Esofagite Eosinofílica Ana Beatriz Rocha Gabriel Residente de 3° ano – Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica – Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo Introdução As doenças digestivas eosinofílicas são enfermidades inflamatórias caracterizadas pela presença de eosinófilos no trato digestório, na ausência de doenças que cursam com eosinofilia secundária A esofagite eosinofílica é a mais comum tanto em crianças quanto em adultos Sua etiologia e fisiopatologia ainda não estão completamente elucidadas Sabe-se que existe associação com atopia, participação de aeroalergenos e antígenos alimentares em sua patogênese Dados da literatura apontam que 80% dos pacientes apresentam doenças atópicas, 62% sensibilização a alimentos e 16% dos pacientes tem casos semelhantes na família J pediatrics 2002; 141:576-81 Definição Caracteriza-se por importante infiltrado eosinofílico no esôfago, associado a sintomas semelhantes aos da doença do refluxo gastroesofágico, mas que não respondem ao tratamento com bloqueadores da secreção ácida gástrica de modo isolado Os primeiros relatos no adulto foram feitos por Dobbins et al. em 1977, e em adolescentes em 1983 Gastroenterology 2007; 133:1342-63 Gastroenterology 1077; 72:1312-6 Definição A eosinofilia esofágica não é característica exclusiva da EE: Gastroenterology 2007;133:1342–1363 Introdução Eosinófilos caracteristicamente não estão presentes no esôfago Foi observado que a presença de eosinófilos no TGI está presente principalmente na lâmina própria, em concentrações bem menores na superfície epitelial e no epitélio das criptas e das glândulas Introdução Na ultima década houve um aumento crescente de pacientes apresentando eosinofilia esofágica que não respondiam ao tratamento convencional da DRGE Os estudos mostraram que existia uma “nova doença”, chamada Esofagite Eosinofilica Introdução Em 2007, nos EUA, um grupo de especialistas se reuniu e publicou um documento de revisão sobre EE, baseado nas revisões sistemáticas da literatura e opiniões de especialistas-> First International Gastrointestinal Eosinophil Research Symposium (FINGERS) Ficou estabelecido que a EE é uma doença caracterizada por: Recusa alimentar e sintomas semelhantes à DRGE na criança menor, disfagia e impactação alimentar nas crianças maiores e adultos Contagem de eosinófilos igual ou superior a 15 eosinófilos/CGA na biopsia esofágica Eosinofilia mantida após uso de Inibidor de Bomba de Protons Exclusão de outras doenças que cursam com eosinofilia secundária Introdução Segundo Markowitz et al 8-10% dos casos pediátricos que não respondem ao tratamento clássico para DRGE apresentam EE Segundo DeBrosse et al. eosinofilia esofágica acima de 15/CGA esteve presente em 30% dos pacientes com diagnóstico de esofagite de refluxo Gastroenterol Clin North Am 2003; 32:949-66 J Allergy Clin Immunol 2010; 126: 112-9 Epidemiologia Maior prevalência na raça branca Prevalência tem aumentado nas últimas décadas Estudo australiano observou que entre 1995 e 2004 ocorreu aumento de 18x do número de casos diagnosticados Nos EUA (Noel et al.) foi observada incidência de EE de 1/10.000 crianças por ano e prevalência de 4/10.000 crianças, sendo que 90% dos casos foram diagnosticados após o ano 2000 An Pediatria 2005; 62:333-9 Epidemiologia O aumento no número de casos reflete provavelmente: aumento real da incidência aumento das doenças atópicas melhor reconhecimento dessa entidade devido a maior conscientização de sua existência, pela maior valorização dos sintomas e na realização de maior número de EDA com biópsia esofágica An Pediatria 2005; 62:333-9 Epidemiologia Acomete qualquer faixa etária Principalmente faixa escolar, com pico de diagnóstico aos 10 anos Sexo masculino é mais acometido (80%) J Pediatr Gastroenterol Nutr 2004; 39:373-7 Etiopatogenia Eosinofilia, associada com alergia alimentar e outras