O PROBLEMA DA
LINGUAGEM
As palavras e as coisas
- Teoria dos Signos -
A relação entre as palavras e as coisas é
objeto de um longo debate na filosofia.
Seriam os nomes que damos aos seres
meras convenções ou seriam eles
naturais e inerentes aos seres? Poderíamos
chamar as mesas de cadeiras e as cadeiras
de mesas, por exemplo?
CONVENÇÕES
Existe um limite para o convencionalismo,
pois as palavras devem significar a
essência daquilo que representam. Mesmo
que as palavras variem de uma língua para
outra, em cada uma delas a palavra
sempre representa a essência daquilo que
ela nomeia. Ela é um instrumento para
representar a ordem das coisas.
Assim como existe uma ordem nas coisas,
existe uma ordem na linguagem, que é tão mais
verdadeira quanto melhor representar a ordem
das coisas. Por isso, é necessária uma crítica
da linguagem para que ela se torne mais fiel
como instrumento para dar expressão à ordem
natural das coisas. Tal tarefa cabe ao dialético,
responsável por criar os nomes e fazer com que
a palavra possa exprimir em sons a idéia
correspondente à essência da coisa.
Entre os cristãos, era comum mudar
de nome após converter-se ao
cristianismo como símbolo de uma
nova vida. Existem pessoas que
acreditam que falando o nome da
coisa a estamos chamando, como
quando se fala da morte, por exemplo.
Há outras que acreditam que não se
deve falar de pessoas mortas.
TEORIA DOS SIGNOS
ÍCONE
"Defino um ícone como sendo um signo que é determinado por
seu objeto dinâmico em virtude de sua natureza interna". O ícone
exibe a mesma qualidade que o objeto denotado. Ex: a
onomatopéia, a imagem, o diagrama. Podemos então dizer que
há uma relação de semelhança entre o signo e seu objeto. No
caso do ícone, o significante tem uma semelhança ou imita o
significado. Há alguma similaridade de qualidades entre um e
outro. Exemplos: uma fotografia, um desenho, uma caricatura, um
modelo em escala, uma onomatopéia, certos efeitos sonoros no
rádio e no cinema, gestos de imitação
EXEMPLOS:
ÍNDICE
"Defino um índice como sendo um signo determinado por seu objeto
dinâmico em virtude da relação real que mantém com ele". O índice
se encontra em relação de contigüidade com o objeto denotado. Ex:
O sintoma da doença, o pingo da chuva, a queda do barômetro, o
cata-vento. Na língua, os dêiticos (expressões cujo referente só pode
ser determinado em relação aos interlocutores: eu, tu, aqui, agora,
etc... No caso do índice, o significante não está arbitrariamente
ligado ao significado, e sim tem uma conexão direta com o
mesmo, física ou causal. Essa conexão pode ser observada ou
inferida. Exemplos: Signos naturais, como a fumaça, trovão,
pegadas, ecos, cheiros e sabores naturais, sintomas médicos (dor,
pulso), sinais como o do galo do vento, o relógio de sol, batidas na
porta, o telefone que toca, o dedo que aponta, uma gravação,
marcas pessoais (nossa escrita à mão) e palavras indexicais, como
‘este’, ‘aquele’, ‘isto’, ‘aqui’, ‘eu’, ‘tu’.
EXEMPLOS:
SÍMBOLO
"Defino um símbolo como sendo um signo que é determinado
por seu objeto dinâmico no sentido apenas do qual ele será
interpretado". O símbolo se refere a qualquer coisa por força de
uma convenção ou ‘lei’. Há, nesse caso, uma relação
convencional ou arbitrária entre o signo e seu objeto.
Exemplo: as palavras de uma língua natural. No caso dos
símbolos, o significante não tem semelhança com o significado.
O símbolo é fundamentalmente arbitrário ou puramente
convencional. A relação entre significante e significado deve ser
aprendida. Exemplos: a linguagem humana, em geral. Números,
código morse, luzes e apitos trânsito, bandeiras, etc
EXEMPLOS:
Download

O PROBLEMA DA LINGUAGEM As palavras e as coisas