Curso de Engenharia Civil Universidade Estadual de Maringá Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Civil Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei CAPÍTULO 6: TORÇÃO Revisão de Momento Torçor Convenção de Sinais: T: Prof. Romel Dias Vanderlei Revisão de Momento Torçor a) Momento de torção t uniformemente distribuído em viga em balanço: t (kN.m/m) B A L S1 TA x Reações de apoio: Prof. Romel Dias Vanderlei TA = t ⋅ L Revisão de Momento Torçor Seção S1: 0 ≤ x ≤ L (pela esquerda): TS1 = TA − t ⋅ x = t ⋅ L − t ⋅ x Diagrama de Momento Torçor: t⋅ L T (kN.m) t Prof. Romel Dias Vanderlei Revisão de Momento Torçor b) Momento de torção T aplicado na extremidade livre de viga em balanço: T (kN.m) A B T x L S1 TA Reações de apoio: Prof. Romel Dias Vanderlei TA = T Revisão de Momento Torçor Seção S1: 0 ≤ x ≤ L (pela esquerda): TS1 = TA = T Diagrama de Momento Torçor: T T (kN.m) Prof. Romel Dias Vanderlei Revisão de Momento Torçor c) Momento de torção t uniformemente distribuído: t (kN.m/m) S1 TA A L x Reações de apoio: TA = TB = Prof. Romel Dias Vanderlei t B t⋅L 2 Revisão de Momento Torçor Seção S1 (pela esquerda): 0 ≤ x ≤ L TS1 = −TA + t ⋅ x = − t⋅L +t ⋅ x 2 Diagrama de Momento Torçor: T (kN.m) t⋅ L 2 t⋅ L 2 TB Prof. Romel Dias Vanderlei Revisão de Momento Torçor d) Momento de torção T aplicado ao longo da viga: T (kN.m) A T S2 TB B C a S1 TA x b x Reações de apoio: Prof. Romel Dias Vanderlei TA = T ⋅b T ⋅a e TB = L L Revisão de Momento Torçor Seção S1: 0 ≤ x ≤ a (pela esquerda): TS1 = TA = T ⋅b L Seção S2: a ≤ x ≤ L (pela direita): TS2 = −TB = − T ⋅a L Diagrama de Momento Torçor: T⋅b L T (kN.m) T⋅ a L Prof. Romel Dias Vanderlei 6.1-Introdução No estudo de Torção, além das hipóteses da Prof. Romel Dias Vanderlei Resistência dos Materiais são consideradas as seguintes condições: a) Momento Torçor constante; b) Inexistência de vínculos que impeçam o empenamento das seções transversais; c) Seção transversal constante. 6.2-Torção em Barras Circulares Hipóteses: Barra em torção pura; Seções transversais permanecem planas e circulares; Todos os raios permanecem retos; Ângulo de rotação pequeno: comprimento e raio constante. Prof. Romel Dias Vanderlei 6.2-Torção em Barras Circulares - O ângulo de torção φ varia ao longo do eixo da barra φ(x); - φ(x) varia linearmente entre 0 e φ; Prof. Romel Dias Vanderlei φ(x) φ φ 6.2-Torção em Barras Circulares - Isolando-se duas seções transversais distantes dx tem-se: Prof. Romel Dias Vanderlei 6.2-Torção em Barras Circulares A deformação angular máxima (γmáx) ocorre na superfície da barra e pode ser equacionada da seguinte forma: γ máx b ⋅ b′ b ⋅ b′ = r ⋅ dφ = ∴ a ⋅ b a ⋅ b = dx γ máx = Para um ponto da seção distante ρ do centro, a deformação angular (γ) pode ser definida como: γ= Prof. Romel Dias Vanderlei r ⋅ dφ dx ρ ⋅ dφ dx 