condições atópicas, alem de testes cutâneos para diferentes alergenos e patch test positivo demonstram que há reação de hipersensibilidade IgE e não IgE mediada, devendo ser incluída no espectro das doenças atópicas Os alérgenos alimentares mais envolvidos são: leite de vaca e ovo e entre os aerolérgenos, o pólen é o principal J Formos Med Assoc 2009; 108:834-43 Etiopatogenia A exposição da mucosa do esôfago aos Alérgenos promove resposta Th2, levando à produção de IL-4, IL-5, IL-13, estimulando a produção de eosinófilos e IgE IL5: regula a produção, diferenciação, recrutamento, ativação e sobrevida dos esinófilos IL13: promove infiltração eosinofilica, pelo aumento da expressão da eotaxina-3, mediador envolvido na quimiotaxia de eosinófilos Questiona-se se o uso de medicamentos supressores da produção de HCl poderia predispor ao desenvolvimento da EE, visto que o aumento do pH gástrico altera a digestão protéica e assim poderia promover maior absorção de proteínas intactas com potencial de indução de resposta imune, além do aumento da permeabilidade da mucosa do tubo digestivo em pacientes em uso de supressão ácida Etiopatogenia Eosinófilos produzem TGF beta que ativa as células epiteliais, levando a hiperplasia, fibrose e dismotilidade, levando ao remodelamento esofágico J Allergy Clin Immunol 2007; 119:206-12 Manifestações Clínicas As manifestações clínicas são inespecíficas e variam conforme a idade: <2 anos: recusa alimentar e baixo ganho de peso Até 12 anos: vômitos, dor abdominal, sintomas de refluxo gastroesofágico Adolescentes e adultos: disfagia e impactação alimentar World J Gastroenterol 2009;15:17-24 Manifestações Clínicas Estudos sugerem que EE é uma condição crônica, de curso persistente ou recorrente em mais de 90% dos casos, podendo evoluir com complicações importantes como estenose de esôfago e menos comumente com perfuração esofágica A disfagia e impactação podem ser decorrentes tanto da estenose esofágica como também da dismotilidade Gastrointest Endosc Clin North Am 2008; 18:73-89 Diagnóstico Não existe um exame complementar único capaz de definir a presença de EE Baseia-se na avaliação conjunta dos achados clínicos, endoscópicos e histológicos Segundo os critérios atuais, o diagnóstico é estabelecido no paciente que apresenta quadro clínico compatível, no qual a biópsia esofágica demonstra a presença de mais de 15 eosinófilos/CGA e que não responde ao tratamento com IBP (por 8 semanas), além da exclusão de eosinofilia secundária Gastroenterology 2007;133:1342-63 Diagnóstico Eosinofilia periférica (5-35% eosinófilos) é observada em 55-80% dos pacientes Aspectos radiológicos: pode haver estenoses esofágicas, mas não são patognomônicos da doença (sintomas de disfagia e impactação alimentar geralmente ocorrem por alteração na motilidade e não pelas estenoses) *por isso, paciente que apresenta impactação alimentar deve ser investigado com EDA e biópsia esofágica J Allergy Clin Immunol 2005; 115:418-9 Diagnóstico Alterações à endoscopia: Mucosa com aspecto granular e friável Perda do padrão vascular Exsudatos esbranquiçados (microabscessos eosinofílicos) Estrias verticais Estenoses esofágicas Anéis esofágicos concêntricos (esôfago semelhante à traqueia) 30 % tem EDA normal, o que implica necessidade de realização de biópsia esofágica mesmo na ausência de alterações macroscópicas A presença de mais de uma alteração na EDA sugere fortemente EE Clin Gastroenterol Hepatol 2005;3:1198-206 Gastroenterology 2007; 133:1345 Diagnóstico Alterações à endoscopia: anéis concêntricos da mucosa Gastroenterology 2007; 133:1346 Diagnóstico Biópsias Esofágicas devem ser feitas em pelo menos 3 locais distintos devido à distribuição desigual das lesões Terço proximal, médio e distal do esôfago Além do estômago e duodeno para afastar Gastroenterite Eosinofílica *esofagite associada ao refluxo acomete geralmente terço