INTRODUÇÃO
O manejo do rebanho leiteiro leva em consideração inúmeros fatores relacionados
com o clima, solo, animais e plantas. Conforme varia qualquer um destes parâmetros,
variam também as normas de manejo, considerando que, para um deterninado clima, o
sistema de criação deve possibilitar aos animais do rebanho demonstrar todo seu potencial
genético de produção, sem que haja prejuízo às pastagens e ao solo.
Satisfeita a condição básica do manejo, que leva em consideração o equilíbrio
clima-solo-planta-animal, deve-se voltar a atenção para as medidas de manejo relacionadas
com o animal. A defesa sanitária deve fundamentar-se, principalmente, na prevenção das
doenças, adotando-se medidas preventivas adequadas. A alimentação deve ser baseada,
principalmente, em ótimas pastagens, com alimentação suplementar, de acordo com a
necessidade de cada categoria. O melhoramento genético deve-se basear no controle
individual de produção das vacas do rebanho.
MANEJO DE BEZERROS
Devemos dispensar ao recém-nascido toda a atenção, pois, o sucesso da nossa
exploração, está nele. Se forem observadas todas as normas preconizadas, se desenvolverá
saudável e será um bom animal. No entanto, se não observamos as normas estabelecidas
estaremos fadados ao fracasso.
1
O índice de mortalidade é muito alto em toda a pecuária brasileira. A falta de
cuidados especiais, dispensados ao bezerro, concorre bastante para isso, principalmente nos
primeiros dia de vida. Os cuidados deverão se estender até mesmo, para o período de gestação da
mãe. O bezerro, antes de nascer, se encontra num meio no qual é totalmente protegido e suprido
de suas necessidades orgânicas. Quando nasce encontra um ambiente inteiramente adverso. A
partir daí devemos olhá-lo com muito mais cuidados.
Dentre as normas ou cuidados especiais, enumeramos:
1. Parto – Se possível, assistir, de certa distância, o parto da vaca. Se transcorrer normalmente,,
não devemos interferir. Caso contrário, se houver problemas na “saída” do bezerro, devemos
ajudar a vaca, tracionando com cuidado, o bezerro. Se houver maiores dificuldade chamar o
Médico Veterinário. Nunca, introduzir a mão ou objetos no útero da vaca;
2. Respiração – Logo após o nascimento é importante observar se o animal respira
normalmente. Se necessário, retirar restos de placenta e muco que por ventura, estejam
obstruindo as narinas, que causaria morte por asfixia.
3. Corte e Desinfecção do Umbigo – Com uma tesoura ou faca desinfetada, procede-se o corte a
uns dois dedos da barriga, caso a vaca já não o tenha feito coloca-se o animal de pé, mergulha-se
a parte que restou do umbigo em um vidro de boca larga, contendo iodo a 5%. Com esta simples
técnica, estaremos evitando a penetração de germes pelo umbigo. Quando não se pratica tal
técnica, os micróbios penetram no organismo do recém-nascido causando enormes transtornos à
sua vida, visto que as principais doenças do bezerro, são em decorrência da falta desta técnica.
Frisamos que é muito conveniente examinar o umbigo diariamente, para prevenir o aparecimento
da ONFALOFLEBITE (Inflamação do umbigo do bezerro).
4. Colostro – Constitui uma excelente medida colocar o bezerro para mamar o colostro (Leite
sujo ou primeiro leite) logo após o parto. O colostro funciona como suave laxativo e antitóxico.
Além disso, é rico em sais minerais, vitaminas, proteínas e em anti-corpos que confere ao recémnascido proteção contra as doenças mais comuns, nos primeiros dias de vida. É indispensável a
sua administração. Deve ser dado após o nascimento (até + ou – 12 horas) e pelo menos duas
vezes ao dia. Às vezes é preciso ensinar o bezerro a mamar, principalmente quando a vaca tem as
tetas muito grandes. Se houver falta de colostro é necessário que o bezerro mame em outra vaca
que o tenha. Se por acaso, na propriedade, não houver colostro, a alimentação, durante os
2
primeiros 6 dias, deverá ser a seguinte: ovos batidos com leite integral e enriquecidos com
vitamina A (12.000 U.I. por dia).
Esquema de Administração

1º dia – o animal recebe 6 ovos no leite;

2º dia – recebe 5 ovos no leite;

3º dia – recebe 4 ovos no leite;

4º dia – recebe 3 ovos no leite;

5º dia – recebe 2 ovos no leite;

6º dia – recebe 1 ovo no leite
Resumidamente, podemos afirmar que o colostro é o alimento da primeira semana,
de primeira qualidade, insubstituível e cuja composição nutritiva é muito superior àdo leite
normal.
5. Alimentação – A alimentação dos recém-nascidos resume-se em três itens: qualidade,
quantidade e hora certa. Existem, no tubo digestivo do bezerro, germes que estão em perfeito
equilíbrio com a mucosa intestinal e os fermentos digestivos. Porém, quando o animal mama em
demasia, ocorre uma indigestão e, conseqüentemente, um desequilíbrio entre esses três fatores
dando condições de desenvolvimento de germe que provavelmente, desencadeará a doença
(diarréias).
6. Abrigos – É preciso que, nos primeiros dias, o bezerro seja mantido em instalações especiaisbezerreiros ou barracões previamente secos e higienizados.
7. Separação por Idade – A separação dos bezerros por idade é muito importante, porque:
a – Reduz o aparecimento de doenças;
b – Padronização numa mesma faixa estaria ou idade;
c – Evita a competição durante a alimentação;
d – Evita que o bezerro mais novo seja machucado pelo mais velho.
3
8. Vacinações – É muito importante obedecer ao calendário de vacinação:
a – Pneumoenterite ou Paratifo – Vacinar a vaca no 8º mês de gestação e o bezerro
aos 15 dias de vida. No caso da vaca não ter sido vacinada, aplicar duas doses no bezerro, uma
aos 10 – 15 dias e a segunda dose aos 30 dias de idade;
b – Carbúnculo Sintomático – A primeira dose com 3-4 meses e a segunda com
nove e a terceira com 15 meses.
c – Febre Aftosa – O rebanho deverá der vacinado de 6 em 6 meses, ou de acordo
com as orientações dos Médicos Veterinários da Secretaria de Agricultura, AGENCIARURAL e
Agrodefesa
d – Brucelose – Vacinar apenas as fêmeas com idade de 3 a 8 meses, sendo uma
única dose. Essa vacinação deverá ser feita sob a orientação do Médico Veterinário ou por
funcionários vacinadores da Secretaria da Agricultura, Agrodefesa, AGENCIARURAL ou
credenciados.
9. Verminose – Dar vermífugos para todos os bezerros com idade igual ou superior 3 meses
(idade em que os animais começam a pastar) e pelo menos 4 vezes, até um ano de idade ).
10.
Ectoparasitose – Dar combate sistemático a bernes e carrapatos. Nos meses quentes do
ano, de 21 em 21 dias (5 a 6 banhos) e no período seco, se necessário.
11. Minerais – Dar sal mineral, à vontade no cocho coberto, durante o ano todo, para assegurar
ao bezerro um perfeito desenvolvimento, maior ganho de peso e maior resistência às doenças.
12.
Descorna ou mochação – Para os bezerros de 10-35 dias de idade usamos a cauterização
(ferro quente ou produtos químicos cáusticos).
TIPOS DE ALEITAMENTO
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A- Aleitamento Natural – O bezerro mama diretamente na vaca até à desmama. Em
certas épocas esse método é anti-econômico e, muitas vezes, o preço do bezerro, à desmama, não
paga o leite que mamou. Outras vezes, a mãe é de baixa produção e, em conseqüência, surgem
dois problemas: - o bezerro não mama o suficiente para atender o seu rápido crescimento e nem a
mãe fornece uma quantidade de leite lucrativa para o criador. Quando somos impossibilitados de
modificar este manejo, certas medidas deverão ser tomadas, mesmo com o aleitamento natural:

Pequeno pasto para o bezerro

Pastagens tenra e nutritiva (se possível consorciada)

Receber, no cocho, capim picado, feno de boa qualidade, silagem e sal
mineralizado;

