1 - Quando é preciso receber uma transfusão de sangue ou de hemocomponentes?
Quando o paciente é avaliado por seu médico assistente e esta avaliação mostra necessidades
de reposição de hemácias, plaquetas , volume circulante, ou correção de alterações de
coagulação que possam trazer risco à vida deste paciente.
2 - Quem determina esta necessidade?
O médico assistente normalmente é o responsável pela indicação da transfusão, mas em
ocasiões especiais, um outro médico que esteja atendendo o paciente em regime de urgência, ou
em casos de emergência grave,
3- Como saber se posso receber uma determinada bolsa de sangue?
Toda solicitação de transfusão de sangue é encaminhada, com a respectiva amostra de sangue
do paciente, para um laboratório de seleção pré-transfusional. Neste laboratório, a amostra do
sangue será avaliada por profissionais qualificados em todos os níveis de um laboratório
especializado ( médicos, biomédicos, biólogos e técnicos), e uma ou mais unidades de sangue
serão selecionadas para os testes. Estes testes são chamados testes de compatibilidade que
avaliam a classificação sanguínea do paciente, e a presença de anticorpos irregulares no seu
soro. As unidades testadas, se compatíveis, poderão ser transfundidas sem trazer problemas para
o paciente.
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4 - É seguro receber uma transfusão de sangue?
Muitas atitudes são tomadas pelo Serviço de Hemoterapia para garantir ao máximo a segurança
das transfusões. É bom lembrar que nenhum Serviço do mundo pode garantir 100% de
segurança nos hemocomponentes a serem transfundidos porque existe uma limitação de
segurança determinada pela janela imunológica que varia de doença para doença. Mas todas as
tecnologias disponíveis atualmente no mundo para a detecção das doenças transmissíveis pela
transfusão, são, por lei, obrigatoriamente aplicadas para garantir um máximo de segurança próximo de 100%.
5 - O sangue transfundido pode transmitir doenças?
Sim. São passíveis de transmissão: Hepatites B e C, HIV, HTLV, Malária, Doença de Chagas,
Sífilis, etc. Por isto, é muito importante que a seleção dos doadores seja bem feita desde a
entrevista do candidato, onde nenhuma informação sobre o doador deverá ser omitida, até os
exames que serão feitos em sua amostra para verificar a existência ou não destas doenças que
podem ser transmitidas pelas transfusões.
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6 - Como se verifica a segurança do sangue que vai ser transfundido?
A amostra obtida durante a coleta do sangue é encaminhada a dois laboratórios de suma
importância para a segurança do ato transfusional: Laboratório de Sorologia e Laboratório de
Imunogenética.
O primeiro destes avalia o sangue quanto à possibilidade de existência de Doenças
Transmissíveis pela Transfusão, com todos os exames obrigatórios determinados pela RDC 1353
da ANVISA, por mais de uma tecnologia, devidamente validadas.
O segundo realiza a classificação sanguínea das unidades coletadas e pesquisa de anticorpos
irregulares. Pode proceder também a fenotipagem destas unidades.
O sangue, como matéria prima utilizável em transfusões só é liberado após avaliação de ambos
os laboratórios.
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7 – Pode haver uma reação durante a transfusão?
Sim. Existem algumas circunstâncias em que o paciente pode apresentar reações ao componente
sanguíneo transfundido. Estas reações são de vários tipos e, algumas delas muito graves,
podendo trazer risco à integridade do paciente: reações alérgicas, febris não hemolíticas,
hemolíticas imediatas ou tardias, sobrecarga volêmica, lesão pulmonar aguda relacionada à
transfusão (TRALI), e transmissão de doenças. Elas variam em intensidade e gravidade de forma
imprevisível e merecem intervenção imediata do médico hemoterapêuta.
8 – Como é tratada esta reação?
As reações transfusionais são variadas e, por isto, recebem tratamentos igualmente variados.
