I CURSO DE CONDUTAS MÉDICAS NAS INTERCORRÊNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA CREMEC/Conselho Regional de Medicina do Ceará Câmara Técnica de Medicina Intensiva Câmara Técnica de Medicina de Urgência e Emergência FORTALEZA(CE) MARÇO A OUTUBRO DE 2012 05/11/2015 CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM 1 CONDUTAS MÉDICA EM COAGULOPATIAS HEMORRÁGICAS Dra. Rosangela Ribeiro CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM TP/INR TTPa TT TP/TTPa Fisiologia atual Disrurbios Hemorrágicos Adquiridos em Situações Emergenciais TRAUMA HEMORRAGIA PERIOPERATÓRIO CIVD PACIENTE ANTICOAGULADO COAGUPATIAS HEREDITÁRIAS Trauma Hemodiluição Consumo de fatores da coagulação e plaquetas Coagulopatia Hipotermias Acidose Trauma Coagulopatia Aguda Trauma -Induzida Brohi K, et al. J. Trauma,2003, 2008 Coagulopatia Aguda doTrauma REPOSIÇÃO INADEQUADA -Hipovolemia MONITORAMENTO LABORATORIAL INADEQUADO -Testes convencionais Brohi K, et al. J. Trauma,2003, 2008 Coagulopatia Induzida por Trauma FASE TARDIA -Hemodiluição atividade procoagulante, anticoagulante, antifibrinolítica e fibrinólitica. Brohi K, et al. J. Trauma,2003, 2008 Coagulopatia Aguda doTrauma MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS Geração Sistêmica de PCa Liberação Sistêmica de Trombina Brohi K, et al. J. Trauma,2003, 2008 HIPOVOLEMIA 15 a 30% do volume sanguíneo- hipotensão leve > 30%- Choque hipovolemico Reposição com coloides, dextran função plaquetaria, polimerização de fibrina. Von Willebrand adquirido Fibrinólise. Fries, D., et al., 2002. Kozet; Anesthesiology, 2005.Mittermayer; Br. J. Anesth.,2008 Transfusão Maciça > 10 UCH em 24 h. > 06 UCH em 6-12h. > 50 UPS em 24h. OBS:A gravidade da diluição é proporcional ao volume infundido em experimentos in vitro, condição esta, não muito clara in vivo. Schols, SE. et al., Transfus .Med. Rev.,2010. Levi,M. et al., Vox Sang.,2011. Monitoramento Laboratorial da Hemostasia TP/INR TTPa Poucas evidencias da utilidade na avaliação do sangramento da Coagulopatia do Trauma. Schols, S.E, et al.Transfus. Med. Rev.,2010. Rossaint, R.,et al. An. Update European Guideline,Crit Care,2010. . Monitoramento da Hemostasia TROMBOELASTOGRAFIA (TEG) TROMBOELASTOMETRIA (ROTEM) - Polimerização da Fibrina na presença de plaquetas ativadas. Bolliger, D.,et al. Transfus. Med. Rev., 2012 Protocolo de Reposição Hemostática em Transfusão Maciça PFC :CH (1:1) PFC:CH:CP (1:1:1) - Protocolos restritos para pacientes muito graves com lesões não controláveis cirurgicamente, em curto prazo. Levi, JH. Massive Transfus Coagulopathy, Semin. Hematol. 2006. Kosek, L.,et al., Crit Care,2011. Disrurbios Hemorrágicos em Situações Emergenciais Produtos Indicados para Reposição FIBRINOGÊNIO Protrombina Fator V Fator VII Fator VIII Fator IX Fator X Fator XI Fator XIII pd- Fibrinogênio, Crioprecipitado PCC, FEIBA Não Disponível pd-FVII, r-FVIIa, PCC, FEIBA pd-FVIII, r-FVIII pd-FIX, r-FIX,FEIBA pd-FX,PCC, FEIBA pd-FXI pd-FXIII, r-XIII,Crioprecipitado vWF Proteína C Proteína S Antitrombina pd-vWF, Crioprecipitado, pd-FVIII/vWF pd-proteína C, PCC PCC pd-AT, r-AT Hematology Education. EHA, 2012; 6(1)137. Fatores que Interferem no Risco de Sangramento Sepsis Distúrbio da coagulação Insuficiência hepática Terapia anticoagulante Lesões anatômicas Febre Velocidade de queda das plaquetas Idade do paciente Patologia Associada Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) Desordem trombo-hemorrágica sistêmica desencadeada por clínicas bem definidas e com evidências laboratoriais de: ativação procoagulante ativação da fibrinólise consumo de fatores coagulantes e dos inibidores evidências bioquímicas de danos a órgãos alvos condições CIVD Ativação da Coagulação Consumo de plaquetas e fatores da coagulação Trombose Intravascular Sangramentos Falência de múltiplos órgãos Patogênese da CIVD SRIS Liberação de mediadores próinflamatórios (TNF, interleucinas) Fibrina Intravascular inibição progressiva da fibrinólise geração de trombina disfunção da anticoagulação natural ( PAI , FXI) ( AT; PC/PS) FT consumo de plaquetas e fat. coagul. Condições