Os concentrados, o milho desintegrado com palha e sabugo, a raspa da mandioca,
a rama de batata-doce, grãos de soja desintegrada, ramas de guandu (trituradas)
etc., são alimentos úteis à saúde do animal jovem.
B – Aleitamento Artificial - O leite integral é indispensável ao bezerro, em quantidades
que lhe permitam um desenvolvimento normal, pelo menos, até a quarta semana. Daí em diante
podemos estabelecer o sistema artificial, método que deve ser empregado em toda granja de
leite, mesmo naquelas em que se adotam o regime de semi-estabulação. Para se adotar tal
sistema, é necessário que, já nos primeiros dias de vida do animal, ensinemos a ele, a beber leite
no balde. Dentre as vantagens do aleitamento artificial, citamos:
a) O bezerro ingere alimentos certos, em quantidades próprias e de boa qualidade.
A alimentação, em certas épocas, torna-se mais econômica, porque o leite poderá ser substituído
por leite desnatado, rações e mesmo em idade precoce, iniciar a alimentação com forrageiras
tenras, de boa qualidade e nutritiva;
b) A criação do bezerro é independente da mãe;
c) As doenças transmitidas da mãe para o filho podem ser evitadas;
d) A ordenha é mais higiênica.
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DESMAMA PRECOCE
A desmama precoce é muito facilitada quando adotamos o aleitamento artificial, no
qual o bezerro aprende, desde cedo, a consumir ração e forragem de boa qualidade. Isso é
possível porque o rumem é estimulado, o mais cedo possível, para que o animal passe à fase de
ruminante. Esse estímulo ocorre, graças a agentes químicos oriundos da celulose. A alimentação
efetuada somente com leite, retarda a condição de ruminante do bovino.
MANEJO DE NOVILHAS DA DESMAMA À COBERTURA
O sucesso na exploração leiteira está relacionado com a qualidade dos animais que
substituirão as vacas na produção, que anualmente são eliminadas do rebanho. Assim, toda
atenção deve ser dada pelo produtor à criação das novilhas provenientes de seu próprio rebanho.
Após à desmama, as fêmeas devem ser encaminhadas a bons pastos, recebendo
suplementação volumosa no período da “seca” , seja sob forma de verde picado, silagem ou
feno. Esta suplementação deverá ser feita no próprio pasto, evitando, caminhada desnecessária
dos animais. Desta forma, haverá um crescimento continuo dos animais, que mais cedo serão
incorporados ao rebanho de reprodução.
As pastagens devem ter sombras , água de boa qualidade e cochos para minerais aos
animais.
A primeira cobrição deve ser feita quando os animais atingirem 300 a 330 kg (raças
grandes), 270 a 290 (raças médias) ou 240 a 250 kg (raças pequenas). É recomendável, nesta
primeira cobertura, utilizar touros (ou sêmen) de porte não muito elevado, para diminuir a
possibilidade de problemas na parição das novilhas.
MANEJO DE NOVILHAS PRENHES
Este grupo de animais deve ser manejado em pastos de boa qualidade, com boas
aguadas e com suplementação mineral. A quantidade de forragem é importante, pois o animal
ainda está em fase de crescimento e com crescimento fetal no útero.
No período da “seca” e na falta de forragem de boa qualidade, será necessário a
suplementação com verde picado, silagem ou feno, dados no próprio pasto, e, se possível, algum
6
concentrado. É bom lembrar que vacas de primeira cria, quando começam a ser tratadas antes da
parição, produzem mais leite do que as que só recebem suplementação quando entram em
produção normal.
Nos dois últimos meses de gestação, as novilhas devem ser incorporadas ao lote de
vacas com bezerros novos, recebendo o mesmo manejo destas. Assim, mais cedo elas se
acostumam ao sistema que se tornará habitual por toda sua vida futura.
Um mês antes da parição prevista, as novilhas (e todas as vacas prenhes) devem ser
vacinadas com vacina polivalente contra o paratifo. Essa vacina deve ser repetida nos bezerros,
quando completarem quinze dias de idade.
O local da parição deve ser um pasto limpo, próximo ao curral, onde os animais
possam ser facilmente observados.
MANEJO DAS VACAS SECAS
Recomenda-se um período seco (período de descanso) de 60 dias, a fim do úbere se
refazer da lactação anterior, não prejudicando, então, à lactação seguinte.
O prolongamento demasiado do período seco implica em prejuízo para a exploração.
Os mesmos cuidados dispensados às novilhas prenhes devem ser dispensados às
vacas próximo ao parto: evitar que engordem muito, para não haver problema de parto; não
devem por outro lado parir muito magras, o que, além das dificuldades naturais do parto, acarreta
diminuição na produção de leite, por falta de reservas nutritivas e demoram a pegar cria
novamente.
O esquema ideal a ser perseguido entre duas parições deve ser:
P
P
1
300 dias
Período de lactação
65 dias
2
Período Seco
Período de Serviço
Período de Gestação
81 dias
284 dias
MANEJO DE VACAS EM LACTAÇÃO
7
1.
istema de criação:
Caracterização dos sistemas de criação.
Existem basicamente três sistemas de criação de gado de leite.
(1) Sistema de criação em regime de pasto extensivo.
Características

pastagem mal divididas e, conseqüentemente, mal manejadas;

ordenha manual, uma vez por dia;alimentação basicamente obtida através do
pastoreio direto. Raramente efetuam alimentação suplementar com verde picado;

instalações rústicas e condições precárias de higiene;

rebanho mestiço com predominância de sangue zebu.
Práticas de manejo do gado de leite:
Após a ordenha, retornar o animal ao bezerreiro, para receber o leite artificialmente
e/ou as rações concentradas e volumosas.
As vacas, após a ordenha, serão conduzidas aos piquetes (época das águas) ou ao
curral/estábulo de alimentação (época de seca).
É importante que a ordenha seja feita sempre no mesmo horário, guardando entre si
um intervalo de aproximadamente 9 horas.
A maioria dos criadores tem hábitos de fazer a ordenha de manhã, muito cedo,
interrompendo o pastoreio justamente no horário em que o pasto apresenta maior palatabilidade ,
e o consumo é maior. Procurar, de preferência, fazer a ordenha um pouco mais tarde, ocasião em
que será distribuída a ração concentrada.
Interromper a lactação das vacas no sétimo mês de gestação ou quando apresenta
produção inferior a 3 kg. de leite /dia.
Passos para secar a vaca em lactação:

ordenhar a vaca apenas uma vez por dia, aos 190 dias de gestação;

suspender a alimentação com concentrados;

parar de ordenhar durante dois dias;

ordenhar após esse intervalo;

parar de ordenhar durante três dias;
8

fazer a última ordenha após esse período;

injetar medicamento específico para vacas secas nas tetas para prevenir a mamite.
Alimentação
É aconselhável que se estabeleça um critério para alimentação, ordenha e exercício
das vacas em lactação, de forma que elas fiquem acostumadas a essa rotina.
Escolher, portanto, os piquetes que fiquem próximo ao curral, para que as vacas não
façam longas caminhadas para o curral de ordenha.
Na época das águas, as vacas serão alimentadas basicamente a pasto, suplementandose apenas aquelas mais produtoras com ração volumosa e/ou concentrado.
Na época da seca, haverá necessidade de suplementação volumosa (verde picado,
silagem ou feno) e concentrado, em cochos, principalmente para as vacas mais produtoras. Nesse
caso, os piquetes serão usados mais para exercício.
Nos primeiros trinta dias após o parto, é importante que a vaca receba uma
alimentação suplementar, à base de concentração, em quantidade elevada, para permitir que o
seu potencial produtivo se manifeste. Dependendo da produção obtida, a ração concentrada será,
então, estabelecida.
Como já foi dito, é necessário estabelecer uma rotina para a alimentação, a fim de
que os animais se acostumem a ela. Isso é de grande importância no que diz respeito à ordenha.
Depois de habituadas, a maioria das vacas solta o leite, pelo simples fato de receberem a ração
concentrada antes da ordenha.
(2)Sistema de criação extensivo melhorado
Características:

pastagens apresentado um número razoável de divisões, o que torna o manejo
mais nacional;

Ordenha manual, duas vezes por dia;

alimentação correta a pasto, com suplementação à base de volumosos (verde
picado e silagem) e concentrados para as vacas mais produtoras e bezerros;

instalações bem dimensionadas que permitam um bom manejo;

rebanho com grau de sangue variado de ½ a ¾ HZ.
(3)Sistema de criação semi-estabulado
9
Características:

pastagens melhoradas e bem divididas;

ordenha manual, principalmente duas vezes por dia. Já se observa o uso de
ordenhadeira mecânica;

alimentação constituída de pasto de boa qualidade com suplementação de
volumosos e concentrados no cocho;

instalações projetadas para atenderem o manejo do rebanho;

rebanho basicamente constituído de animais ½ a ¾ HZ, com programa de seleção,
visando ao aprimoramento da raça especializada.
ORDENHA
Recomenda-se fazer duas ordenhas diárias, por processo manual ou através de
ordenhadeira mecânica. Sabe-se que, em condições adequadas a segunda ordenha aumenta a
produção de leite em até 30%.
Cuidados durante a ordenha:

o ordenhador deve estar com as mãos lavadas, antes de iniciar a ordenha;

pulverizar uma solução desinfetante apenas nas tetas e depois seca-las com papel
toalha;

fazer o teste da mamite, usando a “caneca telada”;

no caso de ordenha manual, faze-la sempre em diagonal, em ralação à posição das
tetas;

a ordenha deve ser feita rapidamente, porém, com bastante tranqüilidade;

