Artigo Original
Controle da Pressão Arterial em Hipertensos do Programa Hiperdia:
Estudo de Base Territorial
Blood Pressure Control in Hypertensive Patients in the “Hiperdia Program”: A Territory-Based Study
Clarita Silva de Souza1, Airton Tetelbom Stein2, Gisele Alsina Nader Bastos2, Lucia Campos Pellanda1,2
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia - Instituto de Cardiologia/Fundação Universitária de Cardiologia1;
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA2, Porto Alegre, RS - Brasil
Resumo
Fundamento: A hipertensão arterial sistêmica apresenta alta prevalência e é um importante fator de risco para
eventos cardiovasculares. O controle da pressão arterial em pacientes hipertensos cadastrados no Programa
Hiperdia, um programa do Sistema Único de Saúde para acompanhamento e monitoramento dos hipertensos,
permanece muito abaixo do desejável.
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico e avaliar o controle da pressão arterial em pacientes cadastrados no
Hiperdia, em Novo Hamburgo (RS).
Metodologia: Estudo transversal, com amostra probabilística estratificada por conglomerados, incluindo 383 adultos
cadastrados no Programa Hiperdia das 15 Unidades Básicas de Saúde do município, realizado entre 2010 e 2011.
A pressão arterial controlada foi definida como ≤140 mmHg × 90 mmHg. Os hipertensos foram entrevistados e
a pressão arterial foi mensurada com aparelho aneroide calibrado. Na análise estatística foram utilizados razões de
prevalência (RP) com intervalo de confiança de 95%, teste χ2 de Wald e regressão de Poisson simples e múltipla.
Resultados: A média de idade foi de 63 ± 10 anos, sendo a maioria mulheres, pertencentes à classe C, com baixa
escolaridade, sedentários e com histórico familiar para HAS. O diabetes melito (DM) estava presente em 31%, a adesão
ao tratamento anti-hipertensivo era de 54,3%, e 33,7% estavam com pressão arterial controlada. O DM mostrou-se
fortemente associado com o controle inadequado da PA, com 15,7% dos diabéticos com PA considerada controlada.
Conclusão: Mesmo com o cadastro no Programa Hiperdia, o controle da PA nos hipertensos não é satisfatoriamente
alcançado e mantido, sendo os hipertensos diabéticos os que apresentam o controle mais inadequado. (Arq Bras Cardiol.
2014; 102(6):571-578)
Palavras-Chave: Hipertensão / complicações; Fatores de Risco; Hipertensão / epidemiologia; Programas Governamentais;
Monitoramento Epidemiológico; Adesão à Medicação.
Abstract
Background: Systemic hypertension is highly prevalent and an important risk factor for cardiovascular events. Blood pressure control in
hypertensive patients enrolled in the Hiperdia Program, a program of the Single Health System for the follow-up and monitoring of hypertensive
patients, is still far below the desired level.
Objective: To describe the epidemiological profile and to assess blood pressure control of patients enrolled in Hiperdia, in the city of
Novo Hamburgo (State of Rio Grande do Sul, Brazil).
Methods: Cross-sectional study with a stratified cluster random sample, including 383 adults enrolled in the Hiperdia Program of the 15 Basic
Health Units of the city of Porto Alegre, conducted between 2010 and 2011. Controlled blood pressure was defined as ≤140 mmHg × 90 mmHg.
The hypertensive patients were interviewed and their blood pressure was measured using a calibrated aneroid device. Prevalence ratios (PR) with
95% confidence interval, Wald’s χ2 test, and simple and multiple Poisson regression were used in the statistical analysis.
Results: The mean age was 63 ± 10 years, and most of the patients were females belonging to social class C, with a low level of education,
a sedentary lifestyle, and family history positive for systemic hypertension. Diabetes mellitus (DM) was observed in 31%; adherence to the
antihypertensive treatment in 54.3%; and 33.7% had their blood pressure controlled. DM was strongly associated with inadequate BP control,
with only 15.7% of the diabetics showing BP considered as controlled.
Conclusion: Even for hypertensive patients enrolled in the Hiperdia Program, BP control is not satisfactorily reached or sustained. Diabetic hypertensive
patients show the most inappropriate BP control. (Arq Bras Cardiol. 2014; 102(6):571-578
Keywords: Hypertension / complications; Risk Factors; Hypertension / epidemiology; Government Programs; Epidemiological Monitoring;
Medication Adherence.
Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br
Correspondência: Lucia Campos Pellanda •
Av. Princesa Isabel, 370, Santana, CEP 90.620-000, Porto Alegre, RS - Brasil
E-mail: [email protected]; [email protected]
Artigo recebido em 03/09/13; revisado em 31/01/14; aceito em 07/02/14.
DOI: 10.5935/abc.20140081
571
Souza e cols.
Controle da pressão arterial no Programa Hiperdia
Artigo Original
Introdução
a sua associação com aspectos socioeconômicos, uso de
tabaco e álcool, antecedentes familiares para HAS, adesão
ao tratamento, conhecimento de práticas saudáveis à saúde,
participação em grupos de educação em saúde — hipertensos,
diabetes melito e prática de atividade física em cidade de
médio porte no sul do país.
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) representam
um dos principais desafios de saúde para o desenvolvimento
global nas próximas décadas1. Entre elas, a hipertensão arterial
sistêmica representa importante fator de risco para as doenças
cardiovasculares e está presente em 69% dos pacientes com
um primeiro infarto do miocárdio, em 77% dos pacientes com
um primeiro acidente vascular cerebral, em 74% dos pacientes
com insuficiência cardíaca crônica e em 60% dos pacientes
com doença arterial periférica2.
Métodos
Este é um estudo transversal, com amostra probabilística
de base territorial, estratificada por Unidade Básica de
Saúde (UBS) que compõe a Rede de Atenção Básica de
Novo Hamburgo (RS). Todas as 15 UBS do município foram
incluídas, conforme demonstrado na Tabela 1. Foi realizado
sorteio proporcional de acordo com o número de pacientes
cadastrados no Hiperdia6 em cada UBS, ordenados em
tabelas numeradas para cada unidade. O Programa Hiperdia
foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde, para cadastro,
acompanhamento e avaliação dos hipertensos, gerando
relatórios quantitativos de acordo com faixa etária, sexo,
medicamentos utilizados e acompanhamento da pressão
arterial, sendo a inclusão dos dados de responsabilidade das
secretarias municipais de saúde.
O controle da pressão arterial nos hipertensos tem
ligação muito estreita com a adesão ao tratamento prescrito.
A não adesão à medicação é uma preocupação importante
para os profissionais de saúde e para os gestores, sendo
necessários estudos que ajudem a melhorar a adesão
aos tratamentos anti‑hipertensivos, principalmente em
pacientes com hipertensão com alto risco cardiovascular.
Nesses pacientes, o controle dos agravos pode reduzir
significativamente a mortalidade por essas doenças, assim
como os custos do atendimento das suas complicações3.
Adicionalmente, o controle inadequado da pressão
arterial pode aumentar o risco de crises hipertensivas com
necessidade de internação hospitalar4. Vários fatores podem
estar relacionados à adesão, incluindo as características
do paciente, a qualidade da relação médico‑paciente,
a gravidade da doença, o acesso aos cuidados de
saúde e fatores específicos relacionados à prescrição
medicamentosa5.
Os seguintes parâmetros foram utilizados para o cálculo
do tamanho da amostra: prevalência de hipertensão arterial
sistêmica de 28%, IC de 95% e erro aceitável de 5%, totalizando
383 pacientes. Inicialmente foi feito um rastreamento do banco
de dados do Hiperdia, retirando pacientes com dupla entrada
em razão da grafia do nome e sobrenome, registro em mais
de uma UBS e pacientes com diagnóstico de diabetes melito
exclusivamente. Os sujeitos incluídos foram pacientes com
20 anos de idade ou mais, ambos os sexos, cadastrados no
Assim, o objetivo deste estudo é descrever o perfil
epidemiológico e avaliar o controle da pressão arterial em
pacientes cadastrados no Programa Hiperdia, avaliando
Tabela 1 – Pacientes cadastrados no Programa Hiperdia de Novo Hamburgo (RS) — 2011
Hipertensos
Hipertensos + DM
Total
Amostra
estratificada
Questionários não
respondidos
Questionários
respondidos
Santo Afonso
828
155
983
82
7
75
Hamburgo Velho
296
69
365
30
2
28
Primavera
225
64
289
24
2
22
Guarani
178
31
209
17
1
16
Canudos
554
135
689
58
5
53
Iguaçu
67
11
78
7
0
7
Lomba Grande
250
68
318
26
2
24
Rondônia
87
14
101
9
1
8
Kephas
219
64
283
24
2
22
Roselândia
128
28
156
13
1
12
Rincão
320
41
361
30
2
28
Kraemer
78
45
123
10
1
9
Redentora
80
15
95
8
1
7
Boa Saúde
211
85
296
25
2
23
Liberdade
201
40
241
20
1
19
3.722
865
4.587
383
30
353
UBS
TOTAL
Arq Bras Cardiol. 2014; 102(6):571-578
572
Souza e cols.
