UNESCO – BRASIL/FCC
Gatti e Barretto, 2009.
PROFESSORES NO BRASIL
IMPASSES E DESAFIOS
“O Sistema Educacional sempre situou a
formação do profissional da educação, ou
seja, a profissionalização docente, no
contexto de um discurso ambivalente,
paradoxal ou simplesmente contraditório,
de um lado, a retórica histórica da importância
dessa formação,
de outro, a realidade da miséria social e
acadêmica que lhes concedeu.”
Imbernón (2000)
O magistério, longe de ser uma ocupação
secundária, constitui um setor nevrálgico
nas sociedades contemporâneas, uma das
chaves
para
entender
as
suas
transformações.
(Tardif e Lessard, 2005)
... OU ESTAGNAÇÕES
Cenário
Docentes
Cenário
Licenciandos
Formação
 Presencial
 A distância
 Continuada
 Modalidades especiais
Carreira
Perspectivas
 Características
 Marcos Legais
 Salário
 Progressão
CENÁRIO DOCENTES
OS PROFESSORES NO QUADRO GERAL DE
EMPREGOS NO BRASIL
• Os docentes ocupam o 3º lugar no subconjunto de
ocupações, apenas precedidos pelos escriturários e
trabalhadores dos serviços, e constituem a categoria
ocupacional mais homogênea e de maior nível de
escolaridade do país (nível médio e superior).
Escriturários – 15,2%
Serviços – 14,9%
Docentes – 8,4%
Construção Civil – 4%
OS PROFESSORES NO QUADRO GERAL DE
EMPREGOS NO BRASIL
• 83% dos empregos do magistério estão na esfera
pública, o que tem óbvios desdobramentos em
termos do financiamento do setor educacional.
• 77% constituem postos de trabalho ocupados por
mulheres o que também tem óbvias implicações de
gênero.
Totais
Níveis de educação
Empregos
para
professores segundo
níveis e modalidades
de ensino
N
TOTAL
2 803 761
100,0
Educação Básica
2 159 269
77,0
Educação Profissional
158 221
5,6
Educação Especial
16 363
0,6
Educação Superior
469 908
16,8
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego/ MTE-Rais
* Ensino Fundamental = 55,3%
%
MARCOS LEGAIS
Estrutura da Formação
Século XIX
Escolas Normais
“Primeiras Letras – Nível “Secundário”
Início Séc. XX
Formação de Professores
para o “Secundário”
Anos 30: Bacharel +1 (3+1)
Histórica e Socialmente instaurada a diferenciação
entre esses profissionais
Marca Cultural e Material
IDAS E VOLTAS
Vocação Escola Normal (médio)
Pedagogia (Graduação)
Natureza controversa
Licenciaturas
Licenciaturas “Curtas”
Educação a Distância - 1998
Reformulações
Sucessivas
LDB - 1996
Diretrizes Curriculares
Pedagogia – 2006
CONSEQUENTES
Resolução CNE 01/06
CENÁRIO LICENCIANDOS
PRINCIPAL RAZÃO DA ESCOLHA DA
LICENCIATURA
Pedagogia %
Outras
Licenciaturas %
Total %
(A)
Porque quero ser professor.
65
49
53
(B)
Para ter uma outra opção se não
conseguir exercer outro tipo de
atividade.
13
24
21
(C)
Por influência da família.
5
3
4
(D)
Porque tive um bom professor que
me serviu de modelo.
7
14
12
(E)
Eu não quero ser professor.
5
6
5
(F)
É o único curso próximo da minha
residência
3
4
3,5
Fonte: MEC/Inep/Deaes - Enade
Licenciandos segundo faixa etária, sexo e
atividade laboral
IDADE
18 – 24 = 46%
25 – 39 = 42%
SEXO
mulheres = 75,4%
(Pedagogia = 92,5%)
TRABALHAM
67%
LICENCIANDOS: RENDA MENSAL DA FAMÍLIA
Pedagogia %
Outras Licenciaturas %
Total %
(A)
Até 3 salários-mínimos.
42
39
39
(B)
De 3 a 10 salários-mínimos.
49
51
50
(C)
De 11 a 20 salários-mínimos.
6
8
7
(D)
De 21 a 30 salários-mínimos.
1
2
1,5
(E)
Mais de 30 salários-mínimos.
0,6
0,8
0,7
Fonte: MEC/Inep. Questionário socioeconômico ENADE
LICENCIANDOS: ESCOLARIDADE DAS MÃES
Pedagogia %
Outras Licenciaturas %
Total %
(A)
Nenhuma escolaridade.
10
7
8
(B)
Ensino Fundamental: de 1a a 4a série.
43
35
38
(C)
Ensino Fundamental: de 5a a 8a série.
17
19
18
(D)
Ensino Médio.
21
25
24
(E)
Superior.