após à ordenha, desinfetar as tetas da vaca com solução desinfetante, desde que o
bezerro não acompanhe a vaca.
Em muitas criações, a ordenha é feita com a presença do bezerro. Neste caso, após o
teste da mamite, pode-se permitir que o bezerro aproxime-se da vaca para apojar. Em seguida,
conter o bezerro e proceder limpeza e desinfecção do úbere, antes de iniciar a ordenha.
As vacas deverão receber concentrados de acordo com a produção de leite. Portanto,
pode-se alimentá-las individualmente num horário próximo da ordenha ou agrupá-la em lotes,
cuja produção seja semelhante, para facilitar a mão-de-obra.
Assim, deve-se estabelecer o critério de distribuir a ração concentrada, antes ou
depois da ordenha. Em seguida, distribuir o verde picado ou silagem e, por último, o feno. Em
10
caso de duas ordenhas, fazer a divisão e distribuição das rações concentradas e/ou volumosas em
duas partes iguais. Ministrar os alimentos de cheiro muito ativo, como silagem, etc, após a
ordenha, para evitar que o odor do leite fiquem alterados.
Os piquetes de pastoreio e os currais de alimentação deverão ser providos
de
bebedouros (naturais ou artificiais) bem localizados, de forma que os animais não necessitem
fazer grandes caminhadas para atingirem os bebedouros. É sabido que vacas com acesso
constante ao bebedouro produzem de 4% a 5% a mais de leite do que se bebessem água apenas
duas vezes por dia.
Nas regiões de clima quente, pode-se fazer o sombreamento dos piquetes de
pastoreio com árvores bem distribuídas. Nos currais de alimentação, o sombreamento poderá ser
feito aumentando-se um pouco a área coberta dos cochos.
PRINCIPAIS ENFERMIDADES DOS BEZERROS
Introdução:
Toda alteração que ocorre no organismo ou em alguns de seus órgãos e que seja
capaz de interromper ou perturbar o normal desempenho de suas funções, é denominada doença
ou enfermidade
A perturbação funcional geralmente é exteriorizada por sintomas ou sinais clínicos,
que são detectados pelo médico veterinário.
A origem das doenças é devida às causas internas e externas.
As de origem internas compreendem os distúrbios metabólicos e endócrinos, a
degeneração dos órgãos pela idade, etc.
As de origem externas são provocados por agentes vivos (fungos, bactérias, vírus,
protozoários, helmintos e artrópodes) e por agentes não vivos (funcionam como fatores
estressantes (umidade, frio, calor, traumatismos, venenos, etc).
De posse desses conhecimentos primários, passaremos a analisar, não com
aprofundamento científico, porém, dentro de parâmetros, que nos deixam com determinadas
armas para desenvolvermos um criatório bovino saudável.
1. COLIBACILOSE
É uma doença infecciosa, grave, que acomete os bezerros nos seus primeiros dias de
vida. Na maioria das vezes, evolui para o corpo todo, secretando toxinas e causando diarréia
intensa.
11
A colibacilose recebe, também, o nome de curso branco, devido à diarréia, na
qual,encontramos flocos de leite coagulados e não digeridos.
Etiologia
É uma doença causada por uma bactéria denominada Escherichia coli e que se
encontra normalmente no organismo do animal sem lhe causar danos. Quando ocorre uma
quebra na resistência orgânica do animal, por algum motivo qualquer, ela se torna patogênica
(causa a doença).
A contaminação
A principal via de contaminação, é a digestiva. Porém, a via umbilical, quando não
tratada adequadamente no nascimento, poderá ser uma porta de entrada para os germes.
A infecção é disseminada pelos animais doentes e portadores aparentemente sãos.
Todavia, a bactéria só exerce o seu poder patológico em face de fatores estressantes
que debilitam o organismo de bezerro. São eles:
1. A Onfaloflebite (umbigo inflamado).
2. Estábulos sujos;
3. Exposição ao vento excessivo, chuva, umidade, frio;
4. Leite materno carente em vitamina;
5. Deficiência do colostro, que podem ser:
a) Quantitativamente – falta total ou parcial;
b) Qualitativamente – teor reduzido de anticorpos em face de lactação prolongada
ou de longa caminhada antes do parto;
6. Falta de especificidade dos anticorpos contidos no colostro;
7. Erros do regime alimentar.
Face a quebra de resistência orgânica, as bactérias patógenas, se multiplicam no
intestino delgado e podem não prosseguir, caso o colostro seja rico em anticorpos que se opõem
à sua generalização.
Sintomas
A doença pode assumir três formas: superaguda, aguda e crônica.
a) Forma superaguda – o início é brusco;
12

febre de 40 – 42°C;

prostração, falta de apetite;

enfraquecimento;

morte dentro de 1 a 2 dias.
b) Forma aguda – começa com os sintomas da forma superaguda, apenas não letal, e após
1 a 2 dias aparecem os sintomas;

passando à diarréia amarelada e pastosa, fétida, às vezes líquida e sanguinolenta;

pneumonia em cerca de 40% dos casos;

artrites;

emagrecimento e desidratação;

a morte varia de 60 – 70% dos casos, em hipotermia (baixa temperatura corporal).
Nos casos de cura a recuperação é demorada.
c) Forma crônica – geralmente observamos nos bezerros mais velhos.

emagrecimento;

diarréia persistente, amarelada e pastosa, não sanguinolenta.
Profilaxia – (como evitar a doença)
Consta, essencialmente, de medidas sanitárias, (profilaxia higiênica);

Alojar, a vaca gestante, no pasto maternidade, poucos dias antes do parto;

cura do umbigo;

deixar o bezerro mamar o colostro;

criar o bezerro em locais próprios , longe dos adultos;

alimentação adequada;

evitar umidade, frio e ventos em excesso.

isolar e tratar os animais enfermos;

enterrar ou incinerar os animais mortos;
2. PARATIFO
Etiologia
É uma doença causada por uma bactéria chamada Salmonella dublim, na maioria dos
casos.
13
O paratifo é também, conhecido por curso amarelo e o seu nome cientifico é
Salmonelose, devido ao seu agente.
A Contaminação
Os bezerros são mais sensíveis dos 10 dias a 4 meses de idade. O contágio,
geralmente, é indireto;
a – O bezerro adquire a doença ao ingerir alimentos contaminados pelas fezes e urina
de um outro bezerro doente ou de um bovino adulto portador do germe;
b – Poderá ocorrer pelo umbigo não tratado, em contato com o solo ou cama
contaminados;
c – Roedores (ratos) que muitas vezes são portadores da salmonella Dublin,
contaminam as rações com suas fezes e urina.
Período de Incubação
Pode variar de 1 a 7 dias.
Sintomas
A doença começa por:

Febre intensa e seus efeitos (anorexia, depressão profunda, olhos lacrimejantes,
cansaço);

Diarréia com flocos de leite coagulado e não digerido, fétida, freqüentes e às
vezes se tornam involuntárias;

Poderá haver cólicas;

Desidratação;

Emagrecimento progressivo, hipotermia, coma e morte.
Tratamento
Consiste em combater a diarréia e a desidratação conseqüente.
Antibioticoterapia – os antibióticos do grupo das tetraciclinas e neomicina.
Sulfoterapia – das sulfonamidas devemos dar preferência à sulfa-guanidina.
Temos no mercado alguns produtos que são uma associação de antibióticos e sulfas.
Além desse tratamento, recomendamos mudanças na alimentação, combate à
desidratação (através do soro glicosado e outros) e administração de vitaminas e proteínas
(aminoácidos).
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Espécies atacadas
As espécies atacadas são os bovinos, os suínos, os ovinos e ocasionalmente outras
espécies, inclusive o homem.
Os animais jovens são os preferidos. Em certos casos a enfermidade, no animal
adulto, é muito grave, às vezes levando-o à morte.
3. PIOBACILOSE
É uma enfermidade conhecida como caruara, mal triste, caroços, ou peste dos
polmões. É muito disseminada em nossa pecuária causando grandes prejuízos
Etiologia
É causada por uma bactéria (micróbio) chamada corynebacterium pyogenes. Esta
bactéria é bastante sensível, sendo facilmente destruída pelo calor e desinfetantes comuns.
Sintomas
Preferencialmente, a doença ataca os animais jovens:
Notamos nódulos (caroços ou polmões) circunscritos no tecido subcutâneo (embaixo
da pele), de tamanho variável e que ao se romperem apresentam-se cheios de material pastoso de
odor fétido. Encontramos o germe nos processos pneumônicos, nas mamites, metrites, nas
articulações, etc;

Nas mamites são, às vezes, formados abscessos e fístulas alterando até mesmo a
morfologia do úbere quando é intenso o fibrosamento;

O Conynebacterium pyogenes, produz uma endoxina (veneno) muito ativa e muito
abundante e por isso temos um quadro de apatia e emagrecimento. O apetite é
alterado e o crescimento retardado.
Profilaxia
Higiene das instalações (bezerros, bretes, currais, etc);

Na higiene da alimentação;

Na higiene do próprio animal;

Separar os doentes dos sadios;

Separar os jovens dos bezerros mais velhos;