Controle da pressão arterial no Programa Hiperdia
Artigo Original
Programa Hiperdia, com diagnóstico de hipertensão arterial
(≥140 mmHg × 90 mmHg) ou hipertensão arterial e diabetes
melito (≥130 mmHg × 80 mmHg). Foram excluídos pacientes
institucionalizados, no momento da aplicação do questionário
de pesquisa, em hospital, asilo, privados de liberdade, mudança
de domicílio para área de outra UBS ou para outro município.
Os instrumentos utilizados para a coleta de dados
constituíram um questionário estruturado, composto de
perguntas relativas à identificação socioeconômica do sujeito
cadastrado como hipertenso no Hiperdia, conforme Critério
de Classificação Econômica Brasil (CCEB)7, conhecimento
sobre medidas de cuidado da saúde, fatores de risco como
tabagismo, sedentarismo, antecedentes familiares, presença
de DM, percepção da doença, adesão ao tratamento
avaliado por meio do teste de Morisky8. O instrumento
foi aplicado por entrevistadores treinados, enfermeiros ou
técnicos de enfermagem.
Os valores da pressão arterial (PA) foram medidos com
aparelho aneroide de marca Solidor, lote BE15B, certificado
do Inmetro, conforme a técnica preconizada nas VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão Arterial Sistêmica9, com agendamento
individual para cada sujeito da pesquisa na respectiva UBS e
apoio da Secretaria Municipal de Saúde ou por meio de visita
domiciliar. Foram realizadas duas medidas da PA, sendo a
primeira após a aplicação da metade do questionário e a
segunda ao final do mesmo, na própria UBS ou na residência do
hipertenso, nos casos de impossibilidade de comparecimento
à unidade de saúde. A coleta foi realizada entre junho de
2010 e abril de 2011. O controle de qualidade na coleta dos
dados foi efetuado por meio da reaplicação do questionário
em 4% do total da amostra, também selecionados de forma
probabilística e de acordo com a proporção de pacientes de
cada UBS, garantindo que nenhuma unidade deixasse de ser
avaliada. Também foi realizada a verificação da PA até cinco
dias após a primeira coleta de dados.
Resultados
Foram estudados os resultados de 353 pacientes
com diagnóstico de HAS ou HAS e DM, em razão de
30 integrantes da amostra recusarem-se a participar
da pesquisa, terem mudado de domicílio ou estarem
institucionalizados. A Tabela 2 apresenta as características
sociodemográficas da amostra estudada. A maior parte
da amostra foi constituída de mulheres (69,4%) e
pacientes acima de 60 anos de idade (62,1%); 64,7% dos
entrevistados pertenciam às classes C1 e C2; 31% tinham
diagnóstico de DM. A pressão arterial não estava controlada
em 63,3% dos hipertensos.
Em relação à história de internação hospitalar nos últimos
dois anos, 27,1% referiram ter se internado por HAS ou
situação a ela relacionada. Destes, 4,1% tiveram duas
internações, e 1,9%, mais de três internações.
Do total dos respondentes, somente 51 afirmaram
participar de grupos de hipertensos, representando 47,1%
daqueles com PA controlada.
A Tabela 3 apresenta a distribuição das variáveis em
relação ao controle da PA e as razões de prevalências brutas e
ajustadas. Na análise bruta, o controle de pressão arterial esteve
associado de forma significativa ao sexo feminino, à realização
Tabela 2 – Características da amostra de hipertensos cadastrados
no Programa Hiperdia de Novo Hamburgo (2011)
Os entrevistadores participaram de reuniões preparatórias
de discussão e treinamento para o correto preenchimento do
questionário, aplicando-o em um estudo-piloto. O manuseio
do esfigmomanômetro e a ausculta dos sons de Korotkoff
foram treinados em oficinas práticas acompanhadas de
manual com instruções.