Clínicas Condições Clínicas Associadas a CIVD Associadas a CIVD Sepse/severa infecção Trauma Reaçôes tóxicas ou imunológicas severas Picada de cobra Reações medicamentosas Reações transfusionais Rejeição de Transplante Hematology Education. EHA, 2012; 6(1)148. Condições Clínicas Associadas a CIVD Destruição dos órgãos (p. ex: pancreatite severa) Anormalidade Vasculares Hemagioma gigante Aneurismas de gdes vasos Doenças malignas Tumores sólidos Doenças hematológicas malignas Hematology Education. EHA, 2012; 6(1)148. Condições Clínicas Associadas a CIVD Eventos obstétricos Feto morto retido Preclampsia Embolia por líquido amniótico Deslocamento prematuro de placenta Hematology Education. EHA, 2012; 6(1)148. Manifestações Clínicas na CIVD TROMBOSE SNC = Nível de consciência Pele – isquemia focal, gangrena Rins – Oliguria, Azotemia Ap. Respiratório – SARA GI – Ulceração aguda Anemia Hemolítica Microangiopática SANGRAMENTO CIVD Os testes laboratoriais expressam um momento estático altamente dinâmica. de uma situação Testes Laboratoriais na CIVD SCREENING TAP, TTPa, TT Fibrinogênio Contagem de plaquetas Esfregaço de sangue periférico Dosagens plasmáticas AT, PC Fatores de coagulação Plasminogênio Marcadores de ativação da coagulação FPA, F 1+2 , TAT, fibrina solúvel Marcadores de ativação da fibrinólise PDF, D-Dímero, AP, AP 2 Diagnóstico de CIVD FASE 1 (ativação compensada) Poucos sintomas TTPa, TP, TT: normais Fibrinogênio: N ou Plaquetas: normais ou no limite inferior AT: discreta DD,TAT, PDF ,F : 1+2 Diagnóstico de CIVD FASE 2 (ativação descompensada) Sangramentos + disfunção de órgãos TTPa, TP, TT: Plaquetas: Fibrinogênio: N ou AT Fatores da Coagulação: DD, PDF, TAT, F e PC: : 1+2 Diagnóstico de CIVD FASE 3 (CIVD) em plena manifestação Sangramentos + disfunção de múltiplos órgãos TTPA, TP, TT: Plaquetas, fatores da coagulação: DD, PDF, TAT, F1+2 : Sistema de Pontuação para o Diagnóstico de CIVD Existe doença de base que pode se associar a CIVD? Sim = Continue Não = Pare C – Plaquetas (>100 = 0; < 100 = 1; < 50 = 2) PDF; D-Dímero (normal = 0; mode aumentado = 2; muito elevado = 3) TAP (< 3 seg = 0; > 3 seg e < 6 seg = 1; > 6 seg = 2) Fibrinogênio (> 100 = 0; < 100 = 1) Cálculo do Score Se 5 compatível com CIVD evidente, repetir diariamente Se < 5 sugestivo (não afirmativo) para CIVD não evidente; repetir em 1 – 2 dias *Proposto pela SIHT; julho/2001 CIVD TRATAMENTO: -Tratamento da doença de base - Medidas de suporte Heparina (dose profilática) Inibidores de trombina Anti TF - Anticoagulantes - Transfusão de Plaquetas (plaq. < 50.000/mm3) - Transfusão de plasma e crioprecipitado (fase 2) se sangramento se FI < 100 a 150 mg/dl - Conc. de inibidores (AT, PC, TF PI) -Antifibrinolíticos (contra indicados) Hematology Education. EHA, 2012; 6(1)151. CIVD Fator Desencadeante Tratamento Bloquear a Coagulação Resposta Inflamatória de Suporte Plaquetas Antitrombina PFC Proteína C ativada Crio Heparina Cx Protrombínico* H B P M Trombomodulina *Hematology Education. EHA, 2012; 6(1)150. Transfusão De Plasma Fresco Congelado Reversão de ACO Em situações de necessidade de intervenção cirúrgica de urgência (em tempo inferior a 12 horas), quando não há disponibilidade do Concentrado de Complexo Protrombínico o PFC (10-15mL/Kg) associado à reposição IM de vitamina K podem ser usados. Deve-se verificar se houve correção do TAP antes de iniciar o procedimento cirúrgico e proceder nova reposição de PFC Transfusão De Plasma Fresco Congelado Indicação Em pacientes com hemorragia e TP maior do que 1,5 vezes valor normal e/ou o TTPa maior do que 1,5 vezes o controle normal. AM. Farm Physician. Review.p.719-24,2011 Transfusão De Plasma Fresco Congelado Indicação Evidência de distúrbio da coagulação em transfusão maciça (> 1 volemia/24H), evitando-se utilização profilática ou indicação a partir de fórmulas pré-determinadas. É importante seguir os testes laboratoriais de coagulação e iniciar reposição apenas quando se mostrarem alterados em paciente com sangramento (TP e TTPa com R > 1,5). Transfusão De Plasma Fresco Congelado Dose Terapêutica Considerar a situação