6.2-Torção em Barras Circulares Para uma barra sujeita à torção pura, a relação dφ/dx é constante e representa o ângulo de torção por unidade de comprimento designado por θ. θ= dφ φ = dx L Razão de torção Logo: γ máx = r ⋅θ ⇒ γ máx = r ⋅φ L Prof. Romel Dias Vanderlei 6.2-Torção em Barras Circulares Deformação de cisalhamento no interior da barra: γmáx γ = ρ ⋅θ = γ ou Prof. Romel Dias Vanderlei γ= θ= ρ ⋅φ L γ máx r ρ ⋅ γ máx r 6.2-Torção em Barras Circulares γ é máxima para ρ = r na superfície. γ = 0 para ρ = 0 no centro. γ é medido em radianos. θ em radianos por unidade de comprimento. Prof. Romel Dias Vanderlei 6.3- Barras Circulares de Materiais Elásticos Lineares Tensão de Cisalhamento Lei de Hooke τ = G ⋅γ G Módulo de Elasticidade Transversal γ Deformação de Cisalhamento Sendo: Prof. Romel Dias Vanderlei G= E 2(1 +ν ) E Módulo de Elasticidade Longitudinal ν Coeficiente de Poisson 6.3- Barras Circulares de Materiais Elásticos Lineares Analisando as tensões na superfície da barra: Prof. Romel Dias Vanderlei 6.3- Barras Circulares de Materiais Elásticos Lineares γ máx = r ⋅θ τ máx = G ⋅ r ⋅θ τ = G ⋅ ρ ⋅θ = ρ r ⋅τ máx τmáx tensão de cisalhamento na superfície da barra. Prof. Romel Dias Vanderlei τ tensão de cisalhamento em um ponto interior. 6.3- Barras Circulares de Materiais Elásticos Lineares Para manter o equilíbrio das tensões de cisalhamento, as tensões agindo na seção transversal são acompanhadas por tensões de cisalhamento iguais agindo em planos longitudinais. Prof. Romel Dias Vanderlei 6.3.1-Tensões e Deformações de Cisalhamento Relacionadas com Momento Torçor dF = τ ⋅ dA Força agindo no elemento dA; dM = dF ⋅ ρ Momento devido à força dF em relação ao centro. Lembrando que: θ = φ ρ τ = G ⋅ ρ ⋅θ = ⋅τ máx τ = G ⋅γ Prof. Romel Dias Vanderlei γ = ρ ⋅θ γ máx = r ⋅θ L r τ máx = G ⋅ r ⋅θ 6.3.1-Tensões e Deformações de Cisalhamento Relacionadas com Momento Torçor dM = τ ⋅ ρ ⋅ dA τ ρ dM = ⋅τ máx ⋅ ρ ⋅ dA= máx ⋅ ρ 2 ⋅ dA r r O somatório dos momentos dM em relação ao centro da seção é igual ao momento torçor agindo na seção: T = ∫ dM = A sendo ∫ A τ máx ⋅ ∫ ρ 2 ⋅ dA r A ρ 2 ⋅ dA = J → Momentode InérciaPolar Prof. Romel Dias Vanderlei 6.3.1-Tensões e Deformações de Cisalhamento Relacionadas com Momento Torçor Então: T= τ máx r ⋅J Logo: Prof. Romel Dias Vanderlei τ máx = e J= T ⋅r J π ⋅ r4 2 = π ⋅d4 32 Fórmula da Torção 6.3.1-Tensões e Deformações de Cisalhamento Relacionadas com Momento Torçor Substituindo: d r= 2 τ máx = J= e 16 ⋅ T π ⋅d3 π ⋅d4 32 Barras circulares sólidas Para um ponto distante ρ do centro: τ= ρ r ⋅τ máx = T ⋅ρ J Prof. Romel Dias Vanderlei 6.3.1-Tensões e Deformações de Cisalhamento Relacionadas com Momento Torçor Ângulo de Torção: Sabendo-se que: τ máx = G ⋅ r ⋅θ τ máx = e T ⋅r J Podemos dizer que: θ= Prof. Romel Dias Vanderlei Como: T G⋅ J onde G.J é a