Variáveis
Branca
316 (89,5)
Os dados foram registrados por dupla digitação no
programa Epidata e analisados com auxílio do Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versão 19.0. A análise
incluiu o cálculo das medidas de frequência, percentual para
variáveis categóricas e desvio-padrão para variáveis contínuas
contidas no questionário e medida da PA. A medida de efeito
foi a razão de prevalência (RP), com intervalo de confiança
de 95%, e o teste χ2 de Wald com regressão de Poisson
simples e múltipla.
Parda
16 (4,5)
Preta
21 (6,0)
A análise multivariada foi realizada por regressão
de Poisson, considerando p < 0,20 para o controle de
fatores de confusão, cujas variáveis analisadas foram:
sexo, idade, escolaridade, classificação socioeconômica,
atividade física, tabagismo, tempo de conhecimento da
hipertensão, conhecimento de hábito saudável no uso
do sal, consulta ao médico regularmente, uso de bebida
alcoólica e presença de DM.
573
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa e protocolado sob o n.º UP 4.344/09. Todos
os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
Arq Bras Cardiol. 2014; 102(6):571-578
Sexo feminino
Idade, média ± desvio-padrão
Frequência (%)
245 (69,4)
63 ± 10
Cor da pele
Classe social*
B1 + B2
23 (6,5)
C1
86 (24,4)
C2
142 (40,3)
D+E
101 (28,8)
Escolaridade
Analfabeto/Fundamental (1.ª a 4.ª)
196 (57,8)
Fundamental (5.ª a 8.ª)
125 (36,9)
Médio/Superior
Casado/vive com campanheiro
18 (5,3)
226 (65,9)
*Classe social: Critério de Classificação Econômica Brasil, 2011.
Souza e cols.
Controle da pressão arterial no Programa Hiperdia
Artigo Original
Tabela 3 – Distribuição das variáveis dos pacientes cadastrados no Programa Hiperdia em relação à PA controlada
N
PA controlada
Valor p*
RP (IC95%)
RP ajustada (IC95%)
Valor p**
Masculino
108
25%
−
1,00
1,00
−
Feminino
245
37,60%
0,016
1,50 (1,04 a 2,16)
1,50 (0,81 a 2,79)
0,197
< 60 anos
133
38,30%
−
1,00
1,00
−
≥ 60 anos
220
30,90%
0,148
0,81 (0,60 a 1,08)
0,87 (0,57 a 1,33)
0,533
Até 4.ª série
196
29,60%
1,00
1,00
−
Ensino Médio
125
38,40%
0,099
1,30 (0,95 a 1,77)
0,91 (0,59 a 1,40)
0,657
ou acima
18
33,30%
0,735
1,13 (0,57 a 2,24)
0,69 (0,26 a 1,82)
0,449
Casado
226
32,70%
−
1,00
−
−
Outro
117
34,20%
0,787
1,04 (0,76 a 1,43)
−
−
23
34,80%
0,212
1,53 (0,79 a 2,97)
1,95 (0,47 a 8,15)
0,361
C1
86
41,90%
0,006
1,84 (1,19 a 2,84)
2,70 (1,32 a 5,52)
0,006
C2
142
36,60%
0,026
1,61 (1,06 a 2,45)
2,26 (1,22 a 4,54)
0,022
D+E
101
22,80%
−
1,00
1,00
−
Sexo
Idade
Escolaridade
Estado civil
Classe ABEP
B1 + B2
Atividade física
Sem atividade física
64
15,60%
−
1,00
1,00
−
Com atividade física
164
36,00%
0,007
2,30 (1,26 a 4,21)
1,82 (0,95 a 3,45)
0,071
Fumo
Não fuma
266
36,10%
−
1,00
1,00
−
Fuma
27
25,90%
0,324
0,72 (0,37 a 1,37)
0,92 (0,31 a 2,77)
0,885
Ex-fumante
60
26,70%
0,187
0,74 (0,47 a 1,16)
0,93 (0,46 a 1,89)
0,839
Não bebe
332
34,90%
−
1,00
1,00
−
Bebe
21
14,30%
0,098
0,41 (0,14 a 1,18)
0,62 (0,15 a 2,56)
0,512
Muito boa/boa/regular
311
34,10%
0,926
1,02 (0,64 a 1,64)
−
−
Ruim/muito ruim
39
33,30%
−
1,00
−
−
Sem DM
245
41,60%
< 0,001
2,65 (1,67 a 4,19)
2,39 (1,22 a 4,68)
0,011
Com DM
108
15,70%
−
1,00
1,00
−
Sem antecedentes familiares
145
35,20%
−
1,00
−
−
Com antecedentes familiares
197
34,00%
0,823
0,97 (0,72 a 1,30)
−
−
Aderente
189
36,00%
−
1,00
−
−
Não aderente
159
30,20%
0,257
0,84 (0,62 a 1,14)
−
−
> 10 anos
164
25,60%
−
1,00
1,00
−
< 10 anos
171
39,20%
0,009
1,53 (1,11 a 2,11)
1,13 (0,71 a 1,78)
0,610
Bebida
Avaliação de sua saúde
Diabetes
HAS familiar
Adesão
Tempo de conhecimento HAS
Arq Bras Cardiol. 2014; 102(6):571-578
574
Souza e cols.