Corte e desinfecção rigorosa do umbigo dos recém-nascidos.
15
Tratamento
Consiste em puncionar os abcessos (nódulos), acessíveis e desinfecação local com
solução de biocid, a 1:250, permanganato de potássio, a 1:1000, creolina a 2%, biozol a 1:250;
etc. Nos casos mais graves como mamite, metrite, etc, chamar o Médico Veterinário.
4. CARBÚNCULO SINTOMÁTICO
É uma doença toxi-inecciosa, não contagiosa, do gado bovino, que também, ataca
ovino, caprino e esporadicamente, o suíno. É caracterizada por um estado geral grave e por
inflamações crepitantes das principais massas musculares (quartos posteriores, quartos
anteriores, lombo, peito e raramente pescoço).
Não é patogênico para o homem.
É bastante difundida e, geralmente, ataca animais jovens, de 4 meses a 1 ano,
podendo entretanto, ocorrer também em bovinos adultos, porém com certa raridade.
É conhecida como peste , manqueira, mal de ano, quarto inchado, etc.
A contaminação
Ocorre, geralmente, pela via digestiva. O animal não imunizado ( não vacinado),
ingerindo alimentos contaminados, poderá adquirir a enfermidade. Sabemos que a idade tem
grandes influência na contaminação, devido a dois fatores:
a - Os bezerros estão protegidos pelos anticorpos transmitidos pela vaca, por meio do
colostro (leite sujo);
b - Os bezerros não se infectam enquanto não comerem forragens, rações, etc, ou
irem para as pastagens.
Os bovinos adultos comumente se auto-imunizam ante infecções inaparentas
(infecções sub-clínicas). Caso algum animal for transferido de uma região livre do carbúnculo
sintomático, para uma outra contaminada, ele adoecerá caso não tiver sido imunizado
anteriormente.
Sintomas
Depois de um período de incubação de 1 a 3 dias (raramente de 4 a 5 dias), aparecem
os primeiros sintomas da enfermidade:
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a – Febre alta chegando a 42ºC, aumento dos batimentos do coração, tremores
musculares, pelos arrepiados e falta de apetite.
b – Claudicação (manqueira).
c – Tumor crepitante numa das partes carnudas, quente e dolorido, sendo que mais
tarde se torna frio no centro e indolor.
d – A pele, no local, se torna escura e seca.
e – A hipotermia (temperatura baixa) aparece em seguida com 35 e 37 ºC e, um
pouco antes da morte do animal, há uma leve ascensão.
f – A morte ocorre de 36 a 72 horas.
Caso o tumor for profundo, notamos apenas febre, manqueira e estado geral grave.
Nos animais muito jovens (2-3 meses de idade), podemos deparar com uma forma
superaguda, excepcional, com morte de 8 a 12 horas. Nestes casos o animal apresenta febre,
depressão, diarréia, não apresenta tumor crepitante apreciável e morte.
5. PIROPLASMOSE OU BABESIOSE
É uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero bebesia, daí ser,
também chamada babesiose. Além dessa denominação, é conhecida, ainda por tristeza, mal
triste, febre do carrapato, amarelão,etc.
Etiologia
Os carrapatos, da espécie Boophilus microplus, funcionam como hospedeiro
intermediário da Babesia. Os carrapatos infectados, quando sugam o sangue do bezerro,
transmitem, à este, os protozoários que vão disseminar a enfermidade.
A contaminação
A transmissão natural da enfermidade se realiza pelo Boophilus microplus. Esse
carrapato passa toda a sua existência num só hospedeiro de modo que a infecção passa de um
bovino a outro através das crias deste carrapato. Ocorre transmissão, também, através de agulhas,
material cirúrgico, etc.
A maior incidência ocorre nas épocas mais quentes do ano.
Sintomas
17
A intensidade dos sintomas, evidentemente, vai variar com a idade, época do ano e
com a resistência individual.
Depois de um período de incubação, de + ou – 8 dias , observamos:
a) Febre + ou – 41 ºC;
a) falta de apetite, sede intensa, corrimento na boca e nos olhos, apatia, pelos arrepiados
e sem brilho, focinho seco, tremores musculares, batedeira, etc.;
b) anemia (em certos casos mais de 75 % das hemácias são destruídas);
c) urina mais escura;
d) mucosas pálidas;
e) fezes ressequidas seguidas de diarréia;
f) quando o quadro é grave, ocorre morte.
Os animais que nunca foram exposto à doença, são altamente sensíveis.
Profilaxia
A profilaxia da Babesiose bovina é baseada em dois pontos principais.
a – Premunição dos animais importados de regiões indenes ( livre de carrapato);
b – combate ao carrapato;
Tratamento:
Ganaseg,pirental, Beronal, Imisol, Ganetet.
6. ANAPLASMOSE
É uma doença infecciosa, não contagiosa, que se caracteriza por anemia, icterícia e a
presença do agente etiológico (micróbio) nos eritrócitos (glóbulos vermelhos do sangue). Além
de atacar os bovinos, adultos e jovens, outros ruminantes, como as cabras, os ovinos, os búfalos,
etc, também, são sensíveis às enfermidade.
Etiologia
O agente causador desta chama-se Anaplasma marginale, cuja natureza, ainda, não
está devidamente elucidada. Alguns autores admitem ser o Anaplasma marginale, um
protozoário (à semelhança da babesia), outros admitem ser vírus e, ainda, outros acham tratar-se
de Ricketisia (semelhante às bactérias).
18
A Contaminação
É feita principalmente por carrapatos, além de moscas, mosquitos, piolhos. Acreditase que a infecção seja apenas pela transmissão de eritrócitos contaminados. Assim sendo, há
possibilidade de transmissão por vacinação, castração, etc.
Sintomas
A intensidade dos sintomas, varia com a idade, a resistência orgânica do animal e o
número de carrapatos que parasitam. Em geral, é mais grave nos animais de 2 a 3 anos.
Inicialmente acorre febre intensa (falta de apetite, batedeira, desidratação, palidez das
mucosas, etc) e à medida que a anemia progride aparece a icterícia(amarelão)
Tratamento
Os antibióticos do grupo das tetraciclinas inibem a multiplicação do Anaplasma.
Injeções endovenosas produzem melhor efeito mas, requerem maiores cuidados na
administração. Além disso, usamos antianêmicos, antitóxicos, restauradores orgânicos, glicose,
etc.
7. EIMERIOSE
É uma doença que se caracteriza principalmente por uma enterite hemorrágica,
geralmente seguida por uma diarréia sanguinolenta, causada pela invasão e erosão da mucosa
intestinal, por protozoários degenero Eimeria. A enfermidade ataca animais de todas as idades,
porém, com maior intensidade e sintomas mais graves, nos bezerros.
Também é conhecida como curso de sangue, curso negro e curso vermelho.
Etiologia
É produzida por protozoários (micróbio) do gênero Eimeria, destacando as espécies:
Eimeria zurni e Eimeria bovis.
A Contaminação
Ocorre através do alimento e água contaminados. É mais freqüentes nas criações
intensivas, onde os bovinos adultos se comunicam muito freqüentemente com os animais jovens.
19
É evidente que os bezerros são prejudicados por essa mistura, pois, os adultos são mais
resistentes à infecção.
Sintomas
Como nas outras doenças, os sintomas dependem muito do grau de infecção e da
capacidade de resistência dos hospedeiros. Inicialmente, ocorre uma discreta diarréia com estrias
de sangue, ou por coágulos de sangue saindo juntamente com as fezes. Essa diarréia é
acompanhada de febre e suas conseqüências. Mais tarde as fezes são líquidas, fétidas e
misturadas com sangue, dando uma coloração escura, daí, a denominação do curso negro. Nas
fezes podemos encontrar muco (catarro) resultante de destruição das células da mucosa
intestinal, pelos parasitos. Se não tratada, a doença leva, geralmente, o bezerro à morte.
Profilaxia
1. Rigorosa higiene das instalações
2. Criar os bezerros separados por idade e separados por adultos.
3. Isolar os bezerros doentes.
4. Fornecer uma alimentação rica em qualidade, quantidade e em horas certas.
Tratamento:
Hidratação e aplicação de sulfas.
8. PARASITOSES
Sem sombra de dúvidas as parasitoses são as que mais causam prejuízos à pecuária
brasileira.
Para fins didáticos vamos dividir este assunto em duas partes:
a) endoparasitoses
b) ectoparasitoses
A – Endoparasitoses
A gravidade das endopasitoses, também, denominadas VERMINOSES depende de
vários fatores que podem atuar separadamente ou em conjunto.
Os fatores mais importantes são:

Qualidade e espécie do verme;
20

Localização dos vermes (os pulmonares, geralmente atacam com maior rigor
causando enormes prejuízos à criação de bezerros).

A idade dos animais (os mais novos são os mais sensíveis).

A alimentação (quanto esta
é deficiente,
naturalmente teremos a resistência
orgânica também, diminuída e, conseqüentemente, o animal estará mais propenso à
infecção).

Umidade (evitar locais úmidos, pois, é um fator que favorece a proliferação dos
vermes).

Pastagens (piquetes limpos, secos, com boas aguadas e boas forragens).

Instalações (limpas, secas, com penetração moderada de ventos e raios solares,
principalmente, na parte da manhã e que sejam periodicamente higienizadas
convenientemente).
Ocorre com muita freqüência, causando graves prejuízos, uma verminose pulmonar,
denominada DICTIOCAULOSE. Essa enfermidade é causada pelo Dictyocaulus viviparus, um
verme branco e fino que se localiza, de preferência, nos brônquios e bronquíolos.
Os sintomas que essa infestação apresenta é um pouco diferente das demais. Os
bezerros tossem muito, principalmente, quando movimentados. Podemos observar um
corrimento catarral nasal. A secreção poderá aumentar tornando difícil a respiração. Se não
tratada, o bezerro poderá ser acometido com infecções secundárias, complicando, assim, o
quadro clínico o que poderá levá-lo à morte.
Sintomas
Emagrecimento progressivo, mucosas pálidas, pelos longos, arrepiados e sem brilho,
diarréia contínuas, lombo arqueado e ventre aumentado de volume. Numa fase adiantada
notaremos um edema (inchaço) de barbela. Mesmo parasitado, o animal, pode comer
normalmente, mas sempre está apático, feio e triste. Sintomas estes decorrentes de vermes
intestinais.
B – Ectoparasitos
São também de grande importância, dadas as dificuldades de combate e pelos
prejuízos que causam a pecuária em todo o país.
Vamos enfocar o berne, a bicheira (miíase) e o carrapato.
B – 1. Berne
21
É muito conhecido dos criadores e tem-se constituído num dos grandes problemas de
nossa pecuária. Ocasiona prejuízos com a perfuração dos couros e irritação dos animais, o que
traduz em menor produção de leite e carne. É mais comum em propriedades com pastagens sujas
(encapoeiradas)
Sintomas
Nódulos subcutâneos, nos quais podem ser encontrados as larvas da mosca
denominada Dermatobia hominis.
Profilaxia
É muito difícil ou impossível a sua erradicação,porém algumas normas deverão ser
adotadas, pelo menos, para termos um certo controle.

