados os instrumentos utilizados. 88% A função de atribuir nota Os instrumentos 12% Figura 18 – Percentagem referente ao que se deveria mudar na avaliação. Notamos que a maioria dos professores considera que a mudança na avaliação deve ser a atribuição de notas, pois isto condiciona o aluno à nota. Isto gera uma dependência e até ansiedade, pois não há preocupação com a aprendizagem, mas com a quantidade de pontos obtidos na avaliação. Este fato contribui para a classificação dos alunos em aprovados e reprovados, o que muitas vezes afasta o aluno da escola por não conseguir sucesso escolar. Para haver mudança na avaliação é necessário que a escola construa sua proposta pedagógica, como está garantido na lei de diretrizes e bases da educação. O sistema garante tal flexibilidade para a escola adequar o ensino à sua realidade e escolher a forma de avaliar. Uma pequena parcela de professores acredita que os instrumentos utilizados para avaliar devem ter mudanças. Ao analisarmos as respostas dos professores, considerando um 46 equívoco por parte deste, pois a mudança dos instrumentos utilizados quem escolhe e adequa os instrumentos aos conteúdos e à realidade dos educandos, é o próprio professor. Quando questionados sobre a dificuldade em mudar à avaliação, os professores tiveram concepções diferentes. Para alguns, a avaliação é algo que é determinado pelo sistema educacional, enquanto outros não sentem necessidade de mudanças. Alguns professores acreditam que há muito tempo a avaliação é usada para classificar e outros mencionam que a mudança na avaliação é conseqüência do medo do novo, como demonstram as respostas seguintes: P1- “Porque há muito tempo a avaliação é vista como forma de classificar se um aluno está apto ou não para a série seguinte”. P2- “Porque são normas exigidas pelo sistema de ensino brasileiro”. P3- “Porque é um dos itens mais complexos do processo ensino-aprendizagem”. P4- “Não há necessidade de mudar”. P5- “Porque é algo que já vem determinado a longos anos, onde um sistema medíocre já determina por nós”. P6- “Porque nós professores achamos que avaliar é determinar notas, e todos já estamos acostumados ao sistema tradicional de provas”. P7- “A maior dificuldade para mudar pode estar diretamente ligada ao medo de trabalhar com o novo, pois é muito mais fácil aplicar uma prova, do que avaliar o aluno diariamente”. Analisando as respostas dos professores, verificamos que eles se colocam com meros executores do que é determinado pelo sistema, como citam P2 e P5. No entanto, é necessário que os professores tenham consciência do seu papel na construção do processo avaliativo, pois são eles que selecionam os conteúdos a serem desenvolvidos elaboram os testes ou atividades avaliativas e outros procedimentos. Além disso, o sistema educacional permite que 47 a avaliação seja adaptada a realidade da escola, o que garante ao professor autonomia para escolher como avaliar, baseado nos parâmetros da lei de diretrizes e bases da educação. Consideramos que as determinações do sistema educacional são necessárias para a própria organização do ensino. As mudanças na educação e, por conseguinte, na avaliação vem acontecendo para que os professores reflitam sobre sua prática e não apenas reproduzam a prática avaliativa tradicional que muitas vezes aprenderam no período de formação, mas que possam ser capazes de buscarem aperfeiçoamento e preservarem a sensibilidade ao lidar com a complexidade do processo avaliativo. O P3 menciona a complexidade da mudança, entretanto para a mudança é imprescindível dar o primeiro passo e acreditar que isto é possível de ser realizado. Para isto, torna-se necessário um repensar coletivo sobre a avaliação e um novo olhar cercado pelo diálogo coletivo. O P7 evidencia a dificuldade e o medo de trabalhar com o novo, o desconhecido, demonstrando certa insegurança para mudar. Entretanto é indispensável que os educadores, por viver numa sociedade contemporânea vençam “os medos” e acompanhem as mudanças na educação, o que exige um embasamento teórico não só sobre a avaliação, mas também, conhecimento da realidade escolar. Um olhar construtivo em avaliação articula-se ao desejo político do educador, que se traduz no compromisso de aprofundamento teórico, de uma atualização permanente e contextualizada e de uma consciência humanizadora sobre a realidade social (HOFFMANN, 1998:32). No que se referem aos pontos positivos da avaliação os professores mencionaram vários aspectos, como podemos verificar nas respostas: P2 – “Dou chance ao meu aluno de demonstrar seus conhecimentos não só em provas, mas em todas as atividades”. P3 – “Crescimento do senso crítico dos alunos”. 