2177 Trabalho 2824 - 1/4 FREQUENCIA DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM PACIENTES ATENDIDOS COM QUEIXAS DE DOR TORÁCICA AGUDA EM SERVIÇOS DE REFERÊNCIA EM URGÊNCIA HOSPITALAR NO CEARÁ CARVALHO, Rebeka Rafaella Saraiva1 LEITE, Ana Claudia de Souza2 LIMA, Danielly Sousa3 CASEMIRO, Ismael Lima3 SANTIAGO, Thais Nascimento3 LOPES, Larissa Vasconcelos3 Introdução: Estima-se quantitativo de 4 milhões de atendimentos anuais por dor torácica no Brasil. Esta é certamente uma das causas mais comuns de procura de assistência médica na salas de emergência. O manuseio diagnóstico de pacientes com queixa de dor torácica constitui-se num dos grandes desafios da saúde pública, pois gera custo muito alto, já que é necessária a hospitalização para haver investigação diagnóstica (afastar infarto agudo do miocárdio). Além disso, muitos pacientes são liberados erroneamente para casa sem ter o diagnóstico feito na sala de emergência. Esses dados apontam para a necessidade de se estabelecer métodos e critérios de identificação rápida daqueles portadores de doenças de alto risco, a fim de tratá-los precoce e apropriadamente, e daqueles não portadores de cardiopatia, a fim de liberá-los de imediato, com segurança e baixo custo. Objetivos: Diante de tal contexto esta pesquisa busca avaliar a importância da prevenção na promoção da saúde pelo enfermeiro e atentar para a necessidade de se estabelecer um verdadeiro atendimento de saúde, o qual enfoque o estilo de vida, as condições sociais e o ambiente. O paciente, como ser maior e diferente que a soma de suas partes, não deve ser apenas diagnosticado e tratado com drogas, mas sim cuidado, respeitado, nutrido, compreendido e auxiliado. Apesar de existirem inúmeras doenças que causam dor torácica, aquelas originadas do aparelho cardiovascular – que incluem o infarto agudo do 1 Discente do Curso de Enfermagem. Universidade Estadual do Ceará (UECE). Bolsista de Iniciação Científica (IC-UECE). Integrante do Grupo de Pesquisa Tecnologia para os Cuidados Clínicos da Dor (TECDOR-UECE). E-mail: [email protected] 2 Enfermeira. Doutora em Enfermagem Clínico-Cirúrgica. Professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Líder do Grupo de Pesquisa Tecnologia para os Cuidados Clínicos da Dor (TECDOR-UECE). 3 Discente do Curso de Enfermagem. Universidade Estadual do Ceará (UECE). Bolsista do Grupo de Pesquisa Tecnologia para os Cuidados Clínicos da Dor - TECDOR-UECE 21 2178 Trabalho 2824 - 2/4 miocárdio (IAM) – são as que trazem maiores preocupações aos profissionais de saúde e ao próprio paciente. Isto é explicado pelo maior risco de mortalidade e de necessidade de hospitalização. Entretanto, somente 10 a 15% dos pacientes que chegam às salas da emergência com dor no peito apresentam IAM, porém, mais de 50% são hospitalizados para investigação diagnóstica. No Brasil, a Cardiopatia Isquêmica é uma das principais causas de morte e de hospitalização da rede pública. Na primeira metade da década de 90, representavam 30% do total das mortes. No Nordeste, os dados do SUS mostram que as doenças do aparelho circulatório somam 30,3% da mortalidade, sendo que destas há prevalência do infarto agudo do miocárdio (IAM) (17,8%), não ficando longe da realidade do Estado do Ceará. Desse modo, esta pesquisa tem como objetivo geral identificar a presença de infarto agudo do miocárdio em pacientes atendidos com dor torácica aguda em um hospital de referência do Estado do Ceará. Metodologia: Pesquisa descritiva e exploratória, realizada com pacientes que relatam dor torácica e procuraram atendimento no Hospital de Messejana (HM) no período de março de 2007 a agosto de 2009, com 430 pacientes entrevistados. A amostra foi composta de apenas 128 pacientes. Utilizou-se formulário contendo questões sócio-demográficas, referentes a presença de episódios anteriores e diagnóstico atual de IAM. A análise e discussão utilizou-se de estatística descritiva simples e literatura pertinente ao tema. Os aspectos éticos presentes nas Diretrizes e Normas Regulamentadoras da Pesquisa envolvendo seres humanos da Resolução nº 196/96 foram respeitados. Resultados e Discussão: O perfil sóciodemográfico da amostra apontou para 54,2% do sexo feminino, 45,8% do sexo masculino, 43% de idosos e 60% casados. Encontrou-se que 47,65 % dos pacientes atendidos no hospital de Messejana Dr.Carlos Alberto Studart Gomes com queixa de dor torácica já sofrem de doença cardíaca. Apesar da expressiva redução da letalidade hospitalar por IAM, decorrente da introdução de novas tecnologias, como o advento das unidades coronarianas, uso de agentes fibrinolíticos, da aspirina e betabloqueadores e, mais recentemente, da angioplastia coronária primária, a questão da mortalidade pré-hospitalar permanece praticamente inalterada, acarretando inúmeros prejuízos à sociedade. Portanto um dos grandes desafios no esforço de reduzir a mortalidade por infarto e minimizar seus danos físicos, psicológicos e sociais é reconhecer o motivo do 2179 Trabalho 2824 - 3/4 retardo pré-hospitalar (período decorrido entre o início dos sintomas e a chegada ao hospital) para, então, promover a valorização por parte dos pacientes da busca de tratamento médico precoce. Conclusão: Conclui-se então que sendo a Enfermagem uma ciência cuja essência é o cuidado ao ser humano, desenvolvendo atividades de promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde, torna-se necessário promover a educação da população de risco (acima de 65 anos) para doenças cardíacas com o intuito de prevenir o próprio infarto ou reduzir seus danos físicos, psicológicos e sociais, o que demanda a necessidade de reflexão e proposição de estratégias de prevenção individualizadas para a modificação de estilos de vida que propiciem a manutenção ou progressão da doença arterial coronariana e a valorização por parte dos pacientes da busca de tratamento médico precoce. Possibilitando assim, transformação social e sustentabilidade ambiental, já que a prevenção promove contenção dos custos e melhoria da assistência em saúde. Descritores: Dor torácica, Prevenção, Infarto agudo do miocárdio BIBLIOGRAFIA: BASSAN, R. et al. Dor Torácica na Sala de Emergência. A Importância de uma Abordagem Sistematizada. Arq. Bras. Cardiol. Rio de Janeiro, v.74, n.1, p.13-21, 2000. BASSAN, R. et al. Eficácia de uma Estratégia Diagnóstica para Pacientes com Dor Torácica e sem Supradesnível do Segmento ST na Sala de Emergência. Arq. Bras. Cardiol. Rio de Janeiro, v.74, n.5, p.405-411, 2000. BASSAN, R.; PIMENTA, L.; LEÃES, P. E.; TIMERMAN, A. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz de Dor Torácica na Sala de Emergência. Arq. Bras. Cardiol. v.79, p.1-23, 2002. 2180 Trabalho 2824 - 4/4