Limpeza e desinfecção das instalações;

Combater moscas e mosquitos;

Drenar currais, piquetes, evitando acúmulo de água;

Limpeza das pastagens;

Rotação do pastejo.
Tratamento
É feito com pulverização de bernicidas “adequados”.
B – 2. Miíases (Bicheiras)
São produzidas por moscas varejeiras, que põem os ovos sobre qualquer ferida. Em
poucas horas, esses ovos transformam-se em larvas, que se desenvolvem rapidamente e se
infiltram nas feridas, lesando o tecidos e formando grandes cavidades. Essas lesões são
verdadeiras portas de entrada para infecções que se, não tratadas, poderá levar o animal a uma
debilidade orgânica e promover o aparecimento de outras enfermidades.
Sintomas
Percebemos, com facilidade, as larvas em movimento no tecido lesionado.
Profilaxia
22
Dar combate aos focos de moscas e mosquitos, com inseticidas. Não deixar
cadáveres de animais nos pastos.
B – 3. Carrapatos
São ectoparasitos sugadores de sangue (hematófagos) dos bovinos e ainda veiculam
enfermidades, entre os quais as plasmoses.
Principalmente, os bezerros sentem bastante a infestação. Emagrecem, perdem o
apetite e a vivacidade e podem ter um quadro de anemia. Em muitas partes do corpo, os pêlos
caem e a pele torna-se áspera.
Para combatê-los são necessários:

Limpeza dos pastos;

Divisão, rotação e manejo das pastagens;

Combate periódico dos parasitas no próprio corpo do animal;

pulverizações periódicas, principalmente no período quente.
MASTITE
1. Definição
É uma inflamação da glândula mamária (úbere) que caracteriza-se por alteração no
leite e na própria glândula.
2. Como se manifesta
a – De uma forma clínica, que traz alterações no leite, como modificação da cor,
presença de pus e coágulos, com aumento sensibilidade, temperatura e tamanho do úbere.
b – De uma forma sub-clínica, que é a que mais acontece, não é percebida,
dependendo portanto de testes para seu diagnóstico. Em ambas formas há redução na produção
de leite, o leite produzido é de péssima qualidade, podendo levar à destruição da glândula
mamária, trazendo inúmeros prejuízos à pecuária de leite.
3. O que provoca
Vários germes, principalmente bactérias e fungos.
4. Como se dissemina no rebanho
23
É uma doença altamente contagiosa e se dissemina principalmente pelas mãos do
ordenhador ou pelos copos da ordenhadeira; portanto, a falta de higiene no estábulo, com
vasilhame utilizados, com o próprio animal e ordenhador, são condições básicas para instalação e
disseminação da mastite.
5. Medidas de prevenção e controle
a – Higiene do ordenhador, que deve ter sempre as mãos lavadas com sabão antes de
iniciar a ordenha;
b – Pulverizar uma solução de hipoclorito de sódio nas tetas das vacas e depois, secálas com papel descartável;
c - Usar diariamente a caneca telada (fundo preto) no início de cada ordenha, para
detecção da mastite em seus estágios iniciais;
d – Limpeza diária do curral;
e – não jogar leite de vacas com mastite no chão;
f – montar uma linha de ordenha para evitar que animais doentes contaminem os
sadios, na seguinte ordem:

Vacas de 1ª cria sadia;

Vacas sadias;

Vacas que foram tratadas e curadas;

Vacas doentes.
g – Após a ordena, usar um desinfetante nas tetas (iodo glicerinado).
h – Fazer o C.M.T. (Califórnia Mastit Test) a cada 30 dias, para detecção de mastite
subclínica (muito critério na análise do resultado).
i – Procurar orientação de um veterinário quanto às vacas CMT positivos.
6. Tratamento
Antes de iniciar o tratamento, o ideal é fazer o C.M.T. para detectar
vacas
positivas. De posse resultado coletar leite desses animais para exames laboratoriais de Cultura e
antibiograma. O tratamento poderá ser feito por via intramamária após cada ordenha do dia, por
um período mínimo de 3 dias. Esse tratamento deverá ser feito com
orientação do veterinário.
Lembre-se, o mais importante no tratamento e controle das mastites são as medidas
de prevenção, o que sem elas. O tratamento de nada adiantará.
Tratar somente as mastites declaradas (clínicas). Nas sub-clínicas providenciar
mudanças no manejo animal e instalações.
24
PRÁTICAS DE CAMPO
PRÁTICA DE CASTRAÇÃO
1. Idade recomendada de 24 a 30 meses.
2. Época de castração – final da seca (2ª quinzena de setembro).
CUIDADOS NA CASTRAÇÃO
1. Deixar os animais em jejum.
2. Conter os animais.
3. Lavar com água e sabão a bolsa escrotal.
4. Ligar os vasos para evitar hemorragia.
5. Polvilhar tanidil no corte.
6. Bater um spray.
PRÁTICA DE DESCORNA
1. Idade do animal de 15 a 45 dias.
2. Conter os animais. Fazer limpeza do local com tesouras.
3. Cauterização do botão do chifre.
4. Aplicar uma pomada ou ungüento.
5. Pulverizar com spray.
Observação: Quando for descornar animais acima de 45 dias, se o botão do chifre
estiver grande, cortá-lo antes de fazer a cauterização.
APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Seringa
1.1. Lavar a seringa e agulhas com água e sabão
1.2. Ferver por 5 minutos
2. Medicamento
Ler a bula e observar:
a) Via de aplicação (Observar as agulhas próprias)
25

Oral (pela boca)

Subcutânea debaixo da pele, (agulha curta)

Endovenosa na veia, (agulha comprida)

Intramuscular na carne, (agulha comprida)
b) Validade do produto

Observar a data

Observar o produto
c) Dosagem

Recomendação veterinária ou ver bula.
Obs.: 1 ml = 1cc = 1 cm3
Cuidados na aplicação

Se for preciso agitar o produto

Se a aplicação é lenta

Se for preciso dividir a dose

Desinfecção do local de aplicação
OS ALIMENTOS
Sendo a alimentação um dos aspectos principais na criação de bovinos, é de
fundamental importância que se conheça alguns princípios básicos sobre os alimentos e
balanceamento de rações, de sorte a se conseguir um melhor aproveitamento dos fatores
disponíveis e conseqüentemente um maior lucro no empreendimento.
Um grande número de diferentes alimentos são usados em todo o mundo na
alimentação dos animais domésticos. Para se ter idéia da quantidade de alimentos conhecidos,
basta dizer que MORRISON (1969) apresentou a composição de 173 forragens secas, 143
forragens verdes e raízes, 46 silagens e 432 concentrados, enquanto que o “Atlas of Nutricional
Data on United States and Canadian Freeds (1972)”
do NRC catalogou dados de 6152
alimentos.
Com tão grande variedade de alimentos e diversidade em suas composições químicas
não é possível discorrer sobre todos eles. Desta forma os alimentos, com funções similares nas
rações, são agrupados de acordo com certas características comuns entre eles, podendo-se
26
destacar com detalhes as particularidades ou propriedades especiais de um ou mais alimento
chave. Entretanto, a ênfase é dada às características dos grupos.
É conveniente ressaltar que a quantidade e proporções de nutrientes são diferentes
entre alimentos e por essa razão não existe dois alimentos nutricionalmente iguais. Na
formulação de rações, deve-se conhecer quanto possível as pecularidades e características
especiais dos alimentos disponíveis, porque essas informações podem ser importantes para se
fazer pequenos ajustes.
Torna-se necessário observar, ainda, que a substituição de um determinado alimento
na ração é geralmente feita por outro do mesmo grupo.
Alimentos Volumosos
Este grupo de alimentos é caracterizado por ter mais de 18% de fibra bruta na
matéria seca e baixo valor energético.
a – Pastagem –inclui pastagens naturais, artificiais e forrageiras verde-capineiras e
cana de açúcar.
b – Fenos – é forragem ceifada e desidratada ao ar livre ou artificialmente,
conservando a maior parte de seus componentes nutricionais.
c – Silagem – é o produto de uma fermentação anaeróbica de material verde, ou
seja fermentação em ambiente fechado e portanto na ausência do ar.
d – Forragens secas e grosseiras- inclui soqueira ou restava (parte aérea de
planta sem espiga, sem palha e sem inflorescência), palha de feijão, de milho, de arroz, de soja,
de amendoim, etc, cascas de frutas, bagaço de cana, etc.
O valor nutritivo desses alimentos varia, principalmente com:
a) a variedade e idade da planta;
b) as condições de clima e do solo;
c) o manejo e a lotação das pastagena;
d) a freqüência de cortes e a intensidade de colheita.
Alimentos energéticos
São alimentos que têm menos de 20% de proteína e menos de 18% de fibra bruta, na
matéria seca.
a – Cereais e subprodutos
27
Os cereais são sementes de gramíneas utilizadas na alimentação. Alguns cereais
milho, arroz, sorgo, trigo, aveia, centeio e cevada. São alimentos ricos em amido e com teores
baixos ou moderadamente baixos em proteína, principalmente o milho e o arroz. Com exceção
do milho amarelo, todos os cereais são pobres em caroteno.
O farelo de arroz quando fresco é apreciado pelos animais, porém rancifica-se
facilmente, devido ao elevado teor de óleo. É inferior ao farelo de trigo.
Devido a sua alta produtividade o sorgo pode ser um alimento importante na
alimentação de bovinos em confinamento.
O bagaço de cevada é um alimento importante nas cercanias de cervejarias. O bagaço
úmido, grosseiramente, se compara à silagem.
b – Raízes e tubérculos
A mandioca e o inhame têm importância acentuada na alimentação do homem e dos
animais nos trópicos. De um modo geral apresenta baixo teor de proteína.
Os tubérculos se caracterizam por apresentarem baixos teores de fibra, cálcio, fósforo
e matéria seca. São ricos em amido e sacarose e apresentam alta digestibilidade.
c – Melaço
É um subproduto da indústria açucareira, altamente energético (56, 4% de açúcar). É
muito aparecido pelo gado. É um eliminador de poeira nas fabricas de ração. Uma das limitações
de seu uso é o transporte e armazenamento. O Brasil é um dos grandes produtores mundiais de
melaço, embora este ainda seja pouco utilizado pelo criador brasileiro.
d – As frutas também fazem parte deste grupo de alimentos.
Alimentos protéicos
Estes alimentos contêm mais de 20% de proteína e menos de 18% de fibra bruta, na
matéria seca. Os suplementos protéicos, na quase totalidade, são subprodutos de origem animal
ou vegetal que são aproveitados na alimentação animal.
A – Suplementos protéicos de origem animal