rigidez de torção φ =θ ⋅ L → φ = T ⋅L → G⋅ J Ângulo de Torção (em radianos) 6.3.1-Tensões e Deformações de Cisalhamento Relacionadas com Momento Torçor Ensaio de Torção para determinar G: G= T ⋅L φ⋅J Prof. Romel Dias Vanderlei 6.3.2-Tubos Circulares ( Seção Circular Vazada) A análise é quase idêntica à feita para uma barra sólida. As equações deduzidas para barras sólidas são aplicáveis para as de seção vazada, uma vez que as hipóteses são as mesmas. Sendo que: τ r1 ≤ ρ ≤ r2 π 2 ( ) ⋅ r24 − r14 = π 32 ( ⋅ d 24 − d14 Exemplo 1 Considere um eixo com variação de seção, engastado no ponto E conforme a figura. Determine a rotação da extremidade A, quando os dois momentos torçores em B e D são aplicados. Considere G = 80x109N/m2 . Seção B Seção A D E T2 50cm C 30cm B 20cm Seção B T1 = 150 N ⋅ m T2 = 1000 N ⋅ m 25cm Seção A 2,5cm 5cm A T1 2,5cm Prof. Romel Dias Vanderlei J= ) Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo 1 a) Diagrama de Momento Torçor: 1150N.m 150N.m + + E D C B A b) Cálculo da rotação em A: φA = φAB +φBC +φCD +φDE J AB = J BC = π ⋅d4 Prof. Romel Dias Vanderlei J CD = J DE = 32 π 32 = 3,83 cm4 ( ) ⋅ 5 4 − 2,5 4 = 57,5 cm 4 Exemplo 1 φ AB = T ⋅ LAB =0 G ⋅ J AB φ BC = T ⋅ L BC 15000 × 20 = = 0,010 G ⋅ J BC 80 × 10 9 × 10 − 4 × 3,83 φCD = T ⋅ LCD 15000 × 30 = = 0,001 G ⋅ J CD 80 × 10 5 × 57 ,5 φ DE = T ⋅ LDE 115000 × 50 = = 0,013 G ⋅ J DE 80 × 10 5 × 57 ,5 φ A = 0,0233 rad ou 1,33° Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo 2 Calcular a tensão de cisalhamento máxima e a rotação na extremidade livre, sabendo-se que a rotação no ponto A é 0,02rad, G = 80MPa e d = 4cm. D Seção C A B M 2M 3M 4cm 30cm 50cm 30cm a) Diagrama de Momento Torçor: 4M 3M 2M + Prof. Romel Dias Vanderlei D + + B A C Exemplo 2 b) Rotação no ponto A: J= Trecho DA : T = 4M π ⋅d4 32 = π ⋅ (0,04)4 32 = 25,13×10−8 m4 T ⋅L G⋅ J 4 ⋅ M × 0,3 φA = ⇒ M = 0,335 N ⋅ m 80⋅106 × 25,13⋅10−8 φA = 0,02 = Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo 2 c) Tensão de Cisalhamento Máxima na barra: Tmáx ⋅ r J Tmáx = 4 ⋅ M = 4 × 0,335 = 1,340 N ⋅ m τ máx = r = 2 cm = 0,02 m Prof. Romel Dias Vanderlei τ máx = 1,34× 0,02 = 106,67 kPa 25,13×10−8 Exemplo 2 d) Rotação da Extremidade livre: φC = φDA +φAB +φBC φC = 0,02+ 2× 0,335× 0,5 3× 0,335× 0,3 + 80⋅106 × 25,13⋅10−8 80⋅106 × 25,13⋅10−8 φC = 0,02+ 0,017+ 0,015 φC = 0,052 rad ou 2,96° Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo 3 Um eixo de aço deve ser fabricado com uma barra circular. O eixo deve transmitir um torque de 1200N.m sem exceder uma tensão de cisalhamento admissível de 40MPa nem uma razão de torção de 0,75°/m. Determine o diâmetro necessário d0 do eixo sabendo que G = 78GPa. Prof. Romel Dias Vanderlei d0 Exemplo 3 a) Seção sólida: Tensão admissível: τ máx = d03 ≥ 16⋅T ≤τ π ⋅ d 3 adm 16⋅T 16⋅1200 = π ⋅τ adm π ⋅ 40⋅106 d 0 ≥ 0 ,0535 m = 53 ,5 mm Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo 3 Razão de torção: θ= J≥ T ≤ 0,75° / m G⋅ J → J≥ T G×0,75 1200 78 × 109 × 0,750 / m × (π ⋅ rad / 1800 ) J ≥ 1,175 × 10 −9 m 4 J= π ⋅d4 32 −9 ≥ 1,175×10 ∴ d ≥ 4 0 32 ⋅ J π d 0 ≥ 0,0588 m = 58,8mm = 32 ×1,175×10−9 π Prof. Romel Dias Vanderlei Logo, o diâmetro da barra será o maior: d0 = 58,8mm ou 60mm 6.4 – Barras sob Torção Estaticamente Indeterminadas São estruturas em que as equações de equilíbrio não são suficientes para se determinar as reações nos vínculos. Para analisar estas estruturas adiciona-se as equações de equilíbrio, equações de compatibilidade pertencentes aos deslocamentos rotacionais. Para exemplificar, considere uma barra AB composta de duas partes: uma barra sólida e um tubo, ambos unidos a uma placa rígida na extremidade B. Barra Tubo Barra Tubo Placa Rígida Prof. Romel Dias Vanderlei 6.4 – Barras sob Torção Estaticamente Indeterminadas a) Equações de Equilíbrio. Barra T1 + T2 = T (Estaticamente Indeterminada) Tubo b) Equação de Compatibilidade. Prof. Romel Dias Vanderlei φ1 = φ2 ∴ T1 ⋅ L T2 ⋅ L G ⋅J = ∴ T1 = 1 1 ⋅T2 G1 ⋅ J1 G2 ⋅ J2 G2 ⋅ J2 6.4 – Barras sob Torção Estaticamente Indeterminadas T1 + T2 = T G1 ⋅ J1 ⋅T2 + T2 = T G2 ⋅ J2 G ⋅J T2 ⋅ 1 1 +1 = T G2 ⋅ J2 G2 ⋅ J2 T2 = T ⋅ G ⋅ J + G ⋅ J 1 1 2 2 e G1 ⋅ J1 T1 = T ⋅ G ⋅ J + G ⋅ J 1 1 2 2 Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo 4 Determinar as reações nos apoios do eixo AB de comprimento total de 600mm, engastado nas duas extremidades com momento torçor de 200N.mm aplicado no ponto C do eixo. O eixo é de aço, com diâmetro externo de 24mm, sendo de seção vazada no trecho AC, com diâmetro interno de 16mm. C A Seção CB 16mm Seção AC B T=200N.mm 24mm Prof. Romel Dias Vanderlei 300mm 24mm 300mm Exemplo 4 a) Equações de Equilíbrio: TA TA + TB = 200 N ⋅ mm TB T = 200N.mm C (Estaticamente Indeterminada) b) Equação de Compatibilidade de Deslocamento: A T = 200N.mm C + A C φ1 + φ2 = 0 φ1 B φ2 T J AC = B B π ( 32 ) 4 4 ⋅ dext − dint = π 32 ( ⋅ 244 −164 ) J AC = 26 .138 ,05 mm 4 J CB = π ⋅d4 32 = π ⋅ 24 4 32 = 32.572,03 mm 4 Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo 4 0 TAC ⋅ LAC TCB ⋅ LCB 200× 300 2,296 φ1 = + = = G ⋅ J AC G ⋅ J CB G × 26.138,05 G φ2 = − TB ⋅ LAC TB ⋅ LCB − G ⋅ J AC G ⋅ J CB φ2 = − TB ⋅ 300 1 1 ⋅ + G 26 . 138 , 05 32 . 572 , 03 φ2 = − 0,021 × TB G Exemplo 4 φ1 + φ2 = 0 2,296 0,021⋅ TB − = 0 ⇒ TB = 110,98 N.mm G G TA + TB = 200 ⇒ TA = 89,02 N.mm Prof. Romel Dias Vanderlei 6.5 – Barras de Seção Transversal NãoCircular Em seção não-circular as tensões de cisalhamento Prof. Romel Dias Vanderlei apresentam uma distribuição complexa. Essas seções podem apresentar empenamentos quando o eixo for torcido. A análise torcional de eixos não-circulares é complexa, envolvendo teoria de analogia de membrana para auxiliar na compreensão e solução do problema. 