distal, diferentemente da EE que acomete qualquer região do esôfago e a DRGE apresenta 1-10 eosinófilos/CGA World J Gastroenterol 2008;14:1463-6 Diagnóstico Apresenta mucosa espessada, com hiperplasia da zona basal e alongamento papilar mais pronunciado do que na DRGE Presença de microabscessos eosinofílicos (agregados de 4 ou mais eosinófilos-> são encontrados exclusivamente em pacientes com EE) Degranulação de eosinófilos Fibrose da lâmina própria Maior numero de mastócitos, linfócitos T e células dendríticas do que na DRGE A – Esofagite eosinofílica C – Refluxo Gastroesofágico Arch Pathol Lab Med. 2010;134:815–825 Diagnóstico Biópsia Esofágica: Gonçalves e cols. realizaram estudo retrospectivo e analisaram 341 amostras de biópsias de 66 adultos com EE. Os resultados mostraram que com um limite de 15 eos/CGA, a obtenção de uma espécime de biópsia revelava uma sensibilidade de 55%, em contraste com uma sensibilidade de 100% com 5 espécimes de biópsia Gastroenterology 2007;133:1342–1363 Diagnóstico RADIOLOGIA: As alterações radiológicas tais como estreitamento da luz esofágica, podem ou não ser observadas na EDA e viceversa. Um estudo contrastado pode ser benéfico em crianças com vômitos para se excluir etiologias anatômicas, como por exemplo, má rotação O exame radiológico contrastado pode ser útil para uma endoscopia subseqüente, pois pode alertar o endoscopista a usar um endoscópio de menor calibre, proceder com maior cautela ou alertá-lo para a necessidade de dilatação. Gastroenterology 2007;133:1342–1363 Tratamento Não existe ainda nenhum consenso sobre o tratamento ideal para pacientes com EE. Sendo a maioria das publicações constituídas por séries de casos, ainda são necessários ensaios clínicos controlados randomizados Uma revisão da Cochrane publicada em 2004 sobre tratamento não cirúrgico da EE, não identificou nenhum estudo randomizado e controlado, e os autores não puderam concluir sobre os benefícios ou riscos de diferentes tratamentos Scientia Medica, Porto Alegre: PUCRS, v. 16, n. 4, out./dez. 2006 Tratamento Diversos fatores merecem consideração na hora de decidir a melhor opção para cada paciente: idade, impacto dos sintomas na qualidade de vida, comorbidades, efeitos adversos e custos Dessa forma, o tratamento deve ser individualizado e os pacientes devem ser preferencialmente tratados no seu contexto clínico Os tratamentos descritos são dietas de eliminação, dietas elementares, corticosteróides tópicos e sistêmicos e dilatação esofágica Scientia Medica, Porto Alegre: PUCRS, v. 16, n. 4, out./dez. 2006 Inibidores da Bomba de Prótons Devem ser administrados nos portadores de EE que apresentam sintomas de DRGE, pois o ácido pode ser o gatilho para a EE, visto que tem potencial de aumentar a lesão do esôfago já inflamado Provavelmente a EE é complicada ou potencializada pela presença de RGE concomitante pois o infiltrado eosinofílico pode levar à dismotilidade esofágica Não reverte a alteração histológica esofágica Inibidores da Bomba de Prótons Existem 2 fundamentos para o uso de IBP: Faz parte do diagnóstico de EE (falha no tratamento) Alguns pacientes com diagnóstico bem estabelecido de EE, desenvolvem sintomas de RGE durante o curso da doença e, portanto, respondem ao tratamento Mas o tratamento com IBP não deve ser feito primariamente nos pacientes com diagnóstico de EE Dieta de Eliminação de Antígenos Alimentares Existem fortes evidencias que a alergia alimentar contribui para a EE A retirada de alérgenos alimentares contribuem tanto para melhora clinica quanto histológica na maioria dos pacientes com EE Deve-se excluir os alimentos suspeitos na dieta: 6 alérgenos Leite de vaca e derivados, ovo, trigo, soja, peixes e frutos do mar, amendoim, nozes Licouras et al. relataram a resolução dos sintomas e regressão das alterações histológicas do esôfago em 98% dos pacientes com EE com uso da dieta elementar, porem