8
13
12
Fonte: MEC/Inep. Questionário socioeconômico ENADE
- LICENCIANDOS CONSUMO CULTURAL
Leitura livros (ano):
2 ou menos = 38%
3 a 5 = 35%
Leitura jornal:
raramente = 35%
Cinema:
preferido = 43%
Acesso Internet:
81%
trabalhos escolares = 93%
Utilização Biblioteca:
razoável freqüência = 46%
raramente = 23%
MATERIAL DIDÁTICO MAIS UTILIZADO
Livros/texto e ou manuais = 28%
Apostilas/resumos = 35%
Cópias de trechos de livros = 32%
ONDE ESTUDAM?
LICENCIATURAS PRESENCIAIS
64% dos cursos => Universidades
64% Matrículas Pedagogia => IES Privadas
53% Matrículas demais Licenciaturas => IES
Privadas
LICENCIATURAS EAD
Comparativo => Bacharelados = 71% Presenciais
Licenciaturas = 50% EaD
Matrículas Lic/EaD = 78% IES Privadas
(Fonte: Censo do Ensino Superior – 2009)
BRASIL - 2001 A 2009
CRESCIMENTO DO Nº DE CURSOS
PRESENCIAIS DE LICENCIATURA = 65%
CRESCIMENTO MATRÍCULAS = 39%
=> QUEDA GRADUAL MATRÍCULAS
DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA
Regiões menos prósperas
Regiões mais prósperas
Maioria:
Maioria:
Iniciativa
Iniciativa
pública
privada
Nordeste e Norte
68%
73%
Matrículas públicas
Sudeste e
87%
Sul
77%
Matrículas privadas
QUESTIONAMENTOS SOBRE EAD
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Crescimento desordenado.
Apressamento das políticas e sua fragmentação.
Foco apenas no cumprimento de metas do PNE – nº de vagas.
Necessidade de centralizar nos Projetos Pedagógicos dos
cursos
Processos Avaliativos Frágeis – do Programa e dos Alunos
Criação de estruturas paralelas nas IES.
Terceirização.
Estágios (?).
Materiais “auto-suficientes” (?).
TUTORIA-EAD
• Vulnerável
• Vínculos precários
• Formação pouco cuidada
O QUE ESTUDAM?
CURRÍCULOS DAS INSTITUIÇÕES QUE
FORMAM OS DOCENTES
DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS, SEGUNDO AS CATEGORIAS DE
ANÁLISE – PEDAGOGIA
Categorias
%
Fundamentos teóricos da educação
22,6
Didática geral
3,4
Sistemas educacionais
5,3
Currículo
5,1
Gestão escolar
4,5
Ofício docente
0,6
Conteúdos do currículo da Educação Básica (infantil e fundamental)
7,5
Didáticas específicas, metodologias e práticas de ensino
20,7
Tecnologias
0,7
Ed. Especial
3,8
EJA
1,6
Educação Infantil
5,3
Contextos não escolares
0,5
Outros saberes/ Atividades Complementares
11,5
Pesquisa e TCC
7,0
Total
100,0
OBSERVAÇÕES OUTRAS LICENCIATURAS
• Predominância da formação disciplinar específica da área.
• Grande dissonância entre os Projetos Pedagógicos das IES e a
estrutura do conjunto de disciplinas e suas ementas.
• Raras instituições especificam em que consistem os estágios e sob
que forma de orientação são realizados.
• Horas dedicadas a Atividade Complementares, Seminários ou
Atividades Culturais sem nenhuma especificação
• Cursos de Licenciatura em Letras e Ciências Biológicas com apenas
em torno de 10% de disciplinas ligadas à formação para a docência
EDUCAÇÃO
CONTINUADA
PROFESSORES APONTAM:
• A formação continuada é organizada com pouca sintonia
com as necessidades e dificuldades dos professores e da
escola.
• A maioria dos formadores não têm conhecimento dos
contextos escolares e dos professores que estão a formar.
• Os programas não prevêem acompanhamento e apoio
sistemático da prática pedagógica dos professores.
• Dificuldade em prosseguir com a nova proposta após o
término do programa.
• As descontinuidade das políticas e orientações do sistema
dificultam a consolidação dos avanços alcançados.
SALÁRIO E CARREIRA
Rendimento médio de professores da
Educação Básica: Jornada de 30h ou mais
Brasil – PNAD 2009
Formação
Superior - EI – R$ 1273
- EF – 1º a 5º - R$ 1565
- EF – 6º a 9º - R$ 1710
- EM – R$ 2029
Médio – EI – R$ 758
EF – 1º a 5º - R$ 1083
(Fonte: Adaptado de Alves e Pinto, 2011).
PLANOS DE CARREIRA
• Até 1990 – quase ausência
• Com Fundef (1995) – necessários
• Fator de Progressão: tempo de serviço ou
mudança de função
• Poucos Estados = carreiras mais complexas
• Pouco estímulo à permanência na docência
• CNE (2009) – Diretrizes Nacionais para os Planos
de Carreira
VALORIZAÇÃO DA DOCÊNCIA
• Qualidade da formação
- Básica
- Continuada
• Formas de carreira
• Salários
• Estágio probatório (está na lei)
• Investimentos na educação básica
• Cultura do valor da profissão