Controle da pressão arterial no Programa Hiperdia
Artigo Original
continuação
Participação em grupos
Não participa
299
33,40%
−
1,00
−
−
Participa
51
35,30%
0,794
1,05 (0,70 a 1,58)
−
−
Não citou
46
30,40%
−
1,00
−
−
Citou
307
34,20%
0,622
1,12 (0,71 s 1,79)
−
−
Não citou
103
27,20%
−
1,00
−
−
Citou
250
36,40%
0,108
1,34 (0,94 a 1,91)
1,20 (0,78 a 1,84)
0,418
Não citou
143
28,70%
−
1,00
−
−
Citou
210
37,10%
0,105
1,29 (0,95 a 1,77)
1,03 (0,69 a 1,54)
0,892
Mudança no estilo de vida
Ter alimentação saudável
Controlar o sal
Consultar o médico
*Teste de χ2 de Wald obtido na análise de regressão de Poisson simples.
**Teste de χ2 de Wald obtido na análise de regressão de Poisson múltipla.
DM: diabetes melito; HAS: hipertensão arterial sistêmica; IC: intervalo de confiança; PA: pressão arterial; RP: razão de prevalência.
Alimentação saudável
87,0
70,8
Controlar sal
59,5
Consultar médico
Exercícios físicos
22,1
Não fumar
22,1
Não consumir álcool
18,4
Controlar estresse
10,2
7,4
Peso ideal
0
20
40
50
80
100
%
Figura 1 – Conhecimento sobre medidas importantes para manter boa saúde.
de atividade física, à ausência de DM e ao conhecimento do
diagnóstico há menos de 10 anos.
Na análise ajustada, apenas a presença de DM permaneceu
como fator associado ao controle da PA e somente 15,7%
dos pacientes hipertensos diabéticos tinham sua pressão
controlada, em comparação a 41% de pressão controlada nos
pacientes hipertensos não diabéticos (p = 0,011).
Dos pacientes hipertensos avaliados, 96,9% tinham
conhecimento do diagnóstico de HAS há 14 ± 9 anos
575
Arq Bras Cardiol. 2014; 102(6):571-578
e 54,3% referiam aderir ao tratamento, sendo que não
aderentes comparados aos aderentes não apresentaram
diferença estatisticamente significativa em relação ao
controle da PA (p = 0,257).
Quanto ao conhecimento sobre medidas importantes para
manter boa saúde, 87% relataram saber da importância de
ter uma alimentação saudável, 70,8% relataram que devem
controlar o sal na comida e 59,5% disseram que devem
consultar o médico regularmente (Figura 1).
Souza e cols.
Controle da pressão arterial no Programa Hiperdia
Artigo Original
Discussão
Neste estudo transversal, observou-se que os pacientes
hipertensos avaliados, mesmo utilizando terapêutica
anti‑hipertensiva, apresentavam níveis pressóricos não
satisfatórios, com baixo controle da PA e insuficiente adesão
ao tratamento. No entanto, apresentavam conhecimentos
sobre a importância em adotar boas práticas de estilo de vida.
