ESOFAGITE EOSINOFÍLICA klaus Ruback Bertges Juiz de Fora – MG 2010 Caso Clínico ID: MDS, masc, 33a, leucodérmico, NR de Juiz de Fora, casado, PM. QP: disfagia. HDA: refere aparecimento de dificuldade transitória na descida de alimentos no trajeto do esôfago há alguns anos (?), especialmente de alimentos mais consistentes. Nas últimas semanas o sintoma é mais frequente, aparecendo também desconforto retroesternal e impactação alimentar esporádica. Perdeu 3 kg em 2 meses. Caso Clínico HFis: ndn. HPP: rinite alérgica desde criança: faz uso sintomático de antialérgicos. Nega RGE. HFam: pai hipertenso, mãe faz tratamento para depressão, irmão mais velho asmático e o mais novo sadio. Não tem filhos. HPS: nega tabagismo, etilista leve, sedentário e sociável. Exame Físico: ndn. EDA Caso Clínico A histopatologia das biópsias revelou infiltrado eosinofílico importante da mucosa esofagiana. O tratamento empregado foi a corticoterapia tópica com dipropionato de fluticasona spray, sendo deglutido 2 doses (100 mcg) de 12-12 horas por 6 semanas. Avaliação cardiológica. Como rotina do serviço, o paciente deverá retornar para controle clínico e endoscópico, além de realizar acompanhamento em parceria com o alergologista e o nutrólogo. Esofagite Eosinofílica Introdução e História Howiler W. Gastroesophageal involvement in herpes simplex. Gastroenterology, 1976. Landres RT. Eosinophilic esophagitis in a patient with vigorous achalasia. Gastroenterology, 1978. Picus D. Eosinophilic esophagitis. Am J Roentgenol, 1981. Lee RG. Marked eosinophilia in esophageal mucosal biopsies. Am J Surg Pathol, 1985. Esofagite Eosinofílica Classificação das Desordens Associadas ao Eosinófilo Primária Atópica Não-atópica Familiar (AD) gene CCL26 Secundária Desordens eosinofílicas sistêmicas .Gastroenterite eosinofílica .Síndrome Hipereosinofílica Desordens não-eosinofílicas .Iatrogenia, drogas, transplantes .Infecções e parasitoses .DRGE, vasculites, DIII .Leiomiomatose esofagiana .Esclerose sistêmica Esofagite Eosinofílica Histologia e Endoscopia Normais Esofagite Eosinofílica Eosinófilos Esofagite Eosinofílica Etiopatogenia Hipersensibilidade (alimentar, aeroalérgenos)??? Pneumonite (linfócitos TH2 citocina IL-13)??? CD8+, mastócitos, IL-1,3,4,5, leucotrienos, TNFalfa, fator de ativação plaquetária, eotaxinas, sub. P, e PPIV. •Desal TK. Association of eosinophilic inflammation with esophageal food impaction in adults. Gastroint Endosc, 2005. •Simon D. Eosinophilic esophagitis is frequently associated with IgE-mediated allergic airway diseases. J Allergy Clin Immunol, 2005. •Garrett JK. Anti-interleukin-5 (mepolizumab) therapy for hypereosinophilic syndromes. J Allergy Clin Immunol, 2004. Esofagite Eosinofílica Epidemiologia e Quadro Clínico Incidência??? Crianças e homens jovens (2-4:1) Disfagia (1o) e impactação alimentar (2o) DRGE (3o) (crianças) Dor Torácica (4o) e abdominal (5o) Desconforto cérvico-torácico Pasha SF. Patient characteristics, clinical, endoscopic and histologic Vômitos findings in adult eosinophilic Citofobia esophagitis: a case series and systematic review of the medical História de atopias/alergias literature. Dis Esophagus,2007. Evolução variável Esofagite Eosinofílica Diagnóstico Clínica