48 P4 – “É que não avalio apenas a aprendizagem, avalio o interesse, participação, assiduidade, freqüência”. P6 – “Diagnosticar o grau e aprendizagem dos alunos”. Partindo das respostas dos professores, notamos que eles consideram positivo na avaliação a oportunidade de perceber o desenvolvimento dos alunos quanto à aprendizagem. Ressaltam também a importância do aluno poder demonstrar o que aprendeu ou não durante um período determinado. O P4 mencionou as possibilidades de avaliação sob vários aspectos, levando em consideração não só a aprendizagem. A avaliação desta forma permite englobar outros fatores como o desenvolvimento do senso crítico dos alunos, as suas diferenças e as singularidades dos alunos da EJA. Com relação aos aspectos negativos da avaliação, 75% dos professores não encontram pontos negativos na sua avaliação e 25% consideram negativo ter que seguir determinadas normas do processo avaliativo como a atribuição de notas. Mencionam também, a dificuldade de avaliar o interesse, participação, assiduidade e freqüência, isto no que se refere a quantificar estes aspectos no momento da nota. Quando questionados sobre o conceito de avaliação contínua os professores consideram que esta permite avaliar o aluno diariamente, avaliar o desempenho dos professores, avaliar aspectos como a participação e o interesse, avaliar a metodologia aplicada e um processo que classifica os alunos, como podemos verifica nas respostas seguintes: P3- “Aquela que o professor avalia o aluno diariamente levando em consideração vários aspectos”. P4- “Acredito que avaliação continua seja um tipo de avaliação onde o professor avalia seu aluno continuamente, sendo realizada através da participação do interesse e do 49 desempenho pessoal ou em grupo. Portanto, a presença do aluno em sala de aula é essencial nesta forma de avaliar”. P5- “Na avaliação o professor avaliar o aluno constantemente em sua complexidade e deve servir também para avaliar a metodologia aplicada pelo professor e as condições de ensino”. P6- “Entendo que a avaliação contínua é aquela que o professor tem a liberdade de aproveitar toda a “produção” do aluno em sala de aula”. P7- “Avaliação contínua é o processo que classifica os alunos no dia a dia ao longo de uma unidade, de acordo com os níveis de aproveitamento dos mesmos que poderão ser expressos em notas ou conceitos”. Mediante a análise das respostas dos professores percebemos certa similaridade de conceitos sobre a avaliação contínua, uma vez que consideram a avaliação como um processo de construção onde o professor redefine o sentido da prática avaliativa. Nesta perspectiva de avaliação o professor procura compreender o que os alunos podem vir a saber/fazer. As diferenças entre os alunos são vistas como peculiaridades que devem ser trabalhadas, considerado que o conhecimento é construído permanentemente e, por conseguintes, as diferenças individuais vão sendo superadas e aperfeiçoadas. Os professores também ressaltam a importância de se avaliar considerando a complexidade que envolve os educandos no que refere ao trabalho e a aprendizagem. Evidenciam também a avaliação de aspectos como a participação, assiduidade e interesse dos alunos no decorrer do ano letivo. Além de mencionar a avaliação do aluno, o P5 fixou a relevância do processo avaliativo e da oportunidade de avaliar a metodologia aplicada e as condições do ensino, o que caracteriza que neste tipo de avaliação o aluno não é o único a ser analisado. 50 Esteban (1999, p. 24-25) afirmou que o professor precisa “construir uma avaliação capaz de diálogo com a complexidade do real, com a multiplicidade de conhecimentos, com as particularidades dos sujeitos, com a dinâmica individual/coletiva, com a diversidade de lógicas dentro de um processo costurado pelos múltiplos papéis, valores e vozes sociais, perpassado pelo confronto de interesses individuais e coletivos, não é tarefa simples”. No entanto, percebemos que existe uma contradição ou falta de conhecimentos sobre a avaliação contínua na respostas do P7 que mencionou que a avaliação contínua é um processo que classifica os alunos, deixando clara a mistura de outros conceitos de avaliação. 