podem ter retorno dos sintomas após liberação de dieta polimérica Gastroenterology 2007;133:1355–1356 Clin Gastroenterol hepatol 2006;4:1097-102 Clin Gastroenterol hepatol 2005;3:1198-206 Dieta de Eliminação de Antígenos Alimentares Markowitz et al. estudaram 51 pacientes com EE submetidos a uma dieta elementar, sendo que à exceção de dois, todos os pacientes melhoraram significativamente dos sintomas, em média 8,5 dias após o início do terapêutica, com melhora também do aspecto histológico Scientia Medica 2006;16:4 Corticoterapia Tópica O corticosteroide tem ação em diversas doenças alérgicas. A ação na eosinofilia deve-se à apoptose, diminuição da quimiotaxia e inibição de mediadores proinflamatórios Konicoff et al.: 1º estudo multicêntrico, prospectivo controlado por placebo para determinar a eficácia da fluticasona. Foram selecionados 36 pacientes, sendo que 21 receberam 880mcg de fluticasona spray e 15 receberam placebo. 50 % apresentou remissão histológica X 9% do grupo placebo. Foi observada diminuição dos linfócitos TCD8 e mastócitos no esôfago Utiliza-se 2 a 4 jatos de 220mcg/puff/dia durante 4 a 12 semanas Administra-se o jato na orofaringe, sem espaçador, e degluti-se o fármaco, para prover ação tópica na mucosa esofágica. Após a deglutição o paciente não deve ingerir bebidas ou alimentos por pelo menos 30 minutos para permitir que a medicação se espalhe pelo esôfago Efeito colateral: candidíase esofágica Gastroint Endosc 2006; 63:3-12 Corticoterapia Sistêmica Liacouras et al. (1998) demonstraram que o corticóide sistêmico promove melhora clínica e histológica em 4 semanas em 20/21 crianças Prednisona 1-2mg/kg/dia Dose máxima: 60mg/dia Período: 4 semanas (com redução posterior da dose) • Indicações: casos refratários à corticoterapia tópica Exacerbações agudas (disfagia, perda de peso significativa, estenose esofágica) Casos graves Limitação: efeitos colaterais e recidiva dos sintomas após suspensão da medicação • • Gastroenterology 2007;133:1354 J Pediatr Gastroenterol Nutr 1998; 26:777-82 Outros Fármacos Montelucast: Atwood e cols. estudaram 8 pacientes com EE que receberam antagonista de receptor de leucotrieno e 7 pacientes apresentaram alívio completo dos sintomas (1 paciente teve melhora parcial). Esta medicação induz alívio dos sintomas, porém seu uso não mostrou efeito benéfico sobre a eosinofilia. Mepolizumabe: anticorpo monoclonal anti-IL5-> diminui eosinofilia periférica e esofágica É um tratamento promissor na EE O anti IL-5 tem como alvo os receptores moleculares relacionados à produção, migração e ativação dos eosinófilos, e a consequente diminuição da inflamação do tecido esofágico Este tipo de tratamento ainda requer maiores estudos e não deve ser recomendado para uso rotineiro Gastroenterology 2007;133:1342–1363 Gastrointest Endoscopy Clin N Am 2008;18:179–194 Dilatação Esofágica Estenose esofágica é uma complicação da EE, porém sua incidência não está bem estabelecida. A dilatação esofágica está indicada para os pacientes com sintomas secundários à estenose. Devido aos riscos do procedimento, como perfuração e laceração, deve-se avaliar a possibilidade de outras modalidades de tratamento antes da dilatação, bem como exames que auxiliem o endoscopista na avaliação do calibre da estenose, escolha do aparelho, tamanho da vela de dilatação, etc Quando ocorre estenose esofágica, a dilatação esofágica com balão ou com velas é uma prática estabelecida. É um procedimento que precisa de muita precaução, devido a friabilidade da mucosa na EE, podendo resultar em lacerações ou perfurações do esôfago Scientia Medica 2006;16:188 Gastroenterology 2007;133:1342–1363 Gastrointestinal endoscopy 2010; 71 Prognóstico Há pacientes que apresentam alívio completo ou parcial dos sintomas, porém persistem com eosinofilia esofágica. O objetivo do tratamento da EE ainda continua incerto (melhora clínica x