Eosinofilia sérica e aumento de IgE (20-60%) Testes cutâneos (prick, patch), RAST (+) EDA com biópsias Histopatologia Esofagograma pHmetria Manometria Testes de expressão gênica Dosagem de citocinas Esofagite Eosinofílica EDA •FRAGILIDADE (60%) •ANELAÇÕES (48%) •EROSÕES (48%) •PLACAS •ÚLCERAÇÕES •ESTENOSES (24%) •PÓLIPOS Esofagite Eosinofílica Histopatologia •INFILTRADO EOSINOFÍLICO •MICROABSCESSOS •HIPERPLASIA ESCAMOSA •FIBROSE DA LÂMINA PRÓPRIA (400x) Esofagite Eosinofílica Esofagograma •ESTREITAMENTOS •ESTENOSE •TRAQUEIZAÇÃO Esofagite Eosinofílica Critérios Diagnósticos Sintomas de disfunção esofágica Mais que 15 E por campo de 400x Falha no tratamento com IBP ou pHmetria normal no terço distal do esôfago Noel RJ. Eosinophilic esophagitis. N Engl J Med, 2004. Esofagite Eosinofílica Diagnóstico Diferencial DRGE e gastroenterite eosinofílica (biópsias gastroduodenais) Atopia Sensibilização alimentar Sexo Impactação alimentar pHmetria Erosões lineares longitudinais na EDA Acometimento do esôfago proximal Hiperplasia escamosa Eosinofilia mucosa esofagiana IBP Glicocorticóides Dieta Esofagite Eosinofílica Tratamento Anti-secretor (DRGE) Dietético (elementares, especificidade, hipersensibilidade retardada/mista) Farmacológico Dilatação endoscópica Esofagite Eosinofílica Dieta 1. Eliminar alimentos conforme história clínica e testes alérgicos. 2. Caso não haja: retirar leite, trigo, soja, ovo, noz... 3. Repetir EDA com biópsias em 4-6 semanas. 4. Biópsia anormal: dieta elementar. 5. Biópsia normal: reintroduzir alimentos (1 por vez) a cada 5-7 dias. Se os sintomas recorrerem: retirar o alimento. Rebiopsiar na ausência dos sintomas após 4 semanas. Reintroduzir um alimento a cada 5-7 dias após resolução. Repetir biópsias após reintrodução de grupos de 5 alimentos sem sintomas. Nova recorrência de eosinófilos: retirar último alimento. Quadro para reintrodução de alimentos na EE A B C D Vegetais nãoleguminosos (batata, alface...) Frutas cítricas (laranja, limão...) Legumes (feijões...) Milho Frutas nãocítricas/tropicais (maçã, ameixa...) Frutas tropicais (banana, abacate, abacaxi...) Grãos (arroz, cevada...) Ervilha Melões (melancia...) Carnes e frutos do mar Amendoim Bagas (morango, amora, cereja...) Nozes, amendoim... Trigo Carne de vaca Leite, ovo, soja Mel Esofagite Eosinofílica Tratamento Medicamentoso Corticoterapia VO: metilprednisolona 1,5 mg/kg 2 vezes ao dia por 4 semanas com redução gradual da dose por mais 6 semanas até sua retirada. Corticoterapia tópica: dipropionato de fluticasona 100 mcg 2 vezes dia por 6 semanas... (Montelukast) Inibidores seletivos dos receptores D4 de leucotrienos: 10-100 mg-dia. (Mepolizumab) Anticorpo monoclonal humanizado contra a IL-5. EE......CONCLUSÃO........... A EE é uma doença inflamatória primária crônica com infiltração de E na mucosa esofágica. Tem patogênese indefinida, porém há importante associação com doenças alérgicas e história familiar. Os sintomas principais são disfagia e impactação de bolo alimentar, mas pode haver também pirose. O diagnóstico é feito através de EDA e histologia da mucosa esofágica. O tratamento mais eficaz tem sido a corticoterapia tópica, havendo boa resposta clínica e histológica. OBRIGADO! [email protected]