51 5. CONCLUSÕES: Após o término da pesquisa foi possível obter as seguintes conclusões: Como nas respostas obtidas durante a pesquisa podemos observar que uma considerável parcela de professores e alunos considera que a avaliação se resume apenas a verificação da aprendizagem, visto que há uma cobrança dos conteúdos nas avaliações realizadas a cada bimestre. Percebemos que alguns professores utilizam as avaliações para diagnosticar as dificuldades dos alunos e propor atividades que possam saná-las e favorecer a aprendizagem dos alunos. Outro fator relevante é a falta de reflexão por parte dos professores, quanto a sua prática docente. A avaliação é vista como instrumento para avaliar o desempenho dos alunos sem que isto propicie a análise da metodologia aplicada e sua posterior mudança. Isto tem causado dificuldades para os alunos, que estão insatisfeitos com a forma de avaliar, pois não tem atendido às suas expectativas, no sentido de ser mais uma oportunidade para aprender. Torna-se, então, um momento de apreensão, medo e insegurança. Além disso, notamos que não há uma interação entre os professores no que se refere à forma de avaliação adotada. Cada professor escolhe o tipo de avaliação que considera adequada, o que podemos atribuir à ausência de um projeto político pedagógico na escola que possa orientar a avaliação e a atuação dos professores. Apesar de utilizarem diversos instrumentos para avaliar, os professores usam com maior freqüência a prova escrita, principalmente nas disciplinas de matemática, química e física. Verificamos que são realizados seminários, atividades diárias e trabalhos em grupo, os quais diversificam a forma de avaliar a aprendizagem dos alunos. No entanto, a dificuldade dos alunos na avaliação fica evidente, pois as disciplinas com conteúdos mais complexos ainda avaliam de forma tradicional, ou seja, através de provas escritas. Tal evidência é 52 também ocasionada pela falta de recursos materiais que favoreçam uma dinâmica não só no momento da avaliação, mas também nas aulas. É importante ressaltarmos que a utilização de instrumentos diversificados para avaliar, não garante a aprendizagem ou promova a satisfação dos alunos. É de suma importância que os educadores conheçam e saibam utilizar tais instrumentos e que tomem conhecimento se estes instrumentos são e estão adequados aos objetivos propostos, aos conteúdos e se valorizam as habilidades dos alunos. Diante dos resultados da pesquisa, percebemos que a maioria dos professores da EJA no momento da avaliação leva em consideração diversos fatores, tais como: participação, interesse, pontualidade, assiduidade e freqüência. Além disso, a avaliação é também um meio para verificar a aprendizagem dos alunos nos conteúdos ensinados. Mesmo os professores levando em conta todos estes fatores, uma parcela considerável da turma sente a necessidade de que os professores entendam as diferenças individuais e suas dificuldades, as quais são decorrentes do longo período que permaneceram afastados da escola. Os alunos necessitam de mais apoio pedagógico para que seu ritmo e modo de aprender os conteúdos sejam respeitados e assim possam garantir uma aprendizagem efetiva. Entendemos que é essencial aos educadores desenvolverem uma prática avaliativa que promova uma relação entre os conteúdos e seu cotidiano, tornando-se mais significativa para os alunos, pois terão uma função social. Constatamos na prática avaliativa pontos positivos e negativos na visão dos professores. Entre os aspectos positivos está a oportunidade de o professor avaliar não só o que o aluno aprendeu, mas também todos os fatores que envolvem o processo de aprendizagem. Por meio destes fatores os professores favorecem o desenvolvimento do senso crítico, a participação e o interesse dos alunos, não só nas provas escritas mas em todas as atividades que são realizadas em sala de aula. No que se refere aos pontos negativos, há a 53 preocupação dos professores em chegar a um resultado final, ou seja, atribuir uma nota aos alunos. Outra dificuldade dos professores é a falta de tempo disponível para as correções das atividades realizadas para assim poder cumprir as exigências do sistema educacional adotado pela escola. Fica evidente a preocupação dos professores em quantificar os aspectos observados durante as aulas e as atividades dos alunos, sem com isso prejudicá-los, cometendo injustiça no que se refere ao resultado