São Paulo, 17 de setembro de 2015, Ano 16, Nº 587
Inflação desacelera em agosto
O IPCA, índice oficial do regime de metas para a inflação, registrou alta de 0,22% em
agosto, 0,4 ponto percentual abaixo da variação do mês anterior. Com esse resultado, a alta
acumulada em doze meses permaneceu praticamente estável entre julho e agosto, tendo passado
de 9,56% para 9,53%. Muito embora esse nível esteja bastante acima do teto da meta oficial
(6,5%), é possível afirmar que a inflação perdeu força. O resultado mensal foi o melhor para o mês
de agosto desde 2010.
REGIME DE METAS PARA A INFLAÇÃO
IPCA – variação acumulada em 12 meses, meta inflacionária e seus
limites máximo e mínimo
(Jan.2013-Ago.2015)
10%
IPCA
8%
6%
4%
Meta
2%
2015.07
2015.05
2015.03
2015.01
2014.11
2014.09
2014.07
2014.05
2014.03
2014.01
2013.11
2013.09
2013.07
2013.05
2013.03
2013.01
0%
Fonte: IBGE.
Essa desaceleração inflacionária é resultado de dois fatores essenciais. De um lado,
a elevação corretiva dos preços de combustíveis e energia elétrica ficou no passado. Esse foi o
principal elemento gerador do forte impulso registrado pelo IPCA ao longo do primeiro semestre
desse ano. Nesse sentido, a alta de preços no grupo habitação, que inclui a energia elétrica
residencial, foi de 0,29% em agosto contra 1,52% em julho. Em paralelo, a redução do nível de
atividade, com a consequente queda nos níveis de emprego e renda, também tem contribuído
para reduzir a pressão sobre os preços.
Caso a desaceleração do IPCA se mantenha nos próximos meses, é possível que se
confirme o cenário registrado na edição do Boletim Focus de 11 de setembro, no qual se projeta
alta acumulada de 9,3% em 2015 e de 5,6% em 2016.
Por sua vez, o INPC, indicador de inflação baseado no padrão de consumo das
famílias de mais baixa renda, teve comportamento semelhante em agosto. A alta foi de 0,25%
contra 0,58% no mês anterior. Com esse resultado, a variação acumulada em doze meses ficou
em 9,88%, muito próxima da observada no mês anterior (9,81%).
Já os índices gerais de preço têm apresentado altas mais moderadas, influenciados
pelos preços internacionais das commodities que seguem em baixa. Em agosto, o IGP-DI teve alta
de 0,4% contra 0,56% registrado em julho. A elevação acumulada em doze meses até agosto foi
de 7,8%. O IPA, principal componente do IGP, teve altas de 0,44% e 0,61% em agosto e julho,
respectivamente. Essa perda de fôlego deveu-se, sobretudo, aos preços dos bens finais, que
recuaram 0,49%. A elevação dos preços dos produtos agropecuários também foi menor, passando
de 1,02% em julho para 0,58% em agosto. Vale notar que esse comportamento do IPA ocorreu a
despeito da elevação da taxa de câmbio registrada no período. Considerando os níveis médios de
cada mês, a cotação do dólar passou de R$ 3,22 para R$ 3,51 entre julho e agosto, o equivalente
a uma variação de 9% em apenas um mês.
Em paralelo, a variação do IPC, segundo maior componente do IGP, caiu a menos da
metade, passando de 0,53% para 0,22% no mesmo período. Com isso, a alta acumulada em doze
meses chegou a 9,73%, o que representou uma aceleração na comparação com o resultado
alcançado no mês anterior (9,61%).