6.5 – Barras de Seção Transversal NãoCircular A distribuição da tensão de cisalhamento em um eixo de seção quadrada pode ser visualizada assim: T τmáx τ Prof. Romel Dias Vanderlei 6.5 – Barras de Seção Transversal NãoCircular Os vértices da seção transversal estão sujeitos a uma tensão de cisalhamento nula. As maiores tensões e deformações de cisalhamento Prof. Romel Dias Vanderlei ocorrem no ponto da superfície do eixo que esteja mais próximo da linha de centro do eixo. 6.5 – Barras de Seção Transversal NãoCircular A tensão de cisalhamento máxima e o ângulo de torção para barras de seção nãocirculares, de eixo reto e seção retangular constante podem ser dados por: τ máx = T C1 ⋅ a ⋅ b 2 φ= T ⋅L C2 ⋅ a ⋅ b3 ⋅ G a lado maior b lado menor C1 e C2 coeficientes tabelados em função da relação a/b. onde: Prof. Romel Dias Vanderlei 6.5 – Barras de Seção Transversal NãoCircular Coeficientes C1 e C2: Prof. Romel Dias Vanderlei a/b 1 1,2 1,5 2 2,5 3 4 5 10 ∞ C1 0,208 0,219 0,231 0,246 0,258 0,267 0,282 0,291 0,312 0,333 C2 0,1406 0,1661 0,1958 0,229 0,249 0,263 0,281 0,291 0,312 0,333 Barras de paredes finas e espessura constante. Seção Aberta. Independente da forma. Exemplo 5 Calcular a tensão máxima na barra de seção retangular de 10x25cm, submetida ao momento de torção de 6500KN.cm; e o ângulo de torção, sabendo que a barra tem 1,5 m de comprimento e é constituída de um aço com G = 9000KN/cm2. B 1,5m 25cm T=6500kN.cm A τmáx 10cm Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo 5 τ máx = a = 25cm b = 10cm τ máx T C1 ⋅ a ⋅ b 2 φ= T ⋅L C2 ⋅ a ⋅ b3 ⋅ G C1 = 0,258 a 25 = = 2,5 TAB → . b 10 C2 = 0,249 6500×10−2 = = 100,8kPa 0,258 ⋅ 0,25 ⋅ 0,102 Prof. Romel Dias Vanderlei 6500×10−2 ⋅1,50 180 0 = 0,0174 rad × φ= ≈1 3 4 0,249 ⋅ 0,25 ⋅ 0,10 ⋅ 9000×10 π 6.6 – Tubos de Paredes Finas Considere uma barra cilíndrica de seção delgada, de forma qualquer e com parede de espessura variável em todo o contorno. Analisando o elemento abcd, vemos que: Prof. Romel Dias Vanderlei 6.6 – Tubos de Paredes Finas As forças F1, F2, F3 e F4 nas faces do elemento, são as resultantes das tensões de cisalhamento que agem nas respectivas faces. F1 F4 F3 Prof. Romel Dias Vanderlei F2 6.6 – Tubos de Paredes Finas Analisando o equilíbrio das forças horizontais: F1 F4 F3 F2 ∑F x = 0 ⇒ F1 = F2 F1 = τ 1 ⋅ tb ⋅ dx F2 = τ 2 ⋅ tc ⋅ dx ⇒ τ 1 ⋅ tb ⋅ dx = τ 2 ⋅ tc ⋅ dx τ 1 ⋅ tb = τ 2 ⋅ t c = f Fluxo de Cisalhamento Prof. Romel Dias Vanderlei 6.6 – Tubos de Paredes Finas O produto da tensão de cisalhamento pela espessura Prof. Romel Dias Vanderlei é constante em qualquer um dos pontos da seção transversal. Essa constante é denominada FLUXO DE CISALHAMENTO (f). Como o Fluxo de Cisalhamento é constante, a maior tensão de cisalhamento ocorre onde a espessura do tubo é menor, e vice-versa. 