clínica e hemodinâmica do paciente, doença de base e meia vida do fator de coagulação que se deseja repor. A utilização de 10-20 ml/ kg de peso aumenta em 20% a 30% os níveis dos fatores de coagulação. OBS: 1ml de PFC contém 1U de todos os fatores da coagulação. Compatibilidade Sanguínea na Transfusão De Plasma Fresco Congelado A compatibilidade para o sistema ABO deve ser sempre respeitada, embora não seja imprescindível transfusão com componentes de grupo idêntico ao do receptor Não há necessidade de considerar compatibilidade para o sistema Rh (considerando que as unidades usadas no hospital apresentam uma pequena contaminação com hemácias). Não há necessidade compatibilidade de realização de provas de Crioprecipitado É a fração de plasma insolúvel a frio, obtida a partir do PFC. Bolsa de Crio: FVIII, FvW,Fibrinogênio e Fator XIII e Fibronectina. Portaria MS nº1353/2011 Crioprecipitado Indicações Repor fibrinogênio em pacientes com CIVD e graves hipofibrinogenemias (<100 a 150mg/dL) com sangramentos, na indiponibilidade do hemoderivado. Repor FXIII em pacientes com hemorragia por déficit de FXIII quando não se dispuser do concentrado industrial. Repor FXIII na hemorragia maciça do Trauma (?) Crioprecipitado- Indicações Repor FvW em pacientes com doença de von Willebrand que não respondem ao DDAVP ou quando não se dispuser de DDAVP, concentrado de FvW ou concentrado de Fator VIII rico em multímeros de von Wilebrand. Compor a fórmula da cola de fibrina. Transfusão Maciça com hemorragia. Insuficiência hepática grave. AM. Farm Physician. Review.p.719-24,2011 Transfusão De Crioprecipitado Dose 1 unidade de Crioprecipitado para cada 5-10 kg/peso corporal do paciente. Coagulopatias Hereditárias Hemofilia Hemofilia A: – def. fator VIII (70 - 85%) – 1:10.000 nascimentos masculinos Hemofilia B: – def. fator IX (15 - 30%) – 1: 30.000 nascimentos masculinos gene fator VIII e fator IX - cromossomo X 30% casos mutações “de novo” DOENÇAS HEMORRÁGICAS Congênitas: D. de von Willebrand Trombopatias Adquiridas: PTI Desordens Hemorrágicas Plaquetas Ligadas PLAQUETOPENIA : contagem < 150.000/mm³ Manifestações Hemorrágicas não espontâneas entre 50000 - 100.000/mm³ Manifestações Hemorrágicas espontâneas < 50.000/mm³ Manifestações Hemorrágicas espontâneas graves < 20.000/mm³ as Hemofilia Hemograma Normal Tempo sangria TP/INR TTPa Normal Normal TTPa 50% Normal FVIII:C ou FIX:C FVW e/ou RiCof Normal Complicações Agudas Episódios Hemorrágicos • Episódios hemorrágicos – Hemartroses em joelho, cotovelo, tornozelo: • > 80% dos sangramentos Complicações Agudas Episódios Hemorrágicos Complicações Agudas Episódios Hemorrágicos Outros sangramentos – Retroperitôneo • Hemorragias maciças TGI • Risco de choque hipovolêmico • Pode estar associado à hipertensão portal Orofaringe • Cervical: compressão de vias aéreas superiores Complicações Agudas Episódios Hemorrágicos Outros sangramentos – Hematúria • Descartar litíase e infecção • Evitar obstrução: hidratar vigorosamente • Importância do repouso • Recorrência comum • Reposição de fator apenas após hidratação vigorosa (48-72h) com persistência de hematúria macroscópica. Nunca usar antifibinolítico Hemofilia -Tratamento Tratamento: • Reposição de fator • Terapêutica auxiliar: – antifibrinolíticos – DDAVP (Hemofilia A leve) • Medidas profiláticas: – fisioterapia – controle odontológico – exercício Imobilização, gelo, repouso, analgesia Plasma Crioprecipitado Sangue total Estudos clínicos: novos produtos (ex. PEG-FVIII) Concentrado FVIII de alta pureza com inativação viral Concentrado FVIII de pureza intermediária 1a geração FVIII recombinante 2a geração FVIII recombinante Vol. (mL) 2000UI > 4000 2000 400 80 20 5 5 Hemofilia -Tratamento Reposição de Fator • FVIII: 1U/kg eleva 2 % fator plasmático (t1/2: 12h) • FIX: 1U/kg eleva 1% fator plasmático (t1/2: 18h) (1mL plasma fresco = 1UI FVIII e 1UI FIX) Tratamento de Reposição Formas de tratamento: – de demanda – profilaxia : • • primária secundária • dose única • período: limitado ou à longo prazo Modo de administração: – em bolus – infusão contínua Obrigada! [email protected]