Plaquetas, plasma fresco e crioprecipitado: Qual a evidencia clínica para seu uso em UTIN? Platelets, Frozen Plasma, and Cryoprecipitate: What is the Clinical Evidence for Their Use in the Neonatal Intensive Care Unit? Brandon S. Poterjoy and Cassandra D. Josephson, M Semin Perinatol 33:66-74 © 2009 Apresentação:Rafael Andrade R4 UCIP Coordenação: Josileide G Castro www.paulomargotto.com.br 1/09/2009 Introdução • A transfusão de plaquetas, plasma fresco, e criopreciptado é uma prática comum nas unidades de terapia intensiva neonatal. • Estudos mostraram que neonatos tem níveis mais baixos de anticoagulantes naturais, dentre eles antitrombina III, proteína C e S e co-fator II. Introdução • Dentro de 6 semanas de vida ocorre a maturação do sistema de coagulação e todos os fatores com exceção da proteína C aproximam dos valores de adultos. Introdução • A proposta desse artigo é revisar os tipos de plaquetas, plasma fresco, e crioprecipitado e as bases atuais para seu uso na pratica clínica de prematuros e crianças a termos. Plaquetas • Na prática clínica nos EUA nas plaquetas estão disponíveis em duas formas (concentrado de plaquetas e aférese de plaquetas. • Concentrado de plaquetas advém de um doador único ou de uma unidade de sangue total. • Na aférese de plaquetas utiliza-se uma máquina que separa as plaquetas e devolve o restante do conteúdos sanguíneo para o doador. Plaquetas • O que diferencia o concentrado de plaquetas da aférese é a leucofiltração. • A contaminação com células vermelhas, Rh sensibilização ocorrem mais no concentrado de plaquetas. • Os dois tipos de plaquetas devem ser estocados em temperaturas constantes, agitação suave, sua vida útil é de 5 dias. Plaquetas • Trombocitopenia é uma alteração comum em neonatos doentes, afetando de 20-30% de todos admitidos em UTIN. • 75% dos neonatos tem um grau moderado de trombocitopenia (50-150.000). • 25% tem plaquetas < 50 000. • As indicações de transfusão podem ser divididas em profilática e terapêuticas. Plaquetas • Indicações terapêuticas estão claras naquelas crianças com sangramentos. • A maioria das transfusões profiláticas visam prevenir a hemorragia intraventricular. Nesses casos o limiar para transfusão e a dose do concentrado é muito controverso. Plaquetas • Hemorragiua intraventricular (IVH) é a causa de maior morbidade em prematuros com uma incidência de 25-31% (RN de muito muito baixo peso). • Um total de 74% das IVH ocorre nas primeiras 48h de vida. Plaquetas • Estudos concluíram que prematuros sem sangramento com plaquetas >50.000 não devem receber concentrado de plaquetas como profilaxia. • Todos os neonatos com plaquetas <50.000 são transfundidos. Plaquetas • Murray transfunde todos neonatos com níveis de plaquetas de <30.000 principalmente na primeira semana de vida. • E 10% das crianças transfundidas com plaquetas entre 30-50000 tinham instabilidade ou IVH prévia. Plaquetas Plaquetas • Dose 5-10mL/Kg mostra um aumento nas plaquetas de 50 000 a 1000 000. Plaquetas • A decisão entre transfundir ou não transfundir crianças com plaquetas 50 000 permanece incerto principalmente no contexto do risco de IVH. Plaquetas • O que se sabe: contagem de plaquetas >50 000 parece ser seguro na maioria dos EUA e Canadá e pode ser usado como um nível consensual para crianças criticamente doentes na primeira semana de vida. Plaquetas • Crianças estáveis e fora no período de IVH se transfunde com um valor de 30000. Plasma fresco • O Plasma contém inúmeras proteínas dentre elas a albumina é a mais abundante, complemento, sistema de transporte, gama globulinas, fatores de coagulação (fibrinogênio Fator XIII, vWF, fator VIII e fatores vit K dependente). Plasma fresco • Produtos plasmáticos advém do sangue total ou da plasmaferese. • O tempo após a coleta ao tempo antes do congelamento determinará os produtos plasmático(fresh frozen plasma ou F24). Plasma fresco • Indicações: • A pratica de transfusão de plasma em UTIN não está bem definida. • Indicações controversas: • prevenção da IVH, suporte hemodinâmico, reconstituição sanguínea devido bypass cardíaco, no tratamento da infecções suporte imunológico) Plasma Plasma fresco • O Northern Neonatal Nursing Initiative (NNNI) testou a resposta à expansão precoce com plasma fresco congelado na tentativa de reduzir a mortalidade e morbidade em crianças com baixo peso e prematuros(<32sem). • Concluiu-se que não se obtiveram diferenças significativas relatadas nos sobreviventes. Plasma fresco • Osborn: meta analise usando precocemente expansão com diferentes volumes dentre eles o plasma fresco. • Conclusão: Não havia benefício associado com a expansão precoce com plasma fresco congelado para pré-termos (não provou melhora na pressão arterial, IVH, e diminuição da mortalidade, não resultou em melhora no neurodesenvolvimento) Plasma Plasma fresco • Dose: 1mL de plasma contém uma unidade internacional de fatores de coagulação. • Utiliza-se a dose de 10-20mL/kg de plasma. Essa quantidade é suficiente pra corrigir um déficit de fatores de coagulação em 30% Crioprecipitado • É um precipitado insolúvel formado à partir do descongelamento do plasma fresco congelado e é recongelado em plasma em 1 hora. • O crio contém altos níveis de Fator VIII, FVW, Fibrinogênio, Fator WIII e fibrinonectina. Crioprecipitado • Indicação: 1 está indicado em uma segunda linha terapêutica na vWD, na deficiência do fator VIII. 2 Outras indicações: deficiência de fator XIII, controle do sangramento em pacientes com deficiência congênita ou disfunção do fibrinogênio. Crioprecipitado • Indicações: • Doença cardíaca complicada por sepse. • Deficiência congênita de proteína C • Hemofilia A/B • Pré-termos com ruptura da artéria umbilical. Crioprecipitado • 1 unidade tem cerca de 15-20mLé capaz de aumentar o fibrinogênio plasmático em 60100mg/dL • Dose para crianças e adultos é de 1U/10Kg • Em neonatos 1unidade aumenta o fibrinogênio em mais de 100mg/dL • Dose para neonatos 2mL/kg ou 1U/7Kg. • Administração a cada 8 ou 12h por diversos dias. Transfusão Relacionada a Morbimortalidade • Vários estudos relatam a associação entre transfusão de plaquetas e aumento da mortalidade em neonatos. • Não se dispõe de explicações clara para explicar esse aumento na morbimortalidade. Complicações associado à transfusão