6.6.1 – Fórmula da Torção dA = t ⋅ ds dF = τ ⋅ dA = τ ⋅ t ⋅ ds dF = f ⋅ ds Força de Cisalhamento agindo no elemento. Linha mediana Momento da forca DF em relação a “O”. dT = dF ⋅ r = f ⋅ ds ⋅ r Prof. Romel Dias Vanderlei 6.6.1 – Fórmula da Torção Torque total é: L Lm 0 0 T = ∫ f ⋅ ds ⋅ r = f ⋅ ∫ ds ⋅ r Lm Comprimento da linha mediana. A integral ∫ Lm 0 r ⋅ ds é considerada de forma simplificada como o dobro da área de um Prof. Romel Dias Vanderlei triangulo de base “ds” e altura “r”. 6.6.1 – Fórmula da Torção AT = ∫ Lm 0 r ⋅ ds ∴ r ⋅ ds = 2 ⋅ AT 2 r ⋅ ds = 2 ⋅ ∫ AT = 2 ⋅ Am A área “Am” representa a área delimitada pelo contorno médio das paredes da seção transversal. Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei 6.6.1 – Fórmula da Torção Logo: T = f ⋅ 2 ⋅ Am f = T = τ ⋅t 2 ⋅ Am τ= T 2 ⋅ t ⋅ Am Fórmula de Torção p/ tubos de paredes finas. 6.6.1 – Fórmula da Torção O valor da tensão de cisalhamento varia nos “n” pontos da seção transversal de espessura diferente. O ângulo de torção por unidade de comprimento pode ser obtido aplicando o princípio de conservação da energia na estrutura, e vale: θ= Lm ds T ⋅ 2 4 ⋅ Am ⋅ G ∫0 t Prof. Romel Dias Vanderlei 6.6.1 – Fórmula da Torção Fazendo: 4 ⋅ Am T = =C Lm ds θ ⋅G 2 ∫ 0 Prof. Romel Dias Vanderlei φ= Constante de Torção. t T ⋅L G ⋅C Ângulo de Torção. Exemplo 6 Um tubo de alumínio de seção retangular 5x10cm é submetido a um momento torçor de 3kN.m. Determine a tensão de cisalhamento em cada parede do tubo e o ângulo de torção, sendo L = 150cm, G = 9000kN/cm2. A B 3mm 4mm 5cm 3mm 4mm C 10cm D Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo 6 Am = 4,65 × 9,65 = 44,87 cm2 τ= T 2 ⋅ t ⋅ Am τ nas paredes AB e BC t = 3mm = 0,3cm. 3 ×103 ×102 τ= = 11143,3 N/cm2 2 × 0,3 × 44,87 Prof. Romel Dias Vanderlei τ = 11143,3 ×104 N/m 2 = 111,43MPa Exemplo 6 τ nas paredes AC e CD t = 4mm = 0,4cm. 3 ×103 ×102 τ= = 8357,48 N/cm2 = 83,57 MPa 2 × 0,4 × 44,87 Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo 6 Ângulo de Torção φ= T ⋅L G ⋅C 4× Am 4 × (44,87) C= = = 96,542 Lm ds 83,417 ∫0 t 2 ∫ Prof. Romel Dias Vanderlei sendo: Lm 0 2 ds 9,65 ds 4,65 ds 9,65 ds 4,65 ds = + + + t ∫0 t1 ∫0 t1 ∫0 t2 ∫0 t2 Exemplo 6 ∫ Lm 0 ds 9,65 4,65 9,65 4,65 = + + + = 83,417 0,3 0,3 0,4 0,4 t 3 ×103 ×102 ×150 φ= = 0,052 rad ≈ 2,970 3 9000×10 × 96,542 Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei Aplicação 1 O sistema da figura é constituído por um eixo cheio de aço AB com diâmetro d = 38mm e tensão de cisalhamento admissível de 82MPa, e por um tubo CD feito de latão com uma tensão de cisalhamento admissível de 48MPa. Determine o maior torque T que pode ser aplicado em A. Aplicação 2 Sabendo que cada um dos eixos AB, BC e CD consistem em barras circulares cheias, determine (a) o eixo no qual ocorre a tensão de cisalhamento máxima, (b) a intensidade daquela tensão. Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei Aplicação 3 O eixo cheio mostrado na figura é feito de latão para o qual a tensão de cisalhamento admissível é de 55MPa. Desprezando o efeito das concentrações de tensão, determine os menores diâmetros dAB e dBC para os quais a tensão de cisalhamento admissível não é excedida. Aplicação 4 Dois eixos cheios de aço são conectados por engrenagens conforme mostra a figura. É aplicado um torque de intensidade T = 900N.m no eixo AB. Sabendo que a tensão de cisalhamento admissível é de 5MPa e considerando somente tensões devido à torção, determine o diâmetro necessário para (a) o eixo AB, (b) o eixo CD. Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei Aplicação 5 Determine o maior diâmetro possível para uma barra de aço com 3,0m de comprimento (G=77,2GPa), se a barra deve ser girada em 30˚ sem exceder a tensão de cisalhamento de 82MPa. Aplicação 6 Os torques mostrados são aplicados nas polias A, B e C. Sabendo que ambos os eixos são cheios e feitos de latão (G = 39GPa), determine o ângulo de torção entre (a) A e B; e (b) A e C. Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei Aplicação 7 Dois eixos cheios estão acoplados por engrenagens, conforme mostra a figura. Sabendo-se que G = 77,2GPa para cada eixo, determine o ângulo de rotação da extremidade A quando TA = 1200 N.m. Aplicação 8 Dois eixos cheios de aço (G=77,2GPa) são conectados a um disco de acoplamento B e engastados a suportes rígidos em A e C. Para o carregamento mostrado, determine (a) a reação em cada suporte, (b) a tensão de cisalhamento máxima no eixo AB, (c) a tensão de cisalhamento máxima no eixo BC. Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei Aplicação 9 Sabendo que a intensidade do torque T é de 200N.m e que G=27GPa, determine para cada uma das barras de alumínio mostradas na figura a tensão de cisalhamento máxima e o ângulo de torção na extremidade B. Aplicação 10 Uma cantoneira de abas desiguais de aço de 1,25m de comprimento tem seção transversal L127x76x6,4. A espessura da seção é de 6,4mm e que sua área é de 1252mm2. Sabendo que τadm = 60MPa e que G=77,2GPa, e ignorando o efeito de concentração de tensões, determine (a) o maior torque T que pode ser aplicado, (b) o ângulo de torção correspondente. Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei Aplicação 11 Um torque de 5,6kN.m é aplicado a um eixo vazado com a seção transversal mostrada na figura. Desprezando o efeito das concentrações de tensão, determine a tensão de cisalhamento nos pontos a e b. Aplicação 12 Uma barra vazada tendo a seção transversal mostrada na figura é formada a partir de chapa metálica de 2mm de espessura. Sabendo que a tensão de cisalhamento não deve exceder 3MPa, determine o maior torque que pode ser aplicado à barra.