final, isto é, aprovação ou reprovação. Os professores têm conhecimento sobre várias teorias de avaliação, adquiridas no período de formação, no entanto, eles não conseguem colocar em prática tal conhecimento, o que ocasiona uma contradição entre a teoria e a prática da avaliação em sala de aula. Grande parte dos professores realiza a avaliação contínua acreditando que esta é uma forma de avaliar os alunos constantemente, bem como as atividades que são realizadas. Apesar de terem conhecimento sobre avaliação contínua caracterizam-na como meio para avaliar os alunos quanto a sua aprendizagem. Além disso, embora conheçam a avaliação contínua, uma pequena parcela utiliza a avaliação somativa ou classificatória que tem como objetivo julgar o aluno diante de sua aprendizagem, o que não favorece um ensino de qualidade e significativo para o educando. Para que a avaliação se torne significativa consideramos necessária a construção do projeto político pedagógico da escola, pois nele serão definidos de forma coletiva e participativa, as diretrizes para a avaliação. Ressaltamos que tal construção é de suma importância, mas se tornará insignificante se não houver interesse e empenho de todos que fazem a escola para executá-la e avaliar os resultados obtidos após sua implantação. Outra alternativa seria o uso diversificado de instrumentos no processo avaliativo, os quais devem ser democráticos, participativos e significativos. Para tanto, os professores 54 deverão definir os instrumentos para que estes sejam coerentes com os objetivos previamente estabelecidos. Consideramos necessária a formação continuada para que os professores possam aperfeiçoar seus conhecimentos sobre a avaliação que possibilite transpor estes conhecimentos para a prática, realizando, desta forma um ensino de qualidade que favoreça ao aluno uma formação cidadã. 55 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOTH, Sérgio José. Avaliação educacional: construção do conhecimento. In: Revista Mundo Jovem. Abril, 2005. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmentros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 2001 ESTEBAN, Maria Teresa (org). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. 4ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 27ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral. 5ª ed. Série Educação: Ática, 1998. HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Pontos e contrapontos: do pensar ao agir em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 1998. ___________, Jussara Maria Lerch. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 6ª ed. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1995. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 9ª ed. São Paulo: Cortez, 1999. PILETTI, Claudino. Didático Geral, 21 Ed. São Paulo: Ática, 1997. RIBEIRO, Vera (org). Educação de jovens e adultos: novos leitores, novas leituras. Campinas: Mercado de Letras, 2005. SANT‟ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. 11ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. SILVA, Janssen Felipe da. Avaliar o que? Quem? Como? Quando? In: Revista TV escola. Brasília: Out/nov, 2002. SOUZA, Clarilza Prado de. (org) Avaliação do rendimento escolar. 3ª ed. Campinas, SP: Papirus, 1994. TURRA, Clódia Maria Godoy, et al. Planejamento de ensino e avaliação. 11ª ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1998. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: superação da lógica classificatória e excludente. -do é proibido reprovar ao é preciso garantir a aprendizagem. São Paulo: Libertad, 1998. (Coleção Cadernos Pedagógicos do Libertad; v.5) 56 ____________,Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar. 9ª ed. São Paulo: Libertad,1998. 57 APÊNDICE 58 QUESTIONÁRIO (Professor) A presente pesquisa tem como propósito analisar o processo avaliativo adotado pelos professores ao avaliarem os alunos da EJA. Para tanto, solicitar sua colaboração respondendo ao seguinte questionário de forma clara e concisa. 1.Qual a sua formação? ( ( ( ( ( ( ( )Ensino fundamental completo )Ensino fundamental incompleto )Ensino médio completo )Ensino médio incompleto )Ensino superior completo )Ensino superior incompleto )Pós-Graduação. Qual ?..................................... 2.Qual a sua atividade profissional ? ( )Estuda ( )Ensina ( )Estuda e ensina ( )Outra atividade. Qual ?............................... 