A proporção de pacientes com PA controlada foi
semelhante à de outros estudos10,11 corrigidos nos parâmetros
de PA normal para hipertensos e hipertensos diabéticos,
sendo muito menor do que a encontrada em indivíduos
atendidos em serviços de base comunitária nos Estados
Unidos12, com controle em 71,4% de hipertensos. Entretanto,
em um estudo realizado em 26 países13, foram encontrados
dados mais próximos do nosso estudo, com 23,7% de
pacientes com PA sob controle. Para melhorar o controle
da PA são necessárias mudanças preconizadas em diretrizes
nacionais8 e internacionais14.
Em um estudo com pacientes não aderentes3, após
intervenções com comunicação por meio de cartas, chegou‑se
à adesão em 72,3%. Outra pesquisa, com funcionários do
sistema público finlandês5, encontrou 79,6% de aderentes ao
tratamento, numa coorte que analisou registros de dispensação
em farmácia, e outra, por meio de busca telefônica15, registrou
adesão de 61% em pacientes hipertensos. As taxas de adesão ao
tratamento variam de 50% a 90% entre os hipertensos16 e, para
melhorá-las, é necessária a implementação dos pressupostos
da atenção primária à saúde17.
O tempo de conhecimento do diagnóstico de hipertensão
arterial sistêmica demonstrou associação significativa na análise
bivariada, com controle da PAS, mas o mesmo não ocorreu
na análise multivariada. Em outro estudo, os resultados foram
opostos, com o tempo de diagnóstico associado a pior controle
da pressão arterial18.
As mulheres são a maioria em nosso estudo, semelhante
a outros estudos19-22, e mantêm melhor o controle da PA em
comparação aos homens (25% e 37,6%, respectivamente).
O estudo de Fucks 23, de base populacional, encontrou
mulheres hipertensas em número maior, mas pessoas acima
de 60 anos em número discretamente menor.
A proporção de mulheres e idosos cadastrados no Hiperdia
é maior do que em estudos de base populacional, justamente
porque essas populações tendem a procurar mais os serviços
de saúde. Esse fato é relevante para apontar direções ao
planejamento de atendimento do paciente hipertenso, com
possível busca ativa de populações menos representadas,
como os homens e os pacientes com menos de 60 anos.
Em outro estudo, realizado em um conjunto de UBS em São
Paulo18, o percentual de controle nos homens foi de 30,9% e
nas mulheres de 52,6%, sendo melhores os resultados do que
em nosso estudo e piores do que em pacientes acompanhados
em ambulatório no Rio de Janeiro, que apresentaram somente
27% da PA controlada24.
A presença de diabetes melito nos hipertensos pesquisados
foi de 31%, idêntico a outro estudo13 sobre controle da
hipertensão e risco cardiometabólico. O controle da
hipertensão arterial, avaliado em um serviço especializado25,
foi registrado em apenas 13,4% dos hipertensos diabéticos.
A presença de diabetes melito em hipertensos configura um
cenário de maior dificuldade de controle da pressão arterial
conforme parâmetros elegidos como ideais pelas VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão Arterial 9. Em nosso estudo,
a coexistência de DM esteve associada a pior controle de PA
nos hipertensos. Mediante essas constatações, entendemos
que os pacientes hipertensos diabéticos requerem maior
acompanhamento, apoio da equipe de saúde e da família
para adesão ao tratamento medicamentoso e adequação ao
estilo de vida como premissa para melhores resultados no
controle de sua pressão arterial.
O percentual de usuários que cursaram até a 4ª série
foi de 57,8% e 64,7% nos integrantes das classes C1 e C2.
Fuchs e cols.23, Gus e cols.26 e Piccini e Victora27 encontraram
associação entre baixa escolaridade e hipertensão,
expressando que más condições de vida predispõem
ao aparecimento de doenças. Para Piccini e cols. 28
a escolaridade mostrou-se associada ao controle da pressão
arterial, sendo pior o controle naqueles com menos anos
na escola. Esse fator, associado com hipertensão, pode ser
classificado como fator de risco modificável.
O uso de tabaco e álcool informado pelos hipertensos foi
menor do que habitualmente se encontra na literatura10,18; mesmo
assim, o uso do álcool foi associado a pior controle da HAS.
Em nosso estudo, mais da metade dos entrevistados
informou não praticar atividades físicas. Esse resultado
é semelhante aos encontrados em outros estudos10,18,29.
Contudo, a atividade física, mesmo alcançando uma
significância limítrofe quando da análise ajustada, contribuiu
para o controle da PA.