Por sua vez, o INCC-DI registrou aceleração, ao passar de 0,55% em julho para
0,59%. Dessa forma, a taxa acumulada em 12 meses alcançou 7,30%, resultado ligeiramente
superior ao alcançado no passado (7,26%). A taxa superior em 12 meses decorre do aumento da
mão de obra. A despeito da forte retração do mercado de trabalho na construção, a inflação tem
contribuído para aumentos salariais um pouco acima do que foi observado no ano passado. O
componente mão de obra do INCC-DI registrou em 12 meses alta de 8,60%. No ano passado, a
elevação foi de 8,48%. Por outro lado, o componente materiais, equipamentos e serviços acumula
aumento de 5,85% contra variação de 5,83% em 2014.
NBR 12721 / 2006
Projeto R$/m²
Variação Projeto R$/m²
Variação
RP1Q
1.330,16
0,07 R8-A
1.432,56
-0,03
PIS
824,89
0,10 R16-A
1.538,38
-0,09
R1-B
1.210,59
0,12 CAL-8N 1.406,67
-0,06
PP-4B
1.109,16
0,07 CSL-8N 1.218,37
-0,07
R8-B
1.055,20
0,04 CSL-16N 1.622,13
-0,08
R1-N
1.491,81
0,04 CAL-8A 1.491,70
-0,05
PP-4N
1.401,70
0,00 CSL-8A 1.315,83
-0,07
R8-N
1.222,79
-0,04 CSL-16A 1.749,72
-0,07
R16-N
1.185,49
-0,04 GI
688,40
-0,02
R1-A
1.785,37
0,03
* Todos os custos aqui divulgados não foram desonerados
Fonte: Secon/SindusCon-SP
Variação dos custos da construção civil no estado de São
Paulo e IGP-M no Brasil, agosto de 2015
NBR 12721/2006
Índice
Mês
Ano 12 Meses
CUB residencial (R8-N)
-0,04
4,55
4,74
Comercial Salas e Lojas (8N)
-0,07
4,45
4,61
Comercial Andares Livres (8N) -0,06
4,38
4,54
Galpão Industrial
-0,02
4,44
4,52
Casa Popular
0,07
5,09
5,34
IGP-M
0,28
5,34
7,55
IPA-M
0,20
4,52
6,89
IPC-M
0,24
7,22
9,57
INCC-M
0,80
6,15
7,12
Fonte: Secon/SindusCon-SP e IBRE-FGV
Materiais que mais subiram no mês de agosto/15
Produto
Variação % mês
MAIORES VARIAÇÕES
Janela de Correr 2 folhas 1,2x1,2 m
1,59
Telha ondulada fibrocimento 6 mm
1,27
Fechadura, tráfego moderado acab. cromo
0,55
MENORES VARIAÇÕES
Aço CA-50 Ø 10 mm
-1,40
Brita 2
-0,56
Fio cobre antichama isol. 750 V 2,5 mm²
-0,42
Evolução do CUB e do IGP-DI
Base Dez/2003 = 100
220,00
CUB
200,00
180,00
IGP-DI
160,00
140,00
120,00
100,00
Evolução do CUB e do INCC
Base Dez/2003 = 100
220,00
INCC
200,00
180,00
CUB
160,00
140,00
120,00
100,00
Evolução dos Preços do Cimento e do Aço
22,00
20,00
3,80
3,60
Aço
3,40
18,00
3,20
3,00
16,00
2,80
Cimento
14,00
2,60
2,40
12,00
2,20
10,00
2,00
Fonte: Secon/SindusCon-SP
Materiais que mais subiram nos últimos 12 meses
Produto
Variação % 12 meses
MAIORES VARIAÇÕES
Bloco cerâmico p/ alv vedação 9x19x19cm
8,75
Telha ondulada fibrocimento 6 mm
7,10
Tinta látex branca PVA
6,18
MENORES VARIAÇÕES
Aço CA-50 Ø 10 mm
-3,29
Concreto FCK=25 MPa
-0,22
Locação de betoneira elétrica 320 l
0,58
Fonte: Secon/SindusCon-SP
Evolução do CUB Mão de obra e Materiais
Base Dez/2003=100
270,00
250,00
230,00
210,00
190,00
170,00
150,00
130,00
110,00
90,00
Mão de obra
Materiais
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