melhora histológica). Não há marcadores bem estabelecidos para predizer quais são os pacientes com maior risco, embora aqueles que já desenvolveram anormalidades morfológicas, como estenoses são considerados de maior risco. As maiores complicações da EE são a remodelação e o estreitamento esofágico. Gastroenterology 2007;133:1342–1363 Considerações Finais Ainda hoje, os cuidados dos pacientes com EE permanecem em uma encruzilhada Qual o melhor parâmetro para avaliar o tratamento: melhora clínica, histológica ou ambos? Qual o melhor método para identificar alergia alimentar ou aeroalérgenos? Qual o grau de eosinofilia associado a DRGE? Evolução e seguimento dos pacientes com EE Etiologia e patogenia da EE Gastroenterology 2007; 133:1358 Considerações Finais As estratégias para monitoramento da doença ainda não estão estabelecidas. Embora o acompanhamento dos pacientes até o momento ser curto, sabe-se que a EE não está associada ao desenvolvimento de malignidade Alguns especialistas sugerem endoscopias periódicas, independentemente dos sintomas, enquanto outros sugerem endoscopias dirigidas principalmente se houver mudança dos sintomas Se for necessário repetir a endoscopia com biópsia, esta deve ser realizada não antes de 4 semanas após a intervenção terapêutica anterior Gastroenterology 2007;133:1357-58 Considerações Finais Em pacientes assintomáticos com eosinofilia persistente, pode-se repetir a endoscopia após instituição do tratamento adicional. Para aqueles nos quais o tratamento adicional é adiado, sugere-se repetir a endoscopia em 2-3 anos, para avaliar a progressão da doença Nos últimos anos, tem-se notado que há pelo menos três bons motivos para tratar a EE: 1) melhoria da qualidade de vida quando a disfagia é tratada 2) redução do grave risco de ferimento do esôfago, evitando impactações alimentares de longa duração 3) prevenção de danos irreversíveis do órgão por interromper a remodelação do tecido Gastroenterology 2007;133:1358 FI 2,88 Foram avaliados retrospectivamente 328 biópsias de crianças que tinham sido submetidas a EDA Nenhuma criança tinha diagnóstico prévio de doença gastrintestinal eosinofílica Todas as biópsias foram reavaliadas por patologista pediátrico, sem saber o diagnóstico original. Foram reavaliados: número de leucócitos, presença ou não de hiperplasia basal, alongamento de papilas, microabscessos, local mais afetado com eosinofilia A classificação para EE em ambos era: >24 eosinófilos/CGA Avaliação original Nenhuma criança foi diagnosticada com esofagite eosinofílica em 1995 ou 1999. Em 2004 apenas oito crianças (5 meninos e 3 meninas- 2,7% do total), foram originalmente classificadas como tendo esofagite eosinofílica 52,7% das crianças tiveram 1 ou mais alterações à macroscopia Dos casos reclassificados como esofagite eosinofílica 29,6% eram macroscopicamente normais Exsudado foi observado em 14 (25,9%), eritema em 14 (25,9%), nódulos em 7 (13,0%), erosões lineares em 6 (11,1%) Reavaliação Pacientes com esofagite eosinofílica tiveram um aumento significativo na média do número de eosinófilos por ano: 1995 (37), 1999 (41) e 2004 (80) contagem eosinófilos não foi influenciada pelo sexo Dados encontrados pós reavaliação Conclusão A prevalência de esofagite eosinofílica está aumentando muito rapidamente em crianças australianas ocidentais, juntamente com um aumento geral das doenças atópicas em países ocidentais O aumento da prevalência é acompanhado por um aumento na gravidade da doença sendo que as razões para estes aumentos não são claras É importante para o diagnóstico da esofagite eosinofílica, as características histológicas, pois muitas vezes a macroscopia é normal Mais estudos são necessários para definir critérios diagnósticos mais precisos e definir sua patogênese, de modo que as estratégias adequadas para o reconhecimento e conduta na esofagite eosinofílica possam ser concebidos