Em nosso estudo, não foi possível fazer uma comparação
entre participantes de grupos de hipertensos e não
participantes em razão do baixo índice de presença e reduzido
número de grupos constituídos nas UBS, onde somente 14,4%
dos respondentes afirmaram participar de atividades grupais
no último ano. Essa intervenção mostra-se útil no controle
dessas doenças crônicas18,29,30.
Encontramos evidências de que a maior parte dos pacientes
hipertensos continua com inadequado controle da PA,
notadamente os hipertensos diagnosticados cumulativamente
com DM. Estes têm quase três vezes mais possibilidade de não
ter a PA controlada, comparando-se aos diagnosticados somente
com HAS, idêntico ao estudo ACCORD31, merecendo atenção
redobrada por parte das equipes de saúde. Os hipertensos
diabéticos têm risco de morte por causas cardiovasculares duas
a seis vezes maior do que entre hipertensos sem diabetes32.
O acompanhamento efetivo dos usuários é um dos
requisitos mais difíceis de concretizar no Hiperdia, seja
pela distância física entre os usuários e os serviços de saúde,
seja pelas dificuldades referidas pelos profissionais para
alcançar esses pacientes em sua residência ou, ainda, pela
pouca compreensão dos pacientes acerca da HAS e do DM.
Ainda são fortemente atrelados a fatores de vulnerabilidade
social, como baixa escolaridade e desvinculação da
equipe de saúde, impondo às equipes de APS a mudança
desse quadro, com ações de promoção e prevenção,
principalmente entre os hipertensos diabéticos33.
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Souza e cols.
Controle da pressão arterial no Programa Hiperdia
Artigo Original
É importante considerar uma possível limitação deste
estudo, caracterizada por viés de aferição, uso atual de
cigarro e bebida alcoólica, com percentual muito abaixo
dos registrados na literatura, possibilidade de influência do
observador, do ambiente de coleta e do equipamento, como
também pelo efeito do avental branco. Em relação à prática de
atividade física, pode ter ocorrido viés da causalidade reversa.
Viés de seleção pode ter ocorrido em função de o cadastro do
Hiperdia das 15 UBS não conter a totalidade dos hipertensos
residentes em Novo Hamburgo. Com aplicação do teste de
Morisky, talvez possa ter ocorrido viés de memória na exatidão
das respostas ao teste. No entanto, os dados encontrados
mostraram baixa adesão, o que parece refletir a realidade.
A Região Sul do Brasil ainda carece de pesquisas sobre o
Hiperdia e o controle da PA, e, com os resultados deste estudo,
será possível planejar ações buscando melhorar o acesso
dos usuários do Hiperdia às ações de saúde da APS, como:
monitoramento dos pacientes hipertensos diabéticos com
visitas mensais de agentes comunitários de saúde; avaliação
sobre os registros do Hiperdia, quantitativa e qualitativamente,
buscando melhorar a captação dos pacientes; implementação
das recomendações das VI Diretrizes de HAS9, especialmente
aos hipertensos diabéticos; informatização das UBS para pleno
funcionamento do sistema de cadastro; adesão ao Projeto
de Academias de Saúde do MS e habilitação de equipes
multidisciplinares (NASF), além da adesão à Rede de Atenção
às Pessoas com Doenças Crônicas do MS34.
Os dados encontrados nos permitem concluir que o
controle da pressão arterial nos pacientes estudados é
insatisfatório e que, nos pacientes diabéticos, esse controle é
ainda mais difícil, sendo necessário desenvolver uma política
de ênfase nesse grupo de pacientes.
Contribuição dos autores
Concepção e desenho da pesquisa, Análise e interpretação
dos dados, Análise estatística, Redação do manuscrito e
Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual
importante: Souza CS, Stein AT, Bastos GAN, Pellanda LC;
Obtenção de dados: Souza CS, Bastos GAN; Obtenção de
financiamento: Pellanda LC.
Potencial conflito de interesse
Declaro não haver conflito de interesses pertinentes.
Fontes de financiamento
O presente estudo foi financiado pelo Fundo de apoio à
pesquisa do ICFUC (FAPICC).
Vinculação acadêmica
Este artigo é parte de Dissertação de Mestrado de Clarita
Silva de Souza pela Instituto de Cardiologia/Fundação
Universitária de Cardiologia do Rio Grande do Sul.
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Controle da Pressão Arterial em Hipertensos do Programa Hiperdia