leite integral em pó

leite desnatado em pó

soro de queijo
B – Suplementos protéicos de origem vegetal

soja sementes
28

farinha de soja

farelo de algodão

farelo de amendoim

farelo de girassol

farelo de gergelim

farelo de glútem de milho

farelo de açafrão

farelo de babaçu

farelo de linhaça
C– Nutrientes nitrogenados não protéicos
A uréia é o principal suplemento nitrogenado não protéico. Tem 42% a 45% de
nitrogênio e pode, portanto, conter 262 a 282% de equivalente protéico, ou seja: metabolizada
pela flora do rúmem 1 kg de uréia fornece ao animal 2.620 a 2.810 g de proteína.
Minerais
Os suplementos minerais utilizados na alimentação dos animais são:

calcário

sulfato de cobre

fosfato bicálcio

sulfato de cobalto

óxido de magnésio

permanganato de potássio

sulfato ferroso,

selenito de sódio

etc.
Vitaminas
A, D, E, K, e complexo B.
Para os ruminantes, as vitaminas A e E são dietéticos importantes, ou seja, podem
fazer parte da ração. A vitamina D pode ser conseguida por esses animais sob a forma dietética
ou ativadas pelos raios ultravioletas do espectro solar nos esteróis cutâneos.
29
As vitaminas do complexo B são, aparentemente, produzidas em quantidades
suficientes por esses animais a não ser em casos de bezerros recebendo substituto do leite.
Aditivos não nutrientes

Antibióticos

Hormônios

Anabolizantes

Compostos odorizantes
A uréia como alimento
O valor biológico da proteína parece ser de pouca importância para os ruminantes,
uma vez que grande parte da mesma é desdobrada em aminoácidos e amônia, tão logo cheguem
no rúmem. Alguns autores, entretanto, destacam a metionina, lisina, cistina, e treonina, como
aminoácidos limitantes na utilização da uréia. Estes aminoácidos são encontrados no milho e nos
farelos de algodão, da soja e da mandioca. Para animais de alta produção é conveniente levar em
conta a qualidade da proteína fornecida.
Cálculo de ração
Conhecendo a categoria do animal a ser alimentado, seu peso, sua produção diária
(ganho de peso, produção e leite ou trabalho) e de posse das análises dos alimentos disponíveis,
pode-se calcular a ração desejada objetivando conseguir uma ração palatável, nutricionalmente
equilibrada, sem perigo e economia.
Inicialmente devemos lembrar que cada animal, dependendo, principalmente do seu
peso e da sua produção, tem necessidades diárias de uma determinada quantidade de proteína, de
energia, de vitaminas, de sais minerais e de água.
Também é bom lembrar que o animal precisa diariamente de uma ração de mantença,
que lhe dê condições de viver, sem aumentar, diminuir peso ou mesmo produzir leite e uma
ração de produção. Esta ração de produção acrescida à ração de mantença é que vai dar ao
animal condições de produzir leite ou carne.
Suponhamos então uma vaca com 450 kg. de peso vivo, produzindo 15 kg. de leite
por dia.
O quadro 1 nos mostra as necessidades nutricionais da vaca em questão, tanto para a
sua mantença como para produção, no que refere a proteína bruta, energia (NDT), cálcio e
fósforo, além da sua capacidade máxima de ingerir alimentos (matéria seca).
30
Quadro 1
Necessidades
Matéria
Proteína
seca (kg)
bruta (kg)
(kg)
14,400
0,403
3,440
17
14
1,305
4,890
40
27
1,708
8,330
57
41
Mantença
Produção
TOTAL
14,400
Energia NDT Cálcio (gr)
Fósforo
(gr)
Se admitirmos que temos disponível como volumoso silagem de milho, num
concentrado com:

89,2% de matéria seca

22,0% de proteína bruta

76,0% de NDT

1,2% de cálcio

0,9% de fósforo
Ao tratarmos desta vaca diariamente, com 25 kg de silagem e 5kg do concentrado
estaremos oferecendo uma ração que dá condições de mantença e de produzir os 15 kg de leite
que tem capacidade de produzir.
Esta constatação é tirada ao compararmos os totais do quadro 1 com os totais do
quadro 2, o que falta em matéria seca pode ser conseguido deixando à disposição do animal,
qualquer forragem debaixo valor nutritivo como, palha de milho, palha de arroz ou capim seco.
Todos os nutrientes necessários estão satisfeitos, sendo que o cálcio e o fósforo, mas é
conveniente que sempre haja disponibilidade de algo em torno de 20% além das necessidades do
animal.
Quadro 2
Ração-Quantidade
Matéria
Proteína
Energia NDT
Cálcio
Fósforo
(kg)
seca (kg)
bruta (kg)
(kg)
(gr)
(gr)
Silagem de Milho
7,500
0,600
4,525
25
15
Ração
4,560
1,100
3,800
60
45
11,960
1,700
8,325
85
60
TOTAL
Se, ao invés de utilizarmos o concentrado, usássemos apenas 5 kg de farelo de
algodão com 38% de proteína bruta, teríamos uma ração completamente desbalanceada,
conforme mostra os totais do quadro 3, onde há excesso de proteína e fósforo e falta de energia e
cálcio.
31
Isto quer dizer que, nem sempre a adição de um concentrado protéico a um volumoso
é suficiente para balancear uma ração.
Quadro 3
Ração-Quantidade
Matéria
Proteína
Energia NDT
Cálcio
Fósforo
(kg)
seca (kg)
bruta (kg)
(kg)
(gr)
(gr)
Silagem de Milho 25
7,500
0,600
4,525
25
15
Farelo de algodão 05
4,550
1,900
3,150
8
55
TOTAL
12,050
2,500
7,675
33
70
Vamos ver o que acontece quando, ao invés do concentrado ou farelo de algodão,
nos colocarmos milho triturado (quadro 4).
Quadro 4
Ração-Quantidade
Matéria
Proteína
Energia NDT
Cálcio
Fósforo
(kg)
seca (kg)
bruta (kg)
(kg)
(gr)
(gr)
Silagem de Milho 25
7,500
0,600
4,525
25
15
Milho triturado 08
7,040
744
6,400
2
26
TOTAL
14,540
1,344
10,925
27
41
Notamos que apenas o fósforo está em nível desejado, sem nenhuma sobra. Há falta
de proteína e de cálcio e sobra energia nesta ração. Concluímos que, adicionar somente um
concentrado energético a um volumoso, quase sempre não resolve o balanceamento.
Lembramos que, nos dois últimos exemplos a vaca em questão, embora tenha
capacidade para produzir 15 kg de leite por dia, isto não vai ocorrer. O organismo animal limita a
produção de acordo com o alimento que está em falta. No primeiro caso (quadro3) falta energia e
cálcio e no segundo (quadro 4) falta proteína e cálcio.
Agora, vamos supor que não temos silagem de milho, mas cana de açúcar. Se
usarmos mesmo concentrado, concluímos que, mesmo usando 6,9 kg do concentrado,
conseguimos balancear apenas a proteína, pois haverá falta de energia e sobra de cálcio e fósforo
(quadro 5).
Quadro 5
32
Ração-Quantidade (kg)
Matéria
Proteína
Energia
Cálcio
Fósforo
seca (kg)
bruta (kg)
NDT (kg)
(gr)
(gr)
Cana tritura - 20
6,000
0,200
2,820
26
8
Ração – 6,9
6,155
1,518
5,244
83
62
TOTAL
12,155
1,718
8,064
109
70
Assim é que, chegamos a conclusão que um mesmo concentrado, pode não servir
para dois tipos de volumosos diferentes, mesmo quando se altera as quantidades.
Estas instruções têm a finalidade de: em primeiro lugar, dar alguns conhecimentos
rudimentares sobre alimentação e nutrição animal e em segundo e principalmente, demonstrar
que para se fazer balanceamento de ração é necessário que se tenha, além da prática, um
conhecimento técnico profundo sobre os alimentos com seus valores nutricionais, das
necessidades diárias de cada animal e das formas de combinação de diversos alimentos para se
conseguir alcançar toda a potencialidade que o animal tem para produzir.
A complexidade do assunto aumenta ainda mais, quando temos que balancear os
outros macro e micro minerais.
PASTAGEM
A explosão de pecuária no Estado de Goiás, desenvolve-se predominantemente
baseada na utilização de pastagens, pois, consiste na maneira mais econômica de se alimentar o
rebanho bovino, cujo objetivo é de se aumentar a produção de carne e leite.
O baixo potencial das pastagens em termos de qualidade, quantidade e persistência,
tem sido um dos fatores responsáveis pela baixa produtividade de leite e carne. Este fato é
decorrente de várias causas tais como: baixa fertilidade dos solos, pouco uso de fertilizantes,
manejo inadequado das pastagens e utilização das espécies pouco produtivas.
Devido a importância da pastagem no contexto agropastoril, tem-se desenvolvido
atividade tecnológica na formação e recuperação de pastagens. Vários sistemas tem sido
adotados, dos quais podemos citar:

Sistemas barreirão

Sistema tradicional

Sistema de recuperação com adubação à lanço sem uso de máquinas

Sistema de recuperação com adubo à lanço e uma gradagem.
33
A tecnologia do pastejo intensivo (rotacionado) consiste na utilização do sistema
com períodos de pastejo de 1 a 3 dias e período de descanso de 25 a 45 dias, conforme a espécie
forrageira.
As gramíneas tropicais possuem elevada capacidade de produção de massa e de
grande resposta à ADUBAÇÃO. Tem mostrado resultado bastante favorável ao aumento da
produtividade quando usadas na forma de pastejo. Após o completo estabelecimento e adequação
do manejo e adubação à área, poderá elevar a sua capacidade de suporte no período chuvoso.
Para se fazer uma adubação, o primeiro passo a ser tomado é a análise do solo. A
calagem em geral é necessária.
A pesquisa tem recomendado apenas a adubação fosfatada no plantio, sendo que o
nitrogênio e potássio são aplicados em cobertura.
Os piquetes, divididos por cerca elétrica devem ser projetados com acesso através de
corredores, ao longo dos quais se localiza a área para descanso com sombra, disponibilidade de
suplementos minerais e água.
Como, em função da estacionalidade, a produção das gramíneas está concentrada no
período de verão (chuvoso), é imprescindível a previsão de suplementos volumosos, como,
silagem, (cana com uréia no período de inverno).
As principais vantagens, quanto ao uso do sistema de pastejo estão relacionados
abaixo:

Aumento da capacidade de suporte da propriedade, conseqüentemente sobra de
pasto

Aumento da produção/produtividade de leite e carne.

Economia de concentrados.

Melhor qualidade de pastagens

Melhor aproveitamento da área

Liberação de outras áreas da propriedade para outra atividade.
A necessidade de recuperação das pastagens degradadas, a facilidade de formação
através do uso de sementes e os resultados observados indicam uma grande adoção desses
projetos.
Há uma perspectiva de crescimento na implantação de sistema. Mas, é preciso muita
cautela, determinação para que os produtores não adotem a tecnologia sem estarem
suficientemente preparados para administrar os cuidados que a técnica requer.
34
MANEJO DE PASTAGEM
Manejo de pastagem nada mais é, do que o seu uso planejado visando o seu melhor
aproveitamento. Consiste na utilização das pastagens, do modo a permitir que cada pasto receba
um adequado número de animais, assegurando sua recuperação, manutenção da fertilidade e
duração.
Objetivos
Os objetivos principais do manejo das pastagens são:

Adubação de manutenção adequada

A suficiente utilização dos pastos;

A garantia de alimento abundante e nutritivo para o gado;

A manutenção da produção, quer de leite, quer de carne.
Obs: A adubação utilizada será de acordo com análise do solo
Vantagens

Aproveitamento adequado dos pastos nas diferentes épocas do ano;

Maior produção de forragem por hectare;

Aumento da capacidade de suporte;

Melhor controle sobre as plantas invasoras

Evitar o uso do fogo

Melhor controle das pragas

Trato adequado às diversas categorias de animais

Manutenção de fertilidade

Melhor controle da erosão

Maior duração da pastagem

Melhor assistência ao rebanho
Manejo correto

Dimensionar corretamente os pastos distribuindo água e cochos para animais.

Procurar ajustar o número de animais àcapacidade de produção das forrageiras.

Evitar o pastoreio intenso no inicio das chuvas, para não enfraquecer a pastagem.

Fazer corretamente as adubações de reposição da fertilidade do solo.

Proceder a limpeza das pastagens
35

Não usar herbicidas indiscriminadamente nas pastagens.

Adotar sistema de pastoreio de acordo com a necessidade de cada área da
propriedade.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE CAMPINEIRA
Introdução

Principais forrageiras de corte usadas na suplementação animal:
Cana – Variedade: 711406 e RB- 72454, RB-745418, SP-791011.

Capim elefante: Variedades: Cameron, Mineiro, Napier e outros.
Formação

Escolha da área – próximo ao curral, plana, solo de boa fertilidade.

Preparo do solo.

Aração profunda (1).

Gradagem (2).

Correção: De acordo análise do solo.
REPRODUÇÃO ANIMAL
É a multiplicação da espécie através de: acasalamento, inseminação artificial,
transferência de embriões, bipartição de embriões e fecundação in vitro (FIV), clonagem.
A reprodução bem conduzida possibilita aumento no índice de fertilidade, maior vida
útil dos bovinos e dá mais condições para nascimento de bezerros(as) sadios.
Para as raças bovinas de pequeno porte, o peso da primeira cobertura é de 250kg,
para raças mestiças e de grande porte, o peso recomendado é de 300 a 330kg.
A idade aproximada com que os animais alcançam este peso depende do plano de
alimentação, cuidados sanitários e manejo,e ocorre a partir dos 15 meses de vida, para as fêmeas.
Os reprodutores da raça holandesa, ao atingirem 16 meses de idade, quando bem
alimentados, estarão aptos para efetuarem 2(duas) coberturas por semana.
As vacas leiteiras, devem ser cobertas ou inseminadas, 60 dias após a parição.
36
Normalmente o cio se repete em média com intervalos de 21 dias e tem a duração
média de 18 horas.
Para a reprodução dos bovinos adota-se um dos seguintes processos:

Monta natural livre – 1 bezerro/vaca/ano;

monta controlada – 1 bezerro/vaca/ano

inseminação artificial – 1 bezerro por vaca/ ano;

transferência de embriões – 8 a 12 bezerros por vaca/ano;

bipartição de embriões – produção de gêmeos idênticos;

fecundação in vitro (FIV) – mais de 50 bezerros por vaca/ano;

clonagem – número incalculável de bezerros por vaca/ano.
Monta Natural Livre
É quando o macho e a fêmea realizam a cópula em liberdade, sem a interferência do
homem, obedecendo a relação de 1 (um) touro para 30 vacas/ano.
Vantagem da Monta Natural Livre
Economiza mão-de-obra.
Desvantagens da Monta Natural Livre
-Um touro serve apenas 30 vacas por ano
-dificulta o controle da reprodução
-baixa o índice de fertilidade do rebanho
-favorece a transmissão de doenças da reprodução

Brucelose

Leptospirose

Campilobacteriose

Tricomoníase

aumenta a possibilidade de acidente com o touro

diminui a vida útil do touro, devido ao excesso de montas.
Monta Controlada
É quando há interferência do homem, que leva a fêmea em cio ao macho para o
acasalamento ou cobertura.
Vantagens da Monta Controlada
37

Melhor aproveitamento do touro, que serve à aproximadamente 100 vacas por
ano;

possibilita o controle da reprodução, com a programação das coberturas e
parições;

diminui a possibilidade de acidente com o touro;

aumenta a vida útil do touro;

aumenta o índice de fertilidade do rebanho.
Desvantagens da Monta Controlada

aumenta a mão-de-obra

requer maiores gastos com instalações
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
É um processo de reprodução em que o sêmen é colocado pelo homem, no útero da
vaca, no momento certo, usando aparelhos especiais, visando a fecundação.
As vacas para serem inseminadas devem estar bem nutridas, saudáveis, sem
problemas de reprodução e bem manejadas.
Quando da realização da inseminação artificial, deve-se tomar o máximo cuidado
com a higiene.
Quando o cio da vaca aparece pela manhã, deve-se inseminá-la à tarde.
Quando o cio é notado à tarde, deve-se inseminar a vaca na manhã do dia seguinte. O
momento ideal é no final do cio, ou quando ela começa a não aceitar a monta do rufião ou da
companheira.
A inseminação artificial, pode ser feita em tronco coberto, estábulo ou sala de
ordenha.
Vantagens da Inseminação Artificial

Melhor aproveitamento dos bons reprodutores;

possibilita o controle de doenças da reprodução;

melhores índices de fertilidade;

possibilita o melhoramento do rebanho em curto prazo;

baixo investimento em relação a aquisição de um bom reprodutor;

possibilita o uso de sêmem dos melhores touros;
38

economia na manutenção do rebanho pela ausência de touros na propriedade;

alternativas de cruzamentos.
Limitações da Inseminação Artificial

Necessidade de pessoal habilitado;

necessidade de assistência técnica permanente, por técnico especializado.
Transferência de Embriões
É um método mais avançado, que depende de técnicos especializados para executar
os trabalhos. Este processo permite ampliar o número de produtos de uma fêmea, neste caso
existe as vacas doadoras de embriões, e as receptoras, quando a transferência é feita
imediatamente após a coleta. Caso contrário procede-se o congelamento dos mesmos, para serem
transferidos no momento oportuno.
Bipartição de Embriões
Através da divisão de embriões em laboratório. Esta técnica permite aumentar o
número de indivíduos, conseqüentemente produzir gêmeos idênticos.
Temos ainda a Fertilização in Vitro (FIV) e a clonagem ainda em desenvolvimento
de melhor técnica.
DOENÇAS DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS
São doenças causadas por micróbios, que interferem na reprodução dos bovinos,
determinando aborto e/ou inflamação do aparelho reprodutor da vaca.
As principais doenças da Reprodução são:

Brucelose

Tricomoníase

Campilobacteriose

Leptospirose
Brucelose
39
É uma doença contagiosa que ataca os bovinos, outras espécies animais e o homem.
O micróbio da brucelose se localiza no útero, na placenta das fêmeas doentes, no
úbere e testículos dos touros infectados.
Maneira de Transmissão da Brucelose
Ingestão de alimentos contaminados por:

