Curso de Engenharia Civil Universidade Estadual de Maringá Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Civil Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei Mecânica dos Sólidos I Bibliografia: Beer, F. P.; Johnston, Jr. E. R.; DEWolf, J. T. Resistência dos Materiais. Trad. Mario Moro Fecchio. 4ª ed. São Paulo: McGrawHill, 2006. 758p. Beer, F. P.; Johnston, Jr. E. R.. Resistência dos Materiais. Trad. Celso Pinto Morais Pereira. 3ª ed. São Paulo: MAKRON Books, 1995. 1255p. Gere, J. M.; GOODNO, B. J.. Mecânica dos Materiais. Trad. Luiz Fernando de Castro Paiva, Rev. Tec. Marco Lucio Bittencourt e Demetrio C. Zachariadis. São Paulo: Cengage Learning, 2010. 858p. Hibbeler, R. C. Resistência dos Materiais. Trad. Arlete Simille Marques. Rev. Tec. Sebastião Simões da Cunha Jr. 7ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 637p. Timonshenko, S. P.; Gere, J. E. Mecânica dos Sólidos. Trad. José Rodrigues de Carvalho. Vol. 1 e 2. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 1984. 1 Curso de Engenharia Civil Universidade Estadual de Maringá Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Civil Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei CAPÍTULO 1: CONCEITO DE TENSÃO 1.1 Introdução Mecânica dos Materiais Sólidos é um ramo da mecânica que estuda as relações entre “Cargas Externas” aplicadas a um corpo sólido deformável e a intensidade das “Forças Internas” que atuam dentro do corpo. Abrange também o cálculo da “Deformação” do corpo e do estado da sua “Estabilidade”. 2 Prof. Romel Dias Vanderlei 1.1 Introdução Método das Seções: Prof. Romel Dias Vanderlei A força FR e o momento MR representam a resultante das forças elementares que se encontram distribuídas em toda a área da seção transversal analisada. 1.1 Introdução A resistência do corpo às forças internas (FR) depende da capacidade do material resistir à intensidade das forças elementares distribuídas. Ou seja, a ruptura depende: Intensidade de FR; Área da seção transversal; Características do material. 3 Prof. Romel Dias Vanderlei 1.2 Tensão TENSÃO: é força por unidade de área. X σx τxz τxy Y FRx A FRy τ xy = A F τ xz = Rz A σx = FRx FRz Z FRy Grandeza Vetorial A tensão que atua perpendicular ao plano da seção é chamada TENSÃO NORMAL (σ σ) [sigma]. A tensão que atua paralela ao plano da seção transversal é Prof. Romel Dias Vanderlei chamada TENSÃO DE CISALHAMENTO (ττ) [tau]. 1.2 Tensão Unidade no sistema SI: σ ou τ = F N ⇒ Pascal → Pa A m 2 Múltiplus do Pascal: kPa = 103Pa = 103 N/m2 [quilo] MPa = 106Pa = 106 N/m2 [mega] GPa = 109Pa = 109 N/m2 [giga] 4 Prof. Romel Dias Vanderlei Prof. Romel Dias Vanderlei 1.3 Tensão Normal Conceito de barra prismática: Seção transversal constante; Alongamento uniforme; Forças internas distribuídas uniformemente na seção. 1.3 Tensão Normal Hipóteses: As seções permanecem planas durante a deformação; Material homogêneo; Material isotrópico. FR ⇒ Tensão Normal Média A ∆F σ = lim ⇒ Tensão em um ponto ∆A→0 ∆A da seção transversal σ méd = Considera-se tensão normal uniforme quando a força aplicada passa pelo centróide da seção. 