3.Quantas horas aulas você ministra por semana ? 4.Qual a relação com seu trabalho ? ( )Satisfeito ( )Insatisfeito ( )Nem satisfeito/Nem insatisfeito 5. Como você define os conteúdos para realizar a avaliação ? ( ( ( ( ( ( )A cada conteúdo )A cada unidade )A cada semana )A cada mês )A cada bimestre )Diariamente 6.Para que você aplica provas escritas? ( ( ( ( )Para cumprir as normas da escola )Para verificar a aprendizagem )Para avaliar a metodologia aplicada )Para diagnosticar as dificuldades dos alunos 7.Qual o tipo de prova escrita que você costuma aplicar ? 59 ( )Objetiva ( )Subjetiva ( )Objetiva e subjetiva 8.Para que serve a avaliação realizada na sala de aula? ( ( ( ( ( )Para atribuir notas )Para verificar a aprendizagem )Para criar alunos fracassados )Para avaliar o conhecimento do aluno )Para avaliar a metodologia aplicada 9.No momento em que você avalia o aluno da EJA, que aspectos leva em consideração? ( ( ( ( ( ( ( ( )Participação )Assiduidade )Pontualidade )Interesse )Só a verificação dos conteúdos )Outro. Qual?................................... )Freqüência )Aprendizagem 10.Quais os instrumentos você utiliza para avaliar seus alunos? ( ( ( ( ( )Provas orais )Provas escritas )Seminários )Trabalhos em grupo )Atividades diárias 11.Você conhece e estudou alguma teoria de avaliação? Qual?. ( ( ( ( ( )Avaliação contínua )Avaliação formativa )Avaliação diagnostica )Avaliação somativa )Classificatória 12.Que tipo de avaliação você usa? ( ( ( ( )Avaliação contínua )Avaliação formativa )Avaliação diagnóstica )avaliação somativa 13.Qual o principal problema da avaliação ? ( )Por que é usada para punir ( )Por que classifica os alunos 60 ( )Por que condiciona os alunos a nota ( )Por que desistimula os alunos e cria fracassados 14.Que função ou finalidade você atribui a avaliação ? ( ( ( ( )Para obter resultados )Para melhorar a sua atuação )Para verificar a aprendizagem )Para diagnosticar as dificuldades 15.O que você acha que deveria ser mudado na avaliação? ( ( ( ( )Os instrumentos utilizados )A função de atribuir nota )A sua finalidade )o seu desenvolvimento 16.Por que é tão difícil mudar a avaliação? 17. Quais aspectos você considera positivo e negativo na sua avaliação ? 18. Explique o que você entende pela expressão: Avaliação contínua 61 QUESTIONÁRIO (ALUNO) A presente pesquisa tem como propósito analisar o processo avaliativo adotado pelos professores ao avaliarem os alunos da EJA. Para tanto, solicito sua colaboração respondendo ao seguinte questionário de forma clara e concisa 1.Qual o seu estado civil ? ( )Solteiro ( )Casado ( )Divorciado 2.Que idade você tem ? ( ( ( ( ( )Entre 18 e 25 anos )Entre 25 e 35 anos )Entre 35 e 45 anos )Entre 45 e 55 anos )Entre 55 e 65 anos 3.Qual o seu sexo? ( ( )Feminino )Masculino 4.Você trabalha? ( )Sim ( )Não 5.Qual o horário que você trabalha ? ( )Manhã ( )Tarde ( )Manhã e tarde 6. Você acha que os professores são justos ao avalia-lo ? ( )Não ( )Sim ( )Às vezes Porque? 7. Para você, para que serve a avaliação realizada em sala de aula? ( ( ( ( )Para criar fracassados )Para atribuir notas )Para verificar a aprendizagem )Para diagnosticar as dificuldades 8.Para você qual a importância da nota? 62 ( ( ( ( ( )Serve para quantificar )Serve para classificar )Serve motivar )Serve para aprovar/reprovar )Para cumprir uma norma da escola 9.Como você gostaria de ser avaliado? ( ( ( ( )Com provas escritas )Com provas orais )Com seminários )Com atividades em grupo e diárias 10.Como você queria que fosse a ação de seu professor na avaliação ? ( ( ( ( ( ( ( )Que o professor levasse em conta a participação )Que o professor levasse em conta o interesse )Que realiza-se mais trabalhos em grupo )Que só realiza-se provas escritas )Que não permita atrasos na entrega das atividades )Que realizasse menos provas )Que entendesse as dificuldades e sas diferenças 11.Você concorda com os instrumentos que seus professores utilizam para realizar a avaliação? Por que? 12.Você acredita que a avaliação escolar é importante? Justifique sua resposta. 13.A maneira do professor repassar os conteúdos ajuda na aprendizagem dos alunos ? ( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Nunca 14.As aulas ministradas pelo professor despertam o interesse do aluno?Explique. ( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Nunca 15.Os conteúdos ministrados em sala de aula estão de acordo com a realidade dos alunos ? ( )Sim ( )Não ( )Raramente ( )Nunca