Importante que os profissionais de saúde, responsáveis pela transfusão, acompanhem a
transfusão nos primeiros 15 minutos da sua realização. A maioria das reações acontece neste
período. No caso de uma reação, a primeira atitude é interromper a transfusão. O Médico
Hemoterapêuta responsável é acionado imediatamente, e tomará as medidas em relação ao
tratamento da reação de acordo com a intensidade e gravidade do processo. Material de
socorro em emergência deve estar sempre disponível pois poderá ser necessário em alguns tipos
de reação.
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9 – Se houver necessidade de outra transfusão, vai haver nova reação?
Não necessariamente, mas a possibilidade existe. Por isto, são estabelecidos protocolos
transfusionais referentes às reações verificadas. Estes protocolos tentam evitar a recorrência
destas com pré – medicação, ou a indicação de procedimentos especiais. Estes procedimentos
(lavagem, desleucocitação, desplasmatização, irradiação e aliquotagem), visam a remoção da
susbtância, célula ou volume, focos (causas?) da reação.
No caso das reações alérgicas, esta pode ser específica contra um tipo de proteína contra qual,
paciente nunca mais terá contato, portanto nunca mais apresentará reação alérgica. Mas se a
alergia tem um caráter menos específico ela pode se apresentar em uma nova transfusão, e se
mostrar cada vez mais grave, se não houver intervenção médica. Outro tipo de reação muito
comum, é a reação febril contra leucócitos, onde o paciente tem anticorpos contra os leucócitos
transfundidos junto com o componente desejado. Todas as reações podem ser evitadas ou
minimizadas com a utilização destes procedimentos.
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Laboratório de Seleção Transfusional
Laboratório especializado onde são feitos os testes que mostram a possibilidade ou não de uma
unidade de sangue ser transfundida em um determinado paciente. Neste laboratório, são
processadas a classificação sanguínea do paciente, e as pesquisas de anticorpos irregulares que
podem trazer problemas para o paciente durante e após a transfusão. Além disto também são
estudados os fenótipos referentes aos vários grupos sanguíneos dos pacientes e doadores. A
fenotipagem pode ser “curta”, pode abranger apenas onde se a pesquisa dos sistemas ABO, Rh
e Kell, ou ser estendida, onde os demais sistemas com significação clínica nas transfusões
também são estudados.
Testes de Compatibilidade
São testes de laboratório onde se verificam as possibilidades de uma unidade de sangue ser
transfundida em um paciente pela sua compatibilidade com ele. Há uma exposição dos antígenos
eritrocitários ao soro dos pacientes, e, se houver uma anticorpo específico contra qualquer
antígeno das hemácias presentes no hemocomponente ele se mostrará presente tornando o
sangue incompatível.
Janela Imunológica
É o período de tempo entre o momento em que alguém contrai uma doença e os anticorpos de
defesa desta doença começam a aparecer na circulação sanguínea deste alguém. Só com a
presença destes anticorpos a doença poderá ser detectada pelas técnicas sorológicas e, então, a
unidade de sangue poderá ser descartada, evitando a transmissão da doença.
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Doenças Transmitidas Pelas transfusões
São todas as doenças que podem ser transmitidas através de uma transfusão de sangue. São
motivo de grande preocupação nos processos de segurança transfusional e retrovigilância.
Laboratório de Sorologia
Laboratório especializado na realização de exames que possam detectar doenças transmitidas
pelas transfusões. No Brasil, através da RDC 1353 da ANVISA , são feitas pesquisas específicas
contra microorganismos capazes de transmitir doenças como: hepatites B e C, HIV, HTLV,
Doença de Chagas e Sífilis.
Laboratório de Imunogenética
Laboratório especializado na realização de exames de classificação sanguínea, detecção de
anticorpos antieritrocitários, e compatibilização de unidades de sangue requisitadas para os
pacientes.
Protocolos Transfusionais
São protocolos instituídos pela instituição promotora da transfusão visando a proteção do
paciente, em relação a necessidades especiais na prevenção de efeitos adversos à transfusão de
sangue. Estes efeitos podem ser relacionados a reações imediatas ou tardias, ou prevenção de
efeitos adversos em relação a tratamentos futuros.
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Laboratório de Imunogenética