5 Prof. Romel Dias Vanderlei 1.3 Tensão Normal Tensão Normal de Tração (+) Prof. Romel Dias Vanderlei Tensão Normal de Compressão (-) Exemplo Luminária de 80kg suportada por duas hastes AB e BC. Determine a tensão normal em cada haste, sabendo que dAB = 10mm e dBC = 8mm. 6 Prof. Romel Dias Vanderlei 1.4 Tensão de Cisalhamento F 2 V= τ méd = V ⇒ Tensão de Cisalhamento Média (Pa) A Supõe-se que é a mesma em cada ponto na seção. Na realidade ocorrem tensões de cisalhamento na Prof. Romel Dias Vanderlei seção muito maiores do que as previstas pela τméd. 1.4.1 Cisalhamento Simples Há apenas uma superfície de cisalhamento ∑F x τ méd = =0⇒ F = P P F = A A 7 Prof. Romel Dias Vanderlei 1.4.2 Cisalhamento Duplo Há duas superfície de cisalhamento ∑F x Prof. Romel Dias Vanderlei τ méd = = 0 ⇒ F = 2⋅ P ⇒ P = F 2 P F = A 2⋅A 1.5 Tensão de Esmagamento σE = P P = AN t ⋅ d A = área da superfície do semicilindro AN = valor nominal médio = t x d t = espessura da chapa d = diâmetro do conector 8 Prof. Romel Dias Vanderlei 1.6 Tensões em Plano Oblíquo m n As tensões são distribuídas de maneira uniforme na Prof. Romel Dias Vanderlei seção “mn”, e a orientação da seção é especificada pelo ângulo θ entre o eixo horizontal e a normal (n). A resultante da força “P” pode ser decomposta em duas componentes, uma força Normal (F) e uma de Cisalhamento (V), que é tangente ao plano “mn”. 1.6 Tensões em Plano Oblíquo As tensões normal e de cisalhamento na seção “mn” são obtidas por: σn = F Aθ e τn = V Aθ Aθ é a área da seção inclinada: cos θ = θ A A ⇒ Aθ = Aθ cos θ A 9 Prof. Romel Dias Vanderlei 1.6 Tensões em Plano Oblíquo Convenção de sinais: Tensões normais: (+) para tração e (–) para compressão Tensões de cisalhamento: (+) tendem a produzir uma rotação no sentido antihorário. Logo, as tensões podem ser calculadas da seguinte forma: F P ⋅ cosθ P = cos 2 θ = Aθ A A cosθ P ⋅ senθ V P τn = − =− = − senθ ⋅ cos θ A Aθ A cosθ Prof. Romel Dias Vanderlei σn = 1.6 Tensões em Plano Oblíquo Fazendo: σx = P A 1 (1 + cos2θ ) 2 1 senθ ⋅ cos θ = sen2θ 2 cos 2 θ = Tensões em uma seção inclinada: σ n = σ x cos 2 θ = σx 2 (1 + cos 2θ ) τ n = −σ x senθ ⋅ cos θ = − σx 2 sen2θ 10 Prof. Romel Dias Vanderlei 1.6.1 Tensões Máximas Tensão normal máxima: θ = 0° → σ máx = σ x Tensões de cisalhamento máxima: Prof. Romel Dias Vanderlei θ = ±45° τ máx = σx 2 Exemplo Uma barra de área A = 1200mm2 é comprimida por uma força axial P = 90kN. Determine: a) as tensões agindo na seção inclinada θ=25º; b) o estado de tensão total para θ=25º e mostre as tensões em um elemento de tensão. 11 Prof. Romel Dias Vanderlei 1.7 Tensão Admissível Os materiais que constituem a estrutura são caracterizados através de ensaios de laboratório pela carga necessária para causar ruptura. Teste de Tração: Esboço no quadro Resistência última ou de ruptura do material: Prof. Romel Dias Vanderlei σu = Pu Ai Pu = carga última Ai = área inicial 1.7 Tensão Admissível Para o dimensionamento,estabelece-se um nível de tensão abaixo da nível de ruptura, designado por tensão admissível: (σ adm ou σ ) e Coeficiente de Segurança (C.S.): C.S . = σu σ adm → (τ adm ou τ) σu σ adm = C.S . τ = τ u adm C.S . A segurança é garantida pelas inequações: σ máx ≤ σ adm τ máx ≤ τ adm 12 Prof. Romel Dias Vanderlei Exemplo Dimensionar a seção transversal de uma barra supondo seção quadrada e os seguintes dados: P = 500kN ; σ u = 420MPa; C.S. = 2 Prof. Romel Dias Vanderlei Esboço no quadro Exemplo Sabendo-se que o rebite é feito de aço com τadm = 32MPa, determine o diâmetro dos rebites para F = 200kN. 13