Urina de bovinos doentes;

corrimento uterino;

resto de placenta;

líqüidos fetais;

restos fetais;

cobertura por touros infectados (orquite).
Sintomas da Brucelose

Aborto a partir do 6º mês de gestação;

retenção de placenta;

corrimento vaginal;

baixa fertilidade;

baixa produção de leite;

inflamação das articulações;

inflamação dos testículos dos machos (orquite).
Prejuízos Causados pela Brucelose

Nascimento de bezerros fracos;

redução de 40% em nascimento de bezerros;

quebra de 20% na produção de leite.
Medidas para Prevenção de Brucelose

Vacinar as bezerras com idade de 3 a 8 meses;

examinar todo o rebanho de 6 em 6 meses até obter dois resultados negativos
seguidos, depois anualmente;

eliminar os bezerros doentes;

adquirir bovinos com teste negativos de brucelose;

queimar os fetos abortados e placenta;
40

desinfecção , com solução de creolina a 3%, todo o material que teve contato com
o feto e membrana fetal ;

isolar as vacas que abortarem e conduzi-las ao rebanho, somente após o exame
negativo para brucelose(60 dias após o aborto).
Precauções

Use luvas plásticas, quando for lidar com fetos abortados, placentas e aparelho
reprodutor da vaca;

queime as luvas utilizadas;

não beba leite crú .
Tricomoníase
É uma doença transmissível (venérea) que causa inflamação no aparelho reprodutor
da vaca, provocando aborto precoce (2° ao 4° mês de gestação).
O micróbio causador da tricomoníase se localiza no útero e na vagina da vaca e nas
pregas do prepúcio do touro.
Maneiras de Transmissão da Tricomoníase

Pela utilização, e cobertura, de touros infectados;

pelo o uso de instrumentos contaminados na inseminação artificial;

por corrimento vaginal de vacas infectados em cama de palha, etc, onde outras
vacas se infectam.
Sintomas da Tricomoníase

Aborto nos quatro primeiros meses de gestação;

corrimento vaginal;

repetição de cios em intervalos irregulares;

vulva e vagina com inchaço.
Prejuízos Causados pela Tricomoníase

Esterilidade temporária das vacas;

diminuição do nascimento de bezerros.
41
Medidas para Prevenção de Tricomoníase

Mandar examinar os touros;

retirar o touro doente do rebanho;

isolar por 90 dias, as vacas suspeitas e doentes;

utilização da inseminação artificial.
Campilobacteriose (Vibriose)
É doença transmissível (venérea) que ocorre em bovinos causando inflamações no
aparelho reprodutor da vaca, abortos e infecundidade.
O micróbio da Vibriose se localiza no aparelho reprodutor das vacas, nas pregas do
prepúcio do touro e no estômago dos fetos abortados.
Maneira de Transmissão de Vibriose

Pela utilização em cobertura, de touros contaminados;

pelo uso de instrumentos contaminados da inseminação artificial;

pelo corrimento vaginal de vacas contaminadas em cama de palha etc, onde outras
vacas se infectam.
Sintomas da Vibriose

Aborto no quinto ou sexto mês de gestação;

corrimento vaginal;

retenção da placenta;

líqüido amarelo no estômago dos fetos abortados;

repetição de cio em intervalos irregulares.
Vale salientar que existem as viroses, responsáveis também por uma série de
problemas reprodutivos, como é o caso da “IBR” (RINOTRANQUITE INFECCIOSA
BOVINA) e da “BVD” (DIARRÉIA BOVINA A VÍRUS).
CRUZAMENTO EM GADO DE LEITE
Cruzamento
42
Consiste ao acasalamento de animais da mesma espécie, porém de raças diferentes,
obtendo maior vigor hídrico ou heterose (choque de sangue), que é o aumento da produção de
descendência (filhos) em relação a média dos países, sendo expressado por:

Crescimento mais rápido;

maior precocidade sexual;

maior longevidade;

melhor habilidade maternal;

maior conversão alimentar;

melhores resultados econômicos.
Exemplo: Cruzamento Europeu x Zebu, onde se consegue uma superioridade de 25 a
30% para a produção de leite.
Critérios para escolha das raças

Holandesa

Jersey

Pardo Suíço

Gir

Guzerá
Sistemas de cruzamentos
Está condicionado ao nível de:

Alimentação, sanidade e manejo do rebanho da propriedade.
1. Cruzamento rotativo simples
Usa-se touro europeu e zebu, alternadamente.
Exemplo:
1. Touro holandês x vaca gir = fêmea ½ sangue (girolanda)
2. Girolanda ½ touro gir, etc.
2. Cruzamento rotativo com repetição de europeu 2 vezes e 1 vez o zebu.
43
Exemplo:
1. Touro holandês x vaca gir = ½ (girolanda)
2. vaca girolanda x touro holandês = ¾
3. vaca ¾ x touro gir, etc.
3. Cruzamento contínuo ou absorvente
Exemplo:
Somente touro europeu, até apurar a raça que se deseja (31/32/PC).
4. Cruzamento com 3 raças – Duas européias e uma zebu
Exemplo: holandês, suíço e gir.
Obs.: O tipo de cruzamento recomendado está condicionado as condições de
nutrição , saúde e manejo usado na propriedade.
Exemplos:

Para propriedade com nível mais baixo de, alimentação, sanidade, manejo, etc,
com produção de leite até 9 kg/vaca/dia, recomenda-se o sistema 1, Europeu x
Zebu (touros Holandeses, Gir, etc).

Propriedades com média de 9 kg a13 kg/vaca/dia, recomenda-se o sistema 2,
(touro Holandês, Holandês e Gir).

Propriedades com média acima de 13 kg/vaca/dia, recomenda-se o sistema 3,
Europeu puro (absorvente). Exemplo: Holandês, Jersey ou Pardo Suíço.
MANEJO REPRODUTIVO
A exploração pecuária é uma atividade lucrativa, desde que o criador adote práticas
melhoradas de manejo reprodutivo, assegurando um nível satisfatório de fertilidade do rebanho.
O melhoramento das práticas de manejo reprodutivo depende de esforços
complementares do criador e do técnico.
44
Medidas de manejo a serem adotados para melhorar
a eficiência reprodutiva do rebanho.

Manter todo o rebanho em bom estado nutricional, pois é impossível obtermos
bons índices reprodutivos, sem que o rebanho receba uma alimentação adequada.

Manter bons registros reprodutivos do rebanho, quer seja em fichas individuais,
coletivas ou cadernos.

Manter controle sistemático das doenças da reprodução como: brucelose,
leptospirose, tricomoníase, campilobacteriose e tuberculose.

Proceder exames ginecológicos das vacas, pelo menos uma vez durante o período
parto - próxima cobertura, visando detectar possíveis alterações.

Manter o rebanho separado em lotes formados por animais da mesma categoria:

Bezerros (as), jovens separados dos mais velhos.

Novilhas

Vacas paridas em lactação

Vacas secas
Obs.: As vacas de primeira cria devem receber uma atenção especial.

Estabelecer critérios nas medidas de seleção do rebanho, visando garantir baixa
taxa de refugo, sem retenção de vacas de poucas rentabilidade em idade avançada,
peitos perdidos, problemas reprodutivos, baixa produtividade, etc.

Dispor de instalações práticas, higiênicas, econômicas e funcionais, tais como:
curral, tronco coberto, bezerreiro ou piquete, comedouros, bebedouros,etc.

Cumprir rigorosamente o calendário de vacinações, controle e combate a endo e
ectoparasitos, conforme recomendações técnicas.

Evitar que as vacas percam muito peso no início do período pós-parto

Melhor detecção dos cios, empregando recursos, como uso de rufiões.

Concentrar a temporada de cobertura com o período de maior disponibilidade de
alimentos.

Evitar que as vacas cheguem no parto magras e, com isso, permitindo novo
enxerto de 60 a 90 dias.
Manejo vaca/cria
45

Controle de amamentação - os bezerros (as) ficam separadas das mães,
amamentando pela manhã e a tarde.
São características de um rebanho bem manejado

Pelo menos 80% das vacas pegar cria e 75%, produzir um bezerro, em resultado
da 1ª cobertura ou inseminação.

Em determinado tempo não deve haver mais do que 10% das vacas com
dificuldades reprodutivas.

Na final de cada estação de monta ou inseminação artificial, o plantel deve
apresentar o máximo de 1,5 cobertura por concepção, o que corresponde
aproximadamente a 1,5 dose de sêmen por bezerro nascido.

Rebanho bem manejado, lucro dobrado.
RETENÇÃO DA PLACENTA
A placenta é o órgão onde a circulação materna e fetal se juntam, sem porém se
confundirem, mantendo-se independentes uma da outra e separadas por um verdadeiro filtro.
As principais funções da placenta são:

Órgão de respiração fetal

Órgão para alimentação do feto

Eliminação das substâncias metabolizadas do feto para o sangue materno

Órgão de filtração

Preparação para o parto
Só é considerado retenção da placenta, quando a mesma não for eliminada de 10 a 12
horas após o parto.
Neste caso deve-se fazer uma leve tração para retirá-la, caso não consiga, cortar a
parte que estiver para fora, com uma tesoura previamente desinfectada com tintura de iodo ou
álcool iodado e procurar um médico veterinário.
46
Causas de retenção de placenta

Deficiências nutricionais (proteínas, minerais, vitaminas, etc.);

infecciosas (brucelose e leptospirose);

manejo (Situações de desconforto);

stress no momento do parto;

partos prematuros;

partos demorados;

partes distócicos.
47
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